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DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 1 APOSTILA 2016 DIREITO PROFESSORA: JULIANA DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 2 SUMÁRIO 1. Direito tributário _____________________________________________________________________________________ 4 1.1 Conceito _____________________________________________________________________________________ 4 2. Noção Geral de Tributos _______________________________________________________________________________ 5 3. Princípios Constitucionais Tributários ___________________________________________________________________ 6 4. Principais espécies de Tributos __________________________________________________________________________ 6 4.1 Imposto _____________________________________________________________________________________ 6 4.2 Taxas _______________________________________________________________________________________ 7 4.3 Contribuição de Melhoria ______________________________________________________________________ 7 4.4 Contribuição Social ___________________________________________________________________________ 7 5. Elementos da Obrigação Tributária ______________________________________________________________________ 8 6. Discriminação do Componente Tributário ________________________________________________________________ 9 6.1 Impostos da União ____________________________________________________________________________ 9 6.2 Impostos dos Estados e do Distrito Federal _______________________________________________________ 10 6.3 Impostos dos Municípios ______________________________________________________________________ 10 7. Principais tipos de impostos ___________________________________________________________________________ 10 7.1 IR – imposto de renda ________________________________________________________________________ 10 7.2 ICMS – imposto comercio de mercadorias e serviços ______________________________________________ 10 7.3 IPI – imposto sobre Produto industrializado _____________________________________________________ 11 7.4 ISS – imposto sobre serviço ___________________________________________________________________ 11 8. Conceitos Chave do Direito Tributário __________________________________________________________________ 12 9. Direito do trabalho ___________________________________________________________________________________ 13 9.1 Definição __________________________________________________________________________________ 13 9.2 Fontes ____________________________________________________________________________________ 13 9.3 Princípios __________________________________________________________________________________ 13 10. Direito individual do trabalho _________________________________________________________________________ 14 10.1 Relação de trabalho e de emprego _____________________________________________________________ 14 10.2 Características da relação de emprego _________________________________________________________ 14 11. Contrato Individual de trabalho _______________________________________________________________________ 15 11.1 Natureza jurídica ___________________________________________________________________________ 15 11.2 Duração do Contrato de Trabalho _____________________________________________________________ 16 11.3 Contrato por prazo indeterminado ____________________________________________________________ 16 11.4 Contrato por prazo determinado ______________________________________________________________ 16 11.5 Serviços de natureza transitória _______________________________________________________________ 16 11.6 Atividade Empresarial de Caráter transitório ___________________________________________________ 17 11.7 Contrato de Experiência _____________________________________________________________________ 17 12. Suspensão e interrupção do contrato de trabalho _________________________________________________________ 17 12.1 Hipóteses de suspensão e interrupção do contrato de trabalho ______________________________________ 18 12.1.2 Auxilio Doença ____________________________________________________________________________ 18 12.1.3 Acidente de Trabalho ______________________________________________________________________ 18 DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 3 12.1.4 Serviço Militar ____________________________________________________________________________ 19 12.1.5 Férias ___________________________________________________________________________________ 19 12.1.6 Licença Maternidade ______________________________________________________________________ 19 12.1.7 Aborto __________________________________________________________________________________ 20 12.1.8 Licença Paternidade _______________________________________________________________________ 20 12.1.9 Representação Sindical _____________________________________________________________________ 20 12.1.10 Faltas Justificadas (ou abonadas) ___________________________________________________________ 20 12.1.11 Aposentadoria por invalidez _______________________________________________________________ 21 12.1.12 Aviso Prévio _____________________________________________________________________________ 21 13. Trabalho domestico _________________________________________________________________________________ 21 13.1 Empregado domestico _______________________________________________________________________ 22 13.2 Direitos do empregado domestico ______________________________________________________________ 22 13.3 Extensão do FGTS e do seguro desemprego ao domestico __________________________________________ 22 14. Condições Especiais de Trabalho ______________________________________________________________________ 23 15. Direito do Consumidor ______________________________________________________________________________ 24 15.1 Responsabilidade Civil ______________________________________________________________________ 25 15.2 Punição aos Fornecedores ____________________________________________________________________ 25 16. Referências Bibliográficas ____________________________________________________________________________ 26 DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 4 DIREITO E LEGISLAÇÃO 1 - DIREITO TRIBUTÁRIO Antes de iniciarmos o estudo do Direito Tributário, é importante termos uma noção bem ampla de como ele surge. Como contribuintes, às vezes somos surpreendidos com certas exigências da União, do Estado, ou do Município que nos obrigam a pagar determinado imposto, taxa ou contribuição, sem que saibamos, ao menos, com que direito podem tais entes públicos nos obrigar a tanto. O primeiro requisito para a instituição do tributo é a competência tributaria ou, em outras palavras, a autorização constitucional, ou seja, para que qualquer ente possa exigir o pagamento de qualquer tributo é expressamente necessário que haja previsão constitucional para tal tributo e competência. O segundo requisito é a edição de uma lei, estricto senso, (aprovada pelo Poder Executivo) na qual o sujeito ativo, ou entidade tributaria defina o fato gerador da incidência do tributo, sua base de cálculo, a alíquota, os contribuintes, etc. Não há tributo sem lei que o institua. 