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Caderno de Direito Administrativo III - Yuri Schneider

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Caderno de Direito Administrativo III
Prof.º Yuri Schneider
Controle da Administração Pública
Estuda as hipóteses de vigilância que existe da Administração Pública na própria Administração Pública, bem como qual a possibilidade de controle de um órgão sobre outro e, também, qual a possibilidade de controle dos membros da sociedade sobre os atos feitos pela Administração Pública. Muitas vezes o ato pode não ter acontecido ainda, ou seja, pode estar para acontecer, e mesmo assim já pode ser controlado. Assim, há momentos de controle dos atos.
Conceito
É a faculdade de vigilância, orientação e correção que um poder, órgão ou autoridade, ou ainda, o membro da coletividade, pode exercer sobre as condutas feitas pelos órgãos, entidades ou, ainda, sobre os colaboradores/delegados da Administração Pública. 
O poder-dever de controle é exercitável por todos os poderes da República, estendendo-se à toda atividade administrativa (tendo em vista que há atividade administrativa em todos os poderes), abrangendo todos os seus agentes. Por isso, são diversas as formas pelas quais o controle se exercita, sendo inúmeras as denominações adotadas.
Classificação das formas de controle
Conforme a origem:
a) Controle interno: 
É aquele controle que é feito dentro do mesmo poder, por um órgão do mesmo poder ou dentro da mesma estrutura de poder. Assim, quando o próprio órgão está se controlando, chama-se de controle interno. 
O controle interno é aquele exercido dentro de um mesmo poder, automaticamente ou por meio de órgãos integrantes de sua própria estrutura. 
Exemplo 1: o controle que as chefias exercem sobre os atos de seus subordinados dentro de um órgão público; 
Exemplo 2: o controle que o conselho de contribuintes do Ministério da Fazenda, quando provocado, exerce sobre as decisões proferidas pelas delegacias de julgamento da Secretaria da Receita Federal. Este controle é feito dentro de um mesmo poder por um órgão especializado.
Exemplo 3: Ministério da Previdência controlando os atos praticados pela autarquia INSS. Esse entendimento é de grande parte dos autores administrativistas. Todavia, para outros autores renomados como a Maria Sylvia Zenella Di Pietro, isso não seria um controle interno, porque seria um Ministério (que é um órgão da administração direta) controlando, finalisticamente�, uma entidade da Administração Indireta, qual seja, a autarquia INSS. Desse modo, sempre há um Ministério ou uma Secretaria (no âmbito estadual) que controla finalisticamente uma entidade da administração indireta. 
O poder que tem iniciativa de lei para criar uma entidade da administração indireta é, conforme o art. 37, caput, da CF, o Poder Executivo, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário, ou seja, todos os poderes.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
Desse modo, o Poder Judiciário, atráves de uma lei ordinária, poderia criar uma entidade da administração indireta, como por exemplo uma autarquia. No entanto, o normal é que o Poder Executivo que crie uma entidade da administração indireta.
Assim, mesmo sendo um órgão da administração direta controlando finalisticamente uma entidade da administração indireta eles fazem parte do mesmo poder. Desse modo, isso se classifica como um controle interno. Porém, Maria Sylvia Zanella Di Pietro e José dos Santos Carvalho Filho não entendem dessa forma, pois acham que isso se caracterizaria como um controle externo.
Art. 74, da CF. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: 
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; 
Isso também pode ser aplicado, por analogia, ao nível estadual e ao nível municipal.
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; 
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União; 
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. 
O controle interno apoia o controle externo.
§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária. 
b) Controle externo:
É um poder controlando outro poder. No caso da Maria Silvia Zanella Di Pietro, ela acha que o controle externo é quando a administração direta controla a administração indireta.
Diz-se externo o controle quando exercido por um poder sobre atos administrativos praticados por outro poder. 
Exemplos: a) art. 49, inciso V, da CF: a sustação pelo Congresso Nacional de atos normativos do poder executivo que exorbitem do seu poder regulamentar. Alguns autores, como o Prof.º Mafini, dizem que esta sustação tem efeito de revogação e, que neste caso, seria uma exceção à regra de que a revogação só pode ser feita pelo mesmo poder que fez o ato; b) a anulação de um ato do poder executivo por decisão judicial; c) o julgamento anual pelo Congresso Nacional das contas prestadas pelo Presidente da República e a apreciação dos relatórios por ele apresentados sobre a execução dos planos de governo (art. 49, inciso IX, da CF); d) a auditoria realizada pelo TCU sobre despesas efetuadas pelo poder executivo federal.
Desse modo, o controle externo pode ser na via administrativa como pode ser na via judicial. 
c) Controle popular ou controle externo popular:
Exemplo de controle popular administrativo: art. 31, §3º, da CF.
§ 3º - As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. 
Uma vez que a Administração deve atuar visando a satisfação do interesse público, nada mais lógico (e necessário) do que a existência de inúmeros mecanismos constitucionalmente previstos à disposição dos administrados, que possibilitem a verificação da regularidade da atuação da Administração e impeçam a prática de atos ilegítimos, lesivos ao indivíduo ou a coletividade, ou possibilitem a reparação dos danos decorrentes da prática de tais atos. 
Esse controle popular pode ser administrativo ou judicial.
Exemplo 1: art. 5º, inciso LXXIII, da CF - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; - A Ação Popular é um remédio judicial constitucional, colocado à disposição do cidadão.
Exemplo 2: art. 74, §2º, da CF - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União; 
Exemplo 3: art. 37, §3º, da CF - A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública; 
Exemplo 4: mandado de segurança;mandado de injunção; habeas corpus; e o habeas data.
Conforme o momento de exercício:
a) Controle prévio ou preventivo (a priori):
O ato ainda não aconteceu, mas pode existir um controle feito pela Administração Pública ou pelo controle popular. Exemplo: mandado de segurança preventivo. 
Diz-se prévio o controle quando exercido antes do início da prática ou antes da conclusão do ato administrativo, constituindo-se em requisito para a validade ou para a produção de efeitos do ato controlado. 
Exemplos: a) autorização do Senado Federal necessária para que a União, Estados, Distrito Federal ou os Municípios possam contrair empréstimos externos (art. 52, inciso V, da CF); b) aprovação pelo Senado Federal da escolha de Ministros dos tribunais superiores, do PGR, do Presidente do Banco Central, etc (art. 52, inciso III, da CF) - é um controle prévio pois precede a nomeação; c) a concessão de uma medida liminar em um mandado de segurança preventivo que impeça a prática ou a conclusão de um ato administrativo que o administrado entenda ferir o seu direito líquido e certo.
b) Controle concomitante:
Ocorre durante a realização do ato e permite a verificação da regularidade de sua formação. 
Exemplos: a) a fiscalização durante a execução de um contrato administrativo; b) a realização de uma auditoria durante a execução do orçamento; c) o acompanhamento de um concurso público pela corregedoria competente, etc.
c) Controle subsequente ou corretivo ou repressivo ou a posteriori:
É todo o controle que acontece depois que o ato já foi feito. A revogação de um ato administrativo é um controle subsequente. Esta revogação se dará em virtude de que o ato não está de acordo com a lei ou por conveniência ou oportunidade da Administração.
