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Aula03 Método e Técnica

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1 
Curso: Engenharia de Produção 
Disciplina: Metodologia Científica 
Autor: Kelly Alonso Costa 
DI: Bruna Canabrava 
Supervisão DI: Renata Vittoretti 
 
Aula 3 – Método e Técnica 
 
Meta 
 
Apresentar os conceitos fundamentais sobre métodos e suas características 
quando forem de cunho científico. Mostrar o desenvolvimento ao longo da 
história dos métodos científicos e suas definições. 
 
Objetivos 
Após esta aula, você será capaz de: 
1. identificar os conceitos chaves relacionados a método e a sua presença no 
nosso cotidiano; 
2. distinguir os aspectos principais do desenvolvimento histórico dos métodos 
científicos; 
3. reconhecer as etapas principais do método científico e identificar os 
diferentes tipos de métodos utilizados para a ciência. 
 
Introdução 
 
Toda descoberta que pretende tornar-se um fato científico busca sua 
comprovação e caracterização por métodos científicos. Contudo, você precisa 
saber que nem todos os ramos de estudos que empregam esses métodos são 
ciências! Por outro lado, não há ciência sem o emprego pautado em métodos 
científicos (LAKATOS; MARCONI, 2003). 
 
1- Método e Técnica 
 
2 
O conhecimento científico é o resultado do questionamento contínuo e das 
investigações sistemáticas dos fenômenos naturais. A sistematização dessas 
investigações levaram ao desenvolvimento do chamado método científico. 
Podemos dizer que um método é um conjunto de conceitos, regras e 
procedimentos que podem ser aplicados em diferentes contextos para alcançar 
determinado objetivo. 
 
BOX DE CURIOSIDADE 
O cubo de Rubik é um brinquedo que há décadas fascina pessoas por todo o 
mundo. Você já tentou resolvê-lo? Uma rápida busca na internet revela as mais 
variadas estratégias para encontrar a solução, dê uma olhada e veja se 
consegue descobrir o que elas têm em comum. 
 
 
Fonte: http://www.freeimages.com/photo/468027 - Sarah Williams 
FIM DE BOX DE CURIOSIDADE 
 
A investigação científica depende de um método, ou seja, “um conjunto de 
procedimentos intelectuais e técnicos” para que seus objetivos sejam atingidos 
(GIL, 1999). Então, você precisa aprender os métodos que farão parte da sua 
investigação ao longo do seu curso de Engenharia e principalmente no seu 
projeto final de graduação. Inicialmente vamos aprender sobre a evolução do 
método, conhecer seus diferentes tipos e mais tarde falaremos sobre técnica. 
 
Início boxe multimídia 
Para iniciar o seu estudo sobre métodos, vou te convidar para uma viagem na 
história que mostra a importância do método científico para alcançar resultados 
3 
que viraram os avanços que temos hoje a nossa disposição. O vídeo se chama 
O método científico e está no link: 
http://www.youtube.com/watch?v=4Caqk4BkP88. 
Vale a pena observar através desse vídeo como o método científico 
impulsionou a ciência. 
 
Fonte: http://www.freeimages.com/photo/1041242 - Svilen Milev 
Fim Box 
 
1.1 – O que é Método? 
Fazemos uso de métodos em várias situações do cotidiano. Por exemplo, 
quando seguimos uma receita ou desenvolvemos rotinas que otimizam 
atividades que repetimos todos os dias, como botar o café para fazer enquanto 
tomamos banho para que esteja pronto na hora certa, sem precisarmos 
esperar. Na realidade, esses métodos nos auxiliam a tomar decisões e definir 
um caminho para alcançar um objetivo! Ao longo da história, muitos cientistas e 
pesquisadores utilizaram métodos científicos para observar e medir o 
funcionamento de fenômenos naturais ou de comportamentos humanos. 
 
