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CCJ0020-WL-OO-Apostila-01 Direito Constitucional - Leandro Rocha

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Pró-Concurso de Pernambuco 
 
 
 
 
 
DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
- APOSTILA 01 - 
 
 
 
 
Prof. Leonardo Rocha 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dir. Constitucional 1 Profº Leonardo Rocha 
Pró-Concurso de Pernambuco 
INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
Conceito: 
 
O Direito Constitucional é o ramo do direito público que tem por objeto a constituição 
política do Estado, estabelecendo a sua estrutura, a organização de suas instituições e o 
modo de aquisição, exercício e limitação do poder. 
 
Origem: 
 
A origem do Direito Constitucional está ligada a duas preocupações básicas: organização do 
Estado e limitação do poder estatal, por meio do estabelecimento de direitos e garantias 
fundamentais ao indivíduo, como fruto dos ideais da Revolução Francesa (liberdade, 
igualdade e fraternidade). 
 
As constituições rígidas e escritas dos Estados Unidos da América (1787) e da França 
(1791), são consideradas o marco inicial do constitucionalismo escrito. 
 
 
CONSTITUIÇÃO - CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO 
 
Conceito: 
 
A Constituição é a lei fundamental de um Estado, constituindo-se no conjunto de normas 
que organizam os elementos constitutivos do Estado e tendo como causa criadora o poder 
que emana do povo. 
 
Uma classificação muito cobrada em concurso se baseia nos sentidos pelos quais pode ser 
compreendida a Constituição, senão vejamos: 
 
• Sentido Sociológico: soma dos fatores reais de poder (Ferdinand Lassale). 
• Sentido Político: decisão política fundamental (Carl Schimitt). 
• Sentido Jurídico: lei fundamental e suprema de um Estado (Hans Kelsen). 
 
Classificação das Constituições: 
 
Quanto ao Conteúdo: 
 
• Formal: é considerado Constituição aquele documento solenemente estabelecido pelo 
Poder Constituinte, independentemente da matéria nele tratada. 
• Material: é o conjunto de normas que tratam de matéria considerada de natureza 
constitucional, isto é, que dizem respeito à estrutura do Estado, à sua organização e aos 
Direitos Fundamentais – estejam ou não contidas em um único documento. 
 
Quanto à Forma: 
 
• Escrita: é aquela cujas regras estão codificadas em um texto único. 
• Não escrita: é a Constituição cujas normas não constam de um documento único e 
solene, mas resultam de leis esparsas, da jurisprudência e dos costumes. 
 
Quanto ao Modo de Elaboração: 
 
• Dogmática: é a Constituição Escrita, resultante do trabalho de um órgão Constituinte. 
ATENÇÃO: a Constituição dogmática é sempre escrita e a Constituição escrita é sempre 
dogmática. São conceitos conexos! 
 
Dir. Constitucional 2 Profº Leonardo Rocha 
Pró-Concurso de Pernambuco 
• Histórica: é a Constituição Não Escrita, constituída através de um lento e contínuo 
processo de formação, decorrente da história e da cultura de um determinado povo. 
ATENÇÃO: a Constituição histórica é sempre não escrita e a Constituição não escrita é 
sempre histórica. São conceitos conexos! 
 
Quanto a sua Origem ou Processo de Positivação: 
 
• Promulgada: também chamada de democrática, votada ou popular, é aquela que 
decorre do trabalho de uma Assembléia Nacional Constituinte, eleita diretamente pelo 
povo, para, em nome dele, elaborar a Constituição. Decorre de regimes democráticos. 
Ex.: Constituição de 1988. 
• Outorgada: é aquela imposta de maneira unilateral pelo agente revolucionário, que não 
recebeu do povo legitimidade do povo. Decorrem de regimes autoritários. Ex.: 
Constituição 1937. 
 
 
Quanto à Extensão: 
 
• Sintética: é aquela Constituição que trata apenas dos princípios fundamentais e 
estruturais do Estado. Não descem às minúcias, motivo pelo qual são mais duradouras. 
• Analítica: é aquela que aborda todos os assuntos que os representantes do povo 
entenderem fundamentais. Normalmente descem às minúcias, estabelecendo regras que 
deveriam ser tratadas por normas infra-constitucionais. 
 
 
Quanto à Estabilidade ou Mutabilidade: 
 
• Imutável: é aquela Constituição em que é vedada qualquer alteração, constituindo-se 
como verdadeiras relíquias históricas – imutabilidade absoluta. 
• Rígida: é aquela que só pode ser alterada mediante um processo legislativo mais 
dificultoso do que aquele previsto para a elaboração das leis ordinárias. 
• Flexível: é aquela cujo procedimento de modificação não tem qualquer diferença do 
procedimento comum adotado para as leis ordinárias. IMPORTANTE: as Constituições 
não escritas, na sua parte escritas são flexíveis. 
• Semi-Rígida ou Semi-Flexível: é aquela em que o processo de modificação só é 
rígido na parte materialmente constitucional, sendo flexível na parte formalmente 
constitucional. 
 
 
ATENÇÃO: a Constituição Federal Brasileira de 1988 é: Formal, Escrita, Dogmática, 
Promulgada, Analítica e Rígida. 
 
 
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
 
Todas as normas constitucionais são dotadas de algum grau de eficácia,que é a 
capacidade de efetivamente realizar os objetivos para os quais a norma foram editadas. 
 
A eficácia tem uma dimensão jurídica e uma dimensão social: do ponto de vista social, uma 
norma será eficaz se, efetivamente, for aplicada aos casos concretos que motivaram a sua 
edição; do ponto de vista jurídico, uma norma será eficaz a partir de sua aptidão de 
produzir efeitos concretos, o que se verifica desde o momento em que sua edição revogou 
todas as normas anteriores que com ela fossem conflitantes. 
 
José Afonso da Silva, insigne constitucionalista, desenvolveu uma classificação das normas 
constitucionais, bastante cobrada em concursos públicos, tomando por base a eficácia e a 
aplicabilidade das mesmas: 
 
 
 
Dir. Constitucional 3 Profº Leonardo Rocha 
Pró-Concurso de Pernambuco 
• Normas de Eficácia Plena (aplicabilidade direta e imediata): são aquelas que não 
dependem da edição de nenhuma legislação posterior. Produzem efeitos imediatamente, 
não sendo necessária a edição de uma norma regulamentadora. Desde a entrada em 
vigor da constituição essas normas produzem ou podem produzir todos os seus efeitos 
essenciais. Ex.: Art. 5°, II, da CF/88: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer 
alguma coisa senão em virtude de lei” e os remédios constitucionais (habeas corpus, 
habeas data, mandado de injunção). 
• Normas de Eficácia Contida (aplicabilidade direta e imediata, mas 
possivelmente não integral): são aquelas em que o legislador constituinte regulou 
suficiente a matéria, mas deixou margem à atuação restritiva por parte da competência 
discricionária do Poder Público, nos termos em que a lei estabelecer. Ex.: art. 5°, XIII, 
da CF/88: “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as 
qualificações profissionais que a lei estabelecer”. 
• Normas de Eficácia Limitada (aplicabilidade diferida, mediata ou reduzida): são 
aquelas que, no momento em que a Constituição é promulgada, não têm ainda o condão 
de produzir todos os seus efeitos, necessitando que uma lei infra-constitucional venha 
complementá-la. É necessário destacar, porém, que essas normas não são totalmente 
desprovidas de efeitos, posto que têm, no mínimo, o efeito de vincular o legislador infra-
constitucional aos seus parâmetros. Subdividem-se em: 
 
 
OBSERVAÇÕES BASTANTE COBRADAS EM CONCURSOS PÚBLICOS 
 
Preâmbulo: 
 
• Não integra o texto constitucional (não é norma constitucional), mas não é 
juridicamente irrelevante, pois deve ser observado como elemento de interpretação e 
integração dos diversos artigos que lhe seguem; 
• Por não ser norma constitucional não pode prevalecer contra texto expresso da 
constituição, tampouco pode ser paradigma comparativo para declaração de 
inconstitucionalidade; 
• Não tem relevância jurídica, não tem força normativa, não cria direitos ou obrigações; 
• Não tem força obrigatória, servindo apenas como parâmetro interpretativo das normas 
constitucionais. 
 
Normas Programáticas 
 
• São normas de aplicação diferida(não têm aplicabilidade imediata); 
• Explicitam comandos-valores; 
• Conferem elasticidades ao ordenamento constitucional; 
• Têm como principal destinatário o legislador (pois é ele quem editará as normas que irão 
atender aos valores consignados nas normas programáticas); 
• Têm natureza de expectativa de direitos (não consagram verdadeiros direitos 
subjetivos); 
• Vêm, muitas vezes, acompanhadas de conceitos indeterminados ou parcialmente 
indeterminados. 
 
 
PODER CONSTITUINTE 
 
Conceito: 
 
É o poder de elaborar (Poder Constituinte Originário) ou atualizar (Poder Constituinte 
Derivado) uma Constituição através do acréscimo, modificação ou supressão de normas 
constitucionais. 
 
