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CONTRATOS EM ESPECIE

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3� Resumo - Contratos.docx
Contrato de Compra e Venda: 
Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.
Venda ad corpus ou de corpo inteiro: É aquela feita como coisa certa e determinada com relação a bens imóveis, mesmo que isto não conste expressamente no contrato. 
Venda ad mensuram: É aquela feita por medida de extensão (metro quadrado, alqueire, hectare) É tolerável a variação de área de 1/20 ou 5% do imóvel. 
Retrovenda: Trata-se de uma cláusula em que o vendedor se reserva o direito de reaver, em certo prazo, o imóvel alienado, restituindo ao comprador o preço, mas as despesas por ele realizadas, inclusive as empregadas no melhoramento do imóvel. Prazo maximo de 3 anos. 
Reserva de domínio: Trata-se da estipulação de que a coisa móvel e infungível continuará sendo de propriedade do vendedor, que, portanto, terá a posse indireta após o pagamento do preço. 
Perempção: Preferência na venda, a pessoa que vendeu tem a preferência em comprar novamente.
Doação:
A doação é um contrato em que o donatário recebe do doador bens ou vantagens para o patrimônio de outra pessoa que o aceita. 
Contrato de Locação: 
Pode ser conceituado como aquele em que uma das partes se obriga a ceder a outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição.
As obrigações do locador:
a) entregar ao locatário a coisa alugada, com suas pertenças, em estado de servir ao uso a que se destina, e a mantê-la nesse estado, pelo tempo do contrato.
b) garantir ao locatário, durante o tempo do contrato, o uso pacífico da coisa.
As obrigações do locatário:
a) servir-se de coisa alugada para os usos convencionados ou presumidos, conforme a natureza dela e as circunstâncias, bem como trata-la com o mesmo cuidado como se sua fosse.
b) pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e, em falta de ajuste segundo o costume do lugar.
c) levar ao conhecimento do locador as turbações de terceiros, que se pretendam fundadas em direito. 
d) restituir a coisa, finda a locação, no estado em que a recebeu, salvo as deteriorações naturais ao uso regular. 
Contrato de empréstimo de forma de comodato:
Trata-se de empréstimo gratuito de bem infungível, móvel ou imóvel. O comodante TRANSFERE A POSSE DIRETA ao comodatário por prazo determinado. No comodato há somente a transferência da posse, já que a propriedade continua com o comodante. Ex. Contrato de locação.
Contrato de empréstimo de forma mutuo:
É aquele que trata da transferência de bens fungíveis, móveis, que podem ser substituídos por outros de mesma espécie, qualidade e quantidade. As partes envolvidas são chamadas mutuante e mutuário. O mutuante é aquele que empresta ou transfere a propriedade do bem fungível. Já o mutuário é aquele que recebe o bem, quem tem a obrigação de devolver outro bem de mesma espécie, qualidade e quantidade.
Contrato de prestação de serviços: 
O contrato de prestação de serviços é bilateral, gera direito e obrigação para ambas às partes, uma vez que o contraente se obriga a prestar o serviço contratado, e o contratante, por sua vez, fica obrigado a remunerar o prestador de serviços. O contrato de prestação de serviço pode ser acordado por 4 anos. Uma das características mais importantes do contrato de prestação de serviços é o seu caráter personalíssimo, portanto caso ocorra a morte de uma das partes, o contrato é imediatamente extinto.
Contrato de empreitada: 
A empreitada é o contrato pelo qual um dos contraentes (empreiteiro) se obriga, sem subordinação ou dependência, a realizar, pessoalmente ou por meio de terceiro, certa obra para outrem (dono da obra ou comitente) com material próprio ou por este fornecido, mediante remuneração determinada, ou proporcional ao trabalho executado.
São direitos do empreiteiro: 
a) perceber remuneração convencionada,
b) exigir aceitação da obra concluída,
c) requerer medição das partes já concluídas, no caso de empreitada por medida, 
d) reter a obra para assegurar o recebimento do preço,
e) constituir o comitente em mora, consignando judicialmente a obra,
f) ceder o contrato, desde que não seja intuitu personae, dando origem a subempreitada,
g) suspender a obra nos seguintes casos:
1. por culpa do dono, ou por motivo de força maior,
2. quando no decorrer dos serviços, se manifestarem dificuldades imprevisíveis de execução, resultantes de causas geológicas ou hídricas, ou outras semelhantes, de modo que se torne a empreitada excessivamente onerosa, e o dono da obra se opuser ao reajuste do preço inerente ao projeto por ele elaborado, observados os preços,
3. se as modificações exigidas pelo dono da obra, por seu vulto e natureza forem desproporcionais ao projeto aprovado, ainda que o dono se disponha a arcar com o acréscimo de preço.
São deveres do empreiteiro:
a) executar a obra conforme as determinações contratuais,
b) corrigir os vícios ou defeitos que a obra apresentar,
c) não fazer acréscimos ou mudanças sem necessidade e sem consentimento do comitente,
d) entregar a obra concluída ao dono,
e) pagar os materiais que recebeu do comitente, se por negligencia ou imperícia os inutilizar, e responder por perdas e danos se, sem justa causa, suspender a empreitada,
f) denunciar ao comitente defeitos nos materiais entregues para a obra que possam comprometer sua execução,
g) fornecer, se a empreitada for mista, os materiais de acordo com a qualidade e quantidade convencionadas.
Contrato de depósito:
Depósito é o contrato pelo qual um dos contratantes (depositário) recebe do outro (depositante) um bem móvel ou imóvel, obrigando-se a guardá-lo, temporária e gratuitamente, para restituir-lhe quando for exigido.
Depósito voluntário ou convencional = é aquele resultante da vontade das partes, feito na forma escrita, por meio de escritura pública ou instrumento particular.
Depósito necessário ou obrigatório= é aquele que independe da vontade das partes, e se subdivide em:
Depósito legal = aquele imposto pela lei; 
Depósito miserável = feito em caso de calamidade pública, como incêndio, inundação, naufrágio, em que o depositante utiliza a primeira pessoa que aceita depositar os bens;
Depósito do hospedeiro = aquele que compreende as bagagens dos viajantes ou hospedes de hospedarias, incluindo internatos, colégio e hospital. 
Depósito Regular ou Ordinário = aquele que compreende coisa individualizada infungível e inconsumível que deverá ser devolvida in natura. 
Depósito irregular = aquele que recai sobre bem fungível ou consumível, como por exemplo, o depositário bancário. 
Depósito Judicial = aquele determinado por mandado judicial, que entrega à terceiro coisa litigiosa móvel ou imóvel, com intuito de preserva-la até decisão da causa. 
Características do depósito
a) o depósito gera obrigação de custódia, pois o depositário deverá guardar a coisa que lhe foi confiada.
b) é permitido o depósito para melhoramento da coisa (ex. veículo entregue para guarda, limpeza e lubrificação)
c) a restituição da coisa deve ocorrer na ocasião ajustada ou quando reclamada. 
d) a temporariedade, pois não pode ser perpétuo o contrato de depósito, sob pena de termos uma doação.
Direitos e obrigações do depositário
Direitos
a) receber as despesas necessárias feitas com a coisa e o prejuízo oriundos do depósito;
b) reter a coisa até o pagamento dos valores descritos no item anterior;
c) exigir remuneração, se expressa, no contrato, o que afastaria a gratuidade como regra;
d) requerer o depósito judicial quando não puder guardar a coisa.
Obrigações
a) guardar a coisa como se fosse sua;
b) não se utilizar da coisa sem autorização do depositante;
c) manter a coisa no estado em que foi entregue (fechada, selada)
d) restituir a coisa quando
solicitado;
e) responder pelos riscos da coisa inclusive caso fortuito e força maior se assim foi pactuado e o depositário estiver em mora.
 Extinção do depósito
a) vencimento do prazo
b) manifestação unilateral do depositante 
c) iniciativa do depositário que não quer mais guardar a coisa
d) perecimento da coisa por caso fortuito ou força maior
e) morte ou incapacidade do depositário
f) após vinte e cinco anos ( Lei 2.313/54) quando a coisa não for reclamada (hipótese que será recolhida para o tesouro nacional)
Contrato de mandato:
É o contrato pelo qual alguém (mandatário) recebe de outrem (mandante) poderes para em seu nome praticar atos ou administrar interesses. 
Espécies de mandato
Singular = aquele que possui apenas um procurador
Plural = aquele que possui mais de um procurador
Expresso = aquele que contém poderes expressos
Tácito = aquele em que a aceitação se dá por atos que a presume
Verbal = aquele feito oralmente, provado por testemunha 
Escrito = aquele feito por instrumento público ou particular
Presumido = aquele que o mandatário silencia quanto a aceitação, mas seu objeto esta relacionado a sua profissão. Ex. despachante
Civil = aquele feito para o exercício de atos da vida civil
Mercantil ou empresarial = aquele feito para a prática de atos do comércio.
Geral = aquele que compreende todos os negócios do mandante.
Especial = aquele que compreende um ou mais negócios determiandos.
Poderes especiais = aquele que confere poderes de administração especial, atos diferenciados, como o casamento.
Ad judicia = aquele que confere poderes para atuação em juizo. 
Da Extinção do Mandato
A extinção do mandato está previsto no art. 682: 
Art. 682. Cessa o mandato:
I - pela revogação ou pela renúncia;
II - pela morte ou interdição de uma das partes;
III - pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o mandatário para os exercer;
IV - pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio.
Contrato de Transporte: 
Contrato de transporte é um negócio jurídico pelo qual um sujeito assume a obrigação de entregar coisa em algum local ou percorrer um itinerário a algum lugar para uma pessoa. A responsabilidade do transportador é objetiva, e, portanto, tem o dever de reparar o dano.
Transporte de coisa: O transportador obriga-se a efetuar o deslocamento e a entrega da coisa conduzida no seu destino, responsabilizando-se, desde o momento em que recebe a carga, por eventuais perdas ou avarias causadas.
Contrato de Seguro: O Contrato de seguro, o segurador se obriga mediante o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados.
AULA CONTRATO DE COMPRA E VENDA (1).doc
Profª Ms. Lisiana Carraro
Curso de Direito
Feevale
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AULA - CONTRATOS EM ESPÉCIE
COMPRA E VENDA
* Arts. 481 a 532 CC
* transferência de domínio: coisa móvel – art. 1.226 CC
 coisa imóvel – art. 1.245 CC
* classificação: oneroso, translativo, bilateral, comutativo, nominado, formal;
* diferença deste contrato: no civil – atos de consumo
no comercial – ato especulativo, visa o lucro (atacado e varejo);
* elementos constitutivos: 
a) res – coisa – qualquer com apreciação econômica. Coisas corpóreas, incorpóreas, cessão (de crédito, direitos hereditários, uso de marca);
b) pretius – preço – em dinheiro. 
A fixação do preço pode ser: arbítrio de 3º - art. 485 CC;
				 taxa de mercado – art. 486 CC;
				 índices e parâmetros – art. 487 CC;
				 nulo – art. 489 CC.
c) consensus – consentimento.
* NULA é a compra e venda feita de coisa que nunca existiu ou deixou de existir quando do negócio. OBS: coisa futura: art. 243 CC – gênero e quantidade.
Venda pró soluto – quando a entrega da cártula representa pagamento definitivo;
Venda pró solvendo – somente se terá o pagamento quando liquidados os valores dos títulos;
* entrega da coisa com venda a crédito – art. 491 CC e Súmula STF 152;
* riscos da coisa – art. 492 CC;
* tradição – art. 493 CC;
* anulável a venda – art. 496 CC;
* não podem ser comprados sob pena de nulidade – art. 497 CC;
* cônjuges – art. 499 CC ver regime de casamento;
* venda ad corpus e ad mensuram – art. 500 CC;
* defeito oculto – art. 503 CC.
AULA CONTRATO DE COMPRA E VENDA.doc
AULA - CONTRATOS EM ESPÉCIE
COMPRA E VENDA
* Arts. 481 a 532 CC
* transferência de domínio: coisa móvel – art. 1.226 CC - Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a tradição.
Coisa imóvel – art. 1.245 CC - Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis.
* classificação: 
Oneroso: ambas as partes têm vantagem e proveito econômico, ex: os contratos bilaterais, onde ambas as partes ganham e perdem.
Translativo: é translativo no sentido de trazer como conteúdo a referida transmissão, que se perfaz pela tradição nos casos que envolvem bens móveis ou pelo registro, nas hipóteses de bens imóveis.
Bilateral: cria direito e deveres para ambas as partes. Ex. compra e venda, pois o comprador tem o dever de dar o dinheiro e o direito de exigir a coisa, enquanto o vendedor tem a obrigação de dar a coisa e o direito de exigir o dinheiro. Ex. Locação, pois o locador tem a obrigação de pagar o aluguel.
Unilateral: só cria direto para uma das partes e apenas obrigação para outra, uma das partes será só credora e a outra só devedora. Ex. doação, pois só o doador tem a obrigação de dar e o donatário apenas o direito de exigir a coisa, sem nenhuma prestação em troca.
Comutativo: São comutativos quando existe uma equivalência entre a prestação (vantagem) e a contraprestação (sacrifício), ex: compra e venda, troca, locação, etc. Diz-se inclusive que a compra e venda é a troca de coisa por dinheiro.
Nominado: são aqueles que têm designação própria pela lei. O Código Civil disciplina vinte contratos nominados. Exemplo: contratos de compra e venda, de doação, de locação.
Formal: aquele para cuja validade a lei estabelece determinada forma ou solenidade (contrato solene).
* diferença deste contrato: no civil – atos de consumo 
no comercial – ato especulativo, visa o lucro (atacado e varejo);
* elementos constitutivos: 
a) res – coisa – qualquer com apreciação econômica. Coisas corpóreas, incorpóreas, cessão (de crédito, direitos hereditários, uso de marca);
b) pretius – preço – em dinheiro. 
A fixação do preço pode ser: arbítrio de 3º - art. 485 CC;
				 taxa de mercado – art. 486 CC;
				 índices e parâmetros – art. 487 CC;
				 nulo – art. 489 CC.
c) consensus – consentimento.
* NULA é a compra e venda feita de coisa que nunca existiu ou deixou de existir quando do negócio. OBS: coisa futura: art. 243 CC – gênero e quantidade.
Venda pró soluto – quando a entrega da cártula representa pagamento definitivo;
Venda pró solvendo – somente se terá o pagamento quando liquidados os valores dos títulos;
* entrega da coisa com venda a crédito – art. 491 CC e Súmula STF 152;
* riscos da coisa – art. 492 CC;
* tradição – art. 493 CC;
* anulável a venda – art. 496 CC;
* não podem ser comprados sob pena de nulidade – art. 497 CC;
* cônjuges – art. 499 CC ver regime de casamento;
* venda ad corpus e ad mensuram – art. 500 CC;
* defeito oculto – art. 503 CC.
AULA LOCAÇÃO (1).doc
Profª Ms. Lisiana Carraro
Curso de Direito
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AULA - CONTRATOS EM ESPÉCIE
LOCAÇÃO
ESPÉCIE – o Direito Romano conhecia três modalidades:
Locacio Conductio Rerum – Locação de coisa – art. 565 a 578 CC;
Locacio Conductio Operarum – Locação de serviço – art. 593 a 609 CC;
Locacio Conductio Operis – Locação de obra ou empreitada – art. 610 a 626 CC;
Locação imobiliária – Geral – Lei 8245/91 – Lei do Inquilinato, Locação área rural – Estatuto da Terra – Lei 4.504/64;
CONCEITO – contrato pelo qual o sujeito se compromete, mediante remuneração, a facultar a outro, por certo tempo, o uso e gozo de uma coisa; a prestação de um serviço ou a execução de uma obra;
Locação de coisas – móveis e imóveis; não se loca energia elétrica, gás calor ou semelhante, seu uso os consome;
NATUREZA – é bilateral, comutativo, oneroso, consensual, não é real porque não precisa entregar a coisa para seu aperfeiçoamento;
A tradição não é essencial no contrato;
Relação locatícia intuito personae – Lei do inquilinato distingue cessão de sublocação; Carlos Gonçalves diz não ter caráter personalíssimo mas nas locações em geral;
Arrendamento – locação imóvel rural por englobar percepção de frutos além do uso é tratado pelo Estatuto da Terra;
PARTES – Locador – Senhorio – Arrendador
 Locatário – Inquilino – Arrendatário;
Distinções:
da compra e venda – lá a obrigação é de transferir aqui é de ceder;
do depósito – é contrato real pode ser gratuito enquanto a locação é consensual e a remuneração é essencial;
do empréstimo – implica em utilização de coisa alheia mas de forma gratuita;
Capacidade – a dos atos da vida civil, não transfere a propriedade somente a posse direta, não se faz necessário a outorga conjugal, cuidar coisas em condomínio – art. 1.132 CC e seg.
OBJETO – bem não fungível – art. 565 CC;
 		 restituir ao final do contrato – art. 569, IV CC;
 não precisa ser dono, tem de ter o poder de ceder;
AULA LOCAÇÃO.doc
Profª Ms. Lisiana Carraro
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 AULA - CONTRATOS EM ESPÉCIE
LOCAÇÃO
ESPÉCIE – o Direito Romano conhecia três modalidades:
Locacio Conductio Rerum – Locação de coisa – art. 565 a 578 CC;
Locacio Conductio Operarum – Locação de serviço – art. 593 a 609 CC;
Locacio Conductio Operis – Locação de obra ou empreitada – art. 610 a 626 CC;
Locação imobiliária – Geral – Lei 8245/91 – Lei do Inquilinato, Locação área rural – Estatuto da Terra – Lei 4.504/64;
CONCEITO – contrato pelo qual o sujeito se compromete, mediante remuneração, a facultar a outro, por certo tempo, o uso e gozo de uma coisa; a prestação de um serviço ou a execução de uma obra;
Locação de coisas – móveis e imóveis; não se loca energia elétrica, gás calor ou semelhante, seu uso os consome;
NATUREZA – é bilateral, comutativo, oneroso, consensual, não é real porque não precisa entregar a coisa para seu aperfeiçoamento;
A tradição não é essencial no contrato;
Relação locatícia intuito personae – Lei do inquilinato distingue cessão de sublocação; Carlos Gonçalves diz não ter caráter personalíssimo mas nas locações em geral;
Arrendamento – locação imóvel rural por englobar percepção de frutos além do uso é tratado pelo Estatuto da Terra;
PARTES – Locador – Senhorio – Arrendador
 Locatário – Inquilino – Arrendatário;
Distinções:
da compra e venda – lá a obrigação é de transferir aqui é de ceder;
do depósito – é contrato real pode ser gratuito enquanto a locação é consensual e a remuneração é essencial;
do empréstimo – implica em utilização de coisa alheia mas de forma gratuita;
Capacidade – a dos atos da vida civil, não transfere a propriedade somente a posse direta, não se faz necessário a outorga conjugal, cuidar coisas em condomínio – art. 1.132 CC e seg.
OBJETO – bem não fungível – art. 565 CC;
 		 restituir ao final do contrato – art. 569, IV CC;
 não precisa ser dono, tem de ter o poder de ceder;
AULA%20REVISÃO%201[1] (1).doc
Profª Ms. Lisiana Carraro
Curso de Direito
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1ª AULA – DIREITO CIVIL CONTRATOS EM ESPÉCIE
REVISÃO DE OBRIGAÇÕES
Obrigação – conceito:
* vínculo de sujeição da pessoa;
* relação com caráter transitório de dar, fazer ou não fazer;
* economicamente aplicável a alguém;
* em virtude da lei;
* que dá direito de exigir a realização ou não.
Obrigação de dar – características:
* transferir (dar $ ao vendedor);
* entregar (passar a posse ao inquilino);
* restituir (devolver algo que fora emprestado);
* pode ser de dar coisa certa (objeto perfeitamente determinado em suas qualidades intríncecas – ex. cavalo de corrida) ou incerta (a coisa não é considerada em sua individualidade mas no gênero a que pertence – ex. o soja).
Obrigação de fazer – características:
*praticar um ato;
*realizar uma tarefa;
*que traga vantagem ao credor;
*por vezes são intuitu personae.
DISTINÇÃO ENTRE DAR E FAZER: Washington diz que tem de se verificar se o dar é ou não consequência do fazer, se ele primeiro não tem de confeccionar para entregar então é de dar, caso contrário será de fazer.
Obrigação de não fazer – características:
* obrigação de se abster diante de um fato – ex. locação de um ponto com a ressalva de não colocar o mesmo ramos de atividade.
Classificação das obrigações: (algumas)
* divisível e indivisível;
* principais e acessórias;
* modal;
* de meio e de resultado
CONTRATOS EM ESPÉCIE
*Conceito: é um acordo de vontades criador de obrigações.
Aristóteles: “É uma lei feita por particulares, tendo em vista determinado objeto.”
Ulpiano: “É o mútuo consenso de duas ou mais pessoas sobre o mesmo objeto.”
Dto. dos Contratos: é o conjunto de normas que trata dos contratos em espécie quanto as suas formalidades.
* Princípios:
Autonomia da vontade – prerrogativa dos indivíduos criarem relações desde que se submetam às regras impostas pela lei e que seus fins coincidam com o interesse geral ou não o contradigam. É limitada na idéia da ordem pública.
Supremacia da ordem pública – proíbe especulações contrárias a moral, a ordem pública e aos bons costumes. 
Da obrigatoriedade das convenções – “pacta sunt servanta”, as estipulações deverão ser fielmente cumpridas. Exceto: art. 393 par. Único CCB.
Da função social do contrato – o contrato deve ser visto no sentido social da utilidade para a sociedade. Art. 421 CCB
Da probidade e boa-fé – veracidade, integridade, honradez e lealdade. Art. 422 CCB.
 