Início boxe multimídia 
Esse vídeo é divertido e ao mesmo tempo interessante para observar os riscos 
de uma investigação sem método! O vídeo se chama Wildebeest e está no link: 
https://www.youtube.com/watch?v=JMJXvsCLu6s. 
4 
 
Fonte: http://www.freeimages.com/photo/1426118 
Autor: Eva Schuster 
Fim Box 
 
Nosso objetivo é reconhecer o desenvolvimento da Ciência e sua contribuição 
para a história da humanidade em diversas áreas, possibilitando novas 
revelações que favoreceram as formulações dos métodos científicos da 
Ciência. 
Então, vamos conhecer inicialmente a origem etimológica da palavra e suas 
características. A palavra de origem grega - metá (reflexão, raciocínio, verdade) 
+ hódos (caminho, direção). Portanto: Méthodes refere-se ao caminho que 
permite chegar a um fim. A palavra método, segundo Ruiz (1996), significa “o 
conjunto de etapas e processos a serem vencidos ordenadamente na 
investigação dos fatos ou na procura da verdade”. Um método é criado a partir 
das necessidades que surgem e de problemas que precisam de soluções, ou 
seja, o método está relacionado ao objetivo do questionamento. Atualmente, as 
investigações são baseadas em técnicas, precisão e previsão, por isso os 
métodos também evoluíram com as exigências das pesquisas e podem ser 
aplicados em qualquer campo de estudo, tanto nas ciências humanas como 
nas exatas. 
 
Segundo Lakatos e Marconi (2003), 
 
(...) o método é o conjunto das atividades sistemáticas e 
racionais que, com maior segurança e economia, permite 
alcançar o objetivo - conhecimentos válidos e verdadeiros 
5 
-, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e 
auxiliando as decisões do cientista. 
 
Galliano (1986) diz que “qualquer pessoa civilizada é uma espécie de ilha 
cercada de métodos por todos os lados, ainda que nem sempre tenha 
consciência disso”. Dessa forma podemos entender que o método faz parte do 
conhecimento humano e sua busca por respostas ao longo da história. É 
interessante observar que ao transportarmos esse conceito para a aquisição do 
conhecimento em ciência, teremos um método chamado científico. Conforme 
Cartoni (2009), os métodos científicos requerem uma clareza de raciocínio para 
organizar a pesquisa. Só assim, é possível definir o escopo da investigação: 
em que premissas ela se baseia, e até que ponto os resultados são válidos e 
extrapoláveis para outras situações. 
O método não é a única opção e nem uma receita infalível para o cientista 
obter a verdade dos fatos, pois o método também tem os seus limites. Ele 
apenas tem a intenção de validar e facilitar o planejamento, investigação, 
experimentação e conclusão de um determinado trabalho científico (SILVA e 
TAFNER, 2004). 
 
Verbete 
Validar é tornar ou declarar válido; legitimar; confirmar. 
fim do verbete 
 
Então podemos entender que os métodos científicos são aliados a nossa busca 
pelo conhecimento, seja num curso de graduação, num laboratório de pesquisa 
ou mesmo num experimento em nosso cotidiano. O que distingue o 
conhecimento científico dos outros conhecimentos é a possibilidade de 
verificação dos seus resultados. O método científico permite sua comprovação, 
pois identifica clara e objetivamente os raciocínios, organizações, 
planejamentos e técnicas utilizados (CARTONI, 2009). 
 
 
1.2 – O Método e o seu desenvolvimento histórico 
6 
A busca pelo conhecimento tem sido uma força motriz para o desenvolvimento 
científico da humanidade ao longo da história. Como as explicações mágicas 
ou sem comprovação não bastavam para compreender os fenômenos, os 
seres humanos finalmente evoluíram para a busca de respostas através de 
caminhos que pudessem ser comprovados e validados, como já citado na aula 
2. 
 
A partir do século XVI, como consequência do crescente mercantilismo e do 
nascimento de uma sociedade capitalista, as explicações oferecidas pela igreja 
já não tinham a mesma força que antes. (JEZINE, 2007). Então se procurou a 
explicação dos acontecimentos através da observação científica aliada ao 
raciocínio e assimnasceu o conceito de cientificidade. Conforme Jezine (2007), 
Galileu foi o primeiro estudioso do método experimental. Ele usou a filosofia e a 
matemática para sistematizar suas idéias e observações, e desenvolveu o que 
hoje chamamos de indução experimental. 
 
