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2016.1 Saúde e Segurança na Atividade Portuária

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Prévia do material em texto

Saúde e Segurança na Atividade 
Portuária 
Zilmara Peixoto Nakai 
Curso Técnico em Segurança do Trabalho 
Educação a Distância 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXPEDIENTE 
 
 
Professor Autor 
Zilmara Peixoto Nakai 
 
Design Instrucional 
Deyvid Souza Nascimento 
Maria de Fátima Duarte Angeiras 
Renata Marques de Otero 
Terezinha Mônica Sinício Beltrão 
 
Revisão de Língua Portuguesa 
Eliane Azevêdo 
 
Diagramação 
Klébia Carvalho 
 
Coordenação 
Manoel Vanderley dos Santos Neto 
 
Coordenação Executiva 
George Bento Catunda 
 
Coordenação Geral 
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra 
 
 
Conteúdo produzido para os Cursos Técnicos da Secretaria Executiva de Educação 
Profissional de Pernambuco, em convênio com o Ministério da Educação 
(Rede e-Tec Brasil). 
 
Julho, 2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 N163s 
 Nakai, Zilmara Peixoto. 
Saúde e Segurança na Atividade Portuária: Curso Técnico 
em Segurança do Trabalho: Educação a distância / Zilmara 
Peixoto Nakai. – Recife: Secretaria Executiva de Educação 
Profissional de Pernambuco, 2016. 
38 p.: il. 
 
Inclui referências bibliográficas. 
 
1. Educação a distância. 2. Trabalho portuário – 
Segurança e saúde no trabalho. 3. Portos – Higiene 
ocupacional. 4. Material para transporte sobre água. I. Nakai, 
Zilmara Peixoto. II. Título. III. Secretaria Executiva de Educação 
Profissional de Pernambuco. IV. Rede e-Tec Brasil. 
 
 CDU – 627.2+614.8 
 
Catalogação na fonte 
Bibliotecário Hugo Carlos Cavalcanti, CRB4-2129 
 
 
 
 
Sumário 
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 4 
1. COMPETÊNCIA 01 | O TRABALHO AQUAVIÁRIO E O TRABALHO PORTUÁRIO: .............................. 5 
1.1 Segurança a Bordo de Embarcações.................................................................................................. 5 
1.2 Segurança no Trabalho Portuário.......................................................................................................... 10 
1.3 Competências ....................................................................................................................................... 11 
1.4 Plano de Controle de Emergência e Plano de Ajuda Mútua ................................................................... 13 
1.5 Serviço Especializado em Segurança e Saúde do Trabalhador Portuário ................................................ 14 
1.6 Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário ................................................................ 16 
2. COMPETÊNCIA 02 | SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO PORTUÁRIO ..................................... 19 
2.1 Segurança na Atracação e Desatracação de Embarcações ..................................................................... 19 
2.2 Segurança nas Escadas e Rampas ......................................................................................................... 21 
2.3 Segurança nos Conveses ....................................................................................................................... 22 
2.4 Segurança nos Porões........................................................................................................................... 23 
2.5 Segurança na Movimentação de Cargas ................................................................................................ 26 
2.6 Segurança nos Locais Frigorificados ...................................................................................................... 29 
2.7 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho .................................................................. 31 
2.8 Segurança nas Operações com Cargas Perigosas................................................................................... 32 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 36 
REFEERÊNCIAS ............................................................................................................................... 37 
MINICURRÍCULO DO PROFESSOR .................................................................................................. 38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
INTRODUÇÃO 
Olá, querido estudante! 
Seja muito bem-vindo à disciplina de Segurança e Saúde no Trabalho portuário. Nessa disciplina, você 
vai estudar os riscos de acidentes nos serviços a bordo de embarcações e em terra, nos portos. E verá, 
também, que é preciso identificar os riscos e agir preventivamente sob o crivo das Normas 
Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego. 
Tanto no trabalho aquaviário como no trabalho portuário, é necessária a presença de profissionais 
de saúde e segurança do trabalho, mas também de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e 
programas preventivos. 
Para que a preservação da saúde e a integridade física dos trabalhadores sejam garantidas, é 
necessário mais do que bom senso. É necessário conhecimento técnico e práticas que serão 
estudadas a partir de agora. 
Bons estudos!!! 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
1. COMPETÊNCIA 01 | O TRABALHO AQUAVIÁRIO E O TRABALHO 
PORTUÁRIO: 
Caro estudante, agora que você já viu a legislação brasileira aplicada à saúde e à segurança no 
trabalho portuário em uma disciplina anterior, você estudará os principais riscos de acidentes no 
trabalho aquaviário e portuário, bem como as formas de prevenção. Além disso, verá também como 
se dá a disposição de cargas nos portos organizados e como funciona o Serviço Especializado em 
Segurança e Saúde do Trabalhador Portuário e a Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho 
Portuário. 
 
 
1.1 Segurança a Bordo de Embarcações 
O a que vem ser o trabalho aquaviário? 
Tente responder a essa pergunta antes de continuar a leitura do caderno. Para auxiliá-lo, observe as 
imagens abaixo e identifique o trabalhador portuário e o trabalhador aquaviário. 
 
 
É importante que você retome os estudos da disciplina de Legislação 
Aplicada à Área de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho. 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Norma Regulamentadora que trata do trabalhador aquaviário é a NR 30 – Segurança e Saúde no 
Trabalho Aquaviário. Se você fizer uma leitura dela, verá a seguinte definição: 
Entende-se por trabalho aquaviário os trabalhos realizados a bordo de embarcações comerciais de 
bandeira nacional ou estrangeira, no limite do disposto na Convenção da OIT (Organização 
Internacional do Trabalho) nº 147, que trata das Normas Mínimas da Marinha Mercante, normas 
estas utilizadas no transporte de mercadorias ou de passageiros, inclusive naquelas embarcações 
utilizadas na prestação de serviços. Observe a imagem que segue. Você verá um navio de carga com 
heliporto instalado no mesmo, representando a complexidade do trabalho aquaviário. 
 
