Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Técnicas de Negociação Autor: Alexandre Mine Calil Tema 01 Uma Reflexão sobre a Abordagem Sistêmica na Negociação e o Processo de Negociação seç ões Tema 01 Uma Reflexão sobre a Abordagem Sistêmica na Negociação e o Processo de Negociação Como citar este material: CALIL, Alexandre Mine. Técnicas de Negociação: Uma Reflexão sobre a Abordagem Sistêmica na Negociação e o Processo de Negociação. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. SeçõesSeções Tema 01 Uma Reflexão sobre a Abordagem Sistêmica na Negociação e o Processo de Negociação Introdução ao Estudo da Disciplina Caro(a) aluno(a). Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Negociação: Aplicações Práticas de uma Abordagem Sistêmica, dos autores Dante Pinheiro Martinelli e Flávia Angeli Ghisi, editora Saraiva, 2012, Livro-Texto n. 202. Roteiro de Estudo: Alexandre Mine Calil Técnicas de Negociação CONTEÚDOSEHABILIDADES 5 Conteúdo Nessa aula você estudará: • A origem da teoria de sistemas no campo da administração. • As perspectivas da negociação em um contexto sistêmico. • Uma proposta esquemática para a abordagem sistêmica da negociação. • Aplicando o conceito de enfoque sistêmico na negociação. 6 Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões: • Qual é a origem dos sistemas no campo da administração? • Quais as perspectivas da negociação neste contexto sistêmico? • Como se dá o processo de negociação e quais são as habilidades essenciais dos negociadores? • Qual o enfoque sistêmico na negociação? LEITURAOBRIGATÓRIA Uma Reflexão sobre a Abordagem Sistêmica na Negociação e o Processo de Negociação Existem várias definições para o conceito de “negociação”. Entre elas, está a de Scare e Martinelli (2001, apud MARTINELLI, 2012, p. 17) que definem negociação como sendo “um conceito em contínua formação, que está amplamente relacionado à satisfação de ambos os lados”. Já os autores Fisher e Ury (1985, apud MARTINELLI, 2012, p. 17) definem como “um processo de comunicação bilateral, com o objetivo de se chegar a uma decisão conjunta”. Pode-se notar que ambos os autores definem a negociação como sendo um conceito que envolve duas partes, inter-relacionadas, em busca de um objetivo final. Essa inter-relação possibilita abordar também o enfoque sistêmico. Os autores definem como ideias centrais do enfoque sistêmico o fato de um sistema ser composto por elementos que são, ao mesmo tempo, interdependentes e com objetivos próprios. Por isso, a abordagem CONTEÚDOSEHABILIDADES 77 sistêmica é a definição da empresa como “um conjunto de partes inter-relacionadas e interdependentes, organizadas de maneira a produzir um todo unificado (MARTINELLI; GHISI, 2012). Também é possível encontrar outros autores que definiram que para se estudar uma organização de maneira adequada, devida a sua complexidade, deve-se encará-la como um sistema, que são identificados como elementos que se relacionam entre si, ligados direta ou indiretamente e que perseguem, de maneira geral, um objetivo. Capra (1999, apud MARTINELLI, 2012, p. 10), em seu livro “A teia da vida”, explica que pensamento sistêmico é contextual e que a sua compreensão é derivada de um contexto mais amplo, definido como “componente de um sistema maior, o próprio ambiente”. Alguns autores foram criticados por não terem relacionado à organização e o ambiente externo em suas definições de teorias administrativas. Ainda que existam referências sobre a abordagem sistêmicas em autores como Frederick Winslow Taylor ou Chester Irving Barnard, elas são apresentadas de forma muito primária. Jules Henri Fayol, Georges Elton Mayo e Mary Parker Follett também definiram panoramas sistêmicos da administração, porém ainda de maneira muito tímida. Em 1937, o biólogo austríaco Bertalanfyy lançou a base da teoria dos sistemas (TS), como resultado de um estudo sobre o metabolismo, o crescimento e a biofísica de organismos. A sua definição para sistemas é a de que se trata de um “conjunto de unidades reciprocamente relacionadas, que tem um propósito específico e pode afetar as demais partes” (MARTINELLI, 2012). O autor austríaco ousou a avaliar um novo cenário da tecnologia e da sociedade, que ele definiu como complexas a ponto de que as soluções tradicionais não trariam mais êxitos. Dessa maneira, passou a considerar a abordagem sistêmica de fundamental importância para alcançar resultados que satisfizessem sua pesquisa. Com isso, formulou duas ideias centrais: • A necessidade de analisar todas as inter-relações, não apenas os elementos. • A necessidade de aplicar vários enfoques para entender e lidar com uma realidade que se tornava cada vez mais complexa. LEITURAOBRIGATÓRIA 8 Bertalanfyy forneceu, por meio de sua importante Teoria Geral dos Sistemas (TGS), um meio para a interpretação das organizações, que passavam a ser compreendidas como uma parte de um sistema aberto. O próprio Chiavenato (2000) definiu que com a aparição da TGS tornou-se impossível negar a natureza sistêmica das organizações e das empresas, principalmente. Ao traçar um paralelo entre a negociação e a abordagem sistêmica é possível perceber que existe a necessidade de se identificar no aspecto da negociação a inter-relação das partes. Por isso, o enfoque sistêmico permite ao negociador compreender todas as partes envolvidas e os objetivos relacionados, utilizando a abordagem sistêmica como ferramenta de valor, já que os autores defendem que saber negociar tornou-se fundamental para uma vida profissional e pessoal bem sucedida nos tempos de hoje. Os autores defendem que na maior parte do tempo da vida se está envolvido, querendo ou não, em negociações. Seja no campo afetivo, profissional, nas amizades, a necessidade de se chegar a um consenso é uma constante. E o consenso é fruto de uma negociação. A negociação em si é definida pelo autor Nierenberg em seu livro “A arte da negociação”, de 1981, como sendo “um processo que pode afetar profundamente o relacionamento humano e produzir benefícios duradouros para todos os participantes”. Já Hodgson (1996, apud MARTINELLI, 2012) define como sendo “uma atividade que envolve um elemento de negócio ou barganha, que permite que ambas as partes alcancem um resultado satisfatório”. Assim, ao analisar o enfoque da negociação, é importante entender o processo da mesma. Para Ghisi (2012), a vantagem de se analisar o processo de negociação sob o prisma sistêmico está em compreender todos os elementos que influenciam e causam impacto sobre a negociação, permitindo que em longo prazo uma negociação ganha-ganha seja alcançada pelas partes, já que é possível prever alguns resultados com a sistematização. O processo em si é definido pelos autores como o transformador das entradas e saídas. As entradas são as informações levantas por meio da resolução das questões que apontam, por exemplo, as diferenças individuais e os valores pessoais de cada negociador, os itens em questão, os interesses comuns, que tipo de comportamento espera-se dos negociadores, qual a contribuição da barganha, da comunicação e da flexibilidade no processo, entre outros temas. LEITURAOBRIGATÓRIA 99 Ao transformar todas estas entradas em saídas positivas, o negociador atinge o resultado ganha-ganha. As saídas, segundo os autores, são a decisão conjunta, o acordo, a solução dos conflitos, a conquista das pessoas, entre outros aspectos. Por isso, os autores definem o processo de negociação “como o sistema de transformação de entradas (os estímulos) em saídas (as respostas)”, definidos a partir da análise dos objetos que compõe o sistema de negociação. Para Gishi e Martinelli, o processo de negociação ideal quandovisto do prisma sistêmico, é definido como um processo envolvendo duas ou mais partes, com comunicação bilateral, com interesses comuns, afinidades ou conflitos, e que utiliza a informação, o poder e o tempo em prol de um acordo comum. Tudo isso por meio de relações duradouras para satisfazer a necessidade dos envolvidos, todos eles, neste processo. Com o objetivo de aplicar o processo de negociação como um sistema de transformação de entradas positivas em saídas positivas, o negociador, visando atingir o padrão ganha- ganha, deve seguir alguns passos descritos pelos autores, entre eles: • Verificar o ambiente no qual está inserido. • Visualizar os objetivos do processo. • Identificar as entradas do processo. • Administrar o sistema. Finalizando, segundo os autores, a administração do “sistema de negociação” consiste no aprimoramento das funções do planejamento e do controle. Planejamento, no que tange os passos acima e controle envolvem a retroalimentação do processo de negociação de maneira contínua. LEITURAOBRIGATÓRIA 10 LINKSIMPORTANTES Quer saber mais sobre o assunto? Então: Sites Acesse o site do SEBRAE. Disponível em:<http://www.sebrae.com.br/momento/quero-melhorar-minha-empresa/co- mece-por-voce/negociacao >. Acesso em: 10 out. 2013. Nele você terá à disposição artigos e trabalhos desenvolvidos sobre negociação. Sebrae - Biblioteca Online. Disponível em: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br>. Acesso em: 10 out. 2013. Leia o artigo da Revista Exame, “Como negociar com o seu chefe”. Disponível em:<http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/aprenda-a-negociar-com-seu-che- fe-sem-entrar-numa-saia-justa>. Acesso em: 10 out. 2013. O artigo traz quatro dicas importantes sobre negociação. Vídeos Assista ao vídeo do palestrante Daniel Godri Jr. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=AFqzRMVg8gg&feature=related>. Acesso em: em 10 out. 2013. Godri aborda o tema negociação e tudo o que pode ser negociado em nossa vida profissional e pessoal, inclusive o aspecto da negociação ganha-ganha. Assista ao filme A Negociação” (Time Warner, 1994) com Samuel L. Jackson. 11 AGORAÉASUAVEZ Instruções: Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema. Questão 1: O filme “A Negociação” (Time Warner, 1994), com o título original em inglês The negociator, relata a história de um policial interpretado por Samuel L. Jackson, especialista em negociar com sequestradores. Assista a primeira parte do filme, em que o personagem de Jackson negocia com um seqüestrador, e escreva um pequeno texto de cinco linhas sobre como o fator “tempo” foi abordado no filme e crucial para a negociação entre as partes. Questão 2: “Negociação é um processo de comunica- ção bilateral, com o objetivo de se chegar a uma decisão conjunta”. Quem é o autor desta definição? a) Cohen. b) Hodgson. c) Kozicki. d) Acuff. e) Fisher e Ury. 12 Questão 3: Responda verdadeiro (V) ou falso (F): a) Um primeiro passo a ser considerado na visão da negociação sob um enfoque sistêmico é o seu processo, que inclui entradas, o processo em si e as saídas. b) A negociação ideal, vista sob o prisma sistêmico, pode ser definida como um processo que envolve duas ou mais partes. c) Valores pessoais são características pessoais e intrínsecas do negociador, e que envolvem entre outros aspectos a sua cultura e criação. d) As saídas de um sistema podem ser definidas como respostas, consequências, resultados ou inputs. e) O conflito se inicia quando uma das partes percebe que a outra frustrou ou vai frustrar os seus interesses. Questão 4: Marque a alternativa correta. O processo de negociação como um sis- tema de transformação de entradas (es- tímulos) em saídas (respostas) pode ser aplicado em qualquer situação prática, in- troduzindo novos componentes conforme a exigência do: a) Interlocutor. b) Objetivo. c) Contexto. d) Negociador. e) Elemento. Questão 5: Visando a aplicação do processo em um sistema de negociação ganha-ganha, o ne- gociador deverá seguir alguns passos, que poderão ser mapeados antes do início do processo, exceto: a) Administrar o sistema. b) Desativar o sistema. c) Verificar o ambiente em que está inserido. d) Identificar as entradas do processo. e) Visualizar os objetivos do processo. Questão 6: Explique qual a importância de visualizar os objetivos do processo de negociação? Questão 7: Considerando a etapa de aplicação do pro- cesso de negociação, em que consiste a administração do sistema? AGORAÉASUAVEZ 1313 Questão 8: Entre os componentes do processo de ne- gociação, defina o que significa “relaciona- mento humano”, elemento que faz parte das entradas de um sistema. Questão 9: Segundo o autor, a negociação ideal, vis- ta sob o prisma sistêmico, pode ser defi- nida como um processo que envolve duas ou mais partes, baseada na comunicação bilateral e iniciada a partir de interesses comuns. Quais podem ser estes pontos co- muns e o que poderá ser utilizado na busca pelo acordo entre as partes? Questão 10: No contexto da negociação é importante a compreensão sobre como a passagem do tempo afeta o processo. Por que isto é funda- mental e considerado uma variável básica? AGORAÉASUAVEZ 14 FINALIZANDO Neste tema, você aprendeu sobre a abordagem sistêmica do processo de negociação. Estudou também quais são os conceitos de entradas e saídas do processo, as suas variáveis e como deve considerá-las. Além disso, pode compreender quais são as definições mais utilizadas para o conceito de negociação e como a relação bilateral e a inter-relação interfere neste processo. REFERÊNCIAS LUBUS, Carlos. Capacitação em negociação e administração de conflitos. Resolution Soluções de Valor, 2010. COHEN, H. Você pode negociar qualquer coisa. Rio de Janeiro: Record, 1980. MARTINELLI, D. P. Negociação Empresarial: enfoque sistêmico e visão estratégica. São Paulo: Manole, 2002. BERTALANFYY, L. General System theory: foundations, development, applications. New York: George Braziller, 1968. NIERENBERG, G. I. The art of negotiating. New York: Simon & Schuster, 1981. HODGSON, J. Thinking on your feet in negotiations. London. Pitman, 1996. CHIAVENTO, I. Administração: teoria, processo e prática. São Paulo: Makron Books, 2000. CAPRA, F. A teia da vida: uma compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo: Cultrix, 1999. 15 GLOSSÁRIO Teoria Geral de Sistemas (TGS): Teoria Geral dos Sistemas, definida pelo autor alemão Ludwig Von Bertalanfy, e que serve como base pesquisadores de diversas áreas e como referência de vários autores no campo da negociação e administração. Ganha-ganha: resultado de uma negociação que permite que ambas as partes sintam-se realizadas após o desfecho, considerando que o resultado foi satisfatório para todos. Enfoque: definido como o modo de considerar ou de entender um assunto ou uma questão. Está relacionado ao ponto de vista ou a perspectiva. Prisma: modo de ver ou considerar as coisas. Também está relacionado ao ponto de vista. Barganha: permutação de alguma coisa. Relacionada à troca, que pode ser comercial ou não. Questão 1 Resposta: Não se aplica gabarito. Questão 2 Resposta: Alternativa E. Fisher e Ury (1985) definiram “negociação como sendo um processo de comunicação bilateral, com o objetivo de se chegara uma decisão conjunta”. p. 16 – Livro-Texto 202. 16 Questão 3 Resposta: Verdadeiro, Verdadeiro, Verdadeiro, Falso, Verdadeiro. a). Verdadeiro, pois segundo os autores, “um primeiro passo a ser considerado na visão da negociação sob um enfoque sistêmico é o seu processo, que inclui entradas, o processo em si e as saídas”. Definição está na p. 19 do Livro-Texto 202 – Processo de negociação. b). Verdadeiro, pois segundo as definições dos autores na p. 41 – Livro-Texto 202 a negociação ideal, vista sob o prisma sistêmico, pode ser definida como um processo que envolve duas ou mais partes e é baseada na comunicação bilateral. c). Verdadeiro, pois segundo definição dos autores na p. 43 do Livro-Texto 202 “Valores pessoais são características pessoais e intrínsecas do negociador, e que envolvem entre outros aspectos a sua cultura, criação e questões éticas”. d). Falso. O correto é definir saídas como outputs. Inputs são definições para as entradas, segundo os autores descrevem na p. 44, item Saídas. e). Verdadeiro. Segundo definição dos autores na p. 48, item Conflito, “o conflito se inicia quando uma das partes percebe que a outra frustrou ou vai frustrar os seus interesses, podendo ocorrer em qualquer tipo de relacionamento humano. Questão 4 Resposta: Alternativa E. O processo de negociação como um sistema de transformação de entradas (estímulos) em saídas (respostas) pode ser aplicado em qualquer situação prática, introduzindo novos componentes conforme a exigência do: Elemento. Questão 5 Resposta: Alternativa B. Segundo os autores, no item 2.4 na p. 54, antes de iniciado o processo, os passos que deverão ser aplicados são: Verificar o ambiente em que está inserido, visualizar os objetos do processo, identificar as entradas do processo e administrar o sistema. O item que desativa o sistema não está inserido neste contexto. GABARITO 1717 GABARITO Questão 6 Resposta: Os objetivos do processo significam as metas ou as finalidades que direcionarão o sistema. Por isso, é importante definir claramente quais são os objetivos que se quer atingir antes da negociação para que se tente prever qual ou quais são os outputs desejáveis. Questão 7 Resposta: Consiste no aprimoramento das funções de planejamento e controle do sistema de negociação. Questão 8 Resposta: O relacionamento humano está sempre presente na negociação, pois é somente por meio dele é que se iniciará e se concluirá a negociação. Os negociadores somente terão sucesso na negociação caso troquem entre si informações e interesses sobre o tema negociado. Questão 9 Resposta: Podem ser afinidades ou conflitos, utilizando a informação, o tempo e o poder, por meio de relações duradoras que irão satisfazer as necessidades de todos os envolvidos. Questão 10 Resposta: O tempo é uma variável que interfere diretamente, de maneira favorável ou não, e cada uma das partes, dependendo das circunstâncias. Cohen (1980) defende que o modo como se vê e se usa o tempo é extremamente importante para o sucesso da negociação e pode ser interpretado de maneira pejorativa ou positiva. Quanto mais uma parte souber estimar o prazo limite de uma negociação, maior será a sua vantagem no processo. Técnicas de Negociação Autor: Alexandre Mine Calil Tema 02 A Importância da Comunicação na Negociação seç ões Tema 02 A Importância da Comunicação na Negociação Como citar este material: CALIL, Alexandre Mine. Técnicas de Negociação: A Importância da Comunicação na Negociação. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. SeçõesSeções Tema 02 A Importância da Comunicação na Negociação Introdução ao Estudo da Disciplina Caro(a) aluno(a). Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Negociação: Aplicações Práticas de uma Abordagem Sistêmica, dos autores Dante Pinheiro Martinelli e Flávia Angeli Ghisi, editora Saraiva, 2012, Livro-Texto n. 202. Roteiro de Estudo: Alexandre Mine Calil Técnicas de Negociação CONTEÚDOSEHABILIDADES 5 Conteúdo Nessa aula você estudará: • A comunicação e o processo de negociação. • O ambiente empresarial e o aspecto da comunicação. • O emissor e o receptor no processo de negociação. • Ruídos de comunicação no processo de negociação. 6 Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões: • Qual é a importância da comunicação na negociação? • Quais são as definições de emissor e receptor? • Como elaborar uma mensagem correta e evitar ruídos na negociação? • Como ocorre o processo do negociador como receptor de informações? LEITURAOBRIGATÓRIA A Importância da Comunicação na Negociação Não é difícil perceber que, a cada dia mais, a comunicação ganha destaque no mundo empresarial. Os investimentos em comunicação em tempo real, como os serviços de mensagens, e-mail, telefonia móvel, internet móvel, aumentam a cada ano. Pesquisas mostram que as empresas atribuem 90% dos seus problemas internos as falhas de comunicação (CAMPOS; MACEDO; VELTEN, 2003). Segundo Martinelli e Ghisi (2012), a comunicação pode ser definida como “a troca de informação, compreendida e compartilhada entre duas ou mais pessoas e que tem por objetivo natural influenciar o comportamento”. Trata-se de algo complexo, que precisa ser orientado para que não caminhe para o mal-entendido e resultados insatisfatórios. Ainda segundo os autores, se a comunicação é deficiente, “o sentimento de incomodo e incompreensão são imediatos”. CONTEÚDOSEHABILIDADES 77 Se uma comunicação adequada tende a eliminar os mal-entendidos e a influenciar o comportamento das partes, imagine o que a eficácia deste processo não pode atingir em uma negociação. Fischer e Ertel, em seu livro Estratégias de Negociação (1997), definem que “uma boa comunicação tende a eliminar os mal-entendidos e a fazer as negociações prosseguirem mais eficientemente”. Os autores Ghisi e Martinelli defendem (2012, p. 68) que os negociadores devem ouvir com atenção e isto independe das intenções ou táticas que se está pensando em seguir. Se os negociadores eficazes tendem a demonstrar capacidade para compreender os problemas enfrentados pela outra parte, eles possuem na comunicação eficaz um aliado para este processo. Uma postura aberta à comunicação facilita o processo. Martinelli (2012) defende a comunicação como um importante, talvez o mais, componente do processo de negociação. Alguns autores utilizam definições para negociação como sendo “um processo de comunicação bilateral, com o objetivo de se chegar a uma decisão conjunta” (FISHER; URY, 1985). Essa definição demonstra quão importante é a comunicação no processo de negociação. Quanto ao ambiente empresarial, o processo de negociação, e por consequência a comunicação, envolve mais que apenas dois lados. As empresas são constituídas por várias áreas, com interesses comuns ou conflitantes. Por isso, a qualidade da comunicação entre cada uma dessas áreas pode ter influência direta nas negociações. Diversos autores defendem que as relações empresariais envolvem inúmeros aspectos da comunicação. Barnard (1938) já definia que entre as funções de um executivo está “facilitar a comunicação no ambiente da organização”. Já Mintizberg (1973) definiu que um gerente tem entre seus papéis as funções de monitor da informação, disseminador da informação e ser o porta-voz da informação dentro da empresa. Ou seja, todos os três papéis relacionados ao processo de comunicação. Observando essas definições, é possível afirmar que para ser um bom gestor, o executivo precisa ter o domínio sobre o processo de comunicação eficaz. Para ser um líder, é necessário saber se comunicar. LEITURAOBRIGATÓRIA 8 Neste contexto, pode-se abordar o negociador como oemissor das informações. Martinelli (2012) define que o ato de se comunicar pressupõe que duas ou mais pessoas estão produzindo “um entendimento recíproco a partir de trocas simbólicas”. Ele cita também que a comunicação pode ser um comportamento produzido de maneira intencional que visa compartilhar uma determinada finalidade, explícita ou não, transmitida na forma de mensagens verbais ou não verbais entre um emissor e um receptor. E esta ação objetiva a modificar o comportamento de alguém. Para que haja um processo de comunicação, é necessário que exista a interpretação por parte do receptor da mensagem emitida pelo emissor, o que deverá gerar uma reação, uma resposta ao efeito da mensagem. Assim, essa deve ser a principal preocupação de um negociador, o emissor, durante o processo de negociação. Em linhas gerais, os autores defendem que o processo de comunicação é persuasivo e tem como objetivo principal influenciar o comportamento dos receptores, a partir dos objetivos definidos pelo emissor da mensagem. No caso de uma negociação, o negociador irá se comunicar de maneira eficaz para concretizar a negociação com a outra parte, resultando na ação desejada. Os interlocutores são as partes mais importantes do processo de comunicação, segundo os autores. Eles também definem que, em determinado momento, cada interlocutor é fonte de comunicação e, em outro, a fonte de informação é o receptor. Para Martinelli e Almeida (1997, apud MARTINELLI; GHISI, 2012, p. 23) não há negociação sem o processo de ouvir. E ouvir quer dizer escutar, processar e separar aquilo que é útil. O autor Strong (1992) considera que a maioria das pessoas pensa que ouve bem. Contudo, para ele, ouvir é a habilidade mais negligenciada da comunicação. Para ouvir de maneira adequada, é necessário ter uma postura atenta, não demonstrar ansiedade e recapitular com suas próprias palavras aquilo que o transmissor disse. Por isso, durante um processo de negociação, é fundamental ter a habilidade de precisar ao interlocutor quais são os pontos de maior atenção. Ao mesmo tempo, também é fundamental conhecer um pouco das crenças e atitudes do outro negociador para que se possam esclarecer detalhes que, no momento de interpretar a mensagem, poderiam ser distorcidos. LEITURAOBRIGATÓRIA 99 Por fim, Santos (1992) define que a comunicação sempre existiu e esteve presente em qualquer relacionamento humano. No processo de negociação, isto não é diferente. Se durante um processo de negociação existem várias formas de comunicação interpessoal, cabe ao negociador dominar boa parte delas. A fala, a escrita e a comunicação não verbal são as principais e representam pontos fundamentais para a assertividade da comunicação e na negociação. Kotler (2000) define o que é fundamental para a elaboração de uma comunicação integrada, o que pode ser utilizado no processo de negociação. Para ele, é importante ter claro o que deve ser comunicado, quando deve ser, como deve, para quem será, de quem deve vir a comunicação e por que será comunicado. Ao responder estas perguntas, o comunicador ou o negociador está pronto para atingir um patamar de excelência. Os ruídos da comunicação podem impactar diretamente a negociação (MARTINELLI; GHISI, 2012). Pode-se entender por ruído qualquer influência externa que prejudique a compreensão da mensagem por parte dos interlocutores, ainda que a compreensão esteja atrelada a necessidade de interpretação. As barreiras pessoais, físicas ou semânticas são as responsáveis pela interferência no processo. No mundo corporativo, por exemplo, um colaborador que ainda não tenha acesso à Intranet da empresa está se deparando com uma barreira física (neste caso, virtual) para receber informações da companhia que trabalha. Para contornar isso, o departamento de Comunicação deverá buscar alternativas para que as mensagens necessárias cheguem ao colaborador. Outro exemplo prático é quando uma mensagem passa de pessoa a pessoa, até chegar ao destinatário final. Durante este processo, ela poderá sofrer alterações de acordo com a capacidade de interpretação de cada indivíduo envolvido na comunicação. Como a interpretação e a decodificação de uma mensagem estão atrelados aos aspectos de barreiras pessoais como cultura, conhecimento, experiências prévias, valores, emoções, entre outros, isto poderá gerar um ruído na mensagem, até que ela chegue, de maneira distorcida, ao destinatário final. Por isso, o negociador que for capaz de compreender todos os aspectos da comunicação, subliminares ou não, os eventuais ruídos que realmente fizer uso deste mecanismo, conseguirá obter resultados significativos em qualquer processo de negociação. LEITURAOBRIGATÓRIA 10 LINKSIMPORTANTES Quer saber mais sobre o assunto? Então: Sites Acesse o site do RH.com.br. Disponível em:<http://www.rh.com.br/Portal/Comunicacao/Materia/4894/a-negociacao-faz- -parte-da-vida.html>. Acesso em: 10 out. 2013. Nele você terá à disposição artigos e trabalhos desenvolvidos sobre negociação. Leia o artigo A arte da negociação. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/0875/noticias/a-arte-da- -negociacao-m0101332>. 10 out. 2013. O artigo traz dicas importantes sobre negociação. Vídeos Um dos maiores conhecedores sobre comunicação do país, Normann Kestenbaum, explica que grandes executivos não têm mais tempo disponível para ouvir propostas. É preciso ser conciso com qualidade. Para isso, é necessário ter reflexão e preparação. A entrevista foi concedida à jornalista Patricia Buneker. Disponível em:<http://www.youtube.com/watch?v=mJryG28D11E>. Acesso em: 10 out. 2013. 