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Direito Constitucional I - parte 1

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DIREITO CONSTITUCIONAL I - 2017.1 
PROFESSOR MS. LUIZ FELIPE PINHEIRO NETO 
professorluizpinheiro@gmail.com 
 
Ponto I – TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: 
Direito Constitucional: noção, objeto e conteúdo. 
Constitucionalismo: sentidos, evolução, antigo, medieval, moderno, 
contemporâneo, neoconstitucionalismo e transconstitucionalismo. 
 
1. O ESTUDO DO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 Direito Constitucional é a ciência que propicia o conhecimento da organização 
fundamental do Estado. Ou seja, refere-se à estruturação do poder político, seus 
contornos jurídicos e limites de atuação (direitos humanos fundamentais e 
controle de constitucionalidade). 
 O Estudo do Direito Constitucional é o estudo da aplicação e interpretação da 
constituição, das normas fundamentais do Estado, sua organização e estruturação 
política, bem como os limites de atuação e os princípios fundamentais que o 
norteiam. 
 É um estudo que aborda fatores políticos, econômicos, sociais, culturais, 
religiosos e antropológicos que circunscrevem os ordenamentos constitucionais. 
 
 Jorge Miranda: Direito Constitucional é “a parcela da ordem jurídica que rege o 
próprio Estado, enquanto comunidade e enquanto poder. É o conjunto de normas 
(dosposições e princípios) que recordam o contexto jurídico correspondente à 
comunidade política como um todo e aí situam os indivíduos e os grupos uns em 
face dos outros e em frente ao Estado-poder e que, ao mesmo tempo, definem a 
titularidade do poder, os modos de formação e manifestação da vontade política, 
os órgãos de que esta carece e os actos em que se concretiza.” 
 
 José Afonso da Silva: “O direito constitucional configura-se como Direito 
Público fundamental, por referir-se diretamente à organização e funcionamento 
do Estado, à articulação dos elementos primários do mesmo e ao estabelecimento 
das bases da estrutura política.” 
 A divisão do direito é meramente didática, por conveniência acadêmica, 
classificando-se em direito público (que estuda as relações entre os particulares e 
o Estado e abrange também o direito administrativo, ambiental, econômico, penal, 
processual...) e privado (relações entre particulares - direito civil e o comercial, 
classicamente). 
 Esta dicotomia estaria superada com a “Constitucionalização do Direito”, que 
implica inclusive na “constitucionalização do direito privado”. 
 Modernamente, vem se entendendo que o direito é uno e indivisível, devendo ser 
estudado como um grande sistema harmônico. 
 
 Ingo Sarlet: “A primeira e principal característica do direito constitucional reside 
na sua supremacia hierárquica, no sentido de que as normas constitucionais 
prevalecem em relação a toda e qualquer forma normativa (incluídas as leis 
elaboradas pelo Poder Legislativo) e todo e qualquer ato jurídico na esfera interna 
da ordem estatal. Tal característica corresponde ao postulado da supremacia da 
constituição e de que esta é a expressão da vontade de um poder constituinte, já 
que as normas constitucionais encontram seu fundamento de validade na própria 
constituição (razão pela qual se aqui fala em autoprimazia normativa), e não em 
alguma outra fonte normativa que lhes seja externa e superior, do que resulta não 
apenas a distinção entre direito constitucional e direito ordinário, mas também o 
postulado da constitucionalidade das leis e atos normativos infraconstitucionais, 
que não poderão, portanto, estar em desconformidade com a Constituição.” 
 
 Alexandre de Moraes: “Como produto legislativo máximo do Direito 
Constitucional encontramos a própria Constituição, elaborada para exercer dupla 
função: garantia do existente e programa ou linha de direção para o futuro.” 
 
