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COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
A comunicação humana depende de linguagens. Como o homem vive em sociedade, comunicação e sociedade relacionam-se intimamente. Uma não existe sem a outra: uma língua só existe se há uma comunidade que a utiliza, e um agrupamento de pessoas  só constituirá uma comunidade se tiver uma língua que possibilite a comunicação das pessoas desse grupo.
As diversas linguagens empregadas pelo homem fazem parte do conjunto de elementos que distinguem uma sociedade de outra.
O homem só consegue acumular conhecimento porque criou e emprega a linguagem. A capacidade de aprender é diferente no homem e nos animais: o homem acumula conhecimentos e uma geração pode transmitir conhecimento a outra.
Deve-se considerar ainda que a linguagem humana está sempre em mudança, uma vez que linguagem e atividades sociais se correlacionam.
O acúmulo de conhecimentos que se transmite de uma geração a outra é denominado cultura.
Cultura é todo fazer humano que pode ser transmitido de geração a geração, através da linguagem. A cultura é a soma de todas as realizações do homem.
A linguagem é ao mesmo tempo um elemento da cultura e condição fundamental para a sua existência.
RECURSOS DE LINGUAGEM
Para nos comunicarmos e nos expressarmos, dispomos de vários recursos.
PALAVRAS
PALAVRAS
GESTOS
SÍMBOLOS
EXPRESSÃO FISIONÔMICA
SINAIS VISUAIS
LÍNGUA, LINGUAGEM E FALA
 LÍNGUA: é fator resultante da organização de palavras, segundo regras específicas e utilizadas por uma coletividade. É um código linguístico usado por uma sociedade e, portanto, trata-se de uma convenção entre um grupo. Então, dizemos que a língua é social.
   
LINGUAGEM: é um conjunto de signos que se relacionam entre si, de maneira organizada, formando um sistema. Como também é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a comunicação e a interação entre as pessoas. Neste sentido é possível falar em linguagem do trânsito, linguagem da matemática, linguagem dos gestos, linguagem da música e outras. 
-Linguagem verbal: é aquela que tem por unidade a palavra. 
-Linguagem não verbal: tem outros tipos de unidade, como gestos, o movimento, a imagem e etc. 
-Linguagem mista: como as histórias em quadrinhos, o cinema e a tv que utilizam a imagem e a palavra.
FALA: é o modo como a língua é utilizada, logo, parte de cada pessoa, é individual, pois cada um tem uma maneira diferente de se expressar oralmente. Muitos fatores influenciam na maneira como determinado indivíduo fala: idade, sexo, grau de escolaridade, local onde trabalha, cargo que ocupa, local onde estuda, local onde mora, profissão, o caráter, a criação, as amizades, a família de modo geral.
Para tornar efetiva a linguagem verbalizada, esta condiciona-se a dois fatores: à língua e à fala. 
Como código social, a língua não pode ser modificada arbitrariamente, em função destas regras preestabelecidas. Tal organização tende a corroborar para que o enunciado seja manifestado de forma clara, objetiva e precisa.
Esta organização básica do pensamento, opiniões e ideias subsistem em uma capacidade proferida por um modo mais individual. Tal afirmativa parte do pressuposto de que cada ser humano é único e que, para ser compreendido, não precisa se expressar igual aos outros. Cada um expõe seus sentimentos e revela sua maneira de ver o mundo de forma subjetiva, caracterizando, desta forma, a fala.
 	Enfim, todo este processo resulta no ato comunicativo como sendo uma experiência cotidiana, pois estamos a todo o momento remetendo e recebendo mensagens, as quais limitam-se a infinitas finalidades: informar, aconselhar, persuadir, entreter, expor opiniões, dentre outras.
Fonte: http://www.portugues.com.br/redacao/linguagemlinguafala.html
VARIEDADES LINGUÍSTICAS
VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS, DIALETOS E REGISTROS NO PORTUGUÊS BRASILEIRO
Antigamente 
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.
Carlos Drummond de Andrade
Ao travarmos contato com o fragmento ora exposto, percebemos que nele existem certas expressões que já se encontram em desuso, tais como: Mademoiselles, prendadas, janotas, pé-de-alferes, balaio.
Caso fôssemos adequá-las ao vocabulário atual, como ficaria?
Restringindo-se a uma linguagem mais coloquial, os termos em destaque seriam substituídos por “mina”, “gatinha”, “maravilhosas”, “saradas”, “da hora”, “Os manos”, “A galera,” “Davam uma cantada”, e assim por diante.
Perceberam que a língua é dinâmica? Ela sofre transformações com o passar do tempo em virtude de vários fatores advindos da própria sociedade, que também é totalmente mutável.
Existem diferentes variações ocorridas na língua, entre elas estão:
Variação Histórica: Aquela que sofre transformações ao longo do tempo. Como por exemplo, a palavra “Você”, que antes era vosmecê e que agora, diante da linguagem reduzida no meio eletrônico, é apenas VC. O mesmo acontece com as palavras escritas com PH, como era o caso de pharmácia, agora, farmácia.
Variação Regional: (os chamados dialetos) - São as variações ocorridas de acordo com a cultura de uma determinada região, tomamos como exemplo a palavra mandioca, que em certas regiões é tratada por macaxeira; e abóbora, que é conhecida como jerimum.
Destaca-se também o caso do dialeto caipira, o qual pertence àquelas pessoas que não tiveram a oportunidade de ter uma educação formal, e em função disso, não conhecem a linguagem “culta”.
Variação Social: É aquela pertencente a um grupo específico de pessoas. Neste caso, podemos destacar as gírias, as quais pertencem a grupos de surfistas, tatuadores, entre outros; a linguagem coloquial, usada no dia a dia das pessoas; e a linguagem formal, que é aquela utilizada pelas pessoas de maior prestígio social.
Fazendo parte deste grupo estão os jargões, que pertencem a uma classe profissional mais específica, como é o caso dos médicos, profissionais da informática, dentre outros.
Vejamos a seguir um exemplo típico de variação regional, nas palavras do poeta Oswald de Andrade:
Vício na fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.
