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Modelo de Ação de Repetição de Indébito NCPC

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EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL CIVEL DO (sua cidade)
nome, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), residente e domiciliada nesta cidade, (endereço), CEP (-) , (e-mail) portador da carteira de identidade expedida pelo (-) sob o nº (-), CPF nº. (-) , em razão da tributação imposta pela Delegacia da Receita Federal pela compra de produto importado pela “internet” (comercio eletrônico), vem, perante V. Exa., propor AÇÃO DECLARATÓRIA c/c AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO E PEDIDO DE TUTELA INIBITORIA contra UNIÃO FEDERAL-MINISTERIO DA FAZENDA – SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL E ECT - EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS, com fulcro no art. 5º, inciso XXXV, art. 59, inciso III, art. 150, paragrafo 6º e art. 237, todos da Constituição Federal, arts. 99, 100 e 111, do Codigo Tributário Nacional, art. 2º, inciso II do Decreto-Lei nº 1.804/80, art. 497 caput e paragrafo unico, do novo CPC e arts. 42 e 84 do CDC, pelas razões de fato e de direito adiante em exposição:
DOS FATOS
Em 29 de julho de 2014, a Autora realizou uma compra pela “internet” (comercio eletrônico) no site www.swansonvitamins.com, num total de US 89,44 (oitenta e nove dólares e quarenta e quatro cents), correspondentes a aproximadamente R$ 210,18 (duzentos e dez reais e dezoito centavos) á época e efetuou o pagamento com cartão de credito Master Card/paypal, conforme copia da tela da compra e cópia da fatura do cartão de credito, ambos em anexo. 
Para o recebimento de sua compra internacional, em 28 de agosto de 2014, a Autora foi obrigada a pagar R$ 79,21 (setenta e nove reais e vinte e um centavos) de imposto de importação, mais R$ 12,00 (doze reais) cobrados pela segunda Ré a titulo de “despacho postal”, totalizando R$ 91,21 (noventa e um reais e vinte e um centavos), conforme NTS, e comprovante fornecido pela segunda Ré, em anexo.
DA ISENÇÃO TRIBUTARIA PREVISTA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
As isenções tributarias somente podem ser concedidas através de lei que regule a matéria, como se observa no paragrafo 6º, do art. 150 da Constituição Federal:
“Art. 150 (...)
§6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, §2º, XII.” (grifos nossos)
O Decreto Lei 1.804/80, apesar de não ser uma Lei Ordinária, possui status de uma, mesmo sendo anterior a Constituição Federal atual, pois foi recepcionado como Lei Ordinária, e esta em pleno vigor. 
Visto que o art. 150, paragrafo 6º da Constituição Federal não comporta exceções, por certo estabelecer limites de isenção por portaria e instrução normativa é inconstitucional.
A Portaria MF 156/99 e a IN 096/99 expedidas pelo Ministério da Fazenda e Receita Federal, respectivamente, restringe o Decreto Lei 1.804/80, ao diminuir o valor da isenção e condicionar a fruição do beneficio a pessoas físicas:
“Portaria MF 156/99 
art. 1º, § 2º - Os bens que integrem remessa postal internacional no valor de até US$ 50.00 (cinqüenta dólares dos Estados Unidos da América) ou o equivalente em outra moeda, serão desembaraçados com isenção do Imposto de Importação, desde que o remetente e o destinatário sejam pessoas físicas.” (grifos nossos)
“Instrução Normativa 096/99
Art. 2º, § 2º - Os bens que integrem remessa postal internacional de valor não superior a US$ 50,00 (cinqüenta dólares dos Estados Unidos da América) serão desembaraçados com isenção do Imposto de Importação desde que o remetente e o destinatário sejam pessoas físicas.” (grifos nossos)
Como a isenção depende de lei específica, nos termos do §6º do art. 150 da Constituição Federal, fere o princípio da legalidade o Ministro da Fazenda limitar a isenção em 50 dólares, como também condicionar a fruição do benefício apenas na hipótese de o remetente e o destinatário serem pessoas físicas.
A delegação normativa atribuída ao Ministro da Fazenda, que poderá dispor sobre a isenção do tributo em remessas de até 50 dólares americanos ou equivalente em outra moeda, conflita com o inciso I do art. 25 do ADCT - Ato das Disposições Constitucionais Transitórias que tem natureza de norma constitucional, contendo regras para assegurar a harmonia da transição do regime constitucional anterior (1969) para o novo regime (1988), além de estabelecer regras de caráter meramente transitório, relacionadas com essa mudança, cuja eficácia jurídica é exaurida assim que ocorre a situação prevista.
"Art. 25. Ficam revogados, a partir de cento e oitenta dias da promulgação da Constituição, sujeito este prazo a prorrogação por lei, todos os dispositivos legais que atribuam ou deleguem a órgão do Poder Executivo competência assinalada pela Constituição ao Congresso Nacional, especialmente no que tange a:
I - ação normativa;"
Jurisprudencia pacifica do Supremo Tribunal Federal ampara a pretensão do Autor pela ilegalidade da portaria e instrução normativa citadas:
“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. INCENTIVOS FISCAIS: CRÉDITOPRÊMIO: SUSPENSÃO MEDIANTE PORTARIA. DELEGAÇÃO INCONSTITUCIONAL. D.L. 491, de 1969, arts. 1º e 5º; D.L. 1.724, de 1979, art. 1º; D.L. 1.894, de 1981, art. 3º, inc. I. C.F./1967.
– Inconstitucionalidade, no art. 1º do D.L. 1.724/79, da expressão “ou reduzir, temporária ou definitivamente, ou extinguir”, e, no inciso I do art. 3º do D.L. 1.894/81, inconstitucionalidade das expressões “reduzi-los” e “suspendê-los ou extingui-los”. Caso em que se tem delegação proibida: C.F./67, art. 6º. Ademais, matérias reservadas à lei não podem ser revogadas por ato normativo secundário. II. – R.E. conhecido, porém não provido (letra b). (RE 180828/RS Relator: Min. CARLOS VELLOSO Julgamento: 14/03/2002 Órgão Julgador: Tribunal Pleno Publicação DJ 14-03-2003 PP-00028).” (grifos nossos)
O Superior Tribunal de Justiça firmou jurisprudência quanto ao tema em recente decisão (data do julgamento 17 de abril de 2015) 
“RECURSO ESPECIAL Nº 1.522.580 - PR (2015/0065142-3) RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES EMENTA: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. NÃO OCORRÊNCIA. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. VIOLAÇÃO AOS ARTS. 2º DO DECRETO-LEI Nº 1.804/80 E 111 DO CTN. NECESSIDADE DE LEI ESPECÍFICA PARA REDUZIR O LIMITE DA ISENÇÃO CONCEDIDA. ART. 150, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL DO ACÓRDÃO RECORRIDO NÃO IMPUGNADO VIA RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 126 DO STJ. RECURSO ESPECIAL A QUE SE NEGA SEGUIMENTO. ART. 557, CAPUT, DO CPC.
Da análise do acórdão recorrido, verifica-se que ele decidiu a lide com fundamentos de ordem constitucional e infraconstitucional. Veja-se o seguinte fundamento constitucional do acórdão recorrido, in verbis (fls. 178 e-STJ):
“Nota-se que de acordo com os artigos 176 do CTN e 150, § 6º, da CF/88, a isenção depende de lei específica que defina suas condições, requisitos e abrangência. Atendendo a esses pressupostos, restou editado o Decreto-Lei nº 1.804/80, que determina a isenção do imposto de importação dos bens contidos em remessa de valor de até cem dólares norte-americanos, ou o equivalente em outras moedas, quando destinados a pessoas físicas, nada mencionando sobre o remetente. 
Após, a Portaria MF nº 156/99 e a IN SRF 096/99 passaram a exigir que tanto o destinatário quando o remetente fossem pessoas físicas e diminuiu o valor da isenção para o limite de US$ 50,00 (cinquenta dólares). Impende obtemperar que a isenção está submetida, de forma restrita, ao princípio da legalidade, não permitindo sua mitigação. Desta Forma, está nítida a ilegalidade do ato da administração fazendária em diminuir o valor da isenção mediante Portaria.”
Impende obtemperar que a isenção está submetida, de forma restrita, ao princípio da legalidade, não permitindo sua mitigação. Desta Forma, está nítida a ilegalidadedo ato da administração fazendária em diminuir o valor da isenção mediante Portaria.
Com efeito, um dos fundamento do acórdão recorrido foi a impossibilidade de diminuição do valor da isenção via Portaria em razão da necessidade de lei específica para tanto, nos termos do art. 150, § 6º, da Constituição Federal de 1988.” (grifos nossos)”
Duas recentes decisões proferidas pela TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS, assim decidiu:
PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL
Processo: 0504369-24.2014.4.058500
Origem: SE – Seção Judiciaria do Recife
“... a Portaria MF 156/99 do Ministério da Fazenda extrapolou o poder regulamentar concedido pelo Decreto-Lei 1.804/80.
16.Isto porque as condições de isenção do imposto previstas no inciso II do art. 2º do referido Decreto-Lei (“bens contidos em remessas de valor até cem dólares americanos ou equivalente em outras moedas, quando destinadas a pessoas físicas”), não são “condições mínimas”, como se entendeu no paradigma, mas, são sim as condições necessárias em que se poderá dar o exercício da classificação genérica dos bens e fixação das alíquotas do II previstas no caput do art. 2º do Decreto-Lei.
17. Em outras palavras, a discricionariedade regulamentar concedida á Autoridade Administrativa não se referiu ao valor do bem e à natureza das pessoas envolvidas na importação, mas, sim, na classificação do bem e fixação da alíquota, uma vez presentes as condições definidas peremptoriamente no II do art. 2º do Decreto-Lei 1.804/80.
