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Saúde e Segurança na Atividade Portuária Zilmara Peixoto Nakai Curso Técnico em Segurança do Trabalho Educação a Distância 2016 EXPEDIENTE Professor Autor Zilmara Peixoto Nakai Design Instrucional Deyvid Souza Nascimento Maria de Fátima Duarte Angeiras Renata Marques de Otero Terezinha Mônica Sinício Beltrão Revisão de Língua Portuguesa Eliane Azevêdo Diagramação Klébia Carvalho Coordenação Manoel Vanderley dos Santos Neto Coordenação Executiva George Bento Catunda Coordenação Geral Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra Conteúdo produzido para os Cursos Técnicos da Secretaria Executiva de Educação Profissional de Pernambuco, em convênio com o Ministério da Educação (Rede e-Tec Brasil). Julho, 2016 N163s Nakai, Zilmara Peixoto. Saúde e Segurança na Atividade Portuária: Curso Técnico em Segurança do Trabalho: Educação a distância / Zilmara Peixoto Nakai. – Recife: Secretaria Executiva de Educação Profissional de Pernambuco, 2016. 38 p.: il. Inclui referências bibliográficas. 1. Educação a distância. 2. Trabalho portuário – Segurança e saúde no trabalho. 3. Portos – Higiene ocupacional. 4. Material para transporte sobre água. I. Nakai, Zilmara Peixoto. II. Título. III. Secretaria Executiva de Educação Profissional de Pernambuco. IV. Rede e-Tec Brasil. CDU – 627.2+614.8 Catalogação na fonte Bibliotecário Hugo Carlos Cavalcanti, CRB4-2129 Sumário INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 4 1. COMPETÊNCIA 01 | O TRABALHO AQUAVIÁRIO E O TRABALHO PORTUÁRIO: .............................. 5 1.1 Segurança a Bordo de Embarcações.................................................................................................. 5 1.2 Segurança no Trabalho Portuário.......................................................................................................... 10 1.3 Competências ....................................................................................................................................... 11 1.4 Plano de Controle de Emergência e Plano de Ajuda Mútua ................................................................... 13 1.5 Serviço Especializado em Segurança e Saúde do Trabalhador Portuário ................................................ 14 1.6 Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário ................................................................ 16 2. COMPETÊNCIA 02 | SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO PORTUÁRIO ..................................... 19 2.1 Segurança na Atracação e Desatracação de Embarcações ..................................................................... 19 2.2 Segurança nas Escadas e Rampas ......................................................................................................... 21 2.3 Segurança nos Conveses ....................................................................................................................... 22 2.4 Segurança nos Porões........................................................................................................................... 23 2.5 Segurança na Movimentação de Cargas ................................................................................................ 26 2.6 Segurança nos Locais Frigorificados ...................................................................................................... 29 2.7 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho .................................................................. 31 2.8 Segurança nas Operações com Cargas Perigosas................................................................................... 32 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 36 REFEERÊNCIAS ............................................................................................................................... 37 MINICURRÍCULO DO PROFESSOR .................................................................................................. 38 4 INTRODUÇÃO Olá, querido estudante! Seja muito bem-vindo à disciplina de Segurança e Saúde no Trabalho portuário. Nessa disciplina, você vai estudar os riscos de acidentes nos serviços a bordo de embarcações e em terra, nos portos. E verá, também, que é preciso identificar os riscos e agir preventivamente sob o crivo das Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego. Tanto no trabalho aquaviário como no trabalho portuário, é necessária a presença de profissionais de saúde e segurança do trabalho, mas também de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e programas preventivos. Para que a preservação da saúde e a integridade física dos trabalhadores sejam garantidas, é necessário mais do que bom senso. É necessário conhecimento técnico e práticas que serão estudadas a partir de agora. Bons estudos!!! Competência 01 5 1. COMPETÊNCIA 01 | O TRABALHO AQUAVIÁRIO E O TRABALHO PORTUÁRIO: Caro estudante, agora que você já viu a legislação brasileira aplicada à saúde e à segurança no trabalho portuário em uma disciplina anterior, você estudará os principais riscos de acidentes no trabalho aquaviário e portuário, bem como as formas de prevenção. Além disso, verá também como se dá a disposição de cargas nos portos organizados e como funciona o Serviço Especializado em Segurança e Saúde do Trabalhador Portuário e a Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário. 1.1 Segurança a Bordo de Embarcações O a que vem ser o trabalho aquaviário? Tente responder a essa pergunta antes de continuar a leitura do caderno. Para auxiliá-lo, observe as imagens abaixo e identifique o trabalhador portuário e o trabalhador aquaviário. É importante que você retome os estudos da disciplina de Legislação Aplicada à Área