Oswald de Andrade
DIALETOS E REGISTROS NO PORTUGUÊS BRASILEIRO
Estudar os diferentes dialetos e registros no português brasileiro ajuda-nos a compreender o interessante fenômeno da variação linguística.
As variedades linguísticas podem ser encontradas nos diferentes dialetos e registros, elementos de nossa rica identidade cultural.
Você já deve saber que a língua portuguesa, sobretudo o português brasileiro, é permeada por particularidades e características advindas do dinamismo das relações sociais: a todo o momento participamos de situações comunicacionais e, para isso, acessamos nosso léxico considerando diversos fatores, entre eles, a adequação linguística.
Os diferentes dialetos e registros no português brasileiro são importantes elementos das variações linguísticas, e compreender suas relações com o idioma é fundamental para eliminar o preconceito linguístico que desconsidera a mutabilidade e a dinamicidade da língua. Na verdade, a língua é um instrumento do falante e para o falante, constituindo-se como produto das relações históricas, sociais e culturais. Os dialetos e registros são fenômenos que comprovam na prática que não existe um modelo linguístico a ser seguido nas modalidades oral e escrita, visto que as idiossincrasias dos falantes devem ser respeitadas.
Para explicar melhor o que são dialetos e registros da língua portuguesa, observe as diferenças existentes entre os dois elementos:
♣ Dialetos: estão relacionados às variedades linguísticas próprias de uma região ou território, bem como às variações encontradas na fala de determinadosgrupos sociais. As diferenças linguísticas também estão associadas à idade dos falantes, sexo, nível de exposição aos saberes convencionais e à própria evolução histórica da língua. Observe o exemplo no poema de Zé da Luz, texto literário que ilustra de maneira artística (alguns exageros comuns aos recursos expressivos podem ser notados) características de um dialeto encontrado na região Nordeste do país:
Ai se sêsse
Se um dia nóis se gostasse
Se um dia nóis se queresse
Se nóis dois se empareasse
Se juntim nóis dois vivesse
Se juntim nóis dois morasse
Se juntim nóis dois drumisse
Se juntim nóis dois morresse
Se pro céu nóis assubisse
Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse
a porta do céu e fosse te dizer qualquer tulice
E se eu me arriminasse
E cum tu eu insistisse pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tarvês que nóis dois ficasse
Tarvês que nóis dois caísse
E o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse.
♣ Registros: estão relacionados às variedades padrão e não padrão. O grau de formalidade em determinada situação comunicacional definirá qual registro será adotado: a norma culta ou a norma popular. A melhor opção será aquela que cumprir melhor sua função social, estabelecendo assim uma maior sintonia entre os interlocutores. Isso quer dizer que cada situação requer do falante um comportamento linguístico específico: você, em uma entrevista de emprego ou em um seminário da escola, certamente adotará a norma culta, evitando assim dialetos e gírias (marcas do coloquialismo), da mesma maneira que fará escolhas linguísticas informais em suas relações cotidianas com a família e amigos. Observe um claro exemplo de inadequação linguística e seus prejuízos para a comunicação:
A tirinha acima ilustra a inadequação linguística: Calvin faz uso da norma culta em uma situação em que a norma popular seria a melhor opção.
Observar a manifestação dos diferentes dialetos e registros nos faz entender que a língua é um conjunto de variedades, e todas essas variedades são importantes. Prestigiar apenas a norma culta em detrimento da norma popular apenas colabora com o preconceito linguístico, ideia equivocada que costuma incidir principalmente sobre os falantes socialmente oprimidos. Os dialetos não são manifestações linguísticas menores, apenas evidenciam que todos estamos expostos a fatores extralinguísticos que influenciam a fala, sejam eles fatores culturais, sociais ou históricos. A norma culta é uma das variedades possíveis e deve ser utilizada em situações em que seu emprego cumpra de maneira mais eficiente a comunicação entre os interlocutores. Sendo assim, é preciso considerar as variáveis e abrir mão do conceito simplista que divide a língua apenas entre aquilo que é supostamente certo e o que é errado.
São as variações que uma língua apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. 
-Norma culta: é a língua padrão, a variedade linguística de maior prestígio social. 
-Norma popular: são todas as variedades linguísticas diferentes da língua padrão.
Dialetos: São variedades originadas das diferenças de região, de idade, de sexo, de classes ou de grupos sociais e da própria evolução histórica da língua (ex.: gíria) 
Intencionalidade discursiva: são as intenções, explícitas ou implícitas, existentes na linguagem dos interlocutores que participam de uma situação comunicativa.
NÍVEIS DE LINGUAGEM
Os níveis de linguagem dizem respeito ao uso da fala e escrita em uma determinada situação comunicativa. O emissor e o receptor devem estar em concordância para que haja entendimento. Assim sendo, cada ocasião exige uma linguagem diferente.
Temos uma norma que rege a língua escrita que é a gramática. No entanto, a fala não se trata de uma convenção, mas do modo que cada um utiliza esse acordo. Portanto, a língua falada é mais desprendida de regras, e, portanto, mais espontânea e expressiva. Por este motivo, está suscetível a transformações, diariamente. Assim, a mudança na escrita começa sempre a partir da língua falada e, por este motivo, esta é tão importante quanto à língua escrita. Contudo, não é toda alteração na fala que é reconhecida na escrita, mas somente aquelas que têm significação relevante à sociedade.
O que determinará o nível de linguagem empregado é o meio social no qual o indivíduo se encontra. Portanto, para cada ambiente sociocultural há uma medida de vocabulário, um modo de se falar, uma entonação empregada, uma maneira de se fazer as combinações das palavras, e assim por diante. 
A linguagem, por conseguinte, deve estar de acordo com o contexto em que o emissor da mensagem e o destinatário se encontram. Claro, porque você não conversa com o vizinho da mesma forma que conversa com o professor ou conversa com o representante de sala da mesma forma que conversa com o diretor ou com este do mesmo jeito que com os pais.
Então, para cada situação linguística, há uma linguagem adequada.
