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Carboidratos QO3F – FFA – 2013/2 Originalmente, compostos como aldoses e cetoses com a fórmula Cn(H2O)n (n ≥ 3), i.e. “hidratos de carbono”. O termo inclui mono- (1), oligo- (2-10) e polissacarídeos (> 10); derivados de monossacarídeos por redução do grupo C=O (alditóis, i.e. polióis acíclicos), por oxidação de um (ou +) grupo terminal à COOH, ou por substituição de um Carboidratos Definição - IUPAC (ou +) grupo terminal à COOH, ou por substituição de um (ou +) grupo OH por H (desóxi-açúcar), N (amino), S (tiol) ou heteroátomos semelhantes; e derivados destes compostos. O termo geral “açúcar” é frequentemente aplicado a monossacarídeos e dissacarídeos (oligossacarídeos inferiores). http://goldbook.iupac.org/C00820.html Carboidratos Definição Geral Funções �Aldeídos ou cetonas poli-hidroxilados e substâncias que formam tais compostos por hidrólise Principal fonte de energia metabólica para as �Principal fonte de energia metabólica para as plantas e animais �Estrutural (e.g. celulose) � Reconhecimento celular � Um dos três componentes essenciais dos ácidos nucleicos (DNA e RNA) Complexidade (no de unidades de monossacarídeo) Carboidratos Classificação Oligossacarídeos Monossacarídeos 1 unidade Ex.: D-glicose β-ciclodextrina Polissacarídeos > 10 unidades Ex.: celulose Oligossacarídeos 2-10 unidades Ex.: ciclodextrinas (α, β, γα, β, γα, β, γα, β, γ) β-ciclodextrina Função carbonila (C=O) da unidade de monossacarídeo Aldoses (carbonila de aldeído) Cetoses (carbonila de cetona) Carboidratos Monossacarídeos - Classificação DiidroxiacetonaD-gliceraldeído Tamanho da cadeia de carbono (C) da unidade de monossacarídeo Trioses C3 Tetroses C4 Pentoses C5 Hexoses C6 Heptoses C7 D-gliceraldeído D-eritrose D-ribose D-glicose Carboidratos Monossacarídeos - Classificação D-mano- heptulose Forma cíclica da unidade de monossacarídeo (no caso de pentoses, hexoses e heptoses) Piranose: anel de 6 membros Furanose: anel de 5 membros Carboidratos Monossacarídeos - Classificação D-frutoseD-glicose Carboidratos Monossacarídeos - Fórmulas de Projeção D-galactose (forma acíclica) (a) Fischer (b) Fischer & cunha (c) zigue-zague & cunha α-D-galactopiranose (forma cíclica) (d) Haworth (e) cadeira (f) Mills Degtyarenko et al. (2007) In Silico Biol. 7 S1, 06 (Fig.1) http://www.bioinfo.de/isb/200707S106/fig1.html (a) Fischer (b) Fischer & cunha (c) zigue-zague & cunha Nomenclatura D & L Configuração do último carbono quiral da molécula em projeção de Fischer Latim: dextrum (D) & laevum (L) Carboidratos Monossacarídeos – Nomenclatura D L Carboidratos Monossacarídeos Família das D-aldoses D-(+)-gliceraldeído D-(-)-eritrose D-(-)-treose http://www2.chemistry.msu.edu/faculty/reusch/VirtTxtJml/Images3/monosacc.gif D-(-)-ribose D-(-)-arabinose D-(+)-xilose D-(-)-lixose D-(+)-alose D-(+)-altrose D-(+)-glicose D-(+)-manose D-(-)-gulose D-(-)-idose D-(+)-galactose D-(+)-talose � Açúcar que na forma acíclica contém o grupo aldeído (R- CHO, uma aldose), que pode ser oxidado a ácido carboxílico, é classificado como açúcar redutor. Carboidratos Classificação – Reatividade Açúcar Redutor X Açúcar Não-Redutor � Ocorre redução do Cu(II) para Cu(I) que surge como um precipitado