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Direito Constitucional I- notas de aulas

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Direito Constitucional I 
 
André Teles Página 1 
 
Paulo Bonavides – curso de direito constitucional – editora Malheiros - José Afonso da Silva - curso de direito constitucional 
Positivo – editora Malheiros - Alexandre de Moraes – editora Atlas - André Ramos Tavares - Manuel Gonçalves Ferreira Filho - 
Fernando Capez - Marcelo Alexandrino - Gilmar Ferreira Mendes - Dirley da Cunha Junior - Pedro Lenza – Curso de Direito 
Constitucional Esquematizado – Saraiva. Livros para o VT: 1 – Joseph Emmanuel Sieyes - O Que é o terceiro Estado? Ou A 
constituinte Burguesa; 2 – Ferdinand Lassalle - O que é uma constituição? Ou A essência da constituição; 3 – konrad Hesse - A força 
normativa da constituição; 4 – Rui Barbosa - Actos Inconstitucionais; 5 – Edvaldo Brito - Limites da Revisão Constitucional; 6 – 
Humberto Ávila - Teoria dos Princípios 
ANTENÇÃO: o conteúdo destas notas de aulas refletem o minha compreensão sobre o que foi 
ministrado em sala de aula. Ao estudar por apontamentos de outro aluno, você estará lendo o 
entendimento deste, e não necessariamente o que foi dito pelo professor. Ademais, as notas de 
aulas podem sofrer alterações na esquematização, na ordem, bem como acréscimos de outras fontes 
de pesquisa (geralmente transcritas usando fonte itálico). 
12/08/2013 
Noções fundamentais de TGE 
1 – Estado 
1.1 – Conceito 
É um meio ou instrumento para a satisfação das necessidades do povo organizado politicamente 
sobre determinado território. 
1.2 – Elementos 
a) Povo – elemento quantitativo - todo indivíduo que tem uma relação político-jurídica com o Estado 
b) Território – elemento material – importante é o sentido jurídico e não o fronteiriço, ou seja, é todo 
o local onde a lei brasileira incide. 
c) Soberania – é o poder, se autodeterminar, sendo interna e externa. 
d) Finalidade – a realização do bem comum. Essa é um ponto não aceito por alguns autores, pois a 
consideram redundante, visto que este é o motivo da existência do estado. 
2 – Formas de Estado 
2.1 – Simples ou Unitário 
a) Centralizado – a administração é única 
b) Descentralizado – a administração é delegada a outras partes, o poder, contudo, é único. 
2.2 – Composto ou complexo – é o Estado em que o poder é dividido 
Direito Constitucional I 
 
André Teles Página 2 
 
a) União Pessoal – união de dois ou mais estados com um único rei, administrando tudo. Exemplo 
casamento do Rei de Portugal com a rainha da Espanha. 
b) União Real – quando há a junção de dois ou mais estados por dominação, há um governante 
central, mas cada Estado tem seu governo. Exemplo Brasil e Portugal, onde o rei de Portugal delegou 
a um representante para governar o Brasil, mas o governo central era em Portugal. 
15/08/2013 
c) Confederação – não existe mais confederações 
Duas características: É possível a secessão (enquanto que na federação isto não é possível), um 
estado pode por algum motivo separar-se. A lei mais importante é um tratado e não a constituição. A 
última confederação conhecida foi a CEI (Confederação dos Estados Independentes). 
d) Federação 
3 – Formas de Governo 
a) Monarquia – três características que marcam a monarquia: vitaliciedade, hereditariedade e 
irresponsabilidade. 
- Absoluta – o poder era absoluto do soberano, sem limites e responsabilidades. 
- Limitada ou constitucional – são as monarquias atuais com limites e responsabilidades. 
b) República – governo voltado para o povo. Características: Temporariedade, eletividade e 
responsabilidade. 
4 – Sistemas de Governo 
a) Presidencialismo – as funções do executivo ficam com o presidente, que é o chefe de governo e o 
chefe de Estado, tento um mandato por tempo limitado. 
b) Parlamentarismo – existe a divisão do poder executivo. Chefe do governo é o Primeiro Ministro e 
chefe do Estado é o rei ou presidente. O chefe de governo não tem tempo estipulado de mandato, 
permanece no poder enquanto o parlamento quiser. 
c) Diretorialismo – conceito – é aquele que se caracteriza pela concentração do poder politico do 
estado no parlamento, sendo a função executiva exercida por pessoas escolhidas por este, havendo 
absoluta subordinação do poder executivo ao legislativo. 
5 – Regimes políticos 
a) Regimes democráticos – ou democracia se caracteriza pela vontade popular 
- Democracia direta - Quando esta participação é direta, o povo escolhe os rumos do estado, esta 
democracia é direta. Já quase não existe tal tipo, apenas alguns cantões (semelhante aos Estados). 
- Democracia indireta ou representativa – são eleitos representantes do povo para as decisões do 
Estado. 
Direito Constitucional I 
 