de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho. Competência 01 6 A Norma Regulamentadora que trata do trabalhador aquaviário é a NR 30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário. Se você fizer uma leitura dela, verá a seguinte definição: Entende-se por trabalho aquaviário os trabalhos realizados a bordo de embarcações comerciais de bandeira nacional ou estrangeira, no limite do disposto na Convenção da OIT (Organização Internacional do Trabalho) nº 147, que trata das Normas Mínimas da Marinha Mercante, normas estas utilizadas no transporte de mercadorias ou de passageiros, inclusive naquelas embarcações utilizadas na prestação de serviços. Observe a imagem que segue. Você verá um navio de carga com heliporto instalado no mesmo, representando a complexidade do trabalho aquaviário. Figura 01 - Trabalhador Fonte: http://www.noticiasdotrecho.com.br/20 14/09/sms-nos-portos-do-basil.html Descrição: na imagem, você pode observar dois trabalhadores no cais de uma embarcação. Ambos estão com colete salva vidas laranja e capacete branco. Um deles está usando um rádio de comunicação. Figura 02 - Trabalhador Fonte: http://www.falasantos.com.br/conteu do.php?id=8500 Descrição:na imagem, você pode perceber dois trabalhadores prendendo as correntes de fixação de uma embarcação ao cais. Um deles, à esquerda e mais ao fundo, está agachado, com uma capacete azul, camisa vermelha e calças pretas com barra sinalizadora cintilante. Ou outro, mais à frente e à direita, está um pouco curvado, olhando para baixo, com capacete. Competência 01 7 Figura 03 - Navio Plataforma Fonte: http://www.protecao.com.br/noticias/aciden tes_do_trabalho/localizado_corpo_de_6%C2%AA_viti ma_de_explosao_em_navio_no_es/AQjgJjjy/7817 Descrição: na imagem, você pode notar uma grande embarcação em alto mar. Na polpa da embarcação existe um heliponto e no meio da embarcação existe uma torre de transmissão de voz via rádio. Então, para ser trabalhador aquaviário, deve-se manter atividade a bordo de embarcações, ou seja, em água. Já o trabalhador portuário executa suas atividades no porto, em terra, e, tanto um quanto o outro, precisam seguir normas de segurança e saúde a fim de evitar acidentes e doenças decorrentes do trabalho. A NR nº 30 se aplica aos trabalhadores das embarcações artesanais, comerciais e industriais de pesca; das embarcações e plataformas destinadas à exploração e produção de petróleo e das embarcações específicas para o trabalho submerso. O Leia a NR 30, na íntegra,no site: http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr30.htm Competência 01 8 Você sabe qual o acidente mais comum nas embarcações tidas como artesanais? Você acha que ainda existem barcos com eixo de motores expostos como o do filme? Como você deve ter notado, um dos acidentes mais comuns em embarcações é o escalpelamento devido a eixos de motores sem proteção, fato muito comum em embarcações artesanais. Sabe-se que todas as partes móveis de motores devem ser devidamente protegidas com anteparo rígido e devem possuir dispositivo de intertravamento, ou seja, um dispositivo que faça o motor parar quando a proteção for retirada como a visualizada na imagem que segue. Figura 04 - Motor de Embarcação com Eixo Descoberto Fonte: http://www.naval.com.br/blog/20 10/03/10/campanha-de-utilidade-publica -para-prevencao-ao-escalpelamento-na-a mazonia/ Descrição: na imagem, você pode conferir o eixo de motor de embarcação, que é uma máquina, que transmite um movimento de rotação a uma linha de eixos. Assista ao filme: Escalpelamento, o acidente com barco a motor. Link: https://www.youtube.com/watch?v=20x8rU3VF9U Competência 01 9 O escalpe acontece quando algum trabalhador cai sob o eixo e tem os cabelos arrancados junto com o couro cabeludo. Esse tipo de acidente traz consequências que vão além da lesão física, pois causa também problemas psicológicos para os acidentados. Sobre proteção de eixo de motor, é preciso observar a NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. Observe o que diz o item 12.38: “As zonas de perigo das máquinas e equipamentos devem possuir dispositivo de segurança, caracterizado por proteções e dispositivos de segurança interligados”. Você lembra que na disciplina de legislação aplicada você estudou sobre a CIPA? Assim, como na construção civil e no trabalho rural, é obrigatória uma CIPA, temos essa obrigatoriedade também no trabalho aquaviário. A NR nº 30 deixa claro que é obrigatória a constituição de GSSTB (Grupo de Segurança e Saúde no Trabalho a Bordo de Embarcações). Nesse contexto, é imprescindível a criação de uma CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho), em conformidade com a NR nº 05, e os programas de segurança como o PPRA (Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais), regido pela NR nº 09 e o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), regido pela NR nº 07. Logo, todos os procedimentos de segurança devem ser seguidos e aplicados a esse tipo de atividade a fim de evitarmos acidentes do trabalho. Consulte a NR 12, no item referente a Sistemas de Segurança, e reflita sobre a proteção dos motores das embarcações! Acesso no site: http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr12.htm Competência 01 10 Agora que você já sabe que o trabalhador aquaviário é regido pela NR 30 e que um dos acidentes mais comuns é o acidente por escalpelamento, vamos, em seguida, estudar os riscos do trabalhador portuário. Vamos lá? 1.2 Segurança no Trabalho Portuário Por sermos um país costeiro, temos a atividade portuária constante desde os primórdios do descobrimento do Brasil. Essa atividade portuário ainda é muito intensa e, para regulamentar a prevenção de acidentes do trabalho nesse setor, temos a Norma Regulamentadora nº 29 do Ministério do Trabalho e Emprego. Essa NR foi