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DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR ALEXANDRE MEDEIROS 
www.facebook.com/professoralexandremedeiros 
DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. ALEXANDRE MEDEIROS 
 
 
 
1 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA TRIBUNAIS 
– CURSO INTENSIVO – 
PROF. ALEXANDRE MEDEIROS
1
 
 
Apostila preparada especialmente para os membros da fanpage: 
www.facebook.com/professoralexandremedeiros 
 
AULA I: 1. NOÇÕES PRELIMINARES. 2. ESTADO, GOVERNO E 
ADMINISTRAÇÃO. 3. DIREITO ADMINISTRATIVO: CONCEITO E FONTES. 
4. PODERES E DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO. 
 
 
AULA I - SUMÁRIO: 
 
1. NOÇÕES PRELIMINARES, p. 2 
 
 1.1 DIREITO, P. 2 
1.2 DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO, P. 3 
1.3 O ORDENAMENTO JURÍDICO E A HIERARQUIA DAS LEIS, P. 4 
 
2. ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: CONCEITOS, ELEMENTOS, 
PODERES E ORGANIZAÇÃO. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: SENTIDOS; NATUREZA E 
FINS, p. 7 
 
2.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: SENTIDOS, P. 11 
2.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: NATUREZA E FINS, P. 16 
 
3. DIREITO ADMINISTRATIVO: CONCEITO E FONTES, p. 17 
 
3.1 CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO. NASCIMENTO E AUTONOMIA, P. 17 
3.2 FONTES, P. 20 
 
4. PODERES E DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO, p. 21 
 
 
1
 Professor do Curso CEJUS (presencial/on-line); Curso Renato Saraiva-CERS (on-line); Curso JusPodivm/LFG; Curso Ímpar 
(Salvador-BA); Faculdade Ruy Barbosa (Salvador-BA); Faculdade Anísio Teixeira-FAT (Feira de Santana-BA). Coautor dos 
livros: (1) Lei de Improbidade Administrativa - Esquematizada - Comentários à Lei 8.429/1992, Editora Método; (2) Lei 
8.666/1993 - Esquematizada, 2ª edição, Editora Método; (3) Legislação Aplicada ao MPU - Esquematizada, Editora Método, 2ª 
edição. 
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2 
 ROTEIRO2  
 
1. NOÇÕES PRELIMINARES 
 
 Antes de adentrarmos propriamente no estudo do Direito Administrativo, a exposição de 
alguns conceitos preliminares se faz imperiosa. 
 
1.1 DIREITO 
 
O termo “direito” é polissêmico, portanto não temos a pretensão de apresentar uma 
definição precisa do que seja “direito”. 
 
 Segundo ORLANDO GOMES, podemos conceituar inicialmente o Direito levando em conta 
dois aspectos: 
 
 aspecto formal: o Direito é regra de conduta imposta coativamente aos homens; 
 aspecto material: é a norma nascida da necessidade de disciplinar a convivência social. 
 
 HERMANN POST definiu a ciência geral do direito como “a exposição sistematizada de todos 
os fenômenos da vida jurídica da humanidade e a determinação de suas causas.” (Allgemeine 
Rechtswissenchaft, 1891). 
 
 Já STAMMLER, por sua vez, definiu o direito como “o modo pelo qual os homens realizam, 
em comum, a sua luta pela existência.” (Wesen des Rechts, 1906) 
 
 RUGGIERO E MAROI prelecionam que “o direito é a norma das ações humanas na vida 
social, estabelecida por uma organização soberana e imposta coativamente à observância de todos.” 
(Instituzioni de Diritto Privato, 1955). 
 
 Essas definições já demonstram a pluralidade semântica que caracteriza o conceito, 
devendo o estudioso ter o cuidado de precisar em que sentido emprega a palavra direito. 
 
 Encarado como fenômeno jurídico, a normatização da conduta humana surge como uma 
necessidade, uma vez que a convivência social, por mais primitiva que seja a comunidade sob análise, 
exige regras que disciplinem as relações humanas. 
 
 O Direito ainda pode se apresentar sob o prisma: direito objetivo e direito subjetivo. 
 
 
 direito subjetivo: é a faculdade de agir (facultas agendi), ou seja, o poder, a faculdade 
ou a prerrogativa que cada homem tem de exigir o seu direito em face de outrem; 
 direito objetivo: é a norma de agir (norma agendi), ou seja, o conjunto de regras 
obrigatórias que regula o agir do homem. Ex.: a lei. 
 
 Por fim, podemos dividir o Direito em dois grandes blocos: o direito público e o direito 
privado. É o que veremos a seguir. 
 
2
 ATENÇÃO: A presente apostila é apenas um roteiro para o acompanhamento das aulas, não esgotando os temas objeto de 
análise, embora sirva como um eficiente resumo para o concurso. 
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3 
1.2 DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO. 
 
 Divisão do Direito bastante importante para o presente trabalho é a que enquadra os 
diversos ramos desta ciência em Direito Público ou Direito Privado. 
 
 A diferenciação entre direito público e direito privado encontra raízes na antiga Roma. 
 O direito público consistiria no conjunto de normas e princípios que disciplinavam a 
estrutura e a atuação do Estado Romano. O direito privado, por sua vez, restringir-se-ia à regulação das 
relações jurídicas entre particulares. 
 
 Aparentemente simples, esta distinção, adequada ao Estado Romano, não serviria ao jurista 
da atualidade, considerando a complexa e rica organização dos Estados contemporâneos, cujas 
intervenções cada vez são mais freqüentes na órbita da autonomia privada, dificultando, muitas vezes, a 
identificação da natureza jurídica da norma aplicável à atividade estatal empreendida. 
 
 Houve quem inclusive afirmasse que a diferenciação tão almejada pelos juristas seria 
eminentemente de ordem formal, sem profundidade material. DUGUIT ousou negar a distinção... 
 
 Em face de toda a controvérsia instalada, interessante é a referência ao critério misto de 
Ruggiero, para quem “público é o Direito que tem por finalidade regular as relações do Estado com outro 
Estado, ou a do Estado com os seus súditos, quando procede em razão do poder soberano e atua na tutela 
do bem coletivo; direito privado, por sua vez, é o que disciplina as relações entre pessoas particulares, nas 
quais predomina imediatamente o interesse de ordem particular.” 
 
 Resumindo, com FRANCESCO FERRARA (apud Paulo Dourado de Gusmão), podemos dizer: 
 direito público é o que o Estado se apresenta como portador de potestade suprema, 
investido de imperium. Exs.: Direito Constitucional, Direito Eleitoral, DIREITO 
ADMINISTRATIVO, Direito Penal e Direito Processual. 
 direito privado representa todos os demais ramos, em que as partes estão em posição 
de igualdade, pois o Estado, quando deles se serve para praticar atos jurídicos de direito 
privado, apresenta-se na mesma condição do particular. Pode-se dizer, ainda, que nas 
relações jurídicas de direito público o Estado é parte obrigatória, o que não acontece no 
direito privado. Exs.: Direito Civil e Direito Comercial. 
 
 Pelo visto o que define se o ramo do direito em questão é público ou privado é a 
participação soberana e obrigatória do Estado, ou não, na relação jurídica. 
 
 Assim, se na relação jurídica o Estado não está presente então estamos falando de direito 
privado. 
 
 E como saber se uma determinada relação jurídica da qual o Estado é parte integrante é 
regida pelo direito público? Basta fazer o seguinte questionamento: O Estado está presente na relação 
jurídica como tal
3
? Caso a resposta seja afirmativa estaremos diante de direito público, caso negativa 
direito privado. 
 
 Existe ainda um terceiro gênero chamado de Direito Misto. Ex: Direito do Trabalho. Vale 
observar, todavia, que tal classificação apresenta enfáticas variações doutrinárias. 
 
3
 Estar o Estado presente na relação “como tal”, significa estar exercendo na relaçãojurídica em questão seu poder soberano, de 
império. 
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1.3 O ORDENAMENTO JURÍDICO E A HIERARQUIA DAS LEIS. 
 
 Uma “ordem” é um sistema de normas cuja unidade é constituída pelo fato de todas elas 
terem o mesmo fundamento último de validade. No direito positivo, este fundamento último de validade é 
a Constituição, norma que se situa no ápice do ordenamento jurídico. 
 
 De acordo com o Dicionário Jurídico da Academia Brasileira de Letras Jurídicas -DJABLJ, 
ordenamento jurídico é o “conjunto de preceitos (normas e regras) que formam uma unidade e cujo 
conteúdo, tendo como núcleo a Constituição, é integrado, em grau descendente de hierarquia, pelas leis, 
decretos, portarias, regulamentos, decisões administrativas e negócios jurídicos individuais”. 
 
 Logo, a partir dos conceitos acima é possível inferir que o ordenamento jurídico é um 
sistema composto por normas que guardam entre si uma hierarquia. DE PLÁCIDO E SILVA ensina que a 
expressão hierarquia das leis [em sentido amplo] designa a ordem pela qual os atos legislativos são 
graduados. 
 
 Sobre o tema é indispensável fazer alusão à pirâmide normativa de Kelsen, conjugada com 
a atual jurisprudência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL-STF, firmada em dezembro/2008 (REs nº 349.703 
e nº 466.343, e HCs nº 87.585 e nº 92.566): 
 
 
 CONSTITUIÇÃO 
 Tratados internacionais sobre direitos humanos 
 
 Leis e demais atos normativos com força de lei 
 
 
 Atos administrativos, etc. 
 
 
 Essa nova postura do STF trouxe algumas consequências práticas, que podem ser 
sintetizadas, p. ex., nas duas súmulas a seguir: 
 
1. Súmula Vinculante nº 25, do STF (DOU 23/12/09): “É ilícita a prisão civil de 
depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito”. 
2. Súmula 419, do STJ (DJ 11/03/10): “Descabe a prisão civil do depositário judicial 
infiel”. 
 
 A Constituição, que será objeto do estudo do Direito Constitucional e que traça as 
principais diretrizes do Direito Administrativo, encontra-se no ápice do ordenamento jurídico, o que 
significa dizer que é a norma mais importante do sistema e que todas as demais a ela devem obediência, 
sob pena de invalidade. 
 
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5 
QUESTÕES!!! 
1 (ESAF-ANALISTA-ANA-MAR-2009)
4
 Assinale a opção correta relativa ao tratamento dado pela 
jurisprudência que atualmente prevalece no Supremo Tribunal Federal, ao interpretar a Constituição 
Federal, relativa aos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos ratificados pelo Brasil. 
 
a) Incorporam-se à Constituição Federal, porque os direitos e garantias expressos na Constituição não 
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em 
que a República Federativa do Brasil seja parte. 
b) Incorporam-se ao ordenamento jurídico como lei ordinária federal porque a Constituição confere ao 
Supremo Tribunal Federal, competência para julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas 
em única ou última instância, quando a decisão recorrida declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei 
federal. 
c) Os que tiveram ato de ratificação antes da vigência da Emenda Constitucional n. 45, de 2004, são 
equivalentes às emendas constitucionais em razão dos princípios da recepção e da continuidade do 
ordenamento jurídico. 
d) A legislação infraconstitucional anterior ou posterior ao ato de ratificação que com eles seja conflitante 
é inaplicável, tendo em vista o status normativo supralegal dos tratados internacionais sobre direitos 
humanos subscritos pelo Brasil. 
e) Os que tiveram ato de ratificação depois da vigência da Emenda Constitucional n. 45, de 2004, 
independentemente do quorum, são equivalentes às emendas constitucionais em razão do princípio da 
prevalência dos direitos humanos. 
 
2 (CESPE-PROCURADOR-AL-JAN-2009)
5
 O Pacto de San José da Costa Rica estabelece de início, 
em seu preâmbulo, uma proteção aos direitos humanos fundamentais. Explicita que os direitos essenciais 
da pessoa humana devem ser observados unicamente com fundamento na própria atribuição de ser 
humano. Repudia qualquer discriminação em que pese a nacionalidade da pessoa, para que se confiram os 
direitos essenciais a ela inerentes. O pacto promove a todos o mesmo tratamento de proteção internacional 
que é estabelecido por parte dos Estados americanos. Reitera que o escopo pela busca da liberdade pessoal 
e da justiça social está esculpido na Carta da Organização dos Estados Americanos, na Declaração 
Americana dos Direitos e Deveres do Homem e na Declaração Universal dos Direitos do Homem. 
 
Em sua primeira parte, em que são tratados os deveres dos Estados e direitos dos protegidos, os vinte e 
cinco artigos retratam o panorama equivalente aos quatorze primeiros artigos da nossa Carta Maior. 
 
A discussão maior, após a recepção desse tratado, está no conflito entre o art. 5.º da CF, cujo inciso LXVII 
prevê que não haverá prisão civil por dívida, salvo o devedor de pensão alimentícia e o depositário infiel, 
e o art. 7.º, § 7.º, do pacto, o qual estabelece que “ninguém deve ser detido por dívidas”. 
Internet: <www.parana-online.com.br> (com adaptações). 
 
A partir do texto acima e com relação aos direitos e garantias fundamentais e à disciplina constitucional 
dos tratados internacionais de direitos humanos, assinale a opção correta. 
 
A) Sabendo que o § 2.º do art. 5.º da CF dispõe que os direitos e garantias nela expressos não excluem 
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a 
República Federativa do Brasil seja parte, então, é correto afirmar que, na análise desse dispositivo 
constitucional, tanto a doutrina quanto o STF sempre foram unânimes ao afirmar que os tratados 
 
4
 Gabarito: D 
5
 Gabarito: C 
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6 
internacionais ratificados pelo Brasil referentes aos direitos fundamentais possuem status de norma 
constitucional. 
B) A EC n.º 45/2004 inseriu na CF um dispositivo definindo que os tratados e convenções internacionais 
sobre direitos humanos que forem aprovados no Congresso Nacional com quorum e procedimento 
idênticos aos de aprovação de lei complementar serão equivalentes às emendas constitucionais. 
C) Ao analisar a constitucionalidade da legislação brasileira acerca da prisão do depositário que não 
adimpliu obrigação contratual, o STF, recentemente, concluiu no sentido da derrogação das normas 
estritamente legais definidoras da custódia do depositário infiel, prevalecendo, dessa forma, a tese do 
status de supralegalidade do Pacto de San José da Costa Rica. 
D) O STF ainda entende como possível a prisão do depositário judicial quando descumprida a obrigação 
civil. 
E) Caso o Brasil celebre um tratado internacional limitando substancialmente o direito à propriedade, após 
serem cumpridas todas as formalidades para sua ratificação e integração ao ordenamento pátrio, o 
Congresso Nacionalpoderá adotar o procedimento especial para fazer com que esse tratado seja recebido 
com status de emenda constitucional. 
 
 
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7 
2. ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: CONCEITOS, ELEMENTOS, 
PODERES E ORGANIZAÇÃO. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: SENTIDOS; NATUREZA E 
FINS. 
 
  CONCEITO DE ESTADO. Consoante a lição de HELY LOPES MEIRELLES, o conceito de 
Estado pode ser obtido sob vários ângulos: 
 
a) sob o aspecto SOCIOLÓGICO: é a corporação territorial dotada de um poder de 
mando originário (Jellinek); 
 
b) sob o aspecto POLÍTICO: é a comunidade de homens, fixada sobre um território, com 
potestade superior de ação, de mando e de coerção (Malberg); 
 
c) sob o aspecto CONSTITUCIONAL: é pessoa jurídica territorial soberana (Biscaretti 
de Ruffia). 
 
 Registre-se, no entanto, de acordo com Hely Lopes, que a antiga “teoria da dupla 
personalidade do Estado” já foi superada, de forma que seja editando atos regidos pelo direito público, ou 
pelo direito privado, o Estado só atua personalidade de Direito Público. 
 
QUESTÃO 2013!!! 
 
(CESPE-TELEBRAS-SUPERIOR-2013)
6
 Do ponto de vista politico, o Estado é a comunidade de 
homens fixada sobre um território, com potestade superior de ação, de mando e de coerção. Como ente 
personalizado, o Estado atua no campo do direito público e do direito privado, mantendo sempre sua 
personalidade única de direito público. 
 
  ELEMENTOS DO ESTADO: 
 
1. Povo – elemento humano; 
2. Território – base física e 
3. Governo soberano – elemento condutor. 
 
ATENÇÃO: A Administração Pública em sentido estrito não é elemento do Estado, 
mas sim um instrumento, uma ferramenta utilizada por ele para colocar em prática 
as diretrizes políticas traçadas pelo Governo. 
 
QUESTÕES!!!
7
 
 
1 (NCE/UFRJ-AGENTE EXEC.-CVM-DEZ-2008) O Estado constitui-se de três elementos originários 
e indissociáveis - Povo, Território e Governo soberano – que se referem respectivamente: 
 
(A) ao componente humano do Estado; o elemento condutor do Estado; a base física do Estado; 
(B) ao componente humano do Estado; a base física do Estado; o elemento condutor do Estado; 
(C) à base física do Estado; o componente humano do Estado; o elemento condutor do Estado; 
(D) ao elemento condutor do Estado; o componente humano do Estado; a base física do Estado; 
(E) ao elemento condutor do Estado; a base física do Estado; o componente humano do Estado. 
 
6
 Gabarito: C 
7
 Gabarito: 1. B; 2.C 
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8 
 
2 (CESPE-MÉDICO-INSS-MAR-2010) Acerca do direito administrativo, julgue os itens a seguir. 
 
(___) Povo, território e governo soberano são elementos do Estado. 
 
  PODERES DO ESTADO: o Legislativo; o Executivo; o Judiciário (CF, art. 2º). São poderes 
estruturais e imanentes do Estado, diversamente dos poderes administrativos, que são incidentais e 
instrumentais da Administração. 
 
 Cada um dos Poderes exerce uma função precípua, que lhe caracteriza como tal, mas que 
não lhe é exclusiva, mas apenas típica, predominante. Assim, ao Legislatico cabe exercer a função 
normativa; ao Executivo, a função administrativa; ao Judiciário, a função judicial. 
 
 Contudo, vale salientar que a função administrativa (objeto de estudo do Direito 
Administrativo) é exercida pelos três poderes, tipicamente pelo Poder Executivo, atipicamente pelos 
demais. 
 
CESPE 2013!!! 
 
(CESPE-ESPECIALSTA-DEPEN-2013) Tendo em vista que o Estado desempenha três funções básicas: 
administrar, legislar e julgar, julgue os itens seguintes, relativos à função administrativa do Estado e aos 
atos administrativos. 
 
(____) A função administrativa, ou executiva, é exercida privativamente pelo Poder Executivo.
8
 
 
  DIFERENÇA ENTRE ADM. PÚBLICA E GOVERNO. 
 
“ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA” NÃO SE CONFUNDE 
COM “GOVERNO” !!! 
 
 A expressão Administração Pública pode ser considerada em um sentido amplo (lato 
sensu) ou sentido estrito (stricto sensu). 
 
 Em sentido amplo, a expressão abarca os órgãos políticos (também chamados órgãos 
governamentais ou, simplesmente, governo), que exercem funções eminentemente políticas, de comando 
e direção do aparelho estatal; e os órgãos e entidades administrativas, que desenvolvem tão somente 
funções administrativas, executando as decisões tomadas pelos órgãos governamentais. 
 
 Num primeiro plano, então, temos os órgãos governamentais (na esfera federal, a 
Presidência da República, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal). Esses órgãos, como salta aos 
olhos, têm amplo poder decisório, atuando, por meio de seus agentes principais (os parlamentares e os 
chefes do Poder Executivo) com ampla discricionariedade. Estão previstos na própria Constituição Federal 
e têm por função, em termos genéricos, traçar os rumos de atuação do Estado, suas diretrizes e objetivos 
principais. 
 