Talvez o mais comum das modalidades e é exercido após a conclusão do ato. 
Mediante o controle subsequente é possível a correção de defeitos do ato, a declaração de sua nulidade ou mesmo conferir eficácia ao ato. 
Exemplos: a) a homologação de um procedimento licitatório; b) a homologação de um concurso público; c) a sustação pelo Congresso Nacional dos atos normativos feito pelo poder executivo que exorbitem seu poder regulamentar (art. 49, inciso V, da CF).
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
V – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
Quanto ao aspecto controlado:
a) Controle de legalidade ou de legitimidade:
É quando o ato é constatado como ilegal. Desse modo, se controla o ato para ver se ele está de acordo com a lei. Este controle pode ser feito pela própria administração que fez o ato (controle interno) ou pelo Poder Judiciário, quando provocado (controle judicial) ou pelo popular, que provocará o judiciário para fazer esse controle (caso da Ação Popular). 
Por este controle verifica-se se o ato foi praticado de acordo com a lei. Existe um confronto entre a conduta administrativa e uma norma jurídica, que pode estar na Constituição, na lei ou em algum princípio que norteia os atos da Administração.
Tem um respaldo no princípio da legalidade administrativa, ressaltando-se que este controle não verifica apenas a compatibilidade entre o ato e a literalidade da norma legal positivada. Devem, também, ser apreciados os aspectos relativos à obrigatória observância dos princípios administrativos como, por exemplo, o da moralidade, finalidade (impessoalidade), razoabilidade, proporcionalidade, segurança jurídica, etc. 
Este controle pode ser feito pela própria administração que praticou o ato (e aí teremos um controle interno de legalidade), mas também pelo Poder Judiciário no exercício de sua função jurisdicional, ou até mesmo pelo Poder Legislativo, nos casos previstos na Constituição (em ambos os casos, controle externo de legalidade). 
Exemplo do Poder Judiciário controlando um ato do poder executivo: o julgamento de um mandado de segurança. 
Exemplo do Poder Legislativo controlando a legalidade conforme a Constituição: apreciação do Poder Legislativo, através do Tribunal de Contas, da legalidade dos atos de admissão de pessoal do Executivo.
A declaração de ilegalidade leva a uma declaração de nulidade. Além do mais, como regra, a anulação de um ato administrativo, por controle de legalidade, leva um efeito ex tunc, salvo quanto a terceiros de boa-fé. 
Súmula 473 do STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Lei nº 9.784/99. Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
§2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato.
Também há previsão na Lei nº 9.784/99 que por vezes um ato poder ter uma ilegalidade, mas esta, por se tratar de um defeito sanável, não irá anular o ato, mas sim, convalidá-lo (art. 55). Aliás, defeito sanável é quando o vício está na competência ou na forma, sendo que este vício não traz prejuízo a terceiro e nem à Administração Pública.
b) Controle de mérito:
Comumente, quem controla mérito administrativo é o próprio poder que o fez. Deste modo, ele é mais reduzido que o controle de legalidade. 
Visa este controle verificar a eficiência, oportunidade e conveniência do ato controlado (em mérito não se controla a legalidade). Compete, normalmente, ao próprio poder que editou o ato. Muito Excepcionalmente, e apenas em casos expressos na Constituição, o Poder Legislativo poderá controlar mérito de ato feito pelo Poder Executivo. Esta visão pode ser vista no art. 49, inciso V e inciso X, da Constituição.
Art. 49. É da competência �xclusive do Congresso Nacional: 
X – fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta; 
Realizando uma interpretação bem ampla do que diz o inciso X do referido artigo, caberia o controle de mérito do Poder Legislativo sobre atos do Poder Executivo.
O poder judiciário não controla mérito administrativo de nenhum outro poder. Isso ocorre por um entendimento tradicional, porque já há alguns doutrinadores que entendem que o Poder Judiciário até poderia, em alguns casos, apreciar mérito administrativo de um ato feito pelo Poder Executivo. 
Tradicionalmente tem se afirmado não caber ao Poder Judiciário exercer controle de mérito sobre atos do Poder Executivo. Observa-se entretanto, em razão do fortalecimento de princípios administrativos fundamentais (exemplos: moralidade, razoabilidade, proporcionalidade), uma nítida tendência a atenuação desta vedação ao exercício pelo Poder Judiciário de controle de determinados aspectos de alguns atos administrativos que costumavam ser encobertos pelo conceito vago de mérito administrativo. Exemplo: judiciário invalida uma pena disciplinar de um servidor por considerá-la desproporcional.
O controle de mérito se faz pela revogação, sendo que esta tem efeitos ex nunc (dali pra frente). Diferente da anulação que tem efeitos ex tunc, exceto quanto a terceiros de boa-fé.
Quanto a amplitude:
a) Controle hierárquico:
SEMPRE é um controle interno. Está ligado a ideia de poder hierárquico [o controle hierárquico decorre de uma verticalização de ordem, ou seja, por ser uma prerrogativa da Administração Pública de criar no seu ambiente interno uma estrutura vertical de comando, onde existem órgãos e agentes superiores e órgãos e agentes subordinados, onde uns mandam e outros obedecem]. 
O controle hierárquico é um controle interno porque é um controleque acontece dentro de cada órgão. Por exemplo: ocorre dentro do Poder Executivo, do Poder Judciário e do Poder Legislativo, bem como pode ocorrer dentro de uma entidade da administração indireta. 
O controle hierárquico é típico do Poder Executivo, sendo sempre um controle interno. Ele resulta do escalonamento vertical dos órgãos da administração direta ou das unidades  constantes na administração indireta. Assim, por exemplo, na administração direta federal os Ministérios exercem controle hierárquico sobre suas Secretarias que, por sua vez, exercem controle hierárquico sobre suas superintendências, que exercem controle sobre suas delegacias e assim por diante. Isso acontece da mesma forma no âmbito interno, por exemplo, de uma autarquia ou de uma empresa estatal.
Em resumo, sempre que dentro de uma estrutura de uma mesma pessoa jurídica houver escalonamento vertical de órgãos, departamentos ou quaisquer outras unidades desconcentradas e, portanto, despersonalizadas, haverá controle hierárquico do superior sobre os atos praticados pelos subordinados.
Dentro da União Federal há o Poder Executivo, Poder Legislativo e o Poder Judiciário. Deve-se prestar atenção pois no âmbito do Poder Executivo, do Poder Legislativo e do Poder Judiciário acontece controle hierárquico. No entanto, entre os poderes não há controle hierárquico, ou seja, o Poder Executivo não controla hierarquicamente o Poder Legislativo, etc. Isso ocorre devido ao princípio da separação dos poderes, ou seja, os poderes são independentes, mas harmônicos entre si. 