CONTRATO DE DOAÇÃO (1).doc
CONTRATO DE DOAÇÃO
** Ato inter vivos e tem de haver liberalidade – animus donandi (elemento subjetivo) – gratuidade e transferência de bens (elemento objetivo) art. 538CC-;
** É um contrato, pois precisa da manifestação das duas partes para se aperfeiçoar o negócio jurídico;
** Natureza jurídica - a doação é em regra unilateral, gratuito e formal (pode ser por escrito particular ou escritura pública ou ainda verbal em bens móveis de pequeno valor + - 10% do patrimônio do doador) art. 541 CC e parágrafo. Poderá ser também classificado como unilateral imperfeito quando ele for doação com encargo.
** A aceitação expressa quando manifesta aceitação que pode ser imediata a liberalidade, pode o doador estipular prazo art. 539 CC, pode haver aceitação presumida (contemplação de casamento futuro e incapaz) art. 546 e 543.
** O objeto pode ser coisas ou vantagens, corpóreas
ou não, consumíveis ou não. Há quem entenda que pode ser coisa futura, ex. um bezerro que vai nascer. ATENÇÃO; ela tem de vir a existir. A promessa recebe críticas, mas é aceita no direito de família para prole, por exemplo.
** O donatário pode ser nascituro art. 542 CC, absolutamente incapaz art. 543 CC, cônjuge art. 544 CC e de ascendente para descendente art. 544 CC – dispensa da colação arts. 2005 e 2006 CC. 
** Espécies: pura e simples, com encargo, remuneratória (retribuição de serviços prestados que não podem ser exigido pelo donatário – dever moral), por contemplação do merecimento (quando é justificado), subvenção periódica – pensão, que em regra termina com a morte do doador e não pode ultrapassar a vida do donatário; por contemplação de casamento futuro art. 546 CC.
** Doação inoficiosa – excede o limite que o doador podia dispor em testamento. Nula é somente a parte do excesso art. 549 CC. Ação declaratória buscando a nulidade do excesso.
** Doação universal – vedada art. 548 CC.
** Reversão = retorno ao patrimônio do doador, caráter intuitu personae art. 547CC. Não pode ser para terceiro a reversão.
** O doador não pode estar em estado insolvente pois trata-se de fraude a credor pois dispõe de dinheiro alheio.
** Doação feita ao concubino – legitimidade de propor ação é do cônjuge enganado dentro do prazo de dois anos a contar da dissolução da sociedade conjugal, se ele vir a falecer antes deste período poderão os herdeiros fazê-lo. Pode ser ajuizada a ação durante o casamento, o prazo é decadencial. Se o cônjuge inocente for interditado ou declarado ausente o curador não pode ajuizar a ação e o prazo fica suspenso até o fim da curatela – art. 3°, 198, I e 208 CC.
** Riscos da evicção – doação pura e simples em regra não obrigam o devedor; doação com encargo obrigam o devedor até o limite do ônus imposto; doação remuneratória obrigam o devedor até o limite do serviço prestado.
** Revogação da doação – pelos vícios do negócio jurídico; por inexecução do encargo e por ingratidão do donatário.
Questão (TRT/2006) Sobre o contrato de doação é CORRETO afirmar que:
a) A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular sendo inválida se feita de forma verbal.
b) O prazo para revogar a doação por ingratidão é decadencial de um ano, contado do conhecimento do fato pelo próprio doador e desde que praticado exclusivamente pelo donatário.
c) A doação de ascendente para um dos descendentes é nula de pleno direito, salvo se houver autorização expressa dos demais descendentes.
d) Considerando que a doação é um contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere bens ou vantagens de seu patrimônio para o de outra, o doador fica desobrigado de juros moratórios, bem como nunca está sujeito às consequências da evicção ou do vício redibitório.
e) As doações puramente recompensatórias não se revogam pela ingratidão. 
RESPOSTA: letra “e” – art. 564, I CC
Referência bibliográfica: os indicados no plano de aula.
CAPÍTULO IV
Da Doação
Seção I
Disposições Gerais
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.
Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto.
Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular.
Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição.
Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal.
Art. 543. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura.
Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
Art. 545. A doação em forma de subvenção periódica ao beneficiado extingue-se morrendo o doador, salvo se este outra coisa dispuser, mas não poderá ultrapassar a vida do donatário.
Art. 546. A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro, não pode ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento não se realizar.
Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário.
Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro.
Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador.
Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento.
Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.
Art. 551. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-se distribuída entre elas por igual.
Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo.
Art. 552. O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito às conseqüências da evicção ou do vício redibitório. Nas doações para casamento com certa e determinada pessoa, o doador ficará sujeito à evicção, salvo convenção em contrário.
Art. 553. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral.
Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministério Público poderá exigir sua execução, depois da morte do doador, se este não tiver feito.
Art. 554. A doação a entidade futura caducará se, em dois anos, esta não estiver constituída regularmente.
Seção II
Da Revogação da Doação
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo.
Art. 556. Não se pode renunciar antecipadamente o direito de revogar a liberalidade por ingratidão do donatário.
Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações:
I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele;
II - se cometeu contra ele ofensa física;
III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava.
Art. 558. Pode ocorrer também a revogação quando o ofendido, nos casos do artigo anterior, for o cônjuge, ascendente, descendente, ainda que adotivo, ou irmão do doador.
Art. 559. A revogação por qualquer desses motivos deverá ser pleiteada dentro de um ano, a contar de quando chegue ao conhecimento do doador o fato que a autorizar, e de ter sido o donatário o seu autor.
Art. 560. O direito de revogar a doação não se transmite aos herdeiros do doador, nem prejudica os do donatário. Mas aqueles podem prosseguir na ação iniciada pelo doador, continuando-a contra os herdeiros do donatário, se este falecer depois de ajuizada a lide.
Art. 561. No caso de homicídio doloso do doador, a ação caberá aos seus herdeiros, exceto se aquele houver perdoado.
Art. 562. A doação onerosa pode ser revogada por inexecução do encargo, se o donatário incorrer em mora. Não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá notificar judicialmente o donatário, assinando-lhe
prazo razoável para que cumpra a obrigação assumida.
Art. 563. A revogação por ingratidão não prejudica os direitos adquiridos por terceiros, nem obriga o donatário a restituir os frutos percebidos antes da citação válida; mas sujeita-o a pagar os posteriores, e, quando não possa restituir em espécie as coisas doadas, a indenizá-la pelo meio termo do seu valor.
Art. 564. Não se revogam por ingratidão:
I - as doações puramente remuneratórias;
II - as oneradas com encargo já cumprido;
III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural;
IV - as feitas para determinado casamento.
 