 Num segundo plano temos os órgãos e entidades administrativas, que existem justamente 
para pôr em execução as decisões dos órgãos governamentais (na esfera federal, correspondem, em linhas 
 
8
 Gabarito: E 
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9 
gerais, aos Ministérios e às entidades da Administração Indireta Federal – autarquias, fundações públicas, 
empresas públicas e sociedades de economia mista). Não têm por função a tomada de decisões políticas. 
Eles atuam a partir de uma decisão política, tomada pelos órgãos governamentais. 
 
 Por exemplo, o Presidente da República, atuando por meio da Presidência da República, 
decide dar início a um projeto de integração das pessoas carentes ao mercado de trabalho. A tais pessoas 
serão oportunizados cursos de preparação profissional e, após isto, a inserção no mercado de trabalho, na 
condição de estagiários, recebendo meio salário-mínimo por uma jornada de 20 horas semanais. Todas as 
definições relativas a este projeto serão tomadas pela Presidência da República. Aqui está a decisão 
política, a determinação do rumo de atuação do Estado. 
 
 A partir daí a Presidência, o órgão político, incumbe a alguns de seus órgãos e entidades 
administrativas (o Ministério da Educação, o Ministério da Previdência e Assistência Social, as fundações 
públicas que exercem função de ensino etc) a colocação em prática do projeto, mediante a abertura dos 
cursos profissionalizantes e do intercâmbio com o mercado de trabalho a fim de assegurar a abertura de 
vagas de estágio para os carentes. Esses órgãos e entidades executarão a decisão política (a criação do 
projeto, obra do órgão político) e, ao assim proceder, estarão desenvolvendo atividade de caráter 
administrativo. 
 
 Em sentido amplo, portanto, a expressão Administração Pública abarca tanto os órgãos 
governamentais (o governo) como as entidades e órgãos administrativos. 
 
 Já em sentido estrito a expressão Administração Pública alcança somente os órgãos e 
entidades administrativas. É nesta segunda acepção que trabalha o Direito Administrativo, ficando o 
estudo dos órgãos políticos a cargo do Direito Constitucional. 
 
 Portanto, qualquer que seja o sentido, amplo ou estrito, Administração Pública não é 
sinônimo de governo:no primeiro sentido porque o vocábulo alcança não só os órgãos governamentais, 
mas também os administrativos; no segundo, porque se limita apenas aos órgãos desta espécie. 
 
 Vale registrar, ainda, a lúcida lição do Prof. HELY LOPES MEIRELLES sobre este tema: 
 
 “Numa visão global, a Administração é, pois, todo o aparelhamento do Estado preordenado 
à realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. A Administração não 
pratica atos de governo; pratica, tão-somente, atos de execução, com maior ou menor autonomia 
funcional, segundo a competência do órgão e de seus agentes. São os chamados atos administrativos (...). 
 
 “Comparativamente, podemos dizer que governo é atividade política e discricionária; 
administração é atividade neutra, normalmente vinculada à lei ou à norma técnica. Governo é conduta 
independente; administração é conduta hierarquizada. O Governo comanda com responsabilidade 
constitucional e política, mas sem responsabilidade profissional pela execução; a Administração 
executa sem responsabilidade constitucional ou política, mas com responsabilidade técnica e legal 
pela execução. A Administração é o instrumental de que dispõe o Estado para pôr em prática as opções 
políticas do Governo. Isto não quer dizer que a Administração não tenha poder de decisão. Tem. Mas o 
tem somente na área de suas atribuições e nos limites legais de sua competência executiva, só podendo 
opinar e decidir sobre assuntos jurídicos, técnicos, financeiros, ou de conveniência e oportunidade 
administrativas, sem qualquer faculdade de opção política sobre a matéria. 
 (...) 
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10 
 “O Governo e a Administração, como criações abstratas da Constituição e das leis, atuam 
por intermédio de suas entidades (pessoas jurídicas), de seus órgãos (centros de decisão) e de seus agentes 
(pessoas físicas investidas em cargos e funções).” (negritamos) 
 
 A tabela a seguir evidencia, com fundamento em Hely Lopes Meirelles, a distinção entre 
governo e administração pública: 
 
GOVERNO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Expressão política de comando, de iniciativa, 
de fixação de objetivos do Estado e de 
manutenção da ordem jurídica vigente. 
Responsável pela condução política dos 
negócios públicos. 
Aparelhamento do Estado preordenado à realização 
de seus serviços, visando à satisfação das 
necessidades coletivas. É o instrumental de que 
dispõe o Estado para pôr em prática as opções 
políticas do Governo. Tem poder de decisão, mas 
somente na área de suas atribuições e nos limites 
legais de sua competência executiva. 
Pratica atos de governo; atos de Soberania. Pratica, tão-somente, atos de execução. São os 
chamados atos administrativos. 
Atividade política e discricionária. Atividade neutra, normalmente vinculada à lei ou à 
norma técnica. 
Conduta independente. Conduta hierarquizada. 
Responsabilidade constitucional e política. Responsabilidade técnica/profissional e legal pela 
execução. 
 
FCC 2012!!! 
 
(FCC - 2012 - TJ-PE - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA)
9
 Dentre as características 
da Administração Pública, é correto afirmar que esta 
 
a) tem amplo poder de decisão, mesmo fora da área de suas atribuições, e com faculdade de opção política 
sobre qualquermatéria objeto da apreciação. 
b) não pode ser considerada uma atividade neutra, normalmente vinculada à lei ou à norma técnica, mas 
sim atividade política e discricionária. 
c) comanda os administrados com responsabilidade constitucional e política, mas sem responsabilidade 
profissional pela execução. 
d) é dotada de conduta independente, motivo pelo qual não tem cabimento uma conduta de natureza 
hierarquizada. 
e) não pratica atos de governo; mas pratica tão somente atos de execução, com maior ou menor autonomia 
funcional, segundo a competência do órgão e de seus agentes. 
 
 ATENÇÃO: As entidades da Administração Pública indireta (autarquias, fundações 
públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista) não estabelecem os rumos, a política, do 
Estado Brasileiro, mas cumprem/executam a política estabelecida pelo governo. Sendo assim, elas não 
 
9
 Gabarito: E 
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11 
fazem parte do governo propriamente dito, mas apenas da Administração Pública. Neste sentido, veja a 
questão abaixo: 
 
CESPE!!! 
 