 
Figura 01 - Trabalhador 
Fonte: http://www.noticiasdotrecho.com.br/20 
14/09/sms-nos-portos-do-basil.html 
Descrição: na imagem, você pode observar dois 
trabalhadores no cais de uma embarcação. 
Ambos estão com colete salva vidas laranja e 
capacete branco. Um deles está usando um rádio 
de comunicação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 02 - Trabalhador 
Fonte: http://www.falasantos.com.br/conteu 
do.php?id=8500 
Descrição:na imagem, você pode perceber dois 
trabalhadores prendendo as correntes de 
fixação de uma embarcação ao cais. Um deles, à 
esquerda e mais ao fundo, está agachado, com 
uma capacete azul, camisa vermelha e calças 
pretas com barra sinalizadora cintilante. Ou 
outro, mais à frente e à direita, está um pouco 
curvado, olhando para baixo, com capacete. 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
 
 
 
 
Figura 03 - Navio Plataforma 
Fonte: http://www.protecao.com.br/noticias/aciden 
tes_do_trabalho/localizado_corpo_de_6%C2%AA_viti
ma_de_explosao_em_navio_no_es/AQjgJjjy/7817 
Descrição: na imagem, você pode notar uma grande 
embarcação em alto mar. Na polpa da embarcação 
existe um heliponto e no meio da embarcação existe 
uma torre de transmissão de voz via rádio. 
Então, para ser trabalhador aquaviário, deve-se manter atividade a bordo de embarcações, ou seja, 
em água. Já o trabalhador portuário executa suas atividades no porto, em terra, e, tanto um quanto 
o outro, precisam seguir normas de segurança e saúde a fim de evitar acidentes e doenças 
decorrentes do trabalho. 
 
 
 
A NR nº 30 se aplica aos trabalhadores das embarcações artesanais, comerciais e industriais de pesca; 
das embarcações e plataformas destinadas à exploração e produção de petróleo e das embarcações 
específicas para o trabalho submerso. 
 
 
 
O Leia a NR 30, na íntegra,no site: 
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr30.htm 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
Você sabe qual o acidente mais comum nas embarcações tidas como artesanais? 
 
 
 
Você acha que ainda existem barcos com eixo de motores expostos como o do filme? 
Como você deve ter notado, um dos acidentes mais comuns em embarcações é o escalpelamento 
devido a eixos de motores sem proteção, fato muito comum em embarcações artesanais. 
Sabe-se que todas as partes móveis de motores devem ser devidamente protegidas com anteparo 
rígido e devem possuir dispositivo de intertravamento, ou seja, um dispositivo que faça o motor parar 
quando a proteção for retirada como a visualizada na imagem que segue. 
 
 
 
 
Figura 04 - Motor de Embarcação com 
Eixo Descoberto 
Fonte: http://www.naval.com.br/blog/20 
10/03/10/campanha-de-utilidade-publica 
-para-prevencao-ao-escalpelamento-na-a 
mazonia/ 
Descrição: na imagem, você pode conferir 
o eixo de motor de embarcação, que é 
uma máquina, que transmite um 
movimento de rotação a uma linha de 
eixos. 
 
 
 
 
 
 
Assista ao filme: Escalpelamento, o acidente com barco a motor. 
Link: https://www.youtube.com/watch?v=20x8rU3VF9U 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9 
O escalpe acontece quando algum trabalhador cai sob o eixo e tem os cabelos arrancados junto com 
o couro cabeludo. Esse tipo de acidente traz consequências que vão além da lesão física, pois causa 
também problemas psicológicos para os acidentados. 
Sobre proteção de eixo de motor, é preciso observar a NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas 
e Equipamentos. Observe o que diz o item 12.38: 
“As zonas de perigo das máquinas e equipamentos devem possuir dispositivo de segurança, 
caracterizado por proteções e dispositivos de segurança interligados”. 
 
 
 
Você lembra que na disciplina de legislação aplicada você estudou sobre a CIPA? 
Assim, como na construção civil e no trabalho rural, é obrigatória uma CIPA, temos essa 
obrigatoriedade também no trabalho aquaviário. 
A NR nº 30 deixa claro que é obrigatória a constituição de GSSTB (Grupo de Segurança e Saúde no 
Trabalho a Bordo de Embarcações). Nesse contexto, é imprescindível a criação de uma CIPA 
(Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho), em conformidade com a NR nº 05, e os 
programas de segurança como o PPRA (Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais), regido pela 
NR nº 09 e o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), regido pela NR nº 07. 
Logo, todos os procedimentos de segurança devem ser seguidos e aplicados a esse tipo de atividade 
a fim de evitarmos acidentes do trabalho. 
 
 Consulte a NR 12, no item referente a Sistemas de Segurança, e reflita 
sobre a proteção dos motores das embarcações! 
Acesso no site: 
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr12.htm 
 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
Agora que você já sabe que o trabalhador aquaviário é regido pela NR 30 e que um dos acidentes 
mais comuns é o acidente por escalpelamento, vamos, em seguida, estudar os riscos do trabalhador 
portuário. 
Vamos lá? 
1.2 Segurança no Trabalho Portuário 
Por sermos um país costeiro, temos a atividade portuária constante desde os primórdios do 
descobrimento do Brasil. Essa atividade portuário ainda é muito intensa e, para regulamentar a 
prevenção de acidentes do trabalho nesse setor, temos a Norma Regulamentadora nº 29 do 
Ministério do Trabalho e Emprego. 
Essa NR foi dada pela Portaria nº 158, de 10-4-2006, DOU de 17-4-2006 e tem como objetivo regular 
a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiros socorros a 
acidentados e alcançar melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores 
portuários. 
Observe a imagem que segue: 
 
 
Figura 05 - Zona Primária 
Fonte: http://www.portosdoparana.pr.gov.br 
/modules/noticias/print.php?storyid=354 
Descrição: na imagem, você vê um amplo pátio 
com conteiners empilhados um ao lado do 
outro. No meio do pátio existe um caminhão de 
cargas e, logo à frente, um carro de passeio. 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11 
Quais os riscos que você percebe nessa imagem? Existe trânsito de caminhões, empilhamento de 
cargas e, possivelmente transito de pessoas e outros veículos. Que intervenção de segurança você 
faria no cenário mostrado? 
Ao adentrar num porto, você verá uma primeira área, rente ao cais, onde as mercadorias são 
depositadas. Essa área é chama de zona primária. Mas o porto tem permissão de armazenar 
mercadorias em um perímetro de 5 km a contar da zona primária. Esse perímetro é chamado de 
terminal retroportuário. 
Vamos às definições legais? 
 