CONTRATO DE DOAÇÃO.doc
CONTRATO DE DOAÇÃO
** Ato inter vivos e tem de haver liberalidade – animus donandi (elemento subjetivo) – gratuidade e transferência de bens (elemento objetivo) art. 538CC-;
** É um contrato, pois precisa da manifestação das duas partes para se aperfeiçoar o negócio jurídico;
** Natureza jurídica - a doação é em regra unilateral, gratuito e formal (pode ser por escrito particular ou escritura pública ou ainda verbal em bens móveis de pequeno valor + - 10% do patrimônio do doador) art. 541 CC e parágrafo. Poderá ser também classificado como unilateral imperfeito quando ele for doação com encargo.
** A aceitação expressa quando manifesta aceitação que pode ser imediata a liberalidade, pode o doador estipular prazo art. 539 CC, pode haver aceitação presumida (contemplação de casamento futuro e incapaz) art. 546 e 543.
** O objeto pode ser coisas ou vantagens, corpóreas ou não, consumíveis ou não. Há quem entenda que pode ser coisa futura, ex. um bezerro que vai nascer. ATENÇÃO; ela tem de vir a existir. A promessa recebe críticas, mas é aceita no direito de família para prole, por exemplo.
** O donatário pode ser nascituro art. 542 CC, absolutamente incapaz art. 543 CC, cônjuge art. 544 CC e de ascendente para descendente art. 544 CC – dispensa da colação arts. 2005 e 2006 CC. 
** Espécies: pura e simples, com encargo, remuneratória (retribuição de serviços prestados que não podem ser exigido pelo donatário – dever moral), por contemplação do merecimento (quando é justificado), subvenção periódica – pensão, que em regra termina com a morte do doador e não pode ultrapassar a vida do donatário; por contemplação de casamento futuro art. 546 CC.
** Doação inoficiosa – excede o limite que o doador podia dispor em testamento. Nula é somente a parte do excesso art. 549 CC. Ação declaratória buscando a nulidade do excesso.
** Doação universal – vedada art. 548 CC.
** Reversão = retorno ao patrimônio do doador, caráter intuitu personae art. 547CC. Não pode ser para terceiro a reversão.
** O doador não pode estar em estado insolvente pois trata-se de fraude a credor pois dispõe de dinheiro alheio.
** Doação feita ao concubino – legitimidade de propor ação é do cônjuge enganado dentro do prazo de dois anos a contar da dissolução da sociedade conjugal, se ele vir a falecer antes deste período poderão os herdeiros fazê-lo. Pode ser ajuizada a ação durante o casamento, o prazo é decadencial. Se o cônjuge inocente for interditado ou declarado ausente o curador não pode ajuizar a ação e o prazo fica suspenso até o fim da curatela – art. 3°, 198, I e 208 CC.
** Riscos da evicção – doação pura e simples em regra não obrigam o devedor; doação com encargo obrigam o devedor até o limite do ônus imposto; doação remuneratória obrigam o devedor até o limite do serviço prestado.
** Revogação da doação – pelos vícios do negócio jurídico; por inexecução do encargo e por ingratidão do donatário.
Questão (TRT/2006) Sobre o contrato de doação é CORRETO afirmar que:
a) A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular sendo inválida se feita de forma verbal.
b) O prazo para revogar a doação por ingratidão é decadencial de um ano, contado do conhecimento do fato pelo próprio doador e desde que praticado exclusivamente pelo donatário.
c) A doação de ascendente para um dos descendentes é nula de pleno direito, salvo se houver autorização expressa dos demais descendentes.
d) Considerando que a doação é um contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere bens ou vantagens de seu patrimônio para o de outra, o doador fica desobrigado de juros moratórios, bem como nunca está sujeito às consequências da evicção ou do vício redibitório.
e) As doações puramente recompensatórias não se revogam pela ingratidão. 
RESPOSTA: letra “e” – art. 564, I CC
Referência bibliográfica: os indicados no plano de aula.
CAPÍTULO IV
Da Doação
Seção I
Disposições Gerais
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.
Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto.
Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular.
Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição.
Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal.
Art. 543. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura.
Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
Art. 545. A doação em forma de subvenção periódica ao beneficiado extingue-se morrendo o doador, salvo se este outra coisa dispuser, mas não poderá ultrapassar a vida do donatário.
Art. 546. A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro, não pode ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento não se realizar.
Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário.
Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro.
Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador.
Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento.
Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.
Art. 551. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-se distribuída entre elas por igual.
Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo.
Art. 552. O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito às conseqüências da evicção ou do vício redibitório. Nas doações para casamento com certa e determinada pessoa, o doador ficará sujeito à evicção, salvo convenção em contrário.
Art. 553. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral.
Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministério Público poderá exigir sua execução, depois da morte do doador, se este não tiver feito.
Art. 554. A doação a entidade futura caducará se, em dois anos, esta não estiver constituída regularmente.
Seção II
Da Revogação
da Doação
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo.
Art. 556. Não se pode renunciar antecipadamente o direito de revogar a liberalidade por ingratidão do donatário.
Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações:
I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele;
II - se cometeu contra ele ofensa física;
III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava.
Art. 558. Pode ocorrer também a revogação quando o ofendido, nos casos do artigo anterior, for o cônjuge, ascendente, descendente, ainda que adotivo, ou irmão do doador.
Art. 559. A revogação por qualquer desses motivos deverá ser pleiteada dentro de um ano, a contar de quando chegue ao conhecimento do doador o fato que a autorizar, e de ter sido o donatário o seu autor.
Art. 560. O direito de revogar a doação não se transmite aos herdeiros do doador, nem prejudica os do donatário. Mas aqueles podem prosseguir na ação iniciada pelo doador, continuando-a contra os herdeiros do donatário, se este falecer depois de ajuizada a lide.
Art. 561. No caso de homicídio doloso do doador, a ação caberá aos seus herdeiros, exceto se aquele houver perdoado.
Art. 562. A doação onerosa pode ser revogada por inexecução do encargo, se o donatário incorrer em mora. Não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá notificar judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo razoável para que cumpra a obrigação assumida.
Art. 563. A revogação por ingratidão não prejudica os direitos adquiridos por terceiros, nem obriga o donatário a restituir os frutos percebidos antes da citação válida; mas sujeita-o a pagar os posteriores, e, quando não possa restituir em espécie as coisas doadas, a indenizá-la pelo meio termo do seu valor.
Art. 564. Não se revogam por ingratidão:
I - as doações puramente remuneratórias;
II - as oneradas com encargo já cumprido;
III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural;
IV - as feitas para determinado casamento.
 