Alguns doutrinadores entendem que o estudo do Direito Constitucional envolve sua 
compreensão em seguimentos: em Direito Constitucional positivo, Direito Constitucional 
comparado, Direito Constitucional geral, Direito Constitucional material e formal, Direito 
Constitucional internacional e Direito Constitucional comunitário. 
 Direito Constitucional positivo: Análise das normas fundamentais vigentes, 
interpretação, crítica e sistematização destas normas. Há o exame das 
peculiaridades da organização jurídica de cada Estado (daí se falar ainda em 
Direito Constitucional particular, especial ou interno) 
 Direito Constitucional comparado: Análise de diversas Constituições para obter 
da comparação dessas normas positivas dados sobre semelhanças ou diferenças 
que são úteis ao estudo jurídico, captando o que há de essencial na unidade e na 
diversidade entre elas. 
 Direito Constitucional geral: Utiliza normas positivas, peculiares ao Direito 
Constitucional daquele Estado, estabelecendo conceitos, princípios e apontando 
tendências gerais. Ou seja, é a própria teoria geral do Direito Constitucional. 
 Direito Constitucional material: Entende-se o conjunto de normas jurídicas que 
traçam a estrutura, as atribuições e as competências dos órgãos do Estado. Para 
entender a funcionalidade do Direito Constitucional material, deve-se entender 
que ele se reporta ao conteúdo das disposições constitucionais, determinando a 
substância, a estrutura, a competência, os direitos dos cidadãos, os fins essenciais 
da organização política. 
 Direito Constitucional formal: Entendimento da Constituição como conjunto de 
normas e princípios inseridos num documento solene, que só pode ser elaborado 
e modificado mediante a observância de um procedimento técnico e cerimonioso, 
instituído especificamente para esse fim. 
 Direito Constitucional internacional: Estudo do conjunto de normas e 
princípios que disciplinam as relações entre preceitos de Estados estrangeiros e as 
normas constitucionais de determinado país, fusão de dois ramos do fenômeno 
jurídico: constitucional e internacional. 
 Direito Constitucional comunitário: Análise do subsistema normativo 
integrante de uma realidade maior, o Direito comunitário. A expressão “Direito 
Constitucional comunitário” não designa um novo ramo da ciência do Direito, lida 
com um conjunto de normas supranacionais, as quais consignam disposições 
comuns aos Estados membros da associação. 
 
 
A IDÉIA CONSTITUCIONAL 
 Canotilho: “Constituição ideal e Estado constitucional são o suporte de uma idéia 
e de uma ideologia: a idéia constitucional e a ideologia do constitucionalismo. A 
idéia constitucional, também designada por telos constitucional (Loewenstein), 
significa, em síntese, a criação de instituições através de lei formal para limitar e 
controlar o poder político e vincular o exercício desse poder a normas 
bilateralmente vinculantes para os detentores dos poderes políticos e para os 
cidadãos (Kági). A ordenação da comunidade política através de um documento 
escrito, de uma lei formal-constitucional, torna claro que para o 
constitucionalismo a constituição já não é o modo de ser de ordenação da 
comunidade mas o acto constitutivo dessa ordenação no plano sensível (Rogério 
Soares). O constitucionalismo exprime também uma ideologia: ‘o liberalismo é 
constitucionalismo, é o governo das leis e não dos homens’ (McIlwain). A idéia 
constitucional deixa de ser apenas a limitação do poder e a garantia de direitos 
individuais para se converter numa ideologia, abarcando os vários domínios da 
vida política, econômica e social (ideologia liberal ou burguesa). Por isso se pôde 
afirmar já que o constitucionalismo moderno é, sob o ponto de vista histórico, um 
‘produto da ideologia liberal.’” 
 
 
2. CONSTITUCIONALISMO 
2.1. CONCEITO DE CONSTITUCIONALISMO 
 André Ramos Tavares: “(...) numa primeira acepção, emprega-se a referência ao 
movimento político-social com origens históricas bastante remotas que pretende, 
em especial, limitaro poder arbitrário. Numa segunda acepção, é identificado com 
a imposição de que haja cartas constitucionais escritas. Tem-se utilizado, numa 
terceira acepção possível, para indicar os propósitos mais latentes e atuais da 
função e posição das constituições nas diversas sociedades. Numa vertente mais 
restrita, o constitucionalismo é reduzido à evolução histórico-constitucional de 
um determinado Estado.” 
 Lenio Luis Streck: "o constitucionalismo pode ser visto, em seu nascedouro, como 
uma aspiração de uma Constituição escrita, como modo de estabelecer um 
mecanismo de dominação lega-racional, como oposição à tradição do medievo, 
onde era predominante o modo de dominação carismática, e ao poder absolutista 
do rei, próprio da primeira forma do Estado Moderno". 
 Barroso: “Constitucionalismo significa, em essência, limitação do poder e 
supremacia da lei (Estado de Direito, rule of the law, Rechtsstaat). O nome sugere, 
de modo explícito, a existência de uma Constituição, mas a associação nem 
sempre é necessária ou verdadeira. Há pelo menos um caso notório em que o ideal 
constitucionalista está presente independentemente de Constituição escrita – o do 
Reino Unido – e outros, muito mais numerosos, em que ele passa longe, apesar 
da vigência formal e solene de Cartas escritas. Exemplo inequívoco é o fornecido 
pelas múltiplas ditaduras latino-americanas nos últimos quarenta anos. Não basta, 
portanto, a existência de uma ordem jurídica qualquer. É preciso que ela seja 
dotada de determinados atributos e que tenha legitimidade, a adesão voluntária e 
espontânea de seus destinatários.” 
 
 Em um sentido amplo, Constitucionalismo é o fenômeno relacionado ao ato de 
todo Estado possuir uma constituição em qualquer época da humanidade, 
independentemente do regime político adotado ou do perfil jurídico que lhe 
pretenda irrogar; 
 Em um sentido estrito, é a técnica jurídica de tutela de liberdades, surgida nos fins 
do século XVIII, que possibilitou aos cidadãos exercerem, com base em 
constituições escritas, os seus direitos e garantias fundamentais, sem que o Estado 
lhes pudesse oprimir pelo uso da força e do arbítrio. 
 
