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Prevenção e Combate a Incêndios Maurício Gomes da Fonseca Curso Técnico em Segurança do Trabalho Educação à Distância 2016 EXPEDIENTE Professor Autor Maurício Gomes da Fonseca Design Instrucional Deyvid Souza Nascimento Maria de Fátima Duarte Angeiras Renata Marques de Otero Terezinha Mônica Sinício Beltrão Revisão de Língua Portuguesa Eliane Azevedo Diagramação Klébia Carvalho Coordenação Manoel Vanderley dos Santos Neto Coordenação Executiva George Bento Catunda Coordenação Geral Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra Conteúdo produzido para os Cursos Técnicos da Secretaria Executiva de Educação Profissional de Pernambuco, em convênio com o Ministério da Educação (Rede e-Tec Brasil). Janeiro, 2016 F676p Fonseca, Maurício Gomes da. Prevenção e Combate a Incêndios: Curso Técnico em Segurança do Trabalho: Educação a distância / Maurício Gomes da Fonseca. – Recife: Secretaria Executiva de Educação Profissional de Pernambuco, 2016. 46 p.: il. Inclui referências bibliográficas. 1. Educação a distância. 2. Incêndio - Prevenção. 3. Incêndios - Combate. 4. Fogo - Extinção. I. Fonseca, Maurício Gomes da. II. Título. III. Secretaria Executiva de Educação Profissional de Pernambuco. IV. Ministério da Educação. V. Rede e-Tec Brasil. CDD – 620.8 CDU – 614.84 Sumário INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 5 1. COMPETÊNCIA 01 | COMPREENDER A DIFERENÇA ENTRE FOGO E INCÊNDIO BEM COMO AS FUNÇÕES DOS APARELHOS EXTINTORES DE PRINCÍPIOS DE INCÊNDIOS NA EXECUÇÃO PARA A EXTINÇÃO DO INCÊNDIO NO PERÍODO INICIAL ................................................................................ 6 1.1 Teoria do Fogo ....................................................................................................................................... 6 1.1 1 Conceito de Fogo ................................................................................................................................. 6 1.1.2 Triângulo do Fogo ................................................................................................................................ 7 1.1.3 Tetraedro do Fogo ............................................................................................................................... 8 1.1.4 Proporcionalidade ............................................................................................................................. 10 1.1.5 Volatilidade de Combustíveis ............................................................................................................. 11 1.1.6 Pontos de Fulgor, Combustão e Ignição ............................................................................................. 11 1.1.7 Classificação da Combustão ............................................................................................................... 13 1.1.8 Fatores que Determinam a Velocidade das Combustões .................................................................... 13 1.1.9 Métodos de Transmissão de Calor ..................................................................................................... 14 1.1.10 Métodos de Extinção de Incêndios................................................................................................... 14 1.2 Classes de Incêndios ............................................................................................................................. 15 1.3 Produtos Tóxicos Emanados pelo Incêndio ........................................................................................... 19 1.4 Extintores de Princípios de Incêndios .................................................................................................... 20 1.4.1 Tipos de Extintores ............................................................................................................................ 20 1.4.1.1 Água: NBR 11715/2003 ................................................................................................................... 20 1.4.1.2 Pó Químico Seco (Conhecido como PQS): NBR 10721 ..................................................................... 21 1. 4.1.3 Dióxido de Carbono (CO2): NBR 11716........................................................................................... 23 1.4.1.4 Espuma........................................................................................................................................... 23 1.4.2 Instalação dos Extintores ................................................................................................................... 25 1.4.3 Discos de Sinalização ......................................................................................................................... 25 1.4.4 Manutenção dos Extintores ............................................................................................................... 25 1.4.5 Manejo dos Extintores: ...................................................................................................................... 26 1.5. Métodos de Extinção do Fogo.............................................................................................................. 27 1.5.1 Retirada do Material .......................................................................................................................... 28 1.5.2 Resfriamento ..................................................................................................................................... 28 1.5.3 Abafamento ...................................................................................................................................... 29 1.5.4 Quebra da Reação em Cadeia ............................................................................................................ 30 2. COMPETÊNCIA 02 | ENTENDER AS FORMAS DE PROPAGAÇÃO DO CALOR, AS ESPECIFICIDADES DE CADA AGENTE EXTINTOR, BEM COMO AS CARACTERÍSTICAS DE INCÊNDIOS EM ÁREA VERDE, FINALIZANDO COM O ESTUDO ACERCA DOS GASES LIQUEFEITOS DE PETRÓLEO (GLP).................. 32 2.1 Incêndio em Mata ................................................................................................................................ 32 2.1.1 Partes do Incêndio ............................................................................................................................. 