NÍVEIS DE FALA
Existem tipos diferentes de fala? Sim!
Uma menina diz “antão” mesmo sabendo que é “então” e um dia quando conversa com a mãe da garota entende-se o porquê! E se conversássemos com a avó, provavelmente decifraríamos a origem do problema!
Vê-se que a língua, ao partir do social para o individual, recebe um estilo próprio, mesmo que este não faça jus à norma culta. Mesmo porque não há como julgar a fala como certa ou correta, somente a escrita, pois esta se trata de um acordo normatizado e documentado. A língua é a referência, e não a fala! 
Os níveis de fala compreendem o modo como o falante se manifesta nas diversas situações vividas.
O nível culto ou formal obedece às regras da norma culta, da gramática normativa. É frequente em ambientes que exigem tal posicionamento do falante: em discursos, em sermões, apresentação de trabalhos científicos, em reuniões, etc. Logicamente, a escrita também seguirá padrões quando se trata de textos acadêmicos ou de teor científico.
O nível coloquial ou informal é a manifestação espontânea da língua. Independe de regras, apresenta gírias, restrição de vocabulário, formas subtraídas das palavras. Está presente nas conversas com amigos, familiares, pessoas com quem temos intimidade. É muito comum se ver o coloquialismo sendo utilizado em textos, principalmente da internet, como no MSN, no Orkut, blogs, etc.
FATORES DE ADEQUAÇÃO LINGUÍSTICA
A linguagem não é uniforme, sofrendo variação de acordo com o assunto, interlocutor, ambiente e intencionalidade – fatores que se referem à adequação linguística.
A linguagem, assim como a roupa, não pode ser a mesma em todos os momentos, por isso é importante atentar aos fatores de adequação linguística.
Durante muito tempo, buscou-se a uniformidade linguística, por isso, tudo o que fugia da gramática normativa era considerado erro. O objetivo era fazer com que a fala fosse transcrição fiel da escrita na norma padrão.  Atualmente, o foco não está mais no conceito de certo e errado, mas no de adequado e inadequado, porque se entende que a linguagem (processo de interação comunicativa) não é homogênea, logo haverá níveis de linguagens e  níveis de fala.
Os níveis de linguagem e de fala são determinados por alguns fatores, acompanhe-os a seguir:
O interlocutor: Os interlocutores (emissor e receptor) são parceiros na comunicação, por isso, esse é um dos fatores determinantes para a adequação linguística. O objetivo de toda comunicação é a busca pelo sentido, ou seja, precisa haver entendimento entre os interlocutores, caso contrário, não é possível dizer que houve comunicação. Por isso, considerar o interlocutor é fundamental. Por exemplo, um professor não pode usar a mesma linguagem com um aluno na faculdade e na alfabetização, logo, escolher a linguagem pensando em quem será o seu parceiro é um fator de adequação linguística.
Ambiente: A linguagem também é definida a partir do ambiente, por isso, é importante prestar atenção para não cometer inadequações.É impossível usar o mesmo tipo de linguagem entre amigos e em um ambiente corporativo (de trabalho); em um velório e em um campo de futebol; ou, ainda, na igreja e em uma festa.
Assunto: Semelhante à escolha da linguagem, está a escolha do assunto. É preciso adequar a linguagem ao que será dito, logo, não se convida para um chá de bebê da mesma maneira que se convida para uma missa de 7º dia.  Da mesma forma que não haverá igualdade entre um comentário de um falecimento e de um time de futebol que foi rebaixado.  É preciso ter bom senso no momento da escolha da linguagem, que deve ser usada de acordo com o assunto.
Relação falante-ouvinte: A presença ou ausência de intimidade entre os interlocutores é outro fator utilizado para a adequação linguística. Portanto, ao pedir uma informação a um estranho, é adequado que se utilize uma linguagem mais formal, enquanto para parabenizar a um amigo, a informalidade é o ideal.
Intencionalidade (efeito pretendido): Nenhum texto (oral ou escrito) é despretensioso, ou seja, sem pretensão, sem objetivo, todos são carregados de intenções.  E para cada intenção existe uma forma de linguagem que será compatível, por isso, as declarações de amor são feitas diferentes de uma solicitação de emprego. Há maneiras distintas para criticar, elogiar ou ironizar. É importante fazer essas considerações.
Cacoetes de linguagem: Os cacoetes de linguagem, vícios linguísticos que costumam ser insistentes e desagradáveis, podem ser encontrados na fala e, nos casos mais graves, na escrita.
“Tipo assim”, “meio que” e “cara” são alguns dos cacoetes de linguagem mais encontrados na fala! 
Atire a primeira pedra quem nunca foi vítima de um cacoete linguístico. Apesar do nome engraçado, a mania nem é muito divertida, podendo tornar-se um vício de linguagem pra lá de desagradável, especialmente para quem ouve.
Mas você sabe exatamente o que são os cacoetes de linguagem? Os cacoetes são uma espécie de muletas do idioma. Eles funcionam mais ou menos assim: são expressões que surgem em uma determinada época e acabam cristalizando-se na fala de alguns indivíduos, que as repetem exaustivamente e de maneira automática. Você pode ser uma vítima de um modismo linguístico e nem se dar conta disso! Mas certamente aqueles que conversam com você já devem ter reparado a constância irritante de alguns vícios em sua fala. Em casos extremos, os cacoetes migram da modalidade oral para a modalidade escrita, e nós sabemos que a escrita não admite erros, não é mesmo?
Os cacoetes não são neologismos, mesmo porque os neologismos não são considerados vícios de linguagem, alguns até mesmo recebem um lugar ao sol no dicionário da língua portuguesa. Essas fórmulas de raciocínio geralmente aparecem fora de contexto e esvaziadas de significação, ou seja, estão ali na frase, mas formalmente não apresentam nenhum valor linguístico. Em outros casos, os cacoetes de linguagem são vistos como uma “trapaça comunicacional”. Isso acontece quando o falante utiliza termos desnecessários apenas para rebuscar o discurso, deixando-o assim mais impactante. Mas, na maioria das vezes, os cacoetes aparecem sem que nos demos conta, servindo até mesmo como um mecanismo de autocorreção do discurso.
