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Aula 1 Competência

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UNIVERSIDADE DE CRUZ ALTA 
 CURSO DE DIREITO 
 DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 
 PROFESSORA: Alexsandra Gato Rodrigues 
 
Aula 1 
 
COMPETÊNCIA 
 
A competência refere-se ao fracionamento da jurisdição, com a determinação da divisão do 
trabalho delegado a cada órgão do Poder Judiciário encarregado de solucionar os conflitos de interesses 
instalados ou em vias de sê-lo. A competência é indeclinável, com expressa previsão no Texto 
Constitucional (a partir do seu art. 92), nas Constituições Estaduais e nos Códigos de Organização 
Judiciária vigentes em todos os Estados da Federação. 
De início, o autor deve verificar a hipótese de a ação ser julgada por autoridade judiciária 
brasileira, aplicando à espécie os arts. (21 e 22) e 23 do NCPC. Na primeira situação, estamos diante da 
denominada competência concorrente, ou seja, a ação pode ser proposta em nosso território ou perante 
autoridade judiciária estrangeira quando: 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III - a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil. 
Na segunda situação, encontramo-nos diante da denominada competência exclusiva, cabendo 
apenas à autoridade judiciária brasileira julgar as demandas que se refiram a bens imóveis situados no 
Brasil, ou:NCPC art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - 
conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de sucessão hereditária, 
proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, 
ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território 
nacional; III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens 
situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do 
território nacional. 
Lembramos que o fato de a ação ter sido ajuizada perante autoridade judiciária estrangeira, ainda 
que idêntica à ação proposta perante autoridade brasileira (idêntica, pela circunstância de se assentar nos 
mesmos elementos, ou seja, partes, causa de pedir e pedido), não induz litispendência, só tendo a sentença 
estrangeira valia em nosso território no instante em que for homologada pelo Superior Tribunal de Justiça 
(ver alínea i do inciso I do art. 105 da CF, inserido em nosso ordenamento jurídico por força da 
promulgação da Emenda Constitucional 45/2004), sendo depois executada perante a Justiça Federal. 
Não há litispendência na espécie nem faz coisa julgada a sentença estrangeira que não tenha sido 
homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. Em qualquer dos casos, "À justiça brasileira é indiferente 
que se tenha ajuizado ação em país estrangeiro, que seja idêntica a outra que aqui tramite. O juiz 
brasileiro deve ignorá-la e permitir o regular prosseguimento da ação". 
Internamente, duas espécies se originam do gênero Justiça,assim dispostas: Justiça Especializada, 
tripartida em Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral e Justiça Militar; e Justiça Comum, bipartida em 
Justiça Federal, com competência definida nos arts. 108 e 109 da CF, e em Justiça Estadual, com 
competência residual, recebendo os processos que não se enquadraram nas demais hipóteses de 
competência. 
Debruçando-nos na análise da competência da Justiça Federal, verificamos que é determinada em 
razão da pessoa que toma assento no processo (competência ratione personae), ou seja, a ação deve ser 
distribuída perante a Justiça Federal quando se vislumbrar a presença da União no feito, de empresa 
pública federal ou de autarquia federal, na condição de autora, ré, assistente ou oponente. As fundações 
públicas federais, embora se qualifiquem como pessoas jurídicas de direito privado (inciso III do art. 44 
do CC), são equiparadas às empresas públicas federais, devendo a ação que as envolver ser proposta 
perante a Justiça Federal². Raciocínio semelhante não se aplica às sociedades de economia mista, como o 
Banco do Brasil, por exemplo, cujas demandas são processadas e julgadas no âmbito da Justiça Comum 
Estadual, sendo desinfluente o fato de a pessoa jurídica ser integrada por capital federal. A intervenção da 
União, de empresa pública ou de autarquia no feito importa no deslocamento da competência, com a 
correspondente remessa do processo à Justiça Federal, desde que seja demonstrado "legítimo interesse 
jurídico no deslinde da demanda", segundo previsto na Súmula 61 do TFR. 
Noutro dizer, pode ser que a ação envolva apenas particulares, no momento da distribuição da 
petição inicial (pessoas físicas e/ou jurídicas de direito privado), sendo, por esta razão, encaminhada para 
a Justiça Comum Estadual. No curso do processo, por conta da intervenção da União Federal (ou de 
qualquer outra pessoa alinhada no inciso I do art. 109 da CF), que demonstra ter interesse no feito, o 
processo deve ser encaminhado à Justiça Federal, por evidenciar hipótese de competência absoluta, 
inderrogável pela vontade das partes (art. 62 do NCPC). 
Não sendo caso de competência da Justiça Federal, por não se contemplar a presença da União, de 
empresa pública federal ou de autarquia no processo, a competência da Justiça Comum Estadual é fixada 
de forma residual. 
Contudo, última etapa deve ser percorrida para a fixação da competência, pelo fato de termos 
Justiça Comum Estadual em todos os Estados da Federação, devendo ser definida qual delas mostra-se 
indicada para o julgamento do caso concreto. Nesse particular, é necessário determinar a natureza jurídica 
da ação a ser proposta, definindo se é de direito real ou de direito pessoal. Sobre o tema, no que se refere 
à conceituação da ação como sendo de direito real: 
 