A Segurança do trabalho é de competência de todos os envolvidos da operação portuária e a NR 29 
deixa bem claro essas competências. Vamos conhecer o papel de cada trabalhador portuário em 
relação à segurança do trabalho? 
1.3 Competências 
O que os operadores portuários, seus empregadores, os tomadores de serviço e o OGMO (Órgão 
Gestor de Mão de Obra) devem fazer pela segurança do trabalho? 
Algumas recomendações do item 29.1.4.1 dizem que todos devem: 
a) fornecer instalações, equipamentos, maquinários e acessórios em bom estado e condições de 
segurança, responsabilizando-se pelo uso correto; 
 
 
Terminal Retroportuário: é o terminal situado em zona contígua à do porto 
organizado ou instalação portuária, compreendida no perímetro de cinco 
quilômetros dos limites da zona primária, demarcada pela autoridade aduaneira, ou 
seja, pela autoridade alfandegária, no qual são executados os serviços de operação, 
sob o controle aduaneiro, com carga de importação e exportação, embarcações em 
contêiner, reboque ou semirreboque 
 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
b) zelar pelo cumprimento da norma de segurança e saúde nos trabalhos portuários, e das demais 
normas regulamentadoras”. 
Existem recomendações específicas para o OGMO e para o empregador, que são: 
a) proporcionar a todos os trabalhadores formação sobre segurança, saúde e higiene ocupacional no 
trabalhado portuário; 
b) responsabilizar-se pela compra, manutenção, distribuição, higienização,treinamento e zelo pelo 
uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual – EPI e Equipamentos de Proteção Coletiva – 
EPC, observando o disposto na NR-6; 
c) elaborar e implementar o Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais – PPRA no ambiente de 
trabalho portuário, observando o disposto na NR 09; 
d) elaborar e implementar o Programa de Controle Médico em Saúde Ocupacional – PCMSO, 
abrangendo todos os trabalhadores portuários, observando o disposto na NR-7”. 
Outras competências são exclusivas dos trabalhadores, como: 
a) cumprir a presente NR, bem como as demais disposições legais de segurança e saúde do trabalho; 
b) informar ao responsável pela operação de que esteja participando, as avarias ou deficiências 
observadas que possam constituir risco para o trabalhador ou para a operação; 
 c) utilizar corretamente os dispositivos de segurança – EPI e EPC, que lhes sejam fornecidos, bem 
como as instalações que lhes forem destinadas. 
“Compete às administrações portuárias zelar para que os serviços se realizem com regularidade, 
eficiência, segurança e respeito ao meio ambiente”. 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
Para cumprimento dos procedimentos de segurança, é vital a participação dos profissionais de 
segurança do trabalho. Mas, não é somente tomando como base essas competências que a segurança 
do trabalho é aplicada. No trabalho portuário, existem dois planos de fundamental importância: O 
PCE e o PAM. Vamos conhecê-los? 
1.4 Plano de Controle de Emergência e Plano de Ajuda Mútua 
Para adequar os equipamentos e acessórios necessários à manipulação das cargas deverão ser 
avaliados previamente: o peso da carga, o tipo e classe do carregamento e as características das 
cargas perigosas. 
Em caso de emergência, é importante saber o procedimento seguro e, para isso, é necessário seguir 
as orientações do PCE – Plano de Controle de Emergência e do PAM – Plano de Ajuda Mútua. Esses 
planos devem prever recursos necessários para as seguintes situações: 
 Incêndio ou explosão; 
 Vazamento de produtos perigosos; 
 Queda de homem ao mar; 
 Condições adversas de tempo que afetem a segurança das operações portuárias; 
 Poluição ou acidente ambiental; 
 Socorro aos acidentados. 
No PCE e PAM deve constar a periodicidade de treinamento, cabendo aos trabalhadores indicados 
comporem as equipes e efetivarem a participação de todos. 
Mas, qual a diferença entre PCE e PAM? 
O PCE é um documento em que ficam registrados todos os procedimentos de segurança em caso de 
ocorrência de algum sinistro como incêndio, explosão, queda de homem ao mar. Também deve 
constar no PCE, a relação das empresas que prestarão auxílio ao porto em caso de sinistro. As 
empresas que participam da teia de ajuda mútua formam o PAM (Plano de Ajuda Mútua) e se 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
responsabilizam por disponibilizar pessoal e equipamentos necessários ao controle e combate ao 
sinistro. 
 
 
 
Para que as competências dos operadores portuários sejam cumpridas e o PCE e PAM internalizados, 
faz-se necessário um bom trabalho de treinamento e parceria que envolve os profissionais de 
segurança do trabalho. Para isso, existe o SESSTP, que trataremos no tópico que segue. 
1.5 Serviço Especializado em Segurança e Saúde do Trabalhador Portuário 
Para entender o SESSTP, é necessário conhecer o SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de 
Segurança e Medicina do Trabalho) – NR 04, pois o SESSTP é uma modalidade de SESMT. Dessa forma, 
todo porto deve possuir o SESSTP, onde o mesmo é mantido pelo OGMO ou deste em conjunto com 
os empregadores, sendo obrigatória a contratação de um técnico em segurança do trabalho e de um 
auxiliar de enfermagem do trabalho quando houver mais de 20 (vinte) trabalhadores portuários. 
 
 
 
Vamos conhecer o dimensionamento do SESSTP? Em que difere do dimensionamento do SESMT? 
 