Selecionamos para você os cinco cacoetes de linguagem mais encontrados na modalidade oral. Certamente você deve conhecer um amigo que faz uso de todos ou de boa parte deles. Também pode ser que você se identifique, nesse caso, esperamos que os exemplos abaixo te ajudem a abandonar esse vício que incomoda muita gente. Vamos lá?
Exemplos de cacoetes de linguagem:
1. Tipo:
Essa palavrinha tem sido empregada de maneira aleatória em um discurso, perdida entre outras palavras sem nenhum tipo de utilidade. Para quem adora incluir o “tipo” em uma frase, ele pode servir, acreditem, como uma espécie de pontuação na linguagem oral:
“Eu não sei (tipo), acho melhor a gente (tipo) pensar melhor no que vai fazer para depois (tipo) não sofrer com as consequências...”.
2. Meio que:
De repente você “meio que” se identificou com nossa lista de cacoetes linguísticos? Não se desespere, conhecer os vícios de linguagem é uma ótima maneira para superá-los!
O professor (meio que) pegou os alunos de surpresa com aquela prova!
3. Tipo assim:
Se você pensou que o “tipo assim” é um vício de linguagem que só acomete os adolescentes, você está muito enganado! O “tipo assim” tornou-se uma espécie de epidemia linguística e, nos casos mais graves, pode ser encontrado até mesmo nos textos escritos. Que tal um antídoto? Formalmente, o “tipo assim” não possui nenhum valor semântico!
Ele ficou (tipo assim) chocado com a notícia que recebeu!
4. Cara
“Cara”, “tipo assim”, todo mundo conhece alguém que adora se referir às outras pessoas dessa maneira, não é mesmo? E quando o “cara” não serve nem para isso? Pois é, acontece, veja só um exemplo:
(Cara), você perdeu, (cara) o show foi muito bom, só feras (cara)!
5. Gerundismo:
Quem nunca foi vítima desse cacoete linguístico? O gerundismo é um modismo que utiliza de maneira inadequada a forma nominal gerúndio. Na tentativa de reforçar uma ideia de continuidade de um verbo no futuro, acabamos complicando o que já é suficientemente complicado, e o que antes podia ser dito de maneira mais econômica e direta foi substituído por uma intrincada estrutura que prefere utilizar três verbos em vez de apenas um ou dois:
Nós vamos estar identificando o problema e assim que pudermos estaremos entrando em contato para solucioná-lo.
Agora que você já sabe o que são os cacoetes linguísticos, você poderá evitá-los, sobretudo na linguagem escrita. Mas é importante ressaltar que diversos aspectos, como as variações linguísticas, a influência do coloquialismo e o dinamismo da comunicação, devem ser observados. A principal função da língua, que é um instrumento dos falantes e para os falantes, é auxiliar nas interações sociais, e fazer-se compreendido é o que realmente importa. Como dizem os linguistas, devemos nos adequar aos tipos de linguagem de acordo com o contexto comunicacional e sermos poliglotas em nosso próprio idioma. Pense nisso!
GÍRIA
O que é gíria? Gíria é um tipo de linguagem empregada em um determinado grupo social, mas que pode se estender à sociedade em razão do grau de aceitação.
Portanto, a gíria pode ficar restrita ou pode se tornar pública. Trata-se de um fato social obtido através da língua e, por este motivo, é definido como fenômeno linguístico e compreende:
Gíria de grupo – É restrita às pessoas do grupo, pois só elas são capazes de decifrar o que está sendo dito; código entre seus membros; meio de identificação própria, peculiar; expressão de sentimentos de restrição relativos à sociedade; representa uma escolha social.
Gíria comum – É aquela que tomou proporções maiores e atingiu a população; ocasiona vínculo com os demais, a fim de se formar uma identidade nacional; rompe com a formalidade; expressão de sentimentos de frustração, felicidade, concordância e discordância.
A expansão da gíria ocorre de acordo com a proporção social que atingiu. Então, é comum se ouvir nas ruas algo que está sendo dito em uma novela ou programa de audiência.
A gíria também acompanha os movimentos de ordem política e podem surgir nos palanques, nas manifestações de reivindicação por melhoras, nas reuniões sindicais, nas propagandas, etc.
É importante estudar a gíria e seu efeito em relação aos valores sociais, pois é um meio de se entender o mundo atual e a repercussão que os canais de comunicação detêm. No entanto, sempre estabelecendo os limites e os motivos pelos quais tal fenômeno é usado. Pois há muitos que o utilizam desordenadamente.
Saber por que as variações linguísticas ocorrem é válido, no entanto, deve-se ter cuidado para não se fazer apologia em respeito a elas.
Alguns tipos de gírias comuns:
“Abrir o jogo”- contar a verdade
“Baixar a bola” – acalmar
“Arregaçar as mangas” – dar início a um trabalho
“paty” ou “patricinha” – rica, bem-vestida, mulher fresca
“baranga”,“tribufu” – mulher feia
“playboy” ou “mauricinho” – garoto rico ou que quer aparentar que é
“bater na mesma tecla” – insistir
“bater boca” – brigar, discutir
“com a faca e o queijo na mão” – com tudo para resolver um problema
“dar com a língua nos dentes” – fofocar, contar um segredo
“fazer vista grossa” – fingir que não viu algo importante, negligenciar
“Mudar da água para o vinho” – mudar radicalmente para melhor
A ORALIDADE E A ESCRITA
Muitas vezes quando você pega sua redação corrigida pelo professor, encontra a seguinte mensagem: evite usar a oralidade!
A não ser que seja uma narração, e a linguagem oral seja uma característica da personagem, a fala deve ficar restrita às nossas conversas informais com os amigos ou familiares.
Mas por que usar a oralidade em um texto é tão ruim? Porque não é o momento apropriado para que isso ocorra. A modalidade escrita exige uma formalidade e um planejamento que a modalidade falada não possui.
