Aula+3+Anatomia

Prévia do material em texto

12/11/2013 
1 
Introdução à Neurociência 
 
Localizando as funções 
Anatomia 
Profa. Paula Ayako Tiba 
paula.tiba@ufabc.edu.br 
Profa. Karin Di Monteiro Moreira 
kkarin@ufabc.edu.br 
O que nos torna humanos? 
2 
• Aumento do cérebro 
• Consciência 
• Auto-reconhecimento (e conhecimento da consciência 
dos outros) 
• Questionamento e ação – padrões éticos e morais 
 
 
 
12/11/2013 
2 
O que nos torna humanos? 
3 
Reconhecimento das emoções – 
Emoção e Cognição 
4 
• Do que precisamos para reconhecer 
emoções? 
– Ler mentes? 
– Se colocar no lugar do outro? 
– Habilidade de saber o que o outro está 
pensando? 
12/11/2013 
3 
Teoria da mente 
5 
• Entender que outros têm crenças, 
objetivos e intenções. 
• Teste de Sally-Ann 
Teoria da mente – outros animais? 
6 
Experimento 1: Uninformed 
 
Hare et al., Animal Behav 2001 
12/11/2013 
4 
Teoria da mente – outros animais? 
Experimento 1: Informed 
 
7 Hare et al., Animal Behav 2001 
Teoria da mente – outros animais? 
8 
Experimento 1: Misinformed 
 
Hare et al., Animal Behav 2001 
12/11/2013 
5 
Teoria da mente – outros animais? 
Hare et al., Animal Behav 2001 
Teoria da mente – outros animais? 
10 
Same 
Hare et al., Animal Behav 2001 
12/11/2013 
6 
Teoria da mente – outros animais? 
Switch 
11 Hare et al., Animal Behav 2001 
Teoria da mente – outros animais? 
Hare et al., Animal Behav 2001 
12/11/2013 
7 
O que nos torna humanos? 
13 
- Se observamos comportamento semelhante, podemos 
nos colocar na mesma condição? 
- Se o comportamento é expresso, deve haver áreas do 
cérebro responsáveis por isso 
 
 
 
Localizacionismo 
• Identificar áreas encefálicas responsáveis pelos 
comportamentos 
• Cada região é dedicada a uma atividade 
particular 
• Utilizar essas informações para...? 
14 
12/11/2013 
8 
Antiguidade 
- Ritual 
- Tratamento de enfermidades, liberação de espíritos 
ruins 
- Recuperação de danos 
 
~10.000 anos 
Histórico 
Era cardiocêntrica 
 
1000 A.C. - Egípcios - armazenamento dos pulmões, fígado, 
estômago e intestinos 
 
O encéfalo era descartado, 
enquanto que o coração era 
considerado muito importante, para 
ser removido. 
Outros órgãos guardados – fígado, 
pulmões, estômago e intestino. 
Histórico 
16 
12/11/2013 
9 
Grécia 
Séc 5 A.C. – Alcmaeon– primeira descrição dos nervos ópticos: cérebro 
seria um órgão central para a sensação e pensamento 
Histórico 
17 
Nervo óptico 
18 
12/11/2013 
10 
 
Nervos cranianos 
 
Grécia 
Maior responsável em chamar maior atenção ao cérebro: Hipócrates 
 “Men ought to know that from nothing else but the brain come joys, 
delights, laughter and sports, and sorrows, grief, despondency, and 
lamentations. And by this, in an especial manner, we acquire wisdom and 
knowledge, and see and hear, and know what are foul and what are fair, 
what are bad and what are good, what are sweet and what are unsavory… 
And by the same organ we became mad and delirious, and fear and terror 
assail us… All theses things we endure from the brain, when it is not 
healthy…” 
Histórico 
20 
12/11/2013 
11 
Aristóteles (~350 A. C.): Cérebro para resfriar o sangue. 
Galeno (~ 150 D.C.): Descrição anatômica dos nervos – ligação com o cérebro 
– sensações e motricidade 
Histórico 
21 
Nervos e sistema nervoso periférico 
Sistema Nervoso Central – 
Encéfalo e medula (dentro 
das meninges e 
caixa óssea) 
 
 
Sistema Nervoso Periférico – 
Nervos e gânglios 
Divisão anatômica 
12/11/2013 
12 
Galeno (~ 150 D.C.): Descrição anatômica dos nervos – ligação com o 
cérebro – sensações e motricidade 
Importância dos ventrículos – idéias que permaneceram por 1500 anos - 
nervos como canos que conduzem o humor produzido pelos ventrículos 
cerebrais. 
Nemesius (Séc. 2 e 4) 
Ventrículos laterais – percepção 
Terceiro ventrículo (médio) – cognição (processamento e pensamento) 
Quarto ventrículo (posterior) - memória 
Histórico 
“Espírito animal” 
23 
Ventrículos 
24 
12/11/2013 
13 
Descartes (1662) 
Estímulo externo – abriria as válvulas dos ventrículos, 
liberando o espírito animal, que levaria o músculo ao 
movimento. 
Movimentos voluntários: Interação da alma racional com 
os músculos – via glândula pineal. 
 