 Alexandre de Moraes: “A origem formal do constitucionalismo está ligada às 
Constituições escritas e rígidas dos Estados Unidos da América, em 1787, após a 
independência das 13 Colônias, e da França, em 1971, a partir da Revolução 
francesa, apresentando dois traços marcantes: organização do Estado e limitação 
do poder estatal, por meio da previsão de direitos e garantias fundamentais.” 
 Ou seja, está ligada com o surgimento do ESTADO LIBERAL. 
 
2.2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONSTITUCIONALISMO – 
ANTIGUIDADE, IDADE MÉDIA E IDADE MODERNA 
Antiguidade – pré-Constitucionalismo primitivo: 
 Canotilho: “As constituições escritas são uma criação da época moderna. No 
entanto, todas as sociedades politicamente organizadas, quaisquer que sejam as 
suas estruturas sociais, possuem certas formas de ordenação susceptíveis de serem 
designadas por constituição.” 
 Hebreus (limitações ao poder político - Torah) e Cidades-Estados gregas 
(democracia direta – A constituição como modo de ser da comunidade). 
 Canotilho: “Aristóteles oferece-nos um conceito de constituição (politeia) que 
significa o próprio modo de ser da polis, ou seja, a totalidade da estrutura social 
da comunidade. (...) No conceito aristotélico de constituição juntam-se dois 
aspectos modernos: (1) a constituição como ordenamento fundamental de uma 
associação política; (2) a constituição como conjunto de regras organizatórias 
destinadas a disciplinas as relações entre os vários órgãos de soberania.” 
 Direito Romano (A constituição como organização jurídica do povo): No império, 
eram fonte escrita de direito (com valor de lei). Na República, é vista como 
organização jurídica do povo. 
 Barroso: “A despeito de seu caráter aristocrático, o poder na República era 
repartido por instituições que se controlavam e temiam reciprocamente. (...) 
Quando a República ruiu e deu-se a coroação do imperador, não foi o fim de 
Roma, cujo domínio duraria ainda mais meio milênio. O que terminou na véspera 
do início da era cristã, foram a experiência e o ideal constitucionalistas, que 
vinham dos gregos e haviam sito retomados pelos romanos. A partir dali, o 
constitucionalismo desapareceria do mundo ocidental por bem mais de mil anos, 
até o fim da Idade Média.” 
 
Idade Média: 
 Canotilho: “Na Idade Média assistimos ao desenvolvimento da noção de LEI 
FUNDAMENTAL. Nos primeiros tempos, corresponde a sedimentação, em 
termos vagos, de um conjunto de princípios ético-religiosos e de normas 
consuetudinárias ou pactícias, que vinculam reciprocamente o rei e as várias 
classes sociais, não podendo ser violadas pelo titular do poder soberano.” 
 Magna Charta (1215), na Inglaterra, imposta ao rei João sem Terra, era um 
documento que resguardava os direitos feudais dos barões, especialmente em 
relação à propriedade e às liberdades individuais, tendo assumido, ao longo do 
tempo, o caráter de uma carta sobre liberdades públicas. 
 Predominância da concepção jus naturalista de constituição, baseada no 
pensamento de que as leis preexistem aos próprios homens. 
 Surge a idéia de que a autoridade do governante se fundava num contrato com os 
súditos, os quais obedeceriam à realeza na proporção do comprometimento do rei 
com a justiça (e Deus seria o árbitro do fiel cumprimento deste acordo de 
vontades). 
 
Idade moderna: 
 Petition of Rights (Petição dos Direitos) (1628), na Inglaterra, ocorrido após o 
fortalecimento do Parlamento inglês1, havendo limitação do poder do monarca. 
 