Contrato de Prestação de Serviços (1).docx
Contrato de Prestação de Serviços Médico-Hospitalares.
A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre ingressou com ação pelo não pagamento de serviços hospitalares dos réus em razão de sua filha menor impúbere.
O caso trata de pais que chegaram ao hospital para dar entrada a filha que estava em estado grave, para que fosse atendido o mais breve possível. Os pais que ao fazer o atendimento inicial, alegaram que seriam atendidos pelo convenio AAUG, sendo assim, sendo encaminhado para o atendimento da menor. Como os pais optaram pelo convênio, sendo os únicos responsáveis pelas despesas hospitalares, e que o mesmo se responsabilizou em eventual pagamento ou o não pagamento do plano de saúde do paciente quando à conta hospital. Os responsáveis pela menor, sabendo do não pagamento do plano de saúde, deveriam ter optado pelo Sistema Único de Saúde, para assim suportar os gastos hospitalares. Se o plano foi ou não pago pelo apelante isso não refere ao hospital cuidar disso, e sim dos responsáveis em arcar com suas despesas. Ao dar entrada em hospital foi assinado um contrato de prestação de serviço onde na clausula 6° prevê expressamente que o paciente ou responsável são devedores das despesas médico hospitalares eventualmente não cobertas pelo plano de saúde. Tal documento encontra-se devidamente assinado por Marcelo Rodrigues Pinto, na qualidade de responsável.
As custas com serviços hospitalares chegaram a quantia de R$ 2.241,01, referente a internação da menor, bem como o tratamento para pneumonia bacteriana. 
Os réus foram condenados ao pagamento de R$ 2.241,01, com correção monetária pelo IGP-M a partir da nota fiscal gerada, e de juros de mora de 12% ao ano, a contar da primeira citação. Uma vez que foram responsáveis pelas despesas no hospital, sabendo assim de suas responsabilidades com a casa de saúde. 
Essa apelação fala de um contrato de prestação de serviços, onde assim que entre em um hospital para ser atendido com convênio, particular ou plano de saúde, a pessoa responsável deve estar ciente que caso o plano não cobrir as despesas do hospital, tenha dinheiro suficiente para arcar com demais despesas que possa surgir, caso contrario no momento do atendimento ser encaminhado diretamente para o sistema único de saúde. 
O fundamento que foi usado nesse julgamento, é que foi assinado um contrato de prestação de serviço com o hospital, do qual o autor da ação cumpriu sua parte em auxiliar nos cuidados com a menor, tanto hospital como medica. Sendo assim, cabe a ré da mesma forma cumprir sua parte no contrato que seria efetuar o pagamento, uma vez que o plano não cumprir os serviços hospitalares. 
Vemos esses elementos conforme doutrinas:
ELEMENTOS DO CONTRATO MÉDICO
Irineu Ramos Filho
Doutrinas Essenciais Obrigações e Contratos | vol. 6 | p. 165 - 176 | Jun / 2011 | DTR\2001\296
Sumário:
Considerações iniciais - 2. Elementos constitutivos do contrato médico - 3. Efeitos do contrato médico - 4. Elementos constitutivos da relação médico/paciente
Autoriza o art. 1.216, do CC/1916 (LGL\1916\1) a contratação de qualquer "espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial (...)". Aliada a essa possibilidade jurídica, tem-se a própria definição de contrato, que, doutrinariamente, é um acordo de vontades objetivando a consecução de determinado fim, econômico ou não. Partindo dessa noção preliminar e considerando a relação médico/paciente, podemos caracterizá-la como contratual, isso porque, de um lado, temos alguém que toma um serviço específico; de outro, temos alguém que possui os conhecimentos necessários para prestar esse serviço; intermediando ambos, temos um liame comum, representado pelo objetivo a ser atingido pelo serviço prestado, que ao final redundará numa contrapartida econômica ao esforço profissional dispendido. Assim, vemos caracterizados os elementos básicos de um contrato: as partes, o objeto e o preço. 
Humberto Theodoro Júnior, Responsabilidade Civil, São Paulo, Universitária de Direito, 1986, pp. 82 a 88
“A assistência médico-cirúrgica dá-se por via de contrato de prestação de serviços, onde a obrigação assumida é de meio e não de resultado. O insucesso no tratamento é irrelevante para autorizar indenização de perdas e danos, cujo cabimento só ocorre quando a lesão ou morte do paciente seja fruto de manobra culposa ou dolosa do médico”.
DA RESPONSABILIDADE DAS INSTITUIÇÕES MÉDICAS
Fernando Facury Scaff
Doutrinas Essenciais de Responsabilidade Civil | vol. 5 | p. 883 - 894 | Out / 2011 | DTR\2012\953
“A Instituição médica enquanto prestadora de serviços aos consumidores – segundo momento da relação de responsabilidade estabelecida pelo art. 14 da Lei do Consumidor, como acima relatamos – consta que o serviço será considerado defeituoso (art. 14, § 1.º, II e III), consoante a época em que foi fornecido e os resultados e os riscos que razoavelmente dele se esperam. Tal assertiva nos leva a afirmar que as regras acima transcritas deverão ser enfatizadas ou amenizadas de conformidade com a situação fática vivida. Imaginemos, p. ex., a prestação de um serviço médico por um hospital em um período de epidemia. Obviamente será diverso do que em época normal. Logo, a regra da consideração do serviço como defeituoso deverá ser temperada com a realidade”.
Contrato de Prestação de Serviços (1).pdf
Contrato de Prestação de Serviços Médico-Hospitalares. 
 
A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre ingressou com ação pelo não 
pagamento de serviços hospitalares dos réus em razão de sua filha menor 
impúbere. 
O caso trata de pais que chegaram ao hospital para dar entrada a filha que 
estava em estado grave, para que fosse
atendido o mais breve possível. Os 
pais que ao fazer o atendimento inicial, alegaram que seriam atendidos pelo 
convenio AAUG, sendo assim, sendo encaminhado para o atendimento da 
menor. Como os pais optaram pelo convênio, sendo os únicos responsáveis 
pelas despesas hospitalares, e que o mesmo se responsabilizou em eventual 
pagamento ou o não pagamento do plano de saúde do paciente quando à 
conta hospital. Os responsáveis pela menor, sabendo do não pagamento do 
plano de saúde, deveriam ter optado pelo Sistema Único de Saúde, para assim 
suportar os gastos hospitalares. Se o plano foi ou não pago pelo apelante isso 
não refere ao hospital cuidar disso, e sim dos responsáveis em arcar com suas 
despesas. Ao dar entrada em hospital foi assinado um contrato de prestação 
de serviço onde na clausula 6° prevê expressamente que o paciente ou 
responsável são devedores das despesas médico hospitalares eventualmente 
não cobertas pelo plano de saúde. Tal documento encontra-se devidamente 
assinado por Marcelo Rodrigues Pinto, na qualidade de responsável. 
As custas com serviços hospitalares chegaram a quantia de R$ 2.241,01, 
referente a internação da menor, bem como o tratamento para pneumonia 
bacteriana. 
Os réus foram condenados ao pagamento de R$ 2.241,01, com correção 
monetária pelo IGP-M a partir da nota fiscal gerada, e de juros de mora de 12% 
ao ano, a contar da primeira citação. Uma vez que foram responsáveis pelas 
despesas no hospital, sabendo assim de suas responsabilidades com a casa 
de saúde. 
 
Essa apelação fala de um contrato de prestação de serviços, onde assim que 
entre em um hospital para ser atendido com convênio, particular ou plano de 
saúde, a pessoa responsável deve estar ciente que caso o plano não cobrir as 
despesas do hospital, tenha dinheiro suficiente para arcar com demais 
despesas que possa surgir, caso contrario no momento do atendimento ser 
encaminhado diretamente para o sistema único de saúde. 
O fundamento que foi usado nesse julgamento, é que foi assinado um contrato 
de prestação de serviço com o hospital, do qual o autor da ação cumpriu sua 
parte em auxiliar nos cuidados com a menor, tanto hospital como medica. 
Sendo assim, cabe a ré da mesma forma cumprir sua parte no contrato que 
seria efetuar o pagamento, uma vez que o plano não cumprir os serviços 
hospitalares. 
 
Vemos esses elementos conforme doutrinas: 
 
ELEMENTOS DO CONTRATO MÉDICO 
Irineu Ramos Filho 
Doutrinas Essenciais Obrigações e Contratos | vol. 6 | p. 165 - 176 | Jun / 2011 
| DTR\2001\296 
 
Sumário: 
1. Considerações iniciais - 2. Elementos constitutivos do contrato médico - 
3. Efeitos do contrato médico - 4. Elementos constitutivos da relação 
médico/paciente 
 
Autoriza o art. 1.216, do CC/1916 (LGL\1916\1) a contratação de qualquer "espécie de 
serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial (...)". Aliada a essa possibilidade 
jurídica, tem-se a própria definição de contrato, que, doutrinariamente, é um acordo de 
vontades objetivando a consecução de determinado fim, econômico ou não. Partindo 
dessa noção preliminar e considerando a relação médico/paciente, podemos 
caracterizá-la como contratual, isso porque, de um lado, temos alguém que toma um 
serviço específico; de outro, temos alguém que possui os conhecimentos necessários 
para prestar esse serviço; intermediando ambos, temos um liame comum, 
representado pelo objetivo a ser atingido pelo serviço prestado, que ao final redundará 
numa contrapartida econômica ao esforço profissional dispendido. Assim, vemos 
caracterizados os elementos básicos de um contrato: as partes, o objeto e o preço. 
 
 
 
Humberto Theodoro Júnior, Responsabilidade Civil, São Paulo, 
Universitária de Direito, 1986, pp. 82 a 88 
 
“A assistência médico-cirúrgica dá-se por via de contrato de prestação de serviços, 
onde a obrigação assumida é de meio e não de resultado. O insucesso no tratamento 
é irrelevante para autorizar indenização de perdas e danos, cujo cabimento só ocorre 
quando a lesão ou morte do paciente seja fruto de manobra culposa ou dolosa do 
médico”. 
 