 
BOX DE CURIOSIDADE 
 
 
Termômetro de Galileu – este termômetro funciona relacionando a densidade 
do líquido e a temperatura do ambiente. Pesquise e descubra como Galileu 
chegou a essa solução! 
Fonte: http://www.freeimages.com/photo/553884 - Thad Zajdowicz 
7 
BOX DE CURIOSIDADE 
 
Francis Bacon, contemporâneo de Galileu, parte do pressuposto de que o 
conhecimento científico é o único caminho seguro para a verdade dos fatos. 
Mas Descartes, com a obra “Discurso do Método”, se afasta dos processos 
indutivos, originando o método dedutivo. Para ele, chega-se à certeza através 
da razão, princípio absoluto do conhecimento humano (JEZINE, 2007). Através 
do pensamento analítico, Descartes busca respostas em princípios racionais 
como a matemática absoluta. Segundo Seabra (2001), a visão cartesiana 
domina grande parte do pensamento científico atual, que coloca o homem 
como observador externo da natureza. 
 
 
 
René Descartes 
Pensamento lógico é o 
caminho para a verdade. 
Racionalismo 
 
 
 
Francis Bacon 
Observação empírica é o 
caminho para a verdade. 
Empirismo 
 
 
 
Galileu Galilei 
Racionalismo + Empirismo 
Indução científica 
 
Figura 3.1: Diferentes caminhos em busca da verdade nos séculos XVI e XVII 
Autor: André Dahmer 
 
Com o desenvolvimento das pesquisas foram surgindo novos métodos e 
muitos deles foram sofrendo modificações associadas às transformações ao 
longo da história da sociedade. Podemos citar entre eles a metodologia de 
Newton. Atualmente, adota-se o conceito de método científico como a teoria da 
investigação e o autor Bunge (1980) caracteriza etapas a serem cumpridas: 
 
“a) descobrimento do problema ou lacuna num conjunto de conhecimentos. Se 
o problema não estiver enunciado com clareza, passa-se à etapa seguinte; se 
o estiver, passa-se à subseqüente; 
8 
b) colocação precisa do problema, ou ainda a recolocação de um velho 
problema, à luz de novos conhecimentos (empíricos ou teóricos, substantivos 
ou metodológicos); 
c) procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes ao problema (por 
exemplo, dados empíricos, teorias, aparelhos de medição, técnicas de cálculo 
ou de medição). Ou seja, exame do conhecido para tentar resolver o problema; 
d) tentativa de solução do problema com auxílio dos meios identificados. Se a 
tentativa resultar inútil, passa-se para a etapa seguinte; em caso contrário, à 
subseqüente; 
e) invenção de novas idéias (hipóteses, teorias ou técnicas) ou produção de 
novos dados empíricos que prometam resolver o problema; 
f) obtenção de uma solução (exata ou aproximada) do problema com auxílio do 
instrumental conceitual ou empírico disponível; 
g) investigação das conseqüências da solução obtida. Em se tratando de uma 
teoria, é a busca de prognósticos que possam ser feitos com seu auxílio. Em se 
tratando de novos dados, é o exame das conseqüências que possam ter para 
as teorias relevantes; 
h) prova (comprovação) da solução: confronto da solução com a totalidade das 
teorias e da informação empírica pertinente. Se o resultado é satisfatório, a 
pesquisa é dada como concluída, até novo aviso. Do contrário, passa-se para a 
etapa seguinte; 
i) correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados empregados na 
obtenção da solução incorreta. “Esse é, naturalmente, o começo de um novo 
ciclo de investigação." (BUNGE, 1980). 
 
As etapas assim se apresentam, de forma esquemática (LAKATOS e 
MARCONI 2003): 
9 
 
 
Figura 3.2: Etapas da investigação 
Fonte: LAKATOS; MARCONI, 2003. 
 