1 História do Parlamento Inglês: 
 Surgido na Inglaterra, a partir da submissão do Rei João sem terra à Carta Magna e ao baronato, 
em 1215 (Casa dos Lordes). 
 Posterior consolidação da Câmara dos Comuns, em que houve combinação da burguesia 
ascendente e a pequena e média nobreza rural, firmando-se na Inglaterra um parlamentarismo 
bicameral (1332), existente até hoje. 
 Submissão do rei à Petition of Rights em 1628. 
 Guerra Civil entre 1642/1648, execução do rei Charles I e breve república dos Cromwell. Retorno 
da Monarquia em 1660, com os reis católicos Charles II e James II. 
 Revolução Gloriosa em 1688, que resultou na expulsão de Jaime II, substituído por Guilherme de 
Orange, protestante (casado com a irmã de Jaime II) - O Parlamento passa a ser predominante, 
formando-se o Conselho de Gabinete. 
Era basicamente um protesto contra lançamento de tributos sem aprovação do 
parlamento, prisões arbitrárias, o uso da lei marcial em tempos de paz e ocupação 
de casas particulares pelo Estado. 
 Habeas Corpus Act (1679), na Inglaterra. 
 Bill of Rights (Declaração de Direitos) (1689), limitando em definitivo a 
monarquia, fazendo com que o rei não pudesse mais governar sem apoio 
parlamentar, pois do próprio parlamento dependeria a administração das Forças 
Armadas em tempos de paz, criação de leis e a instituição e cobrança de impostos. 
Estabelecia ainda a imunidade parlamentar e a necessidade do devido processo 
legal para a imposição de penas. 
 Act of Settlement (1701) estabelecia que somente um príncipe de religião 
anglicana poderia ascender ao trono e impunha novas limitações ao poder real em 
relação aos poderes legislativo e judiciário. 
 Iluminismo, Estado liberal e as constituições francesa e norte-americana. 
 
2.3. ESTADO LIBERAL: CONSTITUIÇÕES FRANCESA E NORTE-
AMERICANA 
 O Estado Constitucional é o Estado de Direito em que impera a Constituição, 
surgido junto com o constitucionalismo democrático. 
 Do liberalismo, surgem os doismarcos históricos e formais do constitucionalismo 
moderno: a Constituição norte-americana de 1787 e a francesa de 1791. 
 Lenza: “Podemos destacar, nesse primeiro momento, na concepção do 
constitucionalismo liberal, marcado pelo liberalismo clássico, os seguintes 
 
 Promulgação da Declaração de Direitos (Bill of Rights). 
 A maioria dos autores correlaciona o surgimento da figura do Primeiro-Ministro à chegada ao 
poder na Inglaterra dos “reis impossíveis” da dinastia dos Hanover (Jorge I e Jorge II), após a 
morte da Rainha Ana, em 1714. 
 Os Hannover foram soberanos alemães que nem mesmo sabiam falar inglês, desconheciam os 
problemas políticos do Reino e eram negligentes com ele, nem mesmo participando de reuniões 
de gabinete. 
 A partir daí, o Gabinete passou a ganhar mais autonomia, passando a se reunir e tomar decisões 
sozinho, surgindo o cargo de Primeiro Ministro (um representante do Gabinete que trataria 
diretamente com os reis da Dinastia Hannover, servindo originalmente de intérprete/emissário, 
mas passando a reunir poder executivo) – “o rei reina, mas não governa”. 
 Consolidação do Primeiro Ministro como Chefe do Poder Executivo, enquanto o Rei permanece 
como Chefe do Estado. 
 Acquaviva: “Com o Ato do Estabelecimento, no dealbar do século XVIII, já se nota que, se ao 
gabinete compete a função governamental, ao monarca resta apenas a função representativa ou 
chefia do Estado.” 
 Bertrand Russel: “O Primeiro-Ministro tem mais poder do que glória, e o rei mais glória do que 
poder.” 
 A partir de 1782, o Primeiro Ministro Inglês só pode ser escolhido de acordo com a decisão da 
Câmara dos Comuns – supremacia da representação popular. Institui-se também o “voto de 
desconfiança”, que permitiria a destituição do governo. 
 Dallari: “Quanto às razões que determinam seu aparecimento, não é difícil explicá- las. Houve, 
antes de tudo, o temor dos excessos do poder pessoal e, em conseqüência, o desejo de transferir a 
maior soma de poder político para os Parlamentos.” 
valores: individualismo, absenteísmo estatal, valorização da propriedade privada 
e proteção do indivíduo.” 
 Paulo Bonavides: “A noção jurídica e formal de uma Constituição tutelar de 
direitos humanos parece (...) constituir a herança mais importante e considerável 
da tese liberal.” 
 
 O Estado Constitucional atual é fruto da evolução Estado Absolutista (que surge 
por volta de 1648, com a Paz de Westfália) – Estado Liberal (1789 – Era das 
Revoluções) – Estado Social (1919, Constituição de Weimar, na Alemanha). 
 Streck afirma que o Estado moderno surge primeiramente como Estado 
Absolutista, surgindo o Estado Liberal, que divide-se entre Estado legal (mero 
império de lei) e Estado de Direito (mais complexo, império do direito em si), o 
qual evolui para o Estado liberal de Direito, em seguida para o Estado Social de 
Direito. Por fim, chegar-se-ia ao Estado Democrático de Direito. 
 
