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CCJ0013-WL-B-AMRP-04-Elementos Estruturais das Relações Obrigacionais-02

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DIREITO CIVIL II 
PROFA. DRA. EDNA RAQUEL HOGEMANN 
SEMANA 2 AULA 4 
 
TÍTULO – ELEMENTOS ESTRUTURAIS DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL 
A ESTRUTURA DA RELAÇÃO JURÍDICA OBRIGACIONAL 
 
CONTEÚDO DE NOSSA AULA 
 
1.3 Fontes das obrigações 
1.3.1 As fontes obrigacionais no Código Civil 
 1.3.2 Os usos e costumes jurídicos e a decisão judicial constitutiva como fonte 
obrigacionais. 
 
1.4 Classificações das obrigações. 
 1.4.1Classificação básica quanto ao objeto; 
 1.4.2 Classificação especial quanto aos elementos; 
 1.4.3 Classificação quanto à exigibilidade e conteúdo. 
 
 
Fontes das obrigações 
Chama-se fonte de uma obrigação ao fato jurídico de que emerge essa obrigação, ao 
fato jurídico constitutivo da obrigação. 
 
Fontes das obrigações 
O direito romano justinianeu agrupava as fontes das obrigações em quatro núcleos: 
contratos, quase-contratos, delitos e quase-delitos. 
Baseada no direito romano a doutrina apresenta várias outras classificações, 
acrescentando, o fato social, a declaração unilateral de vontade e a própria lei, como 
fontes de obrigações. 
 
A verdade, porém, é que nenhuma classificação satisfaz, já que nenhuma é completa 
em face da multiplicidade de obrigações que a todo o momento e em épocas diversas 
podem surgir da vida social ou da ação ou omissão de cada um. 
 
Atualmente, face à nossa lei, são fontes das obrigações: 
- Os Contratos 
- Os Negócios Jurídicos Unilaterais 
- A Gestão de Negócios 
- Enriquecimento Sem Causa 
- Responsabilidade Civil 
 
 
O Código Civil Brasileiro reconhece expressamente três fontes de obrigações: o 
contrato, o ato ilícito e as declarações unilaterais de vontade. Contudo, a doutrina as 
classifica,segundo critérios mais abrangentes: 
 - Orlando Gomes: negócios jurídicos e atos ou fatos jurídicos, situações de fato. 
 
 
Entre as várias ou inúmeras causas ou fontes das obrigações apontam-se, por 
exemplo, as seguintes: 
 
a lei, que pode ser situada como fonte direta ou indireta de todas as obrigações; 
 
 (2) o contrato, diz-se que é a convenção estabelecida entre duas ou mais pessoas 
para constituir, regular ou extinguir entre elas uma relação jurídica patrimonial; 
 
(3) o ato ilícito, que é o ato contrário ao direito, e que também produz efeito jurídico, 
pois transgride um dever jurídico imposto por lei. O efeito do ato ilícito é a obrigação 
de reparar o dano; 
 
(4) declaração unilateral de vontade, vínculo que surge com a proposta, 
independentemente da aceitação, por um ato unilateral de vontade, pressupondo a 
existência da convenção tácita de garantia; 
 
(5) o abuso de direito, que é o exercício irregular de um direito, de modo a causar 
dano injustificado a outrem; 
 
(6) o enriquecimento ilícito ou sem causa (locupletamento à custa alheia) que se 
evidencia no aumento do patrimônio de determinada pessoa, em detrimento de 
outrem, sem nenhum fundamento jurídico; 
 
(7) a obrigação da coisa, ou em função da coisa (ob ou propter rem, ou in rem), 
consideradas espécies autônomas, em um grupo intermediário entre o direito pessoal 
e o direito real; 
(8) a responsabilidade civil, que por si só, designa na linguagem jurídica atual o 
conjunto de regras que obrigam o autor de um dano causado à outro a reparar este 
prejuízo, oferecendo à vítima uma compensação que será restaurado via pagamento 
de uma indenização, em regra, em dinheiro 
 
A doutrina contemporânea não se entende quanto às fontes,apresentando-as em 
maior ou menor número e ressaltando o papel desempenhado pela lei neste contexto. 
Parte doutrina dassevera que a lei não deve ser tomada como fonte imediata das 
obrigações, pois que entre “a norma e a obrigação está sempre um acontecimento e 
se ele é o pressuposto (fatispécie, ou 
suporte fático) da norma, então este é que será fonte da obrigação correspondente”. 
 