33 2.1.2 Tipos de Combustíveis na Mata ......................................................................................................... 34 2.1.3 Fatores de Propagação de Incêndios em Área Verde.......................................................................... 35 2.1.4 Classificação dos Incêndios em Mata ................................................................................................. 36 2.1.5 Métodos de Combate a Incêndios em Áreas Verdes .......................................................................... 37 2.1.6 Rescaldo ............................................................................................................................................ 40 2.2 GLP ....................................................................................................................................................... 40 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................43 REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 44 MINICURRÍCULO DO PROFESSOR .................................................................................................. 46 5 INTRODUÇÃO Caro cursista, Seja bem-vindo à disciplina “Combate a Incêndios”! Antes de tudo, vamos começar com algumas perguntas: Você já parou para pensar quanto uma empresa gasta com encargos, multas e outras despesas quando ela coloca em segundo plano a segurança? Quanto não se gasta quando um funcionário se envolve em um acidente dentro da empresa? Pois bem, você já deve saber que a melhor maneira de minimizar os custos de uma empresa é investir na prevenção de acidentes, em especial, na prevenção contra incêndios, pois o acidente leva a encargos com advogados, perdas de tempo e materiais na produção. Já houve inclusive casos de empresas que tiveram que fechar suas portas devido à indenização por acidentes de trabalho. Diante disso, esta disciplina busca fazer com que você, futuro técnico em Segurança do Trabalho, identifique uma série de variáveis que possibilitarão evitar acidentes com incêndio, pois o mesmo só ocorrerá se a ação preventiva não for eficaz. Portanto, na primeira semana, iremos compreender a diferença entre fogo e incêndio, além de estudar as funções dos aparelhos extintores de princípios de incêndios. Na segunda semana, entenderemos as formas de propagação do calor, as especificidades de cada agente extintor, bem como as características de incêndios em área verde, etc. Ao final, então, você será capaz de executar ações de combate a incêndio! Sendo assim, mãos à obra! 6 1. COMPETÊNCIA 01 | COMPREENDER A DIFERENÇA ENTRE FOGO E INCÊNDIO BEM COMO AS FUNÇÕES DOS APARELHOS EXTINTORES DE PRINCÍPIOS DE INCÊNDIOS NA EXECUÇÃO PARA A EXTINÇÃO DO INCÊNDIO NO PERÍODO INICIAL Caro cursista, Creio que você já venha entendendo os princípios dos nossos estudos desde o encontro presencial. Deve lembrar-se que de algumas palavras como fogo ou incêndio já podem ter surgido. Acostume-se com esses termos, a partir de agora, pois eles farão parte da rotina do técnico em segurança do trabalho. Vamos lá! É comum vermos em algumas ocasiões do cotidiano alguém acendendo uma fogueira, acendendo uma vela ou queimando o mato depois de um corte de uma determinada área. Pois bem, são ações corriqueiras que presenciamos, mas, você na verdade sabe o que de fato é o fogo e como ele se origina? Nesta primeira semana, aprenderemos mais sobre ele. 1.1 Teoria do Fogo 1.1 1 Conceito de Fogo Fogo é o resultado de uma reação química exotérmica (liberação de calor) denominada combustão, também caracterizada pela presença de luz. Para que se processe esta reação, é necessária a presença de três elementos: combustível, comburente e fonte de ignição. A essa combinação chamamos de Triângulo do Fogo. Competência 01 7 1. 1.2 Triângulo do Fogo Figura 01– Triângulo do Fogo Fonte: www.areaseg.com/fogo (2012) O triângulo do fogo é uma versão mais primitiva em relação ao tetraedro do fogo, que veremos logo a seguir, entretanto, bastante defendida por estudiosos, em especial, os bombeiros. O Triângulo do fogo possui como componentes, apenas o CALOR ou FONTE DE IGNIÇÃO, COMBURENTE (Oxigênio) e o COMBUSTÍVEL, ou seja, a Reação em Cadeia faz parte do processo, mas não aparece ostensivamente como no caso do Tetraedro do Fogo. Em ambas as nomenclaturas, a extinção da combustão se dará se um desses elementos deixar de existir, ou mesmo se existir, que permaneça com uma proporção abaixo da ideal para alimentar a combustão. Veja um exemplo: no ar, temos cerca de 21% de oxigênio, o que é ideal para termos a combustão, entretanto, se baixarmos essa porcentagem, continuaremos a ter o comburente, mas o fogo tenderá a se eliminar, por falta de quantidade suficiente de oxigênio. Acesse o link e veja o experimento com a vela: http://www.agracadaquimica.com.br/index.php?acao=quimica/ms2&i=22&id= 271 Percentual de O2 na atmosfera é igual a 21% (ao nível do mar); sendo menor que 16%, não haverá a combustão. Competência 01 8 1.1.3 Tetraedro do Fogo Figura 02– Tetraedro do Fogo Fonte: Manual de Fundamentos Básicos de Bombeiros/SP (1996) O Tetraedro do Fogo, conhecido também como “Quadrilátero do Fogo”, apresenta como parte ostensiva do sistema a “Reação química em Cadeia”, que nada mais é do que uma reação química que faz perdurar as chamas durante o processo de combustão. Entendido? Assista à videoaula para compreender isso melhor! Lembra-se de que no início do capítulo apresentamos três elementos para que houvesse fogo? Pois bem, vejamos como conceituá-los. Além deles, apresentamos um do quarto elemento presente em um dos vértices do tetraedro do fogo: Combustível: É toda matéria suscetível de queima, como por exemplo: madeira, papel, carvão, fibras vegetais, gasolina, álcool, éter, óleo diesel, metano, propano, butano etc. Comburente: É todo agente químico que conserva a combustão. Os comburentes mais conhecidos são: o oxigênio e, sob determinadas condições, o cloro Temperatura de Ignição: É a temperatura em que os combustíveis começam a soltar vapores ou gases e, em contato com o ar, entram, se mantém em combustão e incentivam a sua propagação. Competência 01 9 Reação química em Cadeia: Torna a queima autossustentável. O calor irradiado das chamas atinge o combustível