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CCJ0013-WL-B-AMRP-18-Extinção das Obrigações I-02

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DIREITO CIVIL II 
PROFA. DRA. EDNA RAQUEL HOGEMANN 
SEMANA 9 AULA 17 
 
• TÍTULO - EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES - PAGAMENTO 
 
1 - FORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO 
1 1.1 Pagamento por consignação: 
 1.1.1 Cabimento 
 1.1.2 Pressupostos 
 1.1.3. Processo 
 1.1.4. Efeitos do julgamento 
 1.1.5 Pagamento por consignação bancária 
 
CASO CONCRETO 1 
 
Dona Maria de Fatima d´Oliveira, simpática velhinha natural de Trás os Montes, 
Portugal, é a locadora de um conjunto de casas de veraneio à beira da praia, em 
Cabo Frio/RJ. 
Todo ano Rodrigo e seus amigos de escritório alugam pessoalmente uma das casas 
de Dona Maria de Fátima, para passar o carnaval. Para tal, calculam o valor total do 
aluguel previamente e enviam um depósito bancário, uma semana antes do 
carnaval no valor da metade do aluguel e a outra metade depositam duas semanas 
depois do carnaval. Tem sido assim por exatos cinco anos. 
Imaginem que por um desses acasos do destino, logo agora que resolveram alugar 
a casa por três meses, a locadora morre no sábado de carnaval e os inquilinos 
desconhecem seus herdeiros. 
Pergunta-se: 
 
a) O que os inquilinos devem fazer para pagar o aluguel devido? O que será feito 
pelo juiz? 
 
b) Imaginem que Dona Maria deixa o marido Joaquim como beneficiário do 
seguro de vida, só que a falecida tinha um esposo e um companheiro com o qual 
vivera por trinta anos, então a seguradora vai pagar a qual dos dois? 
 
CASO CONCRETO 2 
(Prova(s): CESPE - 2008 - INSS - Analista do Seguro Social – Direito) 
O regime econômico se estrutura mediante as relações obrigacionais; assim, por 
meio do direito das obrigações, se estabelece também a autonomia da vontade 
entre os particulares na esfera patrimonial. Pode-se afirmar que o direito das 
obrigações exerce grande influência na vida econômica, em razão da inegável 
constância das relações jurídicas obrigacionais no mundo contemporâneo; ele 
intervém na vida econômica, nas relações de consumo sob diversas modalidades e, 
também, na distribuição dos bens. O direito das obrigações é, pois, um ramo do 
direito civil que tem por fim contrapesar as relações entre credores e devedores. 
Consiste em um complexo de normas que regem relações jurídicas de ordem 
patrimonial e que têm por objeto prestações (dar, restituir, fazer e não fazer) 
cumpridas por um sujeito em proveito de outro. 
A partir das idéias apresentadas no texto acima, julgue como CERTO ou ERRADO 
os seguintes itens, acerca do direito das obrigações. 
 
1. O fiador que paga a dívida em seu próprio nome não se sub-roga nos direitos do 
credor. 
Origem da Consignação 
É uma forma especial ou indireta de pagamento. Tem sua origem do Direito 
Romano, surgiu como forma anormal e forçada de cumprimento da prestação, 
caso houvesse recusa do credor em receber o pagamento ofertado na forma, no 
tempo e no modo devidos, um direito do devedor de honrar sua palavra e 
satisfazer a dívida. 
Consignar vem do latim consignare, que significa tornar conhecido, pôr em 
depósito, e é empregado no sentido de depositar quantia em dinheiro. 
 O pagamento em consignação se fazia nos santuários, templos, ou em qualquer 
local indicado pelo juiz competente, os romanos usavam seus templos na 
esperança que os escrúpulos religiosos evitassem o roubo (MARIA HELENA DINIZ, 
2000). 
 
PAGAMENTO POR CONSIGNAÇÃO 
 A consignação é um dos meios pelo qual o devedor vai exercer o seu direito de 
pagar, na medida em que pagar não é só um dever, mas é um direito também. 
 
O pagamento consignação é um modo especial concedido por lei, de o devedor 
liberar-se da dívida. Pode ser requerido apenas nos casos previstos em lei, se não 
houver razão legal e o devedor depositar a prestação devida, seu depósito será 
julgado improcedente e sofrerá o depositante suas consequências. 
É meio indireto de pagamento, pois a prestação não é entregue- por motivo justo - 
ao credor, mas depositada em juízo para não sofrer as consequências da mora. 
 