 
Participe do fórum sobre “Importância do PCE e PAM” 
 
 
 Leia a NR 04 na íntegra no site: 
http://www.mtps.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR4.pdf 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15 
 
 
 
Figura 06 - Dimensionamento do SESSTP 
Fonte: https://www.legnet.com.br/sislegnet/integra/cliente-1/pais-1/un17692.htm 
Descrição: nessa imagem você tem o quadro de dimensionamento do SESSTP, onde consta a 
quantidade de profissionais para cada faixa de trabalhadores. Por exemplo: o porto deve contratar 
01 técnico de segurança do trabalho e 01 auxiliar de enfermagem do trabalho a partir de 20 
trabalhadores, ficando com esse quantitativo até 250 trabalhadores. Cada coluna da tabela mostra 
a quantidade e o tipo de profissional a ser contratado.
Acima de tudo, o SESSTP deve ser dimensionado de acordo com os seguintes fatores: 
a) No caso do OGMO, pelo resultado da divisão do número de trabalhadores portuários avulsos 
escalados no ano civil anterior, pelo número de dias efetivamente trabalhados; 
b) Nos demais casos, pela média mensal do número de trabalhadores portuários com vínculo 
empregatício no ano civil anterior. 
Esses fatores devem ser seguidos, uma vez que existe uma dificuldade em quantificar os 
colaboradores, diante da alta rotatividade, em um porto organizado ou em uma instalação portuária 
de uso privativo. 
Caso o porto esteja em fase de instalação, o dimensionamento do SESSTP terá por base o número 
estimado de trabalhadores a serem tomados no ano. 
Observe algumas competências do SESSTP: 
a) realizar, com acompanhamento de pessoa responsável, a identificação das condições de segurança 
nas operações portuárias – a bordo de embarcações, nas áreas de atracação, pátios e armazéns, antes 
do início das mesmas ou durante sua realização conforme o caso, priorizando as operações com maior 
vulnerabilidade para ocorrências de acidentes, detectando os agentes de riscos existentes, 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 16 
demandando as medidas de segurança para sua imediata eliminação ou neutralização, para garantir 
a integridade do trabalhador; 
b) realizar análise imediata e obrigatória – em conjunto com o órgão competente do Ministério do 
Trabalho e Emprego – MTE – dos acidentes em que haja morte, perda de membro, função orgânica 
ou prejuízo de grande monta, ocorrido nas atividades portuárias. 
Logo, o SESSTP deverá ser atuante tanto na área portuária como na elaboração dos documentos 
referentes aos relatórios de análise de acidentes e das identificações dos riscos ambientais presentes 
no local de trabalho. 
Além do SESSTP, focado na prevenção de acidentes, existe a CPAT que é uma modalidade de CIPA. 
Você já ouviu falar em CPATP? É esse nosso tema a seguir. 
1.6 Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário 
Além do SESSTP, é necessário que todo porto ou instalação portuária possua a Comissão de 
Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário – CPATP. 
Quem é obrigado a manter a CPATP? A resposta para essa pergunta é: o OGMO, os empregadores e 
as instalações portuárias de uso privativo. Na verdade, todos têm obrigação com a prevenção de 
acidentes e doenças profissionais no trabalho portuário. 
 
 
 
 
 
 
CPATP tem como objetivo observar e relatar condições de risco nos ambientes de 
trabalho e solicitar medidas para reduzir até eliminar ou neutralizar os riscos 
existentes, bem como discutir os acidentes ocorridos, encaminhando ao SESSTP, 
ao OGMO ou empregadores, o resultado da discussão, solicitando medidas que 
previnam acidentes semelhantes e ainda, orientar os demais trabalhadores 
quanto à prevenção de acidentes. 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17 
A CPATPserá constituída de forma paritária, por trabalhadores portuários com vínculo empregatício 
por tempo indeterminado e avulso e por representantes dos operadores portuários, empregadores 
e/ou OGMO, sendo a duração do mandato de 2 (dois) anos. 
Ademais, precisa haver tantos suplentes quanto forem os titulares e sua composição proporcional ao 
número médio do conjunto de trabalhadores portuários utilizados no ano anterior. 
Vamos conhecer o dimensionamento da CPATP? Em que difere da CIPA? 
 
 
 
 
 
Figura 07 - Dimensionamento da CPATP 
Fonte: http://www.fisconet.com.br/user/legis06/portarias_sit/158.htm 
Descrição: nessa imagem você tem uma tabela, onde consta a quantidade de titulares 
representantes do empregador e titulares representantes dos empregados necessária na CPATP. 
Por exemplo: é necessário 01 titular por parte do empregador e 01 titular por parte dos 
empregados para portos com 20 trabalhadores, permanecendo essa mesma quantidade até 50 
trabalhadores. A tabela mostra as demais quantidades de membros da CPATP. 
Depois de organizada, a CPATP deverá ser registrada no órgão regional competente do MTE, até vinte 
dias após a eleição, instalação e posse. 
O Presidente da CPATP assumirá o primeiro ano do mandato e serão designados pelo OGMO, 
empregadores e/ou as instalações portuárias de uso privativo. 
Os trabalhadores titulares da CPATP elegerão o Vice Presidente que assumirá a presidência no 
segundo ano do mandato, ou seja, o Presidente e o Vice Presidente inverterão suas posições no 
segundo ano do mandato. 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 18 
 
Agora que você estudou os riscos de acidentes no trabalho aquaviário e portuário, as competências 
dos operadores portuários e a importância do PCE, PAM, SESSTP e CPAT, vamos conhecer os 
principais riscos nas embarcações e as formas de mitigar ou eliminar tais riscos.” 
 
 
 
Vamos lá? 
 
 
 
No caso de instalações portuárias de uso privativo e os terminais 
retroportuários que possuam SESMT e CIPA nos termos do que estabelecem 
respectivamente as NR-4 e NR-5, aprovadas pela Portaria nº 3.214/78 do MTE 
e alterações posteriores, e não utilizem mão de obra de trabalhadores 
avulsos, poderão mantê-los, com as atribuições específicas nesta NR. 
 