 
 
 
 
Dir. Constitucional 4 Profº Leonardo Rocha 
Pró-Concurso de Pernambuco 
Titularidade: 
 
A titularidade do Poder Constituinte pertence ao povo. ATENÇÃO: apesar da titularidade 
do Poder Constituinte pertencer ao povo, o seu exercício está nas mãos de pessoa diversa, 
conforme veremos mais adiante. Logo, a vontade constituinte é a vontade do povo 
expressa por meio de seus representantes. 
 
 
Espécies: 
 
a) Poder Constituinte Originário (ou de Primeiro Grau): estabelece a Constituição de 
um novo Estado, organizando-se e criando os Poderes destinados a reger os interesses 
de uma sociedade. Não deriva de nenhum outro, não sofre qualquer limite e não 
se subordina a nenhuma condição. Ocorre tanto no surgimento da primeira 
Constituição de um estado e como na elaboração de qualquer outra que venha 
posteriormente. 
 
▪ Características: 
 
• Inicial: não se fundamenta em nenhum outro; é a base jurídica de um Estado; 
• Autônomo / Ilimitado: não está limitado pelo direito anterior, não tendo que 
respeitar limites que tenham sido postos pelo direito positivo anterior; não há 
nenhum condicionamento material; 
• Incondicionado - não está sujeito a qualquer forma pré-fixada para manifestação 
de sua vontade; não está submisso a nenhum procedimento de ordem formal 
 
▪ Formas de Expressão: 
 
• Outorga: declaração unilateral do agente revolucionário (Constituições Outorgadas – 
Impostas). Ex.: Constituição de 1937. 
• Assembléia Nacional Constituinte (Convenção): deliberação dos representantes 
eleitos pelo povo para a elaboração de uma nova Constituição (Constituições 
Promulgadas – Democráticas). Ex.: Constituição de 1988. 
 
 
b) Poder Constituinte Derivado: também chamado Instituído ou de segundo grau – é 
secundário, pois deriva do poder originário. Está disciplinado na própria 
Constituição, estando sujeito às limitações explícitas e implícitas por ela impostas. 
 
▪ Características: 
 
• Derivado: deriva de outro poder que o instituiu, retirando sua força do poder 
Constituinte originário; 
• Subordinado: está subordinado a regras materiais; encontra limitações no texto 
constitucional. Ex. cláusulas pétreas 
• Condicionado: seu exercício deve seguir as regras previamente estabelecidas no 
texto constitucional; é condicionado a regras formais do procedimento legislativo. 
 
▪ Formas de Expressão: 
 
I) Poder Constituinte Derivado Reformador: é o responsável pela edição de 
emendas à Constituição. Quem exerce o Poder Constituinte Derivado 
Reformador é o Congresso Nacional; 
 
II) Poder Constituinte Derivado Decorrente: é o poder que os Estados-membros 
têm de elaborar as suas próprias constituições, com vistas a se auto-organizarem 
(autonomia). Quem exerce este poder são as Assembléias Legislativas dos 
Estados. 
 
 
Dir. Constitucional 5 Profº Leonardo Rocha 
Pró-Concurso de Pernambuco 
ATENÇÃO: apesar de opiniões doutrinárias em contrário, prevalece (para efeito de 
provas objetivas de concursos) o entendimento de que o Poder Constituinte 
Derivado Decorrente não foi estendido aos Municípios (que não se regem por 
Constituição, mas por Lei Orgânica, nos termos do art. 29 da CF/88) – critério 
jurídico-formal. 
 
III) Poder Constituinte Derivado Revisor: estabelecido pelo art. 3° do ADCT (Atos 
das Disposições Constitucionais Transitórias), consistiu numa Revisão da 
Constituição, realizada pelo Congresso Nacional, cinco anos após a 
promulgação da Constituição, em sessão unicameral e pela maioria dos 
seus membros, resultando em apenas seis emendas constitucionais de revisão. 
Não é mais possível nova manifestação do Poder Constituinte Derivado 
Revisor, em virtude de sua eficácia exaurida e aplicabilidade esgotada. 
 
OBSERVAÇÕES: 
 
• A Constituição de 1988 deu aos Municípios um status diferenciado do que antes era 
previsto, chegando a considerá-los como entes federativos, com a capacidade de 
auto-organizar-se através de suas Leis Orgânicas. 
• Apesar de, materialmente, as Leis Orgânicas serem equivalentes a verdadeiras 
constituições, na realização de provas objetivas de concursos, adotar o entendimento de 
que o Poder Constituinte Derivado Decorrente não foi estendido aos Municípios 
 
 
Limites ao Poder Constituinte Derivado Reformador: 
 
Como visto, o Poder Constituinte Reformador está sujeito a limitações (explícitas e 
implícitas) impostas pelo Poder Constituinte Originário. 
 
Nesse sentido, as limitações podem ser temporais, materiais ou circunstanciais. 
 
• Limites Temporais: existem quando se estabelece que a realização de reformas deve 
obedecer a determinada periodicidade. ATENÇÃO: Estes limites NÃO SE APLICAM À 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 (ocorreram apenas na Constituição do Império). 
• Limites Circunstanciais: referem-se à proibição de reformar a Constituição na vigência 
de determinadas situações, previstas no art. 60, § 1° da CF/88: “A Constituição não 
poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, estado de defesa ou estado de 
sítio”. 
• Limites Materiais: determinadas matérias que não podem ser objeto de modificação. 
São as denominadas “Cláusulas Pétreas”, previstas no art. 60, § 4° da CF/88: “Não 
será objeto de deliberação proposta de emenda tendente a abolir: I – a forma federativa 
de Estado; II – o voto direto, secreto, universal e periódico; III – a separação dos 
Poderes; IV – os direitos e garantias individuais”. 
 
As limitações materiais podem ser explícitas (quando estão expressamente previstas na 
Constituição) ou implícitas (quando decorrem do sistema constitucional, como as que 
estabelecem o processo de alteração das normas constitucionais e as que fixem as 
competências das unidades da federação). 
 
 
IMPORTANTE: O poder constituinte derivado está sujeito ao controle de 
constitucionalidade, pois deve obedecer às condições e limites impostos pelo Poder 
Constituinte Originário. 
 
Existem Limites Implícitos ao poder constituinte Derivado Reformador, decorrentes dos 
princípios adotados pela Constituição. Exs.: titularidade do poder constituinte; procedimento 
para as emendas constitucionais. 
 
 
 
Dir. Constitucional 6 Profº Leonardo Rocha 
Pró-Concurso de Pernambuco 
EMENDAS À CONSTITUIÇÃO (ART. 60 DA CF/88) 
 
Iniciativa: 
 
A Constituição poderá ser emendada mediante proposta : 
 
• de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado 
Federal; 
• do Presidente da República; 
• de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, 
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 
 
Limitações: 
 
a) Vedações circunstanciais (Art. 60, § 1° da CF/88): 
 
• intervenção federal; 
• estado de defesa; 
• estado de sítio. 
 
b) Vedações Materiais (Art. 60, § 4° da CF/88) – Cláusulas Pétras: 
 
• a forma federativa de Estado; 
• o voto direto, secreto, universal e periódico; 
• a separação dos Poderes; 
• os direitos e garantias individuais. 
 
Procedimento para a apresentação de uma Emenda à Constituição: 
 
• A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 dos votos dos 
respectivos membros. 
• A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dosDeputados 
e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. ATENÇÃO: O Presidente da 
República NÃO SANCIONA NEM VETA projeto de Emenda à Constituição; 
• A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada 
não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. 
 
▪ Sessão Legislativa: 
 
1 Ordinária: período de 15/02 a 30/06 e 01/08 a 15/12. 
2 Extraordinária: período de 01/07 a 31/07 e 16/12 a 14/02 (recesso) 
 
NÃO CONFUNDIR: “sessão legislativa” com “legislatura” que refere-se ao 
período de quatro anos, correspondente aos mandatos dos Deputados Federais. 
Assim, a legislatura compreende quatro sessões legislativas ordinárias. 
 
 
EMENDAS CONSTITUCIONAIS X MUTAÇÕES CONSTITUCIONAIS: 
 
Um ponto quem vem sendo bastante cobrado em concursos é o relativo à distinção entre 
Emendas Constitucionais e a chamada “Mutação Constitucional”. 
 
As emendas constitucionais são modificações no texto da Constituição, através de 
mecanismos previstos pelo Poder Constituinte Originário, suprimindo, alterando ou 
acrescentando dispositivos do texto original. 
 
Já a Mutação Constitucional não se refere a alterações “físicas”, “palpáveis” ao texto 
constitucional, mas a alterações na interpretação que é dada aos dispositivos da 
 
Dir. Constitucional 7 Profº Leonardo Rocha 
Pró-Concurso de Pernambuco 
Constituição. Trata-se de um processo “informal” (no sentido de que não está previsto 
entre aquelas formas de mudanças estabelecidas na Constituição). Trata-se de um reflexo 
do dinamismo das normas jurídicas, que precisam acompanhar as modificações sociais. 
 