(CESPE-SECRETARIA DA GESTÃO ADMINISTRATIVA-ACRE-FEV-2008)
10
 (___) Uma 
empresa pública do Acre integra a administração pública estadual, mas não integra o governo estadual. 
 
2.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: SENTIDOS 
 
 Como vimos, as expressões “governo” e “administração pública” não são sinônimas. 
MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO, por sua vez, ensina que, basicamente, são dois os sentidos em que se 
utiliza mais comumente a expressão “administração pública”: a) subjetivo, formal ou orgânico; b) 
objetivo, material ou funcional. Veja: 
 
a) SENTIDO SUBJETIVO, FORMAL OU ORGÂNICO: designa os entes que exercem 
a atividade administrativa; compreende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos 
incumbidos de exercer uma das funções em que se triparte a atividade estatal: a função 
administrativa. Resumindo: leva em conta os sujeitos da administração. Neste sentido deve 
ser grafada com as iniciais maiúsculas: Administração Pública; 
 
CESPE 2013!!! 
 
(CESPE - 2013 - INPI - ANALISTA DE PLANEJAMENTO - DIREITO)
11
 A 
expressão administração pública, em sentido orgânico, refere-se aos agentes, aos órgãos e 
às entidades públicas que exercem a função administrativa. 
 
b) SENTIDO OBJETIVO, MATERIAL OU FUNCIONAL: designa a natureza da 
atividade exercida pelos referidos entes; nesse sentido, a Administração Pública é a própria 
função administrativa que incumbe, predominantemente, ao Poder Executivo. 
Corresponde ao conjunto de funções ou atividades administrativas, que são públicas, 
consistentes em realizar concreta, direta e imediatamente os fins constitucionalmente 
atribuídos ao Estado, por isso mesmo denominadas atividades finalísticas da 
Administração Pública. No sentido objetivo, material ou funcional a expressão deve ser 
grafada com as iniciais minúsculas: administração pública. 
 
CESPE 2012!!! 
 
(CESPE - 2012 - MPE-RR - PROMOTOR DE JUSTIÇA)
12
 Considerando o conceito de 
administração pública e os princípios que a regem, assinale a opção correta em 
conformidade com a doutrina e a jurisprudência. 
 
(____) Segundo a doutrina, em sentido formal ou orgânico, a expressão administração 
pública, que abrange a natureza da atividade exercida pelos entes públicos, representa a 
própria função administrativa. 
 
10
 Gabarito: C 
11
 Gabarito: C 
12
 Gabarito: E 
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12 
 Segundo DIRLEY DA CUNHA JÚNIOR, a função ou atividade administrativa 
(administração pública no sentido objetivo, material ou funcional) não se resume à prestação de 
serviços públicos, como fazem crer alguns autores, entre eles Hely Lopes. Ela compreende, para além da 
prestação dos serviços públicos, o exercício do poder de polícia, a atividade de fomento e a atividade de 
intervenção (Maria Sylvia). Assim, a função administrativacompreende: 
 
 prestação de SERVIÇOS PÚBLICOS13; 
 
 exercício do PODER DE POLÍCIA14; 
 
 atividade de FOMENTO: O fomento abrange a atividade administrativa de incentivo à 
iniciativa privada de utilidade pública (como, p. ex., o incentivo que se dá a 
entidades como o SESC, SENAI, SEBRAE etc.). Exemplos de atividades de fomento 
desenvolvidas pelo Estado: 
 
I. auxílios financeiros ou subvenções, por conta dos orçamentos públicos; 
II. financiamento, sob condições especiais, para a construção de hotéis e 
outras obras ligadas ao desenvolvimento do turismo, para a organização e o 
funcionamento de indústrias relacionadas com a construção civil e que 
tenham por fim a produção em larga escala de materiais aplicáveis na 
edificação de residências populares, concorrendo para seu barateamento; 
III. favores fiscais que estimulem atividades consideradas particularmente 
benéficas ao progresso material do país; 
IV. desapropriações que favoreçam entidades privadas sem fins lucrativos, que 
realizem atividades úteis à coletividade, como os clubes desportivos e as 
instituições beneficentes. 
 
 INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO: pode ocorrer indiretamente, por 
meio da regulamentação e fiscalização da atividade econômica de natureza privada, nos 
termos do art. 174 da CF
15
, bem como diretamente, através da atuação direta do Estado 
na atividade econômica, nos termos do art. 173 da CF
16
, normalmente por meio de 
empresas públicas e sociedades de economia mista. 
 
 Observe-se, ainda, que é possível atribuir à expressão “administração pública” um sentido 
amplo ou estrito. No sentido amplo, o termo “administração pública” envolve, também, os órgãos de 
governo e, por conseguinte, a função política. Veja o esquema a seguir: 
 
 
13
 O tema será tratado em outra oportunidade. 
14
 O tema será tratado em outra oportunidade. 
15
 “Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de 
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.” 
16
 “Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só 
será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme 
definidos em lei.” 
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13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
 
 
 
 
 sentido subje-
tivo 
 
 sentido amplo 
- órgãos governamentais 
(Governo) 
 
- órgãos administrativos (Adm. 
Pub. em sentido estrito e próprio) 
 
 
 sentido es-
trito (aqueles 
que exercem a 
função adm.) 
 
 
- pessoas jurídicas (entidades) 
 
- órgãos administrativos 
 
- agentes públicos 
 
 
 sentido obje-
tivo 
 
 sentido amplo 
- função política 
 
- função administrativa 
 
 sentido estrito 
 
-a atividade/função administrativa 
 
 
ATENÇÃO: A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, TANTO NO SENTIDO SUBJETIVO, COMO NO 
OBJETIVO, ADMITE UM SENTIDO AMPLO OU ESTRITO. 
 
 Por fim, frise-se, mais uma vez, que a manifestação da administração pública não é 
exclusiva do Poder Executivo. Administração Pública existe nos três poderes: Executivo (de forma típica); 
Legislativo (atipicamente) e Judiciário (atipicamente). Neste sentido, basta analisar o teor do art. 37 da 
Constituição Federal quando faz referência à Administração Pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: 
 
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE E 
EFICIÊNCIA” 
 
ESAF!!! 
 
(ESAF-PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL-1998)
17
 Sobre os conceitos de Administração 
Pública, é correto afirmar: 
 
a) em seu sentido material, a Administração Pública manifesta-se exclusivamente no Poder Executivo. 
b) o conjunto de órgãos e entidades integrantes da Administração é compreendido no conceito funcional 
de Administração Pública. 
c) Administração Pública, em seu sentido objetivo, não se manifesta no Poder Legislativo. 
d) no sentido orgânico, Administração Pública confunde-se com a atividade administrativa. 
e) a Administração Pública, materialmente, expressa uma das funções tripartites do Estado. 
 