1.1 Conceito Direito Tributário é o conjunto de normas que regulam as relações jurídicas entre o Estado, no seu direito de exigir tributos, e as pessoas sob sua jurisdição, no seu dever de contribuir. Conforme a Constituição Federalconstituem objetivos fundamentais de o Brasil garantir, entre outros, o desenvolvimento nacional e promover o bem de todos (art. 3º, II e IV). Buscando atender a esses objetivos, o Estado procura realizar inúmeras tarefas nos diversos setores da vida pública. Vejamos, por exemplo, as tarefas de alguns setores: Político – detectar as inclinações da Nação e traduzir os grandes anseios da sociedade. Econômico – desenvolver os meios de produção, reduzir as desigualdades sociais e promover uma distribuição mais justa da renda nacional. Social – cuidar do bem-estar social da população, por meio de medidas de amparo ao trabalho, educação, saúde pública etc. Policial – zelar pela segurança interna e externa do povo, garantindo-lhe a autodeterminação e a soberania nacional. Administrativo – procurar aparelhar-se eficientemente, a fim de atender às atividades dos demais setores. Para alcançar suas finalidades, nos diversos setores em que atua, o Estado necessita de uma grande soma de recursos econômicos capazes de custear suas realizações em prol do bem comum. Tais recursos recebem o nome genérico de receita. As receitas do Estado podem ser dividas em duas categorias: originais e derivadas. Receita original – A receita é original quando promovida diretamente pelo patrimônio do Estado. É original porque surge dos recursos da própria Administração. Exemplo: receita proveniente da atividade econômica das empresas públicas. DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 5 Receita derivada – a receita é derivada quando provém diretamente do patrimônio do particular. É constituída, basicamente, pela arrecadação dos tributos, isto é, dos impostos, taxas e contribuições. A receita derivada é significativa na formação dos recursos financeiros do Estado. Essa receita se baseia no direito impositivo do Estado que, por meio do seu poder de império, obriga o particular a ceder parcela do seu patrimônio para os cofres púbicos, a fim de somar recursos destinados ao bem comum. A obtenção das receitas derivadas (tributos) ocorre por meio de relações jurídicas que se estabelecem entre o Estado e o particular. Nessas relações, o Estado é tratado pelo nome de fisco e assume posição de sujeito ativo da obrigação tributária. O particular, por sua vez, recebe o nome de contribuinte e assume posição de sujeito passivo da obrigação. Assim, o Direito Tributário cria e disciplina as relações jurídicas entre o Estado na sua qualidade de fisco e as pessoas que juridicamente estão a ele sujeitas e se denominam contribuintes. 2. NOÇÃO GERAL DE TRIBUTOS Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda o cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. (Art. 3º, CTN). Analisando essa definição, vejamos os principais elementos que caracterizam o tributo: É prestação pecuniária compulsória – o tributo é obrigatório porque decorre do poder de império do Estado sobre o particular. Seu pagamento deve ser efetuado em dinheiro ou em bens cujo valor possa exprimir-se em moedas. Não constitui sanção de ato ilícito – entende-se por ato ilícito aquele que contraria as normas jurídicas, sendo, por isso, punido pelo Estado. O pagamento do tributo, entretanto, não constitui punição de ato ilícito, não devendo ser encarado como sanção ou penalidade. Portanto, pagar tributos não constitui sanção, mas dever-prestação do particular. É instituído em lei e cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada – esse é o principio da reserva legal tributária segundo o qual não há tributo sem lei anterior que o institua. Isso significa, em outras palavras, que o tributo só pode ser criado pela vontade expressa da lei. Nesse sentido, deve-se ressaltar que a legalidade tributária é tão rigorosa que a cobrança de cada tributo, mesmo depois de sua criação, só pode ser feita mediante atividade administrativa totalmente vinculada à vontade da lei (lançamento ou cobrança fiscal). Do exposto, podemos resumir as seguintes características do tributo: DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 6 3. PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS De acordo com a Constituição Federal em seus artigos 145 a 164, os tributos deveram obedecer aos seguintes princípios: Legalidade – garante que nenhum tributo será instituído, nem majorado, a não ser através de lei; Anterioridade – nenhum tributo será cobrado no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que os instituiu ou majorou. Isonomia – a lei, em principio não deve dar tratamento desigual a contribuintes que se encontrem em situação equivalente. Irretroatividade – a lei tributaria só vale em relação a fatos geradores ocorridos depois do inicio da vigência da lei que os houver instituído ou majorado. Capacidade contributiva – o tributo de ser cobrado de acordo com as possibilidades de cada um, tratar os desiguais de modo desigual; 4. PRINCIPAIS ESPÉCIES DE TRIBUTO As principais espécies de tributo são: impostos, taxas e contribuições de melhoria. 4.1 Imposto Considerado “a viga mestra da arrecadação tributária”, o imposto é tributo que apresenta a seguinte característica fundamental: o contribuinte, ao pagar imposto, não recebe do Estado uma contraprestação imediata e especifica em troca do pagamento. TRIBUTO É obrigatório (poder estatal de tributar) É prestação pecuniária (valor expresso em moeda) Não tem caráter punitivo Pode ser criado somente por lei Deve ser cobrado por meio do lançamento ou cobrança fiscal DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 7 Assim, quando uma pessoa paga Imposto de Renda, por exemplo, não recebe do Estado benefício específico em seu favor. O dinheiro do imposto não se reverte imediatamente em prol do contribuinte, porque se destina, de modo geral, ao bem comum. O Código Tributário Nacional, no artigo 16, assim define imposto: Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. A definição apresentada pelo Código destaca os dois elementos básicos do imposto: a) É tributo cobrado de modo genérico; b) Não obriga o Estado a uma contraprestação específica em favor do contribuinte. 4.2 Taxas A taxa caracteriza-se por ser tributo vinculado a uma contraprestação direta do Estado em benefício do contribuinte. Dessa maneira, o Estado só pode cobrar taxas com base em serviço público específico, ou em função do exercício regular do poder de polícia. Poder de polícia é o poder de promover o bem público limitando e regulamentando o uso da liberdade e da propriedade. Como exemplo de taxas podemos citar o tributo pelo serviço de água, pela coleta domiciliar do lixo etc. observe que, nesses casos, o contribuinte, ao pagar a taxa, recebe do Estado um benefício específico em seu favor. É importante salientarmos que o pagamento da taxa é obrigatório, seja pelo serviço público prestado ao contribuinte, seja simplesmente posto à sua disposição, ainda que não utilizado. 4.3 Contribuições de Melhoria As contribuições de melhoria são o tributo cobrado pelo Estado dos proprietários de imóveis beneficiados por obras públicas. Assim, para fazer frente aos custos da obra, é justo que o Estado cobre tributos dos proprietários que diretamente se beneficiaram com ela. A contribuição de melhoriaterá como limite total a despesa realizada na construção da obra pública beneficiadora. Deve existir, portanto, uma vinculação entre a obra pública e a valorização dos imóveis por ela atingidos. Entretanto, nem sempre a obra pública provoca benefícios (valorização) aos imóveis por ela tangenciados. Dependendo da sua natureza, poderá provocar uma depreciação dos referidos imóveis. Nesses casos, não terá ocorrido, evidentemente, o fato gerador da contribuição de melhoria, porque não houve benefício algum ao proprietário. 