A linguagem coloquial é mais proeminente em situações informais, nas quais o apego à gramática é desnecessário. Portanto, é incoerente utilizar essa mesma linguagem para circunstâncias divergentes, como no caso da elaboração de uma redação dissertativa ou de qualquer tipo de texto que será avaliado.
Claro, lembre-se que há a exceção apontada acima: em narrações ou na reprodução da fala de alguém o uso do coloquialismo é coerente!
Tudo depende da adequação à situação experimentada. Por exemplo, o telejornal é falado, contudo, os textos ali pronunciados pertencem à modalidade escrita. Não seria conveniente que um dos apresentadores falasse: E aí, pessoas! Boa noite! Vocês sabiam que os senadores inventaram outro “ganha pão”? Agora eles têm um dinheiro extra só para comprar ternos! Tem cabimento?
Então, comece a observar se o emprego de termos ou expressões em sua redação está coerente com a linguagem que o texto exige, pois a falta dessa análise pode custar a falta de entendimento, bem como alguns pontinhos na hora da avaliação!
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO 
Para que haja comunicação, alguns elementos são essenciais. Muitas vezes não os notamos, mas cada vez que estabelecemos contato com alguém de alguma forma, eles estão presentes.
Veja cada um e sua função, separadamente:
Emissor: é aquele que emite, ou seja, que pronuncia ou envia uma mensagem. Também é chamado de remetente.
Receptor: é aquele que recebe a mensagem enviada pelo emissor. Como a mensagem é destinada a ele, também é chamado de destinatário, denominação comum em envelopes de correios.
Mensagem: é o conteúdo que é expedido, enviado.
Código: o modo como a mensagem é transmitida (escrita, fala, gestos, etc.)
Canal: é a fonte de transmissão da mensagem (revista, livro, jornal, rádio, TV, ar, etc.)
Contexto: situação que envolve emissor e receptor
Agora, você terá como identificar cada um dos elementos nos mais variados atos comunicativos. Irá percebê-los toda vez que ler uma revista ou jornal, na conversa com um amigo, quando assistir um canal de TV ou quando ouvir uma música no rádio.
É importante saber os elementos envolvidos na comunicação, pois dessa forma você consegue saber, por exemplo, que tipo de linguagem o emissor está usando, conforme o canal utilizado ou que tipo de texto um emissor escolheu para falar de determinado contexto e o porquê desta escolha. Quem reflete sobre isso, tem mais capacidade de desenvolver seu lado crítico. Pois se o indivíduo sabe a origem da comunicação (emissor), o público-alvo (receptor), o conteúdo e a linguagem utilizada (mensagem e código), conseguirá relacionar essas informações com o objetivo do ato comunicativo dentro do contexto, da situação vivenciada no momento!
Então, quanto mais se comunicar, mais reflexivo e crítico (construtivista) se tornará! E é fácil: é necessário apenas que você usufrua dos subsídios comunicativos apontados acima!
Importante: ser crítico é diferente de ser opiniático. O primeiro tem uma posição formada a partir de leituras diferentes e da reflexão sobre elas. O segundo apenas emite sua opinião sem muitos pudores.
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Os elementos da comunicação estão relacionados com as funções da linguagem. Nenhum ato de fala é desprovido de ambos os conceitos.
Os elementos da comunicação estão relacionados com as funções da linguagem, seja ela escrita ou oral.
Você já prestou atenção na quantidade de atos de comunicação em que estamos envolvidos em nosso dia a dia? Os humanos, estes seres sociais, estão sempre utilizando as mais diversas formas de linguagem para estabelecer algum tipo de contato com o outro, que sempre é visto como um interlocutor em potencial.
Acontece que esses atos de comunicação não acontecem de maneira aleatória. Podem acontecer de maneira intuitiva, mas sempre com alguma intenção, seja ela explícita ou não. Foi para sistematizar e explicar a comunicação que o linguista russo Roman Jakobson elaborou seu famoso modelo, no qual operam seis fatores essenciais (chamados de elementos da comunicação) para que a comunicação aconteça:
contexto
 mensagem
remetente <----------------------------------> destinatário
 contato
 código
Todos os fatores envolvidos no modelo de Roman Jakobson são imprescindíveis para a comunicação verbal. Quando elaboramos uma mensagem, pensamos também nos sentidos que queremos atribuir a ela, pois todo ato comunicacional é permeado por intenções. Nesse momento, quando imbuímos a comunicação de sentidos e finalidades, surgem as funções da linguagem:
referencial
poética
emotiva <-----------------------------------> conativa
fática
metalinguística
Os elementos da comunicação estão intrinsecamente relacionados com as funções da linguagem. Para melhor exemplificar a relação existente entre esses dois fatores fundamentais da comunicação, observe o esquema:
contexto
função referencial
mensagem
remetente              função poética           destinatário
função emotiva <-----------------------------------> função conativa
contato
função fática
código
função metalinguística
Observando o último esquema, é possível notar a relação existente entre os elementos da comunicação e as funções da linguagem. É importante ressaltar que, embora em uma mesma mensagem verbal possam conviver diferentes funções, sempre uma delas irá se destacar, estabelecendo assim uma diferente ordem hierárquica de funções.
Função Conativa
A função conativa figura entre as seis funções da linguagem. O uso dos verbos no modo imperativo e o emprego da 2ª pessoa do singular são suas principais características.
A função conativa figura entre as seis funções da linguagem e é encontrada na publicidade e em outros gêneros cujo discurso esteja focado no receptor
As funções da linguagem estão presentes nas mais variadas produções discursivas, sejam elas orais, escritas ou extralinguísticas. As funções são responsáveis por apontar o direcionamento da mensagem para os elementos da comunicação, ou seja, cada função tem como objetivo atingir um alvo específico.