 
HIERARQUIA DAS NORMAS JURÍDICAS 
 
As hierarquização das normas do ordenamento jurídico podem ser representadas por uma 
pirâmide, pois esta estrutura exige que o ato inferior guarde obediência ao ato 
hierarquicamente superior e que, todos eles, guardem obediência à Constituição, sob pena 
de serem ilegal ou inconstitucionais, conforme o caso. Trata-se da chamada relação de 
compatibilidade vertical, que guarda relação com o princípio da supremacia da 
Constituição. 
 
 
CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE DAS NORMAS 
 
Noções Preliminares: 
 
Os requisitos fundamentais para o Controle da Constitucionalidade são: a existência de uma 
Constituição Rígida e a atribuição de competência a um órgão para resolver os 
problemas de constitucionalidade, órgão este que variará de acordo com o sistema de 
controle adotado. No caso do Brasil, temos o STF (Supremo Tribunal Federal). 
 
A idéia de controle, então, emana da rigidez da constituição, a qual pressupões a noção de 
um escalonamento normativo (hierarquia das normas), ocupando a Constituição o 
topo da pirâmide normativa de modo a constituir-se como fundamento de validade para 
os demais atos normativos do sistema. 
 
Trata-se do princípio da supremacia da constituição, que, nos dizeres de José Afonso 
da Silva, “significa que a constituição se coloca no vértice do sistema jurídico do país, a que 
confere validade, e que todos os poderes estatais são legítimos na medida em que ela os 
reconheça e na proporção por ela distribuídos. É, enfim, a norma suprema do Estado, pois é 
nela que se encontram a própria estruturação deste e a organização de seus órgãos; é nela 
que se acham as normas fundamentais de Estado, e só nisso se notará sua superioridade 
em relação às demais normas jurídicas”. 
 
Do princípio da supremacia da constituição resulta o da compatibilidade vertical das 
normas do ordenamento jurídico de um país, no sentido de que as normas de grau inferior 
somente valerão se forem compatíveis com as normas de grau superior, que, em última 
instância, é a própria constituição. As que não forem compatíveis com ela são inválidas, pois 
a incompatibilidade vertical resolve-se em favor das normas de grau mais elevado, 
que funcionam como fundamento de validade das inferiores. 
 
Em resumo, Controle da Constitucionalidade... 
 
• é a verificação de adequação, de compatibilidade, de um ato jurídico qualquer, 
em especial a Lei, com a Constituição; 
• significa impedir a subsistência da eficácia de norma contrária à Constituição 
Federal; 
• significa dar conferência de eficácia plena a todos os preceitos Constitucionais 
em face da previsão do controle de Inconstitucionalidade por omissão; 
• a idéia do controle está ligada à rigidez Constitucional. ATENÇÃO: diversas provas de 
concurso têm procurado confundir o candidato com a afirmação de que o controle da 
constitucionalidade depende da existência de cláusulas pétreas e isso não é verdade! É 
evidente que a afronta as cláusulas pétreas está sujeita a controle da 
constitucionalidade, entretanto não é imprescindível que haja cláusulas pétreas numa 
constituição para que haja o dito controle. O que é necessário, isso sim, é que a 
 
Dir. Constitucional 8 Profº Leonardo Rocha 
Pró-Concurso de Pernambuco 
constituição seja rígida, ou seja, que para o processo de reforma seja previsto um 
procedimento mais dificultoso do que aquele previsto para as leis infraconstitucionais. 
 
Formas de Inconstitucionalidade: 
 
De forma genérica, a inconstitucionalidade é a contrariedade de uma norma 
infraconstitucional aos comandos emanados da Constituição. A inconstitucionalidade pode 
ocorrer do ponto de vista formal ou do ponto de vista material. 
 
A inconstitucionalidade formal ocorre quando a norma impugnada padece de algum vício 
em seu processo de formação, vale dizer, no processo legislativo de sua elaboração, 
podendo surgir em dois momentos do processo legislativo: iniciativa (subjetivo) ou nas 
fases posteriores (vício objetivo). Ocorre, por exemplo, quando um deputado federal dá 
início a uma lei cuja iniciativa era exclusiva do Presidente da República (vício subjetivo - 
iniciativa) ou quando uma Lei Complementar é votada com quorum de maioria relativa 
(vício objetivo). Essa forma de inconstitucionalidade é chamada nomodinâmica. 
 
Já o vício material diz respeito ao conteúdo do ato normativo. Não nos interessa aqui 
saber o processo de elaboração da espécie normativa, mas, de fato, o seu conteúdo. Essa 
forma de inconstitucionalidade é chamada nomoestática. 
 
Finalmente, cumpre apenas destacar que uma lei pode padecer de inconstitucionalidade 
apenas sob o prisma formal, apenas sob prisma material, ou ser duplamente 
inconstitucional (formal e materialmente). 
 
Momentos de Controle: 
 
O controle da constitucionalidade pode ser realizado antes do projeto de lei virar lei 
(controle preventivo), impedindo a inserção no sistema normativo de normas que 
padeçam de vícios, ou já sobre a lei, geradora de efeitos potenciais (controle repressivo 
ou posterior). 
 
Assim temos: 
 
CONTROLE PREVENTIVO CONTROLE REPRESSIVO 
 
Poder Legislativo 
Comissões de Constitucionalidade e 
Justiça (CCJ) 
 
 
Poder Legislativo 
Regulamento, Medida provisória, 
Lei Delegada (art. 49, V.) 
 
 
Poder Executivo 
Veto Jurídico 
 
_____________ 
 
Poder Judiciário (exceção) 
Mandado de Segurança (aconteceu com 
a 
EC 20 que contrariou o art. 60, §5º) 
 
Poder Judiciário 
Ação Judicial de Inconstitucionalidade 
 
 
 
Dir. Constitucional 9 Profº Leonardo Rocha 
Pró-Concurso de Pernambuco 
 
Controle Preventivo (Político ou “A Priori”): 
 
O controle preventivo é o que ocorre durante o processo de elaboração do ato normativo. 
Pode ser realizado pelos três Poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. 
 
1 Controle Preventivo realizado pelo Legislativo → Comissões de Constituição e 
Justiça 
2 Controle Preventivo realizado pelo Executivo → Veto Presidencial - quando o Chefe 
do Executivo considerar o projeto de lei inconstitucional (veto jurídico) ou contrário ao 
interesse público (veto político). 
3 Controle Preventivo realizado pelo Judiciário → Mandado de Segurança. Garantir o 
devido processo legislativo, pois os parlamentares têm direito público subjetivo de 
participar de um processo legislativo hígido, no moldes estabelecidospela CF. Este 
controle refere-se apenas à garantia de um procedimento em total conformidade com a 
Constituição, não lhe cabendo, contudo, a análise de atos interna corporis, vedando-se, 
portanto, interpretações regimentais. 
 
ATENÇÃO: o STF firmou entendimento no sentido de negar legitimidade ad causam 
a terceiros, que não ostentem a condição de parlamentar (ainda que invoquem 
a sua condição de destinatários da futura lei ou emenda à Constituição) sob 
pena de indevida criação de um controle preventivo da constitucionalidade em 
abstrato das normas, inexistente no nosso sistema constitucional. 
 
 
Controle Repressivo ou Posterior: 
 
O controle da constitucionalidade repressivo ou posterior é exercido sobre uma lei e não 
mais sobre um projeto de lei, como ocorre no controle preventivo. 
 
Como vimos nas noções preliminares a esse estudo, os requisitos essenciais do controle da 
constitucionalidade são a existência de uma Constituição rígida e a atribuição de 
competência a um órgão para resolver as questões relativas à matéria constitucional. 
 
Esse órgão ao qual é atribuída a competência para dirimir as controvérsias constitucionais 
varia de acordo com o sistema adotado: Controle Político, Controle Jurisdicional, Controle 
Misto. 
 
O Controle Político verifica-se em países onde a competência para resolver sobre matéria 
constitucional é atribuída a um órgão distinto dos três Poderes, normalmente realizado 
pelas Cortes Constitucionais ou Tribunais Constitucionais, sendo esse sistema comum 
em países da Europa como Portugal e Espanha. 
 
No Controle Jurisdicional, adotado, em regra, no Brasil, o controle da constitucionalidade 
é realizado pelo Poder Judiciário - através de um órgão único (controle concentrado) ou por 
qualquer juiz ou tribunal (controle difuso), ou, ainda, combinando as duas formas de 
controle jurisdicional (concentrado e difuso), o que resulta no controle jurisdicional 
misto (adotado no Brasil). 
 
Por último, temos o Controle Misto, em que a competência para dirimir questões relativas 
à matéria constitucional tanto é atribuída a um órgão distinto dos três Poderes como é 
atribuída também ao Poder Judiciário. 
 
IMPORTANTE: vimos que, em regra, o controle repressivo ou posterior da 
constitucionalidade no Brasil é exercido pelo Poder Judiciário. Em regra. Mas, como 
toda regra, temos exceções. Assim, existem duas situações em que o Poder 
Legislativo exerce o controle repressivo ou posterior, quais sejam: 
 
Dir. Constitucional 10 Profº Leonardo Rocha 
Pró-Concurso de Pernambuco 
 
• Art. 49, V, da CF/88. Compete exclusivamente ao Congresso Nacional sustar os 
atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder 
regulamentar ou dos limites da delegação legislativa. Esse controle será 
realizado mediante decreto legislativo a ser expedido pelo Congresso Nacional. 
Vejamos, de forma pormenorizada, cada uma das hipóteses: 
 
Sustar atos normativos do poder executivo que exorbitem do poder 
regulamentar: como veremos melhor ao estudarmos o Poder Executivo, é de 
competência privativa do Presidente da República expedir decretos e 
regulamentos para a fiel execução da lei (art. 84, IV). Portanto, ao Chefe do 
Executivo compete regulamentar uma lei expedida pelo Legislativo e tal 
procedimento será feito através de decreto. Pois bem, se no momento de 
regulamentar a lei o Chefe do Executivo extrapolá-la, disciplinando além do limite 
nela definido, este “a mais” poderá ser afastado pelo Legislativo, através de 
decreto legislativo a ser expedido pelo Congresso Nacional. 
 
Sustar atos normativos do poder executivo que exorbitem dos limites da 
delegação legislativa: como veremos ao estudar as espécies normativas, a 
Constituição atribuiu competência ao Presidente da República para elaborar a lei 
delegada, mediante delegação do Congresso Nacional, através de resolução, 
especificando o conteúdo e os termos de seu exercício (art. 68). Pois bem, no 
caso de elaboração pelo Presidente da República de lei delegada que extrapole os 
limites da aludida resolução, o Congresso Nacional poderá, através de decreto 
legislativo, sustar o referido ato normativo que exorbitou dos limites da 
delegação legislativa. 
 
• Art. 62, da CF/88. O Presidente da República, em caso de relevância ou 
urgência, poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo 
submetê-las, de imediato, ao Congresso Nacional (Poder Legislativo). 
Entendendo-a inconstitucional (e as medidas provisórias têm força de lei), o 
Congresso Nacional estará realizando controle de Constitucionalidade. 
 
 
Passaremos agora a estudar as modalidades de controle. 
 
Modalidades de Controle: 
 
Existem duas modalidades de Controle da Constitucionalidade: 
 
• Controle Difuso (aberto, por via de exceção ou defesa, em concreto) 
• Controle Concentrado (fechado, por via de ação, em abstrato) 
 
Controle Difuso (Aberto, por via de Exceção ou Defesa) 
 
O Controle Difuso é realizado por qualquer juízo ou tribunal do Poder Judiciário. 
Verifica-se, num caso concreto e a declaração da inconstitucionalidade dá-se de 
forma incidental, isto é, é um meio para atingir o resultado efetivamente pretendido no 
processo e não um fim em si mesma. 
 
Quando, no Controle Difuso, a sentença declara que a lei é inconstitucional, produz efeitos 
pretéritos, atingindo a lei desde a sua edição, tornando-a nula de pleno direito. Produz, 
portanto, efeitos retroativos ou ex tunc. Esta declaração de inconstitucionalidade alcança 
apenas as pessoas que litigaram no processo. 
 
Assim, no controle difuso da constitucionalidade, via de regra os efeitos da decisão serão: 
 
 
Dir. Constitucional 11 Profº Leonardo Rocha 
Pró-Concurso de Pernambuco 
• Inter partes; 
• Ex tunc. 
 
Agora, existe uma forma de estender os efeitos da decisão proferida no controle difuso da 
constitucionalidade para aquelas pessoas que não participaram do processo. É o que ocorre 
quando uma lei for declarada inconstitucional pelo STF, no controle difuso, desde 
que a decisão seja definitiva e deliberada pela maioria absoluta do pleno do 
Tribunal (art. 97 da CF/88), hipótese em que o Senado Federal, através de 
Resolução, poderá (poder discricionário, portanto) Suspender a Execução, no todo ou 
em parte, da respectiva lei. 
 
A partir do momento em que o Senado Federal suspender a execução, no todo ou em 
parte, da lei declarada inconstitucional em sede de controle difuso da constitucionalidade, a 
referida suspensão atingirá a todos (erga omnes), porém valerá a partir do momento em 
que a resolução do Senado for publicada na Imprensa Oficial, logo, não retroativa, ex nunc. 
 
Suspensa, pelo Senado Federal, a execução, no todo ou em parte, de lei declarada 
inconstitucional em decisão definitiva pela maioria absoluta do STF, assim ficarão os efeitos 
dessa decisão: 
 
• Erga omnes; 
• Ex nunc. 
 
 
Controle Concentrado (Fechado, em Abstrato, por via de Ação) 
 
O controle concentrado da constitucionalidade pode se manifestar de 05 (cinco) formas: 
 
1 Ação Direta de Inconstitucionalidade genérica (ADI); 
2 Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão; 
3 Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva; 
4 Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADECON ou ADC); 
5 Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF). 
 
Ao contrário da via de exceção ou defesa, através da qual o controle (difuso) se verifica nos 
casos concretos e incidentalmente ao objeto principal da lide, no controle concentrado, 
em razão de ser em relação a um ato normativo em tese, tem por objeto principal a 
declaração da (in)constitucionalidade da lei ou do ato normativo impugnado. 
 
 
a) Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica – ADI: 
 
Finalidade: apreciar a alegação de inconstitucionalidade em tese de lei ou ato normativo 
federal ou estadual. 
 
ATENÇÃO: as leis municipais não podem ser objeto de Ação Direta de 
Inconstitucionalidade, porque a Constituição somente mencionou as leis ou atosnormativos federais ou estaduais. No caso das leis municipais, é possível o controle 
de sua constitucionalidade através da Argüição de Descumprimento de Preceito 
Fundamental, conforme veremos mais adiante. 
 
OBSERVAÇÃO: apesar das leis municipais não poderem ser confrontadas 
diretamente com a Constituição Federal mediante Ação Direta de 
Inconstitucionalidade, é possível que as mesmas sejam confrontadas com a 
Constituição Estadual através de ação direta proposta perante o Tribunal de Justiça, 
conforme for previsto na Constituição do respectivo Estado. 
 
 
 
Dir. Constitucional 12 Profº Leonardo Rocha 
Pró-Concurso de Pernambuco 
Legitimados para propor ADI: 
 
• o Presidente da República; 
• a Mesa do Senado Federal; 
• a Mesa da Câmara dos Deputados; 
• a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
• o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
• o Procurado Geral da República; 
• o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
• Partido Político com representação no Congresso Nacional; 
• Confederação Sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
 
ATENÇÃO: a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito 
Federal; o Governador de Estado ou do Distrito Federa e a Confederação Sindical ou 
entidade de classe de âmbito nacional, para que tenham legitimidade para propor 
ADI precisam demonstrar a pertinência temática, ou seja, a existência de 
interesse direto na matéria questionada. 
 
 
Efeitos da Declaração de Inconstitucionalidade na Ação Direta de 
Inconstitucionalidade: 
 
• Ex Tunc; 
• Erga Omnes. 
 
Aspectos Gerais da ADI: 
 
• Proposta a ação, NÃO SE ADMITIRÁ DESISTÊNCIA; 
• Não há prazo para ajuizamento da ADI, mas se exige que o ato 
impugnado ainda esteja em vigor. 
• Não se admite intervenção de terceiros. 
• A decisão sobre constitucionalidade e sobre inconstitucionalidade 
somente será tomada se presentes pelo menos 8 Ministros, dependendo 
da aprovação de pelo menos 6 Ministros; 
• A decisão de ADI é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos 
declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória; 
• A medida cautelar será concedida por decisão da maioria absoluta dos 
membros do Tribunal (exceto no recesso); 
• Não cabe ADI de norma infraconstitucional pré-existente ao texto em 
vigor, pois não seria caso de análise de inconstitucionalidade, mas sim de 
recepção ou não; 
• A não recepção de uma norma traduz a sua revogação, não sendo caso, 
portanto, de inconstitucionalidade; 
• A decisão de constitucionalidade e inconstitucionalidade tem 
EFICÁCIA contra todos e EFEITO VINCULANTE em relação aos órgãos do 
Poder Judiciário e à Administração Pública federal, estadual e municipal. 
• permite-se que o STF declare a inconstitucionalidade de uma norma com 
base em motivos distintos dos contidos na petição inicial ("causa de pedir 
aberta") 
 
 
b) Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva: 
 
Finalidade: defender os chamados princípios constitucionais sensíveis, atingidos por 
Lei ou ato normativo estadual. 
 
Objetivo: a declaração da inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo impugnado e 
obter a intervenção federal no Estado-Membro ou no Distrito Federal. 
 
 
Dir. Constitucional 13 Profº Leonardo Rocha 
Pró-Concurso de Pernambuco 
Procedimento: uma vez julgada procedente a ação direta de inconstitucionalidade 
interventiva, compete ao Presidente da República expedir o decreto de intervenção. 
 
Legitimação para propor ADI: apenas do Procurador Geral da República. 
 
 
c) Ação de Inconstitucionalidade por omissão: 
 
Finalidade: conceder plena eficácia às normas constitucionais dependentes de 
regulamentação, quando ocorrer omissão por parte do poder público. 
 