 Registre-se, ainda, que a “organização básica da administração pública depende de 
lei”18. 
 
17
 Gabarito: E 
18
 ESAF: Prova de Auditor-Fiscal de Tributos Estaduais/Piauí/2001. 
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14 
 
MAIS QUESTÕES
19
 !!! 
 
 
Por um lado, a administração pública atua não só por meio de 
seus órgãos, de seus agentes, de suas entidades, mas também por 
intermédio de terceiros. Por outro lado, utiliza-se desse aparato 
para desempenhar a função administrativa que consiste na 
própria atividade administrativa estatal. Nesse viés, a doutrina 
faz distinção entre os sentidos objetivo e subjetivo da expressão 
administração pública. 
José dos Santos Carvalho Filho. Manual de direito administrativo. 
 16.ª ed. Rio de Janeiro, 2006 (com adaptações). 
 
1 (CESPE-TÉCNICO SUPERIOR-IPAJM-MAIO-2010) A partir do texto acima, é correto afirmar que 
a expressão administração pública 
 
A) refere-se, no sentido subjetivo, formal ou orgânico, às atividades próprias do Poder Executivo. 
B) significa, no sentido objetivo, material ou funcional, o conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas 
integrantes da estrutura organizacional do Estado. 
C) significa, no sentido subjetivo, formal ou orgânico, o conjunto de órgãos, de agentes e de entidades 
(pessoas jurídicas) que desempenham a função administrativa, que é função predominantemente exercida 
pelos órgãos do Poder Executivo. 
D) compreende, em sentido estrito, subjetivamente considerada, os órgãos governamentais, aos quais 
incumbe traçar não só os planos de ação, mas também os órgãos administrativos, que se traduzem na 
administração pública em sentido amplo. 
E) aplica-se às autarquias, às sociedades de economia mista, às empresas públicas e às fundações públicas, 
que são as pessoas jurídicas encarregadas da função administrativa. 
 
2 (CESPE-TÉCNICO-TRE-MT-JAN-2010) Assinale a opção correta com relação às noções sobre 
Estado e administração pública. 
 
A) Administração pública em sentido subjetivo compreende as pessoas jurídicas, os órgãos e os agentes 
que exercem a função administrativa. 
B) A administração pública direta, na esfera federal, compreende os órgãos e as entidades, ambos dotados 
de personalidade jurídica, que se inserem na estrutura administrativa da Presidência da República e dos 
ministérios. 
C) O Estado Federal brasileiro é integrado pela União, pelos estados-membros e pelo Distrito Federal, mas 
não pelos municípios, que, à luz da CF, desfrutam de autonomia administrativa, mas não de autonomia 
financeira e legislativa. 
D) A prerrogativa de criar empresas públicas e sociedades de economia mista pertence apenas à União, não 
dispondo os estados, o Distrito Federal e os municípios de competência para tal. 
E) As autarquias e as fundações públicas, como entes de direito público que dispõem de personalidade 
jurídica própria, integram a administração direta.19
 Gabarito ao final de todas as questões. 
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15 
 
 
Para bem entender-se a distinção entre administração pública (em sentido estrito) e 
governo, é mister partir da diferença entre as três funções do Estado. Embora o 
poder estatal seja uno, indivisível, e indelegável, ele desdobra-se em três funções: a 
legislativa, a executiva e a jurisdicional. A primeira estabelece regras gerais e 
abstratas, denominadas leis; as duas outras aplicam as leis ao caso concreto: a 
função jurisdicional, mediante solução de conflitos de interesses e aplicação coativa 
da lei, quando as partes não o façam espontaneamente; a função executiva, mediante 
atos concretos voltados para a realização dos fins estatais, de satisfação das 
necessidades coletivas. 
 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Direito administrativo. 
21.ª ed., São Paulo: Atlas, 2008, p. 50 (com adaptações). 
 
(CESPE-ADMINISTRADOR-MS-JAN-2010) Considerando o assunto abordado no texto acima, julgue 
os seguintes itens. 
 
3(__) Conceitua-se administração pública, no sentido estrito, como o conjunto de agentes, órgãos e 
pessoas jurídicas destinado à execução das atividades administrativas e políticas do Estado. 
 
4(__) Tendo em vista que a CF não adotou o princípio da separação absoluta entre os poderes do Estado, é 
correto afirmar que, além de suas atribuições usuais, cada poder assume funções tipicamente 
administrativas referentes aos assuntos que lhe dizem respeito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20
 O gabarito preliminar foi “C”. Após os recursos, o CESPE anulou o item com base na seguinte alegação: “O uso do termo 
‘tipicamente’ possibilitou mais de uma interpretação possível ao item, razão suficiente para sua anulação.” 
GABARITO: 
 
1. C 
2. A 
3. E 
4. NULA
20
 
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16 
2.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: NATUREZA E FINS 
 
  Natureza da Administração Pública: múnus público para quem a exerce, isto é, a de 
um encargo de defesa, conservação e aprimoramento dos bens, serviços e interesse da coletividade (Hely 
Lopes Meirelles). 
 
  Finalidade/Fins/Objetivo da Administração Pública: o bem comum da coletividade 
administrada; a defesa do interesse público (Hely Lopes Meirelles). 
 
FCC 2013!!! 
 
(FCC-ANA_ADM-TRT 18R-2013)
21
 A Administração pública tem como finalidade 
 
(A) a prestação de serviços aos cidadãos. 
(B) a conservação e aprimoramento de bens públicos. 
(C) a limitação dos princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas. 
(D) a ampliação da estrutura constitucional do Estado. 
(E) o estabelecimento de alicerces da formalidade e da materialidade. 
 
 
 
21
 Gabarito preliminar: A 
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17 
3. CONCEITO E FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO. 
 
3.1 CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO. NASCIMENTO E AUTONOMIA 
 
 O Direito Administrativo, como ramo autônomo da maneira como é visto atualmente, teve 
seu nascimento nos fins do século XVIII, com forte influência do direito francês, tido por inovador no 
trato das matérias correlatas à Administração Pública. Conforme MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO, 
“costuma-se indicar, como termo inicial do nascimento do Direito Administrativo, a Lei de 28 pluvioso 
do Ano VIII (1800), que organizou juridicamente a Administração Pública na França”. Todavia, “Pode-se 
dizer que a autonomia do Direito Administrativo, ou seja, a sua posição como ciência dotada de objeto, 
método, institutos, princípios e regime jurídico próprios, começou a conquistar-se a partir do famoso 
caso Blanco, ocorrido em 1873”. 
 
