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Obrigações Aula 2 • Nosso Código escusou-se em definir obrigações. Esse foi um trabalho deixado para doutrina. • • Na linguagem corrente, obrigação corresponde ao vínculo que liga um sujeito ao cumprimento de algum dever. Sejam normas morais, religiosas, etc. Lembre-se que aqui estamos tratando só de obrigações jurídicas. • Clóvis Beviláqua afirmou que obrigação é uma relação transitória de direito, que nos constrange a dar, fazer ou não fazer alguma coisa, em regra economicamente apreciável, em proveio de alguém que, por ato nosso ou de alguém conosco juridicamente relacionado, ou em virtude da lei, adquiriu o direito de exigir de nós essa ação ou omissão. • • Outra definição: relação jurídica transitória de cunho pecuniário, unindo duas (ou mais) pessoas, devendo uma (o devedor) realizar uma prestação á outra (o credor). • Toda obrigação tem caráter transitório, porque essa relação nasce com finalidade de se extinguir-se. • • Toda obrigação tem uma pessoalidade. Ela deve apenas gerar efeitos entre os participantes da relação. Terceiro podem se defender de efeitos de uma obrigação que não participaram. • Toda obrigação tem como núcleo uma prestação. Pode ser um ato ou um conjunto de atos. Pode ser positiva ou negativa. • • Já que o Estado moderno não mais tolera a violência e vingança pessoal, o que garante as obrigações realizadas é o patrimônio alheio. • Toda obrigação tem um cunho pecuniário. Observe que esse é o foco das obrigações Civis. Mesmo que nem sempre seja dinheiro, mas sempre haverá um valor econômico envolvido. • As relações obrigacionais são infinitas, podendo ser criadas de acordo com as necessidades individuais e sociais. • No antigo Direito Romano (ius civile) apenas havia contratos formais ou reais. O simples pacto convencional não provia ação na justiça. Com o tempo, começou a surgir teorias sobre contratos inominados ou simples pactos. • • Mesmo na roma antiga quanto no Direito medieval, derivada de costumes germânicos, a regra era a formalidade dos contratos e o seu não cumprimento recaia em violência contra a pessoa do devedor • Com o iluminismo e seu consequente liberalismo, o pacto consensual começou a tomar força. Essa teoria já começa a tormar forma, mesmo que de maneira tímida já no Código Napoleônico. Estava-se entrando na era da autonomia privada • Em toda obrigação, teremos uma pretensão do credor em relação ao devedor. O sistema deve funcionar de maneira voluntária, deixando ao Estado apenas o casos de descumprimento. • • Precisamos diferenciar prestação da obrigação e objeto da obrigação. Na compra e venda de um livro, temos uma prestação a ser realizada: entregar o livro e também teremos um objeto, o livro em si. • Portanto, podemos dividir a obrigação em três elementos: Sujeito, objeto e vínculo. ESTRUTURA DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL • A polaridade sempre é representada entre o sujeito ativo (credor) e o passivo (devedor). Ambos poderão ser múltiplos, mas a polaridade referida persiste. • • Devedor é a pessoa que deve praticar certa conduta, determinada atividade, em prol do credor, ou de quem este determinar. SUJEITOS • Os sujeitos da obrigação devem ser ao menos determináveis, embora possam não ser, no nascedouro da obrigação determinados. • • Ou seja, pode haver indeterminação provisória, mas nunca uma definitiva. Se a indeterminação absoluta permanecer no momento da execução, a lei faculta ao devedor um meio liberatório (consignação em pagamento) • Também iremos estudar alguns fenômenos onde as pessoas de credor e devedor se confundem: (caso de confusão. Art. 381) • O objeto da relação obrigacional é a prestação. Mas é necessária a distinção: Podemos falar em objeto imediato e objeto mediato. A prestação é o objeto imediato. O bem (sob qual versa o obrigação) é o objeto mediato. OBJETO DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL • Esse objeto deve ser físicamente ou juridicamente possível, nos termos do art. 166, II • • Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: • I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; • II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; • Mas observe que a prestação precisa ser possível e lícita no momento do cumprimento. Ou seja, ela pode ser impossível no momento do acordo, mas sempre deverá ser possível no momento da execução. • Existem diferenças óbvias entre impossibilidade física ou jurídica, mas ambas levam ao mesmo efeito: nulidade. • A obrigação pode ser determinada ou determinável. Será determinada quando se conhecer todos os elementos sobre ela. Será determinável quando se deixar para um momento posterior o conhecimento sobre esses elementos.
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