dada pela Portaria nº 158, de 10-4-2006, DOU de 17-4-2006 e tem como objetivo regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiros socorros a acidentados e alcançar melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários. Observe a imagem que segue: Figura 05 - Zona Primária Fonte: http://www.portosdoparana.pr.gov.br /modules/noticias/print.php?storyid=354 Descrição: na imagem, você vê um amplo pátio com conteiners empilhados um ao lado do outro. No meio do pátio existe um caminhão de cargas e, logo à frente, um carro de passeio. Competência 01 11 Quais os riscos que você percebe nessa imagem? Existe trânsito de caminhões, empilhamento de cargas e, possivelmente transito de pessoas e outros veículos. Que intervenção de segurança você faria no cenário mostrado? Ao adentrar num porto, você verá uma primeira área, rente ao cais, onde as mercadorias são depositadas. Essa área é chama de zona primária. Mas o porto tem permissão de armazenar mercadorias em um perímetro de 5 km a contar da zona primária. Esse perímetro é chamado de terminal retroportuário. Vamos às definições legais? A Segurança do trabalho é de competência de todos os envolvidos da operação portuária e a NR 29 deixa bem claro essas competências. Vamos conhecer o papel de cada trabalhador portuário em relação à segurança do trabalho? 1.3 Competências O que os operadores portuários, seus empregadores, os tomadores de serviço e o OGMO (Órgão Gestor de Mão de Obra) devem fazer pela segurança do trabalho? Algumas recomendações do item 29.1.4.1 dizem que todos devem: a) fornecer instalações, equipamentos, maquinários e acessórios em bom estado e condições de segurança, responsabilizando-se pelo uso correto; Terminal Retroportuário: é o terminal situado em zona contígua à do porto organizado ou instalação portuária, compreendida no perímetro de cinco quilômetros dos limites da zona primária, demarcada pela autoridade aduaneira, ou seja, pela autoridade alfandegária, no qual são executados os serviços de operação, sob o controle aduaneiro, com carga de importação e exportação, embarcações em contêiner, reboque ou semirreboque Competência 01 12 b) zelar pelo cumprimento da norma de segurança e saúde nos trabalhos portuários, e das demais normas regulamentadoras”. Existem recomendações específicas para o OGMO e para o empregador, que são: a) proporcionar a todos os trabalhadores formação sobre segurança, saúde e higiene ocupacional no trabalhado portuário; b) responsabilizar-se pela compra, manutenção, distribuição, higienização,treinamento e zelo pelo uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual – EPI e Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC, observando o disposto na NR-6; c) elaborar e implementar o Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais – PPRA no ambiente de trabalho portuário, observando o disposto na NR 09; d) elaborar e implementar o Programa de Controle Médico em Saúde Ocupacional – PCMSO, abrangendo todos os trabalhadores portuários, observando o disposto na NR-7”. Outras competências são exclusivas dos trabalhadores, como: a) cumprir a presente NR, bem como as demais disposições legais de segurança e saúde do trabalho; b) informar ao responsável pela operação de que esteja participando, as avarias ou deficiências observadas que possam constituir risco para o trabalhador ou para a operação; c) utilizar corretamente os dispositivos de segurança – EPI e EPC, que lhes sejam fornecidos, bem como as instalações que lhes forem destinadas. “Compete às administrações portuárias zelar para que os serviços se realizem com regularidade, eficiência, segurança e respeito ao meio ambiente”. Competência 01 13 Para cumprimento dos procedimentos de segurança, é vital a participação dos profissionais de segurança do trabalho. Mas, não é somente tomando como base essas competências que a segurança do trabalho é aplicada. No trabalho portuário, existem dois planos de fundamental importância: O PCE e o PAM. Vamos conhecê-los? 1.4 Plano de Controle de Emergência e Plano de Ajuda Mútua Para adequar os equipamentos e acessórios necessários à manipulação das cargas deverão ser avaliados previamente: o peso da carga, o tipo e classe do carregamento e as características das cargas perigosas. Em caso de emergência, é importante saber o procedimento seguro e, para isso, é necessário seguir as orientações do PCE – Plano de Controle de Emergência e do PAM – Plano de Ajuda Mútua. Esses planos devem prever recursos necessários para as seguintes situações: Incêndio ou explosão; Vazamento de produtos perigosos; Queda de homem ao mar; Condições adversas de tempo que afetem a segurança das operações portuárias; Poluição ou acidente ambiental; Socorro aos acidentados. No PCE e PAM deve constar a periodicidade de treinamento, cabendo aos trabalhadores indicados comporem as equipes e efetivarem a participação de todos. Mas, qual a diferença entre PCE e PAM? O PCE é um documento em que ficam registrados todos os procedimentos de segurança em caso de ocorrência de algum sinistro como incêndio, explosão, queda de homem ao mar. Também deve constar no PCE, a relação das empresas que prestarão auxílio ao porto em caso de sinistro. As empresas que participam da teia de ajuda mútua formam o PAM (Plano de Ajuda Mútua) e se Competência 01 14 responsabilizam por disponibilizar pessoal e equipamentos necessários ao controle e combate ao sinistro. Para que as competências dos operadores portuários sejam cumpridas e o PCE e PAM internalizados, faz-se necessário um bom trabalho de treinamento e parceria que envolve os profissionais de segurança do trabalho. Para isso, existe o SESSTP, que trataremos no tópico que segue. 