 
DA RESPONSABILIDADE DAS INSTITUIÇÕES MÉDICAS 
 
Fernando Facury Scaff 
Doutrinas Essenciais de Responsabilidade Civil | vol. 5 | p. 883 - 894 | Out / 
2011 | DTR\2012\953 
 
“A Instituição médica enquanto prestadora de serviços aos consumidores – segundo 
momento da relação de responsabilidade estabelecida pelo art. 14 da Lei do 
Consumidor, como acima relatamos – consta que o serviço será considerado 
defeituoso (art. 14, § 1.º, II e III), consoante a época em que foi fornecido e os 
resultados e os riscos que razoavelmente dele se esperam. Tal assertiva nos leva a 
afirmar que as regras acima transcritas deverão ser enfatizadas ou amenizadas de 
conformidade com a situação fática vivida. Imaginemos, p. ex., a prestação de um 
serviço médico por um hospital em um período de epidemia. Obviamente será diverso 
do que em época normal. Logo, a regra da consideração do serviço como defeituoso 
deverá ser temperada com a realidade”. 
CONTRATO DE TRANSPORTE (1) (1).ppt
*
*
CONTRATO DE TRANSPORTE
ART. 730 do Código Civil
*
*
É formado por 3 elementos:
O transportador;
O passageiro;
A transladação;
SÍNTESE ...
*
*
 Segundo o artigo 730 do Código Civil, o contrato de transporte é aquele em que alguém se obriga a transportar de um lugar para outro, mediante retribuição, pessoas ou coisas.
*
*
Nas palavras de Silvio Salvo Venosa, é um negócio jurídico pelo qual um sujeito assume a obrigação de entregar coisa em algum lugar ou percorrer um itinerário a algum lugar para determinada pessoa. 
*
*
Em resumo...
Embora tenha características próprias, o contrato de transporte “rege-se, no que couber, pelas disposições relativas a depósito”, quando a coisa traslada é “depositada ou guardada nos armazéns do transportador” (art. 751, CC).
*
*
DISPOSIÇÕES GERAIS ...
O contrato de transporte possui fundamentação legal abarcada nos artigos 730 a 756, dada a sua espécie ou salvo quando regulamentado por lei complementar.
*
*
Existem duas ressalvas...
Primeira:
Art. 731/CC: “o transporte exercido em virtude de autorização, permissão ou concessão, rege-se pelas normas regulamentadas e pelo que for estabelecido naqueles atos, sem prejuízo do disposto neste código”.
Segunda: 
Art. 732/CC: aplicar os preceitos constantes da legislação especial e de tratados e convenções internacionais, quando couber, e desde que não contrariem as disposições do novo diploma.
* Repercute principalmente no transporte aéreo, que é objeto de tratados internacionais ratificados pelo BR.
*
*
TRANSPORTE CUMULATIVO E TRANSPORTE SUCESSIVO:
Cumulativo
São vários os transportadores que efetuam, sucessivamente, o deslocamento do contratado. 
Art. 733/CC: “Nos contratos cumulativos, cada transportador se obriga a cumprir o contrato relativamente ao respectivo percurso, respondendo pelos danos nele causados a pessoas e coisas”.
Art. 756/CC: “No caso de transporte cumulativo todos os transportadores respondem solidariamente pelo dano causado perante o remetente, ressalvada a apuração final da responsabilidade entre eles, de modo que o ressarcimento recaia, por inteiro, ou proporcionalmente, naquele ou naqueles em cujo percurso houver ocorrido o dano”.
*
*
Sucessivo:
Caracterizado por uma cadeia de contratos, cada um com uma empresa, independente dos demais
*
*
NATUREZA JURÍDICA - CARACTERÍSTICAS:
Típico contrato de adesão
em que uma das partes já estipulou as cláusulas e a outra apenas
adere.
Bilateral ou sinalagmático, pois gera obrigações recíprocas.
Consensual porque se aperfeiçoa com acordo de vontades, mesmo que tácito.
Oneroso, pois a obrigação do transportador é assumida mediante remuneração por parte do
Contratante.
Comutativo porque as prestações são certas e determinadas.
E não solene, pois depende de forma prescrita em lei, sendo válida a celebração verbal.
*
*
DAS MODALIDADES DO CONTRATO DE TRANSPORTE:
* Quanto ao objeto
De pessoas: previsto nos artigos 730 e seguintes do Código Civil;
 Os deveres do transportador são:
 Levar a pessoa ao seu destino;
 Oferecer o serviço a qualquer interessado;
 Observar horários, itinerários e demais condições do contrato;
 Arcar com os custos de interrupção da viagem;
 Restituir o valor da passagem ao passageiro desistente.
A obrigação do passageiro é tão somente pagar o preço da passagem.
*
*
De Coisa: previsto nos artigos 743 e seguintes do Código Civil.
São obrigações do transportador:
Levar a coisa ao destino;
 Emitir o conhecimento de transporte;
Adotar os procedimentos legais em caso de frustrações do negócio;
 Recusar-se a transportar coisa ilícita ou irregular.
As obrigações do remetente é de pagar o preço cobrado no contrato, prestar informações verídicas sobre a coisa transportada e embalar adequadamente a coisa.
*
*
O transporte gratuito: 
O transporte é desinteressado, feito por cortesia, não possui suas regras ditadas pelos contratos de transporte previsto nos art. 730 a 756 CC.
A súmula 145 do STJ dita que: “No transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só será civilmente responsável por danos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave.”
Exemplos:
Transporte coletivo para idosos;
Transporte público escolar.
*
*
Da rescisão do contrato: 
Em caso de transporte de pessoas, em regra geral, utiliza-se a rescisão do contrato caso de formalize em tempo suficiente para vender a passagem a outra pessoa, nos termos do art. 740.
O §1º versa sobre a desistência se já iniciada a viagem, cabendo ao transportado o direito de restituição do valor correspondente ao trecho não percorrido se conseguir, em seu lugar, outro passageiro. Entretanto, de nada adiantará outra pessoa ocupar seu lugar se não houver o pagamento do trecho percorrido.
*
*
Já para transportes de navio, em caso de não embarque do passageiro, falece o direito de reembolso do valor, salvo quando comprovada a substituição por outra pessoa, em vista do §2º.
Assim, para fazer jus à restituição, não necessariamente à mera comprovação de substituição de transportado, mas a circunstância do pagamento diretamente ao transportador pelo substituto.
Na rescisão ou desistência, estabelece o §4º a retenção ou cobrança de cinco por cento do valor da passagem, a título de multa compensatória.
*
*
Sobre o contrato de transporte de pessoas, assinale a alternativa INCORRETA:
O transportador não pode recusar passageiros. Art. 739/CC
Art. 739. O transportador não pode recusar passageiros, salvo os casos previstos nos regulamentos, ou se as condições de higiene ou de saúde do interessado o justificarem. 
O transportador não se subordina às normas deste tipo contratual quando o transporte for efetuado gratuitamente. Art. 736/CC
O transportador, uma vez executado o transporte, têm o direito de retenção sobre a bagagem do passageiro enquanto não efetivado o pagamento. Art. 742/CC
O transportador pode exigir a declaração do valor da bagagem a fim de fixar o limite para indenização. Art. 734, parágrafo único/CC
QUESTÕES...
*
*
A respeito do transporte de pessoas, assinale a opção correta, de acordo com o Código Civil vigente.
O transportador não poderá reter bagagem ou objetos pessoais de passageiros para garantir o pagamento da passagem que não tiver sido efetuado no início do percurso. Art. 742/CC
Em regra, o transporte feito por cortesia não se subordina às normas estipuladas para o contrato de transporte de pessoas. Art. 736/CC
O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas, mas só responde pelo extravio das bagagens se o passageiro tiver declarado o valor a elas correspondente. Art. 734/CC
É nula a cláusula de exclusão da responsabilidade no contrato de transporte de pessoas, ao qual também não se aplica a excludente da força maior. Art. 734/CC
*
*
No tocante ao contrato de transporte de pessoas, assinale a alternativa correta:
A) O transporte gratuito, assim considerado aquele realizado por amizade ou cortesia, e sem vantagens indiretas para o transportador, submete-se às mesmas regras do contrato de transporte de pessoas regulado pelo Código Civil. Errada, não se submete as regras de transporte de pessoas regulado pelo CC, pois o CC define contrato de transporte como “contrato de transporte que alguém se obriga, mediante retribuição, a transportar, de um lugar para outro, pessoas ou coisas”.
B) É lícito ao transportador exigir a declaração do valor da bagagem a fim de fixar o limite da indenização. Art. 734, § único/CC
 É válida a cláusula de excludente de responsabilidade, quando demonstrado pelo transportador a ciência inequívoca do transportado acerca de tal condição. Art. 734/CC “O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade.”
O transportador não responde pelos danos causados ao transportado quando demonstrada a culpa exclusiva de terceiro pelo acidente. Art. 735/CC “A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o passageiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva”.
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(Oab nacional 2008). supondo que Cláudio viaje de ônibus, para ir do interior de um estado à capital, assinale a opção correta. 
a) caso a viagem tenha de ser interrompida em consequência de evento imprevisível, a empresa responsável pelo transporte não é obrigada a concluir o trajeto. Errada, art. 741 “interrompendo-se a viagem por qualquer motivo alheio à vontade do transportador, ainda que em consequência de evento imprevisível, fica ele obrigado a concluir o transporte contratado em outro veículo da mesma categoria, ou, com a anuência do passageiro, por modalidade diferente, à sua custa, correndo também por sua conta as despesas de estada e alimentação do usuário, durante a espera de novo transporte”.
b) se Cláudio não tiver pago a passagem e se recusar a fazê-lo quando chegar ao destino, será lícito à empresa reter objetos pertencentes a ele como garantia do pagamento. Correta, art. 742 “o transportador, uma vez executado o transporte, tem direito de retenção sobre a bagagem de passageiro e outros objetos pessoais deste, para garantir-se do pagamento do valor da passagem que não tiver sido feito no início ou durante o percurso”.
c) Cláudio, sob pena de ferir a boa-fé objetiva, somente poderá rescindir o contrato com a empresa de transporte, antes de iniciada a viagem, caso demonstre justo motivo. Errada, art. 740 “o passageiro tem direito a rescindir o contrato de transporte antes de iniciada à viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor da passagem, desde que feita à comunicação ao transportador em tempo de ser renegociada”.
d) Cláudio não poderá desistir do transporte após iniciada à viagem. Errada, pois § 1º a do art. 740 CC prevê que “o passageiro é facultado desistir do transporte, mesmo depois de iniciada a viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor correspondente ao trecho não utilizado, desde que provado que outra pessoa haja sido transportada em seu lugar”.
CONTRATO DEPÓSITO (2).doc
Profª Ms. Lisiana Carraro
Curso de Direito
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CONTRATO DE DEPÓSITO
Intuitu personae
Uma se obriga a guardar temporariamente coisa móvel e restituir quando do final do prazo ou quando lhe for solicitado. Art. 627CC
Caio Mário e Venosa entendem poder haver depósito de bens imóveis.
Em regra tem caráter de gratuidade podendo ter gratificação. De igual forma terá direito o depositário a restituição de despesas com a coisa ou eventuais prejuízos.
Características: gratuidade, restituição, entrega de um para outro, com finalidade de ser guardado e temporariedade.
Contrato real porque exige a entrega da coisa.
Os bens móveis fungíveis não são objeto deste contrato: dinheiro, cereais e vinho eis que aplica-se o mútuo.
Classificado como real, gratuito, comutativo, não solene e unilateral.
Poderá ser oneroso e bilateral diante da convenção das partes. Oneroso pelas instituições financeiras aplicando-se o CDC. Bilateral imperfeito – art. 643CC.
Aqui a coisa é deixada para ser cuidado sem poder usá-la diferente das modalidades de empréstimo.
Depósito voluntário e necessário.
Não responde o depositário pela perda do bem em caso fortuito ou de força maior.
 Forma escrita – art. 646 CC
Depositário incapaz – nulo, mas gera efeitos com despesas de conservação – art. 641 CC
Pluralidade de depositantes – art. 639 CC
Depositário infiel = art. 652 CC + 5º, LXVII CF. Não é pena, é meio coercitivo, constrangedor para restituir.
Extinção – art. 635 CC
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES 2017.13V.doc
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES 2017/1
DISCIPLINA CONTRATOS EM ESPÉCIE – 3V
PROFESSORA LISIANA CARRARO
		Data das aulas
		Atividade programada
		21/2
		Apresentação da disciplina – revisão 
		07/3
		Doação
		14/3
		Doação/compra e venda
		21/3
		Compra e venda
		28/3
		Compra e Venda – cláusulas especiais
Cada aluno trará um contrato de compra e venda e identificará os elementos trabalhados em sala de aula e apresentará ao professor para análise. Brevemente se farão comentários sobre os resultados na aula do dia 04/04.
		04/4
		Troca e Contrato estimatório 
Os alunos farão comentários sobre o resultado da análise dos contratos de compra e venda. 
		11/4
		Locação – GERAL e CC
		18/4
		Avaliação dissertativa
		25/4
		Lei do Inquilinato
		02/05
		Transporte
		09/5
		Empréstimo
		16/5
		Depósito
		23/5
		Mandato
		30/5
		Seguro
		06/6
		Prestação de serviço
		13/6
		Empreitada
		20/6
		Avaliação objetiva sem consulta
		27/6
		Devolução das avaliações
		04/7
		Avaliação complementar
		