 Vários têm sido os critérios utilizados no estudo do Direito Administrativo (MSZP): 
 
 Escola legalista, exegética, empírica ou caótica: o Direito Administrativo era 
compreendido como sinônimo de direito positivo; ele se esgotaria nas leis e 
regulamentos administrativos. Não se dava ênfase ao estudo dos princípios. 
 Direito administrativo e ciência da administração: ampliou-se o objeto de estudo do 
Direito Administrativo, procurando-se fixar os princípios informativos de seus 
institutos, mas aliando-se a isto o estudo da Ciência da Administração (atividade 
social), que envolve matéria de política administrativa e não matéria jurídica 
propriamente dita. 
 Critério técnico-científico de estudo do direito administrativo: o objeto do Direito 
Administrativo reduz-se às matérias de natureza jurídica. A sua construção doutrinária 
passou a ser feita de forma muito mais sistemática e científica com a preocupação de 
definir os seus institutos específicos e princípios informativos. 
 
 Ao longo da história, outrossim, vários critérios foram adotados no sentido de delimitar e 
conceituar o Direito Administrativo. Citando MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO, podemos destacar: 
 
 Escola do serviço público: o direito público se resumiria às regras de organização e 
gestão do serviço público, considerado este como atividade ou organização, em 
sentido amplo, abrangendo todas as funções do Estado (Duguit). Contrariamente, Jèze 
considera o serviço público como atividade ou organização, em sentido estrito, 
abrangendo apenas a atividade material exercida pelo Estado para satisfação de 
necessidades coletivas, com submissão a regime exorbitante do direito comum; 
 Critério do Poder Executivo: o Dir. Adm. seria o conjunto do princípios jurídicos que 
disciplinam a organização e a atividade do Poder Executivo; 
 Critério das relações jurídicas: considera o Dir. Adm. como o conjunto de normas 
que regem as relações entre a Administração e os administrados; 
 Critério teleológico: o Dir. Adm. compreende normas que disciplinam a atividade 
concreta do Estado para consecução de fins de utilidade pública. Tem um sentido 
positivo. Posição adotada por Oswaldo Aranha Bandeira de Mello; 
 Critério negativo ou residual: o Dir. Adm. teria por objeto as atividades 
desenvolvidas para a consecução dos fins estatais, excluídas a legislação e a jurisdição 
ou somente esta; 
 Critério da distinção entre atividade jurídica e social do Estado: entende que o Dir. 
Adm. é o ramo do direito público interno que regula a atividade jurídica não 
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18 
contenciosa do Estado e a constituição dos órgãos e meios de sua ação em geral. 
Posição adotada por Cretella Júnior; 
 Critério da administração pública: Dir. Adm. é o conjunto de princípios que regem a 
Administração Pública. Posição adotada por Hely Lopes Meirelles. 
 
CESPE 2013!!! 
 
(CESPE - 2013 - TRE-MS - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA)
22
 Em relação ao 
objeto e às fontes do direito administrativo 
 
1(____) O Poder Executivo exerce, além da função administrativa, a denominada função política de 
governo — como, por exemplo, a elaboração de políticas públicas, que também constituem objeto de 
estudo do direito administrativo. 
2(____) As decisões judiciais com efeitos vinculantesou eficácia erga omnes são consideradas fontes 
secundárias de direito administrativo, e não fontes principais. 
3(____) Dizer que o direito administrativo é um ramo do direito público significa o mesmo que dizer que 
seu objeto está restrito a relações jurídicas regidas pelo direito público. 
 
CESPE!!! 
 
(CESPE-AGU-FEV-2009)
23
 Relativamente aos critérios de delimitação do âmbito do Direito 
Administrativo, julgue os itens a seguir. 
 
1(____) Na França, formou-se a denominada Escola do Serviço Público, inspirada na jurisprudência do 
Conselho de Estado, segundo a qual a competência dos tribunais administrativos passou a ser fixada em 
função da execução de serviços públicos. 
2(____) Pelo critério teleológico, o Direito Administrativo é considerado como o conjunto de normas que 
regem as relações entre a administração e os administrados. Tal critério leva em conta, necessariamente, o 
caráter residual ou negativo do Direito Administrativo. 
 
 Modernamente, para CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, Direito Administrativo é “o 
ramo do Direito Público que disciplina a função administrativa e os órgãos que a exercem”. 
 
 Para HELY LOPES MEIRELLES, o Direito Administrativo consiste no “conjunto harmônico de 
princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar 
concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado”. Segundo o Mestre HELY, “Os três 
primeiros termos - concreta, direta e imediatamente - afastam a ingerência desse ramo do Direito na 
atividade estatal abstrata que é a legislativa, na atividade indireta que é a judicial, e na atividade mediata 
que é a ação social do Estado”. 
 
 Como visto, são muitos os conceitos do que vem a ser o Direito Administrativo. Da análise 
dos conceitos fornecidos, podemos dizer que o Direito Administrativo é o: 
 
Ramo do direito público formado pelo conjunto de normas (princípios e regras) que 
trata Administração Pública disciplinando a função administrativa e as entidades, 
órgãos e agentes públicos que a exercem. 
 
 
22
 Gabarito: 1.E; 2.E; 3.E 
23
 Gabarito: 1.C; 2.E 
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19 
 Vale registrar, ainda, o conceito de Direito Administrativo para MARIA SYLVIA ZANELLA DI 
PIETRO: 
 
“Direito administrativo é o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, 
agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a 
atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a 
consecução de seus fins, de natureza pública”. 
 
 O conceito de ZANELLA, acima referido, foi adotado em questão de prova elaborada pela 
ESAF. Veja: 
 
ESAF!!! 
 
(ESAF-ATRFB-RECEITA FEDERAL-2003)
24
 No conceito de Direito Administrativo, pode se 
entender ser ele um conjunto harmonioso de normas e princípios, que regem relações entre órgãos 
públicos, seus servidores e administrados, no concernente às atividades estatais, mas não compreendendo: 
 
a) a administração do patrimônio público. 
b) a regência de atividades contenciosas. 
c) nenhuma forma de intervenção na propriedade privada. 
d) o regime disciplinar dos servidores públicos. 
e) qualquer atividade de caráter normativo. 
 
 Em resumo, o Direito Administrativo é o conjunto de normas que trata da Administração 
pública. Portanto, o objeto de estudo do Direito Administrativo é a Administração Pública. 
 
ESAF!!! 
 
