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02 doencas cardiovasculares UNESC 2016 (1)

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Terapia nutricional nas doenças cardiovasculares
Luciene Rabelo
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Tipos de Doenças cardiovasculares
Hipertensão arterial sistêmica (HAS)
Insuficiência cardíaca congestiva (ICC)
Infarto agudo do miocárdio 
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Fatores de risco para as
doenças cardiovasculares
Tabagismo (35% das causas de IAM)
Alcoolismo
Sedentarismo
Dislipidemia
HAS (40 a 50% dos casos de IAM)
Diabetes mellitus (45% para IAM))
Obesidade (60% de chance de IAM)
História de IAM prévio
História familiar de IAM
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Fatores de risco cardiovasculares
O American College of Cardiology identificou quatro categorias de risco para DAC,com base na efetividade do tratamento para reduzir seus riscos de doença e de morte.
Categoria I- as intervenções comprovadamente reduzem o risco cardiovascular.
Categoria II- as intervenções provavelmente reduzem o risco cardiovascular.
Categoria III- as intervenções podem reduzir o risco cardiovascular.
Categoria IV- são aqueles que não podem ser modificados,ou para os quais a modificação provalvelmente não reduzirá o risco cardiovascular.
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 Hipertensão Arterial
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não-fatais.
 (Diretrizes Brasileiras de HAS, 2010) 
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Fatores de risco para desenvolver HAS
Idade
Gênero e etnia
Excesso de peso e obesidade
Ingestão de sal
Ingestão de álcool
Sedentarismo
Fatores socioeconômicos
Genética
VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – (SBH,2010)
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Sistema Renina-angiotensina-aldosterona 
Está envolvido no controle fisiológico da pressão arterial e no controle do sódio. 
Tem importantes implicações no desenvolvimento da hipertensão renal e deve estar envolvido na patogênese da hipertensão arterial essencial. 
O papel do sistema renina-angiotensina-aldosterona a nível cardíaco, vascular e renal é mediado pela produção ou ativação de diversos fatores de crescimento e substâncias vaso-ativas, induzindo vasoconstricção e hipertrofia celular. 
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Sistema Renina-angiotensina- aldosterona
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Detecção: nível de pressão diastólica, sistólica, idade, sexo e raça.
Pressão sistólica: de contração para esvaziamento= 140mmHg ou mais elevada
Pressão diastólica: de relaxamento para enchimento = 90 mmHg ou mais elevada
Pressão arterial normal em um adulto: 120 x 80 mmHg;
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Fatores de risco para desenvolver HAS
Pressão sanguínea normal elevada
História familiar de HAS
Raça
Sobrepeso
Consumo excessivo de sódio
Inatividade física
Consumo de álcool
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – (SBH,2006)
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Diagnóstico e Classificação
Medida da Pressão Arterial
• A medida da PA deve ser realizada em toda 	 
 avaliação de saúde por médicos das diferentes 
 especialidades e demais profissionais da área 
 de saúde, todos devidamente treinados.
• O método mais utilizado para medida da PA 
 na prática clínica é o indireto, com técnica 
 auscultatória e esfigmomanômetro de coluna 
 de mercúrio ou aneróide, ambos calibrados.
• Todos aparelhos devem ser testados e devidamente calibrados a cada seis meses.
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Tipos de medidas
PAC - Pressão arterial medida no consultório
MAPA - Medida ambulatorial da pressão arterial
MRPA - Medida residencial da pressão arterial
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Recomendações para Seguimento
PA inicial (mmHg)
Seguimento
<130
130 – 139
140 – 159
160 – 179
≥180
sistólica
diastólica
<85
85 – 89
90 – 99
100 – 109
≥110
Reavaliar em 1 ano
Estimular mudanças no estilo de vida
Reavaliar em 6 meses. Insistir em
mudanças no estilo de vida
Confirmar em 2 meses.
Considerar MAPA/MRPA
Confirmar em 1 mês.