11 AGORAÉASUAVEZ Instruções: Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema. Questão 1: A comunicação é um fator fundamental para o processo de negociação. Martinelli (2012, p.64) destaca esta habilidade como um dos componentes mais importantes do processo de negociação, que influencia diversos com- portamentos até o final deste processo. Com base nestes conceitos, explique em até 10 linhas a sua visão sobre a importância da ha- bilidade de se comunicar durante o processo de negociação. Questão 2: Dois autores definem que as negociações nas organizações frequentemente envol- vem mais que dois lados, já que as empre- sas são compostas por várias áreas, com diversos interesses comuns e conflitantes. Quem são eles? a) Martinelli e Almeida. b) Ury e Fisher. c) Acuff e Martinelli. d) Acuff e Ury. e) Fisher e Martinelli. Questão 3: Complete a frase. “À medida que um negociador apresenta uma proposta para a resolução de um conflito esta- belecido, estará fazendo uso da função ____________________ da comunicação. 12 a) Motora. b) Expressiva. c) Patronal. d) Alvo. e) Moderna. Questão 4: Marque a alternativa correta. No processo de comunicação e o ambiente empresarial, as relações empresariais en- volvem inúmeros aspectos da comunica- ção, havendo impacto direto da qualidade desta nos: a) Gerentes da organização. b) Funcionários da empresa. c) Resultados das organizações. d) Nos negociadores. e) Diretores das organizações. Questão 5: De acordo com a ótica de Mintzberg (1973) para ser um bom gerente é preciso ter uma grande habilidade de estabelecer um pro- cesso de comunicação eficaz. Por quê? Questão 6: Segundo os autores, comunicar pressupõe duas ou mais pessoas produzindo entre sium entendimento recíproco a partir de tro- cas simbólicas. Esta afirmação é falsa ou verdadeira. Por quê? Questão 7: Como pode ser definido o conceito de ruído de comunicação? Questão 8: Defina o que são barreiras semânticas em um processo de comunicação. Questão 9: Do ponto de vista do negociador como re- ceptor de informações, quem são as partes mais importantes do processo de comuni- cação e por que? Questão 10: Segundo os autores, quais são as cinco perguntas fundamentais para a elaboração de uma comunicação integrada? AGORAÉASUAVEZ 13 FINALIZANDO Neste tema, você aprendeu sobre a comunicação e o processo de negociação, como ela influencia o ambiente empresarial, como o emissor e o receptor são importantes e peças fundamentais neste processo. Também estudou como os ruídos da comunicação podem interferir no processo de negociação. REFERÊNCIAS LUBUS, Carlos. Capacitação em negociação e administração de conflitos. Resolution Soluções de Valor, 2010. COHEN, H. Você pode negociar qualquer coisa. Rio de Janeiro: Record, 1980. MARTINELLI, D. P. Negociação Empresarial: enfoque sistêmico e visão estratégica. São Paulo: Manole, 2002. CAMPOS, F.; MACEDO, J. N.; VELTEN, S. P. Comunicações e negociação nas organiza- ções. In: MARTINELLI, D. P.; GHISI, F. A., São Paulo: Saraiva, 2012, p. 20. KOTLER, P. Administração de marketing: a edição do novo milênio. São Paulo: Prentice Hall, 2000. SANTOS, R. E. dos. Introdução à teoria da comunicação. São Bernardo do Campo: ED- IMS, 1992. 14 STRONG, M. & RUDSER, S. The subjective assessment of sign language interpreters. In: Sign Language Interpreters and Interpreting. Linstok Press. 1992. FIGUEIREDO, J. C.; GIANGRANDE, V. Comunicação sem fronteiras: da pré-história a era da informação. São Paulo: Gente, 1999. MINTZBERG, H. The nature of managerial work. New York: Harper & Row, 1973. BARNARD, C. The functions of the executive. Cambrige: Harvard University Press, 1938. FISHER; URY, 1985. FISHER, R.; ERTEL, D. Estratégias de negociação: um guia passo a passo para chegar ao sucesso em qualquer situação. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997. MARTINELLI, D. P.; GHISI, F. A. Negociação: aplicações práticas de uma abordagem sistêmica. São Paulo: Saraiva, 2012. GLOSSÁRIO Interlocutor: pessoa que fala com outra. Indivíduo incumbido por outros de falar em nome de todos. Receptor: pessoa que recebe uma mensagem em um processo de comunicação. Emissor: pessoa que emite a mensagem em um processo de comunicação. Persuadir: levar ou induzir a fazer, a aceitar ou a crer; aconselhar. Interpessoais: processo que se realiza entre duas pessoas. Comunicação interpessoal. REFERÊNCIAS 15 Questão 1 Resposta: Não se aplica gabarito. Questão 2 Resposta: Alternativa A. Martinelli e Almeida observam que as negociações nas organizações frequentemente envolvem mais que dois lados, já que as empresas são compostas por várias áreas, com diversos interesses comuns e conflitantes. Questão 3 Resposta: Alternativa B. P. 67 – Os autores definem que À medida que um negociador apresenta uma proposta para a resolução de um conflito estabelecido, estará fazendo uso da função expressiva da comunicação. Questão 4 Resposta: Alternativa C. Os autores definem que as relações empresariais envolvem inúmeros aspectos da comunicação, havendo impacto direto da qualidade desta nos resultados das organizações. Questão 5 Resposta: Os autores definem que para ser um líder, um disseminador, é necessário saber se comunicar, entendendo que isto significa estabelecer canais e mensagens adequadas, além de minimizar os possíveis ruídos e estar aberto a feedbacks. 16 Questão 6 Resposta: Verdadeira. P. 71 , item 3.2.1 os autores definem que comunicar pressupõe duas ou mais pessoas produzindo entre si um entendimento recíproco a partir de trocas simbólicas. Questão 7 Resposta: P. 80, ruídos de comunicação é qualquer evento que ocorra durante o processo de comunicação e que prejudique a compreensão da mensagem que está sendo transmitida, segundo os autores Figueiredo e Giangrande (1999). Questão 8 Resposta: P. 81 barreira semânticas são as interferências causadas pelos significados diferentes que podem ter uma palavra ou gesto. Questão 9 Resposta: São os interlocutores, pois durante o processo de comunicação há pessoas que desejam compartilhar alguma coisa, como conhecimentos ou emoções. Dessa forma, em determinado momento, cada interlocutor é a fonte de comunicação e em outro a fonte de informação é o recepto. Por isso, alguns autores definem que a comunicação só irá acontecer a contento se o receptor dominar o código no qual a mensagem foi decifrada. Questão 10 Resposta: P. 87 - O que deve ser comunicado? Quando deve ser comunicado? Como deve ser comunicado? Para quem deve ir a comunicação? De quem deve vir a comunicação? Por que deve ser comunicado? GABARITO Técnicas de Negociação Autor: Alexandre Mine Calil Tema 03 As Variáveis Básicas de um Processo de Negociação seç ões Tema 03 As Variáveis Básicas de um Processo de Negociação Como citar este material: CALIL, Alexandre Mine. Técnicas de Negociação: As Variáveis Básicas de um Processo de Negociação. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. SeçõesSeções Tema 03 As Variáveis Básicas de um Processo de Negociação Introdução ao Estudo da Disciplina Caro(a) aluno(a). Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Negociação: Aplicações Práticas de uma Abordagem Sistêmica, dos autores Dante Pinheiro Martinelli e Flávia Angeli Ghisi, editora Saraiva, 2012, Livro-Texto n. 202. Roteiro de Estudo: Alexandre Mine Calil Técnicas de Negociação CONTEÚDOSEHABILIDADES 5 Conteúdo Nessa aula você estudará: • As variáveis básicas que influenciam o processo de negociação. • O papel do poder no processo de negociação. • A variável tempo na negociação. • A variável informação no processo de negociação. 6 Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões: • Como as variáveis poder, tempo e informação influenciam no processo de negociação? • Qual o papel da variável poder no processo de negociação? • Qual a importância da variável tempo na negociação? • Como a variável informação afeta o processo de negociação? LEITURAOBRIGATÓRIA As Variáveis Básicas de um Processo de Negociação Os autores Martinelli e Almeida (1998, apud MARTINELLI; GHISI, 2012, p. 22) tratam cada agente envolvido no processo de negociação como tendo uma visão particular das situações, de acordo com o seu ponto de vista, suas experiências e principalmente de acordo com a conveniência que querem. Eles citam que “sempre haverá três variáveis influenciando o processo de negociação: poder, tempo e informação”. A variável poder, definida por Martinelli e Ghisi (2012) pode ter uma conotação negativa para algumas pessoas, já que frequentemente essa variável é utilizada de modo “manipulativo, coercitivo e dominador”. Contudo, P. Stark (1999) defende que a maneira mais adequada é compreender essa variável como sendo a “habilidade de influenciar pessoas ou situações”, sem necessariamente ser boa ou ruim. Também é possível encontrar a definição de Hogarth-Scott (1999, apud MARTINELLI; GHISI, 2012, p. 22) como sendo a “habilidade de um ator (A) conseguir de outro ator (B) aquilo que deseja”. O mesmo autor define que a variável poder “está relacionada com a CONTEÚDOSEHABILIDADES 77 interdependência das relações dos parceiros envolvidos”, o que, segundo o autor, significa que “o poder de um agente ‘A’ depende do nível de dependência do agente ‘B’ e vice-versa”. Existem autores que defendem que os poderespodem ser divididos conforme a origem e classificados em pessoais e circunstanciais. Pessoais são definidos pelos autores como sendo aqueles presentes em quaisquer situações, o que independe do papel desempenhado, dos conhecimentos e das habilidades de cada negociador. Já os circunstanciais são diretamente influenciados pelo ambiente, o que altera a negociação de acordo com a situação, o momento e do próprio tipo de negociação. A variável tempo pode ser resumida como o período durante o qual o processo de negociação acontece. Trata-se de outra variável básica. Neste contexto, tanto Cohen (1980, apud MARTINELLI; GHISI, 2012, p. 23) e Stark (1999, apud MARTINELLI; GHISI, 2012, p. 23) defendem que é importante “compreender como a passagem de tempo afeta o processo em si, uma vez que ele interfere, favoravelmente ou não, em cada uma das partes, dependendo das circunstâncias”. Cohen (1980) defende que a maneira como se percebe e se utiliza o tempo é um fator importante para que uma negociação seja de sucesso ou não. Ao chegar muito adiantado para uma reunião de negócios, pode-se passar uma mensagem de ansiedade. Ao mesmo tempo que, chegar atrasado é hostilidade ou excesso de autoconfiança. Ainda segundo Cohen, em seu livro “Você pode negociar qualquer coisa”, durante uma negociação as concessões mais importantes somente serão feitas próximas do prazo limite. Por isso, segundo o autor, quanto mais uma parte souber sobre qual é o prazo-limite do oponente, maior será o seu poder de negociação. A terceira variável básica de uma negociação é a informação. Trata-se de agregar conhecimento de alguém ou de alguma coisa, comportamento que certamente irá afetar a avaliação da realidade e as decisões que serão tomadas. Porém, os autores apresentam também o pensamento de que é necessário identificar quais as informações que serão realmente necessárias. Isto é, cada parte deve avaliar e buscar as informações que sejam mais relevantes no contexto da negociação, ainda que “não seja uma tarefa tão simples quanto pode parecer”. Por exemplo, em alguns casos, as necessidades podem surgir efetivamente somente após o início da negociação. LEITURAOBRIGATÓRIA 8 Ainda que, para alguns autores, não seja uma regra o fato de que a parte com o maior conjunto efetivo de informações tenha mais possibilidades de chegar a um melhor resultado na negociação, o fato de o negociador ir em busca das informações utilizando fontes de dados variáveis faz com que ele esteja mais preparado e, consequentemente, obtenha uma vantagem sobre a outra parte ao elaborar de maneira mais adequada e assertiva as suas perguntas e argumentos. A Variável Poder O poder pode ser interpretado como uma forma de ir de um lugar a outro. E é dessa maneira que pode ser definido, desde que se considere que ir de um lugar a outro signifique sair da condição inicial e atingir um novo patamar, por exemplo, em uma negociação. Já D. B. Sparks (1992) considera que poder “é a força que permite impor uma posição sobre a outra” ou “como sendo a capacidade de exercer a própria vontade sobre os outros, sem considerar seus cargos ou autoridades relativas”. O mesmo autor fala que raramente em um processo de negociador se irá encontrar o poder completo já que, dessa maneira, não seria necessário o processo de negociação. Para que um negociador administre adequadamente o fato poder, ele deverá dominar seis tarefas. Deve reconhecer a discrepância do poder, isto é, as diferenças que existem. Também precisa modificar os desequilíbrios do poder, pois ele poderá variar. Além disso, reconhecer que utilizar o poder em uma negociação gera risco e o negociador precisa estar preparado para lidar com esses riscos. Sparks alerta ainda que o negociador deverá evitar o uso de argumentos apenas com base no poder ao mesmo tempo que não deverá utilizar deste poder para manipular as pessoas. Outro ponto é a questão lógica, a qual deverá ser utilizada. Assim, uma vez que o negociador compreenda essas tarefas ele poderá utilizar-se de todas de maneira benéfica para o seu processo de negociação. Os autores Martinelli e Almeida (1997) utilizam dois grupos para classificar os tipos de poder. Para os autores, os poderes podem ser “pessoais” ou circunstanciais. Pessoais: poderes pessoais, os referentes às próprias pessoas, ou seja, que estão presentes em qualquer situação e não dependem de qualquer papel desempenhado, conhecimentos ou habilidades. São os referentes à moralidade, atitudes, persistência ou a própria capacidade de persuasão. LEITURAOBRIGATÓRIA 99 Circunstanciais: são os poderes com foco na própria situação, naquele momento em que se passa a negociação. São influenciados pelo meio e pelo tipo de negociação. Podem estar relacionados ao investimento, a posição, ao que é legítimo ou não, a concorrência, os riscos, ao compromisso, a barganha, a recompensa, entre outros aspectos. De forma geral, o poder sempre esteve presente com o advento da negociação. Segundo Martinelli (2012), desde a era pré-histórica os seres humanos já negociavam suas diferenças buscando satisfazer as necessidades, fossem elas básicas ou sofisticadas. E essas negociações envolviam valores como alimentação, habitação, poder, saúde, conhecimento, conforto, lazer. A Variável Tempo O autor H. Cohen, em seu livro “Você pode negociar qualquer coisa” (1980, p. 92) define que o tempo passa no mesmo ritmo para todos e que não importa o que se faça. Por isso, o mais importante é examinar como a passagem do tempo afetará o processo de negociação. Com isso, aquele que melhor o fizer e souber tirar vantagem disto terá uma vantagem significativa. O tempo em um processo de negociação deve ser analisado de maneira cuidadosa. Também se deve levar em conta a maneira como ele afeta o processo de negociação, sendo o ponto de apoio para as projeções de negócio e de satisfação das partes envolvidas. Contudo, para os autores o maior desafio é compreender como pode ser feito o controle do tempo. E eles definem o controle como uma utilização bem planejada do tempo da maneira mais eficiente e eficaz possível. O autor M. Donaldson (1999), em seu livro “Técnicas de negociação: o jeito divertido de aprender” explica que não é possível controlar o tempo do outro lado da negociação. Isto posto, ele indica que “caso queira que a negociação dure um tempo determinado, deve-se dizê-lo desde o início”. É fato que em uma negociação, ambas as partes possuem um prazo limite. Ainda que uma delas tente não expressar preocupação, esta pode ser uma tática para esconder ansiedade e pressão. Por isso, uma parte terá a vantagem de utilizar a variável tempo se conseguir estimar qual é o prazo limite da outra parte. LEITURAOBRIGATÓRIA 10 A Variável Informação Martinelli e Ghisi (2012, p.104) recorrem ao dicionário Aurélio e apresentam a seguinte definição do termo informação: “informação é o ato ou efeito de informar-se, dados acerca de algo ou alguém, conhecimento, participação, instrução, direção, conhecimento amplo e bem fundamentado, resultante da análise e combinação de vários informes”. A informação é a questão central no processo de negociação, o que pode fazer com que seja a porta para o sucesso, afetando a avaliação e da realizada e influenciando nas decisões tomadas. Por isso, quanto mais cedo uma pessoas buscar as informações sobre sua situação financeira, prioridades, prazos, custos e as necessidades reais ou pressões, maior será a sua posição e a sua vantagem em uma negociação. É fato que a informação tem uma ligação íntima com o poder de conhecer as necessidades de si mesmo e das outras pessoas. Porém, há autores que explicam que raramente essas informações estão ao alcance do negociador, o que pode gerar situações propícias para blefes e distorções. Por fim, a troca de informações é uma estratégiainteressante. Ambos os lados podem ter acesso aos dados relevantes, o que pode permitir a mudança de posição, permitindo um acordo final. Ao se fornecer informações de maneira calculada e controlada em uma negociação, o oponente poderá baixar a sua expectativa e evitar um comportamento negativo. Atualmente, a internet é uma importante fonte de informação. Por meio dela, podem-se encontrar dados valiosos para uma negociação. O mesmo acontece por meio de livros e do próprio telefone. Por fim, pode-se concluir o quanto importante é utilizar e avaliar as variáveis tempo, poder e informação. Cada uma delas poderá ser aplicada e acessada em uma etapa distinta da negociação. Porém, ao final, uma negociação bem-sucedida irá depender de como o negociador se utilizou e controlou, na medida do possível, as três variáveis em prol dos resultados que esperava alcançar. LEITURAOBRIGATÓRIA 11 LINKSIMPORTANTES Quer saber mais sobre o assunto? Então: Sites Acesse o site do RH.com.br. Nele você terá à disposição artigos e trabalhos desenvolvidos sobre negociação. Disponível em:<http://www.rh.com.br/Portal/Grupo_Equipe/Coluna_ABTD/3600/sucesso- -nas-negociacoes.html>. Acesso em: 10 out. 2013. Leia o artigo da HSM, de março de 2011, sobre A negociação na era da informação. Vídeos Max Bazerman fala das oportunidades em renegociar um acordo já realizado. Entrevista a HSM. Disponível em:<http://www.youtube.com/watch?v=UG4vId53vOM&feature=relmfu>. Acesso em: Acesso em: 10 out. 2013. 