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CCJ0013-WL-B-AMRP-22-Extinção das Obrigações III-02

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DIREITO CIVIL II 
PROFA. DRA. EDNA RAQUEL HOGEMANN 
SEMANA 12 AULA 22 
 
TÍTULO - EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 
• CONTEÚDO DE NOSSA AULA 
EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 
 
2 - FORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO 
 
e) Transação 
CASO CONCRETO 1 
 
Se Armando agride Bernardo e quebra seu braço, vai responder penalmente por lesão 
corporal e civilmente pelos danos causados a Bernardo com tratamento médico, tempo 
que ficou sem trabalhar, danos morais se for o caso, etc. Mas, e Armando e Bernardo 
fazem uma transação civil, não impede o Promotor de continuar processando Armando 
criminalmente para receber uma pena de prisão (art. 846). 
A partir do caso acima responda: 
 A)O que vem a ser essa transação civil entre Armando e Bernardo? 
 b) Bernardo não admite abrir mão de qualquer de seus direitos quando seu advogado 
negocia a transação com Armando. Isto é possível? 
c) Numa das cláusulas do instrumento de transação Armando se compromete a 
transferir a propriedade de sua bicicleta para Bernardo. Ocorre que o verdadeiro 
proprietário da bicicleta é Ronaldo, primo de Armando, razão pela qual tal cláusula é 
nula. Diante disso, o advogado de Bernardo, que não se formou na Estácio, garante que 
basta retirar esta cláusula, pois a transação continua válida. Concorde ou discorde 
fundamentadamente. 
QUESTÃO OBJETIVA 
 