Embora uma mensagem possa atingir mais de um elemento da comunicação, geralmente há uma hierarquia de funções, isto é, uma determinada função predomina sobre a outra. No caso da função conativa da linguagem, o alvo da mensagem é o receptor (ou destinatário). Essa mensagem, que tem como objetivo chamar a atenção de alguém para alguma coisa é muito encontrada nos anúncios publicitários, por esse motivo, a função conativa e a publicidade são normalmente associadas:
Na função conativa coercitiva, o discurso é construído na 2ª pessoa do singular. Há também o emprego dos verbos no modo imperativo.
No anúncio publicitário acima, é possível observar com facilidade as principais características da função conativa através da apresentação de um discurso construído na 2ª pessoa do singular (tu/você), que tem como objetivo interpelar ou estabelecer um diálogo com o receptor, e o uso dos verbos no imperativo, expressando abertamente a intenção de convencer o alvo da mensagem (Invista emvocê. Faça Yázigi). Nesse caso, utilizou-se o método coercitivo, que impõe ao receptor a execução de determinado tipo de comportamento.
A função conativa também pode ser volitiva, ou seja, revelar uma vontade do autor de maneira menos incisiva do que aquela encontrada na função conativa coercitiva. Observe o exemplo:
Na função conativa volitiva, o discurso do emissor é menos incisivo. Mas a função conativa também pode ser encontrada em outros gêneros. Ela está presente nos discursos políticos, no horóscopo, nos livros de autoajuda, entre outros. Observe um texto cuja mensagem está centrada na função conativa:
 
	Coisas que você não deve fazer enquanto estiver estudando:
Deixar de estudar uma matéria porque você não gosta dela - Nem todo mundo gosta de matemática. Mas você conhece alguém que tenha passado em um vestibular, por exemplo, sem saber o mínimo da matéria? O importante é intercalar: se você detesta matemática e adora história, pode começar com a primeira e, depois, se concentrar na disciplina mais "prazerosa";
Deixar dúvidas para trás - Não tirar dúvidas pode trazer sérios problemas. E se o que cair na prova for justamente o que você ficou com dúvida? É importante que o estudante frequente plantões ou arranje outros métodos para tentar entender o assunto. Durante os estudos, é prudente que ele anote os pontos obscuros da matéria para evitar que os esqueça;
Comer algo (muito) diferente na véspera de uma prova - Imagine a situação: um estudante tem, por hábito, comer uma feijoada de café da manhã, todos os dias. No dia do vestibular, ele decide comer algo "leve" e encara uma salada. O resultado é que, se ele não tiver sorte, pode até desmaiar de fome durante a prova. Claro que, em um dia de provas, o estudante deve preferir alimentos que deem energia (macarrão pode ser uma saída, por exemplo). No entanto, não dá para ingerir algo muito diferente do que se está habituado - o efeito pode ser pior. Peixes magros, linhaça, frutas amarelas e cítricas, muita água e chocolate amargo são alimentos que ajudam a manter a concentração;
Não parar para descansar - Não estude mais do que quatro horas por dia, além do período que você está na escola. Maria Beatriz Loureiro de Oliveira, coordenadora do serviço de orientação do campus de Araraquara da Unesp (Universidade Estadual Paulista), recomenda uma soneca, caso o estudante esteja em casa depois de voltar da escola. "Descanse no mínimo 20 minutos. Uma cochilada. Eu fazia isso com meus filhos. Antes das 15h, não comece".
Texto retirado de educação.uol
Lembre-se de que os atos discursivos, linguísticos ou extralinguísticos, não são desprovidos de uma intenção por parte do emissor, sendo que cada um deles está focado em um dos elementos da comunicação (emissor, receptor, código, canal de comunicação e contexto). Conhecer as funções da linguagem ajuda no reconhecimento dessas intenções, assim como pode também aprimorar o uso da linguagem.
Função Emotiva
Na função emotiva, a mensagem está centrada no emissor. Dela são oriundos textos permeados pela subjetividade e expressividade.
A função emotiva apresenta marcas gramaticais que podem facilitar seu reconhecimento. Entre elas, o uso dos verbos e pronomes na primeira pessoa:
Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente 
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário o 
cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de excepção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora 
de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário 
do amante exemplar com cem modelos de cartas 
e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
Manuel Bandeira
O poema que você leu agora é de autoria de Manuel Bandeira, um dos maiores representantes da Literatura brasileira. Poética é um excelente exemplo da função emotiva da linguagem, uma das seis funções da linguagem, cuja principal característica é a mensagem voltada para o emissor, um dos elementos da comunicação.
Na função emotiva, a expressividade é construída através do uso da primeira pessoa do singular. Nela, ganha voz o eu-lírico, que se posiciona de maneira incisiva em relação ao tema que está desenvolvendo. Como resultado desse processo, surgem textos permeados pela subjetividade, comuns na literatura, no cinema, no teatro, na música, em anúncios publicitários e em várias manifestações artísticas.
“Eu não gosto do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto
Eu aguento até rigores
Eu não tenho pena dos traídos
Eu hospedo infratores e banidos
Eu respeito conveniências
Eu não ligo pra conchavos
Eu suporto aparências
Eu não gosto de maus-tratos
Mas o que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto (...)”.
(Senhas – Adriana Calcanhotto)
Existem, na função emotiva, algumas marcas linguísticas peculiares, como o uso dos verbos e dos pronomes em primeira pessoa, interjeições (que revelam o estado emocional do emissor), adjetivos valorativos e ocorrência de alguns sinais de pontuação como reticências e pontos de exclamação. Observe como ela pode estar presente nos mais diversos gêneros textuais:
 Vida de passarinho. Caulos. Porto Alegre: L&PM, 1989. p. 25
Também são exemplos de função emotiva depoimentos, entrevistas, narrativas de caráter memorialista e críticas subjetivas. Na função emotiva, também conhecida como função expressiva, o destaque vai para a subjetividade do emissor que, através dos recursos expressivos utilizados, conta com a adesão do interlocutor ao conteúdo informado.
Função Fática
Quando a ênfase da comunicação está no contato estabelecido com o destinatário, damos a ela o nome de função fática da linguagem.
A função fática está presente nas conversas ao telefone, nas conversas de elevador e até mesmo quando não há nada importante para dizer.