12 Questão 1: Segundo Martinelli e Ghisi (2012, p.22), cada agente envolvido em uma negocia- ção tem uma visão particular das situações com base no seu ponto de vista e na sua conveniência, a qual, ao longo do tempo, pode ser modificada em situações diversas. Relate uma situação, em no máximo dez li- nhas, em que você iniciou uma negociação ou discussão e mudou o seu ponto de vista de maneira a concordar com o que estava sendo debatido com a outra parte. Conte por que isso aconteceu, na sua visão. Questão 2: É outra variável básica de uma negociação e refere-se ao ponto de apoio para projetar o negócio e a consequente satisfação dos envolvidos. Implica o período durante o qual o processo de negociação acontece. A qual variável essa descrição se refere? Questão 3: Complete a frase. “Embora o termo ______ tenha uma conotação negativa para a maioria das pessoas, por ser usado de modo manipulativo, coercitivo e dominador, ele também pode ter um caráter neutro e até mesmo positivo”. AGORAÉASUAVEZ Instruções: Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema. 1313 a) Tempo. b) Modo. c) Poder. d) Ponto. e) Negociador. Questão 4: Marque a alternativa correta. É a força que permite impor uma posição sobre a outra, sem levar em consideração seus méritos relativos. Quem é o autor des- ta definição e a que ele se refere? a) Sparks e poder. b) Sparks e tempo. c) Martinelli e informação. d) Ghisi e poder. e) Cohen e tempo. Questão 5: Um dos tipos de poder é a ciência da per- sistência. Defina, com suas palavras, o ter- mo persistência em uma negociação. Questão 6: Quais são as subdivisões para os poderes pessoais, de acordo com os autores P. Mar- tinelli e A. Almeida? Questão 7: Por que, segundo Cohen, é interessan- te ser paciente durante uma negociação? Qual é a relação entre ser paciente e a va- riável tempo em uma negociação. Questão 8: Cite quais são as três importantes fontes da viável informação, segundo os autores Martinelli e Ghisi. Descreva o que essas fontes podem oferecer de informação útil, na sua opinião. Questão 9: As ______________ recebidas pelos ne- gociadores podem lhes fornecer grande po- der para lidar com a situação em questão, e a disponibilidade de ___________ também pode ser outra importante fonte de poder. Qual alternativa completa corretamente a frase? a) Mensagens e informações. AGORAÉASUAVEZ 14 FINALIZANDO Neste tema, você aprendeu sobre a negociação e as variáveis que a envolvem. Aprendeu sobre a variável poder, a variável informação e a variável tempo. Além disso, pode compreender como essas variáveis atuam e podem ser utilizadas a favor do negociador. b) Informações e tempo. c) Mensagens e força. d) Variáveis e tempo. e) Variáveis e informações. Questão 10: Segundo Cohen (1981), quais são as seis tarefas que devem ser dominadas pelo ne- gociador na busca pela administração dos fatores de poder? AGORAÉASUAVEZ 15 REFERÊNCIAS COHEN, H. Você pode negociar qualquer coisa. Rio de Janeiro: Record, 1980. DONALDSON, M. Técnicas de negociação: o jeito divertido de aprender. Rio de Janeiro: Campus, 1999, p.66-67. FIGUEIREDO, J. C.; GIANGRANDE, V. Comunicação sem fronteiras: da pré-história a era da informação. São Paulo: Gente, 1999. FISHER, R.; ERTEL, D.. Estratégias de negociação: um guia passo a passo para chegar ao sucesso em qualquer situação. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997. MARTINELLI, D. P.; GHISI, F. A. Negociação: aplicações práticas de uma abordagem sistêmica. São Paulo: Saraiva, 2012. MARTINELLI, D. P. Negociação Empresarial: enfoque sistêmico e visão estratégica. São Paulo: Manole, 2002. MARTINELLI, P. D.; ALMEIDA, A. P. Negociação: como transformar confronto em cooperação. São Paulo: Atlas, 1997. SANTOS, R. E. dos. Introdução à teoria da comunicação. São Bernardo do Campo: EDIMS, 1992. SPARKS, D. B. A dinâmica da negociação efetiva: como ser bem-sucedido através de uma abordagem ganha-ganha. São Paulo: Nobel, 1992. 16 GLOSSÁRIO Informação: resultado da análise e combinação de vários informes, conhecimento, participação, instrução. Circunstância: causa, motivo. Estado das coisas, em determinado momento. Relação, situação. Importância ou destaque social. Poder: ter autoridade, domínio ou influência para algo. Ter força, influência. Pessoais: pertencente ou relativo à pessoa. Que é próprio e particular de cada pessoa. Exclusivo de certa pessoa; individual. Enfatizar: destacar, evidenciar, realçar. Questão 1 Resposta: Conhecimento prévio Para Martinelli e Ghisi (2012, p.22), cada agente envolvido em uma negociação tem uma visão particular das situações com base no seu ponto de vista e na sua conveniência, a qual, ao longo do tempo, pode ser modificada em situações diversas. Para eles, em qualquer situação, sempre haverá as três variáveis: poder, tempo e informação. 1717 Questão 2 Resposta: Os autores descrevem a variável tempo como sendo “outra variável básica de uma negociação e refere-se ao ponto de apoio para projetar o negócio e a consequente satisfação dos envolvidos. Implica o período durante o qual o processo de negociação acontece”. Questão 3 Resposta: Alternativa C. Os autores definem que “embora o termo poder tenha uma conotação negativa para a maioria das pessoas, por ser usado de modo manipulativo, coercitivo e dominador, ele também pode ter um caráter neutro e até mesmo positivo. Questão 4 Resposta: Alternativa A. Sparks definiu poder e disse que ele pode se manifestar em forma de “força que permite impor uma posição sobre a outra, sem levar em consideração seus méritos relativos”. Questão 5 Resposta: Segundo os autores, “a persistência está para o poder como o carbono está para o aço. Deve-se aprender a ser persistente, trata-se de uma qualidade admirável, pois a persistência compensa”. Questão6 Resposta: Moralidade, atitude, persistência e capacidade persuasiva. Questão 7 Resposta: Cohen diz que o tempo pode favorecer tanto um lado quanto o outro e que isso depende das circunstâncias. Como a maior parte das concessões em uma negociação sempre acontece no final dos prazos, ou depois deles, ele julga importante ser paciente. Questão 8 Resposta: Internet, Biblioteca e Telefone são as três fontes mais importantes descritas pelos autores. GABARITO 18 Questão 9 Resposta: Alternativa B. Martinelli descreve que “as informações recebidas pelos negociadores podem lhes fornecer grande poder para lidar com a situação em questão, e a disponibilidade de tempo também pode ser outra importante fonte de poder”. Questão 10 Resposta: As cinco tarefas são reconhecer a discrepância do poder, modificar os desequilíbrios do poder, reconhecer o risco pelo uso do poder, evitar o uso de argumentos com base no poder, evitar a manipulação e usar ferramentas lógicas. GABARITO Técnicas de Negociação Autor: Alexandre Mine Calil Tema 04 As Habilidades Essenciais dos Negociadores e o Planejamento da Negociação seç ões Tema 04 As Habilidades Essenciais dos Negociadores e o Planejamento da Negociação Como citar este material: CALIL, Alexandre Mine. Técnicas de Negociação: As Habilidades Essenciais dos Negociadores e o Planejamento da Negociação. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. SeçõesSeções Tema 04 As Habilidades Essenciais dos Negociadores e o Planejamento da Negociação Introdução ao Estudo da Disciplina Caro(a) aluno(a). Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Negociação: Aplicações Práticas de uma Abordagem Sistêmica, dos autores Dante Pinheiro Martinelli e Flávia Angeli Ghisi, editora Saraiva, 2012, Livro-Texto n. 202. Roteiro de Estudo: Alexandre Mine Calil Técnicas de Negociação CONTEÚDOSEHABILIDADES 5 Conteúdo Nessa aula você estudará: • Como identificar as habilidades essenciais dos negociadores. • Por que é importante conhecer as habilidades dos negociadores. • A importância de planejar uma negociação. • Como planejar uma negociação. 6 Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões: • Quais são as habilidades essenciais dos negociadores? • Por que é importante conhecer as habilidades essenciais? • Como planejar uma negociação? • Qual a importância do planejamento da negociação? • Quais são as diferentes visões do planejamento da negociação? LEITURAOBRIGATÓRIA As Habilidades Essenciais dos Negociadores e o Planejamento da Negociação Atualmente, existem diferentes modalidades de negociação e cada uma delas exige dos negociadores habilidades diferentes. Apesar da relevância do tema, ainda é difícil encontrar muitos autores que abordem as habilidades com profundidade, segundo relato de Martinelli (2002, apud MARTINELLI; GHISI, 2012, p. 25). Isso acontece devido ao fato de que colocar em prática tais conceitos esbarra na subjetividade e na dificuldade do tema. As negociações cotidianas, sejam no âmbito familiar, pessoal ou profissional, exigem dos negociadores habilidades ímpares, envolvendo o conhecimento sobre os problemas e as relações dos grupos. Essas características podem ser encontradas em negociações por salários, por exemplo. Já em uma negociação comercial, as habilidades que ajudem a interpretar o comportamento humano podem ser mais essenciais. CONTEÚDOSEHABILIDADES 77 Se considerado o contexto de formação de parcerias, as habilidades mais relevantes podem estar relacionadas aos fatores técnicos e interpessoais. Técnicos, pois estão relacionadas às etapas e processos da negociação em si. Interpessoais, pois dizem respeito ao âmbito do estilo pessoa, das forças e fraquezas dos negociadores, motivações ou necessidades, entre outras. Autores como L. Junqueira (1986) ou