A harmonia entre os poderes se explica por meio de dois sentidos: a) cada um dos poderes possui a sua função típica, mas também efetua de forma atípica a função de outro poder; b) cada um dos poderes se controla indvidualmente, mas não se controlam hierarquicamente, pois neste caso há um controle dentro deles, por isso que sempre há um controle interno.
Dentro de uma estrutura organizacional administrativa, o Poder Judiciário e o Poder Legislativo fazem parte da administração direta. 
Em se tratando de administração indireta federal, há as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista. Todas as entidades da administração indireta possuem personalidade jurídica própria, ou seja, elas respondem por seus próprios atos e buscam seus próprios direitos. Ex.: no âmbito interno da autarquia acontece o controle hierárquico, mas uma autarquia não controla hierarquicamente uma empresa pública, uma fundação pública ou uma sociedade de economia mista. 
Existe um controle hirárquico do Poder Executivo em relação ao Ministério Público, mas ele é reduzido, tendo em vista que se ele não existisse não faria sentido a nomeação do Procurador Geral de Justiça pelo Governador do Estado.
Também existe o controle do Poder Legislativo sobre o Tribunal de Contas, mas este controle é quase imperceptível. 
Não esquecendo que quando se trata de amplitude não haverá a divergência de entendimento entre a Maria Di Pietro com os outros autores (ela acha que quando amadministração direta controla uma entidade da administração indireta se trata de um controle externo, sendo que outros autores entendem que é controle interno), tendo em vista que o controle hierárquico é sempre interno, ou seja, quando a administração direta se controla internamente trata-se de um controle hierárquico, bem como quando a administração indireta se controla internamente é controle hierárquico.
b) Controle finalístico:
Também é chamado de poder de tutela ou tutela administrativa ou supervisão ministerial. Alguns autores chamam de controle administrativo. Este controle ocorre quando a administração direta, através de órgão escolhido pela lei, controla uma entidade da indireta para verificar se ela está realizando as atividades para as quais foi criada.
A amplitude do controle finalístico, quem pode controlar e até onde pode chegar, está na lei que cria ou que autoriza a criação da entidade da indireta. Já as autarquias são criadas por lei, assim como uma fundação pública de direito público, pois suas personalidades jurídicas nascem no exato momento da edição da lei. 
As empresas públicas, as sociedades de economia mista e as fundações públicas de direito privado são autorizadas por lei, ou seja, depois da autorização precisa de um segundo ato que se dá com o registro de seus estatutos no registro competente, que é na junta comercial para as empresas públicas e para as sociedades anônimas, já as sociedades simples devem ser registradas em um cartório de registro civil de pessoas jurídicas. 
O controle finalístico é aquele exercido pela administração direta sobre as pessoas jurídicas integrantes da administração indireta. É também chamado de poder de tutela, tutela administrativa, controle administrativo (para alguns autores) ou ainda supervisão ministerial (art. 19 a 29 do Decreto-Lei 200/67). 
Art . 19. Todo e qualquer órgão da Administração Federal, direta ou indireta, está sujeito à supervisão do Ministro de Estado competente, excetuados unicamente os órgãos mencionados no art. 32, que estão submetidos à supervisão direta do Presidente da República.
Se chama de supervisão ministerial porque foi inventada uma expressão dentro desse decreto federal que traz ideia de que comumente o controle finalístico é feito por um Ministério. Então, o controle que verifica se a entidade está fazendo as atividades para as quais ela foi criada é normalmente feito por um Ministério. Da mesma forma, é normal que a lei que cria ou outra lei interna diga qual é o Ministério que irá fazer o controle. Contudo, com o passar do tempo, pode haver uma lei que venha mudar qual é o Ministério que faz esse controle. 
Art. 20. O Ministro de Estado é responsável, perante o Presidente da República, pela supervisão dos órgãos da Administração Federal enquadrados em sua área de competência. 
Parágrafo único. A supervisão ministerial exercer-se-á através da orientação, coordenação e contrôle das atividades dos órgãos subordinados ou vinculados ao Ministério, nos têrmos desta lei. 
Art. 21. O Ministro de Estado exercerá a supervisão de que trata êste título com apoio nos Órgãos Centrais.
Parágrafo único. No caso dos Ministros Militares a supervisão ministerial terá, também, como objetivo, colocar a administração, dentro dos princípios gerais estabelecidos nesta lei, em coerência com a destinação constitucional precípua das Fôrças Armadas, que constitui a atividade afim dos respectivos Ministérios.
Art. 22. Haverá na estrutura de cada Ministério Civil os seguintes Órgãos Centrais:  
I - Órgãos Centrais de planejamento, coordenação e controle financeiro. 
II - Órgãos Centrais de direção superior. 
Art. 23. Os órgãos a que se refere o item I do art. 22, têm a incumbência de assessorar diretamente o Ministro de Estado e, por fôrça de suas atribuições, em nome e sob a direção do Ministro, realizar estudos para formulação de diretrizes e desempenhar funções de planejamento, orçamento, orientação, coordenação, inspeção e contrôle financeiro, desdobrando-se em: 
I - Uma Secretaria Geral. 
II - Uma Inspetoria Geral de Finanças. 
§ 1º A Secretaria Geral atua como órgão setorial de planejamento e orçamento, na forma do Título III, e será dirigida por um Secretário-Geral, o qual poderá exercer funções delegadas pelo Ministro de Estado. 
§ 2º A Inspetoria Geral de Finanças, que será dirigida por um Inspetor-Geral, integra, como órgão setorial, os sistemas de administração financeiro, contabilidade e auditoria, superintendendo o exercício dessas funções no âmbito do Ministério e cooperação com a Secretaria Geral no acompanhamento da execução do programa e do orçamento.
§ 3º Além das funções previstas neste título, a Secretaria-Geral do Ministério do Planejamento e Coordenação Geral exercerá as atribuições de Órgão Central dos sistemas de planejamento e orçamento, e a Inspetoria-Geral de Finanças do Ministério da Fazenda, as de Órgãos Central do sistema de administração financeira,contabilidade e auditoria. 
Art. 24. Os Órgãos Centrais de direção superior (art. 22, item II) executam funções de administração das atividades específicas e auxiliares do Ministério e serão, preferentemente, organizados em base departamental, observados os princípios estabelecidos nesta lei.
Art . 25. A supervisão ministerial tem por principal objetivo, na área de competência do Ministro de Estado: 
I - Assegurar a observância da legislação federal. 
II - Promover a execução dos programas do Govêrno. 
III - Fazer observar os princípios fundamentais enunciados no Título II. 
IV - Coordenar as atividades dos órgãos supervisionados e harmonizar sua atuação com a dos demais Ministérios. 
V - Avaliar o comportamento administrativo dos órgãos supervisionados e diligenciar no sentido de que estejam confiados a dirigentes capacitados. 
VI - Proteger a administração dos órgãos supervisionados contra interferências e pressões ilegítimas. 
VII - Fortalecer o sistema do mérito. 
VIII - Fiscalizar a aplicação e utilização de dinheiros, valôres e bens públicos. 