Considerar MAPA/MRPA
Intervenção medicamentosa imediata ou reavaliar em 1 semana
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Classificação
Ótima
Normal
Limítrofe
Hipertensão Estágio I 
Hipertensão Estágio II
Hipertensão Estágio III 
Hipertensão Sistólica isolada
PAS (mmHg)
< 120
< 130
130-139
140-159
160-179
≥ 180
≥ 140
PAD (mmHg)
< 80
< 85
85-89
90-99
100-109
≥ 110
< 90
O valor mais alto de sistólica ou diastólica estabelece o estágio do quadro hipertensivo. Quando as pressões sistólica e diastólica situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para classificação do estágio.
Classificação da PA (>18 anos)
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Medida da PA em crianças
A medida da PA em crianças e recomendada em toda avaliação clinica, após os 3 anos de idade, pelo menos anualmente, como parte do seu atendimento pediátrico primário.
A interpretação dos valores de PA obtidos em crianças e adolescentes deve levar em conta: a idade, o sexo e a altura.
A PA é definida como pressão igual ou maior ao percentil 95 de distribuição.
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PA criança
Ex: criança de 5 anos – altura percentil 10que esteja no hipertensa se tiver valores persistentemente acima de 109/70 mmHg. 
Criança, de 5 anos, mas no percentil 90 - valores acima de 115/74 mmHg para ser diagnosticada com hipertensão. 
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Medida da PA em obesos
Em braços com circunferência superior a 50 cm, quando não houver manguito disponível, pode-se fazer a medida no antebraço e o pulso auscultado deve ser o radial.
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Tratamento 
Medidas farmacológicas (diuréticos,betabloqueadores e vasodilatadores)
Medidas não-farmacológicas: tem sido utilizada para minimizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida:
􀂄 Alimentação;
􀂄 Controle do peso;
􀂄 Suspensão do fumo e do álcool;
􀂄 Atividade física.
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Tratamento Não Medicamentoso
IMC* - 20 e 25 kg/m2. 
- Manter o peso corporal na faixa normal (índice de massa corporal entre 18,5 a 24,9 kg/m2 ). 
Redução de 5 a 20 mmHg na PA sistólica para cada 10 kg no peso corporal. 
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Ingestão de sódio até 06 g/dia de sal (04 colheres de café rasas de sal - 4g, e 2g de sal presente nos alimentos naturais, reduzindo o sal adicionado aos alimentos) - evitando o saleiro à mesa e alimentos industrializados. 
Redução de 2 a 8 mmHg na PA sistólica
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Maior ingestão de potássio: dieta rica em vegetais e frutas contém 02 a 04g de potássio/dia. 
Ingerir alimentos com baixo teor de gordura. Substitutos do sal contendo cloreto de potássio e menos cloreto de sódio (30% a 50%) são úteis para reduzir a ingestão de sódio e aumentar a de potássio. 
Redução de 8 a 14 mmHg na PA sistólica. 
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Redução do consumo de bebidas alcoólicas para os consumidores de álcool: a ingestão de bebida alcoólica deve ser limitada a 30 g de álcool/dia contidas em 600 ml de cerveja (5% de álcool) ou 250 ml de vinho (12% de álcool) ou 60ml de destilados (whisky, vodka, aguardente - 50% de álcool). 
Este limite deve ser reduzido à metade para homens de baixo peso, mulheres, indivíduos com sobrepeso e/ou triglicérides elevados.
 Redução de 2 a 4 mmHg na PA sistólica.
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Atividade física
Atividade aeróbica, por 30 minutos pelo menos, na maioria dos dias da semana. Mínimo 150 min/semana de atividade física aeróbica , de moderada intensidade (50 a 70% da FCM). Reduz em 4 a 9 mmHg.
O exercício físico regular melhora o controle glicêmico, diminui os fatores de risco para DCV, contribui para a perda de peso, melhora o bem estar, além de prevenir diabetes tipo 2 em indivíduos de alto risco.
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Medidas farmacológicas
Diuréticos: Atuam na pré e na pós-carga diminuindo a
 concentração plasmática de sódio e a volemia e conseqüentemente reduz o edema
Diuréticos de alça = furosemida, bumetamida, piretanida = perda de potássio.
Espironolactona: poupadores de potássio.
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Medidas farmacológicas
Beta-Bloqueadores: reduz a
freqüência cardíaca e a secreção de renina (exemplo: atenolol, propanolol, etc.)