É necessário que se trate de norma de eficácia jurídica limitada – de um direito 
constitucional nela previsto, cujo exercício se mostra inviabilizado em razão da omissão 
(parcial ou total) do legislador ou, se o caso, do administrador. 
 
as normas de eficácia limitada causam a Síndrome de inefetividade, já que não 
produzem efeitos antes da intervenção do legislador. 
 
Legitimados para propor ADI por Omissão: os mesmos da Ação Direta de 
Inconstitucionalidade genérica. 
 
Procedimento: declarada a inconstitucionalidade por omissão, o Supremo Tribunal Federal 
deverá dar ciência ao órgão ou poder competente para, em se tratando de órgão 
administrativo, adotar as providências necessárias em 30 dias ou, em relação ao Poder 
Legislativo, tomar tais providências necessárias (sem prazo preestabelecido para o Poder 
Legislativo). 
 
Assim, temos: 
 
• Na falta de uma medida legislativa → mera comunicação ao Congresso Nacional, sem 
coercitividade; 
• Na falta de uma medida administrativa → manda cumprir em 30 dias 
 
 
d) Ação Declaratória de Constitucionalidade – ADC: 
 
Finalidade: afastar a incerteza sobre a lei ou ato normativo federal. Declarada a 
constitucionalidade da norma, o Judiciário e o Executivo ficam vinculados à decisão 
proferida. 
 
ATENÇÃO: apenas as leis ou atos normativos FEDERAIS podem ser objeto de ADC, não 
estando abrangidos, portanto, as leis ou atos normativos estaduais ou municipais. 
 
Legitimados para propor ADC: os mesmos da Ação Direta de Inconstitucionalidade 
genérica. ATENÇÃO PORQUE ISSO É NOVIDADE TRAZIDA PELA EMENDA 
CONSTITUCIONAL N° 45/2004 e, portanto, é bastante provável que seja cobrado 
concursos. 
 
 
ADI por Omissão x Mandado de Injunção: 
 
• ADI por Omissão → efeito erga omnes (os efeitos da decisão atingem todas as 
pessoas); 
• Mandado de Injunção → efeito inter partes (os efeitos da decisão só atingem as partes 
do processo) 
• Apesar desta diferença eles tem pontos em comum: ambos tem como pressuposto um 
direito constitucional previsto em uma norma de eficácia limitada - a finalidade de 
ambos é VIABILIZAR O EXERCÍCIO DESTE DIREITO. 
• Enquanto na ADI por Omissão a omissão é tratad de forma concentrada (controle 
 
Dir. Constitucional 14 Profº Leonardo Rocha 
Pró-Concurso de Pernambuco 
concentrado da Constitucionalidade) no Mandado de Injunção a omissão é tratada de 
forma difusa (via de exceção); 
• no Mandato de Injunção, o campo material (objeto) é restrito: a omissão deve ser tal 
que inviabilize o exercício dos direitos. “ conceder-se-á mandado de injunção sempre 
que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e 
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania”. 
• O Mandado de Injunção deve ser impetrado pelo interessado. 
• Admite-se o Mandato de Injunção Coletivo (através dos Sindicatos). 
 
 
e) Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental - ADPF 
 
A argüição de descumprimento de preceito fundamental foi prevista no Art. 102, parágrafo 
1o, da CF/88, que dispõe da seguinte forma: “A argüição de descumprimento de preceito 
fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, 
na forma da lei”. 
 
O art. 102, parágrafo 1o, da CF/88 é uma norma de eficácia limitada, pois dependeu de 
regulamentação posterior para que pudesse ser plenamente aplicado. O dispositivo 
constitucional em questão limitou-se a estabelecer, em linhas gerais, a competência do 
Supremo Tribunal Federal para o julgamento da ação e deixou os demais aspectos para 
serem regulados no âmbito do legislador infraconstitucional. 
 
A argüição de descumprimento de preceito fundamental foi regulada pela Lei n° 9.882/99, 
nos seguintes termos: 
 
Finalidade: 
 
• evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público. 
• quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato 
normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição. 
 
Legitimados para a proposição da ação: os mesmos da ação direta de 
inconstitucionalidade genérica. 
 
Caráter subsidiário:conforme disposto no parágrafo 1o da Lei n° 9.882/99, é vedada a 
admissão de argüição de descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer 
outro meio eficaz de sanar a lesividade. Com isso, procurou-se demonstrar o intuito de que 
este instituto não seja utilizado como substituto das demais previsões constitucionais que 
têm a mesma semelhante finalidade, ou seja, a de zelar pela efetividade dos preceitos 
fundamentais. 
 
• em caso de extrema urgência, perigo de lesão grave, ou em período de recesso, poderá 
o relator conceder liminar, ad referendum (isto é, sujeita a confirmação) do Tribunal do 
Pleno. 
• O art. 8o da Lei n° 9882/99 estabelece que a decisão sobre a argüição de 
descumprimento de preceito fundamental será tomada em sessão na qual estejam 
presentes pelo menos 2/3 dos Ministros do STF. ATENÇÃO: Embora a lei não tenha 
estabelecido um quorum qualificado para a votação, deve-se observar o que está 
disposto no art. 97 da CF, que determina a necessidade de maioria absoluta. 
 
Efeitos: erga omnes e vinculantes aos demais órgãos públicos. ATENÇÃO: por razões de 
segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, 
por maioria de 2/3 de seus membros, restringir os efeitos da declaração ou decidir 
que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento 
que venha a ser fixado. 
 
• A decisão é irrecorrível, não podendo ser objeto de ação rescisória. 
 
Dir. Constitucional 15 Profº Leonardo Rocha 
Pró-Concurso de Pernambuco 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
 
 
A Constituição Federal de 1988 estabelece, em seu Título I (artigos 1° ao 4° da CF/88), os 
Princípios Fundamentais do Estado brasileiro, nos seguintes termos: 
 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem 
como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o 
Executivo e o Judiciário. 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e 
quaisquer outras formas de discriminação. 
 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos 
seguintes princípios: 
I - independência nacional; 
II - prevalência dos direitos humanos; 
III - autodeterminação dos povos; 
IV - não-intervenção; 
V - igualdade entre os Estados; 
VI - defesa da paz; 
VII - solução pacífica dos conflitos; 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
 
Dir. Constitucional 16 Profº Leonardo Rocha 
Pró-Concurso de Pernambuco 
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
X - concessão de asilo político. 
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, 
social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade 
latino-americana de nações. 
 
 
IMPORTANTE: Os fundamentos não se confundem com os objetivos fundamentais. 
Enquanto os primeiros referem-se a elementos integrantes do estado brasileiro, os 
segundos consagram os ideais a serem atingidos pelo Estado brasileiro (por isso, os 
objetivos são indicados por verbos). 
 
 
 
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
 
A Constituição Federal de 1988 distribuiu os Direitos e Garantias Fundamentais da seguinte 
forma: 
 
• Direitos e Deveres individuais e coletivos (art. 5° da CF/88); 
• Direitos Sociais (art. 6° a 11 da CF/88); 
• Direitos de Nacionalidade (art. 12 e 13 da CF/88); 
• Direitos Políticos (art. 14 a 16 da CF/88); 
• Partidos Políticos (art. 17 da CF/88) 
 
 
ATENÇÃO: É importante, porém, chamar atenção para o fato de que o fato da 
Constituição ter dedicado um Título especificamente aos direitos fundamentais 
não significa que ali estejam todos os direitos fundamentais previstos na nossa 
Constituição. Existem direitos fundamentais previstos em outros dispositivos, 
como é o caso do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado (direito de terceira dimensão, como visto), que está estabelecido no 
art. 225 da CF/88. 
 
IMPORTANTE: existe distinção doutrinária entre direitos e garantias fundamentais. A 
Constituição declara os direitos fundamentais e estabelece as garantias, que são normas 
destinadas a assegurar o respeito aos direitos fundamentais (as garantias, portanto, têm 
caráter instrumental). Assim temos: 
 
• Direitos → Normas Declaratórias 
• Garantias → Normas Assecuratórias (Instrumentais) 
 
 
Conceito: 
 
Direitos Fundamentais representam o conjunto de direitos considerados indispensáveis à 
pessoa humana. São aqueles direitos reconhecidos como necessários para assegurar a 
todos uma existência digna, livre e com condições de igualdade perante os demais. 
 
Origem: 
 
Os direitos fundamentais surgiram da necessidade de se impor limites à atuação do Estado 
absoluto em favor da liberdade do indivíduo, isto é, de se impor limites à ingerência Estatal 
na esfera de liberdade individual. Dessa forma, as primeiras normas relativas a direitos 
fundamentais tinham como conteúdo a exigência de uma atuação negativa (um não fazer) 
por parte do Estado, em favor da liberdade do indivíduo. 
 
 
Dir. Constitucional 17 Profº Leonardo Rocha 
Pró-Concurso de Pernambuco 
Daí dizer-se que os direitos fundamentais surgiram como “direitos negativos”, 
limitadores da atuação Estatal frente aos indivíduos. Ex.: O direito de locomoção (ir, 
vir ou ficar) foi um dos primeiros direitos fundamentais reconhecidos pelas Constituições. 
Seu conteúdo não pressupõe uma atuação positiva do Estado, mas sim uma abstenção, na 
exata medida em que o Estado não pode, sem motivo justo, desrespeitar o direito de 
locomoção da pessoa. 
 
