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Sociologia unidade 3

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1
SOCIOLOGIA APLICADA
SOCIOLOGIA APLICADA
Graduação
SOCIOLOGIA APLICADA
43
U
N
ID
A
D
E 
3
CARACTERIZAÇÃO DA SOCIEDADE
HUMANA
Nesta unidade, veremos como o homem é um ser que necessita viver em
grupo para se hominizar, ou seja, para se tornar verdadeiramente humano.
Examinaremos o seu ambiente social e a sua produção em grupo. Vamos lá!
OBJETIVOS DA UNIDADE:
• Diferenciar a sociedade humana da sociedade animal,
identificando seus elementos principais.
• Conceituar cultura atentando para as suas sutilezas.
• Construir uma visão crítica acerca da influência da indústria
cultural nos dias atuais, avaliando seu papel ideológico.
PLANO DA UNIDADE:
• Elementos principais da sociedade humana.
• A essência da cultura.
• Classificação da cultura.
• Cultura popular e cultura erudita.
• Indústria cultural ou cultura de massa.
Bons estudos!
UNIDADE 3 - CARACTERIZAÇÃO DA SOCIEDADE HUMANA
44
Tendo em vista o que foi exposto na unidade anterior, examinaremos
agora o ambiente social do homem, o seu papel como elemento ativo da
sociedade em que vive e suas possibilidades transformadoras deste
ambiente.
ELEMENTOS PRINCIPAIS DA SOCIEDADE HUMANA
O homem sempre viveu em grupos e não podemos imaginar a sua
existência fora deles. Sem contato com o grupo social, o homem dificilmente
pode desenvolver as características que chamamos de humanas, como, por
exemplo: organizar instituições, chorar e sentir pela morte de seus entes
queridos, transmitir mensagens através de símbolos... O processo de
hominização ocorre, justamente, na sociedade em que ele aprende a viver
com outros homens e a se comportar como tal.
Portanto, o ser humano é produto da interação social. É interagindo
com os outros homens, ou seja, é influenciando e sendo influenciado que
ele irá aprender a conviver.
Segundo Durkheim que o homem só é homem porque vive em sociedade.
A criança não nasce sabendo se comportar em sociedade. É convivendo,
primeiramente, com seus grupos mais íntimos
(família e escola) e depois com outros grupos
que irá se tornar um membro ativo da sociedade
em que nasceu. A esse processo chamamos de
socialização.
Conseqüentemente, podemos observar que
a criança tem poucas possibilidades de seguir
seus desejos e suas vontades, que
normalmente são hedonistas e egoístas e que
muitas vezes são opostas às vontades do
grupo, o qual exige restrição, disciplina, ordem
e abnegação. E nesta relação, a sociedade
normalmente sai ganhando.
Embora o ambiente físico seja também importante, o ambiente social é o
fator verdadeiramente determinante na socialização da criança. Mas este
processo durará pela vida toda, pois ele é permanente e nós estamos sempre
aprendendo coisas novas em nossa sociedade.
O ambiente social influencia até no tipo de
personalidade dos indivíduos, assim
observamos, ao longo da História, sociedades
que geraram homens guerreiros, homens
caçadores, homens viajantes, homens
executivos com tino para negócios, etc. De um
modo geral, pode-se dizer que cada cultura
produzirá seu tipo especial ou tipos especiais
de personalidades.
Socialização: processo de
aprendizagem da cultura da
sociedade em que nascemos.
Hedonista: ligado aos praze-
res.
SOCIOLOGIA APLICADA
45
Durkheim (In: CASTRO & DIAS, 1981) afirmou que o pensamento e o
comportamento dos indivíduos são determinados pelas “representações
coletivas”. Esta representação indicava o corpo de experiências, idéias e
ideais de um grupo do qual o indivíduo inconscientemente depende para a
formulação de suas idéias, atitudes e comportamento.
A ESSÊNCIA DA CULTURA
A cultura tem sido definida de diversas maneiras.