1.5 Serviço Especializado em Segurança e Saúde do Trabalhador Portuário Para entender o SESSTP, é necessário conhecer o SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) – NR 04, pois o SESSTP é uma modalidade de SESMT. Dessa forma, todo porto deve possuir o SESSTP, onde o mesmo é mantido pelo OGMO ou deste em conjunto com os empregadores, sendo obrigatória a contratação de um técnico em segurança do trabalho e de um auxiliar de enfermagem do trabalho quando houver mais de 20 (vinte) trabalhadores portuários. Vamos conhecer o dimensionamento do SESSTP? Em que difere do dimensionamento do SESMT? Participe do fórum sobre “Importância do PCE e PAM” Leia a NR 04 na íntegra no site: http://www.mtps.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR4.pdf Competência 01 15 Figura 06 - Dimensionamento do SESSTP Fonte: https://www.legnet.com.br/sislegnet/integra/cliente-1/pais-1/un17692.htm Descrição: nessa imagem você tem o quadro de dimensionamento do SESSTP, onde consta a quantidade de profissionais para cada faixa de trabalhadores. Por exemplo: o porto deve contratar 01 técnico de segurança do trabalho e 01 auxiliar de enfermagem do trabalho a partir de 20 trabalhadores, ficando com esse quantitativo até 250 trabalhadores. Cada coluna da tabela mostra a quantidade e o tipo de profissional a ser contratado. Acima de tudo, o SESSTP deve ser dimensionado de acordo com os seguintes fatores: a) No caso do OGMO, pelo resultado da divisão do número de trabalhadores portuários avulsos escalados no ano civil anterior, pelo número de dias efetivamente trabalhados; b) Nos demais casos, pela média mensal do número de trabalhadores portuários com vínculo empregatício no ano civil anterior. Esses fatores devem ser seguidos, uma vez que existe uma dificuldade em quantificar os colaboradores, diante da alta rotatividade, em um porto organizado ou em uma instalação portuária de uso privativo. Caso o porto esteja em fase de instalação, o dimensionamento do SESSTP terá por base o número estimado de trabalhadores a serem tomados no ano. Observe algumas competências do SESSTP: a) realizar, com acompanhamento de pessoa responsável, a identificação das condições de segurança nas operações portuárias – a bordo de embarcações, nas áreas de atracação, pátios e armazéns, antes do início das mesmas ou durante sua realização conforme o caso, priorizando as operações com maior vulnerabilidade para ocorrências de acidentes, detectando os agentes de riscos existentes, Competência 01 16 demandando as medidas de segurança para sua imediata eliminação ou neutralização, para garantir a integridade do trabalhador; b) realizar análise imediata e obrigatória – em conjunto com o órgão competente do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE – dos acidentes em que haja morte, perda de membro, função orgânica ou prejuízo de grande monta, ocorrido nas atividades portuárias. Logo, o SESSTP deverá ser atuante tanto na área portuária como na elaboração dos documentos referentes aos relatórios de análise de acidentes e das identificações dos riscos ambientais presentes no local de trabalho. Além do SESSTP, focado na prevenção de acidentes, existe a CPAT que é uma modalidade de CIPA. Você já ouviu falar em CPATP? É esse nosso tema a seguir. 1.6 Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário Além do SESSTP, é necessário que todo porto ou instalação portuária possua a Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário – CPATP. Quem é obrigado a manter a CPATP? A resposta para essa pergunta é: o OGMO, os empregadores e as instalações portuárias de uso privativo. Na verdade, todos têm obrigação com a prevenção de acidentes e doenças profissionais no trabalho portuário. CPATP tem como objetivo observar e relatar condições de risco nos ambientes de trabalho e solicitar medidas para reduzir até eliminar ou neutralizar os riscos existentes, bem como discutir os acidentes ocorridos, encaminhando ao SESSTP, ao OGMO ou empregadores, o resultado da discussão, solicitando medidas que previnam acidentes semelhantes e ainda, orientar os demais trabalhadores quanto à prevenção de acidentes. Competência 01 17 A CPATPserá constituída de forma paritária, por trabalhadores portuários com vínculo empregatício por tempo indeterminado e avulso e por representantes dos operadores portuários, empregadores e/ou OGMO, sendo a duração do mandato de 2 (dois) anos. Ademais, precisa haver tantos suplentes quanto forem os titulares e sua composição proporcional ao número médio do conjunto de trabalhadores portuários utilizados no ano anterior. Vamos conhecer o dimensionamento da CPATP? Em que difere da CIPA? Figura 07 - Dimensionamento da CPATP Fonte: http://www.fisconet.com.br/user/legis06/portarias_sit/158.htm Descrição: nessa imagem você tem uma tabela, onde consta a quantidade de titulares representantes do empregador e titulares representantes dos empregados necessária na CPATP. Por exemplo: é necessário 01 titular por parte do empregador e 01 titular por parte dos empregados para portos com 20 trabalhadores, permanecendo essa mesma quantidade até 50 trabalhadores. A tabela mostra as demais quantidades de membros da CPATP. Depois de organizada, a CPATP deverá ser registrada no órgão regional competente do MTE, até vinte dias após a eleição, instalação e posse. O Presidente da CPATP assumirá o primeiro ano do mandato e serão designados pelo OGMO, empregadores e/ou as instalações portuárias de uso privativo. Os trabalhadores titulares da CPATP elegerão o Vice Presidente que assumirá a presidência no segundo ano do mandato, ou seja, o Presidente e o Vice Presidente inverterão suas posições no segundo ano do mandato. Competência 01 18 Agora que você estudou os riscos de acidentes no trabalho aquaviário e portuário, as competências dos operadores portuários e a importância do PCE, PAM, SESSTP e