 
 
1.3 – Os Métodos Científicos 
10 
Na realidade, o método científico possui etapas fundamentais que exercitamos 
no nosso dia a dia. Geralmente, há um questionamento sobre uma 
determinada situação e precisamos buscar respostas que possam ser 
verificadas para usarmos como solução. Podemos citar um exemplo simples 
como a recomendação médica sobre dormir de oito a dez horas por noite. 
Vamos imaginar que você durma no máximo 5 horas por noite e tem se sentido 
muito cansado ultimamente; e resolve testar essa recomendação e observa na 
manhã seguinte que você acordou mais disposto e também teve um melhor 
rendimento durante o dia. Faz o mesmo procedimento durante quinze dias e 
verifica que se sente muito mais ativo e produtivo. Então, você concluiu que o 
conselho médico é validado. Na verdade essa recomendação médica já foi 
validada cientificamente há muito tempo, mas você realizou as etapas de um 
método de forma geral. 
 
Conforme Galliano (1986), em linhas gerais, o método científico é um 
instrumento para a investigação da realidade e envolve etapas distintas: 
1. Definição da pergunta a ser respondida; 
2. Elaboração de uma hipótese (a partir do conhecimento prévio); 
3. Testes, observações ou medições com experimentos; 
4. Conclusões sobre os resultados encontrados, que validam ou não a 
hipótese. 
 
PERGUNTA 
 
HIPÓTESES 
 
OBSERVAÇÃO 
OU 
EXPERIMENTO 
 
CONCLUSÃO 
Figura 3.3: Principais etapas do método científico 
 
Início boxe multimídia 
Para você observar um exemplo simples com todas as etapas do método 
científico, indicamos esse vídeo para você! É uma forma interessante de 
11 
observar as plantas através do método científico. O vídeo está no link: 
https://www.youtube.com/watch?v=B8YK-zmLaZA. 
Fim Box 
 
Existem métodos que podem ser usados para elaborar um trabalho acadêmico, 
como uma dissertação, uma tese, trabalho final de graduação, entre outros. A 
escolha do método que mais se aproxima dos interesses e/ou objetos de 
estudo deve ser feita pelo aluno (através de um orientador) ou do próprio 
pesquisador. Para os nossos estudos, vamos nos ater aos seguintes métodos: 
 indutivo, 
 dedutivo, 
 hipotético-dedutivo, e 
 dialético. 
Mais tarde falaremos um pouco sobre os métodos específicos das Ciências 
Sociais. 
 
1.3.1 – Método Indutivo 
 
“A indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados 
particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou 
universal” (LAKATOS e MARCONI 2003). De forma geral, a indução é um tipo 
de raciocínio lógico que parte de unidades pequenas e concretas de 
conhecimento para generalizações cada vez mais amplas. Ela parte do 
princípio que se cada uma das premissas é verdadeira, podemos tirar 
conclusões abrangentes que provavelmente serão verdadeiras também. 
(JEZINE, 2007) 
 
Exemplo: 
Cobre conduz energia; 
Zinco conduz energia; 
Prata conduz energia; 
Cobre, zinco e prata são metais. Portanto conclui-se que todo metal conduz 
energia! 
 
12 
Segundo Lakatos e Marconi (2003), devemos considerar três etapas 
fundamentais para toda indução: 
a) Observação dos fenômenos; 
b) Descoberta da relação entre eles; 
c) Generalização da relação. 
Exemplo: 
Carlos é mortal; 
André é mortal; 
Fábio é mortal; 
Então, observo que Carlos, André, Fábio, etc. são mortais; verifico a relação 
entre ser homem e ser mortal; generalizo dizendo que todos os homens são 
mortais. 
 
1.3.2 – Método Dedutivo 
Este método explica o conteúdo das argumentações que, diante de 
proposições verdadeiras, chegará necessariamente a conclusões verdadeiras. 
Isto se dá devido a uma sequência de raciocínio lógico que deduz a partir da 
análise das premissas maiores para a análise das premissasmenores, 
chegando em uma conclusão verdadeira das argumentações propostas (SILVA 
e TAFNER, 2004). 
Verbete 
Premissa é um argumento ou princípio reconhecido como verdadeiro. 
fim do verbete 
 
Exemplo: 
X é igual a Y; 
Y é igual a Z; 
Então, a conclusão é que X é igual a Z. 
Aplicar o método dedutível é dissecar dada informação até interpretar os 
motivos determinantes da mesma, o motivo que gerou a informação. Porém; 
em regra, ambos os modos dedutível e indutivo têm inicialmente como 
fundamento basilar o raciocínio argumentativo de premissas, isto é, observação 
de fatos (JEZINE, 2007). 
 