 
 
 
Mas, antes disso, assista ao vídeo sobre “Trabalho Portuário 
Responsabilidade em Saúde e Segurança do Trabalho”, 
disponível no link: 
https://www.youtube.com/watch?v=UhWENx7EJc4 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 
2. COMPETÊNCIA 02 | SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO PORTUÁRIO 
Agora você vai estudar os procedimentos de segurança nos vários locais da embarcação como convés, 
porão, rampas e escadas e os riscos de acidentes com cargas perigosas, bem como as medidas 
preventivas. 
2.1 Segurança na Atracação e Desatracação de Embarcações 
Nas manobras de atracação e de desatracação das embarcações existe o risco de esmagamento de 
trabalhador junto ao cais ou queda de homem ao mar. Sendo assim, devem ser adotadas medidas de 
prevenção de acidentes, com cuidados especiais aos riscos de prensagem, batidas contra e esforços 
excessivos dos trabalhadores. 
No momento da chegada da embarcação não poderá haver falha entre o prático que manobra a 
embarcação e o responsável pela atracação da embarcação que está em terra, a fim de evitar 
impactos bruscos da embarcação no cais e possíveis acidentes do trabalho. 
Para isso, devem fazer uso de comunicação via rádio, a fim de evitar acidentes na chegada do navio. 
Além disso, todos os trabalhadores envolvidos nessas operações devem fazer uso de coletes salva-
vidas, classe IV, aprovados pela Diretoria de Portos e Costas – DPC. 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 20 
 
 
 
 
Figura 08 - Navio Atracado 
Fonte: http://www.litoral 
desantacatarina.com/foto/ita
jai/navio-atracado-no-porto-
de-itajai-santa-catarina-brasil 
/1861/ 
Descrição: na imagem, você 
vê a proa de uma em barca 
ção azul com cordas de 
amarração da mesma ao cais. 
Após a chegada e atracação do navio, os guindastes são posicionados para retirar as cargas do porão 
e depositá-las na zona primária. Quais riscos você observa nesse momento? 
Um cuidado muito importante é quanto ao posicionamento dos guindastes que devem estar o mais 
distante possível das extremidades do navio, pois em caso de tombamento, o navio com os 
trabalhadores portuários não será afetado. 
Na figura que se segue, você verá um navio atracado e os guindastes com as lanças retraídas, 
controlando assim, o risco de queda de peças metálicas no convés da embarcação. 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 09 - Guindaste 
Fonte: http://pt.dreamstime.com/foto 
grafia-de-stock-guindaste-de-quay-e-na 
vio-de-recipiente-im3 age832832 
Descrição: na imagem você vê uma 
embarcação grande azul, atracada ao 
cais e, na sua lateral direita, existem 
guindastes amarelos que serão 
utilizados para movimentação dos 
contêineres. 
Você já entrou em um navio? Se ainda não, é importante saber que o acesso ao mesmo se faz por 
meio de escadas ou rampas que, por sua vez, precisam ser antiderrapantes e possuir guarda corpo, 
chamado de balaustra ou balaustre. Sendo importante atentar para as normas de segurança nesses 
acessos! É o que veremos em seguida. 
2.2 Segurança nas Escadas e Rampas 
As escadas apoiadas em terra devem possuir dispositivo rotativo que permita a compensação dos 
movimentos, uma vez que a dinâmica das marés e a variação da intensidade dos ventos ocorre ao 
longo do dia. Esse dispositivo é utilizado na engenharia civil para compensar os movimentos das 
pontes ao longo do dia, evitando rompimentos e rachaduras. 
Estando as escadas apoiadas nesses dispositivos, o segundo passo é lembrar que essas escadas devem 
ter largura segura e garantir a circulação de pessoas em um único sentido, possuindo também uma 
rede protetora a fim de que, em caso de queda, o trabalhador não venha a bater contra a 
embarcação. Só não será necessária a rede caso a distância do convés da embarcação ao cais não 
permita. 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22 
A escada principal é chamada de escada de portaló e não pode ser muito íngreme para não 
representar risco de queda aos trabalhadores portuários, além disso, os degraus também precisam 
de atenção especial e, estarem devidamente posicionados para facilitar a colocação dos pés. Fiações 
elétricas são proibidas nas escadas e guarda corpo. 
Já as rampas devem possuir largura mínima de 0,80m (oitenta centímetros) com tacos transversais 
de 0,40m (quarenta centímetros) para proporcionar o efeito antiderrapante, devem possuir corrimão 
com, no mínimo 1,20m (um metro e vinte centímetros), e com inclinação de no máximo 30° (trinta 
graus). 
 
 
Após observar as escadas e rampas, o profissional de segurança deve se certificar de que o local 
próximo à água possua boias salva-vidas em quantidade suficiente, bem como equipamentos de 
resgate de vítimas que caiam na água, lembrando que, nos trabalhos noturnos, as boias devem 
possuir dispositivo de iluminação automática aprovado pela DPC (Diretoria de Portos e Costas). 
Após subir as escadas, você estará no convés da embarcação e outros itens de segurança devem ser 
observados. 
Vamos conhecer esses itens? 
2.3 Segurança nos Conveses 
Primeiramente, os conveses devem estar limpos, seguros e sem objetos que impeçam o trânsito 
seguro dos trabalhadores. 
 
 
Você sabe o que é escada tipo quebra-peito? 
São as escadas de corda ou tecido. Esse tipo de escada só será 
permitido em casos excepcionais com justificativas, 
avaliaçõese acompanhamento do SESSTP. 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
Caso existam cargas dispostas no convés, as mesmas deverão estar presas, ou seja, peadas e 
escoradas para evitar tombamento sobre o trabalhador. 
Ainda no convés, deve-se observar se as aberturas no piso possuem fechamento provisório resistente 
e se o piso é antiderrapante, com sinalização quanto à área de circulação de pessoal no convés 
principal. Isso deve ser efetuado pelo lado do mar, exceto na impossibilidade técnica ou operacional 
comprovada. 
Logo abaixo do convés, existe o porão que você deverá fazer inspeção de segurança, para averiguar 
se a NR está sendo cumprida. Em seguida, trataremos dessa questão. 
2.4 Segurança nos Porões 
Os porões devem possuir tampas com travas de segurança e se possuírem escada, a mesma deve ter 
guarda-corpo ou cabo de aço paralelo para fixação do trava-quedas acoplado ao cinto de segurança. 
As passarelas dos porões devem possuir largura mínima de 0,60 m (sessenta centímetros) sobre as 
cargas estivadas, de modo a permitir o acesso seguro à praça de trabalho. 
Passarelas, plataformas, beiras de cobertas abertas, bocas de celas de contêineres e grandes vãos 
entre cargas, com diferença de nível superior a 2,00m (dois metros) devem possuir guarda-corpo com 
1,10m (um metro e dez centímetros) de altura. 
Para transpor obstáculos com altura superior a 1,50m (um metro e cinquenta centímetros), será 
obrigatória a utilização de escada. 
A entrada para o porão tem fechamento, em sua maioria, de madeiras transversais, esse fechamento 
é chamado de quartel de porão. Esses quartéis devem permanecer fechados e quando em uso, a área 
deve ser sinalizada e oferecer EPC que proteja contra queda de altura. 
Na figura que se segue, você verá uma abertura de porão de contêiner, onde há um lançador de 
granéis secos que serão armazenados nesse porão. Observe: 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 24 
 