Evolução e Classificação: 
 
Com o passar do tempo, os direitos fundamentais foram evoluindo e, a partir do século XX, 
passaram a assumir feições diferenciadas, deixando de se preocupar unicamente com a 
liberdade do indivíduo para passar a exigir, também, uma atuação positiva do Estado. 
 
Diante dessa evolução, a doutrina moderna classificou os direitos fundamentais em 
gerações (ou dimensões). Para isso, tomou por base o critério cronológico, isto é, levou 
em consideração o momento em que tais direitos foram reconhecidos como fundamentais. 
 
a) Direitos Fundamentais de Primeira Geração: 
 
Os direitos fundamentais de primeira geração (dimensão) foram os primeiros a ser 
reconhecidos pelos ordenamentos constitucionais, e têm como principais características: 
 
• Surgimento no Estado liberal, em oposição ao Estado absoluto; 
• Inspiração nos ideais de liberdade; 
• São direitos negativos; 
• Correspondem aos direitos civis e políticos (direito de locomoção, direito de 
manifestação, direito de propriedade etc.). 
 
 
b) Direitos Fundamentais de Segunda Geração: 
 
Posteriormente, as Constituições começaram a consagrar direitos fundamentais que 
demonstravam a preocupação constituinte em relação aos desamparados e com a 
necessidade de se assegurar um mínimo de igualdade entre os homens. São os direitos 
fundamentais de segunda geração (dimensão), que têm como principais características: 
 
• Surgimento no Estado social, em oposição ao Estado liberal (início do século XX); 
• Inspiração nos ideais de igualdade; 
• Exigência de uma atuação positiva do Estado, no sentido de assegurar um mínimode 
igualdade entre os homens. ATENÇÃO: os direitos fundamentais só passaram a ter 
uma feição positiva a partir da segunda geração; 
• Consagram direitos sociais, culturais e econômicos (direito a condições mínimas de 
trabalho, à previdência e assistência social, saúde, moradia, lazer, a um salário que 
assegure o mínimo de dignidade ao homem, à sindicalização e à greve dos 
trabalhadores etc.). 
 
IMPORTANTE: apesar dos direitos fundamentais de segunda geração serem dotados de 
uma feição tipicamente positiva, existem direitos sociais de natureza negativa, a exemplo 
do direito de sindicalização (art. 8° da CF/88) em que se impõe ao Estado uma postura 
negativa: não intervenção. 
 
c) Direitos Fundamentais de Terceira Geração: 
 
Na fase seguinte, as Constituições passaram a demonstrar sua preocupação com os 
“interesses difusos” (pertencentes a um grupo indeterminado de pessoas), através da 
proteção dos bens jurídicos da coletividade (como a preservação do meio ambiente, da paz, 
do progresso da humanidade, do patrimônio histórico e cultural etc.). Eis o surgimento dos 
direitos fundamentais de terceira geração, cujas principais características são: 
 
 
Dir. Constitucional 18 Profº Leonardo Rocha 
Pró-Concurso de Pernambuco 
• Inspiração nos ideais de fraternidade e de solidariedade; 
• A preocupação deixa de estar voltada apenas aos bens jurídicos da pessoa 
individualmente considerada, e passa a alcançar os bens coletivos, os interesses difusos; 
• São direitos positivos 
 
OBSERVAÇÃO: começa a surgir na doutrina a categoria dos Direitos Fundamentais de 
Quarta Geração (Dimensão), que, nas lições de Paulo Bonavides, são aqueles ligados à 
globalização política, fenômeno mundial que atinge, em maior ou menor grau, 
todas as nações, correspondendo ao direito de informação, de democracia e de 
pluralismo. Entretanto, para efeito de provas objetivas de concursos prevalece a 
classificação que vai até a terceira geração. Se, eventualmente, a prova mencionar a quarta 
geração, aí sim, deve-se utilizar esta última classificação. 
 
ATENÇÃO: 
 
É necessário esclarecer que uma nova geração de direitos fundamentais não 
representa a supressão ou substituição das gerações anteriores. Pelo contrário, 
trata-se de um acréscimo, tanto quantitativo como qualitativo ao rol de direitos 
fundamentais até então existentes. 
 
Do ponto de vista quantitativo, há um acréscimo de novos direitos ao rol daqueles eleitos 
como fundamentais. Do ponto de vista qualitativo,ocorre a ampliação do alcance das 
gerações anteriores de direitos fundamentais, pois os direitos já consagrados são 
enriquecidos pelas novas gerações. 
 
Tomemos por base o Direito de Propriedade. Este direito tem caráter tipicamente de 
primeira geração, como vimos. Entretanto, o surgimento dos direitos fundamentais de 
segunda geração a sociedade superou a noção meramente individualista para assumir 
feições mais comprometidas com a ordem social (prova disso é que a Constituição Federal 
de 1988 estabelece que a propriedade deverá atender a sua função social sendo, inclusive, 
possível a desapropriação nos casos em que a sociedade não estiver atendendo a essa 
função social - art. 5º, incisos XXIII e XXIV, da CF/88). Finalmente, com o advento dos 
direitos fundamentais de terceira geração, além da preocupação social ,impõe-se ao 
proprietário a obrigação de respeitar as leis de proteção ao meio ambiente (caráter difuso). 
 
 
Destinatários dos Direitos e Garantias Fundamentais: 
 
Apesar de, inicialmente, a doutrina ter entendido que os direitos fundamentais se aplicariam 
apenas às pessoas físicas, hoje é pacífico o entendimento de que estes se aplicam tanto 
às pessoas físicas como às pessoas jurídicas, desde que compatíveis com as 
peculiaridades destas últimas. 
 
É importante destacar, inclusive, que existe um grupo de direitos fundamentais 
voltado especificamente para as pessoas jurídicas (direitos fundamentais dos 
partidos políticos, no art. 17 da CF/88). 
 
Os direitos e garantias fundamentais destinam-se a todos os brasileiros e estrangeiros que 
estejam dentro do território nacional. 
 
 
Relatividade dos Direitos Fundamentais: 
 
Não existem direitos fundamentais de natureza absoluta. Todos são relativos. Os 
bens constitucionais devem se usufruídos de modo a respeitar outros direitos igualmente 
protegidos. 
 
Nem mesmo o direito à vida é absoluto! Tanto é que a Constituição Federal admite a pena 
de morte no caso de guerra declarada (art 5°, XLVII, “a”, da CF/88). 
 
Dir. Constitucional 19 Profº Leonardo Rocha 
Pró-Concurso de Pernambuco 
 
IMPORTANTE: o STF já pacificou o entendimento no sentido de que “os direitos 
fundamentais não podem servir de escudo para práticas ilícitas” e nisso veio a solidificar o 
entendimento acerca da relatividade dos direitos fundamentais. 
 
Outro aspecto a denotar a relatividade dos direitos fundamentais é o fato de que a própria 
Constituição Federal estabelece hipóteses nas quais poderão ser impostas limitações a esses 
direitos. 
 
Veja-se, por exemplo, que na vigência de estado de defesa, poderão ser adotadas, entre 
outras medidas, restrições aos direitos de reunião, de sigilo de correspondência, de sigilo de 
comunicação telegráfica e telefônica (art. 136, § 1º, da CF/88). Da mesma forma, durante o 
estado de sítio poderão ser impostas restrições relativas à inviolabilidade da 
correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de 
imprensa, radiodifusão e televisão, bem assim suspensão da liberdade de reunião, busca e 
apreensão em domicílio entre outras medidas (art. 139, da CF/88). 
 
Além disso, também é possível restringir direitos fundamentais através de leis 
infraconstitucionais, desde que obedecido ao princípio da razoabilidade, que atua fixando 
os limites a serem observados pelas leis restritivas de direitos constitucionais. 
 
Dessa forma, para sabermos se determinada restrição a direitos fundamentais (criada por 
dispositivo infraconstitucional) é válida ou não, teremos que responder às seguintes 
indagações: 
 
• a imposição dessa restrição é necessária, existe uma razão de interesse público que a 
justifique? 
• essa restrição é adequada para o alcance do fim almejado, para o objetivo pretendido? 
Será que ela produzirá, efetivamente, os efeitos esperados? 
• será que há uma relativa equivalência entre a restrição imposta e o fim esperado? Será 
que não haveria outro meio menos gravoso para se atingir esse mesmo fim, uma outra 
restrição menos gravosa ao indivíduo que produziria o mesmo resultado? 
 
Caso a lei restritiva não atenda aos requisitos necessidade, adequação e 
proporcionalidade não será válida, devendo ser retirada do ordenamento jurídico em 
virtude de sua inconstitucionalidade, por não respeitar ao princípio da razoabilidade. 
 