13 
Lakatos e Marconi (2003) fornecem dois exemplos interessantes para 
observarmos a diferença entre argumentos dedutivos e indutivos: 
 
Dedutivo: 
Todo mamífero tem um coração. 
Ora, todos os cães são mamíferos. 
Logo, todos os cães têm um coração. 
 
Indutivo: 
Todos os cães que foram observados tinham um coração. 
Logo, todos os cães têm um coração. 
 
Segundo Salmon (1978) apud Lakatos e Marconi (2003), as duas 
características básicas que distinguem os argumentos dedutivos dos indutivos 
são: 
 
DEDUTIVOS INDUTIVOS 
I. Se todas as premissas são 
verdadeiras, a conclusão deve 
ser verdadeira. 
II. Toda a informação ou conteúdo 
fatual da conclusão já estava, 
pelo menos implicitamente, nas 
premissas. 
I. Se todas as premissas são 
verdadeiras, a conclusão é 
provavelmente verdadeira, nas 
não necessariamente 
verdadeira. 
II. A conclusão encerra 
informação que não estava, 
nem implicitamente, nas 
premissas 
Figura 3.4: Argumentos dedutivos e indutivos 
Fonte: LAKATOS; MARCONI, 2003. 
 
1.3.3 – Método Hipotético-dedutivo 
O método Hipotético-Dedutivo confronta as idéias originadas pelos métodos 
indutivo e dedutivo, ou seja, empirismo versus racionalismo no que diz respeito 
à maneira de se obter conhecimento. Ambos buscam o mesmo objetivo, mas 
enquanto os empíricos se baseiam nas experiências dos sentidos (a verdade 
14 
natural), os racionais se norteiam pela razão ou intuição humana (SILVA e 
TAFNER, 2004). O método hipotético-dedutivo inicia por uma percepção de 
uma lacuna nos conhecimentos, formula hipóteses que são conduzidas a um 
processo de inferência dedutiva, testa e controla a hipótese da ocorrência de 
fenômenos abrangidos pela hipótese (JEZINE, 2007). 
 
Ainda, conforme Lakatos e Marconi (2003), Karl R. Popper definiu que o 
método científico se desdobra a partir de um problema (P1), oferecendo-lhe 
um tipo de solução inicial, Teoria Tentativa (TT), em seguida iniciando uma 
crítica a esta solução, objetivando a Eliminação do Erro (EE). Dialeticamente, 
esse processo renova-se a si mesmo continuadamente, fazendo surgir o 
aparecimento de outros novos Problemas (P2). 
 
P1 ----------------TT---------------------EE------------------P2 
 
E o esquema das etapas do método pode ser apresentado como: 
 
 
Figura 3.5: Etapas do método hipotético-dedutivo 
Fonte: LAKATOS; MARCONI, 2003. 
Ilustração: Favor redesenhar o esquema acima. 
 
1.3.4 – Método Dialético 
15 
 
Figura 3.6: “Escola de Atenas”, afresco pintado por de Rafael cerca de 1510 
retrata Platão e Aristóteles numa cena imaginada na Grécia Antiga (cerca 400 
a.c.) 
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Raphael_School_of_Athens.jpg 
 
Na Grécia antiga, o conceito de dialética era equivalente ao de diálogo para 
debater idéias e suas contradições. No entanto, esse conceito sofreu muitas 
alterações, absorvendo as concepções de vários pensadores ao longo do 
tempo. Esta fase dialética está norteada pelos estudos de Engels, Marx e 
Hegel, que acreditam que tanto o pensamento quanto o mundo material estão 
em constante mutação, influenciando e modificando um ao outro. 
 
