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CCJ0013-WL-B-AMRP-08-Modalidades das Obrigações II-02

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DIREITO CIVIL II 
PROFA. DRA. EDNA RAQUEL HOGEMANN 
SEMANA 4 AULA 8 
 
TÍTULO - MODALIDADES DE OBRIGAÇÕES II 
1. Obrigação de dar coisa incerta 
1.7 Obrigação genérica delimitada ou de existência restrita. 
 
 2. A “desmaterialização” das obrigações de dar 
2.1 O advento do Código de Defesa de Consumidor e o “comércio eletrônico”. 
 
OBRIGAÇÃO GENÉRICA DELIMITADA OU DE EXISTÊNCIA RESTRITA. 
 
Vamos tomar como exemplo um vinho raro: 
Projeto de Lei 6.960/2002 acrescenta uma segunda parte ao art. 246: “salvo se se tratar de 
dívida genérica limitada e se extinguir toda a espécie dentro do qual a prestação está 
compreendida”. No caso do vinho exemplificado, desaparecida a coisa nessa situação, poderá 
alegar o devedor perda ou deterioração. Cuida-se da hipótese de coisa fungíveis de existência 
limitada. 
 
Por isso, princípio segundo o qual nunca perece o gênero é falível. 
De fato, o gênero pode ser limitado, isto é não existir com abundância suficiente. Imagine a 
obrigação de entregar garrafas do vinho de determinada marca fabricada exclusivamente em 
comemoração ao casamento de William e Lady Kate que não mais é produzido. Ou no caso de 
se entregar certo material químico de produção controlada e que não existe em grandes 
quantidades. Nesses casos, se o gênero é limitado, a inviabilidade do atendimento da 
obrigação, em cada caso concreto, acarretará a extinção da obrigação 
 
De qualquer modo, esta será sempre uma exceção ao que dispõe o art. 244 como rega para as 
obrigações de dar coisa incerta: 
"Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao 
devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, 
nem será obrigado a prestar a melhor." 
 
A “DESMATERIALIZAÇÃO” DAS OBRIGAÇÕES DE DAR 
 
Alguns conceitos são fundamentais, e, portanto, vale a pena revê-los. Eles integram as normas 
jurídicas mais importantes, inclusive no próprio texto da Constituição: 
 
a) COISA designa tudo o que existe. Pode ser algo material ou imaterial, corpóreo ou 
incorpóreo. Registre-se que vários autores utilizam a palavra "coisa" apenas quando há 
materialidade. A Constituição de 1988 consagra o uso mais abrangente possível do vocábulo 
("ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei" ? art. 
5o, inciso II. 
 
b) BEM é a coisa material ou imaterial com valor econômico e que pode ser objeto de uma 
relação jurídica. Inúmeros autores utilizam indistintamente as palavras bens e coisas; 
c) MERCADORIA é o bem móvel destinado ao comércio. Esta acepção consolidou-se, ao longo 
do tempo, no âmbito do direito tributário; 
d) PRODUTO é o bem móvel resultante de esforço humano que lhe acrescenta ou altera 
utilidades. O termo aparece claramente com este sentido na delimitação material do imposto 
sobre importação de produtos estrangeiros, do imposto sobre exportação, para o exterior, de 
produtos nacionais ou nacionalizados e do imposto sobre produtos industrializados (art. 153, 
incisos I, II e IV da Constituição); 
 
 
e) SERVIÇO é a atividade, ou utilidade, humana fornecida no mercado. No serviço identifica-se 
a preponderância da atividade sobre o resultado. 
 
f) COMÉRCIO é a prática habitual de mediação de negócios de compra e venda com o objetivo 
de obter lucro; 
 
g) CIRCULAÇÃO, com conotação jurídica, significa a mudança de titularidade de uma 
mercadoria; 
 
h) OPERAÇÃo é o ato ou negócio jurídico apto a provocar a circulação de mercadorias. 
 
Desmaterialização de conceitos 
Existe, atualmente, um razoável consenso científico em torno da ocupação, pela informação 
(ou conhecimento) , do posto de mais importante fator de produção. 
Um dos aspectos mais relevantes da nova "Sociedade da Informação" (ou do conhecimento), 
particularmente em relação ao universo jurídico, consiste no fenômeno identificado como 
"desmaterialização de conceitos". Vejamos do que se trata. 
 
Verificamos, em linhas gerais, uma evolução (ou mutação) dos bens mais significativos dos 
formatos tangíveis para os intangíveis . Com efeito, durante séculos as atenções do legislador 
estiveram voltadas majoritariamente para disciplinar juridicamente relações sociais 
envolvendo bens, coisas ou objetos palpáveis ou tangíveis . Por conseguinte, as preocupações 
doutrinárias e as decisões judiciais ocupavam-se de realidades com tais características. 
 
