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Universidade Federal do ABC - UFABC 1a Avaliação (24/mar/2009) - Diurno - FVV GABARITO Questão 1. Dada f(x, y) = 1 4x2 + y2 , determine (a) o domínio e a imagem de f ; (b) trace pelo menos três curvas de nível da função; (c) esboce o gráfico de f . Resposta: (a) Df = R2 − {(0, 0)} e Imf = (0,+∞) (b) (c) -3 -2 -1 0 1 2 3 -3 -2 -1 0 1 2 3 -2 0 2 -2 0 2 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 Questão 2. Calcule os seguintes limites: (a) lim (x,y)→(0,0) x3y 2x6 + y2 ; (b) lim (x,y)→(0,0) xy√ x2 + y2 . Resposta: (a) Vamos escolher caminhos distintos. Faça, inicialmente, y = mx. Assim, lim (x,y)→(0,0) x3y 2x6 + y2 = lim x→0 x3mx 2x6 + (mx)2 = lim x→0 mx4 2x6 +m2x2 = lim x→0 mx2 2x4 +m2 = 0 . Agora, escolha y = x3. Neste caso, obtemos: lim (x,y)→(0,0) x3y 2x6 + y2 = lim x→0 x3x3 2x6 + x6 = lim x→0 x6 3x6 = 1 3 . Como os resultados são distintos, podemos afirmar que o limite não existe. (b) Novamente, vamos escolher caminhos distintos. Faça, inicialmente, y = mx. Assim, lim (x,y)→(0,0) xy√ x2 + y2 = lim x→0 mx2√ x2 +m2x2 = lim x→0 mx2 |x|√1 +m2 = 0 . Seja y = x2. Neste caso, temos: lim (x,y)→(0,0) x3√ x2 + x4 = lim x→0 x3 |x|√1 + x2 = 0 . Sendo assim, vamos supor que o limite seja igual a zero. Então: 1 0 ≤ ∣∣∣∣∣ xy√x2 + y2 ∣∣∣∣∣ = |x||y|√x2 + y2 ≤ |x| , pois |y| = √ y2 ≤ √ x2 + y2 logo |y|√ x2 + y2 ≤ 1 . Mas, lim x→0 |x| = 0 e, utilizando o teorema do confronto, obtemos que lim (x,y)→(0,0) ∣∣∣∣∣ xy√x2 + y2 ∣∣∣∣∣ = 0 o que implica lim (x,y)→(0,0) xy√ x2 + y2 = 0 . Questão 3. Calcule as derivadas parciais das funções: (a) f(x, y, z) = yz ln(xy); (b) f(x, y) = x3 − y2 x2 + y2 , (x, y) 6= (0, 0) 0 , (x, y) = (0, 0) . Resposta: (a) fx = yz 1 xy y = yz x fy = z ln(xy) + yz 1 xy x = z [ln(xy) + 1] fz = y ln(xy) (b) Se (x, y) 6= (0, 0) temos fx = 3x2(x2 + y2)− (x3 − y2)2x (x2 + y2)2 = x4 + 3x2y2 + 2xy2 (x2 + y2)2 e fy = −2y(x2 + y2)− (x3 − y2)2y (x2 + y2)2 = −2x 2y(1 + x) (x2 + y2)2 Se (x, y) = (0, 0), definimos, para y = 0, g(x) = f(x, 0) = { x x 6= 0 0 x = 0 ou seja, f(x, 0) = x, ∀x ∈ R. Logo, fx(0, 0) = 1. Por outro lado, se x = 0, definimos h(y) = f(0, y) = { −1 y 6= 0 0 y = 0 Portanto, h(y) não é contínua em y = 0, logo, não existe fy(0, 0). Questão 4. (a) Seja f(x, y) = { xy x2 + y2 , (x, y) 6= (0, 0) 0 , (x, y) = (0, 0) . 