Se ação é de direito real (sendo o domínio o exemplo clássico desse direito), na 
qual se observa uma relação entre uma pessoa e uma coisa, disputando autor e réu 
a propriedade de bem imóvel, o foro onde o imóvel encontra-se localizado. 
Atende-se apenas para o fato de que o determinante da natureza jurídica da ação, 
se de direito pessoal ou de direito real, não é a existência de imóvel no litígio, e 
sim a disputa sobre a propriedade do bem’’. 
 
 Assim, ação será de direito real quando envolver bem imóvel ou direitos reais sobre determinado 
bem da mesma natureza, com a disputa, no primeiro caso, pela propriedade da coisa (ação de usucapião, 
ação reivindicatória etc.). Uma ação inquilinária, por exemplo, embora traga bem imóvel como ponto 
nodal, não retrata a disputa pela propriedade do bem, mas relações obrigacionais não adimplidas (falta de 
pagamento dos aluguéis e dos encargos da locação, p. ex.). 
Se a ação se apóia em direito real, competente é o foro da Justiça Comum Estadual no qual o bem 
se situar, sendo hipótese de competência absoluta, com clara aplicação do art. 47 do NCPC. Não se 
apoiando em direito real, envolvendo apenas discussão sobre questões obrigacionais (ação de indenização 
por perdas e danos, p. ex., o adimplemento ou não de determinada obrigação) ou sobre direito real 
relativo a bem móvel, a ação é caracterizada como de direito pessoal, devendo ser proposta perante a 
Justiça Comum Estadual na qual o réu se encontrar domiciliado, com aplicação do art. 46 do NCPC. 
Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado em qualquer deles. Se a ação envolver mais 
de um réu, com diferentes domicílios, será demandados no foro de qualquer deles, por opção do autor ( §§ 
1.ºe 4.º do art. 46 do NCPC). 
O art. 53 do NCPC prevê algumas hipóteses de foros de opção, em consideração a uma 
desqualificação do autor do processo, que é tratado pela lei como hipossuficiente. Nessas hipóteses, 
embora o foro de domicílio do réu seja em tese competente, o autor pode optar pelo afastamento da 
aplicação do art. 46 do NCPC, propondo a demanda perante o foro previsto no art. 53, que estabelece, 
como regra, o foro competente como sendo o do domicílio do promovente da ação judicial. 
O foro é de mera opção. O autor pode distribuir a demanda perante o domicílio do réu, seguindo a 
regra geral do art. 46 do NCPC, ou ingressar com o processo perante o foro privilegiado previsto no art. 
53 da mesma Codificação. 
 
MOMENTO DE FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA 
 
O Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição 
inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo 
quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. 
Como conseqüência do primeiro dos dispositivos numericamente citados, temos que, se a ação 
apóia-se em direito pessoal, considerando que o réu encontra-se domiciliado no município de São Paulo 
no momento da propositura da ação, de nada importa se vem a fixar domicílio na cidade do Rio de 
Janeiro, em instante posterior ao da formação do processo, devendo este permanecer em tramitação 
perante a Comarca de São Paulo. 
A regra é de estabilização da competência, originária do brocardo perpetuatio jurisdictionis, 
aplicando-se apenas às hipóteses de competência relativa, em razão do valor ou do território, não sendo 
extensiva às hipóteses de competência absoluta, estabelecidas em função da matéria ou da hierarquia. 
Nessa linha de raciocínio, se determinada ação apresenta o autor como pessoa física (ou jurídica, 
desde que de direito privado), dirigindo-se contra outra pessoa física (ou jurídica, com a mesma 
característica), deve ser distribuída para uma Vara da Comarca do domicílio do réu, perante a Justiça 
Comum Estadual, na hipótese de o litígio envolver direito pessoal. 
. 
COMPETÊNCIA ABSOLUTA E COMPETÊNCIA RELATIVA – DISTINÇÕES 
 