André Teles Página 3 
 
- Democracia semidireta – junta as duas espécies anteriores, tem representantes do povo, mas existe 
também uma participação popular. 
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual 
para todos, e, nos termos da lei, mediante: 
I - plebiscito; 
II - referendo; 
III - iniciativa popular. 
Plebiscito é prévio à criação da lei e o referendo é posterior a criação desta. 
b) Regimes não democráticos - Totalitarismo e autoritarismo, ambos com a característica de não 
haver a participação popular, ambos podem ser ditaduras. A ditadura é caracterizada quando tem 
um ditador. 
19/08/2013 
Noções iniciais de direito constitucional 
1 – A Importância do Direito Constitucional 
Todas as áreas jurídicas tem como base a constituição, serve como base para conhecer todos os 
outros ramos. Dois assuntos que toda constituição deveria ter: Organização do Estado (é objeto do 
direito constitucional) e os direitos e garantias fundamentais. 
2 – A Origem do Direito Constitucional 
Se levarmos em consideração os dois princípios acima, pode-se dizer que os mandamentos e leis 
antigas como o código de Hamurabi e os dez mandamentos são constituições. A matéria “direito 
constitucional” foi criada na França, segundo alguns autores. 
2.1 – O Constitucionalismo 
Sufixo “ismo” significa movimento, exemplo: atletismo = movimento do corpo. Constitucionalismo 
também refere-se ao movimento da constituição. A constituição não é estática, fixa. Assim, tudo que 
envolve a constituição é constitucionalismo. 
a) Inglês – características: 
1 - modelo diferente dos chamados “continentais europeus” – existe uma constituição não-escrita 
2 - tem como marco a revolução gloriosa “1688” 
3 – common law - as normas mais importantes são os costumes e a jurisprudência, o que não tem 
nada a haver com constituição. 
4 – nascimento do parlamentarismo – para reduzir o poder do rei 
5 – inexistência de poder constituinte - A teoria do poder constituinte só surgiu 100 anos depois na 
França. Por não ter um órgão encarregado de criar a constituição, não há poder constituinte, mas 
levando em consideração quem criou as leis e os costumes no país, esse seria o poder constituinte. 
6 – constituição não-escrita 
Direito Constitucional I 
 
André Teles Página 4 
 
b) Norte Americano – características: 
1 – tem como marco a guerra de indecência dos Estado Unidos em 1776 
2 – nascimento do presidencialismo e do federalismo 
3 – common law 
4 – constituiçãoescrita – a primeira escrita do mundo, da forma como conhecida hoje, 1777. 
c) Francês – características: 
1 – é o modelo revolucionário-constitucional mais influente de todos 
2 – tem como marco a revolução francesa em 1789 
3 – existência de um poder constituinte – a teoria deste surgiu na França com Siey’s. 
4 – civil law 
5 – pulverização dos direitos fundamentais – fraternidade, igualdade e liberdade. Este modelo foi o 
que mais espalhou estes direitos fundamentais pelo mundo. 
6 – constituição escrita - 1791. A maioria das constituições do mundo seguem este padrão com mais 
detalhes e assuntos que a constituição Americana. 
3 – Natureza, objeto e conceito de direito constitucional 
Alguns autores dizem que tem duas naturezas. É um direito público fundamental. Organização do 
Estado é público e fundamental porque é a base para os outros ramos do direito. Alguns dizem que é 
público e interno, porém, não aborda apenas assuntos do Estado. A constituição é o objeto do 
direito constitucional, abordando apenas os assuntos que são essenciais para a existência de 
qualquer constituição, que são a organização do Estado e os direitos e garantias fundamentais. 
Conceito: é o ramo do direito público fundamental, que tem como objeto a forma e a estrutura do 
Estado, dos sistemas de governo, a organização, o funcionamento, as atribuições e as relações entre 
seus órgão superiores, o poder legislativo e o poder executivo, e, por fim, a participação ativa do 
povo no governo. De forma mais simples: É o ramo de direito público fundamental, que tem como 
objeto a organização do Estado e os direitos e garantias fundamentais. 
4 – Classificação do direito constitucional. 
4.1 – Direito constitucional especial (definição de Paulo Bonavides), positivo ou particular (definição 
de José Afonso da Silva) é aquele que tem por objeto o estudo dos princípios e normas de uma 
constituição concreta, de um determinado Estado. 
4.2 – Direito constitucional comparado - É aquele que tem como missão o estudo teórico das 
normas jurídico-constitucionais de vários Estados, preocupando-se em destacar as singularidades e 
os contrastes entre eles ou entre grupos deles. 
Direito Constitucional I 
 
André Teles Página 5 
 
4.3 – Direito constitucional geral - É a disciplina que delineia uma série de princípios, de conceitos e 
de instituições que se encontram em vários direitos positivos ou em grupos deles para classificá-los e 
sistematizá-los numa visão unitária. 
5 – O direito constitucional e suas relações com outras disciplinas. 
26/08/2013 
Teoria da Constituição 
1 – Expressões referentes a constituições 
a) Politéia – denominação grega relacionada a “polis” (cidades), o sufixo “eia” (organização) – é o 
conjunto de normas da Grécia que estabelecia como as cidades deveriam ser organizadas. Como 
versava sobre a organização do Estado, podemos considerar como normas constitucionais, ou seja, 
era a constituição da Grécia. Conjunto de normas que versavam sobre a organização do Estado grego, 
no sentido material ou de conteúdo. 
b) República – não é a ideia moderna de forma de governo. É de origem latina, portanto romana. 
Coisa pública ou do povo. Era a forma de se organizar o Estado de modo a voltar-se para o povo. Os 
romanos eram os homens nascidos livres, mulheres, crianças e escravos não eram cidadãos. Também 
eram normas constitucionais pois tratavam de formas de organização do governo. 
c) Cosntitutio – (se pronuncia constitucions) é um conjunto de documentos ou normas que 
estabeleciam como se daria o processo eletivo de Roma, assim, estes também eram documentos 
constitucionais, pois o processo eleitoral também faz parte da organização do Estado. 
d) Cartas – com o enfraquecimento do Estado romano foram aparecendo reinos independentes e 
estes reis estabeleciam diversas leis, sendo muitas delas opressoras. É nesta época que surgem as 
cartas pedindo leis mais brandas para o povo. Temos na história varias cartas como a magna carta 
potestato (de 1215), a carta de independência dos EUA, declaração dos direito dos homens e dos 
cidadãos (da revolução francesa). Eram instrumentos que visavam reduzir ou limitar o poder do 
Estado. 
e) Lei fundamental – surgiu com a ideia de ter um conjunto de leis mais importantes de modo que 
até o rei estivesse sujeito a elas. Era a forma básica de constituição. 
f) Constituição – em 1787 nos EUA surgiu uma lei fundamental com o nome constituição. 
2 – Constitucionalismo 
Conceito – este conceito é restrito a um momento de maior desenvolvimento de constituições, ou 
seja, no ápice das constituições. É movimento de caráter político e jurídico, de cunho liberal, em 
voga entre o final do século XVIII e o término da primeira grande guerra (1914 a 1918) cujo objetivo é 
o estabelecimento de Estados de direito baseados em regimes constitucionais, ou seja, numa 
constituição democrática, que delimita a atuação do poder público. 
• Racionalização do poder – é a tentativa de dominar apenas com base no que está escrito na 
lei. Tentou-se criar leis que não deveriam ser interpretadas ou adequadas às novas realidades 
Direito Constitucional I 
 