CPAT, vamos conhecer os principais riscos nas embarcações e as formas de mitigar ou eliminar tais riscos.” Vamos lá? No caso de instalações portuárias de uso privativo e os terminais retroportuários que possuam SESMT e CIPA nos termos do que estabelecem respectivamente as NR-4 e NR-5, aprovadas pela Portaria nº 3.214/78 do MTE e alterações posteriores, e não utilizem mão de obra de trabalhadores avulsos, poderão mantê-los, com as atribuições específicas nesta NR. Mas, antes disso, assista ao vídeo sobre “Trabalho Portuário Responsabilidade em Saúde e Segurança do Trabalho”, disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=UhWENx7EJc4 Competência 01 19 2. COMPETÊNCIA 02 | SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO PORTUÁRIO Agora você vai estudar os procedimentos de segurança nos vários locais da embarcação como convés, porão, rampas e escadas e os riscos de acidentes com cargas perigosas, bem como as medidas preventivas. 2.1 Segurança na Atracação e Desatracação de Embarcações Nas manobras de atracação e de desatracação das embarcações existe o risco de esmagamento de trabalhador junto ao cais ou queda de homem ao mar. Sendo assim, devem ser adotadas medidas de prevenção de acidentes, com cuidados especiais aos riscos de prensagem, batidas contra e esforços excessivos dos trabalhadores. No momento da chegada da embarcação não poderá haver falha entre o prático que manobra a embarcação e o responsável pela atracação da embarcação que está em terra, a fim de evitar impactos bruscos da embarcação no cais e possíveis acidentes do trabalho. Para isso, devem fazer uso de comunicação via rádio, a fim de evitar acidentes na chegada do navio. Além disso, todos os trabalhadores envolvidos nessas operações devem fazer uso de coletes salva- vidas, classe IV, aprovados pela Diretoria de Portos e Costas – DPC. Competência 02 20 Figura 08 - Navio Atracado Fonte: http://www.litoral desantacatarina.com/foto/ita jai/navio-atracado-no-porto- de-itajai-santa-catarina-brasil /1861/ Descrição: na imagem, você vê a proa de uma em barca ção azul com cordas de amarração da mesma ao cais. Após a chegada e atracação do navio, os guindastes são posicionados para retirar as cargas do porão e depositá-las na zona primária. Quais riscos você observa nesse momento? Um cuidado muito importante é quanto ao posicionamento dos guindastes que devem estar o mais distante possível das extremidades do navio, pois em caso de tombamento, o navio com os trabalhadores portuários não será afetado. Na figura que se segue, você verá um navio atracado e os guindastes com as lanças retraídas, controlando assim, o risco de queda de peças metálicas no convés da embarcação. Competência 02 21 Figura 09 - Guindaste Fonte: http://pt.dreamstime.com/foto grafia-de-stock-guindaste-de-quay-e-na vio-de-recipiente-im3 age832832 Descrição: na imagem você vê uma embarcação grande azul, atracada ao cais e, na sua lateral direita, existem guindastes amarelos que serão utilizados para movimentação dos contêineres. Você já entrou em um navio? Se ainda não, é importante saber que o acesso ao mesmo se faz por meio de escadas ou rampas que, por sua vez, precisam ser antiderrapantes e possuir guarda corpo, chamado de balaustra ou balaustre. Sendo importante atentar para as normas de segurança nesses acessos! É o que veremos em seguida. 2.2 Segurança nas Escadas e Rampas As escadas apoiadas em terra devem possuir dispositivo rotativo que permita a compensação dos movimentos, uma vez que a dinâmica das marés e a variação da intensidade dos ventos ocorre ao longo do dia. Esse dispositivo é utilizado na engenharia civil para compensar os movimentos das pontes ao longo do dia, evitando rompimentos e rachaduras. Estando as escadas apoiadas nesses dispositivos, o segundo passo é lembrar que essas escadas devem ter largura segura e garantir a circulação de pessoas em um único sentido, possuindo também uma rede protetora a fim de que, em caso de queda, o trabalhador não venha a bater contra a embarcação. Só não será necessária a rede caso a distância do convés da embarcação ao cais não permita. Competência 02 22 A escada principal é chamada de escada de portaló e não pode ser muito íngreme para não representar risco de queda aos trabalhadores portuários, além disso, os degraus também precisam de atenção especial e, estarem devidamente posicionados para facilitar a colocação dos pés. Fiações elétricas são proibidas nas escadas e guarda corpo. Já as rampas devem possuir largura mínima de 0,80m (oitenta centímetros) com tacos transversais de 0,40m (quarenta centímetros) para proporcionar o efeito antiderrapante, devem possuir corrimão com, no mínimo 1,20m (um metro e vinte centímetros), e com inclinação de no máximo 30° (trinta graus). Após observar as escadas e rampas, o profissional de segurança deve se certificar de que o local próximo à água possua boias salva-vidas em quantidade suficiente, bem como equipamentos de resgate de vítimas que caiam na água, lembrando que, nos trabalhos noturnos, as boias devem possuir dispositivo de iluminação automática aprovado pela DPC (Diretoria de Portos e Costas). Após subir as escadas, você estará no convés da embarcação e outros itens de segurança devem ser observados. Vamos conhecer esses itens? 2.3 Segurança nos Conveses Primeiramente, os conveses devem estar limpos, seguros e sem objetos que impeçam o trânsito seguro dos trabalhadores. Você sabe o que é escada tipo quebra-peito? São as escadas de corda ou tecido. Esse tipo de escada só será permitido em casos excepcionais com justificativas, avaliaçõese acompanhamento do SESSTP. Competência 02 23 Caso existam cargas dispostas no convés, as mesmas deverão estar presas, ou seja, peadas e escoradas para evitar tombamento sobre o trabalhador. Ainda no convés, deve-se observar se as aberturas no piso possuem fechamento provisório resistente e se o piso é antiderrapante, com sinalização quanto à área de circulação de pessoal no convés principal. Isso deve ser efetuado pelo lado do mar, exceto na impossibilidade técnica ou operacional comprovada. Logo abaixo do convés, existe o porão que você deverá fazer inspeção de segurança, para averiguar se a NR está sendo cumprida. Em seguida, trataremos dessa questão. 