IX - Acompanhar os custos globais dos programas setoriais do Govêrno, a fim de alcançar uma prestação econômica de serviços. 
X - Fornecer ao órgão próprio do Ministério da Fazenda os elementos necessários à prestação de contas do exercício financeiro. 
XI - Transmitir ao Tribunal de Contas, sem prejuízo da fiscalização deste, informes relativos à administração financeira e patrimonial dos órgãos do Ministério.
 
Art. 26. No que se refere à Administração Indireta, a supervisão ministerial visará a assegurar, essencialmente: 
I - A realização dos objetivos fixados nos atos de constituição da entidade. 
II - A harmonia com a política e a programação do Govêrno no setor de atuação da entidade. 
III - A eficiência administrativa. 
IV - A autonomia administrativa, operacional e financeira da entidade. 
Parágrafo único. A supervisão exercer-se-á mediante adoção das seguintes medidas, além de outras estabelecidas em regulamento: 
a) indicação ou nomeação pelo Ministro ou, se fôr o caso, eleição dos dirigentes da entidade, conforme sua natureza jurídica; 
b) designação, pelo Ministro dos representantes do Govêrno Federal nas Assembléias Gerais e órgãos de administração ou contrôle da entidade; 
c) recebimento sistemático de relatórios, boletins, balancetes, balanços e informações que permitam ao Ministro acompanhar as atividades da entidade e a execução do orçamento-programa e da programação financeira aprovados pelo Govêrno; 
d) aprovação anual da proposta de orçamento-programa e da programação financeira da entidade, no caso de autarquia; 
e) aprovação de contas, relatórios e balanços, diretamente ou através dos representantes ministeriais nas Assembléias e órgãos de administração ou contrôle; 
f) fixação, em níveis compatíveis com os critérios de operação econômica, das despesas de pessoal e de administração; 
g) fixação de critérios para gastos de publicidade, divulgação e relações públicas; 
h) realização de auditoria e avaliação periódica de rendimento e produtividade; 
i) intervenção, por motivo de interêsse público. 
Art. 27. Assegurada a supervisão ministerial, o Poder Executivo outorgará aos órgãos da Administração Federal a autoridade executiva necessária ao eficiente desempenho de sua responsabilidade legal ou regulamentar. 
Parágrafo único. Assegurar-se-á às emprêsas públicas e às sociedades de economia mista condições de funcionamento idênticas às do setor privado cabendo a essas entidades, sob a supervisão ministerial, ajustar-se ao plano geral do Govêrno. 
Art. 28. A entidade da Administração Indireta deverá estar habilitada a: 
I - Prestar contas da sua gestão, pela forma e nos prazos estipulados em cada caso. 
II - Prestar a qualquer momento, por intermédio do Ministro de Estado, as informações solicitadas pelo Congresso Nacional. 
III - Evidenciar os resultados positivos ou negativos de seus trabalhos, indicando suas causas e justificando as medidas postas em prática ou cuja adoção se impuser, no interêsse do Serviço Público. 
Art. 29. Em cada Ministério Civil, além dos órgãos Centrais de que trata o art. 22, o Ministro de Estado disporá da assistência direta e imediata de: 
I - Gabinete. 
II - Consultor Jurídico, exceto no Ministério da Fazenda. 
III - Divisão de Segurança e Informações. 
§ 1º O Gabinete assiste o Ministro de Estado em sua representação política e social, e incumbe-se das relações públicas, encarregando-se do preparo e despacho do expediente pessoal do Ministro. 
§ 2º O Consultor Jurídico incumbe-se do assessoramento jurídico do Ministro de Estado. 
§ 3º A Divisão de Segurança e Informações colabora com a Secretaria Geral do Conselho de Segurança Nacional e com o Serviço Nacional de Informações. 
§ 4º No Ministério da Fazenda, o serviço de consulta jurídica continua afeto à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e aos seus órgãos integrantes, cabendo a função de Consultor Jurídico do Ministro de Estado ao Procurador-Geral, nomeado em comissão, pelo critério de confiança e livre escolha, entre bacharéis em Direito. 
Como resultado da descentralização administrativa, compõe a administração pública não só os órgãos da administração direta, que integram a estrutura organizacional de uma única pessoa (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), mas também outras pessoas jurídicas com autonomia administrativa e financeira, vinculadas (e não subordinadas) à administração direta. 
Em razão da autonomia administrativa mencionada, o controle das entidades da indireta em muito difere do controle hierárquico pleno e automático descrito anteriormente. Com efeito, o controle finalístico depende de norma legal que estabeleça, determine os meios de controle, os aspectos a serem controlados e as ocasiões de realização do controle. Deve ainda ser indicada a autoridade controladora e as finalidades objetivadas.
Em suma, o controle finalístico, uma vez que fundamentado em uma relação de vinculação entre pessoas jurídicas (e não em subordinação entre órgãos e agentes), é um controle limitado e teleológico, ou seja, restringe-se à verificação do enquadramento da entidade controlada no programa geral do governo e à avaliação objetiva de atingimento pela entidade de suas finalidades estatutárias.
É pacífico na doutrina que o controle finalístico é feito dentro dos limites estabelecidos na lei. Importante anotar o entendimento de Celso Antônio Bandeira de Mello que entende, como os outros autores, que o controle finalístico deve ser limitado por lei. Todavia lembra o autor que quando presente questões extraordinárias ou aberrações jurídicas feitas pela entidade, mesmo que isso não esteja previsto na lei, a direta pode intervir nisso. Isso é chamado de tutela extraordinária.
Formas de controle: 
Há três formas de controle: controle administrativo, controle judicial e controle legislativo. Duas dessas formas são feitas só por dois poderes: o controle judicial é feito só pelo Judiciário e o controle legislativo é só feito pelo Legislativo. No entanto, o controle administrativo é feito tipicamente pelo Executivo, mas podemos vê-lo no âmbito interno dos poderes legislativos e judiciário e também no âmbito interno de uma entidade da administração indireta. 
1. Controle administrativo ou controle exercido pela Administração sobre seus próprios atos:
É exercido pelo Poder Executivo e pelos órgãos administrativos do Legislativo e do Judiciário e, ainda pelos órgãos internos de uma entidade da indireta, sobre seus próprios atos/condutas, tendo em vista aspectos de legalidade ou de conveniência ou oportunidade (mérito). Como regra, por ser função típica deste, é exercido pelo Poder Executivo sobre os atos que emanam de seus próprios órgãos e entidades. Entretanto, o Legislativo e o Judiciário também o realizam quando fiscalizam atos administrativos feitos pelos seus próprios órgãos. 
Exemplo: a apreciaçãoda legitimidade da nomeação de um servidor pela Câmara dos Deputados; o órgão do Poder Judiciário fiscalizando a execução de um contrato administrativo assinado por este poder, ou seja, uma licitação feita pelo poder judiciário que será fiscalizado por um órgão que está dentro deste poder.
O controle administrativo é um controle de legalidade e/ou de mérito. Diferente, por exemplo, do controle judicial, pois este é só de legalidade. 