􀂄 Digitálicos: inibe a bomba de sódio-potássio ATPase, aumentando a entrada de cálcio na célula, o que encurta a fibra muscular,aumentando a contratilidade miocárdica. (exemplo: Digoxina)
􀂄 Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina – inibe a conversão da angiotensina I em II, diminuindo a vasoconstrição.
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Como faríamos a interpretação de tais exames?
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Características da dieta
Aumentar o consumo de fibras;
Minerais e Vitaminas - de acordo com a recomendação (RDA ou DRI’s), exceção é feita para o sódio, 
Consistência; ANP (adequada às necessidades do paciente);
volume reduzido
Fracionamento: aumentado
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Sódio
A restrição moderada de sal (6g de sal ou 2400mg) é recomendada para o tratamento da hipertensão.
Na HAS no estágio 1, este nível de restrição de sódio pode ser suficiente para normalizar a PA.
A adesão é melhor nas retrição menores de sódio.
Restrições mais severas só serão necessárias, a menos que se apresente a ICC em 3 g de sal ou menos.
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Álcool
O uso excessivo de álcool esta relacionado com o aumento da pressão arterial. 
A melhor orientação aos pacientes que ingerem álcool habitualmente é que o façam em pequenas quantidades, preferencialmente apenas nas refeições, não sendo necessária a recomendação de interrupção, salvo nos pacientes que possuam indicações para tal, como nos com história de dependência alcoólica, nos hepatopatas e nos portadores de deficiências imunológicas. 
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Interação droga- nutrientes
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Diuréticos
Furosemida (Lasix®) – Aumentar consumo de K e Mg, diminuir calorias da dieta e Na.
Espironolactona (Aldactone®) – ingerir com alimentar para diminuir irritação TGI e para aumentar a absorção do fármaco.
 Evitar consumo excessivo de alimentos ricos em potássio.
Hidroclorotiazida - ingerir de preferência pela manhã,com ou sem alimentos. Diminui K,Na,Ca e Mg, aumenta a sede. 
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Beta-Bloqueadores
Propanolol (Inderal®) - + do que 2g/dia de vit C, diminui a absorção do fármaco.
Atenolol – Diminuir Na e calorias na dieta.Ingerir 2hs antes ou 6hs após , o uso de Ca ou de anti-ácido. 
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Conseqüências
 Cardiomegalia, insuficiência cardíaca congestiva, Retinopatia, acidente vascular cerebral, insuficiência renal.
Sintomas
queixas gerais: cefaléias, tonteiras, palpitações, fatigabilidade fácil.
queixas específicas: visão embaçada, episódios de fraqueza ou vertigem, angina de peito, dispnéia.
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Componentes de estratificação de risco cardiovascular em pacientes com hipertensão
Fatores de risco maiores:
Fumo
Dislipidemia
Diabetes
Idade > 60 anos
Sexo (homens e mulheres na pós menopausa
História familiar de doença cardiovascular: mulheres <65 anos e homens< 55 anos
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Componentes de estratificação de risco cardiovascular em pacientes com hipertensão
Dano(lesão) de órgão alvo/ doença cardiovascular clínica:
Cardiopatias
Hipertrofia ventricular esquerda
Angina ou infarto anterior do miocárdio
Insuficiêcia Cardíaca
Acidente Vascular cerebral
Nefropatia
Doença arterial periférica
Retinopatia
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Bases para intervenção dietética
Redução de peso, 
Sal,
Álcool, 
Cafeína,
 ***Atenção com o sal light para o pac. que faz uso de Espironolactona.
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Caso clínico 1
 J.M.V., 45 anos, masculino, IMC =31kg/m2
HDA: Paciente rastreado como suspeito de ser hipertenso durante a visita do agente comunitário de saúde. Embora fosse completamente assintomático foi agendado para uma consulta de enfermagem. 
A pressão arterial medida na consulta foi de 180 X 106 mmHg (média de 3 medidas).
Antecedentes pessoais: Fumante de 20 cigarros por dia (está tentando abandonar o vício). Faz uso moderado de bebida alcoólica. No momento é sedentário, mas até dois meses atrás fazia caminhadas 2 vezes na semana. Não sabe se é diabético mas informa que já teve colesterol alto.
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Antecedentes familiares: Pai diabético e hipertenso (vítima de AVC). Mãe morreu de infarto aos 76 anos. Tem um irmão de 20 anos com problemas no coração.