18. Assim, o estabelecimento da condição de o remetente ser pessoa física (cf. previsto no ato infralegal) não tem respaldo no Decreto-Lei 1.804/80, assim como a limitação da isenção a produtos de até U$ 50 (cinquenta dólares americanos).” TURMA NACIONAL DE UNIFICAÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS. Processo nº. 0504369-24.2014.4.05.8500. Origem: Seção Judiciária de Sergipe. Relator: Exmo.Sr.Dr. Sergio Murilo Wanderley Queiroga. Data do Julgamento: 11 de dezembro de 2015.(grifos nossos)
PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO JURISPRUDENCIAL
Processo: 5027788-92.2014.4.04.7200
Origem: Turma Recursal da Seção Judiciaria do Paraná
“Porem, nesta mesma sessão, encontram-se em julgamento os Pedidos de Uniformização Jurisprudencial n. 0523644-74.2014.4.05.8300, 05015533-72.2014.4.05.8308, 050947-35.2014.4.05.8308, 5013203-32.2014.4.05.7201, 0503077-67.2015.4.05.8500, 5001540-70.2015.4.05.7001, 5005375-94.2014.4.05.7003, todos da relatoria do Juiz Ronaldo Jose da Silva e 5062916-94.2014.4.05.7000, da relatoria do Juiz Wilson Jose Witzel, bem como os de n. 5001143-02.2015.4.05.7004 e 5016025-12.2014.4.05.7001, da relatoria deste Magistrado, abordando o outro tema litigioso, qual seja, a fixação de faixa de isenção limitada a até 100 (cem) dólares americanos, motivo pelo qual este Colegiado deve conhecer do presente Pedido de Uniformização como representativo da Controvérsia em toda a sua integralidade.
Assim, o Decreto-Lei n. 1.804/1980, ao reconhecer que o Ministério da Fazenda poderá dispor acerca de isenção tributária em comento, em nenhum ponto delegou a Autoridade Fiscal a discricionariedade para modificar a faixa de isenção e a qualidade dos beneficiários dessa modalidade de renuncia fiscal, dado se tratarem de temas reservados à lei em sentido formal, dada sua natureza vinculante, que não pode ficar ao sabor do juízo de conveniência e oportunidade do agente publico.
Por todo o exposto acima, há de se reconhecer a ilegalidade da Portaria MF 156/1999 e da Instrução Normativa da SRF 096/1999, na parte em que fixaram o limite de isenção para importações realizadas por via postal em US$ 50.00 – cinquenta dólares americanos – e no tocante ao condicionamento da isenção fiscal à qualidade de pessoa física do remetente da mercadoria, na forma decidida na Turma Recursal de Santa Catarina.” (grifos nossos)
SOBRE O DECRETO LEI 1.804/80
O Decreto Lei 1.804 entrou em vigor em 1980. Naquele período estava vigorando no Brasil a Constituição de 1967 e, após, a emenda de 1969. Naquela Constituição, as questões de tributos eram tratadas por Decreto Lei. 
A concessão de isenções tributárias foram alteradas na Constituição de 1988. Se antes as isenções eram de competência do Poder do Executivo, com a promulgação e entrada em vigor da Constituição Federal de 1988, somente pode-se falar de isenções tributarias através de Lei.
A fim de poupar o Congresso Nacional, já que a matéria deveria ser tratada por Lei, os Decretos referentes a tributos foram recepcionados pela Constituição de 1988 com status de Lei Ordinária.
Desta forma, a isenção de que trata o Decreto Lei 1.804/80 somente pode ser modificada por LEI ORDINÁRIA e enquanto não houver outra lei alterando o limite de isenção especificada no Decreto-Lei de 1980, continua em vigor o valor de 100 dólares americanos ou equivalente em outra moeda.
A Receita Federal somente pode estabelecer alíquotas para o imposto de importação, observados os limites estabelecidos em lei, pois assim já decidiu o STF:
“O art. 153, § 1º, da Constituição estabelece expressamente que o Poder Executivo pode definir as alíquotas do II e do IPI, observados os limites estabelecidos em lei.” (RE 429.306, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 1º-2-2011, Segunda Turma, DJE de 16-3- 2011.)” (grifos nossos)
Sobre a aplicabilidade constante no art. 237 da Constituição Federal, temos que:
“Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda.” (grifos nossos)
Referido artigo Constitucional não permite que a Receita Federal estabeleça as isenções dos tributos mas, tão somente, a fiscalização e o seu controle.
Alguns Tribunais Regionais Federais já se manifestaram a respeito e concluíram pela ilegalidade da cobrança de imposto de importação sobre mercadorias cujo valor seja inferior a 100 dólares americanos ou equivalente em outra moeda, independentemente do remetente ser pessoa física ou juridica, vejamos algumas EMENTAS:
TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. ISENÇÃO. REMESSA POSTAL. PORTARIA MF Nº 156/99 e IN SRF 96/99. ILEGALIDADE. 1.Conforme disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80, art. 2º, II, as remessas de até cem dólares, quando destinadas a pessoas físicas, são isentas do Imposto de Importação. 2. A Portaria MF 156/99 e a IN 096/99, ao exigir que remetente e o destinatário sejam pessoas físicas, restringiram o disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80. 3. Não pode a autoridade administrativa, por intermédio de ato administrativo, ainda que normativo (portaria), extrapolar os limites claramente estabelecidos em lei, pois está vinculada ao princípio da legalidade. (Apelação em Reexame Necessário nº 2005.71.00.006870-8/RS. Des. Federal ÁLVARO EDUARDO JUNQUEIRA. Publicado em 05/05/2010). (grifos nossos)
TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. DECRETO-LEI 1.804/80. ISENÇÃO DE ATÉ 100 DÓLARES. PORTARIA MF Nº 156/99. IN SRF 096/99 ISENÇÃO DE ATÉ 50 DÓLARES. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. ART. 176 DO CTN 1. Conforme disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80, art. 2º, II, as remessas de até cem dólares, quando destinadas a pessoas físicas, são isentas do Imposto de Importação. 2. A Portaria MF 156/99 e a IN 096/99, ao exigir que o remetente e o destinatário sejam pessoas físicas, restringiram o disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80. 3. Não pode a autoridade administrativa, por intermédio de ato administrativo, ainda que normativo (portaria), extrapolar os limites claramente estabelecidos em lei, pois está vinculada ao princípio da legalidade. (APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº 5013382-84.2014.404.7000/PR. RELATOR : Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIK. Julgado em 19/11/2014) (grifos nossos)
TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. ISENÇÃO. REMESSA POSTAL. PORTARIA MF Nº 156/99 e IN SRF 96/99. ILEGALIDADE. 1. Conforme disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80, art. 2º, II, as remessas de até cem dólares, quando destinadas a pessoas físicas, são isentas do Imposto de Importação.2. A Portaria MF 156/99 e a IN 096/99, ao exigirem que tanto o destinatário quanto o remetente fossem pessoas físicas e ao reduzirem o valor da Isenção para o limite de US$ 50,00 (cinquenta dólares), restringiram o disposto no Decreto-Lei nO1.804/80.3. Não pode a autoridade administrativa, por intermédio de ato administrativo, ainda que normativo (portaria), extrapolar os limites claramente estabelecidos em lei, pois está vinculada ao princípio da legalidade. (1ª. Turma Recursal de Juiz de Fora/MG. Recurso Inominado nº 8890-15.2014.4.01.3801/MG. Relator: Juiz Federal LEONARDO AUGUSTO DE ALMEIDA AGUIAR. Julgado em 17/11/2014) (grifos nossos)
TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. ISENÇÃO. REMESSA POSTAL. DECRETO-LEI N.º 1.804/1980. PORTARIA MF N.º 156/99 e IN SRF N.º 96/99. ILEGALIDADE. 1. Conforme disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80, art. 2º, II, as remessas de até cem dólares, quando destinadas a pessoas físicas, são isentas do Imposto de Importação. 2. A Portaria MF 156/99 e a IN 096/99, ao exigir que o remetente e o destinatário sejam pessoas físicas, restringiram o disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80. 3. Não pode a autoridade administrativa, por intermédio de ato administrativo, ainda que normativo (portaria), extrapolar os limites claramente estabelecidos em lei, pois está vinculada ao princípio da legalidade. (TRF4, APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº 5013135-06.2014.404.7000, 1ª TURMA, Des. Federal JORGE ANTONIO MAURIQUE, POR UNANIMIDADE, JUNTADO AOS AUTOS EM 18/09/2014) (grifos nossos)
TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. ISENÇÃO. REMESSA POSTAL. TAXA DE NACIONALIZAÇÃO DE DESPACHO POSTAL. CONVENÇÃO POSTAL INTERNACIONAL. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. ILEGALIDADE.1. Conforme disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80, art. 2º, II, as remessas de até US$ 100.00, quando destinadas a pessoas físicas, são isentas do Imposto de Importação. 2. Não pode a autoridade administrativa, por intermédio de ato administrativo, ainda que normativo, extrapolar os limites claramente estabelecidos em lei, estabelecendo como requisitos remetente e destinatário pessoa física, bem como valor máximo da operação de US$ 100.00, pois está vinculada ao princípio da legalidade. 3. Caracterizado, no entanto, o fracionamento de remessas, nos termos art.15 do Decreto-Lei n. 37/66 c/c art. 16 do Decreto 61.018/67, há claro impedimento para o reconhecimento da isenção. 4. A cobrança da Taxa de Nacionalização de Despacho Postal mostra-se abusiva porque representa uma segunda cobrança pela prestação do mesmo serviço, uma vez que a custódia das encomendas até sua entrega final é um serviço já pago pelo remetente no ato da compra. Por mais que haja previsão para cobrança em na Convenção Postal Internacional, deve-se prestigiar a interpretação de acordo com as normas do Código de Defesa do Consumidor, em especial considerando-se a ilegalidade da tributação. TRF/SC. RECURSO CÍVEL Nº 5010594-55.2014.404.7208/SC. RELATOR : Exmo. SR. Dr. ZENILDO BODNAR. Data do Julgamento: 18 de março de 2015
TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. ISENÇÃO. REMESSA POSTAL. TAXA DE NACIONALIZAÇÃO DE DESPACHO POSTAL. CONVENÇÃO POSTAL INTERNACIONAL. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. ILEGALIDADE. 1. Conforme disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80, art. 2º, II, as remessas de até US$ 100.00, quando destinadas a pessoas físicas, são isentas do Imposto de Importação. 2. Não pode a autoridade administrativa, por intermédio de ato administrativo, ainda que normativo, extrapolar os limites claramente estabelecidos em lei, estabelecendo como requisitos remetente e destinatário pessoa física, bem como valor máximo da operação de US$ 100.00, pois está vinculada ao princípio da legalidade. 3. Caracterizado, no entanto, o fracionamento de remessas, nos termos art.15 do Decreto-Lei n. 37/66 c/c art. 16 do Decreto 61.018/67, há claro impedimento para o reconhecimento da isenção. 4. A cobrança da Taxa de Nacionalização de Despacho Postal mostra-se abusiva porque representa uma segunda cobrança pela prestação do mesmo serviço, uma vez que a custódia das encomendas até sua entrega final é um serviço já pago pelo remetente no ato da compra. Por mais que haja previsão para cobrança em na Convenção Postal Internacional, deve-se prestigiar a interpretação de acordo com as normas do Código de Defesa do Consumidor, em especial considerando-se a ilegalidade da tributação. (TRF/SC. RECURSO CÍVEL Nº 5022600-21.2014.404.7200/SC. RELATOR : ZENILDO BODNAR. Data do Julgamento: 18 de março de 2015
TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. ISENÇÃO TRIBUTÁRIA. REMESSA POSTAL INTERNACIONAL. REGIME DE TRIBUTAÇÃO SIMPLIFICADA PARA COBRANÇA DE IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO, INSTITUÍDO PELO DECRETO-LEI N° 1.804/1980, COM ALTERAÇÕES POR FORÇA DA LEI Nº 8.383/91. LEI Nº 8.032/90 REVOGA AS ISENÇÕES E REDUÇÕES DE IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO ANTERIORES, DISPONDO DE FORMA COMPLETA SOBRE A MATÉRIA. LEI Nº 8.383/91 QUE ALTERA POSTERIORMENTE O DECRETO-LEI Nº 1.804/80, QUANTO AO LIMITE DE ISENÇÃO DO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. NÃO REVOGAÇÃO DESTE DISPOSITIVO MODIFICADO. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA.
RESERVA LEGAL EM MATÉRIA DE ISENÇÃO TRIBUTÁRIA. ARTIGO 150 §6º DA CRFB/88 . EXCEÇÕES CONSTITUCIONAIS QUANTO À COMPETÊNCIA DO PODER EXECUTIVO PARA DISPOR DIRETAMENTE SOBRE MATÉRIA TRIBUTÁRIA NÃO CONTEMPLA OUTORGA DE ISENÇÃO DE IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO, MAS APENAS SUAS ALÍQUOTAS, DIANTE DE SEU CARÁTER EXTRAFISCAL.
PORTARIA MF Nº 156/99 E IN SRF 96/99. ATOS NORMATIVOS QUE EXTRAPOLAM OS LIMITES DO PODER REGULAMENTAR. ATO INFRALEGAL QUE INOVA A ORDEM JURÍDICA. NOVO PARÂMETRO MAIS RESTRITIVO DE VALOR PARA A ISENÇÃO DO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO, EM 50 DÓLARES, DIVERSO DO TEXTO LEGAL QUE PREVÊ COMPRA DE ATÉ 100 DÓLARES. NOVA PREVISÃO DE QUE O REMETENTE TAMBÉM SEJA PESSOA FÍSICA. RESTRIÇÕES IMPOSTAS PELO PODER EXECUTIVO NÃO PREVISTAS NO DIPLOMA LEGAL INSTITUIDOR DA ISENÇÃO TRIBUTÁRIA. AFRONTA AO PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE TRIBUTÁRIA E PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES. 4ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS DO RIO DE JANEIRO. Recurso Inominado. Processo nº 0024864-60.2012.4.02.5151/01. Relatora: Juíza Federal Dra. ADRIANA MENEZES DE REZENDE. Data do Julgamento: 25 de março de 2015.
Alguns trechos de votos constantes de acórdãos de Turmas Recursais:
I – Santa Catarina - Relator : Exmo. Sr. Dr. Juiz Federal JOÃO BATISTA LAZZARI – Recurso Cível nº 5002227-21.2014.404.7215/SC – Data: 29/10/2014
“Nessa trilha, tenho que tanto o limite da isenção do Imposto de Importação nas remessas postais internacionais destinadas a pessoas físicas - US$ 50,00 (cinquenta dólares norte americanos) - quanto à exigência de que remetente e destinatário sejam pessoas físicas, na forma prevista na Portaria n. 156/99 do MF e na IN/SRF n. 096/99, desbordou dos limites traçados pelo inciso II do artigo 2º do Decreto-Lei n. 1.804/80, violando norma hierarquicamente superior, constituindo afronta ao princípio da legalidade.
Nesse sentido, aliás, é a orientação do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, in verbis (grifei):
TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. ISENÇÃO. REMESSA POSTAL. PORTARIA MF Nº156/99 e IN SRF 96/99. ILEGALIDADE. 1. Conforme disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80, art. 2º,II, as remessas de até cem dólares, quando destinadas a pessoas físicas, são isentas do Imposto de Importação. 2. A Portaria MF 156/99 e a IN 096/99, ao exigir que o remetente e o destinatário sejam pessoas físicas, restringiram o disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80. 3. Não pode a autoridade administrativa, por intermédio de ato administrativo, ainda que normativo (portaria), extrapolar os limites claramente estabelecidos em lei, pois está vinculada ao princípio da legalidade. (TRF4, APELREEX 2005.71.00.006870-8, Primeira Turma, Relator Álvaro Eduardo Junqueira, D.E. 04/05/2010) (grifos nossos)
II – Santa Catarina – Recurso Civel nº 5002852-97.2014.404.7201/SC - Relator : Exmo. Sr. Dr. Juiz Federal ZENILDO BODNAR – Data: 31/07/2014
“Destaco que o Decreto-Lei em comento estabelece como teto para isenção o valor de U$S 100,00 (cem dolares), com a simples exigênciade que o destinatário seja pessoa física.
Cumpre ressaltar, por oportuno, que o art. 176 do Código Tributário Nacional dispõe que a isenção é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração.
Outrossim, de acordo com o artigo 111, inciso II, do CTN, 'interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre [...] outorga de isenção'.
Dessa feita, tanto a Portaria do Ministério da Fazenda como a Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal extrapolaram os limites estabelecidos por norma recepcionada com status de lei, inovando aqueles atos normativos na ordem jurídica ao exigir, como condição para concessão da isenção do imposto de importação, que, além do destinatário do bem, o remetente também seja pessoa física.
Entendo que não pode a autoridade administrativa, por intermédio de ato administrativo, ainda que normativo, extrapolar os limites claramente estabelecidos em lei. Tal hipótese constitui flagrante afronta ao princípio da legalidade. Destarte, não havendo no Decreto-Lei restrição relativa à condição de pessoa física do remetente, não se pode impor tal exigência por simples ato administrativo.
Os honorários não podem ser inferiores ao salário mínimo, salvo se o valor devido ou o valor da causa o forem, hipótese em que os honorários devem corresponder a estes.” (grifos nossos)
III – Rio Grande do Sul – Recurso Civel nº 5010153-86.2014.404.7107/RS - Relator : Exmo. Sr. Dr. Juiz Federal GIOVANI BIGOLIN – Data: 16/10/2014
“Com efeito, esta Turma Recursal já teve a oportunidade de manifestar entendimento de que o Decreto-Lei nº 1.804/80 dispôs, como requisito à isenção ao imposto de importação, apenas que os produtos devam ser destinados a pessoas físicas, mas não impôs que o remetente também o deva ser. Assim, a instituição da condição de que a remessa não pode ser realizada por pessoas jurídicas, mediante ato administrativo normativo, torna-se ilegítima, por extrapolar os limites da lei e inovar na ordem jurídica. Reporto-me, quanto ao ponto, aos fundamentos do julgamento do Recurso Inominado nº 5011394-95.2014.404.7107, de relatoria da Dra. Joane Unfer Calderaro:
'O Código Tributário Nacional prevê que as condições de isenção devem estar previstas em lei, verbis:
'Art. 176 - A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração.' [g.n]
Desse modo, ainda que uma lei específica (Decreto-Lei 1.804/80) tenha expressamente delegado ao Ministério da Fazenda a fixação das alíquotas do imposto de importação (art. 2º) e o poder de dispor sobre o valor das remessas que seriam isentas (art. 2º, II), em nenhum momento delegou ao mesmo Ministério a possibilidade de criação de novas condições e requisitos para tal isenção.
O ato administrativo normativo não pode extrapolar a lei, de modo que a Portaria e a Instrução Normativa mencionadas são ato administrativos que têm por escopo explicar a lei, nunca ampliá-la ou restringi-la, sob pena de incorrer em ilegalidade. Na lição de Hely Lopes Meireles (Direito Administrativo Brasileiro, Malheiros, 19ª ed., pág. 162), 'como ato administrativo, o decreto está sempre e situação inferior à da lei e, por isso mesmo, não a pode contrariar. O que não ultrapasse a alçada regulamentar de que dispõe o Executivo.''. (grifos nossos)
IV – Minas Gerais - Recurso Civel nº 8890-15.2014.4.01.3801- Relator: Exmo. Sr. Dr. JUIZ FEDERAL LEONARDO AUGUSTO DE ALMEIDA AGUIAR – Data: 17/11/2014
“Verifica-se que o Decreto-Lei nº 1.804/80, no art. 2°, 11, estabelece que as remessas de até cem dólares são isentas do imposto de importação quando destinados a pessoas físicas, nada mencionando sobre o remetente.