2.4 Segurança nos Porões Os porões devem possuir tampas com travas de segurança e se possuírem escada, a mesma deve ter guarda-corpo ou cabo de aço paralelo para fixação do trava-quedas acoplado ao cinto de segurança. As passarelas dos porões devem possuir largura mínima de 0,60 m (sessenta centímetros) sobre as cargas estivadas, de modo a permitir o acesso seguro à praça de trabalho. Passarelas, plataformas, beiras de cobertas abertas, bocas de celas de contêineres e grandes vãos entre cargas, com diferença de nível superior a 2,00m (dois metros) devem possuir guarda-corpo com 1,10m (um metro e dez centímetros) de altura. Para transpor obstáculos com altura superior a 1,50m (um metro e cinquenta centímetros), será obrigatória a utilização de escada. A entrada para o porão tem fechamento, em sua maioria, de madeiras transversais, esse fechamento é chamado de quartel de porão. Esses quartéis devem permanecer fechados e quando em uso, a área deve ser sinalizada e oferecer EPC que proteja contra queda de altura. Na figura que se segue, você verá uma abertura de porão de contêiner, onde há um lançador de granéis secos que serão armazenados nesse porão. Observe: Competência 02 24 Figura 10 - Porão de Navio Fonte: http://www.pulsarimagens.com.br/details.ph p?tombo=05DM054&search=mostviewed Descrição: na imagem, você pode notar uma das entradas para o porão totalmente aberta, recebendo grãos através de um duto superior. Os navios que transportam carros importados são chamados de roll-on/roll-off e emitem muito ruído além dos gases tóxicos, inerentes à fabricação e testes dos veículos. Nesses casos, deverão ser avaliados com instrumentos de medição o ruído e a concentração dos gases, para realizar comparativo com a NR 15 – Atividades e Operações Insalubres. Figura 11 - Roll on roll off Fonte: http://www.anonscope.com/rollonrolloffshipp ing.htm Descrição: na imagem, você pode notar um alto e longo navio azul e branco, com uma longa rampa por onde descem os carros que estavam armazenados dentro dele. Competência 02 25 Para auxiliar na retirada de mercadorias de dentro dos navios, é comum utilização de equipamento de içar carga. Içar é o mesmo que transportar, que elevar. E para que o içamento de cargas seja realizado de forma segura, algumas recomendações de segurança devem ser seguidas, a saber: 1. Todo o equipamento de içar deve apresentar, de forma legível, a carga máxima permitida e seu peso bruto. 2. Não deverão ser utilizados dois equipamentos de içar, para transporte de única carga, a fim de compensar o peso da mesma, só com o prévio consentimento do SESSTP ou SESMT, com prévio planejamento técnico e acompanhamento da operação. Logicamente, o operador de guindar deve ser treinado. Além do equipamento de içar cargas, você poderá ver a utilização de empilhadeiras dentro dos porões e, caso seja utilizada dentro do porão alguma empilhadeira a gás, ou seja, equipamento de combustão interna, deve ser assegurado o funcionamento de exaustores em quantidade suficiente para a retirada dos gases gerados por essas máquinas ou equipamentos, caso contrário, poderá haver graves acidentes por intoxicação dos trabalhadores do local. Os equipamentos devem possuir dispositivos que controlem a emissão de poluentes gasosos, fagulhas, chamas e a produção de ruído. Se no local houver a disposição de cargas inflamáveis, fica proibida a utilização de empilhadeira a gás ou elétrica. Toda a movimentação de cargas deve ser monitorada do começo ao fim pelos profissionais de segurança do trabalho. Vamos estudar um pouco mais sobre segurança na movimentação de cargas? Não deixe de assistir ao filme Operações de Guindar. Site: https://www.youtube.com/watch?v=vzIta0hFaNM Competência 02 26 2.5 Segurança na Movimentação de Cargas Todo o equipamento de guindar deve ser inspecionado periodicamente pelos fabricantes, sendo esse item de vigilância da empresa armadora. Essa vistoria deve ocorrer pelo menos uma vez ao ano com acompanhamento do cronograma de testes dos equipamentos, planilhas e laudos encaminhados pelos detentores ou arrendatários dos mesmos, em que o OGMO, de posse desses documentos, dará conhecimento aos trabalhadores envolvidos na operação. Como vimos os guindastes a bordo das embarcações devem ser vistoriados pelos fabricantes, já os equipamentos terrestres de guindar e os acessórios neles utilizados para içamento, ou seja, transporte de cargas, devem ser periodicamente vistoriados e testados por pessoa física e jurídica devidamente registrada no Conselho Regional de Arquitetura e Agronomia – CREA. A vistoria realizada por Sociedade Classificadora, que atestar o bom estado de conservação e funcionamento dos equipamentos de guindar e acessórios do navio, deve ser comprovada através de certificado que será exibido pelo comandante da embarcação, mediante solicitação da pessoa responsável envolvida nas operações que estiverem em curso na embarcação, cabendo ao agente marítimo sua tradução, quando de origem estrangeira. Onde estiver ocorrendo içamento de carga, não será permitida a circulação de pessoas logo abaixo, sendo a área sinalizada e a operação acompanhada. O equipamento deverá emitir sinais sonoros e luminosos durante o deslocamento da carga. Ademais, uma recomendação é que guindastes sobre trilhos devem possuir dispositivos