Natureza jurídica 
É ao mesmo tempo um instituto de Direito Civil (CC arts. 334 a 345) e de Direito 
Processual Civil (CPC arts. 890 a 900 com redação da LEI nº 8.951/94). O elemento 
processual complementa o conteúdo substantivo, o Código Civil disciplina o poder 
liberatório da consignação, enquanto o processual rege a forma de execução da 
ação. 
Imaginem que o locador morreu e o inquilino desconhece seu herdeiro, deve então 
consignar o aluguel para evitar a mora e o despejo. Consignar onde? Em Juízo, e o 
Juiz vai procurar o sucessor do credor. 
Imaginem que alguém morre e deixa a mulher como beneficiária do seguro de 
vida, só que o falecido tinha uma esposa e uma companheira, então a seguradora 
vai pagar a qual das duas? 
 Paga em Juízo, numa conta a disposição do Juiz, o Juiz dá uma sentença à 
seguradora, que servirá de quitação, enquanto as duas mulheres seguem no 
processo disputando o dinheiro (793, 335, IV). 
É prudente a seguradora fazer isso até para não correr risco de pagar à mulher 
errada e efetuar pagamento indevido. 
CONCEITO 
Pagamento por consignação consiste no depósito judicial da coisa devida, realizada 
pelo devedor nas hipóteses do art. 335 do CC. Este artigo é taxativo (= exaustivo), 
não é exemplificativo, de modo que não há outras possibilidades de consignação. 
Prestações suscetíveis de serem consignadas 
Só existe consignação nas obrigações de dar, pois não se pode depositar um 
serviço (obrigação de fazer) ou uma omissão (obrigação de não-fazer), mas apenas 
coisas, em geral dinheiro. 
 
Quando o depósito é de pecúnia (dinheiro) coloca-se em banco oficial: Banco do 
Brasil ou Caixa Econômica Federal, em conta à disposição do Juiz. 
 
Admite-se também depósito de imóveis, gado, colheita, etc (341), e o Juiz vai ter 
que arranjar um depositário para cuidar dessas coisas até o credor aparecer (343). 
 
CC art.341 – Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no 
mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar 
recebê-la, sob pena de ser depositada. 
Se a obrigação consistir em entrega de coisa incerta e a escolha competir ao credor 
(CC art. 244), e se esse se recusar a receber a solução se encontra no seguinte 
dispositivo: 
CC art. 342 – Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele 
citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa 
que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no 
artigo antecedente. 
Assim o devedor não será obrigado a permanecer aguardando indefinidamente 
pela escolha do credor. 
 
Na ação de consignação o autor é o devedor, o credor é o réu e a quitação vem 
com a sentença. A sentença dirá se a consignação equivale ao pagamento, se o 
devedor teve razão ao consignar e se a obrigação está extinta. Excepcionalmente 
admite-se o credor como autor da ação quando mais de uma pessoa se diz credor, 
então qualquer deles pede ao devedor que consigne o pagamento, enquanto os 
credores discutem em Juízo (art.345). 
Ônus da prova: quem deve provar que houve pagamento? 
Se a obrigação é positiva, ou seja, de dar e de fazer, o ônus da prova é do devedor, 
assim se você é devedor, guarde bem seu recibo. Se a obrigação é negativa o ônus 
da prova é do credor, cabe ao credor provar que o devedor descumpriu o dever de 
abstenção, pois não é razoável exigir que o devedor prove que se omitiu, e mais 
fácil exigir que o credor prove que o devedor deixou de se omitir, fazendo o que 
não podia, descumprindo aquela obrigação negativa. 
 
Em algumas consignações o credor está certo de não querer receber pois o 
devedor quer pagar menos do que deve, e vocês sabem que o credor não está 
obrigado a receber por partes. 
Então o devedor consignacom base no inc. I do 335, alegando que o credor se 
recusa a receber, mas existe uma “justa causa” para isso no 314. 
 
Isso acontece na prática quando o devedor usa o cheque especial, atrasa o cartão 
de crédito, etc. e depois quer pagar sem incluir os juros contratados. Ora, quando o 
devedor precisou de crédito o banco emprestou, então na hora de pagar é preciso 
cumprir o contrato, concordam? 
 