 
 
 
Figura 10 - Porão de Navio 
Fonte: http://www.pulsarimagens.com.br/details.ph 
p?tombo=05DM054&search=mostviewed 
Descrição: na imagem, você pode notar uma das 
entradas para o porão totalmente aberta, recebendo 
grãos através de um duto superior. 
Os navios que transportam carros importados são chamados de roll-on/roll-off e emitem muito ruído 
além dos gases tóxicos, inerentes à fabricação e testes dos veículos. Nesses casos, deverão ser 
avaliados com instrumentos de medição o ruído e a concentração dos gases, para realizar 
comparativo com a NR 15 – Atividades e Operações Insalubres. 
Figura 11 - Roll on roll off 
Fonte: http://www.anonscope.com/rollonrolloffshipp 
ing.htm 
Descrição: na imagem, você pode notar um alto e longo 
navio azul e branco, com uma longa rampa por onde 
descem os carros que estavam armazenados dentro 
dele. 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 25 
Para auxiliar na retirada de mercadorias de dentro dos navios, é comum utilização de equipamento 
de içar carga. Içar é o mesmo que transportar, que elevar. E para que o içamento de cargas seja 
realizado de forma segura, algumas recomendações de segurança devem ser seguidas, a saber: 
1. Todo o equipamento de içar deve apresentar, de forma legível, a carga máxima permitida e 
seu peso bruto. 
2. Não deverão ser utilizados dois equipamentos de içar, para transporte de única carga, a fim 
de compensar o peso da mesma, só com o prévio consentimento do SESSTP ou SESMT, com 
prévio planejamento técnico e acompanhamento da operação. Logicamente, o operador de 
guindar deve ser treinado. 
Além do equipamento de içar cargas, você poderá ver a utilização de empilhadeiras dentro dos porões 
e, caso seja utilizada dentro do porão alguma empilhadeira a gás, ou seja, equipamento de combustão 
interna, deve ser assegurado o funcionamento de exaustores em quantidade suficiente para a 
retirada dos gases gerados por essas máquinas ou equipamentos, caso contrário, poderá haver graves 
acidentes por intoxicação dos trabalhadores do local. 
Os equipamentos devem possuir dispositivos que controlem a emissão de poluentes gasosos, 
fagulhas, chamas e a produção de ruído. Se no local houver a disposição de cargas inflamáveis, fica 
proibida a utilização de empilhadeira a gás ou elétrica. 
 
 
 
Toda a movimentação de cargas deve ser monitorada do começo ao fim pelos profissionais de 
segurança do trabalho. Vamos estudar um pouco mais sobre segurança na movimentação de cargas? 
 
 
 
 
 
 
Não deixe de assistir ao filme Operações de Guindar. 
Site: https://www.youtube.com/watch?v=vzIta0hFaNM 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 26 
2.5 Segurança na Movimentação de Cargas 
Todo o equipamento de guindar deve ser inspecionado periodicamente pelos fabricantes, sendo esse 
item de vigilância da empresa armadora. Essa vistoria deve ocorrer pelo menos uma vez ao ano com 
acompanhamento do cronograma de testes dos equipamentos, planilhas e laudos encaminhados 
pelos detentores ou arrendatários dos mesmos, em que o OGMO, de posse desses documentos, dará 
conhecimento aos trabalhadores envolvidos na operação. 
Como vimos os guindastes a bordo das embarcações devem ser vistoriados pelos fabricantes, já os 
equipamentos terrestres de guindar e os acessórios neles utilizados para içamento, ou seja, 
transporte de cargas, devem ser periodicamente vistoriados e testados por pessoa física e jurídica 
devidamente registrada no Conselho Regional de Arquitetura e Agronomia – CREA. 
A vistoria realizada por Sociedade Classificadora, que atestar o bom estado de conservação e 
funcionamento dos equipamentos de guindar e acessórios do navio, deve ser comprovada através de 
certificado que será exibido pelo comandante da embarcação, mediante solicitação da pessoa 
responsável envolvida nas operações que estiverem em curso na embarcação, cabendo ao agente 
marítimo sua tradução, quando de origem estrangeira. 
Onde estiver ocorrendo içamento de carga, não será permitida a circulação de pessoas logo abaixo, 
sendo a área sinalizada e a operação acompanhada. O equipamento deverá emitir sinais sonoros e 
luminosos durante o deslocamento da carga. Ademais, uma recomendação é que guindastes sobre 
trilhos devem possuir dispositivos de prevenção de tombamentos. 
Na imagem que se segue, você verá um içamento de tonel através de lingas ou fitas que contornam 
o mesmo. Existe algum risco na operação? A área foi sinalizada e os operadores estão afastados? 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 27 
 
 
 
 
 
