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CCJ0014-WL-C-PP-Aula 05-Direito Civil 2 - Guido Cavalcanti

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Direito das Obrigações
Aula 5
A solidariedade é um artifício técnico utilizado para reforçar o vínculo, facilitando o cumprimento ou solução da dívida.
 
A obrigação é solidária quando a totalidade de seu objeto puder ser reclamada por qualquer dos credores ou qualquer dos devedores.
Portanto, pode haver solidariedade passiva (devedores) ou ativa (credores)
 
A passiva é mais comum e mais útil. A ativa só em casos bem específicos.
 
A solidariedade acaba tendo o mesmo efeito das obrigações indivisíveis (responsabilidade total entre os sujeitos). Mas uma decorre da própria natureza do objeto e a outra nasce da vontade das partes.
O mais importante a perceber é que é possível ter solidariedade sobre um objeto divisível
 
A solidariedade nunca se presume. (art. 265), sempre resultando da lei ou da vontade das partes. Isso é importante, pois nunca deve-se “interpretar” uma solidariedade. Ela sempre é muito clara e expressa. 
CAPÍTULO VI
Das Obrigações Solidárias
Seção I
Disposições Gerais
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Tarefa de casa: qual a diferença entre obrigação solidária e obrigação in solidum. Explique e dê diferenças. 
Observar que outros ramos do Direito também se utilizam da solidariedade. P.ex., em uma relação de trabalho, ou em questões de transito, etc. 
Podemos observar que existe uma espécie de solidariedade, mas não é sobre essa que versa o tema. 
Estamos tratando principalmente de solidariedade contratual. Aquela que nasceu da vontade das partes e gerou uma obrigação.
Duas características principais:
A) Unidade da prestação: qualquer que seja o número de credores ou devedores, o débito é sempre único.
B) Pluralidade: vários devedores ou vários credores. Nada impede que cada um tenha características específicas (alguns com obrigações puras e outros com obrigações com encargo)
C) A nulidade da obrigação de um deles não implica a nulidade de todos os outros
O que solve a dívida pode reaver dos demais a quota-parte de cada um na obrigação. Na solidariedade ativa, o recebimento por parte de um dos credores extingue o direito dos demais. (o que recebe deve entregar aos demais credores o que cada um tem direito)
A solidariedade é uma espécie de negação da regra geral: havendo mais de um devedor, cada um estará obrigado por sua parte na dívida. Solvendo sua parte, estará desobrigado. Mas se houver uma expressão explícita de solidariedade, essa regra estará olvidada. 
A solidariedade não se presume. Deve ser expressa. Não quer dizer que seja impossível de se provar uma solidariedade na justiça, mas será uma questão difícil e tormentosa, necessitando de amplo material comprobatório e testemunhal. 
Seção II
Da Solidariedade Ativa
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.
SOLIDARIEDADE ATIVA
Exemplos clássicos podemos ver em contas bancárias conjuntas ou ainda em um contrato de cofre de segurança, onde temos mais de um contratante autorizado.
Observe que se o credor perdoa a dívida, ele está exercendo um direito que não lhe cabe (extinguir os direitos alheios) e deverá por isso responder.
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
Entender também que a movimentação jurídica de um dos co-credores, vai aproveitar aos demais. Qualquer um dos credores poderá propor a ação.
 
Extingue-se uma solidariedade ativa da mesma forma que se extingue uma obrigação. (ex., pagamento, consignação, compensação, etc)
Seção III
Da Solidariedade Passiva
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
SOLIDARIEDADE PASSIVA
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
 
Outra questão importante é sobre as defesas que um devedor pode alegar para se defender de determinada dívida (exceções) . Algumas defesas são pessoais (p.ex., houve uma compensação ou uma confusão entre minha pessoa – só a minha – e a do credor) vejamos:
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
Ou seja: o credor abaterá necessariamente o que recebeu, mas o resto continua a ser devido, de maneira igual entre os demais.
PAGAMENTO PARCIAL
A solidariedade pode desaparecer.
Na solidariedade ativa, os credores poderão abrir mão da solidariedade, da mesma forma que a criaram. 
Também temos um caso atípico de extinção de solidariedade irregular (atípico) no caso de morte do credor solidário. Cada herdeiro só terá direito a sua cota parte. 
EXTINÇÃO DA SOLIDARIEDADE

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