Após, tanto a Portaria MF nO156/99 como a IN SRF 096/9 passaram a exigir que tanto o destinatário quanto o remetente fossem pessoas físicas e reduziram o valor da isenção para o limite de US$ 50,00 (cinquenta dólares).
Desta forma, não pode a autoridade administrativa, por intermédio de ato administrativo, ainda que normativo (portaria ou instrução normativa). extrapolar os limites claramente estabelecidos em lei, pois está vinculada ao princípio da legalidade.
É cediço que o Poder Normativo da Administração Pública, que se expressa por meio de decretos regulamentares, resoluções, portarias, deliberações, instruções e regimentos, não pode contrariar a lei, criando direitos ou impondo restrições que não estejam previstos, sob pena de ofensa ao princípio da legalidade, cabendo ao Judiciário velar pela observância desta garantia constitucional (art. 5°, XXXV, da CF/88).
Portanto, deve a parte autora ser restituída do imposto de importação indevidamente recolhido aos cofres públicos, vez que deve ser considerado como isenta a importação de bens em remessa postal internacional de até cem dólares, independente da natureza da pessoa remetente, conforme reconhecido na sentença. (grifos nossos)
V – Paraná – Recurso Civel nº 5007469-24.2014.404.7000/PR - Relator: Exmo. Sr. Dr. Juiz Federal NICOLAU KONKEL JÚNIOR – Data: 27/11/2014:
“A questão controvertida restou pacificada no âmbito da 1ª Turma Recursal na sessão do dia 05 de novembro de 2014, quando do julgamento do Recurso Inominado nº 5001510-66.2014.404.7002/PR, de relatoria da Juíza Federal Márcia Vogel Vidal de Oliveira, conforme seguinte ementa:
TRIBUTÁRIO. IMPORTAÇÃO POR REMESSA POSTAL. PORTARIA MF Nº156/1999. ILEGALIDADE DA EXIGÊNCIA DE QUE TANTO O REMETENTE QUANTO O DESTINATÁRIO SEJAM PESSOAS FÍSICAS. ILEGALIDADE DO LIMITE DE US$ 50,00 PARA EFEITO DE ISENÇÃO DO IMPOSTO. PREVALÊNCIA DO DECRETO-LEI 1.804/1980.
Como bem ponderou a Relatora no voto condutor do acórdão: 
'O Decreto-lei 1.804/80 instituiu o regime de tributação simplificada, atribuindo ao Ministério da Fazenda competência para dispor sobre a isenção do imposto de importação dos bens contidos em remessas de valor até US$ 100.00 (cem dólares), ou o equivalente em outras moedas, quando destinados a pessoas físicas (art.2º, II, do DL 1.804/80).
Nesse sentido, a Portaria MF n. 156/99, expedida pelo Ministério da Fazenda, determinou (art.1º, § 2º), que o remetente e o destinatário sejam pessoas físicas e fixou o valor de até US$ 50.00 (cinquenta dólares) para isenção por remessa postal internacional.
O ato normativo (Portaria MF n. 156/99), contudo, extrapolou os limites traçados pelo DL, realizando restrição que não lhe competia, com nítida ofensa ao princípio da legalidade. Nesse passo:
TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. ISENÇÃO. REMESSA POSTAL. PORTARIA MF Nº 156/99 e IN SRF 96/99. ILEGALIDADE. 1. Conforme disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80, art. 2º, II, as remessas de até cem dólares, quando destinadas a pessoas físicas, são isentas do Imposto de Importação. 2. A Portaria MF 156/99 e a IN 096/99, ao exigir que o remetente e o destinatário sejam pessoas físicas, restringiram o disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80. 3. Não pode a autoridade administrativa, por intermédio de ato administrativo, ainda que normativo (portaria), extrapolar os limites claramente estabelecidos em lei, pois está vinculada ao princípio da legalidade. (TRF4, APELREEX 2005.71.00.006870-8, Primeira Turma, Relator Álvaro Eduardo Junqueira, D.E. 04/05/2010).
Melhor sorte não assiste à União em seu argumento de que não é autorizado o uso da ação declaratória com efeitos prospectivos, ou seja, para alcançar futuras operações de importação realizadas pelo autor como pessoa física. Pondera-se que é recorrentemente utilizada essa via para a aquisição de produtos importados por pessoas físicas como o autor, não sendo razoável que ingresse com uma medida para cada operação que realizar, como pretende a União. Entendo que há o interesse do autor não apenas com relação à importação indicada na inicial, mas por se tratar de operação que ocorre em seu cotidiano, não configurando pretensão declaratória parafatos incertos e indeterminados. Nesse sentido, o precedente do STJ:
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DECLARATÓRIA. INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA. EFEITOS PROSPECTIVOS. CABIMENTO. 1. Embargos de divergência em recurso especial nos quais se discute o cabimento, ou não, de ação declaratória para obter o reconhecimento de inexistência de relação jurídicatributária que iniba a Administração Tributária de promover a autuação fiscal relativa a operações futuras concernentes à atividade profissional da contribuinte. 2. Cabe ação declaratória para obter o reconhecimento de inexistência de relação jurídica-tributária para fins prospectivos, quando o contribuinte demonstra que o fato jurídico suscitado diz respeito ao cotidiano de suas atividades e que há conduta rotineira do fisco infirmando o direito alegado já manifestada em outros casos análogos, seja por meio de indeferimento de pedido administrativo ou de lavratura de auto de infração. 3. No caso dos autos, a empresa contribuinte logrou demonstrar que a sua pretensão declaratória não é meramente abstrata, mas, ao contrário disso, que seu justo receio é concreto e iminente, uma vez que já foi autuada pela administração municipal para recolher o ISS sobre as operações de leasing de veículos comercializadas com os consumidores lá residentes. 4. Embargos de divergência providos. (EREsp 1135878/RS, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 26/06/2013, DJe 02/08/2013)
Com efeito, o alcance da ação declaratória não se restringe unicamente a fatos consolidados, sendo viável a sua utilização para reconhecer a inexistência de relação jurídica-tributária com alcance para operações futuras, desde que delineado que a pretensão relaciona-se ao cotidiano do contribuinte e, ademais, que se posiciona o fisco contrariamente ao conteúdo da declaração almejada, exatamente o caso dos autos.” (grifos nossos)
VI – Santa Catarina – Recurso Civel nº 5006229-73.2014.404.7202- Relator : Exmo. Sr. Dr. Juiz Federal GILSON JACOBSEN– Data: 04/09/2014:
“Assim, considerando que o valor do bem adquirido era de US$ 95,00 (noventa e cinco dólares), impõe-se o provimento do recurso a fim de declarar a isenção do pagamento do imposto de importação referente à mercadoria (objeto EA000595004CN) e condenar a ré na restituição do valor de R$ 126,71 (cento e vinte e seis reais e setenta e um centavos) indevidamente recolhido a este título pela parte autora.” (grifos nossos)
VII– Parana – Recurso Civel nº 5017649-96.2014.404.7001 (sentença integralmente mantida) Relator : Exmo. Sr. Dr. Juiz Federal Bianca Georgia Arenhart Munhoz da Cunha– Data: 06/03/2015:
Sentença: “Por todo o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido da inicial, resolvendo o mérito com fulcro no artigo 269, I, do Código de Processo Civil, para o fim de DECLARAR o direito da parte autora de, em casos similares, não ser tributada pelo simples fato de o remetente das mercadorias importadas ser pessoa jurídica ou de o valor da mercadoria ser superior a US$ 50,00, desde que não exceda a US$ 100,00”
Voto: “Assim sendo, a sentença de procedência encontra-se em consonância com o entendimento firmado por esta Turma, razão pela qual deve ser mantida integralmente.” (grifos nossos)
VIII – Pernambuco – Recurso Civel nº 0503044-96.2014.4.05.8311T. Relator: Exmo. SR. DR. Juiz Federal KYLCE ANNE PEREIRA COLLIER DE MENDONÇA– Data: 26/02/2015:
EMENTA: TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. REMESSA POSTAL. ISENÇÃO DE ATÉ 100 DÓLARES PARA PESSOAS FÍSICAS COMO DESTINATÁRIAS. DECRETO-LEI Nº 1.804/80. PORTARIA MF Nº 156/99 E INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF 96/99. EXIGÊNCIA DE QUE O REMETENTE E DESTINATÁRIOS SEJAM PESSOAS FÍSICAS. REDUÇÃO DA ISENÇÃO PARA 50 DÓLARES. INOVAÇÃO. LIMITES ESTABELECIDOS EM LEI EXTRAPOLADOS. ILEGALIDADE. COBRANÇA DE TAXA/TARIFA DE SERVIÇOS POSTAIS. INCONSTITUCIOALIDADE/ILEGALIDADE. RECURSO INOMINADO PROVIDO
IX – Rio de Janeiro – Recurso Inominado Processo nº 0024864-60.2012.4.02.5151/01. Relatora: Juíza Federal Dra. ADRIANA MENEZES DE REZENDE. Data do Julgamento: 25 de março de 2015:
EMENTA
TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. ISENÇÃO TRIBUTÁRIA. REMESSA POSTAL INTERNACIONAL. REGIME DE TRIBUTAÇÃO SIMPLIFICADA PARA COBRANÇA DE IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO, INSTITUÍDO PELO DECRETO-LEI N° 1.804/1980, COM ALTERAÇÕES POR FORÇA DA LEI Nº 8.383/91. LEI Nº 8.032/90 REVOGA AS ISENÇÕES E REDUÇÕES DE IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO ANTERIORES, DISPONDO DE FORMA COMPLETA SOBRE A MATÉRIA. LEI Nº 8.383/91 QUE ALTERA POSTERIORMENTE O DECRETO-LEI Nº 1.804/80, QUANTO AO LIMITE DE ISENÇÃO DO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. NÃO REVOGAÇÃO DESTE DISPOSITIVO MODIFICADO. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA. RESERVA LEGAL EM MATÉRIA DE ISENÇÃO TRIBUTÁRIA. ARTIGO 150 §6º DA CRFB/88 . EXCEÇÕES CONSTITUCIONAIS QUANTO À COMPETÊNCIA DO PODER EXECUTIVO PARA DISPOR DIRETAMENTE SOBRE MATÉRIA TRIBUTÁRIA NÃO CONTEMPLA OUTORGA DE ISENÇÃO DE IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO, MAS APENAS SUAS ALÍQUOTAS, DIANTE DE SEU CARÁTER EXTRAFISCAL. PORTARIA MF Nº 156/99 E IN SRF 96/99. ATOS NORMATIVOS QUE EXTRAPOLAM OS LIMITES DO PODER REGULAMENTAR. ATO INFRALEGAL QUE INOVA A ORDEM JURÍDICA. NOVO PARÂMETRO MAIS RESTRITIVO DE VALOR PARA A ISENÇÃO DO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO, EM 50 DÓLARES, DIVERSO DO TEXTO LEGAL QUE PREVÊ COMPRA DE ATÉ 100 DÓLARES. NOVA PREVISÃO DE QUE O REMETENTE TAMBÉM SEJA PESSOA FÍSICA. RESTRIÇÕES IMPOSTAS PELO PODER EXECUTIVO NÃO PREVISTAS NO DIPLOMA LEGAL INSTITUIDOR DA ISENÇÃO TRIBUTÁRIA. AFRONTA AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA E PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES. 4ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS DO RIO DE JANEIRO. 