O controle administrativo é sempre um controle interno de legalidade e/ou de mérito porque é realizado por órgãos integrantes do mesmo poder (o controle administrativo deriva do poder-dever de autotutela que a administração tem sobre os seus próprios atos e agentes - Súmula 473 do STF). 
Súmula Nº 473 - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. 
Esta Súmula teve uma atualização de seu conteúdo que está prevista na Lei 9.784/99, em seu art. 53.
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Concretiza-se, o controle administrativo, mediante as atividades de fiscalização e recursos administrativos. A fiscalização independe de provocação e pode ocorrer no âmbito do controle hierárquico e também no finalístico. Os recursos administrativos, por sua vez, costumam ser classificados como recursos hierárquicos próprios e recursos hierárquicos impróprios. 
Para Maria Di Pietro e Hely Lopes Meirelles, o recurso hierárquico próprio é aquele dirigido à autoridade ou instância imediatamente superior dentro do mesmo órgão em que o ato foi praticado. Exemplo: um recurso dirigido ao Superintendente da Receita Federal contra ato praticado por Delegado da Receita Federal a ele subordinado. 
Para esses autores, diferente do que foi dito, um recurso contra decisão das delegacias de julgamento da Secretaria da Receita Federal, cuja apreciação incumbe ao Conselho de Contribuintes (órgão integrante do Ministério da Fazenda, mas sem relação hierárquica com a Secretaria da Receita Federal), seria um recurso hierárquico impróprio apesar dos dois órgãos fazerem parte da mesma pessoa jurídica, a União. 
Desse modo, é possível observar que para um recurso hierárquico ser próprio é necessário que o recurso seja mandado para uma autoridade processante imediatamente superior, porque se o recurso for para outro órgão que não tenha relação hierárquica, este recurso não é mais próprio, mas sim um recurso hierárquico impróprio.
O Celso Antônio Bandeira de Mello adota classificação diferente. Para ele, todos os recursos apreciados por órgãos integrantes da mesma pessoa jurídica em que esteja inserido o órgão que praticou o ato recorrido são recursos hierárquicos próprios. E quando o recurso muda de pessoa jurídica ele seria um recurso hierárquico impróprio.
A doutrina, como um todo, menciona ainda outras formas de provocação da administração pelos administrados, todas elas com base no direito de petição, previsto no art. 5º, inciso XXXIV, alínea a, da CF.
Art. 5º. XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) O direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
Instrumentos administrativos para que a pessoa possa exercer o seu direito de petição (sendo que esses instrumentos também são utilizados pelos servidores públicos em decorrência de seu direito de petição):
- Representação: 
É a denúncia de irregularidades feita perante a própria Administração. Para os particulares ela é um direito, enquanto que para os servidores públicos em geral ela é um dever.
Exemplo 1: Lei nº 8.112/90
Art. 116. São deveres do servidor: 
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração;
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.
Estes incisos nos trazem a ideia de que se o servidor tem conhecimento de irregularidades ele esta obrigado a representar.
Exemplo 2: Lei nº 4.898/65 - trata do abuso de autoridade.
Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa civil e penal, contra as autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem abusos, são regulados pela presente lei. 
Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição: 
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a respectiva sanção; 
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar processo-crime contra a autoridade culpada. 
Art. 3º Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
a) à liberdade de locomoção; 
b) à inviolabilidade do domicílio; 
c) ao sigilo da correspondência; 
d) à liberdade de consciência e de crença; 
e) ao livre exercício do culto religioso; 
f) à liberdade de associação; 
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto; 
h) ao direito de reunião; 
i) à incolumidade física do indivíduo; 
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. 
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade: 
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder; 
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei; 
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa; 
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada; 
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei; 
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor; 
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa; 
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal; 
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade. 
Esta lei também trabalha com a ideia de representação e tudo o que acontece com base nela em âmbito administrativo, é chamado de controle administrativo, haja vista que quando o Ministério Público utiliza esta lei e ingressa com uma ação criminal, sairá da esfera administrativa e passará para o controle judicial.
Exemplo 3: possibilidade de representação ao Tribunal de Contas da União (art. 74, §2º, da CF).
Art. 74. § 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União. 
Para Celso Antônio Bandeira de Mello a denúncia é o designativo utilizado para hipóteses similar a representação.
- Reclamação administrativa:
É uma expressão bastante genérica e utilizada para referir qualquer forma de manifestação de discordância do administrado contra um ato administrativo. É possível observar que a reclamação administrativa tem um cunho mais pessoal, pois trata-sede um ato que ofende a pessoa.
Para Maria Di Pietro "é o ato pelo qual o administrado, seja particular ou servidor público, deduz uma pretensão perante a Administração Pública, visando obter o reconhecimento de um direito ou a correção de um ato que lhe cause lesão ou ameaça de lesão.”.
A Lei nº 9.784/99 utiliza o vocábulo reclamações de uma forma bem genérica e utiliza está palavra em um sentido de direito de petição. Ex.: art. 48. Assim, não se pode utilizar essa reclamação da Lei nº 9.784/99 como a reclamação administrativa, tendo em vista que esta está em um sentido estrito, enquanto que a da lei está em um sentido amplo. 
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
Ex.: CTN - em seu art. 151, inciso III, também emprega o termo reclamações, tendo em vista que este sentido é de impugnação administrativa.
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
III – as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;
- Pedido de reconsideração:
É a solicitação feita à própria autoridade que proferiu a decisão ou emitiu o ato para que ela o submeta à uma nova apreciação sua. O pedido de reconsideração nem sempre vai estar atrelado a um processo que já esteja em curso, mas cabe pedido de reconsideração sobre qualquer ato administrativo que veio ao mundo jurídico e possa ofender alguma pessoa. É importante assinalar que Lei do PAF (Lei nº 9.784/99) estabeleceu como regra geral a possibilidade de reconsideração. A lei fez mais do que isso de acordo com o art. 56, o qual dispõe que independentemente do pedido de reconsideração expresso ou não, o recurso hierárquico interposto pelo administrado acarreta à autoridade recorrida o dever de verificar se é cabível a reconsideração, dando ampla possibilidade de reconsideração. 
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito.
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
Lembre-se que o pedido de reconsideração e o recurso administrativo, pela Lei 9.784/99, em seu art. 61, não têm como regra efeito suspensivo, tendo em vista que o atributo do ato é a presunção de legitimidade. 
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.
- Recurso administrativo:
Ver o xerox do livro da Maria Di Pietro.
Professor Éverton Luís Mendes de Jesus
2. Controle judicial
- Controle externo:
O controle externo pode se dar através do Mandado de Segurança, do Mandado de Injunção, da Ação Popular, de uma ação de improbidade administrativa, bem como as ações ordinárias (de rito comum).
Limites:
A discussão a cerca do controle judicial diz respeito aos limites de apreciação judicial, ou seja, até onde o poder judiciário está autorizado/legitimado a fazer esse controle. 
Esses limites estão associados à ideia de legalidade ou aspecto formal. 
É chamado de também de controle de juridicidade por alguns autores. A ideia é que não basta um controle meramente formal apenas sobre o prisma da legalidade, mas deve existir um controle que deve ter conformação com o texto constitucional é uma questão principiológica.
Lei 9.784/99 - art. 2º, § único, inciso I:
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
I - atuação conforme a lei e o Direito;
Em princípio, o controle que o Poder Judiciário está legitimado a realizar diz respeito ao aspecto de legalidade/formal, porém, modernamente, tem se entendido que o controle deve levar em consideração não só o aspecto formal, mas também a questão principiológica, tanto que atualmente se utiliza a expressão juridicidade com a finalidade de incluir a análise/controle à luz dos princípios que regem a Administração Pública. 
O art. 5º, inciso XXXV, da Constituição: 
Art. 5º. XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Apelação Cível 70067318634 - TJRS
Tradicionalmente, tem-se a ideia de que o Poder Judiciário não analisa o mérito do ato administrativo, ou seja, ele não analisa critérios de oportunidade e conveniência. 
Controle legislativo:
- Controle externo:
O controle externo exercido pelo Legislativo tem um viés político-ideológico, porque quem faz é o parlamento, os políticos. Assim, a existência ou não de uma maioria é que irá determinar se esse controle será mais rigoroso ou não.
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta; 
Representa o chamado sistema de freios e contrapesos.
O Legislativo não irá se intrometer em aspectos de oportunidade ou conveniência. 
Art. 71, da CF. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: 
Tribunal de Contas:
Trata-se de órgão auxiliar para o exercício do controle externo do Legislativo. Contudo, o Tribunal de Contas não está subordinado ao Poder Legislativo, ou seja, trata-se de um órgão independente para o exercício de suas atribuições.
Nas decisões do Tribunal de Contas, considerando que se trata de processos administrativos, deve ser assegurado ao servidor o direito de defesa antes de ser implementado.
O Tribunal de Contas faz controle da materialidade das contas.
Aula 06 de setembro
Intervenção do Estado na propriedade privada
O Estado deve intervir na propriedade privada. Além disso, quando a Constituição diz em seu art. 5º que a propriedade deve ter caracterizada a sua função social, já está se admitindo a intervenção do Estado. Claro que o que deve ser discutido qual será a intenção que se irá intervir, bem como o modo.
É possível sustentar a necessidade de intervenção do Estado na propriedade privada, tanto que os artigos 5º, inciso XXIII e o 170, inciso III, da CF, estabelecem que a propriedade atenderá sua função social.
Art. 5º. XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
III – função social da propriedade;
A intervenção também pode ser analisada na prestação de serviços em determinadas situações e não apenas com relação à propriedade.
Para a intervenção do Estado ocorrer na propriedade privada deve estar presente o interesse público, pois o que justifica a intervenção do Estado é a tutela do interesse público. Assim, todas as formas de intervenção do Estado deve se identificar essa tutela do interesse público.
Formas restritivas/limitativas de direitos: 
Elas preservam o direito de propriedade com algumas restrições. 
- Limitações Administrativas:
São determinações de ordem genérica, que tem por finalidade racionalizar o exercício do direito de propriedade impondo determinadas restrições. Estas restrições devem estar previstas na lei orgânica do município, no código de postura do município, no estatuto das cidades, etc.
O proprietário não tem direito a indenização quando presente a limitação administrativa tendo em vista que ela é genérica, ou seja, ela serve para todos que estão naquelas condições. 
- Ocupação temporária (alguns utilizam o art. 5º, inciso XXV, da CF):
No caso de ocupação temporária o proprietário que teve sua propriedade ocupada de forma temporária e teve algum prejuízo deverá ser indenizado. 
Normalmente a ocupação temporária é utilizada para a execução de obras públicas, tendo por finalidade possibilitar o uso do bem para a execução da obra. Trazendo prejuízos surge o dever de indenizar, porém podem existirsituações em que o bem não possui utilização e uso não tratará qualquer prejuízo ao proprietário. Nesse caso, não haverá indenização.
Decreto-lei 3.365/41: tem um dispositivo desse decreto que se utiliza para a ocupação temporária, qual seja art. 36.
Art. 36. É permitida a ocupação temporária, que será indenizada, afinal, por ação própria, de terrenos não edificados, vizinhos às obras e necessários à sua realização.
O expropriante prestará caução, quando exigida.
- Requisição administrativa (art. 5º, XXV, da CF):
Art. 5º. XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
A requisição administrativa pode ser tanto com relação a bens, quanto serviços. Ex.: casos de temporais ou alagamentos que prejudicam as pessoas. O Estado requisita ginásios de escolas ou salões de igreja para acomodar as pessoas.
A ideia da requisição administrativa, conforme o art. 5º, inciso XXV, da CF, nas situações que envolvam risco eminente, ou seja, trata-se de uma excepcionalidade, o poder público está autorizado a requisitar bens ou serviços para atender tal situação. No caso, a indenização é ulterior conforme prejuízos apurados.
- Servidão administrativa:
Esta servidão administrativa se diferencia da servidão do direito civil pois ela está associada a execução de um serviço público que pode ser prestada pelo próprio poder público ou por uma concessionária. 
A servidão administrativa trata da utilização da propriedade privada com a finalidade de prestar um serviço público.
- Tombamento:
Existem manifestações artísticas e culturais que podem ser tomadas. Assim, o tombamento não serve só para bens móveis e imóveis. Ex.: na Bahia o acarajé é tombado.
A finalidade do tombamento é a preservação da identidade cultural, artística, paisagística, arquitetônica, ambiental, etc., algo que diferencie aquele bem dos demais. O proprietário tem o ônus de manter de preservar o imóvel. 
Para ocorrer o tombamento é necessária a presença dos atributos que o configurem.
O que justifica o tombamento é o traço distintivo do bem com relação aos demais. Tem como consequência o ônus da preservação dos atributos que ensejaram o tombamento. Pode ser alienado, porém, primeiramente, deve ser oferecido à União, Estado ou Município (necessariamente deve se notificar os três, pela ordem). Não havendo interesse, quem adquirir assume o ônus, ou seja, assume o compromisso da preservação. 
O tombamento, no caso de imóveis, ele pode repercutir ou atingir propriedades vizinhas.
O tombamento não gera direito a indenização. Todavia, caso o proprietário não tenha condições de preservar o bem é possível requerer a desapropriação indireta.
Defesa do proprietário: terá que impugnar dizendo que o bem não possui nenhum atributo/característica justificadora do tombamento.
Todas essas formas de intervenções acabam por consistir em um poder de polícia, o qual significa que impõe limitações e restrições à Administração Pública em favor do interesse coletivo. 
Estas são chamadas de formas restritivas de intervenção do estado na propriedade privada, porque o administrado permanece com a titularidade do bem, ou seja, continua sendo proprietário.
Aula 13 de setembro
Formas supressivas
- Desapropriação: 
É uma forma supressiva, perde o direito à propriedade.