Martinelli (2002) listam entre as muitas habilidades a serem desenvolvidas para negociações realmente efetivas as destrezas de: saber falar, saber ouvir, ser objetivo, ser flexível, desenvolver a credibilidade, entre outros. Já no aspecto do planejamento de uma negociação, é muito importante que se saiba identificar os conflitos e situações de incompatibilidades, além de estabelecer metas e identificar padrões durante a negociação que possam servir como referenciais para a tomada de decisão. Dessa maneira, planejamento torna-se cada vez mais essencial neste processo. Tomando como exemplo o setor varejista, pode-se visualizar o quanto a etapa do planejamento está evidentemente necessária em um processo de negociação que deverá ser bem- sucedido. Para se negociar uma mercadoria, o gerente de uma rede de supermercados, por exemplo, deverá considerar a lucratividade da loja. Também se deve estar atento para o tamanho da loja, que irá influenciar na capacidade de armazenamento do produto. Segundo Matinelli e Ghisi (2012), em uma negociação deste tipo, por exemplo, o negociador deverá considerar, entre outros pontos, os seguintes itens: custo dos itens, logística, propaganda, serviços, estoques e outros. Os autores defendem que, seja qual for o tamanho da empresa e a negociação em questão, é importante analisá-la e planejá-la sob o ponto de vista sistêmico e considerando, dessa forma, os aspectos do processo de negociação, da comunicação, além das variáveis tempo, poder e informação. Ao final, o mais importante é que, independentemente do processo, é fundamental que o objetivo final seja o de atingir uma negociação evolutiva e que busque uma relação duradoura, em que os ganhos sejam compartilhados por ambas as partes envolvidas. LEITURAOBRIGATÓRIA 8 Voltando ao aspecto da habilidade da negociação, é fato que existam pessoas com mais facilidade para determinados assuntos. Um engenheiro, por exemplo, está inclinado a calcular rapidamente uma determinada quantidade de números, pois naturalmente ele tem uma inclinação para a área de exatas. Da mesma maneira que um jornalista ou publicitário, terá mais êxito ao tratar assuntos que demandem habilidades de comunicação e relacionamento interpessoal, pois sua área de formação naturalmente possui esta habilidade. Para se definir o conceito de habilidade, Martinelli e Ghisi buscaram a definição do dicionário que apresenta como significado para a palavra habilidade expressões como aptidão, capacidade, competência e inteligência. E é óbvio que uma pessoa habilidosa é hábil em algum ponto, o que a favorece no desenvolvimento de uma atividade correlacionada. Em um processo de negociação que envolva um negociador experiente, ele irá canalizar suas habilidades para alcançar o sucesso de uma negociação, tendo como influência as suas atitudes e experiências desenvolvidas ao longo da vida. Dessa maneira, ainda que ele possua as habilidades essenciais semelhantes à de outros negociadores, o que será colocado em prática sofrerá muita influência das suas experiências vividas. Por isso é que os negociadores profissionais devem ser pessoas com alta qualificação conhecedoras e dominadoras de habilidades essenciais, pois suas ações irão impactar profundamente o futuro de uma organização. S. Kozicki, autor do livro Negociação Criativa, define quatro know-hows essenciais para os grandes negociadores (1998, apud MARTINELLI; GHISI, 2012, p. 112): criatividade, versatilidade, motivação e habilidade para não se envolver pessoalmente durante a negociação, o que ele chama de “manter-se afastado”. Outros autores como Martinelli e Almeida ressaltam a importante de não ser ganancioso, pois esse tipo de atitude pode colocar tudo a perder em uma negociação. Por fim, o negociador de sucesso deve apresentar um conjunto de habilidades importantes para desenvolvernegociações efetivas e eficazes. Também é fundamental que o negociador monitore o seu próprio desempenho, para que possa se aprimorar continuamente. Contudo, mais importante do que o conhecimento é saber como aplicar de maneira prática essas habilidades. E isso, somente será possível alcançar com muita prática, dia após dia. LEITURAOBRIGATÓRIA 99 O Planejamento da Negociação Após abordar os aspectos das habilidades, é necessário também falar de planejamento. O planejamento pode ser entendido como a fase preparatória que antecede o processo de negociação, composta de muito trabalho e pouca excitação. Para alguns autores, talvez essa seja a etapa mais importante do processo de negociação. Contudo, para os mesmos autores, é considerada a etapa que menos recebe atenção dos agentes negociadores. Para os autores M. Donaldsn e M. Donaldson (1999), entre os erros mais comuns está a falta de planejamento e de preparação para o início da negociação. O planejamento eficiente deverá ser composto de princípios importantes e simples, mas que permitem a reflexão do negociador, poderão fornecer subsídios essenciais para o sucesso da negociação. 1. Separar as pessoas do problema: fuja das questões pessoais e das emoções, que certamente vão prejudicar a negociação. 2. Concentre-se nos interesses de ambos os lados: esqueça as posições pessoais. 3. Busque alternativas de ganhos mútuos: quais são os melhores resultados para você e para quem você está negociando? Defina mais de uma opção. 4. Estabeleça critérios objetivos: estabeleça, em caso de conflitos, padrões razoáveis, tendo como base informações do mercado, por exemplo. Uma das grandes ferramentas para serem utilizadas durante o processo de negociação, e que são definidas na etapa do planejamento, é a BATNA (em inglês Best Alternative To a Negotiated Agreement) ou em português a MAANA (Melhor Alternativa à Negociação de um Acordo). Esse instrumento permite definir um objetivo final e realista para a negociação, proporcionando segurança e delimitando os pontos de ruptura ou retirada em uma negociação. Independentemente do planejamento e das habilidades em uma negociação, um negociador deve sempre buscar as opções que levem a uma situação ganha-ganha, visando o melhor resultado para ambas as partes e a construção de um bom e duradouro relacionamento. LEITURAOBRIGATÓRIA 10 LINKSIMPORTANTES Quer saber mais sobre o assunto? Então: Sites Acesse o site do Administradores.com.br. Nele, você terá à disposição artigos sobre as habilidades de negociação. Disponível em:<http://www.administradores.com.br/informe-se/carreira-e-rh/10-passos- -essenciais-para-se-tornar-o-negociador-referencia/37112/>. Acesso em: 10 out. 2013. AGORAÉASUAVEZ Instruções: Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema. 1111 Questão 1: Segundo Martinelli e Ghisi (2012, p.27), no varejo a forma de se negociar uma mercado- ria é fundamental. Explique, com suas pala- vras, em um texto de até oito linhas, quais são as habilidades essenciais que um gerente de uma grande rede de supermercados deverá possuir para ser eficiente e eficaz durante o processo de negociação com um grande for- necedor? Questão 2: Segundo o autor H. Mills, autor do livro Ne- gociação: a arte de vendes (1993), existem 16 fatores críticos para o sucesso. Entre eles, o BATNA ou MAANA. Defina qual o significado deste fator. Questão 3: Complete a frase sobre o tema “As ha- bilidades essenciais dos negociado- res”. Em diversos dicionários, a palavra ______________ aparece relacionada a termos como aptidão, capacidade, compe- tência e inteligência. Questão 4: Sobre como se alcançar negociações efe- tivas, Martinelli e Almeida diferenciaram as habilidades dos negociadores convencio- nais e não convencionais. Segundo os au- tores, existem características necessárias e distintas para estes dois grupos. Sobre o grupo dos negociadores não convencio- nais, qual alternativa não descreve algumas das habilidades encontradas neste grupo? a) Utilização de equívocos e exagero. b) Mudança inesperada e sarcasmo. c) Sufocação e sarcasmo. d) Exagero e mudança inesperada. e) Sumarização e uso do silêncio. Questão 5: Descreva em até cinco linhas, com as suas palavras, por que é importante conhecer as habilidades dos negociadores? Questão 6: Quais das alternativas não pertencem ao grupo de habilidades essenciais dos nego- ciadores, segundo a visão de Martinelli e Almeida? a) Concentra-se nas ideias e discutir as proposições. b) Ter objetividade e apresentar propostas concretas. c) Saber ouvir e saber falar. d) Colocar-se no lugar do outro e separar os relacionamentos pessoais dos interesses. AGORAÉASUAVEZ 12 AGORAÉASUAVEZ e) Ter consciência de que se negocia o tempo todo e querer ganhar sempre. Questão 7: Por que muitos negociadores não dão a devi- da importância para a etapa do planejamento da negociação? Assinale a alternativa correta: a) Porque é uma etapa complexa e desnecessária. b) Porque é considerada a etapa mais trabalhosa e menos excitante de todo o processo. c) Porque é importante perder pouco tempo com os detalhes. d) Muitos negociadores brasileiros não gostam de colocar o planejamento no papel. e) Porque tudo o que está sendo planejado poderá ser usado contra você na negociação. Questão 8: Cite quais são os quatro aspectos impor- tantes para o planejamento e a execução de uma negociação com base em princí- pios, segundo os autores Fisher e Ury. Questão 9: Complete a frase: _________________ ________________ é a etapa na qual o negociador deve testar os procedimentos definidos, levantar hipóteses sobre os ar- gumentos da outra parte e buscar formas criativas de fortalecer sua posição. a) Analisar a outra parte. b) Estabelecer alvos. c) Consultar outros. d) Desenvolver argumentos de apoio. e) Definir os interesses. Questão 10: Segundo Acuff, “planejar a sua negociação significa fazer a sua lição. Sem essa prepa- ração essencial você perderá o poder que outorgam as decisões de negócio bem fun- damentadas”. Existem quatro etapas que, segundo o autor, compõem o planejamento da negociação. Quais são elas? 13 FINALIZANDO Neste tema, você aprendeu sobre as habilidades essenciais da negociação e sobre como conhecer e aplicar cada uma delas é essencial. Aprendeu também sobre a importância do planejamento em um processo de negociação e como esta etapa fornece subsídios para uma negociação bem sucedida. REFERÊNCIAS ACUFF, F. L. Como negociar qualquer coisa, com qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo. São Paulo: SENAC, 1998. COHEN, H. Você pode negociar qualquer coisa. Rio de Janeiro: Record, 1980. DONALDSON, M. Técnicas de negociação: o jeito divertido de aprender. Rio de Janeiro: Campus, 1999, p.66-67. FIGUEIREDO, J. C.; GIANGRANDE, V. Comunicação sem fronteiras: da pré-história a era da informação. São Paulo: Gente, 1999. FISHER, R. Bancar o durão não leva a nada. Revista Exame, São Paulo, Editora Abril, n. 649, p. 159, 1997. 