DO CODIGO TRIBUTARIO NACIONAL
O CTN estabelece algumas regras para interpretação da legislação tributária. No caso presente, destacam-se os artigos 99 e 100:
“Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos:
I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;” (grifos nossos)
Em outras palavras, os atos normativos baixados pela administração publica não pode inovar e/ou restringir norma legal vigente mas, tão somente, complementar sua aplicação/fiscalização. 
Portanto, quando tratamos de isenções tributarias, a interpretação deve ser literal, como determina o art. 111 do Codigo Tributario Nacional:
“Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: (…)
II – outorga de isenção;” (grifos nossos)
O cumprimento do Decreto Lei 1.804/80 e do art. 150, §6º da CF pela União evitaria inumeras demandas judiciais já existentes. Ora, a continuidade no descumprimento dos dispositivos legais supramencionados continuara a acarretar aumento crescente e constante nas proposituras de ações de repetição de indébito.
Destaca-se ainda que as pequenas importações realizadas pela “internet” (comercio eletrônico) não trazem qualquer prejuízo a indústria e comércio nacionais, eis que possuem valores inexpressivos, mesmo porque no limite de US100 dolares americanos esta embutido o frete.
Em recente matéria na Revista IstoÉ, Ricardo Amorim, é apresentador do Manhattan Connection da Globonews, colunista da revista IstoÉ, presidente da Ricam Consultoria, único brasileiro na lista dos melhores e mais importantes palestrantes mundiais do Speakers Corner e economista mais influente do Brasil segundo a revista Forbes internacional e uma das 100 pessoas mais influentes do Brasil segundo a Forbes Brasil., no artigo intitulado “Por que pagamos mais caro no Brasil”, afirmou:
“Burocracia absurda, corrupção, carga tributária elevada, regime tributário complexo, infraestrutura ruim, mão de obra cara e despreparada dificultam a vida das empresas, aumentando o risco de seus investimentos. Com risco maior, empresários reduzem investimentos e, por consequência, a competição. Com menoscompetição, inclusive com importados – o Brasil é o país com menor taxa de importação de produtos e serviços no planeta – é possível subir preços e aumentar margens de lucro.”
http://ricamconsultoria.com.br/news/artigos/palestra_brasil_caro
Parece uma radiografia bem real do Brasil. Indiscutível que a indústria nacional esta sucateada, atrasada e sufocada. E vejam: o Brasil é o pais com menor taxa de importação do mundo. Pequenas importações não irão abalar o mercado interno, muito menos a indústria nacional.
Por todo o conjunto de argumentações, não restam dúvidas de que a União Federal não pode cobrar imposto de importação em compras internacionais que não ultrapassarem o valor de U$ 100,00 (cem dólares norte-americanos) ou equivalente em outra moeda.
SOBRE O DESPACHO POSTAL COBRADO PELA SEGUNDA RÉ ECT – EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS
O Código de Defesa do Consumidor assegura a proteção dos direitos básicos do consumidor, entre eles, a proteção contra quaisquer práticas comerciais abusivas. 
Nos artigos 39 e 84 do CDC estão previstas as práticas abusivas e, no segundo citado, as tutelas:
“Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: 
V – exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva; 
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços.” (grifos nossos)
“Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.” (grifos nossos)
O “despacho postal” instituído na 18ª. Reunião Ordinaria de 2014 da ECT, ocorrida em 12 de maio de 2014, primeiramente com a nomenclatura de “taxa postal de desembaraço aduaneiro” e posteriormente chamado apenas de “despacho postal”, é considerado abusivo na medida em que elevou sem justa causa o preço do serviço sem qualquer contraprestação ao consumidor. 
A custódia das encomendas até a sua entrega final é um serviço já pago pelo destinatário na oportunidade da compra internacional, e o recolhimento do imposto de importação e o seu repasse à União é um serviço que a ECT presta à Receita Federal. 
As empresas que realizam entregas de remessas postais internacionais no Brasil, entregam no endereço do destinatário, enquanto que a ECT restringe-se a enviar um aviso de recebimento para o destinatário ir buscar sua encomenda numa de suas agencias. Além disso, como é sabido, demora meses para os destinatários receberem suas remessas.
Na hipótese do “despacho postal” ter amparo e ser legitimo, no futuro a ECT podera perfeitamente cobrar outras taxas da mesma “natureza”, tais como "Taxa para ir buscar o pacote no armazém", "Taxa para transportar o pacote do armazém ao balcão de entrega", "Taxa para preenchimento dos formulários para a entrega da mercadoria no balcão de entrega", exemplos que servem para mostrar o verdadeiro ABSURDO representado por essa indevida cobrança.
Consta no site da ECT - EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS
http://www.correios.com.br/para-voce/recebimento/em-agencias
“Encomendas Internacionais
As encomendas internacionais tributadas pela Receita Federal do Brasil com valor aduaneiro de até US$500,00 são entregues nas agências para recolhimento do Imposto de Importação e pagamento da Taxa para Despacho Postal” (grifos nossos)
E mais:
http://www.correios.com.br/para-voce/correios-de-a-a-z/importacoes-de-ate-us-500-00
“Características:
Uma vez que a mercadoria é tributada pela RFB, será emitida uma NTS, referente ao Imposto de Importação. A NTS e a encomenda serão encaminhadas à agência dos Correios mais próxima do domicílio do destinatário/importador, onde será realizado o recolhimento do tributo e pagamento do Despacho Postal no valor de R$12,00.” (grifos nossos)
Ou seja, a ECT fornece esclarecimentos em seu site sobre importação de mercadorias e AFIRMA que somente mercadorias tributadas estão sujeitas ao pagamento do “despacho postal”. Não é o presente caso cuja encomenda possui isenção.
Resta cristalino o descabimento da cobrança do “despacho postal” feita pela ECT.
Apenas como exercício de argumentação e para que não se perca o foco e “como” e “para que” a ECT foi criada:
DECRETO Nº 8.016, DE 17 DE MAIO DE 2013
Art. 1º - A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, empresa pública vinculada ao Ministério das Comunicações, criada pelo Decreto-lei nº 509, de 20 de março de 1969, será regida pela legislação federal e por este Estatuto.
Art. 4º - A ECT tem por objeto social, nos termos da lei:
§ 3º - A ECT, no exercício de sua função social, é obrigada a assegurar a continuidade dos serviços postais e telegráficos, observados os índices de confiabilidade, qualidade, eficiência e outros requisitos fixados pelo Ministério das Comunicações.
Art. 6º O capital social da ECT é de R$ 2.070.231.254,11 (dois bilhões, setenta milhões, duzentos e trinta e um mil, duzentos e cinquenta e quatro reais e onze centavos), constituído integralmente pela União.
Continuando, uma das obrigações da 2ª. Ré é a guarda de todas as encomendas e a comunicação das exigências fiscais é serviço prestado a Receita Federal e não ao contribuinte do imposto de importação e pseudo devedor do despacho postal.
Vejamos o que determina o DECRETO Nº 1.789, DE 12 DE JANEIRO DE 1996.
“Art 23. Serão estabelecidos em norma conjunta das autoridades postal e aduaneira regionais: 
I - as cautelas que assegurem o pagamento de tributos ou o cumprimento, pelos destinatários, de outras exigências fiscais que condicionem a entrega das remessas e sua saída do correio permutante; 
IV - o local destinado à conferência aduaneira, as condições de recebimento ou expedição de remessas expressas, seu depósito e guarda, bem como as cautelas que impeçam a utilização fraudulenta deste serviço; 
Art 24. As unidades postais devem ser dotadas de instalações adequadas à natureza e volume dos serviços, de modo a garantir sua perfeita execução pelos funcionários postais e aduaneiros, bem como a necessária segurança para as remessas.
Art 25. À Administração Postal compete: 
IV - a guarda e o manuseio das remessas; 
V - a expedição de avisos postais aos destinatários, aos remetentes ou aos correios de origem, em decorrência de suas atividades ou de decisão da Alfândega; 
VIII - a entrega das remessas liberadas pela Alfândega; 
IX - a comprovação, perante a Alfândega, de que às remessas sujeitas ao pagamento de tributo ou a outra exigência fiscal foi dada a destinação para a qual tenham sido liberadas; 
X - a comprovação, perante a Alfândega, do pagamento do imposto incidente sobre remessas não sujeitas ao regime de importação comum; 
XIV - as demais atividades necessárias ao cumprimento de suas obrigações.” (grifos nossos)
Ora, é obrigação do correio desempenhar as atividades para o qual foi criado e especificados em lei e, em contrapartida, ser remunerado por este serviço prestado com o valor que cobra do frete. 