e este é decomposto em partículas menores, que se combinam com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor para o combustível, formando um ciclo constante. Agora você já sabe diferenciar fogo de incêndio. Mas já pensou que um incêndio poderá ser gerado por uma desatenção sua? As causas de um incêndio podem ser as mais diversas. Entre elas, podemos destacar as descargas elétricas, atmosféricas, sobrecarga nas instalações elétricas dos edifícios, falhas humanas (por descuido, desconhecimento ou irresponsabilidade), etc. Muitos incêndios são ocasionados, principalmente em residências, por conta da utilização de vários equipamentos elétricos em um mesmo ponto, havendo desta forma uma sobrecarga, acúmulo de energia, aquecimento por conta da lei de Joule e, consequentemente, dependendo do material utilizado, a chama pode se converter em um posterior incêndio. Na imagem abaixo, vemos um exemplo típico de utilização de vários equipamentos elétricos em um mesmo ponto. Classificações das Causas de Incêndio: 1. Causas Naturais: são aquelas que provocam incêndios sem a intervenção do homem. Exemplo: Vulcões, terremotos, raios, etc. 2. Causas Acidentais: São inúmeras. Exemplo: eletricidade, chama exposta, etc. 3. Causas Criminosas: são os incêndios propositais ou criminosos, são inúmeros e variáveis. Exemplo: pode ser por inveja, vingança, para receber seguros, loucura, etc Causas Mais Comuns de Incêndios: Improvisações nas instalações elétricas;-Vazamento de gás Crianças brincando com fogo; Fósforos e pontas de cigarros atirados a esmo; Falta de conservação dos motores elétricos; Estopas ou trapos, envolvidos em óleo ou graxa, abandonados em locais inadequados. Competência 01 10 Figura 03- Risco de Incêndio em Razão de SuperaquecimentoFonte: www.medplan.com.br (2008) Mas como se dá a evolução de um incêndio? É importante dizer que a evolução do incêndio em um local pode ser representada por um ciclo com três fases características: 1. Fase inicial de elevação progressiva da temperatura (ignição); 2. Fase de aquecimento; 3. Fase de resfriamento e extinção. 1.1.4 Proporcionalidade Ocorre quando os três elementos se combinam em partes proporcionais, ocorrendo o que chamamos de mistura ideal. Como se classificam, então, as misturas? As misturas classificam-se em: Mistura Pobre: quando o OXIGÊNIO se apresenta acima da dosagem necessária à combustão. Mistura Rica: quando o COMBUSTÍVEL se apresenta acima da dosagem necessária. Mistura Ideal: é quando os três elementos se encontram na mesma dosagem. Competência 01 11 Antes de continuar, faça uma pesquisa sobre o que significa “volatilidade”, quando falamos em incêndio! Agora, observe: 1.1.5 Volatilidade de Combustíveis Os combustíveis podem ser: Combustível Volátil: ocorre quando, à temperatura ambiente, o combustível emana vapores capazes de se inflamarem. Ex.: gasolina, nafta, éter, hexano, tolueno, benzeno, etc. Combustível Não-Volátil: ocorre quando, à temperatura ambiente, o combustível não emana vapores capazes de se inflamarem. Ex.: óleo combustível, óleo lubrificante, óleo diesel, querosene, etc. 1.1.6 Pontos de Fulgor, Combustão e Ignição O que seriam esses três elementos? Ponto de Fulgor: Temperatura mínima em que os elementos combustíveis começam a DESPRENDER VAPORES, que podem se incendiar em contato com uma FONTE EXTERNA DE CALOR. A combustão se interrompe quando se afasta a fonte externa de calor. Ponto de Combustão: Temperatura mínima em que os GASES DESPRENDIDOS entram em combustão em contato com uma fonte externa de calor, e continuam queimando, ao se afastar da fonte de calor. Ponto de Ignição: Temperatura mínima em que os gases desprendidos entram em combustão apenas pelo contato com o oxigênio do ar, independentemente de qualquer fonte de calor. Competência 01 12 Observe como um vapor combustível pode causar explosão... Veja este vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=mONyCmtDc_g 13 1.1.7 Classificação da Combustão Como se classificam as combustões? Lentas: não há produção de chama ou qualquer outro fenômeno luminoso. Temperatura baixa (inferior a 500º C). Exemplo: oxidações produzindo a ferrugem. Viva: produção de calor e produção da chama (chamas e a incandescência). Muito Viva: elevada velocidade, em torno de 300 m/s. Produção do calor e da chama. Queima da pólvora química ou negra das munições. Instantânea: velocidade superior a 300 m/s, e atinge de forma súbita, toda a massa do combustível (explosão ou detonação). 1.1.8 Fatores que Determinam a Velocidade das Combustões Natureza do Material Combustível: Se o combustível é bom ou mal, se queima com facilidade ou com dificuldade. Relação Superfície / Massa do Material Combustível: Quanto maior for a superfície ocupada pela unidade de massa, maior será a velocidade de reação. Ex.: Em um livro fechado, as páginas estão tão unidas que formam uma espécie de bloco, aumentando-se a espessura da área a ser queimada e dificultando-se dessa forma que a temperatura se espalhe rapidamente de forma a atingir todas as folhas daquela área, por estarem muito compactadas. Entretanto, quando se tem um livro aberto com as folhas com um espaçamento bem maior entre as páginas, ocorrerá uma maior penetração do oxigênio entre as folhas. Isso porque as páginas não estão compactadas o que facilita a queima entre elas. Maiores detalhes serão apresentados na vídeo aula. Veja lá e tire as suas dúvidas. Competência 01 14 Concentração ou Estagnação do Calor: Quanto maior a quantidade de calor no ambiente, ou na massa do combustível, maior será a velocidade de reação. Presença de Substâncias Catalisadoras: É a presença de bons ou maus combustíveis, que possam acelerar ou retardar a reação. 1.1.9 Métodos de Transmissão de Calor Como são classificados os métodos de transmissão de calor? Irradiação: Ondas caloríficas que atravessam o ar, irradiadas do corpo em chamas. Condução: De um elemento a outro, agito de moléculas, contato entre moléculas. Convecção: É a forma de transmissão de calor através da circulação de um meio transmissor gasoso ou líquido. 