 Streck: “(...) pensamos poder situar o liberalismo como uma doutrina que foi-se 
forjando mas marchas contra o absolutismo onde se situa o crescimento do 
individualismo que se formula desde os embates pela liberdade de consciência 
(religiosa). Todavia, isso avança na doutrina dos direitos e do constitucionalismo, 
este como garantia(s) contra o poder arbitrário, da mesma forma que contra o 
exercício arbitrário do poder legal.” 
 Streck: “No século XIX, os liberais e os movimentos e partidos liberais mudaram 
a estrutura econômica, social e política da Europa e modificaram drasticamente a 
comunidade internacional. Pôs-se fim à escravidão, incapacidades religiosas 
(tolerância), inaugurou-se a liberdade de imprensa, discurso e associação à 
educação foi estendido, o sufrágio foi se estendendo até a universalização, 
constituições escritas foram elaboradas; o governo representativo consolidou-se 
como modelo; garantiu-se o livre comércio e eliminaram-se taxações até então 
impostas, etc. O liberalismo teve um impacto profundo na vida econômica, e a 
liberdade de movimento se realiza. Lar e propriedade se tornam invioláveis; 
eliminam-se taxações de mercadorias para a facilitação do livre comércio 
mundial.” 
 Streck: “(...) para Roy Macridis, o liberalismo é uma ética individualista pura e 
simples que se expressa, num primeiro momento, em termos de direitos naturais 
e, posteriormente, numa psicologia que considera os interesses materiais e sua 
satisfação como importantes na motivação do indivíduo.” 
 O núcleo constitucional do Estado Liberal se dá pela limitação do poder estatal 
(pelo equilíbrio e independência entre os três poderes) e o respeito ao catálogo de 
liberdades públicas, mais precisamente a proteção dos direitos civis e políticos. 
 Bobbio (Liberalismo e democracia): “(...) o liberalismo é uma determinada 
concepção de Estado, na qual o Estado tem poderes e funções limitadas, e como 
tal se contrapõe tanto ao Estado absoluto quanto ao Estado que hoje chamamos de 
Social.” 
 Economicamente, o liberalismo se baseia (dentre outros) na obra de Adam Smith 
(A riqueza das nações), sustentando que cada homem é o melhor juiz de seus 
interesses e deve ter a liberdade de promove-los segundo sua livre vontade, 
estabelecendo-se a importância da livre iniciativa. 
 Politicamente, se baseia na obra de Stuart Mill (Da Liberdade), dentre outros. O 
livro de Mill preconiza que é necessário que os indivíduos observem certas regras 
gerais no seu relacionamento recíproco, a fim de que as pessoas possam saber o 
que as espera. Mas, acreditando nas virtudes naturais do homem, acrescenta que 
no tocante aos assuntos que respeitam a cada um deve ser assegurado o livre 
exercício da espontaneidade individual. O indivíduo é melhor árbitro de seus 
interesses do que o Estado, não podendo haver mal maior do que permitir que 
outra pessoa julgue o que convém a cada um. Assim, qualquer erro que alguém 
cometa, consciente ou inconscientemente, não produz tanto mal quanto a 
submissão ao Estado (Dallari). 
 Conforme Dallari, Mill apresenta três objeções fundamentais à interferência do 
Estado na vida dos particulares: 
 Ninguém seria mais capaz de realizar qualquer negócio ou de 
determinar como ou porque deva ser realizado do que aquele que 
tem interesse direto (o indivíduo). 
 Caso os indivíduos não realizem o negócio tão bem, o que seria 
igual à ação dos agentes do Estado, é preferível ainda que ele o 
faça, para que aprenda com o erro. 
 Cada função que se acrescenta às que o governo já exerce, provoca 
maior difusão da influência que lhe cabe sobre esperanças e 
temores, convertendo, cada vez mais, a parte ativa e ambiciosa do 
público em parasitas do poder público, ou de qualquer partido que 
aspire ao poder. 
 
 Assim, vê-se que o Estado liberal busca estabelecer limites na intervenção do 
Estado no campo privado, protegendo o direito de propriedade e as 
liberdades individuais ante o arbítrio do poder político, a partir de uma 
estatalidade mínima, não interventora. 
 Streck: “O liberalismo se apresentou como uma teoria antiestado. O aspecto 
central de seus interesses era o indivíduo e suas iniciativas. A atividade estatal, 
quando se dá, recobre um espectro reduzido e previamente reconhecido. Suas 
tarefas circunscrevem-se à manutenção da ordem e segurança, zelando que as 
disputas porventura surgidas sejam resolvidas pelo juízo imparcial sem recurso a 
força privada, além de proteger as liberdades civis e a liberdade pessoal e 
assegurar a liberdade econômica dos indivíduos exercitada no âmbito do mercado 
capitalista. O papel do Estado é negativo, no sentido da proteção dos indivíduos. 
Toda a intervenção do Estado queextrapole estas tarefas é má, pois enfraquece a 
independência e a iniciativa individuais. Há uma dependência entre o crescimento 
do Estado e o espaço da(s) liberdade(s) individual(is).” 
 Prevalência da autonomia privada. 
 Rejeita-se o Estado de Polícia de privilégios dos Estamentos (estratos sociais) do 
Estado Absoluto. Fixa-se um mero Estado Polícia para assegurar a segurança, sem 
fixação dos privilégios antigos. 
 Na idéia de Estado Mínimo, o foco está centrado ao catálogo mais básico de 
garantias, os direitos de participação política e relacionados às liberdades 
individuais, incluindo-se livre iniciativa e propriedade – os denominados direitos 
políticos e civis. 
 A tutela dos direitos individuais não exige a ação positiva do Estado. 
 Dallari: “predominância do liberalismo assegurou, entretanto, a prevalência da 
orientação passiva do Estado, como simples conservador dos direitos dos que já 
os possuíam, sem nada fazer pelos que não tinham qualquer direito a conservar.” 
 Consagração do princípio da igualdade formal perante a lei, que pode ser 
estabelecido como o tratamento igual de desiguais. 
 Não há foco em direitos sociais e trabalhistas. 
 