Sua alimentação é á base de alimentos diet/light e sal light por indicação de um amigo.
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Exames laboratoriais
Glicemia de jejum de 172 mg/dl, 
potássio plasmático de 3,7 mEq/l, 
ácido úrico de 8 mg/dl, 
CT de 230 mg/dl, 
HDL- 28 mg/dl, 
trigl - 450 mg/dl. 
Creatinina sérica de 1,8 mg/dl e (0,7-1,5)
Uréia de 96 mg/dl. (10-50)
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Quais as condutas utilizadas para J.M.V.?
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Estresse: Ativa o sistema nervoso simpático, participando da patogênese da hipertensão. Acredita-se que pacientes estressados necessitam de maior quantidade de medicação para controle. Não há nenhuma técnica comprovada de redução de estresse que se relacione com a redução da PA.
Café e cafeína: Apesar de simpaticomimético não há relação entre a ingestão do café e cafeína com o aumento da pressão arterial.
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Potássio
Dietas ricas em K parecem exercer ação preventiva contra a hipertensão ou mesmo ser eficaz no tratamento da hipertensão já instalada.
A relação potássio/sódio no organismo é inversamente proporcional(efeito anti-hipertensivo)
Aumentar a ingestão de potássio através de frutas e vegetais ricos nesse mineral (mamão, laranja, banana, cenoura, beterraba).
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Recomenda-se
Cautela com medicamentos à base de potássio, como expectorantes, em indivíduos suscetíveis à hiperpotassemia, principalmente pacientes com insuficiência renal ou em uso de inibidor da ECA, diuréticos poupadores de potássio.
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Cálcio
O papel do cálcio na regulação dos níveis pressóricos é controverso.
Alguns estudos mostram que uma mudança no metabolismo do sódio está envolvida no metabolismo está envolvida no mecanismo anti-hipertensivo.
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Magnésio
Potente inibidor da contração da musculatura lisa e pode desenvolver um papel na regulação da PA como vasoldilatador.
Seguir RDA - DRI’s
Vegetais verdes, legumes, nozes, carnes e cereais de trigo integral.
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Orientações
Abolir ou reduzir o fumo e o álcool;
Não beber líquidos junto às grandes refeições;
Limitar a ingestão de adoçantes a base de ciclamato de sódio.
Não levar saleiro à mesa
Alimentos que não devem fazer parte do cardápio do hipertenso: salgados gordurosos (toucinho, costela, salaminho, salame, paio, mortadela, presunto, carne seca, etc, molhos e temperos prontos ( mostarda, cat-chup molho inglês, caldos em cubos), sopas prontas, manteigas e margarinas com sal, queijos salgados, picles, enlatados e conservas
O SAL DE ADIÇÃO JÁ DEVERIA SER RETIRADO DA MESA, MESMO NA AUSÊNCIA DE HIPERTENSÃO, COMO MEDIDA PREVENTIVA
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Dieta DASH
A DASH (Dietary Aproaches to Stop Hypertension) - um plano dietético benéfico. 
A dieta utilizada preconiza vegetais, frutas, baixo consumo de gorduras (saturadas e total), sendo rica em potássio e cálcio.
 A adoção da dieta DASH, com medidas alimentares mais completas, possui um efeito hipotensor muito maior que a restrição isolada do sódio e do uso isolado de qualquer outra medida.  
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DIETA MEDITERRÂNEO
Dieta do Mediterrâneo, ou Dieta Mediterrânea, e um alimentação característica de alguns paises da região do mar;
Mediterrâneo (Itália, Grécia, Espanha, Franca e outros).
Este padrão alimentar e composto, basicamente, de vegetais,legumes, tomate, alho, frutas (maçã) e, principalmente, óleo de oliva, canola, cereais pouco moídos, nozes e sementes,queijo branco e iogurte, além de vinho.
Gorduras monoinsaturadas, 35 a 40% do VCT
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Exames bioquímicos
Creatinina, 
potássio, 
glicemia em jejum, 
colesterol total e frações, 
triglicerídeos, 
microalbuminúria na urina
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Recomendações Dietéticas
PREFERIR: 
Alimentos cozidos, assados, grelhados ou refogados. 
Produtos lácteos desnatados 
Temperos naturais: limão, ervas, alho, cebola, salsa e cebolinha. 