1.1.10 Métodos de Extinção de Incêndios Como são classificados os métodos de Extinção do calor? Abafamento: Consiste em impossibilitar a chegada de oxigênio (comburente) à combustão, diminuindo seu percentual necessário a queima, extinguindo-a. Resfriamento: Consiste em diminuir a temperatura de queima, até o limite em que a temperatura de ignição do combustível não seja proporcional para que ocorra a combustão. Retirada do Material Combustível: Consiste em retirar do local da queima o combustível, que poderá ser total ou parcial, diminuindo o tempo de combustão ou extinguindo-o, conforme o caso. Acesse o link abaixo. Perceba no vídeo um incêndio recente e verifique quais dos métodos de transmissão de calor foram evidenciados. Veja a existência e os efeitos dos gases: https://www.youtube.com/watch?v=4Zctv6kbpms Competência 01 15 Vejamos agora... Os incêndios são classificados de acordo com as características dos seus combustíveis somente com o conhecimento da natureza do material que está se queimando, podendo-se descobrir método para uma extinção rápida e segura. Vejamos, então, as classes de incêndio: 1.2 Classes de Incêndios Incêndios Classe A: Combustíveis Sólidos Queimam em superfície e queimam em profundidade. Deixam resíduos. Incêndios Classe B: Combustíveis Líquidos Queimam apenas na superfície. Não deixam resíduos. Incêndio Classe C: Equipamentos Elétricos Energizados Pode ser transformado em Classe A, a partir do momento em que a fonte de energia saia do sistema. Incêndio Classe D: Ligas Metálicas Combustíveis (ligas de Magnésio, Alumínio fragmentado, Zircônio, Urânio, Potássio, Sódio, etc.). Assista ao vídeo seguinte e determine qual a classificação do incêndio https://www.youtube.com/watch?v=z3s5wzMktkk Competência 01 16 Agora, pare um pouco a analise a imagem abaixo, consultando o COSCIP ou qualquer outra fonte técnica. Figura 04 – Acessibilidade aos Extintores de Princípios de Incêndios Fonte: O Autor (2012) O que poderíamos concluir a respeito dessa imagem? Será que as bicicletas estão colocadas de modo correto? Por quê? Veja, agora, as principais causas de incêndio. Este é classificado como: criminoso, natural ou acidental. Uma pessoa que ateia fogo em um ônibus, por exemplo, a fim de chamar atenção da imprensa ou para mostrar força num embate social está cometendo crime de dano ao patrimônio de forma intencional. Esse fogo, após perder o controle, será denominado incêndio e se descobrindo a causa através de uma perícia técnica, este será classificado como incêndio criminoso. Acesse o link abaixo e reflita sobre tal imagem. http://pt.scribd.com/doc/69738102/COSCIP-PE-Codigo-de-Seguranca-Contra- Incendio-e-panico Competência 01 17 Figura 05 – Incêndio com Causa Criminoso Fonte: http://pedrovilelafotografia.blogspot.com.br/2010/11/blog-post.html(2010) Em alguns casos, a depender das condições da vegetação, da umidade relativa do ar, das condições do vento, uma simples ponta de cigarro atirada a esmo poderá gerar um foco de incêndio que irá se proporcionar rapidamente. Neste caso, houve a intenção ou imprudência por parte do agente, mas quando esse “start” é dado através de um raio ou da própria vegetação que libera umas seivas (resinas) inflamáveis, como no caso das árvores perenifólias, temos incêndio com causa natural, conforme a figura abaixo. Figura 06 – Incêndio com Causa Natural Fonte: www.gstatic.com (2010) Exemplos de árvores perenifólias: Cipreste-do-Arizona (Cupressus arizonica), Cedro-dos-Himalaias (Cedrus deodora), o eucalipto (Eucalyptus spp.) e o Cupressus forbesiio. Por possuírem substâncias voláteis em sua folhagem essas plantas originam incêndio. Competência 01 18 Os incêndios podem ocorrer sem necessariamente haver a intenção do agente, basta que haja os elementos essenciais para ocorrer a combustão e uma centelha gerada pelo impacto de dois materiais que dê início ao incêndio, como por exemplo, uma colisão entre um carro e um poste de alta tensão ou algum problema no sistema de arrefecimento de um carro, que por não ter, na ocasião, uma ventilação satisfatória para evitar a chama, dar-se início ao incêndio, conforme imagem bem representada na figura abaixo. Figura 07 – Incêndio com Causa Acidental Fonte: www.blogspot.com (2010) Querendo saber mais detalhes sobre vegetações que liberam à temperatura ambiente vapores inflamáveis, pode consultar o link abaixo e aprender um pouco mais sobre tais árvores. http://www.ehow.com.br/lista-plantas-arvores-arbustos-inflamaveis- info_340347/ Ficou claro? Elabore uma síntese! Isso vai ajudar bastante! Competência 01 19 1. 3 Produtos Tóxicos Emanados pelo Incêndio Quando há um incêndio, muitos gases são emanados no ambiente, em especial o monóxido de carbono, que é um gás incolor e inodoro proveniente da combustão incompleta de combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo e gás natural) a qual apresenta um ponto de fusão de -205,07 °C e um ponto de ebulição de -191,55 °C. Por isso, é extremamente letal: se inalado em altas concentrações (acima de 400 partículas por milhão) pode matar por asfixia, pois ao ser ao ser inspirado, o monóxido de carbono é capaz de estabelecer ligações químicas altamente estáveis com a hemoglobina das hemácias, formando a carboxihemoglobina (HbC), o que as impossibilita de transportar oxigênio em todo o processo de respiração. Portanto, esse óxido foi muito utilizado na Segunda Guerra Mundial pelos nazistas para extermínio dos judeus nas câmaras de gás. Entretanto, se inalado em pequenas doses, em geral, pode causar dores de cabeça, vertigens, tontura, fraqueza, irritação aos olhos, distúrbios de visão e perda da aptidão manual. Os gases narcóticos (asfixiantes) causam incapacitação principalmente por efeitos no sistema nervoso central e no sistema cardiovascular. Os efeitos nas vítimas pelos gases narcóticos apresentam sinais similares aos efeitos da intoxicação por álcool, como letargia ou euforia, fraca coordenação motora seguida de rápida inconsciência e morte pela continuidade da exposição. Curiosidade: A morte de uma pessoa em um incêndio é geralmente provocada pela fumaça ou pelo calor, ao contrário de que muita gente pensa. Veja na tabela 1 a seguir em estudo desenvolvido por Roger Plank, publicado em seu livro “Fire Engineering of Steel Structures” da University of Sheffiel na England, em 1996. Veja algumas curiosidades nos textos abaixo: http://www. siemens.com.br/ templates/coluna1.aspx?channel =7225 http://www.kr. com.br/manuais/cartilha_incendio.asp http://portal. prefeitura.sp.gov.br/secretarias/ controleurbano/ contru/0002 http://www. trabalharcom seguranca.com. br Competência 01 20 1.4 Extintores de Princípios de Incêndios 1.4.1 Tipos de Extintores 1.4.1.1 Água: NBR 11715/2003 Água Pressurizada (Conhecido como AP) a) Pressão direta ou interna. b) Possui manômetro. c) Possui mangueira com requinte. d) Possui gatilho, trava e alça de transporte. e) Pressurização por nitrogênio. f) Melhor atuação em incêndio classes “A” e “B”. Água-Gás (Conhecido água de pressurização indireta) a) Pressão indireta ou externa. b) Não possui manômetro. c) Possui mangueira com requinte. d) Possui ampola externa de pressurização com nitrogênio. e) Possui alça de transporte. Vamos realizar uma atividade? Proponho que você faça duas pesquisas: 1.Encontre quais são os dois maiores gases narcóticos do fogo; 2.Investigue quais são os países que mais possuem relação de morte com produtos tóxicos. Competência 01 21 1. 4.1.2 Pó Químico Seco (Conhecido como PQS): NBR 10721 Como já vimos, o PQS é formado por elementos químicos a base de Bicarbonato de Sódio e Sulfato de Alumínio e estes sais, quebram a reação química em cadeia através do abafamento, ou seja, retiram o oxigênio da combustão. Figura 08 – Extintor de PQS Fonte: www.gstatic.com (2010) PQS de Pressão Direta a) Pressão direta. b) Pressão direta ou interna. c) Possui manômetro. d) Possui mangueira com requinte. e) Possui gatilho, trava e alça de transporte. f) Pressurização por nitrogênio. g) Melhor atuação em incêndio classes “A”, “B” e “C”. Acesse o link abaixo e veja a ação https://www.youtube.com/watch?v=NO2tYbJA0hI Competência 01 22 Figura 09 – Extintor de Pressão Direta Fonte: www.tipsal.pt (2012) PQS de Pressão Indireta a) Pressão indireta ou externa. b) Não possui manômetro c) mangueira com requinte. d) Possui ampola externa de pressurização (N2). e) Possui alça de transporte. f) Melhor atuação em incêndio classes “A”, “B” e “C”. Figura 10 – Extintor de Pressurização Indireta Fonte: www.blogspot.com (2012) Competência 01 23 1. 4.1.3 Dióxido de Carbono (CO2): NBR 11716 a) Pressão direta ou interna. b) Não possui manômetro. c) Possui difusor com punho. d) Melhor atuação em incêndio classes “A”, “B” e “C”. Figura 11 – Extintor de CO2 Fonte: www.br.all.biz (2012) 1.4.1.4 Espuma Espuma Química : NBR 11863 a) Não possui pressurização. b) Não possui mangueira, só requinte. c) Deve ter sua posição invertida para funcionamento. d) Melhor atuação em incêndio classes “A” e “B”. Competência 01 24 Figura 12– Extintor de Espuma Química Fonte: www.ufrrj.br (2012) Espuma Mecânica: NBR 15808/NBR 15809/NBR 11751 a) Possui pressurização. b) Possui mangueira e requinte especial com orifícios que favoreçam a entrada de ar pelo princípio de Venturi. c) Possui uma pré mistura em seu interior. Figura 13 – Extintor de Espuma Mecânica Fonte: www.extintordeincendio.net (2012) Competência 01 25 1. 4.2 Instalação dos Extintores Figura 14 – Disposição dos Extintores no Pilar Fonte: COSCIP (2012) a) Em locais de circulação, próximo a portas (nunca atrás),fora de escadas, nunca no interior de salas. b) Em locais de fácil acesso, visíveis e sinalizados. c) De forma adequada à extinção do tipo de princípio de incêndio a proteger. d) Parte superior, no máximo a 1,60m de altura do piso, nunca diretamente nele. 1.4.3 Discos de Sinalização a) Branco: água e espuma. b) Azul: pó químico. c) Amarelo: CO2. 1.4.4 Manutenção dos Extintores a) Verificar o acesso ao extintor. b) Verificar a altura de Instalação (Altura máxima: 1,60m segundo o COSCIP). Competência 01 26 c) Verificar o lacre e o pino de segurança. d) Verificar se o extintor está carregado (manômetro/peso). e) Verificar se o requinte está desobstruído. f) Efetuar a nova recarga e pressurização anualmente. g) Efetuar o teste hidrostático a cada cinco anos. 1.4.5 Manejo dos Extintores: Aparelho de Água e Pó Químico (PRESSURIZAÇÃO DIRETA) a) Retirar o aparelho do suporte e transportá-lo até as proximidades do fogo, pela alça de transporte. b) Soltar a trava de segurança. c) Apontar o requinte para a base do fogo ou anteparo, conforme o caso. d) Apertar o gatilho. e) Efetuar movimentos circulares a medida que se aproxima do fogo. Aparelho de Água e Pó Químico (PRESSURIZAÇÃO INDIRETA) a) Retirar o aparelho do suporte e transportá-lo até as proximidades do fogo, pela alça de transporte. b) Soltar a trava de segurança. c) Apontar o requinte para a base do fogo ou anteparo, conforme o caso. d) Abrir a ampola de pressurização. e) Apertar o gatilho. a) COSCIP; b) NR 23; c) EB.142-ABNT: extintores de água e espuma d) EB.148-ABNT: extintores de pó químico seco e) EB.160-ABNT: extintor de CO2 Competência 01 27 f) Efetuar movimentos circulares a medida que se aproxima do fogo. Aparelho de CO2 a) Retirar o aparelho do suporte e transportá-lo até as proximidades do fogo, pela alça de transporte. b) Soltar a trava de segurança. c) Segurar no punho e apontar o difusor para a base do fogo ou anteparo, conforme o caso. d) Apertar o gatilho. e) Efetuar movimentos circulares à medida que se aproxima do fogo. Aparelho de Espuma Química a) Retirar o aparelho do suporte e transportá-lo até as proximidades do fogo, pela alça de transporte, sem invertê-lo de posição. h) No local do fogo, invertê-lo de posição, direcionando o jato de espuma para base do fogo ou anteparo. Conhecemos o fogo e o incêndio. Agora vamos saber como extingui-lo, utilizando as técnicas necessárias e compreendendo o porquê de sua extinção. Você verá quantas curiosidades! 1.5. Métodos de Extinção do Fogo Os métodos de extinção do fogo são baseados na eliminação de um ou mais dos elementos anteriormente descritos no Tetraedro do Fogo que já estudamos. Os métodos são eles: Veja mais sobre extintores nos links: http://www. bauru.unesp.br/ curso_cipa/5_ incendios/1_ conceitos.htm http://www.pos.demc.ufmg.br/ Defesa/kariana/Disserta%E7%E3oKarina2 007.pdf http://www.portaldoscondominios.com.br/gestao Incendio.asp; http://www.cienciamao.if.usp.br/tudo/exibir.php?midia=t2k&cod=_quimica _q18d Competência 01 28 1.5.1 Retirada do Material Figura 15– Retirada do Material Combustível Fonte: http://sirinoseg.blogspot.com.br/2011/08/metodos-de-extincao-de- incendios.html(2012) Baseia-se na retirada do material combustível, ainda não atingido, da área de propagação do fogo, interrompendo a alimentação da combustão. Este método também é conhecido como corte ou remoção do suprimento do combustível. Como por exemplo, podemos citar: o fechamento de válvula ou interrupção de vazamento de combustível líquido ou gasoso. 1.5.2 Resfriamento Figura 16– Utilização da Água Fonte: http://www.brasilescola.com/quimica/como-combater-um-incendio.htm (2014) É o método mais utilizado principalmente pelo Corpo de Bombeiros. Consiste em diminuir a temperatura do material combustível que está queimando, diminuindo, consequentemente, a liberação de gases ou vapores inflamáveis. A água é o agente extintor mais usado, por ter grande capacidade de absorver calor e ser facilmente encontrada na natureza. Competência 01 29 A redução da temperatura está ligada à quantidade e à forma de aplicação da água (jatos), de modo que ela absorva mais calor que o incêndio é capaz de produzir. É inútil o emprego de água onde queimam combustíveis com baixo ponto de combustão (menos de 20ºC), pois a água resfria até a temperatura ambiente e o material continuará produzindo gases combustíveis. 1.5.3 Abafamento Figura 17 – Utilizando os Abafadores Fonte: www.bvnews.com.br (2012) O Abafamento consiste em diminuir ou impedir o contato do oxigênio com o material combustível. Não havendo comburente para reagir com o combustível, não haverá fogo. Como exceções, estão os materiais que têm oxigênio em sua composição e queimam sem necessidade do oxigênio do ar, como os peróxidos orgânicos e o fósforo branco. Conforme já vimos anteriormente, a diminuição do oxigênio em contato com o combustível vai tornando a combustão mais lenta, até a concentração de oxigênio chegar próxima de 8%, onde não haverá mais combustão. Colocar uma tampa sobre um recipiente contendo álcool em chamas, ou colocar um copo voltado de boca para baixo sobre uma vela acesa são duas experiências práticas que mostram que o fogo se apagará tão logo se esgote o oxigênio em contato com o combustível. Pode-se abafar o fogo com uso de materiais diversos, como areia, terra, cobertores, vapor d’água, espumas, pós, gases especiais, etc. Competência 01 30 1.5.4 Quebra da Reação em Cadeia Figura 18– Utilizando Produto Químico para Quebrar a Reação em Cadeia Fonte: www.imguol.com (2012) Certos agentes extintores, quando lançados sobre o fogo, sofrem ação do calor, reagindo sobre a área das chamas, interrompendo assim a “reação em cadeia” (extinção química). Isso ocorre porque o oxigênio comburente deixa de reagir com os gases combustíveis. Essa reação só ocorre quando há chamas visíveis. Estamos concluindo neste momento esta primeira competência da disciplina de prevenção e combate a incêndios. Agora, você já sabe o que é fogo, a diferença entre fogo e incêndio, como eles se originam e suas causas e consequências. http://www. brasilescola.com/ fisica/processo-propagacao-calor.htm http://www. bombeiros emergencia.com.br /incendio.htm http://www. geocities.com/ g_anjos/comb incendiospg1. htm; http://www. geocities.com/ Athens/Troy/8084/ fogo_pre.htm.l Então, vamos assistir a essa animação para melhor fortalecer os conhecimentos: https://www.youtube.com/watch?v=cix_PgOgZag Competência 01 31 Agora vá ao AVA e continue assistindo à vídeo aula desta semana! Vamos ensinar outras curiosidades que com certeza irão fornecer maior segurança no aprendizado fazendo com que a aula fique cada vez mais interessante! Competência 01 32 2. COMPETÊNCIA 02 | ENTENDER AS FORMAS DE PROPAGAÇÃO DO CALOR, AS ESPECIFICIDADES DE CADA AGENTE EXTINTOR, BEM COMO AS CARACTERÍSTICAS DE INCÊNDIOS EM ÁREA VERDE, FINALIZANDO COM O ESTUDO ACERCA DOS GASES LIQUEFEITOS DE PETRÓLEO (GLP) Caro cursista, Como vimos, só ocorre incêndio se houver fogo. Além disso, sabemos também das características dos materiaiscombustíveis e quais as demais influências que farão com que o fogo chegue a altas proporções. Nesta segunda semana, veremos como um fogo em vegetação, quando em descontrole, poderá se transformar em incêndio florestal e apresentará características bem específicas. Abordaremos também, nesta semana, ações e características dos agentes extintores, bem como ações preventivas com GLP e apresentação de um dispositivo tecnológico muito utilizado na prevenção contra incêndios. 2.1 Incêndio em Mata Outra área bastante estudada na área de prevenção e combate a incêndios é o incêndio em mata. Este tipo geralmente se difere dos incêndios urbanos pelas próprias características específicas, visualizadas na figura abaixo: difícil acesso de pessoas e de veículos de combate a incêndios, aglomeração de quantidade considerável de diversos materiais combustíveis, temperatura altíssima e velocidade de propagação. Além disso, algumas dificuldades apresentadas pelo terreno, como declividade, entre outros, formam um cenário que, na maioria das vezes, torna o evento bem mais difícil de ser controlado, podendo, em alguns casos, chegar a muitas horas, dias e meses para serem extintos. Competência 02 33 Figura 19– Incêndio em Área Verde Fonte: http://www.juruaonline.com.br (2012) Viu como é fácil? Está com alguma dúvida? Vamos ver as partes de um incêndio florestal 2.1.1 Partes do Incêndio Perímetro: É a borda do fogo. Extensão do sinistro. Cabeça: Parte que se propaga com maior rapidez. Caminha no sentido do vento. Seu controle é o sucesso da operação. Dedo: Faixa longa e estreita que se propaga rapidamente a partir do foco principal. Se não controlado, origina nova cabeça. Costas ou Retaguarda: Parte oposta à cabeça. Queima com pouca intensidade. Pode se propagar contra o vento ou em declives. Flancos: As duas laterais do fogo que separam a cabeça da retaguarda. Formam-se os dedos. Podem se transformar em uma nova cabeça, pela mudança do vento. Bolsa: área não queimada do perímetro, localizada entre os dedos. Ilha: pequena área, não queimada, dentro do perímetro. Continue sua leitura com o vídeo seguinte: https://www.youtube.com/watch?v=ZT3Xw8KDX5o 34 Focos Secundários: Provocados por fagulhas (levados pelo vento ou que rolam em declives). A falta de chuva, a intensificação dos ventos, a redução da umidade do ar e o hábito de o agricultor queimar a terra para preparar o solo ou promover a reforma das pastagens são fatores que mais contribuem para o aumento da incidência de incêndios florestais, num determinado período do ano, a depender da região. Quando ocorrem tais incêndios, além do ponto principal, surgem outros pontos que são oriundos de brasas transportadas por conta do vento, vindo a causar outros focos em locais diferentes do principal, sendo esses denominados de focos secundários. Figura 20 – Partes de um Incêndio em Área Verde Fonte: Manual de Fundamentos Básico de Bombeiros/SP (1996) 2.1.2 Tipos de Combustíveis na Mata Combustíveis Leves ou de Queima Rápida: queimam com maior facilidade; permitem propagação rápida do fogo. Grama seca, folhas mortas, arbustos e gravetos. Combustíveis Pesados ou de Queima Lenta: queimam lentamente pelo volume e umidade; difíceis de entrarem em combustão, porém, queimam por longo período. Troncos e galhos. Competência 02 35 Combustíveis Verdes: vegetação em crescimento; de difícil combustão, porém, produzem grande volume de fogo. Eucalipto, pinheiro e cedro. 2.1.3 Fatores de Propagação de Incêndios em Área Verde Algumas ações naturais são definidoras da propagação do incêndio. Vejamos: Condições Meteorológicas: a) Vento Vento forte: rápida propagação do incêndio, pelo suprimento adicional de oxigênio. Pode também levar fagulhas, e iniciar focos secundários. Provoca mudanças de direção do fogo rápida e inadvertidamente, colocando em risco a segurança do efetivo e o controle do incêndio. Durante o dia (com sol), o ar sobe pelos vales e aclives. À noite (o solo fresco), o vento inverte, descendo os vales e declives. Seca os combustíveis, queimando melhor e mais rapidamente. b) Temperatura Combustíveis pré-aquecidos pelo sol queimam com maior rapidez. A temperatura do solo influi na movimentação do ar. A temperatura ambiente desgasta os bombeiros. c) Umidade Menor umidade do ar, maior velocidade de queima dos combustíveis. Os combustíveis leves umedecem mais rápidos e não produzem calor suficiente para incendiar os combustíveis pesados. Competência 02 36 Topografia do Terreno a) Aclive Fogo queima com mais rapidez para cima, pela maior quantidade de combustível e dos gases quentes. b) Declive Fogo lento porque pelo sentido oposto aos combustíveis. Em declives íngremes, troncos incandescentes podem rolar. 2.1.4 Classificação dos Incêndios em Mata Incêndio Subterrâneo: quando há queima de combustíveis abaixo do solo, tais como húmus, raízes e turfa. Este tipo de incêndio é normalmente de combustão lenta e sem chamas, porém, de difícil extinção. Incêndio Rasteiro: quando há queima de combustíveis de baixa estatura, tais como: vegetação rasteira, folhas e troncos caídos, arbustos, etc. Este é o tipo de incêndio que ocorre com maior frequência e é conhecido também por incêndio de superfície. Incêndio Aéreo: quando há queima de combustíveis que estão acima do solo, tais como galhos, folhas, musgos, etc. Este tipo de incêndio ocorre geralmente em dias de muito vento e baixa umidade relativa do ar e é conhecido também por incêndio de copas. Incêndio Total: quando temos todas as formas de incêndio acima descritas. Competência 02 37 Figura 21 – Tipos de Combustíveis Fonte: Manual de Fundamentos Básicos de Bombeiros/SP (1996) 2.1.5 Métodos de Combate a Incêndios em Áreas Verdes Diferentemente dos incêndios urbanos, onde se tem água em abundância e equipamentos e viaturas de apoio, além de pessoas que poderão dar o devido apoio, como forças amigas (Exército, Marinha, Aeronáutica, Companhias de Abastecimentos de água, etc.), nas ações de combate a incêndios na mata, deve-se muitas vezes racionar a água, através das bombas costais, equipamentos melhor observados na figura 20. Ademais, é importante utilizar abafadores, improvisados com galhos de matos, foices, enxadas, para a criação de aceiros, etc. Logo, são ações que exigem atenção e força, e tornam todo o grupo muito cansado durante toda a operação. Diante disso, veremos diversas técnicas de combate a incêndios, específicas para esse tipo de situação. Competência 02 38 Ataque Direto: Combate diretamente as chamas no perímetro do incêndio, com uso de equipamentos (ferramentas, abafador, bomba costal), viaturas e aeronave. Deve ser usado quando o fogo não é muito violento, com a aproximação dos bombeiros. Ataque Indireto: Combate do fogo a distância do perímetro, quando o fogo é de grande intensidade ou está se movendo rapidamente. Executar o aceiro ou utilizar barreira natural (estradas), fazendo o fogo de encontro. Área raspada do aceiro: remoção da vegetação. Área tombada do aceiro: derrubar a vegetação em direção ao fogo para diminuir o tamanho das chamas. Fogo de Encontro: Utilizada após a execução do aceiro. É ateado fogo na áreatombada em direção ao incêndio, para alargar o aceiro, tendo cuidado para não ultrapassar o aceiro. Cuidados a serem tomados: Nunca atear fogo em área maior do que seja possível controlar. Atear fogo na direção do incêndio e contra o vento. Ficar atento aos focos de incêndio que possam surgir dentro da área protegida. Nunca deixar o fogo de encontro se espalhar pelas extremidades do aceiro. Ter pessoal para controlar o fogo de encontro. Onde for possível, usar o fogo de encontro a partir de uma barreira natural. Competência 02 39 Figura 22 – Ataque Direto Fonte: Manual de Fundamentos Básico de Bombeiros/SP (1996) Figura 23– Ataque Indireto Fonte: Manual de Fundamentos Básicos de Bombeiros/SP (1996) Competência 02 40 2.1.6 Rescaldo Para eliminar todos os riscos de reignição do incêndio. Procedimentos para o Rescaldo: Caminhar por todo o perímetro onde se deu o incêndio e ter certeza de que foi extinto. Eliminar toda fonte de calor do perímetro do incêndio. Se o rescaldo for trabalhoso, permitir que o combustível queime sob controle. Ter certeza de que o aceiro está limpo. Cortar ou apagar com água, troncos que possam soltar faíscas além do aceiro. Extinguir focos esparsos. Espalhar todo o material incandescente que não puder ser extinto com água ou terra para dentro do perímetro (se for o caso, enterrá-lo). Colocar todo o combustível roliço em posição que não possa rolar e ultrapassar o aceiro. 2.2 GLP O GLP que é uma sigla e significa Gás Liquefeito de Petróleo, é um subproduto do petróleo à base de Hidrocarbonetos, em geral, Butano, podendo em alguns casos, ser de Propano. É um gás asfixiante, inodoro e 1,5 vez mais denso que o ar. Você pode estar pensando agora: Oxente! O gás de lá de casa tem cheiro! Assista à videoaula e você terá maiores informações acerca do GLP Competência 02 41 Entendeu? Agora, veja mais sobre os Sprinklers... Os Sprinklers são equipamentos de Prevenção, pertencentes ao sistema fixo de proteção contra incêndios (NBR 10897) e se diferem um do outro por várias razões. Na imagem abaixo, damos alguns dos exemplos, tais como a cor da ampola e as diferentes temperaturas associadas para cada cor. Figura 24- Sprinklers Fonte: www.blogspot.com (2012) Então, tudo certo até aqui? Com isso, encerramos a segunda semana da disciplina “Combate a incêndios”, na qual discutimos questões acerca dos incêndios em vegetação, utilização de tecnologia para a prevenção, tal como a utilização de sprinklers e cuidados quanto ao uso do gás liquefeito de petróleo. Essas informações são muito importantes para o técnico de segurança do trabalho, pois elas serão costumeiramente http://www. copagaz.com.br/ representantes/o_que_e_glp.asp; http://www. brasilescola.com/quimica/gas-glp.htm; http://www. fergas.com.br/index.php/gas. Veja mais diferenças entre eles acessando os links sugeridos abaixo: http://www. hidrofire.com.br/sprinklers_contra_incendio.htm; http://www. youtube.com/watch?v=2FkOF8dM-KQ; http://www.abnt.org.br/m3.asp?cod_pagina=1185; http://pt.scribd .com/doc/37079515/NBR-10897-1990-Protecao-Contra-Incendio- por-Chuveiro-Automatico Competência 02 42 discutidas nas CIPA’S, conforme a NR 5. Certamente, são temas que, quando bem explorados no interior das empresas, poderão torná-lo um profissional diferenciado. Mas, para finalizarmos, gostaria de deixar um vídeo para que você investigue mais acerca de incêndios: https://www.youtube.com/watch?v=EuSF1tnM28I Competência 02 43 CONSIDERAÇÕES FINAIS Bem, caro cursista, é chegada a conclusão de mais uma disciplina, que como as outras, tem seu grau de importância neste Curso de Segurança do Trabalho. Trabalhamos diversas áreas de atuação, inclusive a de incêndios em áreas verdes, pois, há muitas fábricas, empresas, indústrias, que ficam próximas a matas e, por conseguinte, estão susceptíveis ao emprego da brigada de emergência. Vimos a importância do GLP, suas características, as ações preventivas quanto às intervenções em acidentes com tal gás; vimos também os agentes extintores, bem como os aparelhos extintores e suas diferenças. Enfim, com essa disciplina, você como profissional da área de segurança do trabalho, terá plenas condições de liderar ações de CIPA, oferecer palestras sobre extintores e hidrantes e demais acessórios de prevenção contra incêndios, bem como ter capacidade de elaborar relatórios de acompanhamento de manutenção dos equipamentos de prevenção contra incêndio, proporcionando uma maior segurança a sua empresa e principalmente ao trabalhador. Espero que você tenha gostado de ter alcançado mais esta etapa. Daqui pra frente, mãos à obra! É com você!. 44 REFERÊNCIAS ATLAS, Manual de legislação, segurança e medicina do trabalho. Ed. Atlas. 63ª Edição, São Paulo, 2009. BERTO, Antonio Fernando. Segurança contra incêndio no projeto arquitetônico de edifícios. Revista Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, 1989. BERTO, A.F. Medidas de proteção contra incêndio: aspectos fundamentais a serem considerados no projeto arquitetônico dos edifícios. São Paulo, 1991. Dissertação (mestrado) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo. BRENTANO,Telmo. Instalações hidráulicas de combate a incêndio nas edificações, 4ª Edição, Porto Alegre, 2011,p.77-89 BUCHANAN, A. H. Structural design for fire safety. EUA: John Wiley & Sons, LTDA, 2001. CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DE SÃO PAULO. INSTRUÇÃO TÉCNICA NO 02/01. Conceitos básicos de proteção contra incêndio. 2001. CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DE SÃO PAULO, Manual de fundamentos de bombeiros. 1ª Edição, Livro 01 – Comportamento do Fogo,1996, p. 3-18. CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DE SÃO PAULO, Manual de fundamentos de bombeiros. 1ª Edição, Livro 02- Extintores Portáteis – 1996, p. 3-20. CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DE SÃO PAULO, Manual de fundamentos de bombeiros. 1ª Edição, Livro 10- Chuveiros Automáticos – 1996, p. 3-11. CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DE SÃO PAULO, Manual de fundamentos de bombeiros. 1ª Edição, Livro 14- Técnicas de Extinção de Incêndios – 1996, p. 3-17. 45 COSCIP. Código de segurança contra incêndio e pânico para o Estado do Pernambuco, Recife,1997. DUARTE, D. Notas de aulas de engenharia de incêndios. Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2001. FUNDACENTRO. Manual básico de proteção contra incêndios. São Paulo, 1987. GONÇALVES, O. M. Sistemas prediais de combate a incêndios: hidrantes. Notas de aula. São Paulo: Escola Politécnica da USP. Disponível em: <http://pcc2465.pcc.usp.br/materiais_notas%20de%20aula.htm>. Acesso em 12 maio 2011. HERNANDES, G. F. Sistemas de combate a incêndio com hidrantes. In: IV Simpósio nacional de sistemas prediais: sistemas de proteção e combate a incêndios. São Paulo, 1987. INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº 20/2004, Corpo de Bombeiros- POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES. Regulamentação de Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos – Guia para emergência”. NFPA 101. Life safety code. National Fire Protection Association, Atlanta, 2003. PLANK, Roger. “Fire engineering of steel structures” University of Sheffiel.England, 1996. SILVA, Andreza C. Procoro. Gerenciamento dos riscos de incêndio em espaços urbanos históricos: uma avaliação com enfoque na percepção do usuário. Recife, 2003. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. VARGAS, Mauri Resende; SILVA, Valdir Pignatta. Resistência ao fogo das estruturas de aço. Instituto Brasileiro de Siderurgia. Rio de Janeiro, páginas 8 a 11, 2003. 46 MINICURRÍCULO DO PROFESSOR Sou Maurício Gomes da Fonseca, engenheiro florestal (UFRPE), licenciado em Ciências Agrícolas (UFRPE) e pós-graduado em vários cursos da área de Segurança, especialmente em operações contra incêndios. Além disso, atuo como docente do curso de agente e papiloscopista da Polícia Civil, de Formação de Bombeiros (CFSd, CFC, CFS, CFOA, CFO) e de outras instituições de ensino do Estado. Meus contatos são: E-mail: cursomaurimat@gmail.com/ Home Page: www.cursomaurimat.com.
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