 As constituições passam a ser escritas, instrumentalizando as ordenações 
constitucionais dos Estados em documentos formais com o estabelecimento de 
um processo legislativo cerimonioso. 
 Primado da supremacia material e formal das constituições, elevando o Direito 
Constitucional ao posto de ramo do Direito Público por excelência, fonte primeira 
de toda a produção normativa. 
 Primazia do princípio da separação dos poderes e tutela reforçada dos direitos e 
garantias fundamentais. 
 Inicial fortalecimento do legislativo frente o executivo. Posterior limitação das 
funções estatais, não apenas as executivas e judiciárias, mas também as 
legislativas. Surgimento das concepções de controle de constitucionalidade das 
leis e dos atos normativos. 
 Inicialmente, há uma visão da Constituição sem poder normativo, uma “folha de 
papel”, aparecendo posteriormente o princípio da força normativa da Constituição 
e reconhecimento normativo da dimensão principiológica do Direito. 
 
Constituição Francesa 
 Crise econômica e social na França. 
 Revolução Francesa – queda do antigo regime. 
 Barroso: “(...) foi a Revolução Francesa, com seu caráter universal, que incendiou 
o mundo e mudou a face do Estado – convertido de absolutista em liberal – e da 
sociedade, não mais feudal e aristocrática, mas burguesa.” 
 Barroso: “A revolução não foi contra a monarquia, que, de início, manteve-se 
inquestionada, mas contra o absolutismo, os privilégios da nobreza, do clero e as 
relações feudais no campo. Sob o lema liberdade, igualdade e fraternidade, 
promoveu-se um conjunto amplo de reformas anti-aristocráticas, que incluíram: 
a) a abolição do sistema feudal; b) a promulgação da Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão; c) a elaboração de uma nova Constituição, concluída em 
1791; d) a denominada constituição civil do clero.” 
 Posteriores fases de radicalismo (Robespierre e a fase do terror). 
 Fragilidade do governo e ascensão de Napoleão. 
 
Constituição norte-americana 
 Reação dos colonos a imposições tributárias e restrições a atividades econômicas 
e ao comércio impostas pela Metrópole. 
 Revolução (Guerra de independência – até 1781) e surgimento de uma 
confederação de ex-colônias (Declaração dos Direitos da Virginia, 1776), 
posteriormente transformada em federação, pela Convenção da Filadélfia, com a 
confecção de uma Constituição (1787). 
 Barroso: “A primeira Constituição escrita do mundo moderno passou a ser o 
marco simbólico da conclusão da Revolução Americana em seu tríplice conteúdo: 
a) independência das colônias; b) superação do modelo monárquico; c) 
implantação de um governo constitucional, fundado na separação dos Poderes, na 
igualdade e na supremacia da lei (rule of the law). (...) Nela institucionalizou-se, 
de forma pioneira e duradoura, um modelo de separação nítida entre Executivo, 
Legislativo e Judiciário, em um Estado republicano e sob o sistema 
presidencialista.” 
 Barroso: “Em sua versão original, a Constituição não possuía uma declaração de 
direitos, que só foi introduzida em 1791, com as primeiras dez emendas, 
conhecidas como Bill of Rights. Nelas se consagravam direitos que já constavam 
das Constituições de diversos Estados e que incluíam as liberdades de expressão, 
religião, reunião e os direitos ao devido processo legal e a um julgamento justo.” 
 