As funções da linguagem têm nos elementos da comunicação o seu alvo. A função que está centrada no canal da comunicação é conhecida como função fática da linguagem, figurando entre as seis funções definidas no modelo de comunicação proposto pelo linguista russo Roman Jakobson.
Afinal, o que é função fática e para que ela serve? Essa função é responsável por checar o funcionamento adequado do canal de comunicação. Ela está presente em vários momentos de nosso dia, nas simples conversas ao telefone e até mesmo nas conversas despretensiosas que se iniciam dentro de um elevador.
Na função fática, a intenção é testar o canal da comunicação através de expressões que chamem a atenção do destinatário para a mensagem produzida.
Nesse tipo de comunicação, a preocupação do emissor é manter contato com o destinatário, prolongando a conversa e certificando-se de que o canal está aberto através do uso de expressões como “veja bem”, “olhe só”, “entende?”, “você está me ouvindo?”, etc. A função fática tem como característica predominante criar solidariedade, ou seja, estabelecer e manter funcionando os vínculos sociais que nos prendem no grupo. Quando você cumprimenta alguém, você está mantendo contato com um interlocutor em potencial, além de estar participando dos costumes verbais que integram as pessoas. 
Observe um exemplo de função fática na letra da música “Sinal fechado”, de Paulinho da Viola:
Olá, como vai ?
Eu vou indo e você, tudo bem ?
Tudo bem eu vou indo correndo
Pegar meu lugar no futuro, e você ?
Tudo bem, eu vou indo em busca
De um sonotranquilo, quem sabe ...
Quanto tempo... pois é...
Quanto tempo...
Me perdoe a pressa
É a alma dos nossos negócios
Oh! Não tem de quê
Eu também só ando a cem
Quando é que você telefona ?
Precisamos nos ver por aí
Pra semana, prometo talvez nos vejamos
Quem sabe ?
Quanto tempo... pois é... (pois é... quanto tempo...)
Tanta coisa que eu tinha a dizer
Mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer
Mas me foge a lembrança
Por favor, telefone, eu preciso
Beber alguma coisa, rapidamente
Pra semana
O sinal ...
Eu espero você
Vai abrir...
Por favor, não esqueça,
Adeus...
 
Pois é, mesmo quando você acha que está “jogando conversa fora”, você está exercitando a linguagem, já que até os diálogos informais e despretensiosos têm uma função dentro da comunicação. Interromper aquele silêncio constrangedor que toma conta do elevador quando estão só você e um outro desconhecido é uma importante função da fala, pois, vivendo em sociedade, torna-se praticamente impossível falar unicamente quando temos alguma coisa importante para dizer. Viu só? Todo ato comunicacional tem a sua serventia!
Função Metalinguística
Na função metalinguística, a mensagem está centrada no código. Pode ocorrer nas mais diversas manifestações artísticas.
Na função metalinguística, a mensagem está centrada no código, seja ele linguístico ou extralinguístico. 
Para atingir os elementos da comunicação (emissor, receptor, código, mensagem e contexto), as funções da linguagem são constituídas por seis diferentes opções, que podem conviver — de maneira hierárquica — nos diversos tipos de texto, sejam eles linguísticos ou extralinguísticos. Entre as seis funções esquematizadas pelo linguista russo Roman Jakobson, está a função metalinguística da linguagem.
Na função metalinguística, o foco da mensagem é o código, seja ele linguístico (a escrita ou a oralidade), seja extralinguístico (música, cinema, pintura, fotografia, gestualidade etc.). Quando o emissor preocupa-se com o código, ele produz aquilo que chamamos de metalinguagem. Observe como ele pode manifestar-se na linguagem literária:
Poema que aconteceu
Nenhum desejo neste domingo 
nenhum problema nesta vida 
o mundo parou de repente 
os homens ficaram calados 
domingo sem fim nem começo. 
A mão que escreve este poema 
não sabe o que está escrevendo 
mas é possível que se soubesse 
nem ligasse.
Carlos Drummond de Andrade
No poema de Drummond, o tema é o próprio ato de escrever poesia, ou seja, o código, no caso a linguagem poética, é o assunto do texto. O poema é uma descrição do ato de fazer um poema. Observe como a metalinguagem pode ser encontrada nas artes plásticas e na publicidade:
La clairvoyance, ou A perspicácia, de René Magritte. Autorretrato do artista pintando um pássaro, 1936.
Na tirinha Garfield, do desenhista Jim Davis, o código, ou seja, a própria tirinha, é o alvo da mensagem.
A função metalinguística pode ser encontrada nos diversos gêneros, inclusive nos anúncios publicitários.
Podemos afirmar que a função metalinguística não tem o objetivo de significar por si, mas sim o objetivo de dizer o que o outro significa. Conhecer as funções da linguagem pode contribuir para o entendimento de cada mensagem enunciada em um contexto comunicacional, seja ele linguístico ou não.
Função Poética
Na função poética, a mensagem está voltada para sua própria estruturação. Pode manifestar-se na linguagem verbal e não verbal.
A função poética pode ser encontrada nos textos literários e também nas artes plásticas. Assim como as demais funções da linguagem, a função poética também apresenta um discurso construído para atingir um dos elementos da comunicação (emissor, receptor, código, mensagem e contexto). Diferentemente do que acontece com as outras funções, na função poética, a mensagem é voltada para seu processo de estruturação, cujo objetivo é encontrar maneiras que melhorem a elaboração da própria mensagem.
A função poética não apresenta uma finalidade prática, mas sim estética. Isso acontece porque o próprio objeto – a mensagem – torna-se o foco de si mesmo, despertando a reação pelo o que é, e não por aquilo para que serve. Não apresenta, portanto, caráter utilitário, sua subjetividade pode levar à construção de vários sentidos para um mesmo texto, o que a torna multissignificativa. Observe como a função poética da linguagem pode manifestar-se nos elementos linguísticos ou extralinguísticos:
O Anel de Vidro
Aquele pequenino anel que tu me deste,
— Ai de mim — era vidro e logo se quebrou
Assim também o eterno amor que prometeste,
— Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.
Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou, —
Aquele pequenino anel que tu me deste,
— Ai de mim — era vidro e logo se quebrou
Não me turbou, porém, o despeito que investe
Gritando maldições contra aquilo que amou.
De ti conservo no peito a saudade celeste
Como também guardei o pó que me ficou
Daquele pequenino anel que tu me deste.
Manuel Bandeira
A eternidade, Arnaldo Antunes. Publicado inicialmente no livro 2 ou + corpos no mesmo espaço. São Paulo: Iluminuras, 1997.
A Noite Estrelada é uma das mais conhecidas pinturas do artista holandês Vincent van Gogh. Encontra-se no Museu de Arte Moderna de Nova York
Na linguagem verbal, a função poética busca por elementos que enriqueçam a construção da mensagem. O mais importante entre esses elementos é a eufonia (sucessão de sons agradáveis), além do emprego de figuras de linguagem e outros recursos que conferem maior expressividade ao texto. Além da prosa e da poesia, a função poética também pode ser encontrada na fotografia, na música, no teatro, no cinema, na pintura e em qualquer modalidade discursiva que apresente uma maneira diferente de elaborar o código, transgredindo a visão convencional à qual estamos habituados.
Função Referencial
A função referencial está presente na maioria dos textos acessados em nosso dia a dia. Sua principal característica é a informatividade.
Nos textos em que predomina a função referencial, a informatividade é a principal característica. 
Conhecer as funções da linguagem e o papel que elas desempenham na comunicação é essencial para compreendermos os elementos discursivos presentes nas mais variadas situações. Existem diferentes linguagens, apoiadas em diferentes conceitos, que transmitem exatamente aquilo que o enunciador pretende dizer.
Como você já sabe, as funções da linguagem, conceito delimitado pela teoria do linguista russo Roman Jakobson, destinam-se aos elementos que compõem o ato comunicacional (emissor, receptor, código, mensagem e contexto). Entre as seis funções, a mais utilizada em nosso dia a dia é a função referencial, cuja mensagem está centrada no contexto. Ela também é conhecida como função informativa, não por acaso, já que a intenção do emissor desse tipo de mensagem é transmitir ao interlocutor dados da realidade de uma forma objetiva e direta. Observe alguns exemplos de função referencial da linguagem:
	Dólar fecha abaixo de R$ 2,20 pela primeira vez em quase oito meses
Em 30 de outubro do ano passado, a cotação chegou a fechar em R$ 2,192 para venda
 
Pela primeira vez em quase oito meses, o dólar comercial fechou abaixo de R$ 2,20. A moeda norte-americana encerrou o dia com queda de 0,44%, vendida a R$ 2,196. O valor é o menor desde 30 de outubro do ano passado, quando a cotação tinha fechado a R$ 2,192 para venda.
O câmbio começou a sessão em alta. Na máxima do dia, por volta das 9h15, o dólar comercial chegou a ser vendido a R$ 2,213. Nas horas seguintes, a alta diminuiu, até que a cotação inverteu a tendência e passou a cair por volta das 15h30 até encerrar no nível mínimo do dia.
Desde que o Banco Central (BC) anunciou, na terça-feira (26/6), a extensão do programa de venda de dólares no mercado futuro até pelo menos o fim do ano, o dólar não para de cair. Ontem, a moeda norte-americana havia caído 1%.
Previstas paraacabar no fim do mês, as intervenções do BC para segurar o dólar foram prorrogadas até 31 de dezembro, com possibilidade de serem estendidas por mais tempo. A autoridade monetária continuará a injetar US$ 200 milhões por dia em contratos de swap cambial (venda de dólares no mercado futuro) e a leiloar dólares das reservas internacionais com compromisso de recompra em momentos de instabilidade no câmbio.
Disponível em Correio Braziliense
A função referencial predomina em textos dissertativos, técnicos, instrucionais e jornalísticos, tipos que têm a informatividade como característica principal. Suas peculiaridades linguísticas são as frases estruturadas na ordem direta, linguagem denotativa e a construção do discurso na terceira pessoa. Além de estar presente na linguagem verbal (conteúdo linguístico), pode manifestar-se também na linguagem não verbal (conteúdo extralinguístico). Observe os exemplos:
Os mapas, ferramentas utilizadas principalmente nas aulas de Geografia e História, são exemplos de função referencial não verbal.
"Natureza-morta com maçãs e laranjas" (1895-1900) é uma das obras mais famosas do pintor francês Paul Cézanne.
Os manuais de anatomia fazem parte dos recursos de representação, cuja característica principal é a predominância da função referencial.
Analisando os exemplos utilizados, podemos concluir que, na maioria dos textos acessados em nosso cotidiano, a função referencial está presente. Isso acontece porque a finalidade maior de todo ato de comunicação é transmitir uma informação. Em algumas mensagens, a função referencial predomina e é até mesmo exclusiva. Em outras, ela pode constar em menor grau, pois em um mesmo texto podem estar inscritas várias funções. Contudo, é preciso atenção para reconhecer a função que cumpre um papel hierarquicamente superior nos contextos linguísticos e extralinguísticos.
Conceituando:
Texto: É uma unidade linguística concreta, percebida pela audição (na fala) ou pela visão (na escrita), que tem unidade de sentido e intencionalidade comunicativa.
 
Discurso: É a atividade comunicativa capaz de gerar sentido desenvolvida entre interlocutores. Além dos enunciados verbais, engloba outros elementos do processo comunicativo que também participam da construção do sentido do texto. 
Coesão textual são as articulações gramaticais existentes entre palavras, orações, frases, parágrafos e partes maiores de um texto que garantem sua conexão sequencial. 
Coerência textual é o resultado da articulação das ideias de um texto; é a estruturação lógico- semântica que faz com que numa situação discursiva palavras e frases componham um todo significativo para os interlocutores. 
Fonte: http://www.estudanet.hpg.ig.com.br/l-l.htm
http://www.mundoeducacao.com/redacao/giria-1.htm

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