O despacho postal, como já dito, é uma segunda cobrança para um mesmo serviço, qual seja, serviço de transporte e entrega de encomendas, neste caso internacionais. Este serviço tem custos, é verdade, mas é uma das atividades para o qual o correio foi criado e que já é pago pelo destinatário na oportunidade da compra e do pagamento da mercadoria internacional.
A ECT não informa qual o serviço que efetivamente presta ao destinatário que justifique a cobrança do despacho postal e seu pagamento por quem já pagou o frete quando efetuou a compra no site internacional.
E dizer que cobra porque está previsto em acordos internacionais é argumento chulo visto que nenhum acordo internacional pode contrariar a legislação brasileira, neste caso o Código de Defesa do Consumidor. 
Não existe serviço prestado que justifique tal cobrança, tanto não existe que as encomendas não tributadas percorrem exatamente o mesmo trajeto das encomendas tributadas. Afinal, para saber se vai incidir imposto de importaçãoem alguma encomenda internacional, todas precisam passar pelo recinto alfandegário.
Pior ainda é especificar serviços prestados a Receita Federal e não ao destinatário da encomenda e achar que o destinatário é quem deve arcar com esses custos.
È uma cobrança abusiva que deve ser afastada.
JURISPRUDENCIAS
I – SANTA CATARINA - RECURSO CÍVEL Nº 5019312-50.2014.404.7205/SC - RELATOR : Juiz Federal ADAMASTOR NICOLAU TURNES. Data do Julgamento: 21/05/2015. 
“ADMINISTRATIVO. CONSUMIDOR. TAXA DE NACIONALIZAÇÃO DE DESPACHO POSTAL. CONVENÇÃO POSTAL INTERNACIONAL. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. ILEGALIDADE. 1. A cobrança da Taxa de Nacionalização de Despacho Postal mostra-se abusiva porque representa uma segunda cobrança pela prestação do mesmo serviço, uma vez que a custódia das encomendas até sua entrega final é um serviço já pago pelo remetente no ato da compra. Por mais que haja previsão para cobrança em na Convenção Postal Internacional, deve-se prestigiar a interpretação de acordo com as normas do Código de Defesa do Consumidor, em especial considerando-se a ilegalidade da tributação.” (grifos nossos) 
II – SANTA CATARINA - RECURSO CÍVEL Nº 5025597 74.2014.404.7200/SC RELATOR: ADAMASTOR NICOLAU TURNES. Data do Julgamento: 22/04/2015. 
“TAXA DE NACIONALIZAÇÃO DE DESPACHO POSTAL. CONVENÇÃO POSTAL INTERNACIONAL. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. ILEGALIDADE. 1. A cobrança da Taxa de Nacionalização de Despacho Postal mostra-se abusiva porque representa uma segunda cobrança pela prestação do mesmo serviço, uma vez que a custódia das encomendas até sua entrega final é um serviço já pago pelo remetente no ato da compra. Por mais que haja previsão para cobrança em na Convenção Postal Internacional, deve-se prestigiar a interpretação de acordo com as normas do Código de Defesa do Consumidor, em especial considerando-se a ilegalidade da tributação.” (grifos nossos)
III – SANTA CATARINA - RECURSO CÍVEL Nº 502547209.2014.404.7200 - RELATOR : ZENILDO BODNAR. Data do Julgamento: 18/03/2015:
REMESSA POSTAL. TAXA DE NACIONALIZAÇÃO DE DESPACHO POSTAL. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. ILEGALIDADE. 
“1. A cobrança da Taxa de Nacionalização de Despacho Postal mostrasse abusiva porque representa uma segunda cobrança pela prestação do mesmo serviço, uma vez que a custódia das encomendas até sua entrega final é um serviço já pago pelo remetente no ato da compra. Por mais que haja previsão para cobrança em na Convenção Postal Internacional, deve-se prestigiar a interpretação de acordo com as normas do Código de Defesa do Consumidor.” (grifos nossos)
IV – Rio de Janeiro - 7ª TURMA RECURSAL - RECURSO CÍVEL Nº 0014910-19.2014.4.02.5151/01- RELATOR: Juiz Federal Carlos Alexandre Benjamin. Data do Julgamento: 10/07/2015
EMENTA-VOTO
TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. ISENÇÃO TRIBUTÁRIA. COMPRA DE MERCADORIA PELA INTERNET. DECRETO-LEI 1.804/1980 (ART. 2º, II). PORTARIA 156/1999 DO MINISTÉRIO DA FAZENDA. ILEGALIDADE DE TAL PORTARIA. CARÊNCIA DE AÇÃO ARGUIDA PELA EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS. INOCORRÊNCIA. TAXA DE DESPACHO POSTAL INDEVIDA. RECURSOS DA UNIÃO FEDERAL E DA EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS CONHECIDOS E NÃO PROVIDOS.
V – Rio Grande do Sul – 5ª. Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do RS - RECURSO CÍVEL Nº 5005421-46.2015.404.7101/RS – Relador: Exmo. Sr.Dr. Juiz Federal Joane Unfer Calderaro – Data do Julgamento 10/03/2016
“Em relação à Taxa de Nacionalização de Despacho Postal, no julgamento do Recurso Cível nº 5009085-19.2014.404.7102, esta Turma Recursal reconheceu que o valor pago a título de despacho postal, seja porque a despesa já foi antecipada pelo remetente do serviço postal, seja diante da abusividade da cobrança, deve ser restituído à parte. Transcrevo trecho do voto proferido no referido julgado:
 
'(...)
A ECT é uma empresa pública federal prestadora de serviço, enquadrando-se no conceito de fornecedor (art. 3º) para fins de aplicação do CDC.
Assim, à luz do Código de Defesa do Consumidor, tenho que a taxa é claramente abusiva, haja vista que o remetente já pagou pelo serviço postal por meio de selos ou carimbos específicos, colados ou apostos na origem, quando da remessa da mercadoria por meio dos Correios. Destarte, ao cobrar a referida taxa, sem que haja alguma causa para tanto, incorre na vedação prevista no art. 39 do CDC:
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
(...)
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
(...)
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços
Em outras palavras, a custódia das encomendas até a sua entrega final é um serviço já pago pelo remetente, e o recolhimento do imposto de importação e o seu repasse à União é prestado à Receita Federal, não havendo razão para a cobrança da referida taxa.
Feitas tais considerações, tenho que a taxa para despacho Postal é abusiva.
(...)'
 
Consequentemente, não merece provimento o recurso da ECT.” (grifos nossos)
VI – Pernambuco - 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais de Pernambuco – Recurso Inominado nº 0503044-96.2014.4.05.8311T - Relator: JUÍZA FEDERAL RELATORA KYLCE ANNE PEREIRA COLLIER DE MENDONÇA:
Da mesma forma não se pode aceitar a sua cobrança a título de tarifa (preço público). Ora, é sabido que nas compras internacionais pela internet o consumidor, ao adquirir o produto, já paga o valor do frete. A Receita Federal, ao entender que o produto deva ser tributado, encaminha-o aos Correios, que não procede a sua entrega em domicílio, apenas avisa ao destinatário da chegada da encomenda. Não há, portanto, serviço prestado pelos Correios a fundamentar tal cobrança. 
Por outro lado, o Código de Proteção e Defesa do Consumidor define como prática abusiva a elevação de preços sem justa causa, vedando-a. Vejamos:
 “Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: [...] X – elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços; [...]”
Considerando que o autor já pagou o frete quando da aquisição do produto, que a custódia das encomendas até a sua entrega final ao destinatário é um serviço já pago pelo remetente, e que a ECT não faz qualquer entrega no domicílio do consumidor de encomendas tributadas, ressai que a cobrança de tarifa postal sem qualquer contrapartida para o consumidor é abusiva, elevando sem justa causa o preço do serviço, indo de encontro às possibilidades de instituição de cobrança. Indevida, pois, a sua cobrança. (grifos nossos)
VII – SERGIPE – Recurso Inominado nº 0508186-96.2014.4.05.8500S - Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária de Sergipe – Juiz Relator: Exmo. Sr. Dr. Fernando Escrivani Stefaniu – Data do Julgamento: 12/09/2016 – manteve sentença de 1º Grau que assim decidiu:
“Em relação ao pagamento da taxa postal, atualmente chamada de despacho postal, somente é exigível quando a mercadoria sofre a incidência de imposto de importação, ou seja, é verba acessória, nos termos da legislação civil. Com espeque em tais fundamentos, inexistindo a cobrança do imposto de importação, não deve subsistir a cobrança da "taxa postal".” (grifos nossos);
VIII – RIO DE JANEIRO – 7ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Rio de Janeiro - Recurso Inominado nº 0014910-19.2014.4.02.5151 – Relator: Exmo. Sr. Dr. CARLOS ALEXANDRE BENJAMIN – Data do Julgamento 10/06/2015:
“14. O recurso interposto pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos também não pode ser provido. De plano, rejeita-se a arguição de carência de ação, pois o juízo recorrido condenou a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos a liberar a mercadoria importada pelo autor, sem o pagamento de imposto de importação e do despacho postal. No mérito, embora a cobrança de taxa de despacho postal, no valor de R$ 12,00, tenha previsão em norma internacional da União Postal Universal, agência especializada da Organização das Nações Unidas responsável por coordenar as atividades postais no mundo(http://www.correios.com.br/para-voce/noticias/esclarecimento-cobranca-de-despacho-postal-1), as remessas postais internacionais isentas de pagamento de imposto de importação continuam liberadas do pagamento da taxa de despacho postal. De fato, segundo informação extraída do site dos Correios, apenas nas encomendas acompanhadas de Nota de Tributação Simplificada haverá a cobrança do despacho postal, no valor de R$ 12,00: 
Informamos que para as encomendas acompanhadas da Nota de Tributação Simplificada – NTS haverá a cobrança do Despacho Postal. A cobrança terá o valor de R$ 12,00 (doze reais) por objeto e ocorrerá no momento do recolhimento dos tributos (Imposto de Importação e ICMS) nas Agências de Correios. (http://correios.com.br/para-voce/avisos/copy_of_chamamento-publico-ceser-ndeg-001-2014) 
15. Infere-se, assim, que, nas encomendas internacionais Isentas de tributação, como ora reconhecido, não haverá a cobrança do despacho postal.”