Já Silvio Rodrigues, defende a fonte sempre imediata da lei, seguindo a outras fontes 
mediatas, quais sejam: 
a) obrigações por fonte imediata da vontade humana: provêm dos contratos e das 
manifestações unilaterais de vontade (exemplo os títulos ao portador); 
 
 
b) obrigações que tem por fonte imediata o ato ilícito: constituem-se através de uma 
ação ou omissão, dolosa ou culposa do agente, causando dano à vítima. Estas 
obrigações emanam diretamente de um comportamento humano, infringidora de um 
dever legal ou social; 
 
 
c) obrigações que tem por fonte direta e imediata a lei: neste rol encontram-se os 
deveres de estado (prestação alimentícia, guarda de filhos menores etc), bem como 
pelas condutas que a imputação pode ocorrer por responsabilidade objetiva, quer do 
particular ou da Administração Pública por risco administrativo, perante danos 
causados aos administrados (art.37, § 6o. da CF/88). 
 
Os usos e costumes jurídicos e a decisão judicial constitutiva como fonte obrigacionais 
Mesmo assim, o elenco de fontes parece não bastar para designar a sua amplitude. 
Desta forma as obrigações podem surgir, por fonte imediata, independente da vontade 
das partes, pela ocorrência de fato ilícito, ou por decorrência direta da lei. Pode 
decorrer da atividade judicial. 
Tal situação é verificada nas decisões judiciais constitutivas de direitos, onde a relação 
jurídica só gerará obrigações quando determinada através da jurisdição. 
 
 
Regra geral, as decisões judiciais declaram a preexistência de relações jurídicas 
anteriores à sua prolação, não sendo fonte imediata de obrigações, mas uma 
declaração de sua certeza (e até de sua exigibilidade nas decisões condenatórias). 
Ao contrário, a decisão constitutiva criará uma situação nova, ou seja, novas 
obrigações que não resultantes diretamente da lei, da vontade das partes e, muitas 
vezes, independente de ato ilícito. 
Assim, afirma-se que a decisão judicial constitutiva é também fonte imediata de 
obrigações, pelos critérios da interferência de um poder (Jurisdição) e da inovação 
 
Por este fato, os efeitos da decisão constitutiva não retroagem (efeito ex tunc), pois 
sempre vinculará seus efeitos para o futuro (efeito ex nunc), ao contrário 
dos provimentos declaratórios e condenatórios. 
 
 
Além das decisões judiciais e das demais fontes elencadas anteriormente, podem ser 
ventilados os usos e costumes, mas deve ser preambularmente discriminada as suas 
modalidades encontradas no Direito: 
1.Costumes "Secundum legem" (segundo a lei), quando a própria lei prevê a aplicação 
consuetudinária do Direito. 
2. Costumes "Praeter legem" (além da lei) quando a atividade consuetudinária 
intervém na falta ou omissão da lei. 
Ambas as modalidades de costumes são plenamente aplicáveis ao Direito e, por 
conseguinte, às obrigações, pois mesmo silenciando a lei, a vontade das partes e não 
ocorrendo por si só um ato ilícito, serão os usos e costumes tomados como gênese 
obrigacional. 
 
 
Contudo, existe uma outra modalidade de costume em que paira divergência quanto à 
sua aplicabilidade, os costumes "contra legem". 
 
Nesta figura, surgem três posições: 
 
A que se refere ao artigo 2º da Lei de Introdução do Direito Brasileiro exigindo, 
potestativamente, que a lei só perde o vigor quando outra a modifique ou revogue. 
 
A que denota que o costume "contra legem" é um "direito positivo da comunidade", 
conforme leciona Gaston Morin. 
 