A distinção entre competência absoluta e relativa faz-se necessária em decorrência das 
consequências que se originam de cada uma das espécies, visto que, na incompetência absoluta, quando 
reconhecida, o processo é remetido ao juízo competente (§ 2.º do art. 64 do NCPC), com a invalidação 
dos atos decisórios pretéritos (liminares, antecipações de tutela e sentença), em respeito à máxima de que 
o juiz absolutamente incompetente não pratica ato válido, ao passo que a incompetência relativa, quando 
acolhida, gera apenas a remessa do processo ao juízo competente, com a preservação dos atos processuais 
praticados pela autoridade relativamente incompetente. 
As partes podem modificar a regra competencial por meio de disposição contratual (foro de 
eleição), elegendo em contrato o foro competente para dirimir conflitos de interesses originados do não 
cumprimento ou da divergência na interpretação de cláusulas contratuais (art. 63 do NCPC), desde que se 
encontrem diante de competência relativa. Igual regra não se estende à situação que envolve a 
competência absoluta, que, repita-se, é inderrogável pela vontade das partes. 
De forma sistemática, listamos as principais características de cada espécie: 
 
Incompetência relativa: (valor ou território art. 63 NCPC) 
a) Deve ser arguida por meio de preliminar de contestação, no prazo da defesa, 
b) É matéria de mero interesse das partes (sobretudo do réu, que pretende se defender na Comarca sediada 
perto de seu domicílio, facilitando sua atuação em juízo), não sendo do interesse público. 
c) Por não ser de interesse público, não pode ser conhecida de ofício pelo magistrado, dependendo de 
provocação do réu (Súmula 33 do STJ). 
d) Caso não seja suscitada no prazo da defesa, há preclusão processual, não podendo ser arguida em 
momento seguinte. 
e) Origina-se do descumprimento de regras de competência em razão do valor ou do território, como se 
dá, por exemplo, com a hipótese de ação de direito pessoal (ação de indenização por perdas e danos, v.g.), 
que deve ser proposta perante o foro de domicílio do réu, tendo o autor ingressado com a demanda 
perante o foro do seu domicílio, o que gera a argüição da incompetência relativa por parte do promovido, 
com o apoio do art. 46 do CPC. 
 
Incompetência absoluta: (ratione materiae ou ratione personae art. 62 NPC) 
a) Deve ser argüida como preliminar da contestação . 
b) É matéria de interesse público. 
c) Pode (e deve) ser conhecida de ofício pelo magistrado. 
d) Caso não seja suscitada no prazo da defesa, não há preclusão processual, podendo ser arguida em 
momento seguinte, 
e) Origina-se do descumprimento de regras de competência em razão da matéria ou da hierarquia, como 
se dá, por exemplo, com a hipótese de ação de investigação de paternidade (que deve ter curso perante 
uma Vara de Família), tendo o autor proposto a demanda perante uma Vara Cível, justificando a postura 
do réu de suscitar a incompetência no prazo da defesa e como preliminar da contestação, requerendo a 
remessa do processo ao juízo competente, 
Qualquer que seja ela, relativa ou absoluta, será alegada na contestação, como preliminar, nos 
termos do art. 64 NCPC. Da mesma forma, qualquer alegação de incompetência pode ser feita no 
domicílio do réu, que não precisa se dirigir ao foro em que proposta a ação para tanto. 
No mais, o NCPC deixa claro que o MP, enquanto fiscal da ordem jurídica, poderá alegar 
incompetência relativa nos casos em que intervier. 
O reconhecimento de incompetência absoluta não induz à automática nulidade do ato 
proferido por juiz incompetente: preserva-se a decisão, cabendo ao novo juiz decidir o que fazer 
com essa decisão. Aposta-se na preservação da decisão, ainda que proferida por juiz incompetente. 
Ademais, o NCPC deixa claro que a decisão sobre a incompetência deve ser feita imediatamente 
pelo juiz, que não pode esperar para decidir a respeito. 
 