 
Conflito (Colisão) de Direitos Fundamentais: 
 
Não se pode falar em conflito, em abstrato, entre dispositivos constitucionais, 
tendo em vista que o texto constitucional constitui-se numa unidade, num todo harmônico 
(princípio da unidade da Constituição). Assim, apenas diante de um caso concreto é 
que torna-se possível falar em conflito de direitos fundamentais 
 
Por essa razão é que, quando a Constituição estabelece num artigo que homens e mulheres 
são iguais perante a lei (art. 5º, I, da CF/88) e em outro dispositivo diz que o Estado deverá 
proteger o mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos (art. 7º, XX, da 
CF/88), não se pode afirmar que existe incongruência ou contrariedade entre os referidos 
dispositivos. 
 
Harmonizando os dispositivos acima, chega-se à conclusão de que o que a Constituição 
veda são as discriminações arbitrárias entre homens e mulheres, mas, tendo em vista a 
tradicional discriminação sofrida pela mulher no mercado de trabalho brasileiro, é lícito ao 
legislador minimizar esse desequilíbrio, mediante o estabelecendo de incentivos específicos 
ao mercado de trabalho da mulher.O ponto mais importante a ser destacado acerca desse tema é que, na solução de um 
conflito entre direitos fundamentais, deverá o aplicador do Direito resolver o caso 
 
Dir. Constitucional 20 Profº Leonardo Rocha 
Pró-Concurso de Pernambuco 
concreto a partir de um juízo de ponderação entre os valores conflitantes, de acordo com 
as características de cada caso, tendo em vista que não existe hierarquia (portanto, não 
há relação de subordinação) entre princípios fundamentais. Portanto, deve o intérprete 
buscar uma conciliação, uma harmonização entre os direitos conflitantes de modo a 
estabelecer, no caso concreto, qual deles deve prevalecer (evitando a supressão completa 
de um direito fundamental). 
 
 
Aplicabilidade Imediata das Normas Definidoras de Direitos e Garantias 
Fundamentais: 
 
A Constituição Federal estabelece, em seu art. 5º, § 1º, que as normas definidoras dos 
direitos e garantias fundamentais têm aplicabilidade imediata. Com isso, o legislador 
constituinte pretendeu outorgar uma maior aplicabilidade, uma maior eficácia aos direitos 
fundamentais. 
 
Ocorre que nem todos os direitos fundamentais são normas de aplicabilidade imediata 
(eficácia plena), visto que já se reconheceu a necessidade de regulamentação de 
determinados dispositivos para a produção de seus plenos efeitos. Em outras palavras, já se 
reconheceu a existência de direitos fundamentais que são, na realidade, normas de eficácia 
limitada (dependentes de regulamentação para viabilizar o exercício do direito nelas 
previsto), como é o caso do art. 7º, XX e XXVII da CF/88. 
 
 
Da Enumeração não Exaustiva dos Direitos Fundamentais pela CF/88: 
 
A enumeração constitucional dos direitos fundamentais não é exaustiva ou taxativa 
(numerus clausus). O texto constitucional estabelece é um mínimo de direitos, mas permite 
que outros direitos fundamentais sejam estabelecidos pelo legislador, desde que não 
contrariem princípios já estabelecidos pela Constituição Federal. Dessa forma, é possível 
afirmar que os direitos fundamentais estão dispostos de forma meramente enumerativa 
ou exemplificativa da Constituição Federal, nos termos do art. 5°, § 2º, da CF/88: “Os 
direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime 
e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República 
Federativa do Brasil seja parte.” 
 
Acerca dessa matéria, existia uma importante controvérsia instalada na doutrina e na 
jurisprudência, no sentido de definir se os tratados internacionais que tratem de direitos 
fundamentais, pelo simples fato de tratar de direitos fundamentais, seriam (ou não) 
equivalentes a normas constitucionais. 
 
O STF firmou entendimento no sentido de que os tratados internacionais, mesmo quando 
versem sobre direitos humanos, têm força de lei ordinária federal, pondo fim à discussão. 
 
De regra, portanto, os direitos fundamentais previstos em tratados e convenções 
internacionais não gozam de status constitucional, situando-se no mesmo plano 
hierárquico das diferentes espécies normativas infraconstitucionais. 
 
Há, porém, uma situação que foge a essa regra, disciplinada no § 3º do art. 5º da 
Constituição Federal (introduzido pela Emenda Constitucional nº 45/2004), nos termos 
seguintes: “Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que 
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três 
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas 
constitucionais.” 
 
Dessa forma, para que um tratado internacional assuma força de norma constitucional é 
necessário: 
 
1 Que verse sobre direitos humanos; 
 
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Pró-Concurso de Pernambuco 
2 Que seja aprovado, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três 
quintos dos votos dos respectivos membros. 
 
Significa dizer que esses direitos fundamentais previstos em tais normas internacionais 
deverão ser observados por toda a legislação infraconstitucional, sob pena de 
inconstitucionalidade, e somente poderão ser modificados mediante o procedimento 
legislativo mais dificultoso, previsto para as Emendas Constitucionais. 
 
Finalmente, é importante destacar que esses tratados internacionais, que por atender a 
esses dois requisitos, assumem força de norma constitucional, ficam protegidos pela 
limitação estabelecida no art. 60, § 4º, da CF/88 (cláusulas pétreas). 
 
 
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS (ART. 5° DA CF/88) 
 
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos seguintes termos: 
 
Direito à Vida: é o principal direito individual, pois todos os demais direitos dependem de 
sua existência. Seria absolutamente inútil proteger a liberdade ou a igualdade de uma 
pessoa sem que fosse assegurada a sua vida. É o direito à existência do ser humano. 
Abrange o direito à integridade física e o direito à qualidade de vida. 
 
Direito à Liberdade: liberdade é a faculdade que uma pessoa tem de fazer ou não fazer o 
que deseja. O direito à liberdade, como todos os direitos fundamentais, não é absoluto, pois 
ninguém pode fazer tudo o que deseja. Sua garantia está contida no princípio da 
legalidade, segundo o qual "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma 
coisa senão em virtude de lei". 
 
Direito à Igualdade: "todos são iguais perante a lei, sem disntinção de qualquer 
natureza". Consiste em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais,, na 
medida de suas desigualdades. Isso porque, tratar igualmente os desiguais acabaria por 
aumentar as desigualdades já existentes e essa não é a finalidade da norma constitucional. 
O que a Constituição procura é minimizar as discriminações, através de tratamentos que 
minimizem as desigualdades sociais. Assim, o direito à igualdade permite que haja 
tratamento diferenciado entre as pessoas, desde que exista uma justificativa racional para 
tanto. 
 
Direito à Segurança: segurança é a tranquilidade do exercício dos direitos fundamentais. 
Além do Estado fixar direitos aos indivíduos, é necessário que crie condições para que as 
pessoas possam exercer, com a devida tranquilidade, o direito à vida, à propriedade, à 
integridade física, à liberdade etc. 
 
Direito à Propriedade: trata-se da proteção do direito que a pessoa tem de utilizar o seus 
bens e de reavê-los das mãos de quem injustamente os possua. Sem a proteção a esse 
direito, qualquer direito pessoal de natureza econômica poderia ser desapropriado pelo 
Poder Público sem a necessidade de pagamento de qualquer indenização, o que é 
inaceitável. 
 
Esses direitos estão tutelados, direta e indiretamente, mediante diversas disposições do art. 
5° DA CF/88, CONFORME SE MOSTRA A SEGUIR: 
 
Ninguém será: 
 
• obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei → 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: nenhuma obrigação pode ser imposta às pessoas 
sem previsão em lei no sentido formal. 
• submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; 
 
Dir. Constitucional 22 Profº Leonardo Rocha 
Pró-Concurso de Pernambuco 
• privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou 
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e 
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; 
• compelido a associar-se ou a permanecer associado; 
• privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; 
• considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória; 
• preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de 
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou 
crime propriamente militar, definidos em lei; 
• levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitira liberdade provisória, 
com ou sem fiança; 
• processado nem sentenciado senão pela autoridade competente 
 
É inviolável: 
 
• a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos 
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas 
liturgias; 
• a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o 
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
• o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses 
e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução 
processual penal; 
 
É livre: 
 
• a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato 
• a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença; 
• o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer; 
• a locomoção no território nacional, em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, 
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; 
 
É assegurado: 
 
• o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano 
material, moral ou à imagem; 
• prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares; 
• é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, 
quando necessário ao exercício profissional; 
• a todos, independentemente do pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direito ou contra 
ilegalidade ou abuso de poder; 
b) a obtenção de CERTIDÕES em repartições públicas, para defesa de direitos e 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; por outro lado, 
 
IMPORTANTE: caso seja negado o fornecimento de uma certidão, o remédio 
constitucional apropriado será o Mandado de Segurança e não o Habeas Data. 
 