2.4. CONSTITUIÇÕES DE SEGUNDA GERAÇÃO 
 Crise no Estado Liberal. 
 Dallari: “predominância do liberalismo assegurou, entretanto, a prevalência da 
orientação passiva do Estado, como simples conservador dos direitos dos que já 
os possuíam, sem nada fazer pelos que não tinham qualquer direito a conservar.” 
 Dallari: “O Estado liberal, com um mínimo de interferência na vida social, trouxe, 
de início, alguns inegáveis benefícios: houve um progresso econômico acentuado, 
criando-se as condições para a revolução industrial; o indivíduo foi valorizado, 
despertando-se a consciência para a importância da liberdade humana; 
desenvolveram-se as técnicas de poder, surgindo e impondo-se a idéia do poder 
legal em lugar do poder pessoal. Mas, em sentido contrário, o Estado liberal criou 
as condições para sua própria superação.” 
 Streck aponta que não haveria necessariamente uma reação antiliberal, mas, 
graças às liberdades trazidas por este modelo de estado, incluindo liberdade de 
expressão e sufrágio universal, os governos tornaram-se “suscetíveis às 
solicitações populares, o que vai impor uma mudança de rota no projeto do Estado 
Mínimo no sentido da intervenção do poder público estatal em espaços até então 
próprios à iniciativa privada.” 
 Streck: “No fim do século (XIX), um fator novo foi injetado na filosofia liberal. 
Era a justiça social, vista como a necessidade de apoiar os indivíduos de uma ou 
outra forma quando sua autoconfiança e iniciativa não podiam mais dar-lhes 
proteção, ou quando o mercado não mostrava a flexibilidade ou a sensibilidade 
que era suposto demonstrar na satisfação de suas necessidades básicas.” 
 No Estado Social, há uma passagem de uma estatalidade mínima para uma 
estatalidade positiva, em que o Estado atuaria positivamente (ativamente) para 
garantia de direitos sociais, como previdência, transporte, moradia, etc. 
 Surgimento e consolidação dos direitos fundamentais de segunda geração, 
buscando-se combater o déficit econômico-social das classes hipossuficientes. 
 Sem negar os direitos civis e políticos conquistados pelo Estado Liberal, o Welfare 
State (Estado Social ou État Providence) se vê compelido a proteger também os 
direitos atrelados à igualdade material. 
 Deixa-se a visão do Estado como opositor da sociedade para ser compreendido 
como esperança de geração de dignidade e igualdade material (tratamento 
desigual dos desiguais na medida de suas desigualdades). 
 
 Constituição de Weimar (Constituição alemã de 1919 a 1945) e Tratado de 
Versalhes, ambos de 1919 – influência de diversas ideologias políticas, incluindo-
se o anarquismo, o socialismo, etc. 
 Deve-se observar também a Constituição Mexicana de 1917. 
 Franklin Delano Roosevelt buscou implantar um pacote de políticas positivas do 
Estado ao assumir a presidência dos EUA em 1932: o New Deal. Alguns 
entendem, contudo, que esta intervenção estatal levou a um aprofundamento da 
crise econômica surgida em 1929 (embora sua intenção fosse combate-la). 
 
 Apesar do estabelecimento das Constituições sociais, como a de Weimar 
(Alemanha, 1919), não se vê uma forte obediência à Constituição –vide as ações 
do governo nazista na Alemanha das décadas de 1930 e 40. 
 Embate entre a Constituição real e a constituição escrita (formal, a folha de papel, 
de Lassale). 
 O direito passava, então, por sua fase positivista, sendo a sociedade regida por leis 
que não atuavam na concretização dos ditames constitucionais, estes despidos de 
eficácia normativa, e que acabavam fechando-se em um sistema estéril 
 Após a II Guerra Mundial, surge o neoconstitucionalismo. 
 
2.5. NEOCONSTITUCIONALISMO E CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO 
DIREITO 
 1948: Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
 Estabelece-se uma fase marcada pela existência de documentos constitucionais 
amplos, analíticos e extensos, com o alargamento dos textos constitucionais, 
isentando os indivíduos das coações autoritárias em nome da democracia política, 
dos direitos econômicos e dos direitos dos trabalhadores. 
 Disseminação da idéia de constituição dirigente (constituição programática) 
 Ocorre, então, a formação de um novo Estado Constitucional de Direito, em 
oposição ao Estado “Legislativo” de Direito, e a observância da influência 
material do Direito Constitucional no ordenamento jurídico, sendo o alvorecer de 
um neoconstitucionalismo, que se caracterizaria pelo reconhecimento da força 
normativa da Lei Suprema,2 pela expansão da jurisdição constitucional e 
decorrente criação de Cortes Constitucionais, uma nova interpretação das Cartas 
Magnas, utilizando da ponderação entre Direitos e interesses, e pela rejeição da 
pura submissão do aplicador do direito às regras positivadas, típica do modelo 
positivista/legalista. 
 Materializa-se a visão que Konrad Hesse tem da Constituição, que não seria mero 
pedaço de papel. Para o autor, embora a Constituição Jurídica, enquanto 
documento formal, seja pautada pela histórica, vinda dos fatos e das estruturas de 
poder, não se limita aos ditames desta, como preconizava Lassale, mas deve impor 
a realização de seus valores. 
 
