CCJ0014-WL-C-PP-Aula 13-Direito Civil 2 - Guido Cavalcanti

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Direito Civil
Prof. Guido Cavalcanti 
Cláusula Penal
É a obrigação acessória, pela qual se estipula pena ou multa destinada a evitar o inadimplemento da principal. 
É também chamada de pena convencional ou multa contratual.
Pode ser estipulada tanto em contratos bilaterais quanto unilaterais.
A noção mais clara de cláusula penal ensina quando um devedor, se obriga, a outra prestação (que não a principal) no caso de inadimplemento.
Pode ser estipulada no ato da obrigação principal ou em momento posterior. 
CAPÍTULO V
Da Cláusula Penal
Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora.
Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior, pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou simplesmente à mora.
Geralmente tem forma de entrega de dinheiro, mas pode tomar qualquer forma, como entrega de uma coisa ou perda de algum benefício.
Natureza Jurídica
É verdadeiramente um pacto secundário e acessório. 
Sua eficácia depende necessariamente da existência da obrigação principal.
A cláusula penal não se confunde com a obrigação principal. Observemos:
Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal.
Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal.
Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
A nulidade da obrigação principal, também gera nulidade da cláusula penal, mas o contrário não é verdadeiro.
Função da Cláusula Penal
Tem dupla função:
A)atua como meio de coerção (intimidação), para compelir o devedor a cumprir sua obrigação.
B)Como prefixação das perdas e danos.
Com a estipulação da cláusula, evita-se o incômodo de tentar demonstrar danos em juízo.
Basta ao credor demonstrar inadimplemento, ficando dispensado de prova de prejuízo.
Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.
Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.
O devedor não possui muita capacidade argumentativa para evitar a cláusula penal, pois foi um dos elementos pactuados.
Da mesma forma, não pode o credor aumentar seu valor a pretexto de ser insuficiente. Mas pode tentar recuperar o resto que perdeu através de perdas e danos.
Para que o credor receba mais que a cláusula penal, terá que se valer do parágrafo único do artigo 416.
Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.
Observe que deverá haver prova específica sobre o alegado prejuízo.
Valor da cláusula Penal
A simples alegação que a cláusula penal é alta não autoriza o juiz a reduzi-la. Mas pode haver redução, em dois casos:
A)quando ultrapassar o limite legal. 
B)nas hipóteses do art. 413.
O limite legal é o valor da obrigação principal, que não pode ser excedido.
Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal.