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Primeiros Socorros Maria Luísa Muniz Curso Técnico em Segurança do Trabalho Educação à Distância 2015 EXPEDIENTE Professor Autor Maria Luísa Muniz Design Instrucional Deyvid Souza Nascimento Maria de Fátima Duarte Angeiras Renata Marques de Otero Terezinha Mônica Sinício Beltrão Revisão de Língua Portuguesa Eliane Azevedo Diagramação Klébia Carvalho Coordenação Manoel Vanderley dos Santos Neto Coordenação Executiva George Bento Catunda Coordenação Geral Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra Conteúdo produzido para os Cursos Técnicos da Secretaria Executiva de Educação Profissional de Pernambuco, em convênio com o Ministério da Educação (Rede e-Tec Brasil). Agosto, 2015 M966p Muniz, Maria Luísa. Primeiros Socorros: Curso Técnico em Segurança do Trabalho: Educação a distância / Maria Luísa Muniz. – Recife: Secretaria Executiva de Educação Profissional de Pernambuco, 2015. 33 p.: il. Inclui referências bibliográficas. 1. Educação a distância. 2. Primeiros socorros. 3. Socorros urgentes. 4. Atendimento Pré-Hospitalar. I. Muniz, Maria Luísa. II. Título. III. Secretaria Executiva de Educação Profissional de Pernambuco. IV. Ministério da Educação. V. Rede e-Tec Brasil. CDD – 614.82 CDU – 614.88 Sumário INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 4 1. COMPETÊNCIA 01 | CONHECER E SELECIONAR ADEQUADAMENTE OS PROCEDIMENTOS DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR NOS CASOS DE ACIDENTES. ......................................................... 5 1.1 Condutas Gerais em Primeiros Socorros ................................................................................................. 5 1.2 Desmaios ................................................................................................................................................ 8 1.3 Convulsão ............................................................................................................................................... 9 1.4 Fratura ................................................................................................................................................. 11 1.5 Picada de Animais Peçonhentos ........................................................................................................... 14 1.5.1 Insetos............................................................................................................................................... 14 1.5.2 Aranha e Escorpião ............................................................................................................................ 14 1.5.3 Cobra ................................................................................................................................................ 15 2. COMPETÊNCIA 02 | UTILIZAR OS ACESSÓRIOS E TÉCNICAS PARA O ATENDIMENTO PRÉ- HOSPITALAR DE EMERGÊNCIA. ...................................................................................................... 17 2.1 Hemorragia .......................................................................................................................................... 17 2.2 Queimadura ......................................................................................................................................... 19 2.3 Corpo Estranho e Asfixia ....................................................................................................................... 23 2.3 1 Corpo Estranho no Olho..................................................................................................................... 23 2.3 2 Corpo Estranho no Ouvido ................................................................................................................. 24 2.3 3 Corpo Estranho no Nariz .................................................................................................................... 25 2.3 4 Objetos Engolidos .............................................................................................................................. 25 2.4 Choque Elétrico .................................................................................................................................... 26 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 30 REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 31 CURRÍCULO DO PROFESSOR .......................................................................................................... 32 4 INTRODUÇÃO Olá, querido aluno, seja bem vindo ao encantador mundo dos primeiros socorros! Como futuro técnico de segurança do trabalho, você sabe que a maioria dos acidentes podem ser evitados, entretanto, por diversos fatores, esses imprevistos continuam acontecendo. Sendo assim, no seu cotidiano laboral, o técnico de segurança do trabalho pode se deparar com situações de urgência e emergência em que seja preciso aplicar medidas de primeiros socorros. Para que isso seja possível, este profissional precisa estar preparado e saber fazer o uso adequado das técnicas de salvamento. É isso que vamos aprender nesta disciplina: vocês irão adquirir o conhecimento teórico necessário para por em prática as diversas técnicas de primeiros socorros. Entenderemos que, com condutas, muitas vezes, simples, nós conseguimos diminuir o sofrimento de uma vítima, evitar complicações futuras e até mesmo salvar vidas. Vamos colocar a mão na massa? Bons estudos! 5 1. COMPETÊNCIA 01 | CONHECER E SELECIONAR ADEQUADAMENTE OS PROCEDIMENTOS DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR NOS CASOS DE ACIDENTES. É com grande prazer que iniciamos agora a primeira competência da disciplina de primeiros socorros! Neste primeiro momento, vamos apresentar medidas gerais às quais o socorrista deve estar bem atento em uma cena de acidente, todos os cuidados que ele deve tomar, começando com a sua própria segurança. Além disso, a atenção aos detalhes da cena do acidente e, por fim, a assistência prestada à vítima. Posteriormente, discutiremos acerca de algumas afecções como convulsão, desmaio, fratura e picadas de animais peçonhentos. Nesse contexto, vamos perceber como elas acometem o corpo humano, quais os sinais e sintomas apresentados pelo paciente e principalmente que conduta podemos tomar para diminuir as consequências negativas. 1.1 Condutas Gerais em Primeiros Socorros Para começarmos essa primeira competência, é importante sabermos que primeiros socorros são procedimentos de emergência que devem ser aplicados a uma pessoa em perigo de vida, objetivando manter seus sinais vitais e evitando o agravamento, até que ela receba assistência definitiva. Os sinais vitais são sinais cuja ausência ou alteração indicam grave irregularidade no funcionamento do organismo. São eles: pressão arterial, pulso, temperatura, respiração e dor. Competência 01 6 O salvamento de vítimas não seráatividade frequente nas empresas e isso muitas vezes pode gerar angústia e medo na hora de agir e até mesmo questionamentos sobre a capacidade individual de conseguir resolver o problema. Não se preocupem! Apenas o fato de ligarmos solicitando o socorro, de providenciar ajuda, já é uma forma de estar prestando atendimento à vítima. E, como já dissemos, você aprenderá (e não se esquecerá) condutas bastante simples e que podem salvar vidas. Apenas o espírito de solidariedade não é suficiente! O socorrista precisa dominar o conhecimento teórico e as técnicas de salvamento para poder prestar um atendimento correto e eficiente. Um atendimento de emergência mal feito pode comprometer ainda mais a saúde da vítima. E sempre após as condutas de primeiros socorros terem sido realizadas, independentemente da condição da vítima, é necessário orientá-la a procurar um serviço especializado para que se realizem exames mais aprofundados. Em uma vítima, além dos sinais vitais, deve-se sempre observar outros sinais, isto é, tudo que se nota ao examinar uma vítima (exemplos: pele fria, palidez, e hematomas). Ademais, é preciso atentar para os sintomas: o que é informado pela vítima sobre si mesma (exemplos: náuseas e tonturas). Então, observe as condutas que o socorrista sempre deve seguir: Checar se há condições seguras para a prestação do socorro e que não ofereçam riscos ao socorrista. É imprescindível muita atenção nesta etapa, pois a segurança do socorrista A omissão de socorro e a falta de atendimento de primeiros socorros eficiente são os principais motivos de mortes e danos irreversíveis nas vítimas de acidentes graves. Competência 01 7 precisa estar em primeiro lugar para não haver o risco de que ele venha a ser mais uma vítima; Avaliar o local do acidente; Manter a calma para organizar as ideias e conseguir atuar; Transmitir tranquilidade, confiança e segurança aos acidentados, sempre informando que o serviço especializado está a caminho; Ligar para o atendimento especializado (SAMU – 192, bombeiros – 193 e polícia - 190); Figura 01 - Ambulância do SAMU Fonte: http://www.e-farsas.com/samu-informa-acrescente-aa-emergencia-no-seu- celular.html Perceba que, em primeiros socorros, nunca utilizamos medicamentos e as condutas invasivas não fazem parte das técnicas que aprenderemos! A NR 7 – PCMSO traz uma seção que trata dos primeiros socorros e deixa clara que todo estabelecimento deverá estar equipado com material necessário à prestação dos primeiros socorros, considerando-se as características da atividade desenvolvida. É importante manter esse material guardado em local adequado e sob os cuidados de pessoa treinada para utilizá-lo. Mas que material seria esse? O que necessário conter na caixa de primeiros socorros? É importante que não falte algodão, gaze, esparadrapo, compressa de gaze, curativos adesivos, tesoura, atadura, soro fisiológico, luvas, manta aluminizada, termômetro e talas para imobilização, de tamanhos variados. Competência 01 8 Figura 02 - Caixa de primeiros socorros Fonte: http://www.brasilmergulho.com/port/artigos/2006/003.shtml 1.2 Desmaios O desmaio é a perda dos sentidos, o desfalecimento que geralmente dura uns cinco minutos. É provocado por fatores emocionais, falta de glicose ou oxigênio no cérebro. Dentre as causas desse fenômeno, podemos citar o excesso de calor, a fadiga e o jejum prolongado. Os sinais e sintomas do desmaio são escurecimento da visão, suor abundante, palidez, falta de forças, relaxamento muscular, pulso fraco, respiração superficial e perda da consciência. Condutas em situação de desmaio: Afaste a vítima de local que proporcione perigo, como escadas e janelas; Deite-a de barriga para cima e eleve as pernas acima do tórax, para que a cabeça fique mais baixa em relação ao restante do corpo; Competência 01 9 Figura 03 - Conduta em situação de desmaio Fonte: C:\Users\L\Documents\EAD\Primeiros socorros\Material\Manual de Primeiros Socorros.htm Lateralize a cabeça para facilitar a respiração e evitar aspiração de secreções; Afrouxe as roupas e mantenha o local arejado; Após recobrar a consciência oriente a vítima a permanecer pelo menos 10 minutos sentada, antes de ficar em pé, para evitar um novo desmaio; Não sacudir a vítima nem jogar água sobre ela. 1.3 Convulsão São inúmeras contrações involuntárias de vários músculos do corpo, causadas por alterações nas funções cerebrais. Geralmente têm início súbito, baixo índice de mortalidade durante as crises e não duram mais do que cinco minutos. Caso a vítima não recupere os sentidos, faça uma papa com pouca água e muito açúcar e coloque abaixo da língua da vítima. Competência 01 10 As causas mais comuns são a epilepsia e altas temperaturas em crianças, mas também a convulsão pode ser causada por desidratação grave, tumores cerebrais, hipoglicemia severa e intoxicação ou reação a medicamentos. Os sinais e sintomas da convulsão são sensação de “dejà vu” inconsciência, perda da memória, espasmos musculares intensos, dentes cerrando, grande produção de saliva e pode ocorrer vômito, urina e defecação. Condutas em situação de convulsão: Deitar a vítima para evitar quedas e traumas; Remover objetos da vítima e da cena para evitar traumas; Proteger a cabeça com a mão, travesseiros ou panos; Lateralizar a cabeça para drenar secreções e promover melhor abertura das vias aéreas; Afrouxar roupas, arejar o ambiente e afastar curiosos; Reduzir a estimulação sensória, como luzes e barulhos; Permitir que a pessoa descanse após a crise; Não se deve colocar a mão (dedos) e sal na boca da vítima; Não se deve imobilizar os membros. Não oferecer água e alimentos logo após a crise. A sensação de “dejà vu” é quando locais estranhos se tornam familiares ou quando a vítima sempre que sente um gosto ou cheiro estranho já sabe que vai convulsionar. Gostou da temática convulsão? Vamos aprofundar um pouco mais o conhecimento acessando o link deste vídeo abaixo: https://www.youtube.com/watch?v=c6INfcHX6-E Competência 01 11 1.4 Fratura É o rompimento total ou parcial de qualquer osso que geralmente é causado devido à queda, impacto ou movimento violento com esforço maior que o osso suporta. O primeiro socorro consiste em impedir o deslocamento das partes quebradas, evitando assim o agravamento da lesão. A fratura pode ser classificada em: Fechada ou interna – sem exposição óssea, a pele fica intacta. Aberta ou exposta – o osso está ou esteve exposto, atravessou a pele. Os sinais e sintomas que a vítima pode apresentar são deformações, inchaço, espasmo da musculatura, feridas, dor à manipulação, creptação óssea, incapacidade de movimentação, diminuição da sensibilidade e dormência ou formigamento, palidez e redução da temperatura no membro afetado. Condutas em situação de fratura: Evitar movimentar a parte fraturada; Expor a zona da lesão (desapertar ou se necessário cortar a roupa); Checar a presença de pulso e sensibilidade próximos ao local; Aplicar compressa fria (reduz o inchaço, a dor e aprogressão do hematoma); Controlar eventual hemorragia antes de iniciar a imobilização; Imobilizar a região com tala ou material rígido (tábua, papelão, jornal ou revista dobrada). O aparelho de imobilização deve atingir as duas articulações próximas à fratura (acima e abaixo), para evitar qualquer movimento da parte atingida. Amarre as talas com ataduras ou tiras de pano com firmeza, mas sem apertar; Observar a pulsação nas extremidades dos membros, para verificar se a tala não ficou demasiadamente apertada; Não tentar colocar o osso no lugar; Não oferecer alimento ou água à vítima, pela possibilidade de cirurgia; Encaminhar ao atendimento hospitalar. Competência 01 12 Figura 04 - Imobilização do braço Fonte: http://laboratoriosescolares.net/docs/primeiros_socorros/manual_primeiros_socorros.pdf Figura 05 - Imobilização da mão e do antebraço Fonte: http://laboratoriosescolares.net/docs/primeiros_socorros/manual_primeiros_socorros.pdf Competência 01 13 Figura 06 - Imobilização da coxa Fonte: http://laboratoriosescolares.net/docs/primeiros_socorros/manual_primeiros_socorros.pdf Figura 07 - Imobilização da perna e do tornozelo Fonte: http://laboratoriosescolares.net/docs/primeiros_socorros/manual_primeiros_socorros.pdf Que tal conhecer um pouco da realidade de situações de fraturas em um ambiente de tralho? Acesse o link abaixo e faça a leitura do artigo científico acidente e agravos à saúde dos idosos nos ambientes de trabalho. http://www.facenf.uerj.br/v17n3/v17n3a02.p Competência 01 14 1.5 Picada de Animais Peçonhentos Muitas espécies de animais, que povoam a flora brasileira, são dotadas de mecanismos de defesa que têm peçonhas ou venenos. O veneno desses animais pode causar dolorosa intoxicação e, muitas vezes, se não houver socorro imediato, morte. 1.5.1 Insetos A vítima geralmente apresenta no local da picada dor, coceira, inchaço e pápulas. Em casos mais graves, as reações podem assumir um caráter sistêmico, a presença de edema das vias respiratórias e insuficiência respiratória. As condutas seriam retirar o ferrão com uma pinça e aplicar gelo no local. Atenção especial aos casos de picadas múltiplas, pessoas alérgicas e picadas na boca ou garganta (pelo risco de asfixia), que necessitam de cuidados especiais e encaminhamento a serviços especializados. 1.5.2 Aranha e Escorpião O acidentado pode apresentar náusea, dor, inchaço e dormência local, deve ser mantido em repouso e ser transportado a uma unidade de saúde para aplicação do soro específico, caso seja necessário. A gravidade do acidente está diretamente relacionada à proporção entre a quantidade de veneno injetado e a massa corporal do indivíduo picado. Se possível, levar ao serviço de saúde o animal que causou o acidente para identificação. Competência 01 15 Figura 08 - Escorpião Fonte: http://www.blogodorium.com.br/significado-de-sonhar-com-escorpiao/ 1.5.3 Cobra As picadas de cobras geralmente são reconhecidas pela marca dos dentes na pele, pela dor no local atingido e por inchaço que surgem no local. Toda picada de cobra, mesmo sem qualquer sintoma, merece atendimento médico. Figura 09 - Cobra Fonte: http://blogs.telegraph.co.uk/news/peterwedderburn/100081976/watch-out- nyc-finding-the-escaped-bronx-zoo-cobra-could-be-impossible/ Condutas em situação de picada de cobras: Manter a vítima calma e em repouso (para dificultar a absorção do veneno); Localizar a marca da mordedura e limpar o local com água e sabão; Competência 01 16 Cobrir o local com um pano limpo; Remover anéis, pulseiras e outros objetos que possam garrotear, em caso de inchaço do membro afetado; Levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo, para receber o soro antiofídico; Se possível, levar o animal para que seja identificado e para que a vítima receba o soro específico. Não se arrisque ou perca tempo caçando o animal. Não remover o veneno por meios mecânicos, pois agrava o acidente; Não fazer torniquete, impedindo a circulação do sangue, isso pode causar morte tecidual local; Não cortar o local da ferida, para fazer sangria; Não aplicar folhas, pó de café ou terra sobre a ferida, pois poderá provocar infecção. Estamos concluindo agora esta primeira competência da disciplina de primeiro socorros. Agora, você está apto para prestar atendimento a vítimas de desmaio, convulsão, fratura e picadas de animais peçonhentos. Foi possível observar que com condutas muito simples podemos modificar a cena de um acidente, minimizar agravos e promover qualidade de vida para as vítimas. Agora, vá ao AVA e assista à videoaula desta semana! Vamos ensinar o passo a passo que um socorrista deve seguir ao encontrar uma vítima aparentemente desacordada. Falaremos sobre parada cardiorrespiratória e todos os seus detalhes e modificações. Competência 01 17 2. COMPETÊNCIA 02 | UTILIZAR OS ACESSÓRIOS E TÉCNICAS PARA O ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR DE EMERGÊNCIA. Nesta segunda competência da disciplina de primeiros socorros vamos conhecer mais algumas situações que podem acometer um trabalhador durante a sua jornada de trabalho. Veremos afecções como hemorragia, queimadura, corpo estranho no olho, no ouvido, no nariz, objetos engolidos que causam asfixia e choque elétrico. Vamos entender quais as causas, os sinais e sintomas desses problemas e aprender as condutas que devemos tomar em cada uma dessas situações. Em vários momentos, vamos intercalar a teoria com partes da videoaula para facilitar o entendimento! 2.1 Hemorragia É a perda de sangue decorrente do rompimento de um vaso sanguíneo. É importante que uma situação de hemorragia seja controlada imediatamente, pois uma hemorragia abundante e não controlada pode causar a morte em 3 a 5 minutos. A hemorragia pode ser classificada quanto ao tipo de vaso que foi acometido em: Arterial – sangramento em jato de coloração vermelho vivo. Venosa – sangramento lento e contínuo de coloração vermelho escuro. Capilar – sangramento contínuo e discreto. A hemorragia também pode ser classificada em: Externa – quando há sangue visível. Interna - quando não há sangue visível. Competência 02 18 Os sinais e sintomas que a vítima pode apresentar são pulsação acelerada e fina, diminuição da temperatura, nível de consciência variável, palidez de pele e mucosas, pele fria, extremidades arroxeadas, sede e tontura. Condutas em situações de hemorragia externa: Proteja suas mãos com luvas; Se possível, mantenha o local do ferimento em posição mais elevada, acima do nível do coração; Faça compressão, com um pano limpo, sobre o local da hemorragia até a chegada do serviço especializado; Se o primeiro pano encharcar rapidamente, coloque outro por cima, facilitando assim a coagulação e diminuindo o risco de infecção; Quando a vítima parar de sangrar, faça um curativo compressivo (cubra o ferimento com gaze e enrole firmemente com atadura, permitindo a circulação do sangue); Se a compressão não for suficiente para estancar sangramentos intensos nos membros,comprima a artéria ou a veia responsável pelo sangramento contra o osso, impedindo a passagem de sangue para a região afetada; Corpos estranhos não devem ser retirados dos ferimentos; Nunca aplique substâncias da medicina caseira; Figura 10 - Compressão em hemorragia Fonte:http://www.record.xl.pt/fora_campo/record_inem/interior.aspx?contentid=7 72394 Competência 02 19 Condutas em situações de hemorragias internas: Manter a vítima aquecida e deitada, acompanhando os sinais vitais; Coloque compressas frias no local da hemorragia; Agilize o encaminhamento para o atendimento hospitalar; Não ofereça alimentos, nem líquidos à vítima. Vocês já ouviram falar em epistaxe? E em torniquete? Vamos agora assistir o início da vídeoaula para conhecer e discutir esses termos! 2.2 Queimadura É uma lesão produzida no tecido de revestimento do organismo (a pele), e pode ser causada por agentes térmicos (calor, frio, atrito), produtos químicos, radiação ionizante e eletricidade. A pele é considerada o maior órgão do corpo humano, constituindo cerca de 10% do peso corporal, e tem as funções de proteção, excreção, termorregulação, manutenção da imagem corporal, do metabolismo e da sensação de sensibilidade. Ela se subdivide em epiderme, derme e subcutâneo ou hipoderme. Figura 11- Camadas da pele Fonte: http://www.bioderma.com/pt/em-contacto-com-a-sua-pele/a-pele-e-um-orgao.html Competência 02 20 A queimadura pode ser classificada quanto ao grau em: 1º grau – Atinge somente a epiderme. Apresenta dor local e vermelhidão e edema da área atingida. Figura 12 - Queimadura de 1º grau Fonte:http://amarcuidando.blogspot.com.br/2012/07/queimaduras-1-2-e-3- grau.html 2º grau – Atinge a epiderme e a derme. Apresenta dor local, vermelhidão e bolhas. É uma lesão úmida A gravidade de uma queimadura vai depender do agente causador, da área do corpo que foi atingido, da extensão e da profundidade. Acúmulo anormal de líquido nos tecidos do corpo, popularmente chamado de inchaço. . Competência 02 21 Figura 13 - Queimadura de 2º grau Fonte: http://www.anjosdolar.com/saiba-diferenciar-o-grau- de- queimadura-e-o-que-fazer-quando-acontece-este-tipo-de-acidente/ 3º grau – Atinge epiderme, derme e hipoderme. Apresenta aspecto duro, esbranquiçado, amarelado ou marrom e perda da sensibilidade local. Figura 14 - Queimadura de 3º grau Fonte: http://www.misodor.com/QUEIMADURAS.html 4º grau – Atinge ossos e músculos. Não apresenta sensibilidade local. Competência 02 22 Figura 15 - Queimadura de 4º grau Fonte: http://cabuloso.xpg.uol.com.br/portal/galleries/view/queimaduras- de-terceiro-grau A queimadura pode ser classificada quanto a sua extensão em: Baixa – menos de 15% da superfície corporal atingida; Média – entre 15 e 40% da superfície corporal atingida; Alta – mais de 40% da superfície corporal atingida. Determinamos a superfície corporal queimada através da regra dos nove, onde dividimos o corpo em segmentos que valem nove ou múltiplos de nove. Figura 16 - Regra dos 9 Fonte: http://www.misodor.com/QUEIMADURAS.html Competência 02 23 Entenderam a regra dos nove? Ficaram com dúvidas? Vamos agora dar uma olhadinha na vídeoaula que explicarei detalhadamente como colocar em prática essa regra. Condutas em situações de queimadura: Afastar a vítima da origem da queimadura; Resfriar a lesão com água em temperatura ambiente (limita o edema e a lesão tecidual). Apenas em pequenas queimaduras, pois o frio pode provocar quedas de temperatura. Proteger o paciente com lençóis limpos ou cobertores, em queimaduras extensas devido à queda de temperatura; Remover adornos e vestes da vítima (se não estiverem grudados na pele); Nunca utilizar remédios caseiros como manteiga, café, pasta de dente ou pomadas, pois estas substâncias podem agravar a lesão, promover a infecção e dificultar a avaliação da equipe especializada; Não estourar as bolhas; Não aplicar gelo no local. 2.3 Corpo Estranho e Asfixia São objetos que penetram no organismo através de qualquer orifício. É um tipo de acidente muito comum e que ocorre de forma inesperada e acidental. 2.3 1 Corpo Estranho no Olho Condutas em situação de corpo estranho no olho: Pingue algumas gotas de soro fisiológico ou água no olho atingido; Se isso não resolver, cubra os dois olhos com gazes, sem apertar, e procure a assistência especializada; Em casos de queimaduras com substâncias químicas, retire as roupas contaminadas e lave o local com água abundante sem fazer fricção no local. Cuidado com as substâncias que reagem com água Competência 02 24 Se o objeto estiver cravado no olho, não tente retirá-lo, cubra os dois olhos e procure a assistência especializada; Se não for possível fechar os olhos, cubra-os com um cone de papel grosso (por exemplo, um copo); Não esfregue ou aperte os olhos; Não tente retirar o corpo estranho com o dedo, algodão, cotonete ou qualquer outro objeto. Figura 17 - Condutas em caso de corpo estranho no olho. Fonte: http://laboratoriosescolares.net/docs/primeiros_socorros/manual_primeiros_socorros.pdf 2.3 2 Corpo Estranho no Ouvido Condutas em situação de corpo estranho no ouvido: Para saber ainda mais sobre corpos estranhos no olho recomendamos que façam a leitura do artigo científico indicado no link abaixo. Boa leitura! http://www.acm.org.br/revista/pdf/artigos/194.pdf Competência 02 25 Pingue algumas gotas de óleo mineral no canal auditivo e depois vire a cabeça para que o objeto possa escorrer para fora; Se não der certo, procure a assistência especializada; Não tente retirar objetos profundamente introduzidos; Não coloque nenhum instrumento no canal auditivo; Não bata a cabeça para que o objeto saia, a não ser que seja um inseto vivo; Em caso de inseto vivo, acenda uma lanterna em ambiente escuro, bem próximo ao ouvido. 