 O ápice do neoconstitucionalismo é o processo de constitucionalização do direito, 
termo este que, amplamente, refere-se a diversas mutações na estrutura jurídico-
política de uma sociedade, podendo significar a introdução de uma Lei 
Fundamental em um ordenamento que não dispunha anteriormente dela, além de 
tornar jurídico o relacionamento entre os detentores do poder político e os sujeitos 
a estes, não sendo necessário para isto, contudo, a introdução de uma Constituição 
escrita 
 A constitucionalização do direito estaria associada a um efeito expansivo das 
normas constitucionais, que teriam seu conteúdo material e axiológico irradiado 
pelo sistema jurídico, com força normativa, caracterizando-se uma constituição 
extremamente invasora – Constituição invasora (Marcelo Neves) 
 Quanto à atuação dos poderes, destaca-se a redução do campo de 
discricionariedade, seja na elaboração de leis pelo legislativo, que passa a ter que 
realizar um determinado programa constitucional, seja quanto ao poder executivo, 
que deve atuar para promoção deste programa em uma aplicação direta e imediata 
da Constituição, independente de determinação legal infraconstitucional, e 
também quanto ao judiciário, condicionando-se a interpretação de todas as normas 
do sistema (Luis Barroso) 
 
 Transconstitucionalismo: decorre do caráter multicêntrico dos sistemas 
jurídicos mundiais. 
 O autor brasileiro Marcelo Neves, apoiado em Niklas Luhmann, vê a Constituição 
como mecanismo de racionalidade transversal entre política e direito, e não um 
mero acoplamento de estruturas políticas e jurídicas. Aí está o embrião da idéia 
de Constituição transversal, que ultrapassa os limites territoriais de um dado 
 
2 DIMOULIS, Dimitri. Neoconstitucionalismo e moralismo. In: SARMENTO, Daniel (org.) Filosofia e teoria 
constitucional contemporânea. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009. p. 213. 
Estado, culminando no transconstitucionalismo como fator de integração 
sistêmica da sociedade hipercomplexa da atualidade. 
 
 
 
Próximo ponto: II. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO 
Este material não substitui a doutrina, sendo mero fichamento orientador do conteúdo 
ministrado em sala de aula. 
O aluno deverá pautar seus estudos pela leitura da doutrina, jurisprudência e legislação. 
Referências: 
 BARROSO, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional contemporâneo: Os 
conceitos fundamentais e a construção do novo modelo. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 
2015. 
 BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e Aplicação da Constituição: 
Fundamentos de uma dogmática Constitucional transformada. 3 ed. São Paulo: 
Saraiva, 1999. 
 BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Constitucional. 20 ed. São Paulo: 
Saraiva, 1999. 
 BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Malheiros 
Editores. 
 BRASIL, Supremo Tribunal Federal. A Constituição e o Supremo. 5 ed. Brasília: 
STF, Secretaria de Documentação, 2016. 
 CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito Constitucional e teoria da Constituição. 6 ed. 
Coimbra: Livraria Almedina, 1993. 
 GOTTI, Alessandra. Direitos Sociais: Fundamentos, regime jurídico, 
implementação e aferição de resultados. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 LENZA, Pedro. Direito Constitucional esquematizado. 16 ed. São Paulo: Saraiva, 
2012. 
 MARTINS, Ives Gandra da Silva, MENDES, Gilmar Ferreira e NASCIMENTO, 
Carlos Valder do (coord). Tratado de Direito Constitucional. V 1. 2 ed. São Paulo: 
Saraiva, 2012. 
 MATTOS NETO, Antônio José de, LAMARÃO NETO, Homero e SANTANA, 
Raimundo Rodrigues (orgs). Direitos Humanos e democracia inclusiva. São 
Paulo: Saraiva, 2012. 
 MENDES, Gilmar Ferreira e BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito 
Constitucional. 7 ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 MENDES, Gilmar Ferreira. Estado de Direito e Jurisdição Constitucional. São 
Paulo: Saraiva, 2011. 
 MIRANDA, Jorge. Manual de Direito Constitucional, Tomo I: Preliminares, o 
Estado e os sistemas constitucionais. 6 ed. Lisboa: Coimbra editora, 1997. 
 MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 32 ed. São Paulo: Atlas, 2016. 
 MORAES, Guilherme Peña. Curso de Direito Constitucional. 3 ed. Rio de 
Janeiro: Atlas, 2010. 
 NEVES, Marcelo. A constituição simbólica. São Paulo: Acadêmica, 1994. 
 PUCCINELLI JÚNIOR, André. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: 
Saraiva, 2012. 
 RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos. São Paulo: Saraiva, 
2014. 
 SARLET, Ingo Wolfgang, MARINONI, Luiz Guilherme e MITIDIERO, Daniel. 
Curso de Direito Constitucional. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2015. 
 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 25 ed. São 
Paulo: Malheiros, 2005.

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