3. A Teoria Tridimensional do Direito que condiciona o Direito à dialética entre os 
elementos jurídicos: o fato, o valor e a norma. 
Se a lei não oferece mais, ou nunca ofereceu, uma correta correlação entre a norma 
legal e o fato jurídico segundo um juízo de valor, será preferido o costume "contra 
legem" como norma jurídica consuetudinária em relação àquela. 
 
 
Através dos usos e costumes, podem as partes estabelecer um vínculo jurídico que 
não decorrem das demais fontes apontadas e comumente reconhecidas como tal.No caso do art. 558, § 2º do C C, sobre a construção de tapumes, verifica-se que a 
vontade das partes não decorrem como fonte direta, pois não poderão pactuar 
livremente se contrário aos costumes locais. A lei, não disciplina e a lacuna será 
preenchida pelo costume como fonte direta. Então, os costumes criarão um vínculo 
jurídico entre as partes produzindo o direitos e as obrigações mútuas. 
 
Classificações das obrigações. 
 
Considerações iniciais: 
As modalidades termo, encargo e condição, repetem-se nos tipos de obrigações: 
obrigações condicionais, obrigações a termo e obrigações com encargo. 
-O Novo Código Civil adotou a manutenção da classificação estabelecida por Clóvis 
Bevilácqua, sendo esta mais difundida é aquela em que se subdivide em dar, fazer 
(obrigações positivas) ou não-fazer (obrigações negativas); 
 
As Obrigações podem ser 
 
- Simples - um único ato ou uma só coisa; 
- Conjunta – mais de um ato ou mais de uma coisa; 
- Instantâneas – Exaure-se num único ato; 
- Periódicas – Cumpridas num espaço de tempo; 
- Única – Só um credor e um devedor; 
 
 
- Múltiplas ou Plúrimas – mais de um credor ou mais de um devedor; podem ser 
conjuntas ou solidárias; 
- Conjuntas - cada titular somente irá responder por sua quota-parte; 
- Solidárias - cada credor ou devedor pode ser obrigado a receber ou efetivar o 
pagamento por inteiro. 
- Divisíveis - sob o ponto de vista do objeto da prestação; 
Indivisíveis - são aquelas em que o objeto não permite uma divisão. 
 
ATENÇÃO; a solidariedade (vontade das partes) exige indivisibilidade, o que não 
significa que ocorrerá apenas com objetos indivisíveis. 
 
 
 
Quanto ao Modo de Execução: 
 
Simples: sem cláusula restritiva; 
Conjuntivas: há uma adição entre os objetos (A e B) 
Alternativas: há uma opção entre um ou outro objeto (A ou B) 
Facultativa: há uma faculdade exercida pelo devedor quando do cumprimento da 
prestação. 
 
Quanto ao objeto 
 
Obrigação de Dar� transferência de coisa ou quantia 
 �coisa certa ou incerta 
Obrigação de Fazer�prática de determinado ato 
Obrigação de Não Fazer�deixar de praticar determinado ato. 
Podem ser Positivas ou Negativas 
Simples (Singular)�um único ato exaure a obrigação 
Conjuntas�necessita a prática de mais de um ato para o cumprimento da obrigação 
(ex.: Empreitada) 
Instantâneas�exaurem-se no primeiro ato 
Periódica �determina sua repetição dentro de um espaço de termpo (ex.: locação) 
 
 
Quanto as pessoas: 
Únicas �1 credor / 1 devedor 
Múltiplas � +1 credor e ou devedor 
 �Conjuntas – devedor responde apenas por sua cota-parte 
 �Solidárias – devedor responde pela dívida integral 
 
 
Quanto a forma de cumprimento: 
Divisíveis �permite o parcelamento 
Indivisíveis �não permite o parcelamento 
 �são obrigações solidárias 
 
 
Quanto ao modo de execução: 
Simples �s/ cláusula restritiva 
Conjuntivas�o devedor deve atender a cumprimento de dois ou mais objetos 
Alternativas �existe mais de um objeto e o cumprimento de qualquer deles põe fim a 
obrigação 
Facultativas �um único objeto 
 �faculdade do devedor de substituição do objeto 
 