René Descartes (1596-1650) 
Histórico 
25 
Glândula Pineal 
26 
12/11/2013 
14 
Jean-Cesar Legallois (1806): secções em diferentes partes do 
tronco; descoberta do centro respiratório 
 
 
 
 
Histórico 
27 
Divisão anatômica 
ENCÉFALO 
MESENCÉFALO 
DIENCÉFALO 
PONTE 
BULBO 
Encéfalo = brain 
Cérebro = brain ou cerebrum 
Medula = spinal chord 
Bulbo = medulla oblongata 
CÉREBRO = TELENCÉFALO + DIENCÉFALO 
TRONCO 
12/11/2013 
15 
 
Funções dos nervos espinhais: raiz dorsal sensorial e 
ventral motora 
 
 
 Charles Bell (1774-1842) e 
François Magendie (1783-1855) 
 
Histórico 
Medula espinhal 
30 
12/11/2013 
16 
Medula espinhal 
31 
31 
Medula espinhal 
32 
12/11/2013 
17 
Medula espinhal 
raiz dorsal sensorial 
raiz ventral motora 
33 
Medula espinhal 
raiz dorsal sensorial 
34 
12/11/2013 
18 
35 35 
 
-Funções específicas 
-Podem ser sensitivos 
(aferentes), motores 
(eferentes) ou mistos. 
 
 
Nervos cranianos 
36 36 
Nervos - miótomo 
12/11/2013 
19 
37 37 
Nervos - dermátomo 
Localizacionismo cerebral - Frenologia 
Franz Gall (1758–1828) e Johann Spurzheim (1776-1832): características 
do crânio são indicativos do desenvolvimento cerebral, que está 
correlacionado com talentos ou comportamentos específicos. 
 
 
Histórico 
12/11/2013 
20 
Histórico 
39 
Eqüipotencialidade do córtex cerebral 
 
Marie-Jean-Pierre Flourens (1794-1867): 
- Defensor da experimentação com animais, 
estudos de lesão e estimulação elétrica 
- Contra os frenologistas 
-Recuperação de funções após lesões 
especificas 
Histórico 
40 
12/11/2013 
21 
A volta do Localizacionismo 
Paul Broca (1824-1880): 
Respeitado médico e cientista 
Análise do caso de Leborgne (“Tan”) 
Descrição detalhada da lesão e do caso; 
Área não relacionada ao local defendido pelos 
frenologistas. 
 
Histórico 
41 
A volta do Localizacionismo 
John Hughlings Jackson (1835-1911): 
- Pacientes epiléticos – inicio de crises 
concomitante a movimentos complexos 
característicos – estimulação elétrica pela crise 
- Primeiro a observar que lesões do lado direito 
do cérebro afetam mais processos visuo-
espaciais que do lado esquerdo 
- Sabia que, no entanto, apesar das lesões 
dificilmente um paciente perdia totalmente alguma 
função. 
Histórico 
42 
12/11/2013 
22 
A volta do Localizacionismo 
Eduard Hitzig (1838-1907) e Gustav Theodor Fritsch 
(1838-1927): 
Localização da área motora cortical – estimulação 
elétrica 
Descrição da existência de somatotopia, e de uma 
representação contralateral e inversa 
Histórico 
A volta do Localizacionismo 
Estimulação elétrica – início com Giovanni Aldini (1762-1834) 
- Usou cadáveres de pessoas enforcadas ou recém-decapitadas para 
aplicar correntes elétricas; 
- Quis provar que, ao se estimular o cérebro, mesmo que externamente, 
era possível provocar algum efeito. 
 
 
 
Histórico 
12/11/2013 
23A volta do Localizacionismo 
Estimulação elétrica – início com Giovanni Aldini (1762-1834) 
- Usou cadáveres de pessoas enforcadas ou recém-decapitadas para 
aplicar correntes elétricas; 
- Quis provar que, ao se estimular o cérebro, mesmo que externamente, 
era possível provocar algum efeito. 
 