2.3 3 Corpo Estranho no Nariz Condutas em situação de corpo estranho no nariz: Oriente a vítima a assoar o nariz; Instrua a vítima para respirar somente pela boca; Se o objeto não sair, procure a assistência especializada; Não introduza nenhum instrumento nas narinas. 2.3 4 Objetos Engolidos Condutas em situação de objetos engolidos: Estimule a vítima a tossir com força; Não tente retirar objetos da garganta; Objetos com arestas e pontas gerando dor, oriente procurar o serviço especializado. Em caso de asfixia, deve-se realizar a Manobra de Heimlich! Nesta manobra a cabeça da vítima deve estar mais baixa que o peito e o tórax inclinado para frente. O socorrista fica atrás da mesma e envolve seus braços ao redor da cintura dela em um Se a pessoa não consegue tossir comforça, falar ou chorar é sinal de que o objeto está obstruindo as vias respiratórias, o que significa que há asfixia. Competência 02 26 posicionamento acima do umbigo e abaixo do limite das costelas. Agarra-se um dos pulsos e com a outra mão se faz quatro rápidos puxões para cima. Figura 18 - Manobra de Heimlich Fonte: http://blog.iafarma.com/2013/02/obstrucao-da-via-aerea-manobra de.html Entendeu como se realiza a Manobra de Heimlich? Ficou com dúvida? Acesse a vídeoaula e observe detalhadamente como realizá-la. Se a manobra não funcionar, o socorrista tem que ter a consciência de que está diante de uma vítima asfixiada e este quadro pode evoluir para uma parada respiratória. Sendo assim, e em último caso, só resta realizar ventilações, como única alternativa para salvar a vida. 2.4 Choque Elétrico É a passagem de uma corrente elétrica através do corpo, utilizando-o como um condutor. Pode não causar nenhuma consequência mais grave além do susto, porém também pode causar situações como queimadura, traumatismo, parada cardiorrespiratória, asfixia ou até mesmo a morte. Nunca ofereça água ao asfixiado, na esperança de fazê-lo engolir o corpo estranho. . Competência 02 27 A extensão e gravidade das lesões causadas pelo choque elétrico vão depender da intensidade da corrente elétrica, da duração do choque e do caminho percorrido pela eletricidade ao longo do corpo (do ponto onde entra até o ponto onde ela sai). Em ambientes de trabalho, as principais causas são falta de segurança nas instalações elétricas e equipamentos (fios desencapados, falta de aterramento elétrico, parte elétrica de um motor em contato com sua carcaça), imprudência, indisciplina, ignorância e acidente. Os sinais e sintomas que a vítima pode apresentar são mal estar, náusea, cãibras, dormência, formigamento, ardência e insensibilidade da pele, pontos luminosos na visão, dor de cabeça, falta de ar e ritmo cardíaco irregular. Condutas em situação de choque elétrico: A primeira coisa a ser feita é interromper imediatamente o contato da vítima com a corrente elétrica; Desligar o interruptor ou chave elétrica; Se não for possível, fastar o fio ou condutor elétrico com um material não condutor bem seco como pedaço de pau, cabo de vassoura, pano grosso; O pior choque é quando uma corrente elétrica entra por uma mão e sai pela outra. Nesse caso, atravessando o tórax, ela tem grande chance de afetar o coração e a respiração. Se fizerem parte do circuito elétrico, o dedo polegar e o dedo indicador de uma mesma mão, ou uma mão e um pé, o risco é menor. . Competência 02 28 Figura 19 - Retirar a corrente do contato com a vítima Fonte: http://www.cfae.com.br/noticias/noticias44.htm Se não for possível, retirar a vítima do contato, sem lhe tocar a pele, usando material não condutor. Figura 20 - Retirar a vítima do contato com a corrente Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=23263 Jamais toque em uma vítima de choque elétrico até ter certeza de que você não corre o risco de levar um choque. Competência 02 29 Finalizamos agora a última competência da disciplina de primeiros socorros! Durante vários momentos, você teve a oportunidade de entrar em contato com conhecimentos que certamente serão muito úteis tanto na vida profissional como no cotidiano. Agora, você já sabe como agir, caso algum trabalhador ou até mesmo familiar seja