SOBRE A TUTELA INIBITORIA
A tutela inibitória tem como fito a prevenção da prática da continuação ou da repetição do ilícito, não tendo para tanto caráter punitivo e sim preventivo. Assim, caberá o uso da inibitória em face de alguém que mesmo que sem culpa estiver na iminência de praticar um ilícito. (MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela Inibitória Individual e Coletiva. 4 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, p. 36.)
Imperiosa é a observação feita pela doutrina que a melhor definição legislativa da inibitória é aquela que admite a tutela na forma pura (antes que se tenha ocorrido o ilícito) e não apenas para impedir a continuação ou repetição do ilícito. (MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela Inibitória Individual e Coletiva. 4 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, p. 31). 
Essa definição legislativa é encontrada no ordenamento jurídico pátrio através do interdito proibitório e do mandado de segurança preventivo e principalmente pelo art. 5.º, XXXV da CF. (MARINONI, Luiz Guilherme. Ob. cit., p. 56) sendo o fundamento maior da tutela inibitória, ou seja, a base de uma tutela preventiva geral:
“Art. 5º...
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;”
Quanto a lei processual civil e defesa do consumidor, que atingem esta ação, a tutela inibitória tem fundamento no que reza o caput dos artigos art. 497 do CPC e art. 84 do CDC:
“Art. 497 do novo CPC: Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. 
Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo.
Art. 84 do CDC: Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.”
Buscando atender seu objetivo e vislumbrando sua aplicação de forma efetiva, é imprescindível a possibilidade do uso da multa, como meio de coerção capaz de convencer os réus a fazer ou não fazer, conforme se tema a sua ação ou omissão.
JURISPRUDENCIAS:
I – Paraná – Recurso Civel nº 5007469-24.2014.404.7000/PR - Relator: Exmo. Sr. Dr. Juiz Federal NICOLAU KONKEL JÚNIOR – Data: 27/11/2014:
“Melhor sorte não assiste à União em seu argumento de que não é autorizado o uso da ação declaratória com efeitos prospectivos, ou seja, para alcançar futuras operações de importação realizadas pelo autor como pessoa física. Pondera-se que é recorrentemente utilizada essa via para a aquisição de produtos importados por pessoas físicas como o autor, não sendo razoável que ingresse com uma medida para cada operação que realizar, como pretende a União. Entendo que há o interesse do autor não apenas com relação à importação indicada na inicial, mas por se tratar de operação que ocorre em seu cotidiano, não configurando pretensão declaratória para fatos incertos e indeterminados. Nesse sentido, o precedente do STJ:
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DECLARATÓRIA. INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA. EFEITOS PROSPECTIVOS. CABIMENTO. 1. Embargos de divergência em recurso especial nos quais se discute o cabimento, ou não, de ação declaratória para obter o reconhecimento de inexistência de relação jurídicatributária que iniba a Administração Tributária de promover a autuação fiscal relativa a operações futuras concernentes à atividade profissional da contribuinte. 2. Cabe ação declaratória para obter o reconhecimento de inexistência de relação jurídica-tributária para fins prospectivos, quando o contribuinte demonstra que o fato jurídico suscitado diz respeito ao cotidiano de suas atividades e que há conduta rotineira do fisco infirmando o direito alegado já manifestada em outros casos análogos, seja por meio de indeferimento de pedido administrativo ou de lavratura de auto de infração. 3. No caso dos autos, a empresa contribuinte logrou demonstrar que a sua pretensão declaratória não é meramente abstrata, mas, ao contrário disso, que seu justo receio é concreto e iminente, uma vez que já foi autuada pela administração municipal para recolher o ISS sobre as operações de leasing de veículos comercializadas com os consumidores lá residentes. 4. Embargos de divergência providos. (EREsp 1135878/RS, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 26/06/2013, DJe 02/08/2013)
Com efeito, o alcance da ação declaratória não se restringe unicamente a fatos consolidados, sendo viável a sua utilização para reconhecer a inexistência de relação jurídica-tributária com alcance para operações futuras, desde que delineado que a pretensão relaciona-se ao cotidiano do contribuinte e, ademais, que se posiciona o fisco contrariamente ao conteúdo da declaração almejada, exatamente o caso dos autos.” (grifos nossos)
II – Pernambuco – Recurso Inominado nº 0500448-17.2015.4.05.8308T - Juiz(a) KYLCE ANNE PEREIRA COLLIER DE MENDONÇA. Data do Julgamento: 19/05/2015
A parte autora insurge-se tão somente contra a parte da sentença que não acolheu o pleito no sentido de que fosse União impedida de fazer futuras cobranças do imposto de que trata os autos em situações semelhantes, mais especificamente para não mais cobrar impostos da parte Requerente em remessas futuras que não ultrapassem o valor de $100,00 (cem dólares americanos) ou o equivalente em outra moeda, para evitar futuras demandas judiciais.
Merece prosperar o pleito da recorrente, porquanto não se vislumbra a como a Fazenda possa ter direito a continuar agindo da mesma forma, se o Judiciário já decidiu que não se pode cobrar imposto nessa hipótese. Basta imaginarmos, ademais, a impropriedade de que a cada produto que o autor importar, venha a se originar uma nova demanda, abarrotando o Judiciário de processos desnecessários para se discutir a mesma coisa. (grifos nossos)
III – RECIFE/PE – Recurso Civel nº 0503044-96.2014.4.05.8311T - Relator : Exmo. Sr. Dr. Juiz Federal KYLCE ANNE PEREIRA COLLIER DE MENDONÇA – Data: 30/03/2015:
“Ademais, ficam as recorridas (UNIÃO e Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos –ECT) proibidas de realizar novas cobranças à parte autora, a título de Imposto de Importação e “Taxa Postal”, respectivamente, em relação a todas as futuras remessas postais de importação por ela realizadas, desde que tais remessas não ultrapassem o valor de $100,00 (cem dólares americanos).”
V – Parana – Recurso Civel nº 5056386-74.2014.404.7000 Relator : Exmo. Sr. Dr. Juiz Federal Bianca Georgia Arenhart Munhoz da Cunha– Data: 24/02/2015:
“Com relação à possibilidade de ação declaratória com efeitos prospectivos, ou seja, para alcançar futuras operações de importação realizadas pelo autor como pessoa física, assiste razão à parte autora. Pondera-se que é recorrentemente utilizadaessa via para a aquisição de produtos importados por pessoas físicas como o autor, não sendo razoável que ingresse com uma medida para cada operação que realizar. Entendo que há o interesse do autor por se tratar de operação que ocorre em seu cotidiano, não configurando pretensão declaratória para fatos incertos e indeterminados (vide evento 01, DARF3). Nesse sentido, o precedente do STJ:
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DECLARATÓRIA. INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA. EFEITOS PROSPECTIVOS. CABIMENTO.
1. Embargos de divergência em recurso especial nos quais se discute o cabimento, ou não, de ação declaratória para obter o reconhecimento de inexistência de relação jurídica-tributária que iniba a Administração Tributária de promover a autuação fiscal relativa a operações futuras concernentes à atividade profissional da contribuinte.
2. Cabe ação declaratória para obter o reconhecimento de inexistência de relação jurídica-tributária para fins prospectivos, quando o contribuinte demonstra que o fato jurídico suscitado diz respeito ao cotidiano de suas atividades e que há conduta rotineira do fisco infirmando o direito alegado já manifestada em outros casos análogos, seja por meio de indeferimento de pedido administrativo ou de lavratura de auto de infração.
3. No caso dos autos, a empresa contribuinte logrou demonstrar que a sua pretensão declaratória não é meramente abstrata, mas, ao contrário disso, que seu justo receio é concreto e iminente, uma vez que já foi autuada pela administração municipal para recolher o ISS sobre as operações de leasing de veículos comercializadas com os consumidores lá residentes.
4. Embargos de divergência providos. (EREsp 1135878/RS, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 26/06/2013, DJe 02/08/2013)
Com efeito, o alcance da ação declaratória não se restringe unicamente a fatos consolidados, sendo viável a sua utilização para reconhecer a inexistência de relação jurídica-tributária com alcance para operações futuras, desde que delineado que a pretensão relaciona-se ao cotidiano do contribuinte e, ademais, que se posiciona o fisco contrariamente ao conteúdo da declaração almejada, exatamente o caso dos autos.