Este método traduz uma interpretação dinamizada e totalitária da realidade; 
tendo em vista que deve considerar os fatos dentro de um contexto social, 
político e tantos outros necessários (CARTONI, 2009). No método dialético não 
se deve analisar cada elemento isoladamente, pois os fenômenos naturais 
estão interligados por meio dos princípios da conexão universal de objetos e 
fenômenos (JEZINE, 2007). 
Conforme Lakatos e Marconi (2003), as quatro leis fundamentais do método 
dialético são: 
16 
a) Ação recíproca, unidade polar ou "tudo se relaciona" 
As coisas não são analisadas de forma acabada, não existe um “fim”, mas o 
início de outra coisa, uma transformação, inexistência da qualidade estática, 
pois tudo sempre estará em movimento. Por exemplo, ao observarmos um 
automóvel que acabou de sair da linha de montagem dizemos que ali está o 
produto final, o automóvel. Mas se analisarmos com a visão da dialética, sob a 
lei da ação recíproca, veremos que o automóvel é apenas uma parte do 
processo, pois estaremos diante de vários questionamentos como: quem fez, 
materiais usados, tempo de fabricação, técnicas utilizadas, resistência, 
validade dos equipamentos etc. Todos esses questionamentos são na 
realidade processos que vem acontecendo um após o outro; o projeto do 
automóvel realizado por uma equipe, próximo processo: a montagem de uma 
equipe especializada, funções e responsabilidades de cada um, feito isso, 
passa-se para o próximo processo: a escolha dos materiais e equipamentos; 
próximo processo: controle de qualidade e pronto, o automóvel. Mas ai é que 
está a continuação da lei da ação recíproca, não termina ai, terá várias 
atividades relacionadas ao automóvel, como a parte comercial, fiscal, 
manutenção etc. 
Tudo está relacionado a tudo, não há um fim, mas uma transformação para um 
novo processo; o fim de um processo inicia outro processo. 
 
b) Mudança dialética, negação da negação ou "tudo se transforma” 
O desdobramento dialético é feito através de negações baseadas em 
transformações de fatos e/ou idéias. E a mudança da dialética é entendida 
como a negação da negação. Esse processo de dupla negação pode gerar 
novas alternativas e propriedades, ou seja, nada é absoluto e tudo é dinâmico, 
está em transformação. 
Vocês fizeram o trabalho científico? 
Paulinho: sim, eu fiz. 
Martinha: não fiz. 
Ana: não não fiz. 
 
Quantos fizeram o trabalho? Dois, Paulinho e Ana. No caso da Ana, ao negar 
uma resposta negativa, estaremos dando uma resposta positiva, ou seja, dizer 
17 
não ao não é o mesmo que dizer sim. Proibir que se faça algo proibido é o 
mesmo que liberar o que antes era proibido. 
Ocorre uma transformação de proposições, uma mudança. 
 
c) Passagem da quantidade à qualidade ou mudança qualitativa 
Uma mudança brusca na quantidade pode ocasionar numa mudança 
qualitativa; por exemplo, num processo de ebulição, que ocorre devido ao 
aumento de temperatura da água de 0ªC a 100ºC, atingindo temperaturas 
superiores a esta última a água entrará no estado gasoso, ou ainda se 
abaixarmos a temperatura abaixo do 0ªC, haverá mudança do estado líquido 
para o sólido, mudança qualitativa. Deve-se lembrar que, em regra, a mudança 
qualitativa sempre estará relacionada a mudança quantitativa; existe ainda 
mudanças qualitativas ocasionadas por mudanças qualitativas graduais, como 
ocorre com a transformação de uma língua. 
 
d) Interpenetração dos contrários, contradição ou luta dos contrários 
Literalmente é um ponto de equilíbrio para tudo o que existe, ou seja, é o 
equilíbrio dos antágonos. È enxergarmos a claridade como sendo a ausência 
de escuridão, e esta, como ausência de claridade; o estático como a dinâmica 
parada, e a dinâmica como o estático em movimento. 
A idéia de estar sempre em movimento é que para a ocorrência de um fato,necessariamente finda a existência/ocorrência do seu antagônico, o fim de um 
é o início do outro, e assim sucessivamente. 
18 
 
Figura 3.7: Esquema das 4 leis do método dialético. 
 