André Teles Página 6 
 
para impedir que os antigos modos de governo voltassem. Era uma forma de engessamento 
das leis. Porém, este processo não funcionou porque a sociedade não é estática. 
29/08/2013 
3 – Concepções 
a) Sentido sociológico (Ferdinand Lassalle) – (livro o que é uma constituição) tem que refletir no 
texto os fatore reais de poder, a realidade social, se isso não ocorrer ela será uma mera folha de 
papel, tem que acompanhar o fato social seja ele autoritário ou democrático, não importa, o 
importante é que tem que refletir a situação atual do governo. Na visão dele a constituição brasileira 
não refletiria a verdade, pois a verdadeira fonte do poder no Brasil é econômico. 
b) Sentido político (Carl Schmitt) – não tem nada a ver com partidos, mas com a organização da 
polis. Para ser considerada verdadeira tem que abordar dois assuntos: a organização do Estado e os 
direitos e garantias fundamentais. Se isto não ocorrer, para ele será apenas uma lei constitucional e 
não uma constituição. 
c) Sentido jurídico (Hans Kelsen) – os elementos metajuridicos (filosóficos, matemáticos, etc.) não 
fazem parte do direito. O direito é norma pura. As normas sempre vêm de outras normas. A norma 
fundamental é a base das outras normas. A norma fundamental jurídico-positivo é a norma concreta, 
que vem também de uma norma fundamental logico-jurídico, é uma norma abstrata, hipotética. 
Assim, para ele a constituição é norma pura, pois não advém de outras normas. Desta forma a 
constituição seria uma norma pura. 
4 – Conceitos de constituição 
a) Sentido material ou real – conceito: é o conjunto de normas pertinentes ao conteúdo básico de 
constituição, ou seja, a organização do Estado e aos direitos e garantias fundamentais. No sentido de 
conteúdo, quando não versa sobre os assuntos essenciais para uma constituição, não o será em 
sentido material. Assim, podemos dizer que a constituição brasileira é parcialmente material, mas é 
totalmente formal. Portanto não importa a forma, apenas o conteúdo. 
b) Sentido formal – conceito: são as normas designadas constitucionais ou simplesmente haverem 
sido introduzidas na constituição, no seu corpo normativo, e não necessariamente por se referir às 
normas básicas de constituição, no sentido de forma, sistematização. A única constituiçãoque é 
apenas material é a Inglesa, pois não tem formalidade, não é escrita. A única que é totalmente formal 
e material é a dos EUA. 
5 – Classificação das constituições 
a) Quanto ao conteúdo 
Materiais ou reais – quando a constituição versa sobre os assuntos essenciais: organização do Estado 
e aos direitos e garantias fundamentais, não importando a forma, apenas o conteúdo. 
Formais – todas as normas que são incluídas no texto escrito da constituição, não importando qual 
assunto é considerado. 
Direito Constitucional I 
 
André Teles Página 7 
 
b) Quanto à forma 
Escritas – são aquelas em que suas normas estão codificadas em um texto único. 
Não-escritas – são aquelas em que suas normas não estão codificadas em um texto único, resultando 
de leis esparsas, da jurisprudência, assim como dos costumes. 
c) Quanto ao modo de elaboração 
Dogmática – são as elaboradas por um órgão constituinte que incorpora no texto constitucional os 
valores políticos e ideológicos predominantes em um determinado momento histórico. Deste modo 
sempre será uma constituição escrita. 
Costumeiras ou históricas – é aquela que advém do produto da lenta evolução histórica, baseando-se 
em costumes, convenções, precedentes jurisprudenciais e textos esparsos. Quando a constituição 
não é escrita ela foi elaborada desta forma. 
d) Quanto à origem: 
Populares, democráticas, promulgadas ou votadas – São aquelas elaboradas por um órgão 
constituinte composto de representantes legitimamente eleitos pelo povo. 
Outorgadas – são aquelas elaboradas sem a participação de representantes legitimamente eleitos 
pelo povo, sendo impostas pelos governantes. Quando as constituições eram feitas por pessoas que 
representavam o povo estas eram constituições democráticas. No Brasil tivemos: 1824 outorgada, 
1891 democrática, 1934 democrática, 1937 outorgada, 1946 democrática, 1967 outorgada, 1988 
democrática. 
e) Quanto à estabilidade 
Rígidas – conceito: são aquelas que exigem um procedimento mais difícil para sua alteração do que 
os estabelecidos para a alteração das leis infraconstitucionais. Não é sinônimo de imutabilidade, está 
ligado à dificuldade para a sua alteração, ter cláusula pétrea não tem nada a haver com o fato da 
rigidez, a CF é rígida porque os procedimentos para a sua alteração são mais difíceis que os da 
criação de leis infraconstitucionais. 
Art. 60 (69 e 46) A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se 
obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. 
 
Flexíveis – Conceito: são aquelas que estabelecem o mesmo procedimento de alteração utilizado 
para as leis infraconstitucionais. Quando os procedimentos para modificação são os mesmos que 
para a criação de leis infraconstitucionais. 
Semirrígidas ou semi-flexíveis – Conceito: são aquelas que contêm uma parte rígida e uma parte 
flexível, ou seja, algumas normas exigem um procedimento rigoroso de alteração e outras não. A 
constituição da época do império foi assim. 
 