Verduras, legumes, frutas, grãos e fibras.
Peixes e aves preparadas
sem pele. 
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LIMITAR: 
- Sal; álcool; gema de ovo: no máximo 3 x por semana; crustáceos.
 
- Margarinas, dando preferência às cremosas, alvarinas e ricas em fitosterol. 
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EVITAR: 
- Açúcares e doces; carnes vermelhas com gordura aparente e vísceras. 
- Frituras; derivados de leite na forma integral, com gordura. 
- Alimentos processados e industrializados: embutidos, conservas, enlatados, defumados e salgados de pacote.
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Consulta de nutrição
Medida da pressão arterial; 
Medida de altura e peso, circunferência da cintura e IMC; 
Anamnese alimentar, avaliando freqüência, quantidade e qualidade de alimentos, intolerâncias e alergias alimentares; 
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Consulta de nutrição
Diagnóstico nutricional; 
Prescrição e orientação específica da dieta, considerando aspectos socioeconômicos, culturais e ambientais, com ensinamentos que possibilitem preparações alimentares saborosas, práticas e saudáveis; 
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Consulta de nutrição
Identificação dos alimentos diet e/ou light e do teor de sódio existente nos alimentos processados; 
Avaliação da interação de alimentos e/ou nutrientes com medicamentos
Seguimento da evolução nutricional.
Educação nutricional
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Aterosclerose e 
Dislipidemia 
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Epidemiologia da aterosclerose no Brasil
Durante os últimos trinta anos presenciamos declínio razoável da mortalidade por causas cardiovasculares em países desenvolvidos.
 De acordo com as projeções da Organização Mundial de Saúde, esta tendência de elevação na doença cardiovascular tende a persistir, agravando ainda mais o quadro de morbidade e mortalidade elevadas nestes países. 
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Fatores de risco para ateroscleorose
Tabagismo
Hipertensão
Diabete melittus
Obesidade
Dislipidemias
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Dislipidemias
Distúrbio do metabolismo dos lipídios, congênito ou decorrente de hábitos alimentares inadequados e sedentarismo.
Representa fator de risco:
para aumentar a prevalência da doença arterial coronariana (DAC), doença aterosclerótica (DA) e cérebro vasculares (DC).
Podem ser : primárias ou secundárias
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Tipos de dislipidemias
Dislipidemias primárias – origem genética, se manifestam em função da influência ambiental, dieta inadequada e/ou sedentarismo. Englobam as hiper e hipolipidemias
Dislipidemias secundárias – encontramos 3 grupos:
• secundárias a doenças
• secundárias a hábitos de vida
secundárias a medicamento
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Dislipidemias primarias
a) Hipercolesterolemia isolada
 Elevação isolada do LDL-C (≥ 160 mg/dL).
b) Hipertrigliceridemia isolada
 Elevação isolada dos TG (≥150 mg/dL), que reflete o aumento do volume de partículas ricas em TG como VLDL,IDL e quilomícrons. 
c) Hiperlipidemia mista
 Valores aumentados de ambos LDL-C (≥ 160 mg/dL) e TG (≥150 mg/dL). Nos casos com TG ≥ 400 mg/dL, considerar-se-á hiperlipidemia mista se o CT for maior ou igual a 200 mg/dL.
d) HDL-C baixo
 Redução do HDL-C (homens <40 mg/dL e mulheres <50 mg/dL) isolada ou em associação com aumento de LDL-C ou de TG.
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Dislipidemias primarias
Hipercolesterolemia familiar (CT > 300 e LDL-c > 200); 
Hipertrigliceridemia familiar ( TG > 500 );
disbetalipoproteinemia(CT > 300 e TG > 300 com elevações proporcionais das duas frações, muito rara ). 
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Dislipidemias secundárias
Secundárias a doenças: hipotireoidismo, doenças renais parenquimatosas, diabete mellitus. O alcoolismo também pode influenciar os níveis de LP, principalmente os triglicérides e o HDL. 
Secundárias a hábitos de vida: O alcoolismo pode influenciar os níveis de LP, principalmente os triglicérides e o HDL. 
Secundárias a medicamentos: os diuréticos, os beta-bloqueadores, os anticoncepcionais, os corticosteróide e anabolizantes. 