(ESAF-PROCURADOR DF-MAR/2007)
25
 Em relação ao conceito e evolução histórica do Direito 
Administrativo e ao conceito e abrangência da Administração Pública, selecione a opção correta. 
 
a) Na evolução do conceito de Direito Administrativo, surge a Escola do Serviço Público, que se 
desenvolveu em torno de duas concepções. Na concepção de Leon Duguit, o Serviço Público deveria ser 
entendido em sentido estrito, abrangendo toda a atividade material, submetida a regime exorbitante do 
direito comum, desenvolvida pelo Estado para a satisfação de necessidades da coletividade. 
b) Na busca de conceituação do Direito Administrativo encontra-se o critério da Administração Pública, 
segundo o qual, sinteticamente, o Direito Administrativo deve ser concebido como o conjunto de 
princípios que regem a Administração Pública. 
c) A Administração Pública, em sentido objetivo, deve ser compreendida como o conjunto das pessoas 
jurídicas e dos órgãos incumbidos do exercício da função administrativa do Estado. 
d) O conceito estrito de Administração Pública abarca os Poderes estruturais do Estado, sobretudo o Poder 
Executivo. 
e) Na evolução histórica do Direito Administrativo, encontramos a Escola Exegética, que tinha por objeto 
a interpretação das leis administrativas, a qual também defendia o postulado da carga normativa dos 
princípios aplicáveis à atividade da Administração Pública. 
 
 
24
 Gabarito: B 
25
 Gabarito: B 
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20 
3.2 FONTES 
 
 São fontes do direito administrativo: 
 
 a lei: a norma posta pelo Estado. É a fonte principal (primordial, básica), sendo as 
demais derivadas (ou secundárias) 
 a doutrina: a lição dos mestres e estudiosos do direito 
 a jurisprudência: a interpretação da lei dada pelos tribunais (decisões judiciais). 
Não tem força vinculante, salvo a Súmula Vinculante (CF,art.103-A) 
 os costumes: comportamento reiterado com a noção de conformidade com o 
Direito. Registre-se que não se admite no Brasil o costume contra legem. 
 os princípios gerais do direito: postulados, de observância obrigatória, que 
dirigem toda a produção e aplicação do Direito 
 
CESPE 2013!!! 
 
(CESPE-ESPECIALSTA-DEPEN-2013) Tendo em vista que o Estado desempenha três funções básicas: 
administrar, legislar e julgar, julgue os itens seguintes, relativos à função administrativa do Estado e aos 
atos administrativos. 
 
(____) Em razão do princípio da legalidade, previsto em artigo do texto constitucional, apenas a lei é fonte 
do direito administrativo.
26
 
 
ESAF!!!
 
 
(ESAF-TÉCNICO DA RECEITA FEDERAL-2006)
27
 A primordial fonte formal do Direito 
Administrativo no Brasil é 
 
a) a lei. 
b) a doutrina. 
c) a jurisprudência. 
d) os costumes. 
e) o vade-mécum. 
 
 
 
26
 Gabarito: E 
27
 Gabarito: A 
 
Fonte principal 
 Fontes derivadas 
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21 
4. PODERES E DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO 
 
 Consoante HELY LOPES, poderes e deveres do administrador público são os expressos em 
lei, os impostos pela moral administrativa e os exigidos pelo interesse da coletividade. O poder 
administrativo é atribuído à autoridade para remover interesses particulares que se opõem ao interesse 
público. São eles: o poder-dever de agir; o dever de eficiência; o dever de probidade e o dever de prestar 
contas. 
 
 I- PODER-DEVER DE AGIR: O poder tem para o agente público o significado de dever 
para com a comunidade e para com os indivíduos, no sentido de que quem o detém está sempre na 
obrigação de exercitá-lo; esse poder é insuscetível de renúncia pelo seu titular. Se para o particular o poder 
de agir é uma faculdade, para o administrador público éuma obrigação de atuar, desde que se apresente o 
ensejo de exercitá-lo em benefício da comunidade. Daí por que a omissão da autoridade ou o silêncio da 
Administração, quando deva agir ou manifestar-se, gera responsabilidade para o agente omisso e autoriza 
a obtenção do ato omitido por via judicial, notadamente por mandado de segurança, se lesivo de direito 
liquido e certo do interessado. 
 
 II - DEVER DE EFICIÊNCIA: é o que se impõe a todo agente público de realizar suas 
atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. A eficiência funcional é, pois, considerada 
em sentido amplo, abrangendo não só a produtividade do exercente do cargo ou da função, como 
também a perfeição do trabalho e sua adequação técnica aos fins visados pela Administração, para o que 
se avaliam os resultados, confrontando-se os desempenhos e aperfeiçoamento de pessoal através de 
seleção e treinamento. Assim, a verificação de eficiência atinge os aspectos quantitativo e qualitativo do 
serviço. 
 
 III - DEVER DE PROBIDADE: está constitucionalmente integrado na conduta do 
administrador público como elemento necessário à legitimidade de seus atos; assim, o ato administrativo 
praticado com lesão aos bens e interesses públicos também fica sujeito a invalidação pela própria 
Administração ou pelo Poder Judiciário, por vício de improbidade, que é uma ilegitimidade assim como as 
demais que nulificam a conduta do administrador público. 
 
 IV - DEVER DE PRESTAR CONTAS: é decorrência natural da administração como 
encargo de gestão de bens e interesses alheios; no caso do administrador público, a gestão se refere aos 
bens e interesses da coletividade e assume o caráter de munus público, isto é, de um encargo para com a 
comunidade. Daí o dever indeclinável de todo administrador público de prestar contas de sua gestão 
administrativa, sendo nesse sentido a orientação de nossos tribunais (STF, TRF, 99/969; TJSP, RT, 
237/253). 
 
 Analise a questão a seguir: 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
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DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. ALEXANDRE MEDEIROS 
 
 
 
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QUESTÃO!!! 
 
(FCC-ANALISTA JUDICIÁRIO-CONTADORIA-TRF5-MAR-2008)
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 Das condutas abaixo 
indicadas, NÃO são apontados pela doutrina dominante como deveres básicos dos administradores 
públicos: 
 
(A) dever de probidade; dever de prestar contas; dever de atender ao público em geral com presteza. 
(B) dever de agir; dever de eficiência; dever de cumprir horário. 
(C) dever de eficiência; dever de probidade; dever de identificar a assinatura dos documentos com 
carimbo contendo o nome do servidor. 
(D) dever de atender o público em geral com presteza; dever de cumprir horário estabelecido para o 
trabalho; dever de probidade. 
(E) dever de cumprir horário estabelecido para o trabalho; dever de identificar a assinatura dos 
documentos com carimbo contendo nome do servidor; dever de atender o público em geral com presteza. 
 
 
BONS ESTUDOS!! 
BOA SORTE!! 
Prof. Alexandre Medeiros 
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Tema da próxima apostila: AULA II - PRINCÍPIOS 
 
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 Gabarito: E

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