 
Direito Constitucional I 
 
André Teles Página 8 
 
f) Quanto ao modelo 
Constituição garantia – Conceito: é o modelo clássico, aquela que traz apenas normas de 
estruturação do estado e de suas limitações. A única que corresponde a este modelo é a dos EUA. 
Constituição Balanço – Conceito: é aquela que registra e descreve a ordem política, econômica e 
social existente, refletindo a luta de classes no Estado. A cada evolução por lutas de classes seria feita 
uma nova constituição. A constituição da antiga URSS era deste modelo. Não existe hoje nenhuma 
constituição assim. 
Constituição dirigente – Conceito: é aquela que, além de delimitar e estruturar o Estado, inscreve um 
plano de evolução política, de diretrizes a serem seguidas por ele. Traz normas programáticas que 
são aquelas que compreendem uma ação futura do Estado, ou seja, será necessário o Estado fazer 
algo futuro mudando ou criando legislação, com políticas públicas, atos administrativos, etc. para 
que estas leis venham a se concretizar. Exemplo: 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de 
discriminação. 
 
g) Quanto ao tamanho 
Sintética - é aquela que dispõe somente sobre os aspectos fundamentais de organização do estado, 
bem como sobre seus limites, em poucos artigos. Exemplo EUA 
 
Analítica – são aquelas que dispõem sobre a organização do Estado e os direitos e garantias 
fundamentais, mas abrangendo também questões que poderiam ser objeto de leis 
infraconstitucionais, possuindo muitos artigos. Exemplo Brasil. 
 
g) Quanto à dogmática 
Ortodoxas ou simples – Conceito: são aquelas influenciadas por uma só ideologia. A Soviética era 
assim. 
- Ecléticas, complexas ou compromissórias – Conceito: são aquelas influenciadas por ideologia DE 
tendências diversas resultando de uma fórmula de compromissos entre forças políticas existentes 
em um determinado momento histórico. A brasileira é influenciada principalmente por três 
ideologias: o capitalismo, socialismo e liberalismo. 
 
 
 
 
 
 
Direito Constitucional I 
 
André Teles Página 9 
 
05/09/2013 
Poder constituinte 
1 – Origem do poder constituinte 
1.1 – Siey’s – suscitou apenas a ideia do poder constituinte originário e não do poder para modificar 
a constituição. Segundo ele, este poder deveria vir de pessoas do povo. Era uma ideia de democracia. 
Ele foi o criador, o pai da teoria do poder constituinte. 
1.2 – Poder constituinte – teoria do poder constituinte – poderes constituídos – esse nome, 
constituído, quer dizer que foi dado alguém, que foi constituído pelo poder constituinte quando foi 
criada a constituição. 
2 – conceito de poder constituinte 
Existem dois conceitos que pode estar se referindo à força capaz de criar ou ao órgão capaz de criar a 
constituição, assim, pode se referir ao abstrato, o poder, ou ao concreto, o órgão. 
1º conceito: é o poder de elaborar uma nova constituição, bem como de reformar a vigente. 
2º conceito: é o órgão legislativo do Estado, dotado de autoridade política, cuja finalidade é criar ou 
rever a constituição, e do qual derivam todos os outros poderes do Estado, não sendo instituído por 
nenhum anterior a ele. 
3 – Manifestação 
Quando aparece o poder constituinte? Em três situações: 
a) revolução – com esta muda-se a ordem das coisas, a organização do Estado, muda a estrutura 
básica do Estado, tornando necessário uma nova constituição. 
b) processos consensuais de transição – CF/88 houve a mudança do Estado autoritário para o Estado 
democrático. 
c) descolonização – o Brasil deixou de ser colônia para se tornar um Estado independente, um país 
completo, assim, era necessário a criação de uma constituição. 
4 – Espécies de poder constituinte 
4.1 – Poder constituinte originário, de 1º grau ou genuíno. 
a) conceito – é o órgão legislativo incondicionado, dotado de autoridade políticamáxima, e que 
promove a criação de nova constituição, ou a substituição de uma constituição por outra. 
b) natureza – é o poder de fato de caráter absoluto. Está baseado nos fatos, nos acontecimentos 
vigentes na época de sua criação, não é um poder de direito, porque não existe direito, não há nada 
juridicamente imposto. 
c) espécies: 
Direito Constitucional I 
 
André Teles Página 10 
 
- material – quando se refere ao poder constituinte como força 
- formal – quando se refere ao poder constituinte como órgão 
d) características: 
Inicial – iniciando uma nova ordem jurídica, é quem define toda uma nova estrutura jurídica. 
Incondicionado – não existe uma forma pré-condicionada que determine como ele deve agir, não 
existe direito ou determinações de como deve ser feito. 
Ilimitado – não existem assuntos predefinidos que devem ou não ser incluídos na constituição, tem 
liberdade para decidir o que deve conter no texto constitucional. 
09/09/2013 
4.2 – Poder constituinte derivado, de 2º grau, secundário, relativo ou limitado. 
a) conceito – é o poder que, fundado e previsto no poder constituinte originário, pode modificar ou 
completar a constituição vigente (reformador), ou ainda, institucionalizar os Estados federados que 
dela derivem (decorrente), sem qualquer tipo de ruptura com a situação jurídica e política. 
b) natureza - é o poder de direito, porque tudo foi previamente estabelecido na norma jurídica 
maior. Tem também caráter relativo, pois não são todos os temas que podem ser abordados. Está 
baseado na constituição estabelecida. 
ADCT - Art. 3º A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da 
Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. 
Art. 11. Cada Assembleia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo 
de um ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta. 
 
c) espécies: reformador e decorrente 
d) características: condicionado e limitado 
5 – Titularidade do poder constituinte 
Titular do poder constituinte é o povo e os agentes são os representantes. 
 
6 – Legitimidade do poder constituinte 
O poder constituinte legítimo é o derivado do povo, (quando a lei representa a vontade geral do 
povo há legitimidade e legalidade, quando esta lei não representa a vontade popular esta lei é legal 
mais não é legítima). 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do 
Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, 
nos termos desta Constituição. 
 
Direito Constitucional I 
 
André Teles Página 11 
 
 
7 – Usurpação do poder constituinte 
Quando a constituição é criada por um governo autoritário se pode dizer que o poder constituinte foi 
usurpado. 
 