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Dislipidemias secundárias
Medicamentos:
Diuréticos - TG e HDL –c
Betabloqueadores- TG e HDL –c
Anticoncepcionais - TG
Corticosteróides - CT e TG
Anabolizantes - CT e HDL –c
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Dislipidemia influencia o estado nutricional e o metabolismo?
A dislipidemia não é causadora de alterações do estado nutricional, nem determina alterações no nível de metabolismo. 
As alterações alimentares ou outras comorbidades que determinam obesidade, síndrome metabólica ou diabete melito se associam com anormalidades das lipoproteínas. 
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O estado nutricional influencia a dislipidemia?
O estado nutricional influencia as concentrações de lipoproteínas e triglicerídeos no sangue. 
Obeso - Aumento de triglicerídeos, redução de HDL-colesterol e aumento de LDL-colesterol.
Desnutrido - Redução da biossíntese de lipídios, com consequente diminuição nos níveis de lipoproteínas. 
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Quais são os objetivos da terapia
nutricional nas dislipidemias?
Indivíduos com baixo risco cardiovascular (em 10 anos <10%) tem como meta preventiva LDL-colesterol < 160 mg/dL, triglicérides < 150 mg/dL e HDL-colesterol > 40 mg/dL, nos homens, e > 50 mg/dL, nas mulheres. 
Na presença de risco intermediário (10 a 20% em 10 anos), a meta preventiva é LDL-colesterol < 130 mg/dL e triglicérides < 150 mg/dL
 
Quando o risco for alto (> 20%), a meta preventiva é LDL-colesterol < 100 mg/dL e triglicérides < 150 mg/dL. 
Na presença de diabetes mellitus ou aterosclerose significativa, a meta preventiva passa a ser para LDL-colesterol < 70 mg/dL e HDL-colesterol > 50 mg/dL.
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Quando a terapia nutricional está
indicada nas dislipidemias?
Terapia nutricional está sempre indicada nas dislipidemias.
Seguindo sempre as recomendações adequadas segundo as diretrizes.
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Recomendação dietética
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Estatinas
Elevação dos níveis de enzimas hepáticas
hepatite tóxica,
diminuir da potência masculina,
trombocitopenia
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Anti - Coagulantes
Farvarina (Marevan ®) antagônico da vit k
Evitar: Pepino com casca; Tomate Verde; Repolho; Fígado de boi, frango e porco; Gema de ovo; Grãos: de bico, de lentilha, soja e ervilha verde; Algas marinhas; Maça verde;
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Dar preferencia:
Ameixas, 
cerejas, 
amoras, 
uvas, 
morangos, 
nozes.
Alimentos com salicitato
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Alimentos funcionais
Chá Verde - Catequinas (4-6 xícaras/dia)
Hipercolesterolemia: Potente antioxidante, reduz os níveis de colesterol, protege a oxidação do LDL-c, reduz a agregação plaquetária.
Gengibre 15 g/dia de gengibre cru e Curcumina 1,5 e 3 g 
Hipercolesterolemia: reduz peroxidação Lipídica; propriedades antioxidantes e efeito antiinflamatório, inibindo o metabolismo do ácido araquidônico na Ciclooxigenase e na Lipooxigenase; 
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Alho e cebola - 1 dente fresco/dia 150 g de cebola
Hipercolesterolemia: reduz os níveis de colesterol e inibe a agregação plaquetária, redução da pressão arterial; protege contra o estresse oxidativo do DNA ou leucócitos.
Brócolis, Couve-flor, Repolho - Glucosinolatos> ½ xícara dia
Efeito protetor contra o câncer, influenciam na toxidade carcinogênese. Hipercolesterolemia: inibe a agregação plaquetária, atuando como cardiprotetor.
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Suco de uvas - Resverastrol 240 – 480ml/dia
Hipercolesterolemia: reduz os o colesterol total e oxidação LDL, além de reduzir a agregação plaquetária. 
Simbióticos
Pré- redução do colesterol total e aumento da fração HDL.
Pró- desconjuga sais biliares e reduz a absorção de colesterol.
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V Diretriz de Dislipidemia (2013)
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Avaliação laboratorial das dislipidemias
Colesterol total
HDL –c
VLDL-c
LDL-c Friedewald: CT – (HDL-C + TG/5)
não-HDL (Colesterol não-HDL = CT – HDL-C). 
