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Direito Civil Prof. Guido Cavalcanti Perdas e Danos O inadimplemento, causa, em regra, dano ao contraente pontual. Pode ser material ou simplesmente moral. O código Civil usa a expressão ‘danos’ de maneira abrangente. Dano é a lesão a bens jurídicos. Bem jurídico é tudo aquilo que interessa ao indivíduo. Patrimônio é o conjunto das relações jurídicas de uma pessoa, apreciável em dinheiro. O dano é toda desvantagem que experimenta-se. A apuração do prejuízo é feita por meio de liquidação. Os parâmetros de indenização são de responsabilidade do juiz: CAPÍTULO II Da Indenização Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização. O processo tenta descobrir exatamente qual foi a extensão e proporção do dano. A liquidação busca fixar concretamente o montante. A primeira corre na ação, a segunda na execução. Diferenças entre dano emergente e lucro cessante. Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. É que efetivamente se perdeu e aquilo que se deixou de lucrar. Outras legislações como a francesa, usam a expressão danos e interesses (dammages et interets). Que é uma expressão melhor que perdas e danos (que são palavras sinônimas) Dano emergente é o efetivo prejuízo. Diminuição patrimonial sofrida. Pode ser configurada pela diferença entre o que a vítima tinha antes e depois do ato ilícito. Lucro cessante é a frustração da expectativa de lucro. Em um acidente envolvendo um taxi, apura-se pericialmente, o lucro que a empresa obtinha por dia mais o dano emergente, chegando-se ao quantum. Alguns contratos já trazem em seu bojo uma cláusula penal compensatória. Nestes casos é mais simples, pois o quantum debeatur já está determinado. A lei fala no que a vítima razoavelmente deixou de lucrar. Até prova em contrário, segundo o STJ, o credor haveria de lucrar aquilo que o bom senso diz que lucraria. O simples fato da empresa de taxi ter um carro reserva, não lhe tira o direito aos lucros cessantes. Os lucros cessantes não precisam ser certos, mas sim razoáveis ou potenciais. Teoria dos danos diretos e imediatos O devedor responde tão só pelos danos que se prendem a seu ato por um vínculo de necessariedade, não resultante de causas distantes ou remotas. Não é indenizável o ‘dano remoto’. Aqueles que para configuração tivessem de concorrer outros fatores. Eles não tem um efeito necessário, por causa das concausas. É aplicada a teoria do dano direto e imediato, excluindo-se qualquer concausa não relacionada diretamente. Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual. Lembrar do artigo 404. Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional. O valor do pagamento vai depender se o credor chegou a entrar ou não com a ação. Se ele não tiver entrado, o devedor só será responsabilizado por multa, juros moratórios e eventuais custas extrajudiciais, como despesa de protesto e notificações. Se chegou a entrar com o processo, terá direito as custas processuais, bem como verbas de honorários. Sempre lembrar que estão incluídas as correções monetárias, que apenas impedem o enriquecimento sem causa. Não trata-se de punição, mas apenas de justiça concreta. Por fim, lembrar que contam-se os juros de mora desde a citação da inicial. (para evitar que o autor fique protelando a entrada da ação) Mas lembrar que as obrigações decorrentes de atos ilícitos, considera-se em mora desde que praticou, então, são devidos juros desde o momento do ato. Por fim, o enunciado 163 da III jornada: A regra do artigo 405 aplica-se somente à responsabilidade contratual, e não aos juros moratórios na responsabilidade extracontratual, em face do disposto no artigo 398. Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou.
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