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Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Toledo Acadêmica: Djerly Simonetti Libras II Licenciatura em Matemática Orientador: Clovis Batista de Souza Cultura e literatura surda; necessidades e adaptações para surdos Cultura Surda Os surdos possuem uma habilidade visual-gestual muito aguçada, por isso o seu cognitivo e comunicação são marcados pelo visual, ao contrário dos ouvintes que se comunicam fazendo uso da audição. Nesse sentido, a dificuldade do surdo em se comunicar pode gerar conseqüências negativas em aspectos emocionais, sociais, cognitivos. É por isso que o surdo precisa da língua de sinais para se comunicar, e assim encontrar sua identidade pessoal surda. O ser humano é um ser social e precisa encontrar-se em um grupo que compartilhe dos mesmos aspectos culturais. No processo de identificação de sua cultura o surdo primeiramente percebe que está inserido em um espaço social onde se vê diferente. A cultura ouvinte não condiz com seus anseios. Logo, o sujeito surdo busca transitar entre essas culturas, ouvinte e surda, para encontrar sua identidade. [...] As identidades surdas são construídas dentro das representações possíveis da cultura surda, elas moldam-se de acordo com maior ou menor receptividade cultural assumida pelo sujeito. E dentro dessa receptividade cultural, também surge aquela luta política ou consciência oposicional pela qual o individuo representa a si mesmo, se defende da homogeneização, dos aspectos que o tornam corpo menos habitável, da sensação de invalidez, de inclusão entre os deficientes, de menos valia social. (PERLIN, 2004, p. 77- 78) Todos os humanos interagem e interdependem um dos outros. Assim, o surdo busca sua alteridade nas relações com o outro. Atualmente, as produções culturais dos surdos como a identidade, a diferença, a língua de sinais, a compreensão das posições do sujeito (surdo e ouvinte), a poesia e a escrita da língua de sinais são necessárias à alteridade do sujeito surdo. Perlin (2004, p. 77), ao escrever sobre a cultura surda e a diferença surda, afirma que a cultura surda contém a prática social dos surdos. Falar de cultura surda e cultura ouvinte refere-se as posições que o sujeito se movimenta para constituir sua identidade, diferença e não em grupos antagônicos. Alguns dos aspectos da identidade cultural dos surdos é a identidade surda. A qual desenvolve-se no interior da cultura surda, onde os surdos passam a serem surdos através da experiência visual, de adquirir certo jeito de ser surdo. A diferença no sentido do surdo ter alteridade. A Língua de Sinais é uma de suas maiores produções. Literatura Surda A literatura surda é toda literatura direcionada aos surdos. Sempre busca difundir a cultura surda e a língua de sinais. Os livros abordam histórias inventadas por surdos, integrantes da cultura surda, adaptações de histórias clássicas, histórias pessoais, tudo repensado sob a visão da cultura surda. A literatura surda está relacionada com a cultura surda. De acordo com Karnopp (2010) “Literatura surda é a produção de textos literários em sinais, que traduz a experiência visual, que entende a surdez como presença de algo e não como falta, que possibilita outras representações de surdos e que considera as pessoas surdas como um grupo linguístico e cultural diferente” (p.161). O mundo da fantasia e imaginação da literatura também precisa chegar aos surdos. Uma dificuldade que esses encontram é o acesso a obras literárias que registrem o cotidiano de pessoas surdas ou que narrem experiências e aspectos culturais da surdez. Pois a maioria dos livros são para os ouvintes. http://educareisaquestao.blogspot.com.br/2012/04 Através da literatura surda podem-se alfabetizar os surdos porque eles se sentem motivados e iniciam o processo de construção de identidade. É preciso entender que a língua portuguesa é a segunda língua para o surdo e sendo assim, precisamos de metodologias adequadas a leitura do surdo. Como os surdos são muito visuais, para um conto de história ser produtivo para crianças surdas é necessário que esta história seja contada em Libras. E se a história apresentar uma narrativa em torno da cultura ouvinte, será interessante além da tradução para Libras a adaptação para a cultura surda. Isso é literatura surda, a qual contempla expressões faciais e corporais, classificadores... A própria literatura surda é um meio dos ouvintes refletirem sobre o tema. Pois trabalhar a literatura surda em um curso que forma professores, ou até em aulas de português na educação básica, colabora para um repensar da cultura surda. Acessibilidade/Necessidades para surdos No Brasil a Lei federal nº 10098 de 19 de dezembro de 2000, estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. No Plano Nacional De Educação contempla-se a implementação de generalizar em dez anos, o ensino da língua brasileira de sinais para os alunos surdos e, sempre que possível, para seus familiares. E o professor deverá dominar, a Língua Brasileira De Sinais-Libras. Primeiramente temos que entender que acessibilidade é o direito de eliminação de barreiras arquitetônicas, de disponibilidade de comunicação, de acesso físico, de equipamentos e programas adequados, de conteúdo e apresentação da informação em formatos alternativos. E o nosso país precisa ainda se adequar a essas mudanças. Para tanto a Lei nº 4304 de 07 de abril de 2004 dispões sobre a utilização de recursos visuais, destinados as pessoas com deficiência auditiva, na veiculação de propaganda oficial. Já a Lei nº 8213, de 24 de julho de 1991, art. 93, prevê que a empresa com cem ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% a 5% dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas. Além da legislação tem-se uma produção de mercadorias voltadas a acessibilidade de pessoas surdas como telefones. Hoje algumas operadoras disponibilizam a Central de Atendimento ao Surdo, para facilitar a comunicação dos Surdos com demais aparelhos. http://flautas.wordpress.com/2010/10/05/telefone-para-surdos/ Produziram-se também alertas luminosos. Utilizados em campainhas, telefones como (TS) e em bábas eletrónicas. Exemplificando: quando alguém apertar a campainha da casa de uma pessoa surda, o dispositivo acenderá e o surdo saberá que tem alguém em sua porta. http://www.tudolivre.com/produtos/ler/2284/baba-eletronica-morefitness-mf862--bivolts.html Outro aparelho é o relógio com despertador vibratório http://igualmentediferentes.com/tag/despertador-vibratorio/ O aparelho especial para surdos tem um visor indicativo onde é possível ler as mensagens recebidas. Possui também um teclado, que deve ser usado para enviá-las. No caso das mães surdas as luzes "sonoras" permitem que vejam o nível de atividade ou ate mesmo "sintam" o chamado do bebe! O receptor cabe dentro do bolso e vibra quando o bebe chama. Muito utilizado pelos surdos em baixo do travesseiro. Pois ele vibra no horário escolhido para despertar. Ao pensar em necessidades devemos sempre se lembrar do que o surdo realmente precisa para se desenvolver em todos os aspectos: pessoais e sociais. Para tanto não podemos esquecer que na escola, em uma igreja, palestra, tem que haver um intérprete disponível para o surdo sentir-se com mesmo direito de compartilhar suas ideias. Referências http://www.porsinal.pt/index.php?ps=artigos&idt=artc&cat=16&idart=151http://www.vendovozes.com/2010/10/literatura-surda-parte-i.html http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S141498932004000400009&script=sci_arttext http://www.cepelibras.com/o-que-e-libras/literatura-surda/ http://educareisaquestao.blogspot.com.br/2012/04/literatura-na-formacao-da-crianca- surda.html http://www.acessobrasil.org.br/index.php?itemid=45 http://csjonline.web.br.com/cur_baba_eletronica.htm
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