4.4 Contribuições Sociais A Constituição Federal estabelece no seu art. 149: DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 8 “compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observando o disposto nos arts. 145, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições que alude o dispositivo. Parágrafo único – Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para custeio, em beneficio destes, de sistemas de previdência e assistência social.” As contribuições sociais incidiram sobre: Os empregadores sobre a folha de salários, faturamento e lucro; Trabalhadores; Receita de concursos de prognósticos; 5. ELEMENTOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA Obrigação tributária é a relação jurídica pela qual o Estado (fisco) tem o direito de exigir do contribuinte uma prestação (tributo). Essa obrigação caracteriza-se pelos seguintes elementos: São elementos da obrigação tributária: a) Legislação tributária – A legislação constitui a fonte principal da obrigação tributária. De fato, não existe tributo que não seja criado e exigido em função de lei. Em outras palas, é por intermédio da lei que os tributos nascem, pois compete a ela descrever os fatos de conteúdo econômico capazes de gerar a obrigação tributária. A legislação tributária compreende a Constituição, as leis, os tratados e convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e as relações jurídicas a eles referentes (art. 96, CTN). b) Fato gerador – fator gerador é o evento descrito pela lei e que, ao ser praticado por alguém, dá origem à obrigação de pagar determinado tributo. Vejamos exemplos de fatos geradores de alguns impostos: OBRIGAÇÃO - ELEMENTOS Legislação Fator gerador Sujeito ativo Sujeito passivo DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 9 O Imposto sobre Exportação tem como fato gerador a saída de produtos nacionais ou nacionalizados do território nacional. O Imposto sobre Importação tem como fato gerador a entrada de produtos estrangeiros no território nacional. O Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel, localizado na zona urbana do Município. c) Sujeito ativo – O sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de Direito Público titular da competência para exigir o seu cumprimento. São pessoas jurídicas de Direito Público: a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Somente essas pessoas, portanto, podem ser sujeito ativo da obrigação tributária. d) Sujeito passivo – O sujeito passivo da obrigação é a pessoa que tem o dever de pagar o tributo ou a penalidade pecuniária. Em regra, o sujeito passivo da obrigação tributária é o contribuinte, isto é, o sujeito que tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador do tributo. Contribuinte é a pessoa que praticou o fato gerador, estando ligada, de nodo concreto, ao fato tributado. Portanto, a qualidade de contribuinte é uma decorrência da realização do fato gerador, ou, em outras palavras, a pessoa que realiza o fato previsto na lei como tributável, adquire o status de contribuinte. 6. DISCRIMINAÇÃO DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA Já vimos que somente as pessoas jurídicas de Direito Público (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) podem ser sujeito ativo da obrigação tributária. Vamos conhecer agora a competência tributária de cada uma dessas pessoas jurídicas. É a Constituição Federal que determina, expressamente, os impostos instituídos pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios. 6.1 IMPOSTOS DA UNIÃO Compete à União instituir impostos sobre: 1. Importação de produtos estrangeiros; 2. Exportação, para o estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionalizados; 3. Renda e proventos de qualquer natureza; 4. Produtos industrializados; 5. Operações de crédito, câmbio e seguro ou relativas a títulos ou valores imobiliários; 6. Propriedade territorial rural; 7. Grandes fortunas. DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 10 6.2 IMPOSTOS DOS ESTADOS E DISTRITO FEDERAL Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: 1. Transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos; 2. Operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviço de transportes interestadual e intermunicipal e de comunicação; 3. Propriedade de veículos automotores. 6.3 IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 1. Propriedade predial e territorial urbana; 2. Transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis, ressalvadas as exceções legais; 3. Serviços de qualquer natureza. 7. PRINCIPAIS TIPOS DE IMPOSTOS Entre os principais tipos de impostos podemos destacar: o Imposto de Renda, o Imposto sobre circulação de Mercadorias e Serviços, o Imposto sobre Produtos Industrializados e o Imposto Sobre Serviços. 7.1 IR – Imposto de Renda O Imposto de Renda é da competência da União. Tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: a) De renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; b) De proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no item anterior. A base de cálculo desses impostos é o montante real, arbitrado ou presumido da renda ou dos proventos tributáveis. O contribuinte do imposto é o titular da renda ou dos proventos tributáveis. 7.2 ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços é da competência dos Estados e do Distrito Federal. Tem como fator gerador: DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 11 a) A saída de mercadorias de estabelecimento comercial, industrial ou produtor; b) A entrada em estabelecimento comercial, industrial ou produtor, de mercadoria importada do exterior pelo titular do estabelecimento; c) O fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias em restaurantes, bares, cafés e estabelecimentos similares; d) A prestação de serviços de transportes interestaduais e intermunicipais e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. A base de cálculo do imposto é normalmente; O valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria; Na falta do valor, o preço corrente da mercadoria no mercado atacadista da praça remetente. O contribuinte desse imposto é o comerciante, industrial ou produtor que promove a saída da mercadoria, bem como o que a importado exterior ou que arremata em leilão ou adquire, em concorrência púbica, mercadoria importada e apreendida. 7.3 IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados O Imposto sobre Produtos Industrializados é da competência da União. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo. Como fatos geradores do IPI podem citar: a) O desembaraço aduaneiro do produto, quando de procedência estrangeira; b) A saída do produto dos estabelecimentos de importador, industrial, comerciante ou arrematante; c) A arrematação do produto, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão. Quanto à base de cálculo, deve-se destacar que o IPI é seletivo em função da essencialidade dos produtos. Isso significa, normalmente, que quanto mais o produto for considerado essencial, menos sofrerá a incidência do imposto. O IPI é também não- cumulativo, abatendo-se, em cada operação, o montante cobrado nas anteriores. Sendo não-cumulativo, o montante devido pelo contribuinte corresponde à diferença à maior entre o imposto referente aos produtos saídos do estabelecimento e o pago relativamente aos produtos nele entrados. O saldo verificado, em determinado período, em favor do contribuinte, transfere-se para o período seguinte. O contribuinte desse imposto é: O importador; O industrial; O comerciante de produtos sujeitos ao imposto; O arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão. DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 12 7.4 ISS – Imposto Sobre Serviço O Imposto Sobre Serviços é da competência dos Municípios. Tem como fator gerador a prestação de serviços por empresa ou profissional autônomo. A base de cálculo do ISS é o preço do serviço. O contribuinte é o prestador do serviço, excetuando-se os que prestam serviço em relação de emprego, os trabalhadores avulsos, os diretores e membros de conselhos consultivo ou fiscal de sociedades. A Lei Complementar 56, de 15/12/1987, enumera 100 serviços sujeitos à incidência do tributo. Observe, a seguir, exemplos de alguns serviços aos quais incide o ISS: Médicos, dentistas e veterinários; Hospitais, sanatórios, ambulatórios, prontos-socorros, bancos de sangue, casas de saúde, casas de recuperação ou repouso sob orientação médica; Advogados ou provisionados; Despachantes; Economistas; Contadores, auditores, guarda-livros e técnicos em contabilidade; Engenheiros, arquitetos, urbanistas; Projetistas, calculistas, desenhistas-técnicos. 8. CONCEITOS-CHAVE DO DIREITO TRIBUTÁRIO Vejamos alguns conceitos fundamentais de Direito Tributário que costumam produzir grandes confusões entre leigos na matéria: Fato gerador – é o evento descrito pela lei que, ao ser praticado por alguém, dá origem à obrigação de pagar determinado tributo. Exemplo: o Imposto sobre Exportação tem como fato gerador a saída de produtos nacionais ou nacionalizados do território brasileiro; o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel, localizado na zona urbana do Município. Incidência – é a ocorrência do fato gerador, isto é, quando a situação tipificada pela lei é concretizada, tem-se a incidência do tributo. Não-incidência – é a não-ocorrência do fato gerador. A situação concreta está fora das hipóteses tipificadas pela legislação tributária. Isenção – é a dispensa do pagamento do tributo devido mediante determinação legal da autoridade fiscal competente. A Isenção é umas formas de exclusão do crédito tributário. DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 13 Imunidade – é a eliminação especial, prevista na Constituição, da competência do Estado para tributar certos fatos, pessoas, ou situações. Exemplo de imunidade: a Constituição proíbe a instituição de impostos sobre templos religiosos de qualquer culto; patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, das instituições de educação e de assistência social (sem fins lucrativos); livros, jornais e periódicos e papel destinado à sua impressão. Merece destaque na atual Constituição um princípio de imunidade específico em relação ao Imposto de Renda que estabelece a não-incidência desse imposto sobre rendimentos provenientes de aposentadoria e pensão, pagos pela Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios a pessoa com idade superior a 65 anos, cuja renda total seja constituída, exclusivamente, de rendimentos do trabalho. Anistia – é uma das formas de exclusão do crédito tributário. Pela anistia fiscal, a entidade estatal titular do crédito tributário perdoa o contribuinte que praticou certa infração. Desse modo, extingue-se a punibilidade daquele contribuinte (devedor) beneficiado pela anistia. 9. DIREITO DO TRABALHO 9.1 DEFINIÇÃO Direito do trabalho é definido por um “conjunto de princípios, normas e instituições, aplicáveis à relação de trabalho e situação equiparáveis, tendo em vista a melhoria da condição social do trabalhador, através de medidas protetoras e da modificação das estruturas sociais” são, portanto, o direito de todo e qualquer empregado. Tem como principal função a melhor ia das condições de pactuação da força do trabalho na ordem socioeconômica. 9.2 FONTES Heterônomas: - Constituição: tem prevalência jurídica, confere validade, fundamento e eficácia das demais regras jurídicas. - Leis (medidas provisórias) CLT: consolidação das leis do trabalho contem normas do direito individual do trabalho, direito coletivo do trabalho, direito administrativo do trabalho e direito processual do trabalho, há também as leis esparsas (lei do FGTS, do trabalho portuário, descanso remunerado e em feriados, etc.) - Tratados e convenções internacionais; - Regulamento normativo (decreto); - Portaria, avisos, instruções, circulares; - Sentenças normativas. Autônomas: - Convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo de trabalho. - Contrato coletivo de trabalho; 9.3 PRINCIPIOS DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 14 Principio da proteção - Suas regras são fundamentalmente favoráveis aos trabalhadores, protegem os trabalhadores, visando retificar, no plano jurídico, o equilíbrio do contrato de trabalho. Principio das normas mais favoráveis – O operador do trabalho deve sempre optar pela regra mais favorável ao trabalhador. Principio da imperatividade das normas trabalhistas – As regras do direito do trabalho são imperativas, não se pode pela simples vontade das partes afastar sua eficácia. Principio da indisponibilidade do direito do trabalho - O empregado não pode dispor, pela sua simples vontade, das vantagens e proteção que o direito do trabalho lhe assegura. Principio da condição mais benéfica – Assegura ao trabalhador, durante todo o contrato de trabalho, a clausula mais vantajosa a seu favor. Principio da Inalterabilidade do contratual lesiva – Os contratos firmados não podem ser modificados lesivamente no prazo de sua vigência. Principio da intangibilidade salarial – Garantia contra mudanças contratuais e normativas que possam provocar redução salarial. 10. DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO Trabalhador – É o empregado, aquele que se dedica a uma atividade para suprir uma carência humana, sob uma condição de subordinação. 10.1 Relação de trabalho e de emprego A relação de trabalho tem caráter genérico referindo-sea todas as relações jurídicas da contratação de trabalho humano, engloba a relação de emprego, tanto quanto a relação de trabalho autônomo, eventual, avulso, temporário, estágio, etc. A relação de emprego, portanto, é do ponto de vista técnico jurídica uma das modalidades especificas da relação de trabalho. 