de prevenção de tombamentos. Na imagem que se segue, você verá um içamento de tonel através de lingas ou fitas que contornam o mesmo. Existe algum risco na operação? A área foi sinalizada e os operadores estão afastados? Competência 02 27 Figura 12- Levantamento de Carga Fonte: http://www.cursosemcdoff shore.com/elevaccedilatildeo-de-car gas.html Descrição: na imagem, você vê vários trabalhadores portuários ao redor de uma carga transportada dentro de um tonel. Essa carga está presa por lingas e suspensa por um gancho. As lingas descartáveis não poderão ser reutilizadas e é responsabilidade do operador de guindar certificar-se de que os freios segurarão o peso da carga e manter todas as cargas lingadas na vertical do engate do equipamento de guindar. Atenção especial deve ser dada aos seguintes itens: O impedimento da queda ou deslizamento parcial da carga deverá ser garantido; Deverão ser usadas no mínimo duas lingas para transporte das cargas de grande comprimento como tubos, perfis metálicos, tubulões, tábuas e outros; Garantia de que o ângulo formado pelos ramais das lingas não seja superior a 120º (cento e vinte graus); Uso de lingas com marcação da capacidade de carga de forma bem visível. Competência 02 28 Figura 13 - Lingas Fonte: http://www.logismarket.ind.br/astro-tecno logia/cintas-de-poliester- para-elevacao-de-carga/1830459911-117 9618464-p.html Descrição: na imagem, você pode notar três lingas. A primeira é uma faixa vermelha com um prendedor na ponta. A segunda é em forma de laço amarelo onde as duas extremidades do laço ficam presas ao gancho. A terceira é composta por duas fitas verdes: o meio da fita fica preso ao gancho e cada extremidade solta e ganha outro gancho. Na movimentação de cargas, deve haver comunicação via rádio, visual e por sinais de código, entre o operador de guindar e outro trabalhador em terra, chamado de sinaleiro. Observe que o sinaleiro da carga deve usar colete com cor diferente das demais pessoas, para facilitar a visualização do operador de guindar. Durante operações noturnas, o mesmo deverá portar luvas de cor clara e colete, ambos de material refletivo. Nas operações com contêineres é obrigatório o uso de quadro posicionador com travas da carga, para assegurar que a carga esteja devidamente fixa no quadro. Na imagem que se segue, você vê uma carga presa na extremidade superior por um quadro posicionador que a fará deslizar em roldanas por onde passam cabos de aço para a sustentação de toda a carga. Competência 02 29 Figura 14 - Quadro Posicionador do Contêiner Fonte: http://www.jornalde lo ndrina.com.br/agronegocio/co nteudo.phtml?id=1134207 Descrição: na imagem, você vê um contêiner suspenso por ca bos de aço e logo acima do mêsmo existe uma estrutura metálica para prender e posicionar o mesmo. Essa estrutura chama-se quadro posicionador do contêiner. Essa estrutura é fixa em outra estrutura metálica ainda maior que movimenta a carga por meio de cabos de aço. Você sabia que algumas cargas são movimentadas através de equipamentos motorizados no interior dos porões com câmaras de congelados e resfriados? Vamos conhecer um pouco mais sobre isso. 2.6 Segurança nos Locais Frigorificados Alguns navios dispõem de câmaras frias, para armazenamento de produtos congelados como pescados, por exemplo. Nesses locais frigorificados, é proibido o uso de máquinas e equipamentos movidos à combustão interna como, por exemplo, empilhadeira a gás. Além disso, deve haver um controle quanto ao tempo máximo de permanência do trabalhador na câmara fria, a fim de evitar a caracterização da insalubridade pelo frio. Caro estudante, observe tabela referente à faixa de temperatura e o tempo de exposição permitida: Competência 02 30 Figura 15 - Máxima Exposição a Locais Frigorificados Fonte: http://www.editoramagister.com/doc_1329161_NORMA_REGULAMENTADORA_N_29.aspx Descrição: nessa imagem você tem a faixa de temperatura e o tempo máximo permitido por lei. Por exemplo, em câmaras frias com temperatura de 15°C até -17,9°C, o tempo total de trabalho permitido por lei é de 6 horas e 40 minutos, sendo quatro períodos de 1 horas e 40 minutos alternados com 20 minutos de repouso e recuperação térmica fora do ambiente de trabalho. Observando a tabela da máxima exposição a locais frigorificados, você vê que existe um tempo máximo de exposição, logo se esse tempo não for obedecido, será caracterizada a insalubridade e, independente da intensidade do frio, a insalubridade por exposição ocupacional ao frio será sempre de 20% do salário mínimo do trabalhador. Mas, vale a pena trocar a saúde por dinheiro? O que é melhor um ambiente salutar ou receber 20% para ele se expor a insalubridade? Vamos falar sobre as áreas de vivência? Participe do fórum “Insalubridade pelo Frio”. Competência 02 31 2.7 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho As instalações sanitárias, vestiários, refeitórios, locais de repouso e aguardo de serviços devem ser mantidos pela administração do porto conforme recomendação da Norma Regulamentadora nº 24 (Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho). As instalações sanitárias não podem estar a mais de 200m (duzentos metros) dos locais das operações portuárias, bem como devem estar presentes também no interior das embarcações. Caso as instalações sanitárias estejam a mais de 200m (duzentos metros) do local de trabalho, o transporte de trabalhadores ao longo do porto deve ser feito de forma segura e rápida. Figura 16 - Instalações Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABA AAA-h8AF/pcmat-obra-vertical Descrição: na imagem, você tem o desenho preto e branco de um trabalhador sentado em um banco, calcando a meia. No desenho, existe ainda um armário, à esquerda, para guarda de objetos pessoais e dois cabides. Consulte a NR nº 24 no site: http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr24.htm Competência 02 32 Uma das cargas que requer mais atenção são as cargas perigosas. Veja mais adiante... 