Por essas razões, o recurso merece provimento, devendo ser declarado o direito da parte autora de não ser tributada em razão de o remetente das mercadorias importadas ser pessoa jurídica e/ou de o valor da operação ser superior a US$ 50,00, desde que não exceda a US$ 100,00 e esteja mantido o pressuposto fático, enquanto vigente o art. 2º, inciso II, do Decreto-Lei 1.804/80, afastando-se, neste ponto específico, a aplicação da Portaria MF 156/99 e da Instrução Normativa 96/99, nos termos da fundamentação.” (grifos nossos)
VI – Parana– Recurso Civel nº 5017649-96.2014.404.7001 (sentença integralmente mantida) Relator : Exmo. Sr. Dr. Juiz Federal Bianca Georgia Arenhart Munhoz da Cunha– Data: 06/03/2015:
Sentença: “Por todo o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido da inicial, resolvendo o mérito com fulcro no artigo 269, I, do Código de Processo Civil, para o fim de DECLARAR o direito da parte autora de, em casos similares, não ser tributada pelo simples fato de o remetente das mercadorias importadas ser pessoa jurídica ou de o valor da mercadoria ser superior a US$ 50,00, desde que não exceda a US$ 100,00”
Voto: “Assim sendo, a sentença de procedência encontra-se em consonância com o entendimento firmado por esta Turma, razão pela qual deve ser mantida integralmente.” (grifos nossos)
VII – SÃO PAULO – Recurso Inominado nº 0039369-03.2014.4.03.6301 - JUIZ(A) FEDERAL: UILTON REINA CECAT - Segunda Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Terceira Região – Data do Julgamento – 16/07/2015:
3. Rejeito a alegação de impossibilidade jurídica do pedido porquanto a parte autora tem o direito de obter pronunciamento jurisdicional de cunho declaratório do direito de importar as mercadorias sem a sujeição tributária imposta, sendo intolerável admitir que a cada importação tenha que acionar o judiciário com pretensão idêntica; (grifos nossos)
VIII – SANTA CATARINA – RECURSO CÍVEL Nº 5010594-55.2014.404.7208/SC – 3ª. Turma Recursal de Santa Catarina – Relator: ZENILDO BODNAR. Data do Julgamento: 13/02/15:
Ademais, pretende a parte autora o reconhecimento da isenção para futuras remessas, inclusive com declaração de que o valor da isenção é de US$ 100.00, impondo-se o provimento do recurso, no ponto, na forma da fundamentação e desde que as remessas atendam aos demais requisitos do Decreto-Lei n. 1.804/80.... “ (grifos nossos)
IX – SERGIPE – 0504369-24.2014.4.05.8500S - Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais de Sergipe – Relator: Marcos Antonio Garapa de Carvalho. Data do Julgamenro: 28/01/2015:
	
	Manteve integralmente a sentença que assim determinou: 
Declarar o direito de a parte autora, em casos similares, não ser tributada pelo simples fato de o remetente das mercadorias importadas ser pessoa jurídica ou de o valor da mercadoria ser superior a US$ 50,00, desde que não exceda a US$ 100,00;
X – RIO DE JANEIRO - Processo nº 0138637-15.2014.4.02.5151/01 - 3ª TURMA RECURSAL DO RIO DE JANEIRO - Relatora: Juíza Federal Dra. FLAVIA HEINE PEIXOTO. Data do Julgamento: 30/07/2015:
Ementa: TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. ISENÇÃO EM REMESSAS POSTAIS INTERNACIONAIS DESTINADAS A PESSOAS FÍSICAS ATÉ O LIMITE DE US$ 100 (CEM DÓLARES NORTE AMERICANOS), NOS TERMOS DO DECRETO-LEI 1.804/80. PORTARIA MF 156/99 E IN SRF 96/99, QUE LIMITARAM O VALOR A U$ 50,00, NÃO PODEM SE SOBREPOR À LEI. UTILIZAÇÃO DO LIMITE LEGAL (US$ 100). REMETENTE PODE SER PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ESTRITA. RECURSO DA UNIÃO CONHECIDO E DESPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA. 
 SENTENÇA:
Por outro lado, quanto ao pedido de tutela inibitória, para que a ré não cobre indevidamente do autor imposto de importações nas remessas postais internacionais de produtos de valor inferior a cem dólares norte-americanos, ou o equivalente em outras moedas, quando destinados a pessoas físicas, assiste razão ao autor. 
A tutela inibitória é medida preventiva que visa impedir alguma espécie de ato ilícito. Sobre o tema, excelentes são os ensinamentos de Luiz Guilherme Marinoni e Sergio Arenhart, em Processo de Conhecimento V.2, Ed. Revista dos Tribunais, 6ª Ed., pag 435 e seguintes. 
Entendo adequada a tutela inibitória ora pleiteada, na medida em tem por objetivo evitar atos ilícitos por parte da ré em desfavor do autor nas situações em que deve ser afastada a aplicação do ato normativo Portaria do Ministério da Fazenda nº 156, de 24 de junho de 199, art. 1º, no § 2º, e da Instrução Normativa n. 096/99, que exorbitaram a regulamentação e estabeleceram regras contra legem. Obviamente, a medida só terá validade enquanto vigente o ordenamento jurídico mencionado na presente sentença. 
2 – CONCEDER tutela inibitória, de modo a impedir futuras cobranças de imposto de importação em face do autor, afastando a aplicação do art. 1º, §2º, da Portaria do Ministério da Fazenda nº 156, de 24 de junho de 1999, que dispõem de modo diverso do atualmente vigente Decreto-Lei 1.804/80, em relação a remessas postais internacionais inferiores a cem dólares norte-americanos, ou o equivalente em outras moedas, quando destinados a pessoas físicas, sob pena de multa por descumprimento no valor de R$ 700,00 (setecentos reais).” (grifos nossos)
DOS PEDIDOS
Ante o exaustivamente aqui exposto, requer se digne V. Exa. JULGAR PROCEDENTE A TOTALIDADE OS PEDIDOS determinando:
1º ) a citação dos Réus para, querendo, contestarem este pedido, no prazo legal, aplicando-se, no que couber, o art. 307 do NCPC:
Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias.
2º ) seja declarada, por sentença, a Ilegalidade da portaria MF 156/99 e da Instrução Normativa SRF 096/99 que estabelecemo limite de 50 dólares (cinquenta dólares) americanos para a importação além de exigir que remetente e destinatário sejam pessoas físicas;
3º ) a condenar da Ré, UNIAO FEDERAL, a efetuar a restituição dos valores pagos a título de imposto de importação, cobrado ao arrepio da legislação vigente, no valor de R$ (valor imposto q vc pagou) (por extenso), atualizado pela taxa SELIC a ser calculada desde a data do efetivo recolhimento do tributo, qual seja, (colocar a data que você pagou o imposto) , até a data de sua efetiva restituição;
4º ) a devolução do valor que a Autor pagou a segunda Ré, de R$ 12,00 (doze reais) EM DOBRO, ou seja, R$ 24,00 (vinte e quatro reais), a ser atualizado monetariamente desde a data do efetivo recolhimento, qual seja, (colocar a data que você pagou), até a data de sua efetiva restituição, valor este cobrado a titulo de “despacho postal”, tudo de acordo com o art. 42, paragrafo único da Lei 8078/90 (Codigo de Defesa do Consumidor)
 “Art. 42
 Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.” (grifos nossos)
5º - seja concedido a Tutela Inibitória contida no art. 497 do novo CPC, para que a União Federal – Secretaria da Receita Federal do Brasil fique IMPEDIDA, por decisão judicial, de efetuar lançamentos e emitir notas de tributação para O Autor, (colocar seu nome e CPF) em remessas futuras que não ultrapassem o valor de U$ 100 (cem dólares americanos) ou o equivalente em outra moeda, para evitar futuras demandas judiciais, sob pena de multa correspondente a 1 (um) salario mínimo mensal por cada remessa ilegalmente tributada;
6º - seja concedido a Tutela Inibitória contida no art. 497 do novo CPC c/c art. 84 do CDC, por decisão judicial, para que a segunda Ré, ECT - EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS, fique IMPEDIDA de cobrar do Autor, (colocar seu nome e CPF) o “despacho postal”, que hoje compreende o valor de R$ 12,00, para cada encomenda internacional, evitando-se demandas judiciais futuras, sob pena de multa correspondente a 1 (um) salario mínimo mensal por cada remessa indevidamente cobrada;
Protesta pela posterior juntada de todas as provas admitidas em direito que se fizerem necessárias no decorrer do feito.
Atendendo ao disposto no inciso VII do art. 319 do novo CPC, informa a V. Exa. que não se faz necessário a realização de audiências, visto que a presente ação só comporta a produção de prova documental.
Dá-se a causa o valor de R$ XXX (por extenso) (valor do imposto + 24,00) 
 N. termos,
 p. deferimento
 (sua cidade), de de 2016. 
DOCUMENTOS EM ANEXO:
- Carteira de identidade com CPF do Autor;
- Comprovante de residência;
- Fatura do cartão de credito do Autor c/a compra; Paypal boleto
- Tela da compra; ou email da compra
- NTS expedida pela Receita Federal;
- Recibo de pagamento dos imposto de importação e do despacho postal fornecido pela ECT;
TUDO QUE ESTA EM VERMELHO VOCÊ VAI PREENCHER E PASSAR PARA COR PRETA. PREENCHA COM ATENÇÃO O INICIO COM SEUS DADOS E DEPOIS, PREENCHA O QUE PRECISA NO FINAL E PASSE PARA PRETO TAMBÉM. CONFIRA TUDO POR QUE NÃO PODE HAVER ERROS. PRESTE ATENÇÃO NA RELAÇÃO ACIMA: VEJA SE VOCÊ VAI JUNTAR FATURA DO CARTAO OU PAYPAL OU BOLETO, AI DELETA AS OUTRAS ALTERNATIVAS. FAÇA O MESMO COM A TELA DA COMPRA OU EMAIL. É IMPORTANTISSIMO NÃO DELETAR ESSA RELAÇÃO DE DOCUMENTOS PARA FICAR ESPECIFICADO QUAIS DOCUMENTOS FORAM JUNTADOS. TODOS OS DOCS. E ESTA PETIÇÃO PRECISAM ESTAR EM ARQUIVO .PDF BEM LEGIVEIS E NA POSIÇÃO CORRETA. NÃO PODE ESTAR DE CABEÇA PARA BAIXO, TORTO, DE LADO. SE HOUVER PROCESSO DIGITAL NA SUA CIDADE, LEVE TUDO EM PEN DRIVE. SE NÃO TIVER PROCESSO ELETRÔNICO VOCÊ TERÁ QUE IMPRIMIR. ESTA INICIAL É PARA 1 ÚNICA ENCOMENDA. NÃO FAÇA PROCESSO COM 2 OU MAIS POR QUE TEM MAIOR CHANCE DE NÃO OBTER SUCESSO. QUALQUER DUVIDA FALE COMIGO NO FACE. AGORA, APAGUE ESSE MEU ALERTA E BOA SORTE

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