Trata-se de uma forma compulsória de transferência da propriedade em favor do Poder Público mediante justa e previa indenização, nas hipóteses de necessidade ou utilidade pública e interesse social (requisitos previstos na Constituição Federal).
A desapropriação é um ato de império porque ela irá se efetivar mesmo se o proprietário não quiser que ela ocorra.
Se o bem estiver gravado com uma hipoteca ou com uma penhora é possível desapropriar, sendo que eventuais garantias ou credores irão se subrogar no valor da indenização.
Há três incisos do artigo 5º da Constituição para se entender a desapropriação:
a) XXII - é garantido o direito de propriedade; 
b) XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
c) XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; 
Por uma questão de interpretação, a previsão da desapropriação contida no art. 5º, inciso XXIV, da CF, tem por finalidade equiparar o instituto da desapropriação com o direito de propriedade. 
Para a desapropriação, conforme estabelece o art. 5º, inciso XXIV, é necessário a necessidade ou utilidade pública (Decreto-lei 3.365/41), bem como interesse social (Lei n. 4.132/62), mediante justa e previa indenização. 
Hipóteses de desapropriação sancionatória:
Há três hipóteses previstas na desapropriação como espécie de penalidade, sancionatória, tendo em vista que não ocorre a justa e previa indenização, ou seja, a propriedade não está atendendo sua função social, sendo possível ser atingida pela desapropriação:
a. Política urbana (art. 182, §4º, inc. III, da CF):
Art. 182. § 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
b. Reforma agrária - política rural (art. 184 da CF): a desapropriação para fins de reforma agrária irá ocorrer nos casos em que a propriedade rural não estiver atendendo a sua função social. O §1º do art. 184 excepciona a obrigatoriedade de indenização em dinheiro, que seria as benfeitorias. 
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
§ 1º - As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
c. Confisco (art. 243 da CF): se diz que é confisco porque nessa hipótese a pessoa não recebe título algum, é a perda compulsória da propriedade. 
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º.
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei.
PROVA G2
Processo Administrativo (Lei n º 9.784/99) 
Esta lei regra todos os processos administrativos federais e, mesmo quando exista alguma outra lei específica regrando uma matéria processual administrativa, essa lei serve subsidiariamente. 
Ex.1: a lei do servidor público (Lei nº 8.112/90) fala, em seu final, sobre o Processo Administrativo Disciplinar (PAD), tratando de questões específicas desse processo. No entanto, se faltar algum regramento nesta lei, a Administração Pública irá aplicar a Lei nº 9.784/99, que, como visto antes, serve subsidiraimente para leis específicas. 
Ex.2: a licitação e os contratos administrativos são regrados através de processo administrativo, sendo que qualquerproblema que possa dar na licitação ou no contrato administrativo e que não houver regramento na Lei nº 8.666/93 para solucioná-lo, a Administração irá aplicar, de forma subsidiária, a Lei nº 9.784/99. 
Para alguns estados a lei geral do processo administrativo não existe, como é o caso do Estado do Rio Grande do Sul. Desse modo, é usada por analogia a Lei Federal nº 9.784/99. O mesmo caso ocorre com os municípios quando estes não possuem sua própria lei municipal que regule o processo administrativo, pois utilizarão a lei geral estadual de processos administrativos, sendo que se o estado não possuir sua própria lei, o município também irá utlizar, por analogia, a lei do PAF.
Quando uma lei é criada para regrar a vida da Administração Pública Federal, costuma-se dizer que se trata de uma lei federal unional, tendo em vista que ela foi feita para a União, só servindo para esta. Lembrando que os municípios, estados e o Distrito Federal quando não possuem a sua própria lei de processo administratvo, utilizam essa lei, por analogia, por vontade própria e não porque são obrigados. 
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração [objetivo principal da lei].
Esta lei serve para a União, mas também para todas as autarquias federais, para todas as fundações públicas federais, para todas as empresas estatais e para todos os consórcios públicos de direito público, ou seja, serve tanto para a administração direta como para a administração indireta federal. 
A lei visa assegurar que o administrado possa ter uma participação efetiva no controle da Administração Pública. Então, se por um acaso, o administrado possui algum problema com a Administração e entre com algum requerimento em uma repartição federal, este requerimento irá seguir conforme a Lei nº 9.784/99. O objetivo em especial é para a proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. Na verdade, o que a Adminitração busca é o interesse público, sendo este o seu objetivo. Por causa disso, o próprio poder público pode provocar o processo, podendo, por exemplo, pedir para que a parte traga aos autos uma prova que existe e que ainda não foi juntada no processo, visando o interesse público.
Por isso que se diz que o processo administrativo é levado pelo princípio do informalismo e pelo princípio da verdade material, tendo em vista que a Administração, se quiser, poderá movimentar o processo, não precisando tal movimentação ser feita apenas pelo administrado. Além disso, quanto ao princípio do informalismo, no processo administrativo, em alguns casos que não possuem formas previstas em lei, a Administração poderá tomar a forma que melhor lhe aprouver no processo. No entanto, aquilo que a lei diz que há uma formalidade, a Administração tem que seguir.
Art. 1º. § 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.
O processo administrativo não cabe só para demandas que envolvem só o Poder Executivo Federal, mas também para as demandas que envolvem processos administrativos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, no âmbito de seu controle interno.
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta;
Órgão é uma unidade que não tem personalidade jurídica própria. Ex.: um Ministério é um órgão da Administração indireta. Se por um acaso o Ministério causar prejuízo à terceiro, esta pessoa ingressará em juízo contra a União, tendo em vista que o Ministério não possui personalidade jurídica. 
Todavia, existem órgãos dentro das entidades da Administração indireta. Ex: o INSS é uma autarquia e dentro desta autarquia há departamentos de licitações, de informática, entre outros, que são considerados órgãos. Se um desses órgãos causar prejuízo para alguém, esta pessoa poderá ajuizar o processo administrativo perante a autarquia e não perante o órgão, haja vista que a autarquia é uma entidade que possui personalidade jurídica própria.
O órgão representa o fenômeno chamado desconcentração, tendo em vista que ocorre dentro de uma mesma pessoa jurídica. Agora, quando se extingue o órgão e aquilo que ele fazia é feito pela Administração direta, por exemplo, isso se chama concentração; e, se uma autarquia é extinta está se fazendo uma centralização, tendo em vista que a autarquia era uma descentralizada. 
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
Entidade possui personalidade jurídica. 
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.
A autoridade é aquela pessoa que tem poder de decisão. É importante saber quem é a autoridade para poder impetrar o Mandado de Segurança para a autoridade coatora certa.
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Os princípios mais recorrentes em prova é o princípio da motivação, da razoabilidade, da proporcionalidade e o da segurança jurídica. 
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
I - atuação conforme a lei e o Direito;
Este inciso rege o princípio da legalidade. Dentro da palavra "direito" está todos os outros princípios. 
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;
Princípio da finalidade.
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
Princípio da eficiência e da finalidade, no sentido de imparcialidade.