		Bom descanso!
Legenda de cores: 
azul em negrito = atividade a ser desenvolvida em sala de aula
preta em negrito = atividades avaliativas
OBS1: o cronograma acima disposto é uma previsão de atividades podendo ser alterada de acordo com a necessidade no decorrer da disciplina;
(*) exercício de interpretação aplicado a um caso concreto a ser realizado em sala de aula. A metodologia será aplicada a partir de questionamentos dirigidos extraindo e reforçando os pontos da matéria utilizando um julgamento do TJRS.
(**) cada grupo deverá trazer já definido o tema que desenvolverá o resumo da FIC com o material selecionado.
EMENTAS DE JULGADOS SOBRE OS CONTRATOS EM ESP�CIE 2015.1.docx
EMENTAS DE JULGADOS SOBRE OS CONTRATOS EM ESPÉCIE
Estimados alunos, seguem algumas ementas para verificarem como se faz importante observar os requisitos dos contratos em sua formação e também algumas das questões que levam a intervenção do Estado. Tem uma mescla dos contratos apenas para estimulá-los a mais pesquisas e não tendo o objetivo de esgotar os temas.
Abraço!
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. COMPRA E VENDA DE BEM MÓVEL. VEÍCULO. RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL. COMPETÊNCIA RECURSAL. "Causa de pedir e pedido assentados em relação contratual havida entre as partes, pedido indenizatório de caráter acessório. Pleito decorrente do contrato mantido entre os litigantes" (trecho da ementa da Dúvida de Competência Nº 70056281793). A matéria em discussão insere-se na subclasse "Direito Privado não Especificado". O recurso desborda da competência desta 9ª Câmara Cível. Art. 11, V e § 2º da Resolução nº 01/98, que alterou parcialmente o Regimento Interno desta Corte. COMPETÊNCIA DECLINADA. (Agravo de Instrumento Nº 70063613293, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Miguel Ângelo da Silva, Julgado em 24/02/2015)
Ementa: AÇÃO DE COBRANÇA. COMPRA E VENDA DE "PLANCHÃO". NEGOCIAÇÃO VERBAL. AUSÊNCIA DE PROVA MÍNIMA QUANTO À EXISTÊNCIA E VALOR DA NEGOCIAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 333, INC. I, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. PEDIDO INICIAL E CONTRAPOSTO IMPROCEDENTES. Em que pese a alegação do autor de que teria realizado negócio jurídico com o réu, a prova dos autos afigura-se frágil a comprovar a existência da negociação, que vem negada pelo réu, pois consistente no relato de apenas um informante que não confirma a compra e venda de forma clara. Ausência de verossimilhança das alegações da parte autora que conduz ao necessário insucesso da demanda. Sentença confirmada por seus próprios fundamentos. RECURSO IMPROVIDO. (Recurso Cível Nº 71005180898, Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Marta Borges Ortiz, Julgado em 24/02/2015)
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. RESERVA DE DOMÍNIO. AÇÃO DE APREENSÃO E DEPÓSITO. Possibilidade de concessão de liminar prevista no art. 1.071 do CPC quando verificada a regular constituição em mora do devedor, através de protesto de título ou pela notificação extrajudicial expedida por Cartório de Títulos e Documentos, entregue no endereço do devedor, sendo dispensável a intimação pessoal do devedor. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça. RECURSO PROVIDO. DECISÃO MONOCRÁTICA. (Agravo de Instrumento Nº 70063524375, Décima Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Judith dos Santos Mottecy, Julgado em 12/02/2015)
Ementa: APELAÇÃO. COMPRA E VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO. APREENSÃO E DEPÓSITO. RESCISÃO DE CONTRATO. 1.Impõe-se manter a procedência, com rescisão do contrato de compra e venda de máquina, com reserva de domínio, quando a prova dos autos evidencia que houve pagamento de apenas três das oito parcelas avençadas. Depósitos efetuados para terceira empresa que não podem ser relacionados ao contrato em exame. Tratando-se de negócio formal, os pagamentos devem ser efetuados com o mínimo de cautela, a fim de que não haja dúvida de que realizados em favor da credora e com destinação própria (pagamento das parcelas avençadas), ainda mais quando se está diante de contrato firmado em Euros, cujo cálculo das prestações depende de cotação da moeda estrangeira. 2.Embora haja previsão legal para a devolução de valores, quando da rescisão do contrato compra e venda com reserva de domínio, no caso concreto, o montante da dívida é ainda superior ao valor de avaliação do bem. Ausente saldo em favor da ré. Apelo imrpovido. (Apelação Cível Nº 70062148671, Décima Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Orlando Heemann Júnior, Julgado em 29/01/2015)
Ementa: PRETENSÃO COMINATÓRIA CUMULADA COM INDENIZAÇÃO E COBRANÇA. PERMUTA DE VEÍCULOS. ALEGAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE QUITAR FINANCIAMENTO PENDENTE DE UM DOS VEÍCULOS E PROCEDER NA SUA TRANSFERENCIA. PRESUME-SE QUE NA PERMUTA OU TROCA A COISA SEJA NEGOCIADA PELA REPRESENTAÇÃO ECONÔMICA E POR SUA MATERIALIDADE, ENTREGUE LIVRE DE ÔNUS OU ENCARGOS. DISPOSIÇÕES EM CONTRÁRIO (QUITAÇÃO DE FINANCIAMENTO A CARGO DO ACCIPIENS) DEVEM SER PROVADAS POR QUEM ALEGA. RECURSO DESPROVIDO. (Recurso Cível Nº 71005240726, Terceira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais,
Relator: Cleber Augusto Tonial, Julgado em 29/01/2015)
Ementa: AÇÃO DE COBRANÇA. ALUGUEL DE IMÓVEL COMERCIAL. CONTRATO VERBAL. COBRANÇA DE VALORES A TÍTULO DE CONSUMO DE ÁGUA, ENERGIA E DANIFICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E ELETRODOMÉSTICOS. PROVA DOS AUTOS INSUFICIENTE. PEDIDO CONTRAPOSTO MINIMAMENTE ACOLHIDO. IMPUGNAÇÃO A ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA CONCEDIDA AO AUTOR. AUSÊNCIA DE PROVA CONTRAPOSTA A EVIDENCIAR A POSSIBILIDADE DE PAGAMENTO DAS CUSTAS PELO AUTOR. Embora incontroversa a relação contratual entre as partes (no período de fevereiro de 2012 a fevereiro de 2014), não merecem provimento os recursos interpostos pelas partes. Conforme a prova aos autos entranhada e dada a informalidade da contratação, não resta evidenciado que o valor do aluguel tenha sido contratado em R$ 750,00. Os recibos acostados indicam o preço de R$ 500,00 iniciais e, após um ano, R$ 700,00. No que tange à mercadoria perecível adquirida pelo réu igualmente não há evidências de que o valor acertado de R$ 1.250,00 não teria sido adimplido, sobretudo porque há recibo (fl. 62) emitido pelo autor nesta quantia, o que pressupõe o adimplemento total. Igualmente não há falar em indenização das alegadas danificações nos móveis e equipamentos locados junto com o imóvel, pois não foi realizado termo de vistoria quando da entrada e saída no imóvel locado. Ademais, tratando-se de bens usados sem que tenha sido registrado o estado dos