 
 
Histórico 
“Ressuscitação pela eletricidade” 
Frankenstein de 
Mary Wollstonecraft Shelley 
A volta do Localizacionismo 
 
Sir Victor A.H. Horsley (1857-1916) 
Método para localizar melhor as intervenções 
cirúrgicas – aparelho estereotáxico 
 
Tornou possível à estimulação elétrica subcortical 
Histórico 
12/11/2013 
24 
A volta do Localizacionismo 
Wilder G. Penfield (1891-1976) 
Primeiras estimulações elétricas sistemáticas em pacientes sob anestesia. 
Criação de mapas somatotópicos 
 
 
Histórico 
A volta do Localizacionismo 
Wilder G. Penfield (1891-1976) – Homúnculo de Penfield 
 
 
Histórico 
48 
12/11/2013 
25 
Homúnculo de 
Penfield 
49 
49 
A volta 
do Localizacionismo 
David Ferrier (1843-1924) 
Mapeamento de áreas por estimulação 
elétrica 
Início de uma nova era de aplicações médicas 
dos estudos de localização cerebral, 
especialmente para a neurocirurgia. 
 
Histórico 
50 
12/11/2013 
26 
Localizacionismo x Holismo 
Friedrich Goltz (1834-1902) 
Lesões no encéfalo de cães – 
sem efeitos aparentes. 
David Ferrier (1843-1924) 
Localização no encéfalo de 
primatas 
7º. International Medical 
Congress in London 
(1881) 
Histórico 
51 
Localizacionismo x Holismo 
Shepherd Ivory Franz (1874-1933) e Karl Lashley (1890-1958) 
 
Termos: equipotencialidade e lei das massas. 
 
Histórico 
52 
12/11/2013 
27 
Holismo 
“On the one hand, (the brain) is a great whole composed of a number of parts, each of which 
performs a special function; while on the other hand, these different parts are intimately 
connected with each other, in such a manner that they are mutually, jointly and severally 
responsible, if I can express it thus. Hence it follows that the place where you discover a 
lesion does not always reside the direct cause of the effects which are produced.” 
 Gabriel Andral (1797-1846) 
“I ought however to emphasize the fact that anatomical localization is no way denied or 
abridged. It is only the mechanism of function and of the symptoms that is concerned. The 
conventional cortical centers as at present conceived are symptoms producing centers and 
not centers of functions as conventionally ascribed to them. “ 
Morton Prince, 1910 
Histórico 
Hoje 
• Squire (1987) discute que o tema não é 
localizacionismo x antilocalizacionismo per se, 
mas "concerns the size of the ensembles, i.e., 
the size of the functional unit within which 
information is equivalently and statistically 
distributed”. 
• Plasticidade neural 
• Ressonância magnética funcional (e outras 
técnicas de imagem) 
 
 
54 
12/11/2013 
28 
Hoje 
55 
Hoje 
56 
12/11/2013 
29 
57 
Hoje 
58 
12/11/2013 
30 
Córtex cerebral – divisão funcional 
59 
Nomenclatura 
60 
60 
12/11/2013 
31 
Nomenclatura 
Plano horizontal Plano coronal Plano sagital 
61 
Nomenclatura 
62 
sagital 
horizontal 
coronal 
12/11/2013 
32 
Meninges e inervação 
63 
Secção medial/sagital 
64 64 
Matéria branca x Matéria cinzenta 
 
12/11/2013 
33 
Medula espinhal 
65 65 
Matéria branca x Matéria cinzenta 
 
Irrigação sanguínea 
66 
12/11/2013 
34 
Irrigação sanguínea 
67 
Meninges 
• Crânio/Vértebra (osso+camada epidural de 
gordura) 
• Dura-máter (“espaço” subdural) 
• Aracnóide (espaço subaracnóide): 
 - líquido cefalorraquidiano 
 - vasos sanguíneos 
• Pia-máter 
 
68 
68 
12/11/2013 
35 
Meninges 
69 
69 
Ventrículos 
70 
12/11/2013 
36 
Líquor e barreira hemato-encefálica 
71 
LÍQUOR SANGUE 
TECIDO 
NERVOSO 
hemoliquórica 
Hemato-
encefálica 
Líquor-encefálica 
Sistema nervoso entérico 
72 
• Inervação do nervo 
vago (X); 
• Plexo mioentérico e 
plexo submucoso 
• “little brain” – mais 
neurônios que a 
medula espinhal. 
12/11/2013 
37 
Para rever e brincar... 
73 
http://www.g2conline.org/