 
 
Atualmente, boa parte dos bens mais relevantes nas várias relações sociais assumem o 
formato eletrônico. Nesta linha, um conceito "materializado" no passado passa por um 
processo de verdadeira "desmaterialização". Assim, surge um nítido descompasso entre as 
normas jurídicas, as considerações doutrinárias e as decisões judiciais e a realidade 
econômico-social subjacente. 
Na origem dos principais problemas mencionados aparece um conceito tradicional onde 
figura, normalmente como elemento central, um traço de materialidade. 
 
O exemplo mais importante, pelas conseqüências econômicas e sociais, reside na noção de 
mercadoria. Como antes referido, a idéia de mercadoria assimilou, ao longo do tempo, a 
marca da materialidade como elemento conceitual fundamental . Numa afirmação, segundo o 
entendimento tradicional: mercadoria deve ser entendida como o bem móvel destinado ao 
comércio. 
Ocorre que a modernidade tecnológica conseguiu suprimir a materialidade da idéia de 
mercadoria, colocando no centro das atenções a mercadoria virtual. 
 
OBRIGAÇÕES VIRTUAIS 
A Internet é um dos meios de comunicação mais complexos e completos que a evolução 
humana pôde produzir. Tornou possível a interligação de indivíduos a nível global. 
Não pode o Direito ficar alheio à realidade de que a Internet é meio hábil para a realização de 
atividades obrigacionais comerciais. Deve a ele competir a regulamentação das relações que se 
originam das facilidades proporcionadas pela rede mundial de computadores. 
 
 O que é Documento Eletrônico? 
 
Para César Viterbo Matos Santolim o documento eletrônico, para ser válido, deve atender a 
algumas peculiaridades, tendo em vista que se trata de um meio de armazenamento de 
informações considerado, de certa forma, volátil. 
Deve o documento eletrônico se caracterizar por: 
1)permitir a livre inserção de dados ou a descrição dos fatos que se quer registrar; 
2) permitir que se identifique, inequivocamente, as partes; 
3) não poder ser adulterado sem que deixe vestígios localizáveis. 
Obrigações contratuais eletrônicas. 
 
Os requisitos subjetivos de validade das relações obrigacionais, que são a existência de duas 
ou mais pessoas, a capacidade genérica, a aptidão específica para contratar, e o 
consentimento dos contratantes, são totalmente possíveis de serem atendidos nos contratos 
eletrônicos, porque, o usuário, por trás de seu computador, é uma pessoa real. 
 
No tocante aos requisitos objetivos (objeto lícito, possibilidade física ou jurídica do pedido, 
objeto determinado e valoração econômica), vê-se que também não há empecilhos à 
aceitação dos contratos eletrônicos. 
 
Requer-se uma maior reflexão apenas no que diz respeito aos requisitos formais, que se 
referem à forma pela qual o contrato deverá ser expresso. A regra geral é a da liberdade de 
forma, não existindo qualquer vedação legal à consumação de um contrato pelos meios 
eletrônicos, sendo portanto admissível caso não exija forma prevista em lei. 
 
As partes em meio eletrônico: como se preservar o sigilo e a fidedignidade? 
 
Para que as partes interessadas em produzir relações por meio eletrônico possuam a certeza 
da identidade uma da outra, mister é que seja empregada uma tecnologia que ainda se 
encontra em desenvolvimento. 
No objetivo de que a relação seja levada a produzir os efeitosdesejados pelas partes, devem 
elas estar perfeitamente indicadas, para proporcionar segurança e fidedignidade. 
Quando nos deparamos com um documento a ser enviado de A para B, resta a dúvida acerca 
do modo pelo qual cada parte envolvida na comunicação recebeu a sua chave de identificação 
na rede. Essas chaves funcionam como verdadeiras carteiras de identidade em meio 
eletrônico. 
 
 
O universo criado pela Internet é por demais volátil, sendo possível a interceptação de uma 
mensagem enviada, por pessoa estranha ao negócio jurídico em formação. 
Algumas cautelas de cunho jurídico são adotadas, com o fim de realizar uma identificação 
prévia das partes, com a utilização de presunções inerentes aos registros públicos. 
A tecnologia utilizada é a assinatura digital, um conjunto de caracteres alfanuméricos, 
resultante de complexas operações matemáticas de criptografia, efetuadas por um 
computador sobre um documento eletrônico, que recebe o nome de sistema assimétrico de 
encriptação de dados. 
 
 
A certificação digital é um método de identificação das partes em meio eletrônico que está 
sendo utilizado em inúmeros países, dentre os quais os Estados Unidos da América, a França, a 
Argentina e a Itália. Os procedimentos técnicos se encontram relacionados na norma 
internacional ISO X509, da International Standard Organization. 
Segundo esse sistema de encriptação de dados, utiliza-se um par de chaves, uma denominada 
chave privada e outra chamada chave pública, sendo uma utilizada para encriptar a mensagem 
e outra para desencriptá-la. Faz-se, pois, necessário, um sistema de certificação, que recebe o 
nome de Autoridade Certificante. 
Os Documentos Digitais como Provas. O que é Certisign? 
 