A lei: 
 
• estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou 
utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização 
em dinheiro; 
• não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; 
Princípio da Inafastabilidade da Tutela Jurisdicional: o ingresso em juízo não 
 
Dir. Constitucional 23 Profº Leonardo Rocha 
Pró-Concurso de Pernambuco 
está condicionado à exaustão de esferas administrativas, apenas em relação aos 
litígios decorrentes de competições esportivas é que a CF/88 estabelece que 
o Poder Judiciário somente admitirá ações após esgotarem-se as instâncias 
da Justiça Desportiva. Mesmo nesse caso, existe o prazo máximo de 60 dias para 
que a Justiça Desportiva profira decisão final, sob pena de ser possível o ingresso ao 
Poder Judiciário independentemente da solução final na Justiça Desportiva. Uma 
observação importante é que a “Justiça Desportiva”, apesar do nome “Justiça” não 
integra o Poder Judiciário, pertencendo à esfera Administrativa. 
• não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. 
Trata-se do Princípio da Segurança Jurídica: a Constituição assegura a 
estabilidade das relações jurídicas, por isso veda a aplicação retroativa da lei 
para atingir o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Admite-se, 
porém, a denominada retroatividade mínima, que consiste na aplicação da lei nova 
aos efeitos futuros de relações jurídicas surgidas na vigência da lei anterior. 
• penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
• regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos; 
• punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades 
fundamentais; 
• só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da 
intimidade ou o interesse social o exigirem. 
 
Penas: 
 
• nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de 
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser estendidas aos sucessores 
e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 
• não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
e) cruéis; 
 
Crimes: 
 
• não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação 
legal; 
• será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for 
intentada no prazo legal; 
• constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis 
ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático e a prática do 
racismo, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; 
• a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia: 
a) a prática da tortura, 
b) o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, 
c) o terrorismo ; 
d) e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os 
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
 
Prisão: 
 
• não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento 
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; 
• a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária 
 
Dir. Constitucional 24 Profº Leonardo Rocha 
Pró-Concurso de Pernambuco 
• não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
• o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar 
preso além do tempo fixado na sentença; 
 
Propriedade: 
 
• é garantido o direito de propriedade; 
• a propriedade atenderá a sua função social; 
• a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela 
família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes 
de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu 
desenvolvimento; 
• a casa é asilo inviolável do indivíduo (INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO), 
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de 
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por 
determinação judicial; IMPORTANTE: esse dispositivo abrange, também, o lugar 
em que a pessoa exerce, de modo particular, uma profissão, a exemplo de escritório 
de advocacia. 
• no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de 
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver 
dano; 
 
Entidades e Associações: 
 
• todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, 
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião 
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à 
autoridade competente; 
• é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter 
paramilitar; 
• a criação de associações e a de cooperativas independem de autorização, 
sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; 
• as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas 
atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o 
trânsito em julgado; 
• as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade 
para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; 
 
Processos: 
 
• aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes; 
• o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que 
comprovarem insuficiência de recursos; 
• são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
• é reconhecida a INSTITUIÇÃO DO JÚRI, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolososcontra a vida; 
 
Sucessão e Herança: 
 
• é garantido o direito de herança; 
• a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei 
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja 
mais favorável a lei pessoal do de cujus; 
 
 
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Extradição 
 
• nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime 
comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em 
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 
• não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de 
opinião; 
 
 
 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
 
Conceito: 
 
Os Remédios Constitucionais são os meios colocados à disposição do indivíduo para 
proteção de seus direitos fundamentais. Quando o simples enunciado dos direitos 
fundamentais não for suficiente para a propiciar o respeito aos mesmos, o indivíduo pode 
lançar mão dos Remédios Constitucionais para que seus direitos fundamentais sejam 
observados. 
 
 
HABEAS CORPUS: 
 
O Habeas Corpus está previsto no art. 5°, LXVIII, da CF/88, que assim estabelece: 
 
“LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer 
ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua 
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”. 
 
O habeas corpus é uma garantia individual ao direito de locomoção (direito de ir, vir ou 
ficar), constituindo-se numa ordem dada pela autoridade judiciária para que cesse a 
ameaça ou coação à liberdade de locomoção do indivíduo decorrente de ato ilegal ou 
revestido de abuso de poder. 
 
Note-se que, enquanto a ilegalidade consiste na contrariedade do ato às disposições legais, 
no caso do abuso de poder o ato em si seria legal, se não tivesse sido praticado de modo 
excessivo ou com finalidade diversa daquela estabelecida pela lei. 
 
Pessoas envolvidas na ação de habeas corpus: 
 
2 Autor → impetrante; 
3 Indivíduo em favor de quem se impetra C → Paciente; 
4 Autoridade que pratica a ilegalidade ou abuso de poder → Autoridade Coatora ou 
Impetrado 
 
O impetrante pode ser qualquer pessoa, física ou jurídica. Não é necessário ser 
advogado para impetrar habeas corpus: MAS ATENÇÃO: apenas as pessoas físicas 
podem ser pacientes em ações de habeas corpus. 
 
O habeas corpus pode ser preventivo, no caso de alguém se achar ameaçado de sofrer 
violência ou coação em sua liberdade de locomoção (ou seja, a ilegalidade ou abuso de 
poder ainda não se consumou) ou repressivo ou liberatório quando a ameaça ou coação 
ao direito de locomoção do indivíduo já tiver se concretizado. 
 
OBSERVAÇÃO: não cabe habeas corpus em relação às punições disciplinares militares (art. 
142, § 2° da CF/88), salvo se a punição infringir algum pressuposto de legalidade 
(hierarquia, poder disciplinar, ato ligado à função ou pena suscetível de ser aplicada 
administrativamente). 
 
 
Dir. Constitucional 26 Profº Leonardo Rocha 
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HABEAS DATA: 
 
O Habeas Data está previsto no art. 5°, LXXII, da CF/88, que assim estabelece: 
 
“LXXII - conceder-se-á ‘habeas data’: 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa 
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de 
entidades governamentais ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
meio de processo sigiloso, judicial ou administrativo”. 
 
O habeas data é a garantia constitucional colocada à disposição de qualquer pessoa que 
deseje tomar conhecimento ou retificar informações relativas à sua pessoa, 
constantes de bancos de dados públicos ou abertos ao público. 
 
ATENÇÃO: essa garantia não se confunde com o direito de obter certidões relativas a 
questões de interesse particular (art. 5°, XXXIV, “b”, da CF/88) ou de informações de 
interesse particular, coletivo ou geral. Havendo recusa no fornecimento de certidões (para 
questões de interesse pessoal) o remédio próprio é o mandado de segurança. O mesmo 
se diga para informações relativas a terceiros, em que o remédio apropriado também é o 
mandado de segurança. Apenas quando se tratar de informações relativas à 
pessoa do impetrante é que caberá o habeas data. 
 
 
OBSERVAÇÃO: tanto o habeas corpus como o habeas data são gratuitos! 
 
 
MANDADO DE SEGURANÇA: 
 
O mandado de segurança está previsto no art. 5°, LXIX, da CF/88, que assim estabelece: 
 
“LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito 
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas 
data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for 
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de 
atribuições do Poder Público”. 
 
Estão, portanto, excluídas do alcance do mandado de segurança as violações (ou ameaças 
de violação) ao direito de locomoção do indivíduo (porque a elas se aplica o habeas corpus) 
e as questões relativas a informações pessoais (porque a elas se aplica o habeas data). 
 
 
ATENÇÃO: Não esquecer que, apesar do habeas data ser o meio adequado ao acesso a 
informações de caráter pessoal, se houver recusa ao fornecimento de certidões (para 
questões de interesse pessoal) ou de informações relativas a terceiros, o remédio 
próprio será o mandado de segurança. 
 
Direito Líquido e Certo é aquele que pode ser demonstrado desde logo, mediante prova 
documental pré-constituída. Costuma-se dizer que é aquele em que não é necessário 
dilação probatória. 
 
O mandado de segurança pode ser impetrado tanto por pessoas físicas como por pessoas 
jurídicas. Da mesma forma, pode ser utilizado para defender direito líquido e certo de uma 
pessoa determinada ou de um grupo de pessoas (uma coletividade). Neste último caso 
(defesa de direito líquido e certo de uma coletividade) será denominado MANDADO DE 
SEGURANÇA COLETIVO. 
 
o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
 
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a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e 
em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus 
membros ou associados. 
 
O prazo para impetração do mandado de segurança é de 120 (cento e vinte) dias, 
contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado (prazo decadencial). 
 
 
MANDADO DE INJUNÇÃO: 
 
O mandado de injunção está previsto no art. 5°, LXXI, da CF/88, que assim estabelece: 
 
 
“LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de 
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos 
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas 
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania”. 
 
O mandado de injunção é o remédio adequado para solucionar a chamada síndrome da 
inefetividade das normas constitucionais, que ocorre quando normas de eficácia 
limitada (ou seja, normas constitucionais que precisam serem reguladas pela legislação 
infraconstitucional para que comecem a produzir efeitos) não receberam ainda a 
regulamentação necessária. 
 
O STF entende que os efeitos do reconhecimento da omissão em sede de mandado de 
injunção limita-se ao reconhecimento da inércia legislativa do poder público, não 
tendo o condão de suprir a omissão no caso concreto. 
 
 
AÇÃO POPULAR: 
 
A ação popular está prevista no art. 5°, LXXIII, da CF/88, que assim estabelece: 
 
“LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação 
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de 
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, 
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando 
o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e 
do ônus da sucumbência”. 
 
A ação popular é remédio constitucional através do qual o cidadão pode buscar a anulação 
de atos administrativos ilegais ou que causem prejuízo

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