Quanto ao cumprimento da obrigação: 
Obrigação de Resultado� aferição se o resultado foi alcançado 
 Consequencia�presunção de culpa 
Obrigação de Meio�deve empregar técnica e diligência 
Consequencia�culpa deve ser provada 
 
 
Obrigações de garantia 
 Seguro 
Fiança / Aval 
 
Débito/dívida e responsabilidade/garantia 
No direito moderno destacam-se dois elementos: a dívida e a responsabilidade. O 
elemento dívida (Schuld) consiste no dever que incumbe ao sujeito passivo de presta 
aquilo que se compromete. O elemento responsabilidade (Haftung) é representado 
pela prerrogativa conferida ao credor ocorrendo inadimplência, de proceder à 
execução do patrimônio do devedor, para obter a satisfação de seu crédito. Da 
maneira que o devedor se obriga, seu patrimônio responde. 
Processualistas como Alfredo Buzaid fundados nesta diferença, sustentam que o 
elemento dívida (schuld) é de direito privado e o elemento responsabilidade (haftung) 
é instituto do direito processual. 
 
Gabaritos 
a) No caso em análise, qual o objeto da relação jurídica obrigacional e classifique a 
obrigação quanto a este? 
Sugestão de gabarito: O objeto da relação obrigacional é o aparelho de som e se trata 
de uma obrigação de dar. 
 
b) Identifique no caso as figuras de credor ( accipiens ) e devedor ( solvens ), 
respectivamente quanto à entrega do bem no início da relação obrigacional e quanto 
ao pagamento: 
Sugestão de gabarito: Quanto à entrega do bem: credor – supervisor e devedor – 
empresa. Quanto ao pagamento a situação se inverte. 
 
 
c) Qual a diferença entre débito/dívida e responsabilidade/garantia ? 
Sugestão de gabarito: No direito moderno destacam-se dois elementos: a dívida e a 
responsabilidade. O elemento dívida (Schuld) consiste no dever que incumbe ao 
sujeito passivo de presta aquilo que se compromete. O elemento responsabilidade 
(haftung) é representado pela prerrogativa conferida ao credor ocorrendo 
inadimplência, de proceder à execução do patrimônio do devedor, para obter a 
satisfação de seu crédito. Da maneira que o devedor se obriga, seu patrimônio 
responde. 
 
 
d) De acordo com ensinamentos doutrinários, conceitue “obrigação” no âmbito do 
Direito Civil: 
Sugestão de gabarito: A obrigação corresponde a uma relação pessoal que induz a 
responsabilidade patrimonial. Gaudemet e Polacco concebem na obrigação um 
vínculo entre dois patrimônios sob uma ótica despersonalizada do vínculo. 
A patrimonialidade constitui assim o caráter específico da obrigação. Quanto ao objeto 
da prestação, pode ele ser positivo ou negativo que constitui a coisa ou o fato devido 
pelo obrigado ao credor. 
 
 
Examine as afirmativas abaixo: 
a) obrigação é o vínculo jurídico em virtude do qual uma pessoa pode exigir de outra 
prestação economicamente apreciável; 
b) os sujeitos da relação jurídica obrigacional serão sempre pessoas físicas ou 
jurídicas; 
c) nas relações obrigacionais os sujeitos, em função da situação que ocupam, têm 
nomes específicos – credor e devedor; 
d) as obrigações que apenas podem ser realizadas por certa pessoa são chamadas 
personalíssimas; 
e) a obrigação que somente uma determinada pessoa pode cumpri-la é chamada de 
intuito personae. 
 
Assinale a resposta correta: 
(A) todas as afirmações estão erradas; 
(B) as afirmações a, b, c estão corretas; 
(C) apenas as afirmações d e e estão corretas; 
(D) todas as afirmações estão corretas; 
(E) somente a afirmação e está errada. 
 
 
 
 
 
Ficamos por aqui 
Não esqueça de ler o material didático para a próxima aula e de fazer os exercícios 
que estão na webaula. 
 
Tchau!!!

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