DA MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA 
 
O art. 54 NCPC do estabelece que a competência relativa pode modificar-se pela conexão ou pela 
continência. É relativa, de regra, a competência em razão do território e a competência do juiz para causa 
de maior valor pode prorrogar-se para causa de valor menor. 
O art. 55 NCPC dispõe que são conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido 
ou a causa de pedir. A identidade de partes não é imprescindível para a verificação da conexão. Basta que 
o bem da vida constante do pedido ou as razões da causa de pedir sejam comuns a duas ou mais 
demandas judiciais. 
O § 1o preceitua que “os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo 
se um deles já houver sido sentenciado”. Trata-se da positivação do enunciado da Súmula 235 do STJ: “a 
conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado”. A finalidade da reunião dos 
processos é impedir a ocorrência de decisões contraditórias em face de uma mesma conjuntura fático-
jurídica. 
O § 2o elenca situações específicas em que há conexão: “ execução de título extrajudicial e ação 
de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico”; e “execuções fundadas no mesmo título executivo”. 
Determina-se, pois, o julgamento da ação cognitiva como prejudicial da execução do título executivo 
extrajudicial oriundo do mesmo ato jurídico, bem como a tramitação conjunta das execuções que tenham 
por base o mesmo título executivo. O Enunciado 237 do Fórum Permanente de Processualistas Civis aduz 
que o rol do parágrafo 2º é exemplificativo. 
O § 3o comanda que“serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar 
risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem 
conexão entre eles”. A hipótese refere-se a direitos individuais homogêneos. Não se trata, portanto, de 
conexão em razão do pedido ou da causa de pedir, mas sim da determinação do julgamento conjunto de 
processos que exijam decisões uniformes em face da origem comum dos direitos individuais submetidos à 
apreciação judicial. 
De acordo com o art. 56 do NCPC, ocorre continência “entre 2 (duas) ou mais ações quando 
houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange 
o das demais”. Percebe-se que a continência exige a identidade de partes, o que não ocorre com a 
conexão. A causa de pedir também deve ser idêntica e o objeto da demanda, isto é, o bem da vida 
constante do pedido, deve abranger o da outra, para que haja continência. 
Segundo o art. 57 NCPC “quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta 
anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso 
contrário, as ações serão necessariamente reunidas”. Vê-se que nem sempre a continência importará a 
reunião dos processos para decisão conjunta. Somente quando o processo que possui o objeto menos 
amplo for ajuizado antes da demanda com objeto mais amplo e abrangente do primeiro é que deverá 
haver a reunião dos processos para julgamento conjunto. Se o processo com objeto mais amplo for 
ajuizado primeiro deverá ser proferida sentença sem resolução do mérito em relação à demanda com 
objeto menos amplo e abrangido pela primeira. 
O art. 58 NCPC comanda que “a reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo 
prevento, onde serão decididas simultaneamente”. O juízo prevento profere a decisão conjunta dos 
processos reunidos a fim de evitar soluções contraditórias. 
Conforme a previsão do art. 59 NCPC “o registro ou a distribuição da petição inicial torna 
prevento o juízo”. O juízo fica prevento pelo mero registro na hipótese de vara única. Ficará prevento pela 
distribuição da petição inicial quando houver mais de uma vara competente. 
Determina o art. 60 NCPC que “se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, 
seção ou subseção judiciária, a competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade 
do imóvel”. A novidade em relação ao código anterior é a referência expressa à seção e subseção 
judiciária da Justiça Federal. 
Preceitua o art. 61 NCPC que “a ação acessória será proposta no juízo competente para a ação 
principal”. Aqui, também, não há novidade em relação ao código anterior. 
O art. 62 NCPC afirma que “a competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da 
função é inderrogável por convenção das partes”. Assim, a competência absoluta não pode ser 
convencionada e, portanto, a eleição de foro não pode modificar a competência material, em razão da 
pessoa ou funcional por se tratar de competência absoluta. 
Finalmente, a previsão do art. 63NCPC é no sentido de que “as partes podem modificar a 
competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos 
e obrigações”, justamente porque a competência relativa pode ser modificada por convenção das partes. 
O respectivo § 1o ressalva que “a eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento 
escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico”. Logo, a eleição de foro não pode ser 
tácita nem genérica. E o § 2o apenas explicita que “o foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das 
partes”. 
Segundo a disposição do § 3o, “antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser 
reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio 
do réu”. O dispositivo refere-se à abusividade do foro de eleição e à possibilidade de sua declaração de 
ofício. Deve-se atentar para a necessidade de prévia intimação da parte autora antes que o juiz possa 
decidir de ofício pela abusividade da cláusula de eleição de foro, pois o novo código estabelece em sua 
parte geral, no art. 9º, que não será proferida “decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente 
ouvida”; e no art. 10 informa que “o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em 
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se 
trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício”. 
E o § 4o alerta que, uma vez “citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição 
de foro na contestação, sob pena de preclusão”. Desse modo, se o juiz não declarar de ofício a 
abusividade da cláusula, caberá ao demandado apresentar a alegação em contestação, sem o que se 
prorroga a competência relativa e a matéria fica preclusa, inclusive para o juiz, que não poderá, noutro 
momento, decidir a respeito.

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