A validade e eficácia dos documentos eletrônicos como meio de prova em muito diferem das 
dos documentos comuns, visto que se apresentam revestidos de uma série de peculiaridades 
técnico-informáticas que lhe são próprias. 
Optou-se por legitimar o documento eletrônico mediante o emprego das presunções inerentes 
aos registros públicos. A validade de um documento eletrônico em si não deve ser 
questionada. Por ser o meio eletrônico extremamente volátil, faz-se necessário garantir a 
integridade e a procedência de um documento antes de lhe atribuir qualquer valor probante. 
 
 
A garantia da integridade e procedência de um documento pode ser obtida por meio do 
emprego de um par de chaves, componentes de um sistema assimétrico de encriptação de 
dados, e esse sistema é fornecido por uma autoridade certificadora. 
Em nosso país, existe apenas uma autoridade certificante, que se denomina Certisign, sediada 
no estado do Rio de Janeiro. Essa autoridade segue práticas internacionais, a fim de proceder à 
identificação daqueles interessados em adquirir um par de chaves. 
A Certisign adota um procedimento que mantém um contrato de emissão de assinaturas 
digitais registrado em um cartório de registro de títulos e documentos, garantindo portanto, 
àqueles que pretendem trocar documentos viainternet a identidade daqueles com quem 
contratarem. 
 
A Escassez de Legislação sobre o tema 
 
Quando se analisa o Direito Comparado, constatamos que diversos países já adotaram leis 
especiais, específicas, que tratam das transações eletrônicas, principalmente no que tange ao 
documento eletrônico e à assinatura digital. Encontramos exemplos de tal nos Estados Unidos, 
na Europa(Itália, Alemanha e Portugal), e na América Latina(Argentina e Uruguai). 
Em 1996, a UNCITRAL adotou Lei Modelo sobre Comércio Eletrônico, propondo as principais 
normas a serem adotadas nas legislações nacionais, visando a criar um ambiente internacional. 
 
 
No Brasil, ainda não encontramos leis específicas que tratem do documento eletrônico ou da 
assinatura digital. Escassa é, inclusive a elaboração de projetos que visem a regular o tema. 
Encontramos dois projetos : um de autoria do Deputado Jovair Arantes, e outro, bem mais 
completo e minucioso, de autoria da Ordem dos Advogados Brasil, seccional São Paulo - 
OAB/SP, que se orienta pela Lei Modelo da Unicitral e a diretiva européia. 
 
 
GABARITO DO CASO CONCRETO 
 
 João, que era milionário, deixou em seu testamento para a prima Gertrudes "um apartamento 
no Guarujá". No entanto, apesar de ter muito dinheiro e muitas propriedades, não tinha 
nenhum apartamento no Guarujá na época do seu falecimento. Os dois filhos, adultos, de 
João, queriam fazer a partilha entre eles. No entanto, o Juiz determinou que fosse comprado 
um apartamento no Guarujá para a prima Gertrudes. Os filhos então, queriam comprar uma 
kitnet bem barata para a prima Gertrudes e ficar com o resto do dinheiro. No entanto, o Juiz 
escolheu um apartamento mediano para a prima Gertrudes. 
Insatisfeitos os filhos de João procuram um advogado que os esclarece que a decisão do juiz 
está correta. Concorde ou discorde justificando sua resposta doutrinária e juridicamente. 
 
Sugestão de gabarito: O Juiz julgou corretamente e aplicou o princípio do meio termo, 
escolhendo um apartamento mediano para a prima Gertrudes. 
 Previsão legal: artigo 244, do Código Civil: “Nas coisas determinadas pelo gênero e pela 
quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; 
mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor”. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 1 
01. Na obrigação de dar coisa incerta o bem deve ser: 
(A) Necessariamente individualizado. 
(B) Indicado pelo gênero. 
(C) Totalmente indeterminado. 
(D) Indicado ao menos pelo gênero e pela quantidade. 
(E) Indicado ao menos pela qualidade. 
Gabarito : Letra D 
 
 
QUESTÃO OBJETIVA 2 
Em conformidade com o Código Civil brasileiro, com relação às obrigações de dar, é correto 
afirmar: 
(A) Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da 
tradição, a obrigação não se resolverá mas, responderá este por perdas e danos. 
 (B) Nas obrigações de dar coisa incerta determinadas pelo gênero e pela quantidade, em 
regra, a escolha pertence ao devedor. 
 (C) A obrigação de dar coisa certa, em regra, abrangerá somente os acessórios previamente 
mencionados. 
 (D) Nas obrigações de dar coisa certa, até a tradição, pertence ao credor a coisa, com os seus 
melhoramentos, bem como os frutos percebidos. 
 (E) Nas obrigações de dar coisa incerta, antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda 
ou deterioração da coisa, exceto por força maior ou caso fortuito. 
Sugestão de gabarito: B) CERTA. É o que afirma expressamente o art. 244 do CC: 
 "Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao 
devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, 
nem será obrigado a prestar a melhor." 
Ficamos por aqui 
Não esqueça de ler o material didático para a próxima aula e de fazer os exercícios que estão 
na webaula.

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