Figura 12- Levantamento de Carga 
Fonte: http://www.cursosemcdoff 
shore.com/elevaccedilatildeo-de-car 
gas.html 
Descrição: na imagem, você vê 
vários trabalhadores portuários ao 
redor de uma carga transportada 
dentro de um tonel. Essa carga está 
presa por lingas e suspensa por um 
gancho. 
As lingas descartáveis não poderão ser reutilizadas e é responsabilidade do operador de guindar 
certificar-se de que os freios segurarão o peso da carga e manter todas as cargas lingadas na vertical 
do engate do equipamento de guindar. 
Atenção especial deve ser dada aos seguintes itens: 
 O impedimento da queda ou deslizamento parcial da carga deverá ser garantido; 
 Deverão ser usadas no mínimo duas lingas para transporte das cargas de grande comprimento 
como tubos, perfis metálicos, tubulões, tábuas e outros; 
 Garantia de que o ângulo formado pelos ramais das lingas não seja superior a 120º (cento e 
vinte graus); 
 Uso de lingas com marcação da capacidade de carga de forma bem visível. 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
 
 
 
 
 
 
Figura 13 - Lingas 
Fonte: http://www.logismarket.ind.br/astro-tecno logia/cintas-de-poliester-
para-elevacao-de-carga/1830459911-117 
9618464-p.html 
Descrição: na imagem, você pode notar 
três lingas. A primeira é uma faixa 
vermelha com um prendedor na ponta. A 
segunda é em forma de laço amarelo onde 
as duas extremidades do laço ficam presas 
ao gancho. A terceira é composta por duas 
fitas verdes: o meio da fita fica preso ao 
gancho e cada extremidade solta e ganha 
outro gancho. 
Na movimentação de cargas, deve haver comunicação via rádio, visual e por sinais de código, entre o 
operador de guindar e outro trabalhador em terra, chamado de sinaleiro. Observe que o sinaleiro da 
carga deve usar colete com cor diferente das demais pessoas, para facilitar a visualização do operador 
de guindar. Durante operações noturnas, o mesmo deverá portar luvas de cor clara e colete, ambos 
de material refletivo. 
Nas operações com contêineres é obrigatório o uso de quadro posicionador com travas da carga, para 
assegurar que a carga esteja devidamente fixa no quadro. 
Na imagem que se segue, você vê uma carga presa na extremidade superior por um quadro 
posicionador que a fará deslizar em roldanas por onde passam cabos de aço para a sustentação de 
toda a carga. 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 14 - Quadro 
Posicionador do Contêiner 
Fonte: http://www.jornalde lo 
ndrina.com.br/agronegocio/co
nteudo.phtml?id=1134207 
Descrição: na imagem, você vê 
um contêiner suspenso por ca 
bos de aço e logo acima do 
mêsmo existe uma estrutura 
metálica para prender e 
posicionar o mesmo. Essa 
estrutura chama-se quadro 
posicionador do contêiner. Essa 
estrutura é fixa em outra 
estrutura metálica ainda maior 
que movimenta a carga por 
meio de cabos de aço. 
Você sabia que algumas cargas são movimentadas através de equipamentos motorizados no interior 
dos porões com câmaras de congelados e resfriados? Vamos conhecer um pouco mais sobre isso. 
2.6 Segurança nos Locais Frigorificados 
Alguns navios dispõem de câmaras frias, para armazenamento de produtos congelados como 
pescados, por exemplo. Nesses locais frigorificados, é proibido o uso de máquinas e equipamentos 
movidos à combustão interna como, por exemplo, empilhadeira a gás. Além disso, deve haver um 
controle quanto ao tempo máximo de permanência do trabalhador na câmara fria, a fim de evitar a 
caracterização da insalubridade pelo frio. 
Caro estudante, observe tabela referente à faixa de temperatura e o tempo de exposição permitida: 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 15 - Máxima Exposição a Locais Frigorificados 
Fonte: http://www.editoramagister.com/doc_1329161_NORMA_REGULAMENTADORA_N_29.aspx 
Descrição: nessa imagem você tem a faixa de temperatura e o tempo máximo permitido por lei. Por 
exemplo, em câmaras frias com temperatura de 15°C até -17,9°C, o tempo total de trabalho 
permitido por lei é de 6 horas e 40 minutos, sendo quatro períodos de 1 horas e 40 minutos 
alternados com 20 minutos de repouso e recuperação térmica fora do ambiente de trabalho. 
Observando a tabela da máxima exposição a locais frigorificados, você vê que existe um tempo 
máximo de exposição, logo se esse tempo não for obedecido, será caracterizada a insalubridade e, 
independente da intensidade do frio, a insalubridade por exposição ocupacional ao frio será sempre 
de 20% do salário mínimo do trabalhador. Mas, vale a pena trocar a saúde por dinheiro? O que é 
melhor um ambiente salutar ou receber 20% para ele se expor a insalubridade? 
 
 
 
Vamos falar sobre as áreas de vivência? 
 
Participe do fórum “Insalubridade pelo Frio”. 
 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 31 
2.7 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho 
As instalações sanitárias, vestiários, refeitórios, locais de repouso e aguardo de serviços devem ser 
mantidos pela administração do porto conforme recomendação da Norma Regulamentadora nº 24 
(Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho). 
As instalações sanitárias não podem estar a mais de 200m (duzentos metros) dos locais das operações 
portuárias, bem como devem estar presentes também no interior das embarcações. 
Caso as instalações sanitárias estejam a mais de 200m (duzentos metros) do local de trabalho, o 
transporte de trabalhadores ao longo do porto deve ser feito de forma segura e rápida. 
 
 
 
 
 
Figura 16 - Instalações Sanitárias e de Conforto 
nos Locais de Trabalho 
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABA 
AAA-h8AF/pcmat-obra-vertical 
Descrição: na imagem, você tem o desenho preto 
e branco de um trabalhador sentado em um 
banco, calcando a meia. No desenho, existe ainda 
um armário, à esquerda, para guarda de objetos 
pessoais e dois cabides. 
 