No Código de Processo existe uma consignação extra-judicial, para dívidas em 
dinheiro, que podem ser feitas diretamente no banco, sem precisar de advogado 
ou Juiz. 
Levantamento do depósito pelo depositante 
A) antes de qualquer manifestação judicial pelo credor: 
 
CC art. 338 – Enquanto o credor não declarar que aceita o depositado, ou não o 
impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas 
despesas, e subsistindo a obrigação para todas as conseqüências de direito. 
 
O legislador permite ao devedor levantar a prestação consignada enquanto o 
credor não se manifestar sobre o depósito. Lembrando que se optar o devedor por 
tal levantamento, volta à posição anterior á consignação, pois a obrigação não se 
extingue dessa forma. 
 
B )após a aceitação ou a impugnação judicial do depósito pelo credor: 
 
 
CC art. 340 – O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, 
aquiescer no levantamento, perderá a preferência e a garantia que lhe competiam 
com respeito à coisa consignada, ficando para logo desobrigados os co- devedores 
e fiadores que não tenham anuído. 
Carlos Roberto Gonçalves explica que se o credor recusar depósito, o 
levantamento não poderá mais ocorrer sem a sua anuência. Se, no entanto vier a 
concordar com a sua efetivação, concede ele novo crédito ao devedor, em 
substituição ao anterior. Em consequência, ficam desobrigados os codevedores e 
fiadores por não ser justo que se vejam obrigados a reassumir o risco da dívida por 
conta de uma opção do credor. 
 
C) após a sentença que julgou procedente a ação: 
 
 
CC art. 339 – Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, 
embora o credor consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores. 
 
Nesse caso só haverá levantamento com a anuência dos codevedores e fiadores, 
pois estes já se encontram exonerados da obrigação visto que esta se extinguiu 
com a procedência da ação. Se o credor consente em que se levante a prestação 
consignada, tal ato não faz com que ressuscite a dívida extinta, faz surgir uma outra 
obrigação com a qual fiadores e codevedores não tem qualquer ligação. 
Requisitos de validade da consignação 
CC art. 336 – Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister 
concorram, em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos 
sem os quais não é válido o pagamento. 
Quanto às pessoas 
Silvio Rodrigues lembra que a ação deve ser proposta contra o credor ou seu 
representante, ou seja, por quem tenha legitimidade para efetuar o pagamento. 
 
Carlos Roberto Gonçalves chama essa legitimidade de ativa e dá um exemplo 
jurisprudencial citado por Silvio Rodrigues, exemplo esse que reconhece a validade 
do depósito efetuado pelo sublocatário adquirente de farmácia montada no 
prédio, por ter interesse no prosseguimento da locação. (RT, 158/738) 
 
A legitimidade passiva será do credor ou seu representante, já que somente esses 
tem poder para exonerar o devedor. 
 
 
Quanto ao objeto e ao tempo 
Quanto ao objeto é essencial que a prestação paga seja íntegra, ou seja, consista 
na entrega da coisa avençada e na quantidade devida, p. ex., é julgada 
improcedente a ação se o devedor, descontando da prestação valores que acha 
indevidos, deposita apenas a diferença. (RT, 186/824) 
Quanto ao tempo, é essencial que a consignação se efetue no prazo devido ou 
venha acrescida de encargos da mora se em atraso. 
 
Quanto ao modo e ao lugar 
Quanto ao modo este será convencionado, p. ex. não se admite o pagamento em 
parcelas se o combinado era que fosse feito à vista. 
Quanto ao lugar do pagamento, sendo a dívida quesível o pagamento efetua-se no 
domicílio do devedor, sendo portável no do credor, podendo haver foro especial 
de contrato (CC art. 78). Assim prescreve o CC art. 337: 
- O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, 
para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado 
improcedente. 
 
Atenção 
Diz ainda Carlos Roberto Gonçalves (2010, p.298), que a consignação deve 
preencher ainda os requisitos especificados nos arts. 341 a 343 do Código Civil. 
Não poderá valer-se do depósito judicial ou extrajudicial quem pretende consignar 
contra credor incapaz ou antes do vencimento da dívida; ou oferecer objeto que 
não seja o devido; ou ainda descumprir cláusulas contratuais, tendo o credor, por 
contrato direito de recusar o pagamento antecipado. 
 
Ficamos por aqui! Tchau!!! 
Não esqueça de ler o material didático para a próxima aula e de fazer os exercícios 
que estão na webaula.

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