10.2 Características da relação de emprego Trabalho por pessoa física – a prestação de serviços que o direito do trabalho leva em consideração é a que é efetuada por pessoa física, os bens jurídicos tutelados são: vida, saúde integridade moral, etc., bens estes que não são usufruídos por pessoas jurídicas, assim somente o empregador é que pode ser pessoa física ou jurídica, nunca o empregado; Pessoalidade – incide apenas sobre a figura do empregado, que não poderá fazer-se substituir por outro trabalhador ao longo da concretização dos serviços; Não eventualidade – não pode ser esporádico, é necessário que o trabalho prestado tenha caráter de permanência, ou seja, serviço de natureza continua; Onerosidade – é uma relação de fundo econômico, conforme Mauricio Godinho Delgado “o contrato de trabalho é, desde modo, um contrato bilateral, sinalagmatico e oneroso, por envolver um conjunto diferenciado de prestações e contraprestações recíprocas entre as partes, economicamente mensuráveis; DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 15 Subordinação – sujeição ao poder de outros, as ordens de terceiros numa posição de dependência, ensina Amauri Mascaro Nascimento “situação em que se encontra o trabalhador, decorrente da limitação contratual da autonomia de sua vontade, para o fim de transferir ao empregador o poder de direção sobre a atividade que desempenhará”. Trabalho autônomo - O trabalhador autônomo é aquele que presta serviços a pessoa física ou jurídica sem subordinação, é o próprio trabalhador que estabelece e concretiza a forma de realização dos serviços que vai prestar, assumindo os riscos da própria prestação. Trabalho eventual – não apresenta o elemento não eventualidade, ou seja, não há permanência, presta serviços ao tomador, subordinamente e onerosamente, com pessoalidade, porém eventualmente. Trabalho voluntario – Conforme Mauricio Godinho Delgado “é aquele prestado com ânimo em causa benevolente.” Benevolente é aquele trabalho não remunerado que tenha objetivos de assistência social. Culturais, educacionais, científicos, recreativos, etc. o trabalho voluntario esta excluído do Direito do Trabalho e do Direito Previdenciário. Empregado - A CLT, em seu art. 3º, dispõe que “considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário”. A doutrina acrescenta a essa definição um outro requisito: a prestação pessoal do serviço. Assim, podemos conceituar empregado como a pessoa física que presta pessoalmente a outrem serviços não eventuais, subordinados e assalariados. Empregador - A CLT dispõe que “considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços” (art. 2º). A empresa é comumente conceituada como uma atividade organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços destinados ao mercado, com objetivo de lucro. No âmbito do Direito do Trabalho, a CLT expressamente estabelece a exigência de que ela assuma os riscos do negócio. Assim, a empresa deve assumir tanto os resultados positivos quanto os negativos do empreendimento, não podendo estes últimos serem transferidos ao empregado. Não é elemento essencial da definição de empregador a pessoalidade. Embora esse requisito seja imprescindível para a conceituação de empregado, não o é para a de empregador. Prova disso é o fato de o empregador poder ser substituído normalmente no comando dos negócios, sem que sejam afetadas em qualquer aspecto as relações de emprego existentes com os trabalhadores da empresa. O empregado, ao contrário não pode se fazer substituir livremente. 11. CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO 11.1 Natureza Jurídica A doutrina predominante entende que o contrato de trabalho tem natureza contratual. A CLT no seu art. 442 dispõe que “Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego”. São as seguintes as características do contrato de trabalho: DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 16 É bilateral, pois produzem direitos e obrigações para ambos; É oneroso, em que a remuneração é requisito essencial; É comutativo, pois as prestações de ambas as partes apresentam relativa equivalência, sendo conhecidas no momento da celebração do ajuste; É consensual, pois a lei não impõe forma especial para a sua celebração, bastando anuência das partes; É um contrato de adesão, pois um dos contratantes, o empregado, limita-se a aceitar as cláusulas e condições previamente estabelecidas pelo empregador; É pessoal (intuitu personae), pois a pessoa do empregado é considerada pelo empregador como elemento determinante da contratação, não podendo aquele se fazer substituir na prestação laboral sem o consentimento deste; É de execução continuada, pois a execução do contrato não se exaure numa única prestação, prolongando-se no tempo. 11.2 Duração do Contrato de Trabalho Quanto à sua duração os contratos podem ser celebrados por prazo determinado ou indeterminado. A CLT fixa o prazo máximo de dois anos para os contratos a prazo determinado em geral, e de noventa dias para o contrato de experiência (arts. 445 e 451). Admite-se uma única prorrogação, que deve ser feita dentro dos prazos que a lei fixou. Havendo uma segunda prorrogação, ainda que dentro do prazo legal, o contrato passará a ser considerado por prazo indeterminado. 11.3 Contrato por prazo indeterminado É a forma comum de contratação, a qual será sempre presumida se houver dúvida. Assim, aquele que alegar a determinação do prazo deverá prová-la, na forma e pelos meios admitidos em direito, caso não tenha êxito, considerar-se-á que o contrato é por prazo indeterminado. 11.4 Contrato por prazo determinado A CLT define o contrato a prazo determinado como “o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada” (art.443). Em seguida, fixa as hipóteses que autorizam sua celebração válida, ao dispor que “o contrato por prazo determinado só será válido em se tratando”: De serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; De atividades empresariais de caráter transitório; De contrato de experiência (art. 443, § 2º). 11.5 Serviços de Natureza transitória DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 17 Entende-se por atividade laboral transitória a execução de um serviço de breve duração, contrastando, portanto, com as atividades normais da empresa. Todavia, a atividade pode coincidir com aquela que a empresa permanentemente desenvolva, não necessitando, obrigatoriamente, ser diversa. Nesse caso, basta que haja uma razão momentânea, transitória, que justifique a necessidade de o empregador ter maior número de empregados. Um exemplo de contratação por prazo determinado para a realização de atividade laboral transitória diversa da atividade permanente da empresa seria a contratação de um professor de Espanhol para ministrar aulas durante dois ou três meses, visando a transmitir noções básicas da língua aos empregados de uma agência de turismo especializada em viagens para paísesda América Latina. Exemplo de contratação por prazo determinado para a realização de atividade laboral transitória coincidente com a atividade permanente da empresa ocorreria no caso de uma fábrica de peças que tivesse produção normal de 100.000 unidades e, num dado momento, excepcionalmente, recebesse um grande pedido que fugisse à sua rotina e à sua capacidade normal de produção. Essa empresa poderia contratar empregados por prazo determinado para atender a essa necessidade transitória. 11.6 Atividade Empresarial de caráter transitório Outra hipótese para a contratação a prazo determinado é a própria atividade normal da empresa ter caráter transitório. Portanto, aqui, a transitoriedade será da própria empresa, cuja existência limitar-se-á no tempo, pelos próprios fins a que se destina. Não se trata, nesse caso, de transitoriedade relativa ao empregado ou ao serviço. São exemplos: uma empresa constituída somente para a venda de chocolate na Páscoa de um determinado ano; ou para a venda de fogos juninos, desconstituindo-se após o mês de junho. 11.7 Contrato de Experiência A última hipótese prevista pela CLT para a contratação a prazo determinado é o contrato de experiência, que é aquele destinado a permitir que o empregador, durante o prazo máximo de 90 (noventa) dias, verifique as aptidões do empregado e decida sobre a conveniência de contratá-lo por prazo indeterminado. Portanto, o contrato de experiência é espécie de contrato a prazo determinado, com o que todas as regras aplicáveis aos demais contratos a prazo certo valem também para o período de experiência, vale dizer, mesmo durante o período de experiência o trabalhador é empregado da empresa. 