Triglicerides
HCY (5 a 15 micromol/l)
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Caso clínico 2 – Dislipidemia
Masculino, 55 anos, cor branca, bancário.
 
QUEIXA PRINCIPAL: Colesterol alto 
HDA: Refere que em avaliação prévia apresentara níveis altos de colesterol e alteração de exame das carótidas. 
HS e H alimentar : Sedentário, dieta rica em gorduras animais e tabagista no passado ( 1 maço/dia, durante 20 anos), deixando de fumar há 30 dias quando soube dos exames
alterados. 
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Peso: 78 Kg, Altura: 1,65 m, IMC: 28,7 Kg/m2 , PA: 135/90mmHg
Glicemia- 99 mg/dL, Creatinina-1,2 mg/dL, Ácido Úrico –7,1 mg/dL, Colesterol total – 278 mg/dL, HDL-colesterol- 40 mg/dL, LDL-colesterol-208 mg/dL, Triglicerídeos – 150 mg/dL. 
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Qual seria a orientação imediata do nutricionista neste caso?
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ICC
Estado patofisiológico que altera estrutural e/ou funcionalmente a massa muscular cardíaca, determinando prejuízo em sua função de bomba ejetora com insuficiente entrega de oxigênio e nutrientes a tecidos e suas necessidades metabólicas e/ou edema pulmonar e sistêmico resultante da inadequada elevação de pressões intracavitárias ao se encher de sg.
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Fisiopatologia
Agressão cardíaca
(agente etiológico)
Prejuízo na habilidade de 
ejeção sangüínea
Aumento da tensão diastólica e hipertrofia da parede muscular ventricular
(diminuição da força contrátil)
Diminuição do débito cardíaco
Baixo fluxo renal 
Edema períférico e pulmonar 
(congestão) e aumento da PA
Maior liberação de 
substâncias vasopressoras 
(renina, angiotensina, aldosterona)
Retenção de sódio e água 
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ICC influencia o estado nutricional e o metabolismo?
Pacientes com ICC podem ter aumentado GET, especialmente os pacientes com caquexia cardíaca, que ocorre em até 15% dos doentes com insuficiência cardíaca. 
A hiperativação do eixo da aldosterona determine acúmulo de água e catabolismo aumentado, gerando mudanças hormonais. 
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A caquexia cardíaca pode ser sugerida quando da perda de 6% do peso magro (ausência de edema) em seis meses . 
Colesterol total diminuído pode marcar o paciente com ICC que cursa com desnutrição moderada. 
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O estado nutricional influencia ICC?
Caquexia aumenta a mortalidade de pacientes com ICC independente de outros marcadores de mau prognóstico, como fração de ejeção do ventrículo esquerdo, nível sérico de sódio e classe funcional.
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Quais são os objetivos da terapia nutricional na ICC?
Terapia nutricional deve ter como objetivo manter o peso seco do cardiopata (D)
Terapia nutricional nos cardiopatas deve corrigir a dislipidemia, o diabete, a obesidade, se associados (D)
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Quando a TN está indicada? 
Terapia nutricional está indicada nos pacientes com caquexia cardíaca (D)
A obesidade deve ser tratada nos cardiopatas crônicos (D)
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De que forma a TN pode ser implementada?
Terapia nutricional pode ser oferecida por via oral ou por sondas (D)
É comum a presença de anorexia nos pacientes portadores de ICC. Assim, com a finalidade de garantir mínima oferta nutricional o uso de alimentação enteral forçada (por sondas ou ostomias) deve ser considerado. 
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 Sintomatologia
Dispnéia;
Edema periférico e Oligúria;
Fadiga;
Hipertensão Arterial;
Desequilíbrio eletrolítico (hiponatremia, hipo ou hipercalemia);
Hipoperfusão cerebral (isquemia c/ alteração da memória e do sono);
Hiperglicemia / Hepatomegalia (disfunção hepática);
Cianose.
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Classificação funcional da IC
Classe I - assintomáticas em atividades habituais
Classe II – assintomáticas em repouso.Sintomas nas atividades habituais
Classe III – assintomáticas em repouso.Sintomas nas atividades menores que as habituais
Classe IV – Sintomas em repouso exacerbado pelas menores atividades.