mesmos quando da locação, inviável a verificação de eventual avaria. No que se refere à multa da CEEE, sem reparos a sentença. Tratando-se de multa por irregularidade verificada no ano de 2008 (anterior, pois, ao contrato de locação), inviável a responsabilização do demandado pelo pagamento. Quanto ao consumo de energia durante o contrato, sem razão o réu ao pretender o ressarcimento de 2/3 do valor pago pelo consumo, pois conquanto comprovada a existência de três imóveis com o mesmo ramal de consumo, não há comprovação segura quanto ao período de ocupação de tais imóveis. Ademais, não parecem críveis as alegações do requerido, tendo em vista que efetuou o pagamento do consumo de água e energia durante dois anos sem qualquer reclamação. Assim, correto o ressarcimento apenas do valor da correção da quantia paga a título de caução. Sentença confirmada por seus próprios fundamentos. RECURSOS IMPROVIDOS. (Recurso Cível Nº 71005117759, Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Marta Borges Ortiz, Julgado em 24/02/2015)
Ementa: AÇÃO DE COBRANÇA. CONTRATO VERBAL DE LOCAÇÃO. REPARAÇÃO DE DANOS NO IMÓVEL. AUSÊNCIA DE VISTORIA PRÉVIA E FINAL. Tratando-se de contrato realizado de modo verbal e inexistindo vistoria prévia e final no imóvel, mostra-se dificultada a verificação do estado que o imóvel foi disponibilizado ao locatário, inviabilizando a análise comparativa da forma que o imóvel foi entregue e depois de restituído. Cabe ao locador comprovar, de modo contundente, o estado que entregou o imóvel e as avarias causadas pelo locatário. Na hipótese dos autos, resta apenas comprovado que o imóvel foi entregue pintado, como se depreende da prova testemunhal, cabendo ao réu a devolução do bem igualmente pintado. Quanto à despesa de reparos elétricos reconhecidos na sentença, nada veio comprovado, pelo que não pode ser esta imputada ao recorrente. RECURSO PROVIDO, EM PARTE. (Recurso Cível Nº 71005193289, Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Marta Borges Ortiz, Julgado em 24/02/2015)
Ementa: Apelação cível. Locação. Ação de despejo por falta de pagamento c/c cobrança de aluguéis. Sentença ultra petita. Não verificada. Ilegitimidade ativa. Não há falar em ilegitimidade ativa do autor, uma vez que a jurisprudência sequer exige que o locador seja o proprietário do imóvel, bastando para tanto, que o locador exerça a posse do bem para que se dê em locação. Novação e súmula 214. A Súmula 214 do STJ tem aplicação apenas nas hipóteses em que ocorre aditamento contratual, com modificação do teor de cláusula (s) contratual (is) do pacto originário, conforme entendimento predominante desta Câmara. Exoneração Da Fiança. Responsabilidade dos fiadores. A prorrogação do contrato locatício por prazo indeterminado não extingue a fiança, particularmente quando o contrato prevê a subsistência da obrigação, de forma solidária, até a efetiva entrega das chaves. Atualização Monetária. Taxa SELIC ou INPC. Inaplicabilidade. Na atualização dos valores dos locativos impagos, aplica-se a correção monetária pelo IGP-M e juros de 1% ao mês, conforme entendimento desta Corte. Valores cobrados a titulo de locatício. Caso em que o aluguel avençado no início da relação vigeu por mais de dois anos, sem nenhum insurgimento da locatária durante este período. Além disso, caso a parte locatária estivesse irresignada com ó valor cobrado, deveria ter ingressado com a medida judicial cabível, mas não o fez. Multa moratória e juros de mora. A multa de 10% pactuada no Contrato de Locação não pode ser considerada abusiva, vez que livremente estipulada e dentro dos parâmetros legais. Juros de mora. Incidência de juros moratórios a contar do vencimento de cada parcela ajustada, com base no art. 397 do Código Civil. Sentença e sucumbência mantidas. NEGARAM PROVIMENTO A AMBOS OS APELOS. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70055172787, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ergio Roque Menine, Julgado em 12/02/2015)
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO. TÍTULOS EXTRAJUDICIAIS. CONTRATOS DE LOCAÇÃO. PRORROGAÇÃO AUTOMÁTICA. RESPONSABILIDADE DOS FIADORES. Responsabilidade da fiadora limitada somente a um dos contratos de locação. Artigo 819 do Código Civil. Penhora mantida. Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, a prorrogação da locação feita por prazo determinado, para prazo indeterminado, não necessita de anuência dos fiadores, que continuam obrigados até a entrega do imóvel, até porque há cláusula contratual expressa nesse sentido. Quem presta fiança só se desobriga através de acordo entre as partes, ação de exoneração ou da notificação prevista no artigo 835 do Código Civil e no artigo 40, X, da Lei de Locações. A multa moratória de 10% contratada entre as partes não merece ser reduzida para 2% porque não se mostra abusiva. PROVIDO, EM PARTE, O APELO E DESPROVIDO O RECURSO ADESIVO. (Apelação Cível Nº 70047077185, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ana Maria Nedel Scalzilli, Julgado em 12/02/2015)
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. REVISÃO DE CONTRATO. DECISÃO MONOCRÁTICA. ALTERAÇÃO DE POSICIONAMENTO. Ressalto que mudei radicalmente o posicionamento que vinha adotando até então em ações revisionais de contratos de financiamento com garantia de alienação fiduciária, tendo em vista a recente alteração na legislação processual, decorrente do advento do art. 543-C, §7º, II, do CPC, introduzido pela lei nº 11.672/2008, o qual determina o retorno dos autos para reexame do acórdão proferido que se encontre em confronto com a orientação predominante do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, nos processos ditos repetitivos como o da hipótese. MANUTENÇÃO DE POSSE. CASO CONCRETO. Tem o devedor o direito de permanecer na posse do veículo enquanto tramita a ação revisional, eis que fragilizada a mora que permitiria ao Banco a retomada do bem. Contudo, a manutenção na posse fica condicionada ao depósito das parcelas vencidas e vincendas, nos termos da decisão. DEPÓSITO JUDICIAL. CASO CONCRETO. Deferido o depósito judicial das parcelas vencidas e vincendas, nos parâmetros estabelecidos na fundamentação da decisão exarada. CADASTRAMENTO DO NOME DO DEVEDOR EM BANCOS DE DADOS RESTRITIVOS DE CRÉDITO. CASO CONCRETO. Impossibilidade em face da fragilidade da mora, no caso concreto. Ademais, a inscrição, nesse momento, constitui-se em exagero, ante a garantia representada pelo próprio bem alienado em favor do credor fiduciário. Contudo, a manutenção da vedação fica condicionada ao depósito das parcelas vencidas e vincendas, nos termos da decisão. AGRAVO PROVIDO

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