vermelho-tijolo (óxido cuproso). � Uma cetose também pode ser classificada como um açúcar redutor, quando pode sofrer interconversão para uma aldose (tautomeria). Carboidratos Classificação – Reatividade glicose (aldeído) redutor α-D-glicose (hemiacetal) redutor metil-α-D-glicosídeo (acetal) não-redutor aldeído diol geminal ácido carboxílico Oxidação Carboidratos Monossacarídeos – Isomerização Tautomerização & Epimerização => via intermediário enodiol (tautomerismo ceto-enol por catálise ácida ou básica) epímeros (epímeros => diastereoisômeros que têm configuração oposta em somente um centro quiral) aldeído (aldose) enodiol (intermediário) cetona (cetose) aldeído (aldose) tautômeros tautômeros forma ceto ���� forma enol ���� forma ceto http://www2.chemistry.msu.edu/faculty/reusch/VirtTxtJml/carbhyd.htm#carb2b Carboidratos Exemplo � Glicose (C6H12O6) � Monossacarídeo � Aldo-hexose � Açúcar redutor aldeído hemiacetal acetal Hemiacetais X Acetais Carboidratos cetona hemiacetal acetal (hemicetal) (cetal) (“hemiketal”) (“ketal”) Carboidratos Forma Cíclica � A forma mais estável de muitos monossacarídeos com 5 (pentoses), 6 (hexoses) ou 7 (heptoses) átomos de carbono em solução aquosa é a forma cíclica (formação de anel intramolecular). Furanose FrutoseFuranose Frutose Piranose Glicose Carboidratos Forma Cíclica � Em analogia aos heterociclos mono-oxigenados de 5 (tetra- hidrofurano e furano) e 6 (tetra-hidropirano e pirano) membros. furanotetra- furano pirano tetra- hidrofurano tetra- hidropirano O OH OH OH 1 2 3 OH OH OH OH O 1 2 3 4 O OHOH OH OH OH 1 2 3 4 5 6 Carboidratos Anômeros α e β Na projeção de Fischer cíclica, se a relação entre o átomo de oxigênio exocíclico ligado ao C-anomérico (C1, no exemplo a seguir) e o átomo de oxigênio ligado ao átomo de referência anomérico (em geral, é o átomo configuracional D/L, ou o último átomo quiral envolvido no heterociclo) for sim (cis), o anômero é α (alfa), se for anti (trans), o anômero é β (beta). α-D-glico- piranose OH OH OH 4 5 6 CH2OH OH4 5 6 O OH OH OH OH OH 1 2 34 5 6 O OHOH OH OH OH 1 2 3 4 5 6 OH http://www.chem.qmul.ac.uk/iupac/2carb/06n07.html Fischer aberta Fischer cíclica cadeira Haworth Mills���� átomo de referência anomérico => átomo configuracional ����=> Carboidratos Exemplos de anômeros α e β http://www.chem.qmul.ac.uk/iupac/2carb/06n07.html ���� átomo de referência anomérico => átomo configuracional Carboidratos Anômeros α e β Carboidratos Anômeros α e β Carboidratos Mutarrotação dos anômeros α e β Interconversão dos anômeros α e β (formas cíclicas) em solução aquosa (via o intermediário na forma acíclica) α-D-glicose (cíclica) D-glicose (acíclica) β-D-glicose (cíclica)α-D-glicose (cíclica) D-glicose (acíclica) β-D-glicose (cíclica) (~36%) (~64%) Mecanismo simplificado do processo de mutarrotação Anômero αAnômero β Carboidratos Formação da Ligação Glicosídica Ativador Unidade Glicosila Doadora LG = grupo de saída P = grupo protetor Cátion Glicosila P = grupo protetor (não participante) Unidade Glicosila Aceptoraíon oxo- carbênio Glicosídeo 1,2-trans Glicosídeo 1,2-cis (produto principal) (efeito anomérico) http://dx.doi.org/10.1002/9783527621644.ch1 � Maltose => duas unidades de α-D-glicose unidas por uma ligação glicosídica