12/09/2013 
O Poder de Reforma Constitucional 
1 – Introdução 
Sieys e Rossoeu concordam que a constituição é passível de mudanças. Sieyes diz que a constituição 
só pode ser mudada se horver a criação de uma nova constituição, só pode haver constituição a 
partir DO PODER constituinte originário, Rosseau diz que é possível alterar uma constituição 
existente. 
2 – Terminologias 
a) Mutação constitucional – conceito: Consiste num processo NÃO formal de mudança das 
constituições rígidas, por via da tradição, dos costumes, de alterações empíricas e sociológicas e pela 
interpretação judicial. O mais comum no Brasil é a forma de interpretação da lei. Mudanças 
sociológicas ou outras podem levar a mudanças interpretativas, mas o texto da lei não é alterado. 
b) Reforma constitucional – conceito: Consiste num processo formal de mudança das constituições 
rígidas, por meio de atuação de certos órgãos, mediante determinadas formalidades estabelecidas 
na própria constituição. Há a mudança do texto constitucional. 
- Revisão constitucional – Conceito: é uma alteração da constituição que exige formalidades e 
procedimentos mais lentos e dificultados que os exigidos para a emenda constitucional. ADCT - Art. 
3º A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto 
da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. (Deputados e senadores 
juntos num dia) 
Deve ter procedimentos mais rigorosos pois pode mudar uma grande parte da constituição. 
- Emenda constitucional – Conceito: è a modificação de certos pontos da constituição, que se 
utilizam de obstáculos e formalidades mais difíceis que os exigidos para as lei infraconstitucionais. 
Deveria ter menos rigoroso que a revisão 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; 
II - do Presidente da República; 
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma 
delas, pela maioria relativa de seus membros. 
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de 
estado de sítio. Se refere a limitações. 
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se 
aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. 
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, 
com o respectivo número de ordem. Não existe sanção ou veto de emenda constitucional. 
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: Se refere a limitações. 
I - a forma federativa de Estado; não pode deixar de ser federação 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; características para as eleições 
III - a separação dos Poderes; 
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IV - os direitos e garantias individuais. Podem ser ampliado, não pode reduzir 
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de 
nova proposta na mesma sessão legislativa. Sessão legislativa aqui refere-se ao tempo de iniciar a 
sessão, no caso no próximo ano (não é um ano depois). 
 
3 – Procedimentos: 
a) Iniciativa – quando presidente toma a iniciativa esta deve ser dado entrada na câmera dos 
deputados, porque é quem representa o povo e se a iniciativa for feita pelos Estados, este deverá ser 
dado entrada no senado, que é quem representa os Estados. Art. 60. A Constituição poderá ser 
emendada mediante proposta. 
b) Discussão e votação 
4 – Limitações ao poder de reforma: 
a) Temporal – Conceito: Consiste na imposição de datas ou prazos determinados para que se 
proceda a reforma da constituição, não se permitindo que seja efetuada em outras épocas. Foi o que 
ocorreu no caso da revisão constitucional do Brasil. 
b) Circunstancial – Conceito: (é a do parágrafo 1) Consiste num impedimento de alteração das 
constituições, no caso de o Estado estar passando por situações de instabilidade política. Te ser 
decretado tal situação.c) Material – conceito: é aquela que ocorre quando houver impedimento na mudança da 
constituição em face da observância de determinadas matérias. Diz respeito a matéria (assunto, 
tema) que não podem ser modificadas, são as clausulas pétreas (paragrafo 4) 
- Explícita - tudo o que foi exposto acima esta explicito 
- Implícita (José Afonso) – aquilo que se subentende de acordo com o texto lido acima, a secessão é 
um exemplo. 
d) Tácita (silencioso) (Paulo Bonavides chama assim a limitação material implícita) 
PROVA V1 TERMINA AQUI 
Revisão 1- deputado e senadores juntos + Maioria absoluta 
Emenda – 2 câmera e 2 senado + 3 quintos (60%) do total 
Lei complementar - 1 na câmera e 1 senado + maioria absoluta (50%+1 do total) 
Lei ordinária – 1 câmera e 1 senado + maioria simples (50%+1 dos presentes) 
 
 
 