Spencer (In: KOENIG, 1985) considerou-a o ambiente superorgânico,
ambiente peculiar ao homem, enquanto os outros dois (inorgânico ou físico
e orgânico, o mundo dos vegetais e animais) ele compartilha com os animais
inferiores.
Uma definição muito conhecida é a de Edward Tylor (1871, p1):
“Cultura é todo o complexo que inclui conhecimento, crença, arte,
moral, lei, costumes e quaisquer outras capacidades e hábitos
adquiridos pelo homem como membro da sociedade”.
Também pode ser definida como:
 A soma total dos esforços do homem para ajustar-se a seu ambiente
e melhorar suas maneiras de viver.
Desta forma, os antropólogos enfatizam que a cultura é o comportamento
aprendido em sociedade, pois o comportamento instintivo é inerente aos
animais. Logo, a cultura é resultante da invenção social, é aprendida e
transmitida por meio da educação e da comunicação entre os membros de
uma sociedade humana.
Alguns animais vivem em sociedades, mas
estas se baseiam em instintos ou
comportamento reflexo e não mostram variação
de geração para geração. O caso mais
apontado é o das abelhas, em que visualizamos
certa organização social.
Os instintos animais respondem a leis
biológicas, sendo assim suas reações podem
ser previstas e estão ligadas completamente
ao mundo natural, não o ultrapassando. Já o
homem se comportará de acordo com a
sociedade em que vive, respondendo
diferenciadamente aos estímulos e às necessidades de seu meio ambiente
e de seu tempo.
Entretanto, para a produção de cultura, o homem precisa se comunicar e
esta comunicação, que é feita de várias maneiras na sociedade humana,
ganha maior peso com a linguagem simbólica (abstrata) que é exclusiva do
homem.
UNIDADE 3 - CARACTERIZAÇÃO DA SOCIEDADE HUMANA
46
Assim o homem transmite a sua cultura, mas ao mesmo tempo rompe
com as tradições, renovando esta cultura e acrescentando novos elementos
à mesma. Desta forma, observamos que o homem é um ser histórico que
vive a cada época de maneira diferente.
CLASSIFICAÇÃO DA CULTURA
As culturas apresentam um aspecto material e outro não-material. Aqui
podemos situar as tradições, os costumes, as leis, as ciências, as ideologias,
etc. A cultura, também possui o seu lado material, concreto, em que são
produzidos todos os tipos de objetos, máquinas, ferramentas, que estão
ligados, obviamente, ao lado abstrato.
Sob o enfoque marxista, como vimos na unidade I, o homem é o único
animal que produz cultura, pois é o único animal que transforma a natureza
através de seu trabalho, produzindo bens materiais para a sua subsistência.
CULTURA POPULAR E CULTURA ERUDITA
Esses conceitos geram, muitas vezes, discussões entre os estudiosos
da questão, pois como se define o que é popular e o que é erudito? Quais os
critérios utilizados para separarmos o que é uma coisa e o que é outra?
O critério mais utilizado é o da classe social, ou seja, a cultura popular
pertenceria ao povo e a cultura erudita às elites ou classes dominantes
dentro da sociedade capitalista. Para alguns antropólogos, estas definições
são muito mais complexas do que aparentemente se apresentam, pois as
classes não são homogêneas e nem tão pouco a sua produção cultural.
Portanto, esta divisão traz em si um grande debate científico.
Em uma sociedade como a nossa, verificamos a existência de uma inter-
relação entre a cultura popular e a cultura erudita, o que permite a manutenção
da sociedade como um todo. Os elementos que a princípio pertencem à
cultura popular ou à cultura erudita vão se transformando dinamicamente e
se entrelaçando. O que podemos dizer é que este fenômeno é conseqüência
da vivência do homem em sociedade. E assim, se por um lado vemos a feijoada
que a princípio era alimento de escravos nos melhores restaurantes das
cidades, por outro lado, vemos a música clássica (pertencente às elites) em
um radinho de pilha de um operário.
SOCIOLOGIA APLICADA
47
Edgar Morin (1986, p.75), grande pensador sobre as questões culturais,
analisa o conceito de culturada seguinte forma:
Cultura: falsa evidência, palavra que parece uma, estável, firme, e,
no entanto, é a palavra armadilha, vazia, sonífera, mimada, dúbia,
traiçoeira. Palavra mito que tem a pretensão de conter em si completa
salvação: verdade, sabedoria, bem-viver, liberdade, criatividade...
O que percebemos é que a cultura é um sistema em que todos os
elementos estão ligados entre si e que cada sociedade transmite a seus
membros a sua cultura, o seu patrimônio cultural.
Cada sociedade possui a sua cultura e é ela que a caracteriza.
Indústria cultural ou cultura de massa
Podemos começar a falar de indústria
cultural ou cultura de massa a partir do século
XVIII quando foi marcante a multiplicação dos
jornais na Europa, fato que anteriormente à
industrialização somente o clero e a nobreza
tinham acesso à escrita.
A industrialização trouxe consigo grandes
transformações sociais, econômicas, políticas e
culturais, não somente os bens materiais
produzidos por ela apresentaram aumento no
consumo, mas também os bens culturais. O número de leitores aumentou
consideravelmente com o barateamento dos custos do papel, os jornais
tinham cada vez mais tiragens. Cresceram as companhias de teatro, balé,
circos, que se preocupavam com o público das cidades que aumentava a
cada dia com o êxodo rural.
Todas estas transformações fizeram com que um ramo da indústria
passasse a se dedicar exclusivamente a este fato. Logo, não só os jornais
apresentavam crescimento, como já foi dito anteriormente, mas os livros, as
peças, as “mercadorias culturais” como um todo, cresciam.
Este termo, indústria cultural, foi criado por dois grandes filósofos
contemporâneos: Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheime (1895-
1973).
Eles explicam como os meios de comunicação de massa (rádio, televisão,
cinema) vendem as mercadorias culturais e como são veiculadas as imagens
da sociedade capitalista através da propaganda desta sociedade, a fim de
que ela se mantenha como está, ou seja, para que a sua estrutura permaneça
a mesma.
UNIDADE 3 - CARACTERIZAÇÃO DA SOCIEDADE HUMANA
48
Os atuais meios de produção propiciaram a reprodução de obras de arte
que foram sendo popularizadas em larga escala. E sobre esse aspecto os
estudiosos da questão afirmam que não podemos pensar em cultura erudita
ou cultura popular sem antes examinarmos a indústria cultural.
Entretanto, os autores mencionados
criticavam a indústria cultural, pois
consideravam que, ao invés de democratizar os
bens culturais chamados de eruditos,
simplesmente os banalizavam, na medida em
que o povo não conseguia compreendê-los.
Logo, só serviam para controlar e manter o
status quo através da dependência e da
alienação dos homens.
Em contrapartida, outros autores, assim
como Marshall Mcluhan (1911-1980) analisam a
indústria cultural sob outro ângulo mais positivo,
pois consideram que os meios de comunicação de massa aproximam os
homens e diminuem as distâncias territoriais e sociais entre eles e muitas
vezes, estes são as únicas fontes de informação para uma considerável
parcela da população.
Segundo esta corrente de pensadores, a indústria cultural contribuiu
para a emancipação e melhoria das sociedades, pois promovendo a
padronização dos gostos e sensibilidades entre as classes sociais, promove
também a união e o sentimento de nacionalidade.
Faça uma revisão deste conteúdo, buscando rever os pontos principais
que foram abordados.
LEITURA COMPLEMENTAR:
CASTRO & DIAS. Introdução ao pensamento sociológico. Rio
de Janeiro: Eldorado, 1981.
KOENIG, S. Elementos de Sociologia. Rio de Janeiro: Zahar,
1985.
MORIN, E. Cultura de Massa no século XX. O espírito do tempo
-2. NECROSE. Rio de Janeiro: Forense, 2001.
É HORA DE SE AVALIAR!
Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de
estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-
lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia
no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija
as respostas no caderno e depois as envie através do nosso
ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco!
Na próxima unidade, estudaremos a estratificação social. Até lá!
Status quo – expressão latina
que significa o sistema vigen-
te.

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