 
1.3.5 – Métodos Específicos das Ciências Sociais 
Segundo Lakatos e Marconi (2000) apud Silva e Tafner (2004), dentro das 
ciências sociais pode-se acrescentar aos métodos de abordagem já descritos, 
técnicas procedimentais, ora chamadas de métodos, que são aplicadas em fins 
mais restritos, não se prestando a generalizações do fenômeno. Dessa forma, 
é oportuno distinguir, método e técnica. “Entendemos como método o 
dispositivo ordenado, o procedimento sistemático, em plano geral. Já a técnica 
é a aplicação do plano metodológico e a forma especial de o executar” 
(CERVO E BERVIAN, 2002). O método se relaciona com o cumprimento de um 
objetivo (o que fazer); a técnica, ao modo de cumprir tal objetivo (como fazer) 
(FACHIN, 2003). 
Essas técnicas e/ou métodos de procedimentos são freqüentemente utilizados 
de forma associada, podendo ser descritas segundo Jezine (2007), como: 
 
19 
 “Histórico - consiste em investigar acontecimentos, processos e instituições do 
passado para verificar a sua influência na sociedade de hoje; 
Comparativo - é utilizado tanto para comparações de grupos no presente, no 
passado, ou entre os atuais e os do passado, quanto entre sociedades de 
iguais ou de diferentes estágios de desenvolvimento; 
Monográfico - consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões, 
instituições, condições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter 
generalizações; 
Estatístico - significa a redução de fenômenos sociológicos, políticos, 
econômicos, etc. em 
termos quantitativos. A manipulação estatística permite comprovar as relações 
dos fenômenos entre si, e obter generalizações sobre sua natureza, ocorrência 
ou significado; 
Tipológico - apresenta certas semelhanças com o método comparativo. Ao 
comparar fenômenos sociais complexos, o pesquisador cria tipos ou modelos 
ideais (que não existam de fato na sociedade), construídos a partir da análise 
de aspectos essenciais do fenômeno; 
Estruturalista - o método parte da investigação de um fenômeno concreto, 
eleva-se, a seguir, ao nível abstrato, por intermédio da construção de um 
modelo que represente o objeto de estudo, retornando por fim ao concreto, 
dessa vez como uma realidade estruturada e relacionada com a experiência do 
sujeito social”. (JEZINE, 2007) 
Fim do recuo 
 
 
Início boxe multimídia 
Uma dica interessante para observarmos e trabalharmos a dedução, a indução, 
as hipóteses e a observação científica é assistir ao filme O NOME DA ROSA, 
baseado na obra do filósofo Umberto Eco. É ainda podemos ganhar como aula 
a transformação do pensamento científico medieval para o pensamento 
moderno. Direção: Jean-Jacques Annaud. Elenco: Sean Connery, Christian 
Slater, Valentina Vargas, etc. Alemanha, França e Itália, 1986. 
Fim Box 
 
20 
 
Conclusão 
Agora que você já conhece quais são os métodos científicos e suas vertentes, 
está na hora de refletir sobre a aplicação deles nas suas disciplinas ao longo 
do seu curso e também nas atividades diárias. Lembre-se que a pesquisa na 
engenharia está fundamentada em comprovações científicas. 
 
 
Resumo 
Em nossa terceira aula aprendemos sobre o conceito de método e sua 
aplicação em nossas atividades diárias. Vimos como a validação diferencia o 
método científico e como a ciência o utiliza em desenvolvimento das pesquisas. 
Observamos também como os diferentes métodos surgiram ao longo da 
história para benefício da sociedade em relação a filosofia e tecnologia. Ao 
longo da aula entendemos as etapas elementares de um método científico e os 
principais métodos que norteiam a nossa área: indutivo, dedutivo, hipotético-
dedutivo e dialético. O emprego racional dos métodos científicos é uma prática 
constante nas engenharias como validação de suas hipóteses. 
 
Informações sobre a próxima aula 
Na Aula 4, serão apresentados os conceitos e as finalidades sobre a pesquisa 
científica para a construção da ciência através de suas descobertas. 
 
 
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(mimeo)

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