 
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30/09/2013 – V2 
Teoria da Norma Constitucional 
1 – Introdução 
a) Conceito – são preceitos de controle do poder, constituindo 
diretivas ao órgão competente para, ao aplicá-las, criar outras 
normas que sejam com elas compatíveis. 
Além de regular nosso comportamento, regula também a formação de outras normas. 
2 – Principais teorias 
a) Teoria Pura do Direito (Hans Kelsen) – estabelece que o direito é norma pura, norma concreta 
jurídico positivo (constituição), que vem de uma norma pura abstrata, a norma hipotética. 
b) Teoria EGOLÓGICA do Direito (Carlos Cossio) – ligado ao superego que está relacionado ao campo 
espiritual ou metafisico. O direito nasce a partir do ego, o homem observa o fato, valora e cria dentro 
do ego a norma jurídica. Ele apenas especificou qual a parte do cérebro faz o que Kelsen teorizou. 
3 – Teorias Normativas Constitucionais 
a) Regra X Princípios (Ronald Dworkin) – 
PRINCÍPIOS REGRAS 
Auto grau de generalidade e de 
indeterminação (abrangem um universo 
bastante amplo de relações jurídicas) 
Menor generalidade e maior determinação, 
porque abarcam num universo de relações 
mais específico. 
São as normas fundamentais ou normas de 
base do sistema, ficam no topo da cadeia 
hierárquica. 
Compõem o ordenamento, mas não são sua 
base 
São normas diretivas do sistema, porque são 
elas que indicam quais regras poderão 
integrar o ordenamento. 
São subordinadas aos princípios 
São consideradas pelo peso ou valor, ou seja, 
quando um princípio conflita com outro, não 
há utilização de um deles e a consequente 
exclusão do outro, e sim a utilização daquele 
que o aplicador do direito, depois de feita 
uma ponderação de valores, achou mais 
adequado ao caso. 
São consideras pelo tudo ou nada, ou seja, 
quando ocorre um conflito entre regras, não 
se faz ponderação algum. Ou uma ou a outra 
regra é aplicada e, consequentemente, a não 
aplicada é excluída. 
03/10/2013 
b) constituição-dirigente (J.J. Gomes Canotilho) – possui normas programáticas 
4 – Normatividade dos princípios 
Qualquer princípio, por mais genérico que seja, é uma norma, pois regula o comportamento da 
sociedade. 
Preceito 
S. m. 
 1. Regra de proceder; norma. 
 2. Ensinamento, doutrina. 
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5 – Constitucionalização dos Princípios 
Constitucionalizar é transformar em norma constitucional, incluir no texto da constituição. 
6 – Caráter Axiológico das Normas Constitucionais 
Quando uma norma cria uma expectativa e esta não é verdadeira, esta norma não tem caráter 
axiológico, este existe quando há equivalência entre o valor dado por alguém à norma e a realidade. 
Pode haver choque entre o valor que é imputado por alguém a uma norma e o valor real dela. 
Exemplo: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua 
condição social: 
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei 
complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; 
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; 
III - fundo de garantia do tempo de serviço; continua... 
7 – Integração Sistêmica das Normas Constitucionais 
A integração é feita por normas infraconstitucionais, estabelecidas pela própria constituição, é uma 
complementação das leis constitucionais prevista nela mesma. Exemplo: Art. 7 XIX - licença-
paternidade, nos termos fixados em lei; (quando não menciona qual lei se refere à lei ordinária). 
As lacunas do direito são resolvidas pelos meios supletivos de lacuna (outros autores chamam de 
meios integradores do direito). 
8 – Classificação das Normas Constitucionais 
8.1 – Introdução 
8.2 – Conceito de Eficácia – É a qualidade da norma vigente de ter a possibilidade de produzir, 
concretamente, seus efeitos jurídicos, não só em suas relações internormativas (eficácia jurídica), 
como também relativamente à realidade social (eficácia social ou efetividade) 
8.3 – Classificação Tradicional: 
Cooley Rui Barbosa Pontes de Miranda Jorge Miranda 
Self-enforling 
Self-alting 
Self-executing 
 
Auto-executáveis 
 
Bastante em si 
 
Exequíveis 
Not self-enforling 
Not self-alting 
Not self-executing 
 
Não auto-executáveis 
 
Não bastante em si 
 
Não exequíveis 
 
21/10/2013 
Esses autores pregam a ideia de que só existem dois tipos de normas: exequíveis e não exequíveis 
As normas exequíveis, são aquelas autoaplicáveis, que não dependem da complementação de outras 
normas para que se tornem exequíveis. As normas não exequíveis, são aquelas não autoaplicáveis, 
dependendo da complementação de outras normas pra que se tornem exequíveis. 
 
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24/10/2013 
8.4 – Classificação de J.A.S. (José Afonso da Silva) 
a) Normas constitucionais de eficácia plena (satisfatória) – conceito: são aquelas que desde a 
entrada em vigor da constituição, produzem, ou tem possibilidade de produzir todos os efeitos 
essenciais, relativamente aos interesses, comportamentos e situações, que o constituinte, direta e 
normativamente, quis regular. Outro conceito: são aquelas que não dependem da edição de 
qualquer legislação posterior. (São aplicadas de modo imediato e não necessita de mais nada). 
b) Normas constitucionais de eficácia contida (satisfatória) – conceito 1: são aquelas em que o 
constituinte regulou suficientemente os interesses relativos a determinada matéria, mas deixou 
margem à atuação restritiva por parte da competência do poder público, nos termos que a lei 
estabelecer ou nos termos de conceitos gerais nelas enunciados. Conceito 2: são as normas de 
aplicabilidade imediata, mas cujos efeitos podem ser restringidos pela legislação infraconstitucional. 
(Para a maioria é o mesmo que a plena, no entanto, pode ter um complemento através de lei 
infraconstitucional que a limita. A princípio parece ter eficácia plena, porém a lei infraconstitucional a 
limita. Exemplo. Alguém pode escolher ser advogado, porém existe outra lei infraconstitucional que 
determina que, para isso é necessário ter o curso de Direito numa faculdade). Art. 5º, XIII - é livre o 
exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei 
estabelecer. 
 
c) Normas constitucionais de eficácia limitada (insatisfatória). Conceito: são aquelasque dependem 
do complemento do legislador infraconstitucional para que se tornem exequíveis. (Precisam de 
complementação). 
- Norma de eficácia limitada de princípio institutivo. Conceito: são aquelas através das quais o 
constituinte traça esquemas gerais de estruturação e atribuições de órgãos, entidades e institutos, 
para que o legislador ordinário os estruture em definitivo, mediante lei. Art. 113. A lei disporá sobre a 
constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do 
Trabalho, assegurada a paridade de representação de trabalhadores e empregadores. Art. 90 & 2, art. 113, 
art. 18&2, art. 33, art. 88 
 
- Norma de eficácia limitada de princípio Programático – conceito: são aquelas através das quais o 
constituinte, em vez de regular direta e imediatamente determinados interesses, limitou-se a lhes 
traçar os princípios para serem cumpridos pelos seus órgãos, como programas das respectivas 
atividades do Estado, visando à realização dos seus fins sociais. 
8.5 – Classificação de MHD: (Maria Helena Diniz) 
a) Normas de eficácia absoluta ou supereficares – conceito: são aquelas que não dependem de 
legislação infraconstitucional posterior para ser exequível, e não podem ser emendadas. 
b) Normas de eficácia plena – conceito: são aquelas que não dependem de legislação 
infraconstitucional posterior para que se torne exequível, mas podem ser emendadas. 
As definições A e B são equivalentes às de José Afonso da Silva, referente às Normas constitucionais 
de eficácia plena. As clausulas pétreas que não podem ser emendadas, não modificam em nada em 
relação à eficácia. 
c) Normas de eficácia Relativa, Restringíveis ou Redutíveis (contida) 
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André Teles Página 16 
 
d) Normas de eficácia Relativa Complementáveis ou Dependente de complementação Legislativa 
posterior (igual a de JAS limitada, incluindo as subdivisões) 
José Afonso da Silva Maria Helena Diniz 
Plena Supereficares (não pode emendar) + Plena (pode emendar) 
Contida Relativa dedutível 
Limitada Relativa complementar 
 