acometido por hemorragia, queimadura, corpo estranho e asfixia e choque elétrico. . Eletrocução é a morte provocada pela exposição do corpo a uma dose letal de energia elétrica. . Sugerimos para aprofundar os conhecimentos a leitura de um artigo científico que relata um estudo sobre os efeitos da eletricidade com enfoque na saúde e segurança do trabalho. É só acessar o link abaixo. http://www.uninove.br/PDFs/Publicacoes/exacta/exactav5n1/exacta_v5n1_3l21.pdf Competência 02 30 CONSIDERAÇÕES FINAIS Como já foi visto em outras disciplinas, os riscos ambientais existem nos mais variados ambientes de trabalho e a nossa obrigação como equipe de segurança do trabalho é justamente tentar prevenir esses riscos. Infelizmente, apesar de todos os esforços da equipe, os acidentes continuarão acontecendo seja por falha na segurança, por imprudência dos trabalhadores ou por fatalidades. Sendo assim, precisamos estar sempre preparados para socorrer os trabalhadores que se encontrem em situações de urgência. Depois de adquirir os conhecimentos teóricos desta disciplina, assistir às videoaulas e realizar todas as atividades, você estará apto para prestar os atendimentos iniciais aos trabalhadores vítimas de diversos agravos. Não tenha medo! Mantenha a calma! Aplique os conhecimentos adquiridos! Agora, é só colocar a mão na massa e diminuir o sofrimento de uma vítima, evitar complicações futuras e até mesmo salvar vidas. 31 REFERÊNCIAS FIOCRUZ. Manual de primeiros socorros. Rio de Janeiro, 2003.Disponível em: <http://www.fiocruz.br /biosseguranca/Bis/manuais/biosseguranca/manualdeprimeirossocorros.pdf>. LOURENÇO, SR; SILVA, TAF; FILHO SCS. Um estudo sobre os efeitos da eletricidade no corpo humano sob a égide da saúde e segurança do trabalho. Exacta. Vol. 5, nº 1. São Paulo, 2007. Manual de primeiros socorros. Situações de urgências nas escolas, jardins de infância e campos de férias. Disponível em: <http://laboratoriosescolares.net/docs/primeiros_socorros/manual_ primeirossocorros.pdf>. Norma regulamentadora 07.Disponível em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr7. htm>. ROBAZZI, MLCC, et al. Acidentes e agravos à saúde dos idosos nos ambientes de trabalho. Rev. Enfermagem. Rio de Janeiro, 2009. SILVA, FM; SANTOS, EC; NÓBREGA, MJ. Corpos estranhos intraoculares: análise de 22 casos. Arquivos catarinenses de medicina, vol. 34, nº 1, 2005. UNICAMP. Noções básicas de primeiros socorros. Campinas, São Paulo. Disponível em:<http://pt.slideshare.net/AdrianoPires/nooes-bsicas-de-primeiros-socorros>. UNIFENAS. Manual de primeiros socorros. Universidade de Alfenas – MG, 2007. Disponível em: <http://www.unifenas.br/extensao/cartilha/AcaoUnivida.pdf> 32 CURRÍCULO DO PROFESSOR Dados Pessoais Nome: Maria Luísa Corrêa Muniz E-mail: luisa_muniz@hotmail.com Formação Mestrado Saúde Coletiva com foco em epidemiologia - 2014 Universidade Federal de Pernambuco - UFPE Pós-graduação: Enfermagem do trabalho - 2010 Espaço enfermagem Residência: Saúde da Mulher – 2010 Instituto de Medicina Integrada Professor Fernando Figueira (IMIP) Graduação: Enfermagem (Bacharel e Licenciada) - 2008 Universidade Federal de Pernambuco – UFPE Experiências Profissionais Escola Técnica Estadual Almirante Soares Dutra (ETEASD) Docente do curso de Técnico de Segurança do Trabalho, Análises Clínicas, Prótese Dentária e Enfermagem Período: Fevereiro de 2010 até a presente data Instituto de MedicinaIntegrada Professor Fernando Figueira (IMIP) Residente em Saúde da Mulher Período: Fevereiro de 2009 até janeiro de 2011 Escola Wilton de Meira Pacheco (ESEMP) Docente do curso de Técnico de Enfermagem Período: Março de 2009 até março de 2010 33 Unidade Mista de Tejucupapo Enfermeira assistencial Período: Outubro de 2011 até a presente data Secretaria Estadual de Educação Professora pesquisadora da Educação à distância Período: Maio de 2012 até a presente data Emergência Beiró Uchoa Enfermeira assistencial Período: Janeiro de 2013 até outubro de 2013 Estratégia de Saúde da Família – Nossa Senhora das Graças Enfermeira assistencial Período: Outubro de 2013 até a presente data Faculdade São Miguel Coordenadora do curso técnico de enfermagem Período: Maio de 2013 até a presente data Escola Técnica Brasileira (ETEBRAS) Professora pesquisadora da Educação à distância Período: Maio de 2013 até a presente data
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