2.8 Segurança nas Operações com Cargas Perigosas Você sabe o que caracteriza uma carga perigosa? Observe que é comum a disposição de cargas em contêineres, porém muitas dessas cargas são perigosas e precisam de atenção especial. As cargas tidas como perigosas são todas aquelas que por ser em explosivas, conterem gases comprimidos ou liquefeitos, inflamáveis, oxidantes, venenosos, infecciosos, radioativos, corrosivos ou poluentes, podem representar riscos aos trabalhadores e ao ambiente. Logo, para caracterizar uma carga como perigosa, você deve ser perguntar: essa carga é corrosiva? É infecciosa? É radioativa? Enfim, se uma das alternativas for positiva, trata-se de uma carga perigosa. Antes da chegada do navio com cargas perigosas a um determinado porto, o armador deverá enviar à administração do porto, ao OGMO e ao operador portuário, pelo menos, 24 (vinte e quatro) horas antes da chegada os seguintes documentos em português: Declaração de mercadorias perigosas, conforme o Código Marítimo Internacional de Mercadorias Perigosas – IMDG (International Maritime Dangerous Goods Code), constando o nome técnico das substâncias perigosas, classe e divisão de risco; número da ONU – número de identificação das substâncias perigosas, estabelecidas pelo Comitê das Nações Unidas e grupo de embalagem; ponto de fulgor e temperatura de controle; quantidade e tipo de embalagem; identificação da carga como poluentes marinhos. Ficha de emergência da carga perigosa, contendo, no mínimo, as informações inerentes aos riscos e o que fazer em caso de acidente; Indicação de cargas perigosas. Competência 02 33 Observe o anexo VII da NR 29 sobre Declaração de Cargas Perigosas e lembre-se que o profissional de segurança deve se certificar de que este anexo está devidamente preenchido. Figura 17 - Anexo VII da NR 29 Fonte: http://www.segurancadotrabalho.linksj.com/nrs/nr29.html Descrição: nessa imagem você o formulário encontrado no Anexo VII da NR 29. Nesse anexo deve ser preenchido os dados referentes ao tipo de carga perigosa que será acondicionada no porto. As cargas relacionadas abaixo devem permanecer o tempo mínimo necessário nas áreas de operação de carga e descarga: 1. Explosivo em geral; 2. Gases inflamáveis e venenosos; 3. Radioativos; 4. Chumbo tetraetila; 5. Poliestireno expansível; 6. Perclorato de amônio, 7. Mercadorias perigosas acondicionadas em contêineres refrigerados. Competência 02 34 As cargasperigosas são sinalizadas conforme a sua classe, a saber: Classe 1: Explosivos Classe 2 e 3: Gases e Líquidos inflamáveis Classe 4: Sólidos e outras substâncias inflamáveis Classe 5: Óxidos e Peróxidos Orgânicos Classe 6: Substâncias Tóxicas e Infectantes Classe 7: Materiais radioativos Classe 8: Substâncias corrosivas Classe 9: Substâncias perigosas diversas A administração portuária, em conjunto com o SESSTP, deve fixar em cada porto, a quantidade máxima total por classe e subclasse de substâncias a serem armazenadas na zona portuária. Figura 18 - Sinalização das Cargas Perigosas Fonte: http://www.petterepis.com.br/site/produto/visualizar/ id/ 1885 Descrição: na imagem, você tem várias simbologias utilizadas para as cargas perigosas, como explosivo, gás inflamável, gás tóxico etc. Sugestão de filme: Operações com Cargas Perigosas. Disponível no site: http://www.youtube.com/watch?v=-UnYXwuk6PI Competência 02 35 Aqui encerramos a disciplina e esperamos que tenha sido de bom proveito para você. Esperamos nos encontrar mais à frente! Competência 02 36 CONSIDERAÇÕES FINAIS Você percebeu que a prática da segurança do trabalho nas atividades aquaportuárias requer conhecimento específico no tocante aos riscos inerentes às atividades executadas. Para isso, o profissional de segurança do trabalho deve dominar o conhecimento teórico para uma melhor prática. Os riscos de acidentes são muitos e as medidas de segurança precisam ser obedecidas. Nessa perspectiva, é necessário haver uma vigilância constante dos profissionais de saúde e segurança do trabalho. Portanto, os locais de trabalho precisam ser inspecionados e as documentações atualizadas constantemente, pois o profissional de segurança do trabalho precisa gerenciar riscos e garantir o cumprimento das Normas Regulamentadoras. Até breve! 37 REFEERÊNCIAS FUNDACENTRO. Manuais de Legislação de Segurança e Medicina do Trabalho. Ed. 69ª Atlas, 2012 FUNDACENTRO. Manuais de Legislação de Segurança e Medicina do Trabalho. Ed. 74ª Atlas, 2014. FUNDACENTRO. Prevenção de Acidentes no Porto e no Mar. Fundacentro, 2005. 38 MINICURRÍCULO DO PROFESSOR Olá! Eu sou Zilmara Peixoto Nakai, tenho 36 anos, sou Especialista em Educação Ambiental, pela Fafire, Licenciada em Biologia pela UFPE e Técnica em Segurança do Trabalho pelo CEFET/PE. Há 16 anos trabalho como Técnica em Segurança do Trabalho e, nessa caminhada, já trabalhei em empresa de montagem industrial, em construção civil, em consultoria de segurança do trabalho, em hospital e hoje trabalho no Grupo Pão de Açúcar. Ao mesmo tempo, tenho desenvolvido atividades de docência em biologia e diversas disciplinas de cursos técnicos em segurança do trabalho. Já lecionei no Centro de Ciências do Nordeste (CECINE, da UFPE), na Escola de Enfermagem Irmã Dulce e na Escola Técnica Regional. Hoje leciono na Escola Almirante Soares Dutra e na EAD, da Secretaria Estadual de Educação. Tenho curso de Higiene Ocupacional e outros relacionados às minhas áreas de formação. É isso! Espero compartilhar com você o que tenho estudado e praticado nessa profissão. Um grande abraço!
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