9 – Constituição no tempo 
a) Revogação e recepção – uma constituição nova, quando nasce, pode aproveitar normas 
infraconstitucionais anteriores para o novo ordenamento jurídico, desde que sejam compatíveis. As 
normas incompatíveis são revogadas. 
b) Repristinação – voltar a condição anterior, ou seja, uma lei revogada poderia retornar. em regra 
não existe no Brasil. No caso da constituição não existe exceção. 
c) Desconstitucionalização – conceito: é o fenômeno que permite a nova constituição transformar a 
constituição anterior em norma infraconstitucional para poder recepcioná-la 
d) Vacatio Constitutionis – é a vacatio legis da constituição, ou seja, se houver algum laço temporal 
na constituição. É necessário especificar uma data, não ocorre como nas leis infraconstitucionais que, 
ao não mencionarem data, entram em vigor após 45 dias. 
28/10/2013 
O Controle de Constitucionalidade das Leis e dos Atos Normativos 
1 – Introdução 
1.1 – Fundamento 
1.2 – Conceito – é a verificação da adequação vertical que deve existir entre as normas 
infraconstitucionais e a constituição. Conceito 2 – é a técnica constitucional prevista para defender a 
supremacia da constituição e, consequentemente, evitar que ocorram inconstitucionalidades. 
1.3 – Origem – nos países ocidentais este controle começou com os norte-americanos. Eles criaram 
um dos sistemas de controle, o controle jurisdicional difuso. Em 1803 um juiz da suprema corte, John 
Marshall foi o primeiro juiz a citar uma inconstitucionalidade de uma lei infraconstitucional. Tal lei 
não poderia ir de encontro com o que a constituição estabeleceu. PESQUISAR 
2 - Formas ou tipos de Inconstitucionalidade 
2.1 – Por ação – conceito: é a produção de atos legislativos ou normativos que contrariem 
dispositivos constitucionais. Qualquer norma ou lei, (até mesmo costumeira), do legislativo, ou ato 
administrativo (executivo), que só depois de criada, é que se percebe que esta contraria a 
constituição. 
Direito Constitucional I 
 
André Teles Página 17 
 
- Formal – conceito: é aquela que ocorre quando a lei infraconstitucional desrespeita a constituição 
em termos das formalidades e procedimentos que esta estabelece em relação à aquela. 
- Material - é aquela que ocorre quando o conteúdo de uma lei infraconstitucional contraria norma 
da constituição. 
2.2 – Por omissão – conceito: é aquela que ocorre quando houver a não elaboração de atos 
legislativos ou normativos que impossibilitem o cumprimento de preceitos constitucionais. Quando a 
constituição “pede” que se faça uma norma e isto não acontece, ou seja, a inconstitucionalidade é 
por falta. Exemplo: art. 37, inciso VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei 
complementar; 
31/10/2013 
3 – Órgãos de controle ou sistemas de controle 
Controle político há alguns autores brasileiros que dizem que no brasil existe, porém os mais 
tradicionalista dizem que não. Existe o controle do legislativo e do executivo através da comissão de 
constituição e justiça. Os tradicionalistas negam dizendo que o controle político deve ser feito por 
um órgão diferente dos três poderes. Para o professor Maurício prevalece o tradicional, ou seja, no 
Brasil só existe o controle jurisdicional. 
3.1 – Controle Político – conceito: é aquele que se dá através de um órgão distinto do poder 
legislativo, do executivo e do judiciário. Conceito tradicional 
3.2 – Controle Jurisdicional – conceito: é aquele que entrega o exercício dessa competência a um 
órgão jurisdicional, decorrente de um juiz ou tribunal investido de jurisdição (poder de julgar). 
Obrigatoriamente, este controle é feito depois que a lei existe. Em sede de projeto não há o controle 
jurisdicional. Na prática, porém, pode ocorrer o controle antes de a lei existir, por exemplo, através 
de mandado de segurança. 
- Difuso – conceito: é aquele exercido por todos os integrantes o poder judiciário. Qualquer juiz ou 
tribunal pode declarar a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em exame. Os EUA adotam 
apenas este. 
- Concentrado – conceito: á aquele que é exercido por um tribunal superior do país ou por uma corte 
constitucional. A França e a Alemanha adotam este. 
Quando recai sobre o STF, o controle da constitucionalidade é concentrado. Qualquer órgão do 
judiciário também o pode fazer, e neste caso, ele será difuso. 
3.3 – Controle misto – conceito: é aquele em que a constituição submete certas categorias de leis ao 
controle político e outras ao controle jurisdicional. É tanto político (segundo o conceito tradicional) 
como jurisdicional 
4 – Formas de controle ou momento do exercício 
Nesta forma de controle a preocupação é temporal, o momento é quanto à quando o controle 
ocorre, se antes ou depois da criação da lei. 
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4.1 – Controle preventivo – conceito: é o feito, a priori, antes da existência (promulgação) da lei, 
impedindo que um projeto de lei inconstitucional venha a ser promulgado, ocorrendo pelo legislativo 
através das comissões e pelo executivo através do veto. 
4.2 – Controle repressivo, sucessivo ou “a posterior” – conceito: é o realizado após a promulgaçãoda lei ou da existência do ato normativo, ocorrendo apenas através do poder judiciário. 
07/11/2013 - 5 – Meios de controle 
5.1 – Controle em concreto, indireto, por via de defesa ou por via de exceção 
5.2 – Controle em abstrato, direto, por via principal ou por via de ação. 
Características do Controle em concreto e do controle em abstrato 
Controle em concreto (difuso) Controle em abstrato (concentrado) 
O objeto da ação é a satisfação de um direito 
individual ou coletivo. É um direito de alguém, 
que pode não ter nada a haver diretamente com 
a constitucionalidade (exemplo: pensão 
alimentícia), mas indiretamente se discute 
alguma inconstitucionalidade. 
O objeto da ação é a própria declaração da 
inconstitucionalidade ou constitucionalidade do 
ato legislativo ou normativo. Não é o direito de 
alguém, pessoal, mas sim algum assunto 
referente à constituição. É especifico. 
A questão pode ser arguida perante qualquer 
juiz ou tribunal (controle difuso). 
A ação deve ser proposta diretamente perante o 
STF (controle concentrado) 
A decisão produz efeito inter-partes. O efeito da 
decisão do juiz só tem efeito para as partes 
pleiteantes. 
A decisão tem efeito erga omnes. O efeito será 
para todos e não apenas para as partes (efeito 
vinculante) 
A questão só pode ser arguida pelo titular do 
direito individual ou coletivo. Como se trata de 
algo pessoal, fica evidente que apenas os 
interessados podem questionar a 
inconstitucionalidade. 
A ação só pode ser proposta por pessoas e 
órgãos mencionados no artigo 103 da CF/88 
(legitimados). 
 