12. Suspensão e interrupção do contrato de trabalho – art. 471 a 476 CLT Ocorre a suspensão do contrato de trabalho quando o empregado fica afastado, não recebendo salário, e sem que seja contado o período de afastamento como tempo de serviço. São hipóteses de suspensão os afastamentos decorrentes de doença a partir do 16º dia até a alta médica, a suspensão disciplinar, as faltas injustificadas, etc. Ocorre a interrupção do contrato de trabalho naquela hipótese em que o empregado, embora sem prestar serviços, deva ser remunerado normalmente, contando-se também seu tempo de serviço como se este houvesse sido efetivamente prestado. São DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 18 hipóteses de interrupção as férias, a licença por motivo de doença nos primeiros 15 dias, a licença à gestante, as faltas justificadas, etc. A distinção entre os institutos é simples: há suspensão quando a empresa não está obrigada a pagar salários e contar o tempo de serviço; há interrupção quando existe o dever legal de remunerar o afastamento do trabalhador e continua, normalmente a correr o seu tempo de serviço. Em ambas o contrato de trabalho continua vigente, mas as obrigações principais das partes não são exigíveis (suspensão) ou o são apenas parcialmente (interrupção). Na primeira não há trabalho nem remuneração, na segunda não há trabalho, mas o empregado continua a receber os salários. Nas duas figuras, no entanto, o empregado terá direito, por ocasião de seu retorno ao cargo, a todas as vantagens que, durante sua ausência, tenham sido atribuídas à categoria a que pertencia na empresa (CLT, art. 471). 12.1 Hipóteses de Suspensão e Interrupção do contrato de trabalho 12.1.2 Auxilio Doença O auxilio doença é concedido aos beneficiários que possuem doenças diversas a relação de trabalho, ou seja, são doenças que não estão relacionadas ao trabalho. Os primeiros 15 (quinze) dias do afastamento do trabalhador em função de doença configuram hipótese de interrupção do contrato de trabalho, pois os salários são pagos pela empresa, computando-se normalmente o tempo de serviço. A partir do 16º dia, ocorre suspensão do contrato, cessando o pagamento de salário pelo empregador, substituído pela concessão do auxílio-doença pelo INSS, até a alta médica. Esse período coberto pelo auxílio-doença não é contado no tempo de serviço e, para efeito de férias, só o será se não ultrapassar 6 meses. Sendo superior a 6 meses, o empregado perde o direito a férias em relação ao período aquisitivo em curso. SUSPENSÃO INTERRUPÇÃO Auxilio doença após 15 dias; Férias; Aposentadoria provisória por invalidez; Aviso prévio não trabalhado; Aborto criminoso; Licença maternidade; Greve legal/legitima (art. 7º da Lei 7.783/89); Auxilio doença – primeiros 15 dias; Cargo eletivo – Súmula 269 TST; Repouso remunerado; Licença não remunerada; Falta ao serviço – Art. 473 da CLT; Exercício de cargo público; Feriados; Mandato sindical; Casamento; - Licença paternidade; - Falecimento do cônjuge; - Doação de sangue; - Jurado; - Comparecimento a juízo; - Alistamento eleitoral; - Vestibular; DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 19 No transcurso da doença do empregado, o contrato de trabalho não pode ser rescindido, pois o trabalhador é considerado em licença não remunerada durante o prazo desse benefício. 12.1.3 Acidente de Trabalho O auxilio acidentário é concedido aos beneficiários que sofreram doenças ou acidentes relacionados ao trabalho. Os primeiros 15 (quinze) dias do afastamento em decorrência de acidente de trabalho são remunerados pela empresa, contando-se normalmente o tempo de serviço, configurando caso de interrupção do contrato de trabalho. A partir do 16º dia, o auxílio-doença acidentário é pago pelo INSS (torna-se caso de suspensão), e para a empresa cessa o dever de pagamento de salário. Esse tempo é contado como de serviço efetivo, e os depósitos do FGTS devem ser mantidos. Se o tempo de afastamento não for superior a 6 meses, será contado também para efeito de aquisição das férias. Não o será no caso de duração maior que 6 meses. 12.1.4 Serviço Militar O afastamento para a prestação do serviço militar obrigatório desobriga o empregador do pagamento de salários e, em conseqüência, dos recolhimentos previdenciários. É caso de suspensão do contrato de trabalho, muito embora o tempo de afastamento seja contado como tempo de serviço. Durante o afastamento os depósitos do FGTS devem ser mantidos, e o período aquisitivo de férias é suspenso, voltando a ser contado, com o aproveitamento do tempo anterior ao afastamento, após o retorno do empregado, desde que este ocorra em até 90 dias da data da respectiva baixa (CLT, art. 132). Ex: se o empregado afastou-se para cumprir o serviço militar imediatamente depois de completado o quinto mês de um período aquisitivo, ao retornar (contanto que o faça dentro de 90 dias de sua baixa) necessitará trabalhar apenas mais sete meses para adquirir direito às férias, pois será aproveitado os cinco meses computados antes de seu afastamento. Para que o empregado tenha direito a voltar ao cargo do qual se afastou em virtude do serviço militar obrigatório, deverá notificar o empregador dessa intenção, dentro de no máximo 30 dias após a respectiva baixa (CLT, art. 472,§1º). 12.1.5 Férias As férias são o exemplo típico de interrupção do contrato de trabalho, sendo mantido o salário, a contagem do tempo de serviço para todos os fins e os depósitos do FGTS e recolhimentos previdenciários. 12.1.6 Licença Maternidade Constitui caso de interrupção do contrato de trabalho, sendo mantida a contagem do tempo de serviço para todos os fins e os depósitos do FGTS, além de fazer a gestante jus ao salário-maternidade. Esse beneficio é pago pelo empregador, exceto nos casos das domesticas, e são ressarcidas pela PrevidênciaSocial. O inicio do beneficio será fixado na data do atestado médico, a partir do 8º mês de gestação ou 28 dias antes do parto, ou na data do nascimento da criança. Terá direito também ao beneficio os trabalhadores do sexo masculino, divido à adoção ou guarda ocorridas a partir de entrada em vigor da Lei nº 12.873/2013 em 25 de outubro de 2013. DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 20 12.1.7 Aborto Se o aborto não é criminoso, a empregada tem direito a duas semanas de descanso, tratando-se de caso de interrupção do contrato de trabalho, pois é contado o tempo de serviço para todos os efeitos e haverá pagamento do salário referente aos dias parados. Se o aborto for criminoso, a hipótese será de suspensão do contrato de trabalho. 12.1.8 Licença Paternidade A licença paternidade constitui caso de interrupção do contrato de trabalho, sendo assegurado ao trabalhador a contagem do tempo e a remuneração do período de afastamento. A licença paternidade é prevista na Constituição Federal em seu art. 7º, XIX e concede ao trabalhador o período de 5 (cinco) dias. 12.1.9 Representação Sindical Se o empregado eleito para desempenhar mandato sindical continua normalmente a prestar serviços ao empregado, o que é comum, não há que se falar em interrupção ou suspensão do contrato de trabalho, pois não ocorre descontinuidade na prestação de serviços. Todavia, caso seja convencionado com a empresa o efetivo afastamento do empregado, para que ele melhor possa desempenhar sua missão sindical, haverá suspensão do contrato de trabalho. 