 
 
 Consulte a NR nº 24 no site: 
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr24.htm 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 32 
Uma das cargas que requer mais atenção são as cargas perigosas. Veja mais adiante... 
2.8 Segurança nas Operações com Cargas Perigosas 
Você sabe o que caracteriza uma carga perigosa? 
Observe que é comum a disposição de cargas em contêineres, porém muitas dessas cargas são 
perigosas e precisam de atenção especial. 
As cargas tidas como perigosas são todas aquelas que por ser em explosivas, conterem gases 
comprimidos ou liquefeitos, inflamáveis, oxidantes, venenosos, infecciosos, radioativos, corrosivos 
ou poluentes, podem representar riscos aos trabalhadores e ao ambiente. 
Logo, para caracterizar uma carga como perigosa, você deve ser perguntar: essa carga é corrosiva? É 
infecciosa? É radioativa? Enfim, se uma das alternativas for positiva, trata-se de uma carga perigosa. 
Antes da chegada do navio com cargas perigosas a um determinado porto, o armador deverá enviar 
à administração do porto, ao OGMO e ao operador portuário, pelo menos, 24 (vinte e quatro) horas 
antes da chegada os seguintes documentos em português: 
 Declaração de mercadorias perigosas, conforme o Código Marítimo Internacional de 
Mercadorias Perigosas – IMDG (International Maritime Dangerous Goods Code), constando o 
nome técnico das substâncias perigosas, classe e divisão de risco; número da ONU – número 
de identificação das substâncias perigosas, estabelecidas pelo Comitê das Nações Unidas e 
grupo de embalagem; ponto de fulgor e temperatura de controle; quantidade e tipo de 
embalagem; identificação da carga como poluentes marinhos. 
 Ficha de emergência da carga perigosa, contendo, no mínimo, as informações inerentes aos 
riscos e o que fazer em caso de acidente; 
 Indicação de cargas perigosas. 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 33 
Observe o anexo VII da NR 29 sobre Declaração de Cargas Perigosas e lembre-se que o profissional 
de segurança deve se certificar de que este anexo está devidamente preenchido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 17 - Anexo VII da NR 29 
Fonte: http://www.segurancadotrabalho.linksj.com/nrs/nr29.html 
Descrição: nessa imagem você o formulário encontrado no Anexo VII da NR 29. 
Nesse anexo deve ser preenchido os dados referentes ao tipo de carga perigosa que 
será acondicionada no porto. 
As cargas relacionadas abaixo devem permanecer o tempo mínimo necessário nas áreas de operação 
de carga e descarga: 
1. Explosivo em geral; 
2. Gases inflamáveis e venenosos; 
3. Radioativos; 
4. Chumbo tetraetila; 
5. Poliestireno expansível; 
6. Perclorato de amônio, 
7. Mercadorias perigosas acondicionadas em contêineres refrigerados. 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 34 
As cargasperigosas são sinalizadas conforme a sua classe, a saber: 
 Classe 1: Explosivos 
 Classe 2 e 3: Gases e Líquidos inflamáveis 
 Classe 4: Sólidos e outras substâncias inflamáveis 
 Classe 5: Óxidos e Peróxidos Orgânicos 
 Classe 6: Substâncias Tóxicas e Infectantes 
 Classe 7: Materiais radioativos 
 Classe 8: Substâncias corrosivas 
 Classe 9: Substâncias perigosas diversas 
A administração portuária, em conjunto com o SESSTP, deve fixar em cada porto, a quantidade 
máxima total por classe e subclasse de substâncias a serem armazenadas na zona portuária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 18 - Sinalização das Cargas Perigosas 
Fonte: http://www.petterepis.com.br/site/produto/visualizar/ id/ 
1885 
Descrição: na imagem, você tem várias simbologias utilizadas para as 
cargas perigosas, como explosivo, gás inflamável, gás tóxico etc. 
 
 
 
 
 
Sugestão de filme: Operações com Cargas Perigosas. 
Disponível no site: 
http://www.youtube.com/watch?v=-UnYXwuk6PI 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 35 
Aqui encerramos a disciplina e esperamos que tenha sido de bom proveito para você. Esperamos nos 
encontrar mais à frente! 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 36 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Você percebeu que a prática da segurança do trabalho nas atividades aquaportuárias requer 
conhecimento específico no tocante aos riscos inerentes às atividades executadas. Para isso, o 
profissional de segurança do trabalho deve dominar o conhecimento teórico para uma melhor 
prática. 
Os riscos de acidentes são muitos e as medidas de segurança precisam ser obedecidas. Nessa 
perspectiva, é necessário haver uma vigilância constante dos profissionais de saúde e segurança do 
trabalho. 
Portanto, os locais de trabalho precisam ser inspecionados e as documentações atualizadas 
constantemente, pois o profissional de segurança do trabalho precisa gerenciar riscos e garantir o 
cumprimento das Normas Regulamentadoras. 
Até breve! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 37 
REFEERÊNCIAS 
FUNDACENTRO. Manuais de Legislação de Segurança e Medicina do Trabalho. Ed. 69ª Atlas, 2012 
FUNDACENTRO. Manuais de Legislação de Segurança e Medicina do Trabalho. Ed. 74ª Atlas, 2014. 
FUNDACENTRO. Prevenção de Acidentes no Porto e no Mar. Fundacentro, 2005. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 38 
MINICURRÍCULO DO PROFESSOR 
Olá! Eu sou Zilmara Peixoto Nakai, tenho 36 anos, sou Especialista em Educação Ambiental, pela 
Fafire, Licenciada em Biologia pela UFPE e Técnica em Segurança do Trabalho pelo CEFET/PE. 
Há 16 anos trabalho como Técnica em Segurança do Trabalho e, nessa caminhada, já trabalhei em 
empresa de montagem industrial, em construção civil, em consultoria de segurança do trabalho, em 
hospital e hoje trabalho no Grupo Pão de Açúcar. 
Ao mesmo tempo, tenho desenvolvido atividades de docência em biologia e diversas disciplinas de 
cursos técnicos em segurança do trabalho. Já lecionei no Centro de Ciências do Nordeste (CECINE, da 
UFPE), na Escola de Enfermagem Irmã Dulce e na Escola Técnica Regional. Hoje leciono na Escola 
Almirante Soares Dutra e na EAD, da Secretaria Estadual de Educação. 
Tenho curso de Higiene Ocupacional e outros relacionados às minhas áreas de formação. 
É isso! Espero compartilhar com você o que tenho estudado e praticado nessa profissão. 
Um grande abraço!

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