14 FISHER, R.; ERTEL, D. Estratégias de negociação: um guia passo a passo para chegar ao sucesso em qualquer situação. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997. MARTINELLI, D. P.; GHISI, F. A. Negociação: aplicações práticas de uma abordagem sistêmica. São Paulo: Saraiva, 2012. MARTINELLI, D. P.; ALMEIDA, A. P. Negociação, como transformar confrontoem coopera- ção. São Paulo: Atlas, 1997. MARTINELLI, D. P. Negociação Empresarial: enfoque sistêmico e visão estratégica. São Paulo: Manole, 2002. SANTOS, R. E. dos. Introdução à teoria da comunicação. São Bernardo do Campo: ED- IMS, 1992. SPARKS, D. B. A dinâmica da negociação efetiva: como ser bem-sucedido através de uma abordagem ganha-ganha. São Paulo: Nobel, 1992. GLOSSÁRIO Know-how: expressão da língua inglesa que significa literalmente “saber fazer”. Trata-se da expertise, habilidade ou conhecimento específico sobre um tema, que permite ao indivíduo atingir determinado resultado final. Habilidades: capacidade, aptidão, competência ou inteligência para se fazer algo. Divergências: diferenças de pensamento ou opinião. Convencionais: comuns, corriqueiros, do dia a dia. Experts: termo de origem inglesa que se refere aos experts, que são especialistas em determinado assunto. REFERÊNCIAS 15 Questão 1 Resposta: Segundo Martinelli e Ghisi, no varejo a forma de se negociar uma mercadoria é fundamental. Explique com suas palavras, em um texto de até 8 linhas, quais são as habilidades essenciais que um gerente de uma grande rede de supermercados deverá possuir para ser eficiente e eficaz durante o processo de negociação com um grande fornecedor? Questão 2 Resposta: O BATNA é um método de não acordo padrão, criado por Roger Fisher e William Ury, usado para julgar qualquer acordo proposto. Envolve três etapas: relacionar tudo o que seria possível fazer para chegar a um acordo, explorar o melhor de suas opções e na tentativa de melhorá-las e, finalmente, escolher a melhor opção. Questão 3 Resposta: Alternativa C. Em diversos dicionários, a palavra habilidade aparece relacionada a termos como aptidão, capacidade, competência e inteligência. Questão 4 Resposta: Alternativa E. Sumarização e uso do silêncio são habilidades encontradas no grupo dos negociadores convencionais. Questão 5 Resposta: p. 119. 16 Questão 6 Resposta: Na definição de Martinelli e Almeida para as habilidades essenciais dos negociadores a expressão “querer ganhar sempre” não faz parte do contexto dos autores. Questão 7 Resposta: Alternativa B. Martinelli e Almeida consideram que os negociadores definem o planejamento como a etapa mais trabalhosa e menos excitante de todo o processo e, por isso, não dedicam tempo suficiente para ela. Questão 8 Resposta: Separar as pessoas do problema, concentrar-se nos interesses de ambos os lados, buscar alternativas de ganhos mútuos e encontrar critérios objetivos. Questão 9 Resposta: Alternativa D. Martinelli e Ghisi descrevem que “Desenvolver argumentos de apoio é a etapa na qual o negociador deve testar os procedimentos definidos, levantar hipóteses sobre os argumentos da outra parte e buscar formas criativas de fortalecer sua posição”. Questão 10 Resposta: As cinco etapas descritas por Acuff que compõem o planejamento da negociação são: identificar todas as questões, priorizar as questões, estabelecer um leque de acordos alternativos e desenvolver estratégias e táticas. GABARITO Técnicas de Negociação Autor: Alexandre Mine Calil Tema 05 A Ética nas Negociações seç ões Tema 05 A Ética nas Negociações Como citar este material: CALIL, Alexandre Mine. Técnicas de Negociação: A Ética nas Negociações. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. SeçõesSeções Tema 05 A Ética nas Negociações Introdução ao Estudo da Disciplina Caro(a) aluno(a). Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Negociação: Aplicações Práticas de uma Abordagem Sistêmica, dos autores Dante Pinheiro Martinelli e Flávia Angeli Ghisi, editora Saraiva, 2012, Livro-Texto n. 202. Roteiro de Estudo: Alexandre Mine Calil Técnicas de Negociação CONTEÚDOSEHABILIDADES 5 Conteúdo Nessa aula você estudará: • Preocupações éticas no processo de negociação. • As visões sobre a conduta ética nas negociações. • A aplicabilidade da ética nas negociações empresariais. Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões: • Quais são as preocupações éticas e seu impacto nas negociações? 6 • Quais são as diferentes visões sobre a ética nas negociações? • Qual a aplicabilidade da ética nas negociações empresariais? LEITURAOBRIGATÓRIA A Ética nas Negociações A ética pode ser definida de várias maneiras. Uma delas é a apresentada pelo dicionário como sendo a parte da filosofia que se refere à “ciência ou a reflexão sobre os valores humanos”. Apesar das inúmeras definições para a palavra ética, pode-se resumi-la como sendo a distinção do ser humano sobre aquilo que é certo ou errado em uma conduta. Certamente, é um termo subjetivo e passível de diversas interpretações. Quando se leva esse conceito para dentro das empresas é possível estabelecer o termo ética empresarial como sendo uma série de regras padrões ou princípios que definem aquilo que é certo, errado ou aceitável dentro de uma instituição empresarial ou até mesmo em um determinado setor ou ramo de atividade. E essas regras ou padrões refletem os hábitos e escolhas dos administradores no âmbito empresarial. Dessa maneira, um dos desafios do mundo empresarial contemporâneo é a definição de padrões e condutas éticas, aceitáveis ou não, dentro dos setores empresariais, sempre se levando em consideração as pessoas envolvidas para a tomada de decisão. Cada setor tem o seu próprio código de ética, ainda que ele possa não ser seguido pela empresa e seus colaboradores. Por isso, é fundamental a definição de um estilo, um código de conduta que irá permear as decisões dos administradores e dos funcionários em geral. Para L. L. Nash (2001, apud MARTINELLI; GHISI, 2012, p. 29) “é essencial a compreensão de como as premissas éticas podem ser colocadas em prática pelos executivos”. Independente do conceito, a prática do mercado estabelece que a ética na negociação é essencial para se criar um relacionamento de longo prazo, construindo uma relação de confiança e comprometimento entre as partes envolvidas. CONTEÚDOSEHABILIDADES 77 Existem inúmeros fatos que podem exemplificar como uma negociação sem a verdadeira postura ética poderá ser comprometida. Um negociador que seja um agenciador de eventos, por exemplo, e que está negociando com o seu cliente a contratação de um fornecedor de cadeiras para festas. Pela regra dos agenciadores de eventos é normal que se pague uma taxa pelo trabalho daquele agenciador, que foi no mercado buscar os potenciais fornecedores, que teve custos com ligações telefônicas, investiu tempo na negociação com a terceira parte. Porém, o preço que deverá ser cobrado do cliente final é o valor do serviço mais cerca de 20% pelo agenciamento. Esse valor deverá ser discriminado e cobrado de forma transparente. Contudo, existem fornecedores que não se contentam com o valor pago pelo agenciamento e superfaturam os serviços contratados em mais 15% ou 20%. Este jogo de números poderá ser facilmente desmascarado com uma simples ligação do cliente para o fornecedor final, a fim de obter as informações reais sobre o custo do serviço. Uma vez descoberta a atitude, será difícil para o cliente confiar novamente no agenciador. Ao final, toda postura ética visa a filosofia ganha-ganha em longo prazo. E toda a postura antiética compromete a negociação, de uma forma imediata ou em longo prazo. Muitos autores alertam para o rumo antiético que a política e os negócios têm tomado no Brasil. O mercado de gases medicinais no Brasil, principalmente no Sudeste, é divido assim: 1. Se a White Martins conseguir fechar com a maioria dos hospitais em Campinas/SP, as outras concorrentes não podem “furar” esse mercado. Furar significa conquistar
Compartilhar