12.1.10 Faltas justificadas (ou abonadas) As faltas ao serviço nas situações previstas em lei, norma coletiva, regulamento da empresa ou no próprio contrato individual de trabalho serão consideradas justificadas, não havendo nenhum prejuízo ao trabalhador. Portanto, nesses casos, temos hipóteses de interrupção do contrato de trabalho. Segundo a CLT, são justificadas as seguintes faltas (art. 473): - por até dois dias consecutivos, em razão de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou dependente econômico declarado em CTPS - a chamada licença “nojo”; - por até três dias consecutivos, em virtude de casamento - a chamada licença “gala”; - por cinco dias, em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira semana (licença paternidade, prevista no ADCT, art. 10, § 1º); - por um dia, a cada 12 meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada; - por até dois dias, consecutivos ou não, para alistar-se como eleitor; - no período necessário para alistamento militar; - nos dias em que o empregado estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior; - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo; - nos dias em que o trabalhador participar das reuniões do Conselho Nacional da Previdência Social e do Conselho Curador do FGTS. DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 21 Também se considera justificada a falta do empregado por motivo de doença, comprovada com atestado médico da empresa, ou do INSS. Finalmente, cabe lembrar que a convenção coletiva, o regulamento da empresa, e até mesmo o contrato individual de trabalho podem estabelecer outras hipóteses de faltas justificadas. É comum, por exemplo, abonação de falta do estudante no dia de prova na faculdade, no dia do aniversário do trabalhador, etc. As faltas não justificadas serão descontadas pelo empregador, constituindo hipótese de suspensão do contrato de trabalho. 12.1.11 Aposentadoria por invalidez O empregado aposentado por invalidez terá suspenso seu contrato de trabalho durante o prazo fixado pela legislação previdenciária para efetivação (confirmação) do benefício (CLT, art. 475). A lei previdenciária considera que a aposentadoria por invalidez torna-se efetiva após cinco anos da data do início da aposentadoria ou do auxílio doença que a antecedeu. Durante esse período, portanto, permanece suspenso o contrato de trabalho. Findo o prazo de cinco anos, o empregado será submetido à avaliação por médico do INSS, podendo resultar uma das três situações seguintes: - caso a aposentadoria por invalidez seja confirmada pelo INSS, torna-se definitivo o benefício, fazendo cessar o contrato de trabalho; - caso o médico do INSS considere recuperada a capacidade de trabalho do empregado, a aposentadoria é cancelada. O trabalhador tem direito de retornar à função que anteriormente ocupava, sendo, entretanto, facultado ao empregador rescindir o contrato de trabalho, mediante o pagamento da indenização correspondente; - caso o INSS considere ainda existentes razoáveis possibilidades de ocorrer uma futura recuperação do empregado, manterá como provisória a aposentadoria e o contrato de trabalho permanecerá suspenso. - Caso a aposentadoria seja confirmada na avaliação e venha a ser cancelada em momento posterior, ou seja, após os cinco anos, ainda assim o trabalhador terá direito de retornar ao trabalho. É o que diz o Enunciado nº 160 do TST: “Cancelada a aposentadoria por invalidez, mesmo após cinco anos, o trabalhador terá direito de retornar ao emprego, facultado, porém, ao empregador indenizá-lo na forma da lei”. 12.1.12 Aviso Prévio Durante o aviso prévio, o empregado tem direito a uma redução em sua jornada de trabalho, ou a ausentar-se, a fim de que possa procurar novo emprego (duas horas por dia, ou sete dias corridos, no caso do trabalhador urbano; um dia por semana, no caso do trabalhador rural). Esse período de redução ou ausência configura interrupção do contrato de trabalho, pois será remunerado e contado para tempo de serviço. 13. TRABALHO DOMÉSTICO O empregado doméstico não é regido pela CLT, mas sim por lei especial (Lei nº 5.859/73, regulamentada pelo Decreto nº 73.626/74. DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 22 13.1 Empregado Doméstico É “aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial desta”. São exemplos de trabalhadores domésticos: o mordomo, a cozinheira, a copeira, a governanta, o jardineiro, o motorista particular, etc. Embora a definição se refira à prestação de serviço “no âmbito residencial” da família, o serviço pode ser prestado fora da residência, como acontece no caso do motorista da família. Ademais, o fato de a lei referir-se à “família”, não descaracteriza os núcleos de pessoas sem parentesco como âmbito residencial, sendo também considerados domésticos aqueles que ali prestam seus serviços de forma continua. Importante mesmo é a referência a serviços de finalidade não lucrativa, para excluir do conceito de doméstico todo trabalho que, embora realizado no âmbito residencial, não seja destinado ao desenvolvimento da vida no lar, mas a uma atividade econômica. Ex: empregada que trabalha em casa que aluga quartos para estudantes, não é doméstica por ser atividade econômica lucrativa do proprietário. Os empregados de condomínio, desde que a serviço da administração do edifício e não de cada condômino em particular, tais como porteiros, zeladores, faxineiros, serventes, etc., não são domésticos, mas empregados regidos pela CLT. 13.2 Direitos do Empregado Doméstico A lei nº 5859/73, outorgava ao empregado doméstico o direito à: anotação da CTPS, previdência social, e, as férias anuais. As férias do empregado doméstico são de 20 (vinte) dias úteis para cada período contínuo de 12 meses de trabalho prestado à mesma pessoa ou família. Como se vê a duração das férias do domésticoé diferente da duração da dos empregados em geral, que é de 30 dias corridos. A Constituição Federal de 1988 ampliou os direitos atribuídos pela Lei nº 5859/73 ao empregado doméstico, concedendo-lhe os seguintes direitos (CF, art. 7º, parágrafo único): Salário mínimo nacionalmente unificado; Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; Décimo terceiro salário, com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; Férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais que o salário normal; Licença paternidade; Aviso prévio; Aposentadoria; Licença à gestante com duração de 120 dias; Integração à previdência social. 