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Alterações fisiológicas 
Perda ponderal progressiva;
Compressão gástrica e congestão hepática
Plenitude pós prandial
Edema de alças Intestinais reduz capacidade absortiva
Náusea, anorexia, dispnéia e fadiga
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Tratamento
Objetivos: 
Aliviar os sintomas; 
Melhorar a capacidade funcional e a qualidade de vida;
Prevenir o desenvolvimento e a progressão da insuficiência cardíaca.
Abordagem terapêutica multidisciplinar:
Modificações no estilo de vida, dieta, medicamentos.
Intervenção cirúrgica.
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Exames bioquimicos
Hemograma, 
sódio, 
potássio, 
ureia, creatinina e 
glicose. 
Em casos mais graves, devem ser dosadas enzimas hepáticas (TGO, TGP), albumina e gasometria arterial. 
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Avaliação Nutricional
Indivíduos com ICC apresentam perda ponderal progressiva podendo chegar à caquexia cardíaca (déficit de peso até 20 %). 
Causas: 
a) anorexia e redução da ingestão alimentar (dispnéia e fadiga, compressão gástrica e congestão hepática = sensação de plenitude pós-prandial, náusea, dispepsia);
b) edema de alças intestinais = diminuição da capacidade absortiva.
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Dietoterapia
Objetivos:
Manter ou recuperar o estado nutricional (evitar ou minimizar a perda de peso);
Favorecer o equilíbrio hidroeletrolítico (eliminar ou reduzir o edema, prevenir depleções de potássio);
Contribuir para o controle da PA;
Corrigir deficiências de nutrientes.
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Características da Dieta
Calorias: conforme o EN do paciente (cálculo de GET segundo Long ou 25 a 30 kcal / kg peso ideal / dia). 
Ingestão via oral insuficiente:
a) atenção para a densidade calórica;
b) uso de suplementos via oral;
c)TNE via sonda (fórmulas densamente calóricas devido balanço hídrico).
 
 
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Características da Dieta
Proteínas: de acordo com o EN do paciente e função renal. Variação de 0,8 a 2,0 g de proteínas / kg de peso ideal / dia.
Lipídeos: 25 a 30%. Preferir: gorduras insaturadas (poli e mono). Atenção para a saciedade. Até 300 mg de colesterol / dia.
Carboidratos: 50 a 60% VCT. Atenção para casos de diabetes, hipertrigliceridemia e retenção de CO2: preferir CHO complexos.
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Características da Dieta
Restrição de sódio: 
Varia conforme a gravidade da ICC.
Pacientes assintomáticos: prevenir a retenção de líquidos = de 102 a 180 mEq/dia.
Pacientes sintomáticos: 43 a 87 mEq/dia.
Atenção para aceitação da dieta hipossódica (palatabilidade).
Evitar alimentos já salgados (industrializados).
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Características da Dieta
Potássio: verificar presença de hipo ou hipercalemia.
Obs: alguns substitutos comerciais do sódio contêm KCl e seu uso leva à hipercalemia. No caso de usos de diuréticos espironolactona (Aldactone) ou trianterene (Dyrenium) observar exames potássio.
Cálcio e Magnésio: podem ser espoliados por diuréticos. Se necessário suplementar. 
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Características da Dieta
Fracionamento: 5 a 6 refeições. Objetivo: diminuir o trabalho cardíaco, facilitar a ingestão e evitar plenitude precoce.
Consistência: varia de acordo com o grau da ICC (de geral ou branda até semi-liquida ou pastosa). Avaliar capacidade de digestão e tolerância alimentar.
Presença de dispnéia e fadiga: dieta que exija pouca ou nenhuma mastigação = dieta semi-líquida ou pastosa (em pequenos volumes e  fracionamento). 
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Características da Dieta
Restrição Hídrica:
De acordo com o balanço hidroeletrolítico (edemas graves e hiponatremia). 
Considerar todos os líquidos da dieta e utilizados para medicação.
Cuidado com frutas com muito caldo: abacaxi, melão, melancia, laranja, uva, mexerica.
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Preferir
Evitar
Restrição Hídrica
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Como montar um protocolo nutricional para doenças cardiovasculares?
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