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
Princípio da moralidade. 
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
Princípio da publicidade. 
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
Princípio da razoabilidade e da proporcionalidade. 
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
Princípio da motivação.
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;
Princípio da eficiência e do contraditório e da ampla defesa (devido processo legal).
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;
Princípio da eficiência e da segurança jurídica. 
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio;
Princípio do contraditório e da ampla defesa.
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;
Princípio da gratuidade (não está no caput do art. 2º).
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
Princípio da impulsão de ofício (também não está no caput): no processo administrativo não precisa que o administrado se manifeste, pois a Administração pode levar adiante o processo. 
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
Princípio da segurança jurídica.
Direitos dos administrados:
Os direitos dos administrados estão previstos no art. 3º.
Art. 3o O administrado tem os seguintes direitosperante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:
Este rol é exemplificativo.
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;
A pessoa deve estar na condição de interessada. 
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.
	A nova lei de acesso a informação meio que “engole” o inciso II, tendo em vista que a pessoa não precisa mais ser interessada para ter acesso ao processo administrativo, já que ele é público e não corre em segredo de justiça, na maioria dos casos.
Deveres dos administrados:
O art. 4º trata dos deveres do administrado.
Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:
Ato normativo pode ser o regulamento, o decreto, a resolução, o regimento, entre outros. Este rol é exemplificativo.
I - expor os fatos conforme a verdade;
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III - não agir de modo temerário;
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.
	A partir do Capítulo IV há o início do processo administrativo, que se dá quando a parte faz um requerimento ou quando a Administração abre um processo administrativo para buscar uma finalidade de interesse público.
Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.
Pode ser de ofício por causa do princípio da impulsão de ofício, ou seja, não há a necessidade de provocação, podendo o processo ser iniciado pela própria administração pública, mesmo que o interessado seja outra pessoa.
Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:
A lei está dizendo que existe uma forma para o ato de início do processo pelo interessado. A forma de requerimento inicial, como regra, é escrita, salvo quando for admitida, por lei, a possibilidade de ser oral. Ex.: o pregão possui como característica o princípio da oralidade, pois na hora que estiver sendo realizado o pregão e alguma pessoa não aceitar o que foi dito, ela poderá manifestar-se, de forma oral, que quer recorrer em virtude de não aceitar os documentos do vencedor, por exemplo. Posteriormente, no prazo de alguns dias, poderá apresentar as razões do recurso.
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
O inciso fala em órgão ou autoridade, pois se não se sabe qual é a autoridade, poderá encaminhar o requerimento para o órgão e lá irá se verificar e mandar para a autoridade do órgão. 
II - identificação do interessado ou de quem o represente;
O requerimento não pode ser sigiloso, sem assinatura.
III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;
A Administração irá enviar as intimações para que a pessoa continue participando do processo.
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;
Aquilo que a parte está pedindo deve estar dentro da competência do órgão.
V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.
Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes.
Os órgãos e entidades devem manter os formulários padronizados para que os administrados possam entrar com os requerimentos, bastando apenas o preenchimento do formulário.
Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário.
O art. 9º trata dos interessados no processo administrativo.
Art. 9o São legitimados como interessados no processo administrativo:
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação;
Neste caso, uma empresa, através de seu representante, pode buscar interesses individuais ou no exercício da representação de alguém.
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;
Ex.: há uma discussão entre um órgão federal e um vizinho, só que o que esta pessoa busca vai afetar o direito da outra pessoa. Desse modo, esta terceira pessoa poderá entrar como interessada no processo do vizinho, seja para ajudar seja para repelir aquilo que o vizinho quer, haja vista que o direito dele pode trazer prejuízo.
III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
As pessoas podem entrar em conjunto, bem como as associações, quando a postura do órgão da entidade federal poderá trazer prejuízo para elas, por exemplo. Os direitos coletivos servem para pessoas determinadas.
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.
Direitos difusos são aqueles que não se consegue quantificar, são para pessoas indeterminadas.
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio.
Neste artigo trata-se da capacidade do administrado, aquele que está entrando com o processo. Não se pode confundir com a capacidade daquele que realiza o ato normativo, pois nesse caso o vício na capacidade na competência é quando a pessoa é competente mas naquele momento ele não é capaz de exercer a competência. A capacidade ou traz o impedimento ou traz a suspeição.
Quanto a competência:
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver nenhum impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. 
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes. 
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I – a edição de atos de caráter normativo;
II – a decisão de recursos administrativos;
III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.
§ 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelos delegado.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de interesse especial.
Art. 17. Inexistindocompetência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir. 
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:
I – tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II – tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
III – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar.
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares.
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo.
O Capítulo VIII estabelece a forma, o tempo e o lugar dos atos do processo. Embora vários autores digam que a forma é um ato vinculado, Celso Antônio diz em sua obra que a forma é um requisito que pode ser vinculado ou discricionário, isso porque o autor trabalha com o artigo 22:
Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável.
§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida de autenticidade.
§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo.
§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas.
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.
Os atos são realizados em dias úteis, mas a contagem dos prazos do processo administrativo é igual a contagem antiga do Processo Civil, ou seja, em dia corrido.
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração.
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior.
O prazo é de cinco dias para movimentar o processo, seja pela Administração ou pelo administrado, quando, por exemplo, precisa apresentar algum documento.
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação.
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão, cientificando-se o interessado se outro for o local de realização.
O Capítulo IX trata da comunicação dos atos do processo, ou seja, como é que as pessoas que fazem parte do processo são comunicadas.
Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.
§ 1o A intimação deverá conter:
I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;
II - finalidade da intimação;
III - data, hora e local em que deve comparecer;
IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar;
V - informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento;
Princípio da impulsão de ofício.
VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
§ 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de comparecimento.
§ 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.
Outro meio: e-mail.
§ 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial.
§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.
Se a pessoa não foi achada, mas no dia aparecer, esta aparição supre qualquer falta, de acordo com o princípio da verdade material.
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.
Tem que ser intimado se vai sofrer um ônus ou uma sanção, pois enquanto não for intimado não sofrerá o ônus.
A partir do Capítulo X há a instrução, ou seja, como que funciona o processo interno.
Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos.
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.
Trata da consulta pública, na qual as pessoas irão se manifestar sobre o que acham daquilo. 
§ 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de alegações escritas.
§ 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de interessado do processo, mas confere o direito de obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser comum a todas as alegações substancialmente iguais.
Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do processo.
Não se pode confundir a consulta pública com a audiência pública, pois na consulta as pessoas irão se manifestar sobre o que acham daquilo, enquanto na audiência pública as pessoas irão assistir. Assim, consulta pública é para consultar sobre o que acham, enquanto que a audiência pública trata do debate sobre o que está ocorrendo no processo. Trata do chamado princípio da participação popular.
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização.
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo.
§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso.
§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado.
O Capítulo XI trata do poder de decidir. Pelo princípio da indisponibilidade do interesse público, a Administração tem o dever de decidir, ou seja, ela deve se manifestar.
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta

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