α-1,4 Carboidratos Ligação Glicosídica α-D-glicose α-D-glicose maltose (um dissacarídeo) � Lactose => β-D-galactose e α-D-glicose unidas por uma ligação glicosídica β-1,4 Carboidratos Ligação Glicosídica β-D-galactose α-D-glicose lactose (um dissacarídeo) http://employees.csbsju.edu/hjakubowski/classes/ch331/cho/dissachform.gif lactose => galactose-(β-1,4)-glicose sacarose => glicose-(α-1,2)-frutoseDissacarídeos Carboidratos Ligação Glicosídica � Carboidratos sofrem reações características dos grupos funcionais: álcool e carbonila (de aldeído ou cetona) Carboidratos Reações Alquilação de –OH (preparação de éter) Acilação de –OH (preparação de éster) ReduçãoRedução Oxidação (suave) (açúcar redutor) Hidrólise Formação de Glicosídeo � ALQUILAÇÃO Os grupos –OH reagem com agentes alquilantes, como iodeto de metila, para formar éteres (via reação SN2). Essas reações são frequentemente utilizadas em química de carboidratos porque os produtos formados funcionam como proteção dos grupos –OH reativos. Carboidratos Reações Carboidratos Reações � ACILAÇÃO Os grupos –OH de carboidratos reagem com agentes acilantes, como haletos de acila ou anidridos, para formar ésteres (via reação de substituição nucleofólica em acila). Carboidratos Reações � REDUÇÃO Os grupos carbonila (C=O) nas formas acíclicas podem ser reduzidos a álcoois com borohidreto de sódio (NaBH4) ou por hidrogenação catalítica (H2, Ni, EtOH/H2O). Aldeídos (nas aldoses) são reduzidos a álcoois primários. Cetonas (nas cetoses) são reduzidas a álcoois secundários. Carboidratos Reações � OXIDAÇÃO Aldeídos são facilmente oxidados. O grupo aldeído reativo só está presente na forma acíclica das aldoses. A oxidação ocorre porque, em solução, as formas cíclicas (predominantes) estão em equilíbrio com a forma cíclica. Cetoses também podem ser classificadas como açúcares redutores, porque elas podem apresentar tautomeria com as aldoses porque elas podem apresentar tautomeria com as aldoses correspondentes. aldeído (aldose) (reduzido) carboxilato (oxidado) Cu(I) (reduzido) precipitado vermelho Cu(II) (oxidado) Carboidratos Reações � HIDRÓLISE (catalisada por ácido) Hidrólise de polissacarídeos em monossacarídeos. http://www.chem.ucla.edu/harding/IGOC/D/disaccharide.html Carboidratos Reações � FORMAÇÃO DE GLICOSÍDEO Reação com álcool (ROH) catalisada por ácido (H3O+). Carboidratos Exemplos de polissacarídeos Carboidratos Exemplos de polissacarídeos Carboidratos Exemplos de polissacarídeos Carboidratos Usos de carboidratos sintéticos Lepenies, B.; Yin, J.; Seeberger, P.H. (2010) Applications of synthetic carbohydrates to chemical biology. Current Opinion in Chemical Biology, 14(3): 404-411. [http://dx.doi.org/10.1016/j.cbpa.2010.02.016] Livros Bruice, P.Y. (2010) Organic Chemistry, 6th ed., Prentice Hall, 1440 pp. Solomons, T.W.G.; Fryhle, C.B. (2009) Organic Chemistry, 10th ed., John Wiley & Sons, 1272pp. Livros Virtuais Carboidratos Referências Organic Chemistry (Francis A. Carey, 2006, McGraw-Hill) http://www.chem.ucalgary.ca/courses/351/Carey5th/Ch25/ch25-0.html Virtual Textbook of Organic Chemistry (William Reusch, 2007) http://www2.chemistry.msu.edu/faculty/reusch/VirtTxtJml/biomol.htm
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