2 Mostre que fx(0, 0) e fy(0, 0) existem mas f não é diferenciável em (0, 0). (b) Explique por que fx e fy não são contínuas no ponto (0, 0). Resposta: (a) Para (x, y) 6= (0, 0) temos que f é uma função racional com derivadas parciais fx(x, y) = y(x2 + y2)− (xy)2x (x2 + y2)2 = y(y2 − x2) (x2 + y2)2 e, considerando a simetria da função, para o cálculo da derivada parcial em relação a y, basta trocar x por y em fx. Assim, fy = x(x2 − y2) (x2 + y2)2 . No ponto (0, 0), temos fx(0, 0) = lim (x,y)→(0,0) f(x, 0)− f(0, 0) x− 0 = lim(x,y)→(0,0) 0− 0 x = 0 e fy(0, 0) = lim (x,y)→(0,0) f(0, y)− f(0, 0) y − 0 = lim(x,y)→(0,0) 0− 0 y = 0 . Embora as derivadas parciais existam, f não é diferenciável em (0, 0) porque f não é contínua neste ponto. Para mostrar isto, basta escolher o caminho y = 0 (eixo x), e verificar que lim (x,y)→(0,0) f(x, y) = lim x→0 f(x, 0) = 0 e, escolhendo o caminho y = x, encontramos lim (x,y)→(0,0) f(x, y) = lim x→0 f(x, x) = 1/2, logo, não existe lim (x,y)→(0,0) f(x, y), portanto, f não é contínua em (0, 0). (b) Vamos calcular lim (x,y)→(0,0) fx(x, y). Escolhendo o caminho x = 0 (eixo y), obtemos lim (x,y)→(0,0) y(y2 − x2) (x2 + y2)2 = lim y→0 1 y que não existe, pois vale −∞ se y → 0− e +∞ se x → 0+. De forma análoga, mostramos que não existe o lim (x,y)→(0,0) fy(x, y). Questão 5. Seja z = f(x, y) onde x = r cos θ e y = r sen θ. Mostre que ∂2z ∂x2 + ∂2z ∂y2 = ∂2z ∂r2 + 1 r2 ∂2z ∂θ2 + 1 r ∂z ∂r Resposta: Vamos calcular as derivadas parciais de z. Temos: zr = zxxr + zyyr = cos θzx + sen θzy zθ = zxxθ + zyyθ = −r sen θzx + r cos θzy Calculando as derivadas de ordem dois, obtemos: zrr = cos θ(zx)r + sen θ(zy)r = = cos θ (cos θzxx + sen θzyx) + sen θ (cos θzxy + sen θzyy) = = cos2 θzxx + 2 cos θ sen θzxy + sen2 θzyy e zθθ = −r cos θzx − r sen θ(zx)θ + r cos θ(zy)θ − r sen θzy = = −r cos θzx + r2 sen2 θzxx − 2r2 sen θ cos θzxy + r2 cos2 θzyy − r sen θzy 3 Então zrr + 1 r2 zθθ + 1 r zr = cos2 θzxx + 2 cos θ sen θzxy + sen2 θzyy+ + 1 r2 (−r cos θzx + r2 sen2 θzxx − 2r2 sen θ cos θzxy + r2 cos2 θzyy − r sen θzy)+ + 1 r (cos θzx + sen θzy) = cos2 θzxx + 2 cos θ sen θzxy + sen2 θzyy− −1 r cos θzx + sen2 θzxx − 2 sen θ cos θzxy + cos2 θzyy − 1 r sen θzy + 1 r cos θzx + 1 r sen θzy = = zxx + zyy Questão 6. Encontre a aproximação linear da função f(x, y) = ln(x− 3y) no ponto (7, 2) e utilize-a para aproximar o valor de f(6.9, 2.06). Resposta: Vamos calcular o diferencial de z = f(x, y). Temos dz = fx(x, y)dx+ fy(x, y)dy onde fx(x, y) = 1 x− 3y e fy(x, y) = − 3 x− 3y . Vamos tomar x = 7, y = 2, dx = −0.1 e dy = 0.06. Então dz = −fx(7, 2)0.1 + fy(7, 2)0.06 = −0.1− 3(0.06) = −0.28 . Portanto, f(6.9, 2.06) ≈ f(7, 2) + dz = ln(7− 2 · 6)− 0.28 = ln 1− 0.28 = −0.28 4
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