Declarada a inconstitucionalidade, haverá a 
necessidade de comunicação da decisão ao 
senado, para que este providencie a suspensão 
da executoriedade da lei declarada 
inconstitucional pelo STF. Quando a lide chega 
até o STF, e esta é considerada inconstitucional, 
o senado deve ser informado. Se o senado 
concordar, o efeito da decisão passa a ser para 
todos, caso em contrário, o efeito continuará 
apenas para as partes envolvidas. 
Declarada a inconstitucionalidade, a lei se torna 
imediatamente inaplicável. Com a decisão do 
STF, a suspensão da executoriedade é 
automática. A lei não é revogada, continua 
existindo no sistema judiciário, porém sem 
aplicabilidade. Sem a revogação da mesma, é 
possível “repará-la” através de outra lei, não 
necessitando o legislador versar novamente 
sobre o tema. 
 
 
Art. 103. Podem propor a ação de inconstitucionalidade: 
I - o Presidente da República; 
II - a Mesa do Senado Federal; 
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV - a Mesa de Assembleia Legislativa; 
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V - o Governador de Estado; 
VI - o Procurador-Geral da República; 
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; 
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
Características das constituições brasileiras 
1 - Constituição de 1824: 1 - forma unitária de Estado (não era uma federação tendo um poder 
central, as províncias tinham presidente); 2 - existência de províncias; 3 - catolicismo como religião 
oficial; 4 – sufrágio censitário (o voto era apenas para quem podia pagar, para os que tinham 
condições financeiras); 5 – quatro poderes: legislativo, executivo, judiciário e moderador; 6 – sistema 
bicameral (câmera e senado atuando como órgãos de aconselhamento); 7 – senadores vitalícios; 8 – 
ampla declaração de direitos 9; – escravidão (parece haver um paradoxo entre os pontos 8 e 9, 
porém, naquela época os escravos eram considerados “coisa” e não pessoa, por isso sem direitos); 10 
– guarda da constituição pelo legislativo; 11 – constituição semirrígida. 
2 - Constituição de 1891: 1 – influência norte-americana; 2 – forma federativa de Estado (dualista ou 
dual); 3 – forma republicana de governo; 4 - Estados membros; 5 – liberdade de culto (o Brasil passou 
a ser laico); 6 – tripartição de poderes; 7 – eleição direta para presidente; 8 – nascimento do STF; 9 – 
inclusão do Habeas Corpus; 10 – sistema difuso de controle de constitucionalidade. 
3 – Constituição de 1934: 1 - manutenção da federação e da república; 2 – intervenção do Estado na 
ordem econômica; 3 – tripartição de poderes; 4 – Câmara dos deputados eleita pelo povo e por 
organizações profissionais (modelo corporativista); 5 – eleição direta para presidente e extinção do 
cargo de vice-presidente; 6 – justiça federal, militar, eleitoral e do trabalho; 7 – direitos sociais; 8 – 
mandado de segurança e ação popular; 9 – controle de constitucionalidade com cláusulas de reserva 
de plenário e comunicação ao senado; 10 – voto feminino. 
4 – Constituição de 1937 (polaca): 1 – federação apenas nominalmente; 2 – separação de poderes 
formal; 3 – expedição de decretos-lei; 4 – poder legislativo composto pela câmara e pelo conselho 
federal (extinto o senado neste período); 5 – mandado de segurança e ação popular são excluídos. 
5 – Constituição de 1946: 1 – recuperação da autonomia das entidades federativas; 2 – separação de 
poderes; 3 – volta do cargo de vice-presidente; 4 – volta do mandado de segurança e da ação 
popular; 5 – nascimento da ADIN. 
6 – Constituição de 1967: 1 – constituição outorgada; 2 – ideologia da segurança nacional; 3 – 
julgamento de civis pela justiça militar; 4 – centralização do poder na União; 5 – utilização de 
decretos-lei. 
7 – Constituição de 1988: 1 – federação, república e presidencialismo; 2 – Estado Democrático de 
Direito; 3 – valorização dos direitos fundamentais; 4 – nascem o habeas-data, o mandado de injunção 
e o mandado de segurança coletivo; 5 – direitos coletivos e difusos; 6 – voto do analfabeto e voto 
dos entre 16 e 18 anos; 7 – municípios como unidade federativa; 8 – valorização do poder legislativo; 
9 – extensão da legitimidade ativa para o controle abstrato de constitucionalidade além do 
procurador geral da república; 10 – procurador geral da republica com mandato; 11 – ADIN por 
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omissão; 12 – ADC (ação declaratória de inconstitucionalidade); 13 – previsão de um plebiscito; 14 – 
revisão constitucional. 
FIM

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