13.3 Extensão do FGTS e do Seguro Desemprego ao Doméstico DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 23 A partir do ano de 2000, a legislação tornou possível a inclusão do empregado doméstico no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, mediante requerimento do empregador, bem como reconheceu o seu direito à percepção do seguro desemprego no caso de dispensa sem justa causa (Lei nº 10.208, de 23 de março de 2001). Dispõe o Decreto nº 3361, de 2000: “O empregado doméstico poderá ser incluído no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, mediante requerimento do empregador, a partir da competência março do ano 2000” (art. 1º). Anote-se que o empregador doméstico não está obrigado à imediata inclusão do empregado doméstico no FGTS. A partir de março de 2000, passou apenas a ser admissível, possibilitada, essa vantagem. Como decorrência, o doméstico não tem direito subjetivo ao novo benefício, o qual ficará dependente do requerimento do empregador. No entanto, a inclusão do empregado doméstico no FGTS é irretratável com relação ao respectivo vínculo contratual e sujeita o empregador às obrigações e penalidades previstas na legislação do FGTS. O requerimento de inclusão consistirá na apresentação da guia de recolhimento do FGTS, devidamente preenchida e assinada pelo empregador, na Caixa Econômica Federal ou na rede arrecadadora a ela conveniada. Efetivado o primeiro depósito na conta vinculada, o empregado doméstico será automaticamente incluído no FGTS (Decreto nº. 3361/2000, art.1º, §§ 1º e 2º). O Seguro-desemprego será concedido ao trabalhador, vinculado ao FGTS, que tiver trabalhado como doméstico por um período mínimo de quinze meses nos últimos vinte e quatro meses, contados da data de sua dispensa sem justa causa (Decreto nº 3361/2000, art. 3º). O valor do benefício do seguro-desemprego do empregado doméstico corresponderá a um salário mínimo e será concedido por um período máximo de três meses, de forma contínua ou alternada, a cada período aquisitivo de dezesseis meses. Como se vê, o benefício só poderá ser requerido novamente a cada período de dezesseis meses decorridos da dispensa que originou o benefício anterior (art. 5º). O requerimento deverá ser efetivado de 7 a 90 dias contados da data da dispensa. 14. CONDIÇÕES ESPECIAIS DE TRABALHO Algumas categorias de trabalhadores possuem um regime diferenciado de trabalho, essas condições estão relacionadas a carga horário de trabalho, adicionais salariais e redução do período total de trabalho. Normalmente os trabalhadores comuns possuem um tempo total de idade e contribuição previdenciária para poder gozar do direito à aposentadoria (por idade ou tempo de contribuição), que funciona da seguinte forma: Aposentadoria por idade: - mulher a partir dos 60 anos de idade; - homem a partir dos 65 anos de idade; Aposentadoria por tempo de contribuição: - mulher com 30 anos de contribuição; - homem com 35 anos de contribuição; No final de 2013 entrou em vigor a Lei Complementar nº 142/2013 que regulamentou a aposentadoria para pessoas com deficiência, ou seja, a lei beneficia os trabalhadores com algum tipo de deficiência. Essa lei alterou a idade mínima para a aposentadoria por idade dessa classe de trabalhadores da seguinte forma: DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 24 Aposentadoria por idade: - mulher a partir dos 55 anos de idade; - homem a partir dos 60 anos de idade; Com base nas informações acima, os trabalhadores comuns seguem a referida regra para a concessão de aposentadoria de acordo com trabalho que não possui condições especiais. Para as classes de trabalhadores especiais há uma diferença. Principalmente com relação à remuneração mensal. Essa classificação de condições especiais de trabalho são aquelas onde estão presentes os agentes nocivos à saúde e integridade física do trabalhador no exercício de suas funções. Na remuneração há o acréscimo do adicional de insalubridade e periculosidade. Com relação à concessão da aposentadoria, ela será especial e o tempo de contribuição será medido de acordo com grau de exposição aos agentes nocivos, podendo variar de no mínimo 15 anos podendo variar entre 20 e 25 anos. - 25 anos para todas as condições especiais; - 20 anos para os trabalhadores em minas de superfície; - 15 anos para os trabalhadores em minas subterrâneas; Para a concessão de tal beneficio, a empresa é obrigada a fornecer um formulário denominado Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), que deve ser preenchido pela empresa, com base em Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT), expedido por medico do trabalho ou engenheiro de segurança de Trabalho. Entre as profissões que já possuem a previsão legal para esse tipo de beneficio são: professor, metalúrgico, motorista, eletricistas, frentistas, funcionários da área da saúde com agentes infecto contagioso. Os demais profissionais conseguem o beneficio através do reconhecimento da justiça. 15. DIREITO DO CONSUMIDOR O direito do consumidor surgiu no momento em que se verificou desigualdade na relação entre consumidor e o fornecedor. O direito do consumidor visa principalmente a segurança jurídica dos contratos por adesão, onde é regida as mesmas cláusulas e regras contratuais para todas as pessoas que o contratam. O direito do consumidor visa a proteção entre produtos e serviços prestados. No Brasil, o Código de Defesa do Consumidor estabelece normas de proteção e defesa do consumidor. São direitos básicos do consumidor estabelecidos pelo artigo 6º da Lei 8.078/90: “I – a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por praticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; II – a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações; III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, característica, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 25 IV – a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra praticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços; V- a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; VII – o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados; VIII– a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; IX – (vetado); X – a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral”. 15.1 Responsabilidade Civil A responsabilidade civil do fornecedor do produto ou do serviço previsto no artigo 12 e 18 do Código de Defesa do Consumidor, essa responsabilidade independe da culpa do fornecedor. Com relação ao profissional liberal, a responsabilidade deverá ser comprovada inicialmente. Somente após comprovada a negligencia, imprudência ou a imperícia do serviço prestado ou do produto fornecido, será comprovada a culpa. Há também o vicio do produto ou serviço. É aquele que compromete a qualidade ou a quantidade do produto ou do serviço que os tornem impróprios ou inadequados para o consumo a que se destinam e também lhes diminuam o valor. Alguns vícios podem ser aparentes, ou seja, aqueles que são aparentes no uso ou consumo do produto ou serviço, ou podem ser ocultos, que são aqueles que não são aparentes ao primeiro momento, ou seja, são aqueles que aparecem após um determinado tempo após o uso. O Código de Defesa do Consumidor dispõe em seu art. 18, § 1º que o fornecedor tem o direito de tentar sanar o problema no prazo de 30 dias, ou outro entre 7 a 180 dias se acordado com o consumidor, caso contrario o consumidor escolherá uma das alternativas do mesmo artigo para solucionar o vício. 15.2 Punição aos Fornecedores O código de defesa do consumidor ainda prevê a punição administrativa aos fornecedores que não obedecerem a legislação. Essa punição é chamada de sanção administrativa e podem ser aplicadas por meio de multas, apreensão do produto, cassação do registro do produto em órgão competente, suspensão temporária do fornecimento ou do serviço, suspensão temporária das atividades, cassação da licença do estabelecimento, interdição total ou parcial do estabelecimento, intervenção administrativa, imposição da contrapropaganda e indenização ao consumidor. E dependendo da gravidade do caso, o código de defesa do consumidor ainda prevê a prisão para o fornecedor do produto ou serviço. DIREITO E LEGISLAÇÃO/3º ANO – ADM/CONT/LOG - 2016 26 16. Referências Bibliográficas Código Civil Brasileiro – Lei 10.406/2002 Código de Defesa do Consumidor – Lei 8.078/90 Constituição Federal 1988 Consolidação das Leis do Trabalho – Decreto Lei 5.452/43 Código Tributário Nacional – Lei 5.172/66
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