(TJSC – 2002) 
10ª Questão: Quanto ao instituto da “TRANSAÇÃO”, podemos afirmar que: 
a)Nula uma das cláusulas da transação, esta subsiste íntegra quanto às demais; 
b)A transação entre o credor e o devedor principal só desobriga o fiador deste se as 
partes assim o estipularem expressamente; 
c)A transação entre o credor e um dos devedores solidários não extingue a obrigação 
quanto aos demais devedores; 
d)Admite-se a imposição, em transação, de pena convencional; 
e)A transação a respeito de litígio decidido por sentença passada em julgado é válida e 
eficaz, ainda que um dos transatores não tivesse conhecimento da sentença; 
• TRANSAÇÃO 
• O Código Civil de 1916 elencava a transação (arts. 1.025/1.036) e o compromisso 
(arts. 1.037/1.048) entre as formas extintivas das obrigações. A Lei 9.307/94 (Lei da 
Arbitragem), por seu art. 44, revogou os arts. 1.037 a 1.048 do Código Civil de 1916, 
eis que pretendeu regular toda a matéria relativa à arbitragem. 
• O Código Civil de 2002 recuperou as duas figuras, dando-lhes, todavia, tratamento 
diverso daquele recebido pelo Código revogado. Tanto a transação quanto o 
compromisso, a teor do novo Código, são espécies contratuais, ou seja, a transação e 
o compromisso são espécies de negócio jurídico bilateral. 
• A transação é inteiramente disciplinada pelo Código Civil, ou 
seja, não apenas pelos arts. 840/850, mas também pelas 
regras gerais relativas aos contratos (arts. 421/480). Já o 
compromisso rege-se pelo Código Civil (arts. 851/853) e pela 
Lei de Arbitragem (Lei 9.307/94), que se mantém em vigor. 
• A transação possui dupla natureza jurídica: a de negócio jurídico bilateral e a de 
pagamento indireto. Corresponde a um acordo, a uma conciliação para extinguir a 
obrigação. O Juiz inclusive deve incentivar a transação entre as partes, conforme art. 
125, IV, do Código de Processo. Conforme ditado popular, “é melhor acordo ruim do 
que briga boa”. 
• Conceito: 
• Podemos afirmar que a transação é a solução contratual da lide. 
• Conceito da lei: transação é o contrato pelo qual as partes terminam ou previnem 
um litígio mediante concessões mútuas, art. 840. 
• É essencial que na transação existam concessões mútuas, ou 
seja, cada uma das partes perde e ganha um pouco. As 
concessões podem ser desproporcionais, ou seja, uma parte 
pode se quiser perder mais do que a outra, mas as 
concessões têm que ser mútuas. Se uma das partes perde 
tudo e esta parte é o credor existe remissão da dívida (vide 
item 9), mas não transação. Igualmente, se o devedor perde 
tudo existe pagamento, mas não transação. 
• É curioso que se uma das cláusulas do contrato de transação 
for nula, o contrato todo será anulado, pois a nulidade de 
uma cláusula quebra esse equilíbrio das concessões que as 
partes buscaram (848). Diz-se que a transação é por isso 
indivisível. 
• Aplicação 
A transação não se aplica a todas as obrigações, mas apenas às obrigações de caráter 
patrimonial privado (841), que são justamente estas obrigações que nós encontramos 
aqui no Direito Civil. 
• Todavia, utiliza-se transação em outras áreas, como no 
Direito de Família, quando as partes transacionam sobre 
pensão alimentícia; ou no Direito do Trabalho quando as 
partes transacionam sobre salários atrasados; ou no Direito 
Penal quando o Ministério Público transaciona com o réu, e o 
réu reconhece a culpa em troca de uma pena menor; ou no 
Direito Administrativo quando o Governo transaciona com o 
contribuinte para receber impostos. Enfim, a transação é 
típica do Direito Civil, mas pelas suas vantagens admite-se 
cada vez mais em outras áreas. 
Falando de Direito Penal, aqui podemos utilizar o CASO CONCRETO N. O1 já que a 
transação civil sobre fato que constitui crime não extingue a ação penal. 
Ex: se A agride B e quebra seu braço, vai responder penalmente por lesão corporal e 
civilmente pelos danos causados a B com tratamento médico, tempo que ficou sem 
trabalhar, danos morais se for o caso, etc. Se A e B fazem uma transação civil, não 
impede o Promotor de continuar processando A criminalmente para receber uma pena 
de prisão (846). 
Cabe esclarecer que vocês verão em responsabilidade civil a relação entre a Justiça Penal 
e a Civil (935). 
• elementos constitutivos 
• 1- Acordo entre as partes: por ser um negócio jurídico bilateral, a transação se 
constitui em um pacto firmado por sujeitos de direito, que divergem em uma relação 
obrigacional estabelecida entre si. 
• 2-Intenção de por fim a um litígio existente: como se deflui do conceito instituído 
pelo Código Civil vigente, a transação é um dos meios para resolução de relações 
negociais controvertidas estando estas em Juízo ou fora dele, ou seja, quando 
houver dúvidas acerca de um relação jurídica de caráter obrigacional entre as partes, 
sem litígio ou dúvida, não há transação. 
3-Concessões recíprocas: é necessário, parao implemento da transação, que as partes 
cedam alguns de seus direitos para a perpetrarem, pois se houver cessão de uma só das 
partes, não estaremos diante de uma transação e sim de uma doação, dação em 
pagamento ou remissão da dívida, de acordo com o caso. Mas, para que haja transação, 
não há a necessidade de que as concessões apresentadas pelas partes sejam iguais ou 
equivalentes. 
A transação não cria novo direito, declara ou reconhece os pré-existentes. Essa é a 
concepção do art.843.Depende, pois, de forma pré-definida para ter eficácia e validade, 
podendo ser produzida por escritura pública ou por termo nos autos de um processo 
judicial, no qual as partes litigam. 
A transação não cria novo direito, declara ou reconhece os pré-existentes. Essa é a 
concepção do nosso Direito Civil em seu Código contemporâneo(art.843).Depende, pois, 
de forma pré-definida para ter eficácia e validade, podendo ser produzida por escritura 
pública ou por termo nos autos de um processo judicial, no qual as partes litigam. 
• Das espécies de transação 
A transação é classificada de conformidade com o fim a que se destina: prevenir litígio 
ou terminar litígio. A primeira, como se poderá facilmente notar, firma residência em 
sede extrajudicial, pois nenhuma ação, ainda, foi proposta objetivando concretizar o 
direito. Neste caso, procura-se prevenir a lide por meio da transação. Na segunda 
espécie, o tema já foi submetido ao poder jurisdicional do Estado, onde as partes terão 
todas as possibilidades de demonstrar a existência ou não do direito. O ônus de provar eo estado de angústia das partes poderão ser evitados com a transação que terminará o 
litígio. 
Na essência, não existem diferenças entre ambas, apenas na forma 
• Da transação preventiva 
• Esta espécie de transação, também denominada extrajudicial, deve ser feita antes da 
propositura da ação. Seu objetivo é evitar litígio. As partes abdicam de certas 
posições em que supõem ter direito e decidem pela composição amigável 
(autocomposição). Faz parte do dito popular que "é preferível um mau acordo a uma 
boa demanda". 
• Da transação terminativa ou judicial 
• Esta espécie de transação, também conhecida como transação judicial, tem como 
pressuposto a existência de ação em curso. Não se exige que já tenha havido 
contestação ou que já tenha sido firmada a litiscontestatio. Também neste caso, as 
partes sopesarão as dificuldades que irão enfrentar para provar a existência ou não 
do direito perseguido e o ônus advindo de uma possível sucumbência. Também aqui 
o litígio somente poderá ser transacionado mediante concessões mútuas. Sem 
reciprocidade de concessões, poderá existir desistência, renúncia, nunca transação. 
• A vantagem da transação judicial é que ela não pode ser mais 
discutida, pois foi feita perante o Juiz, tornando-se coisa 
julgada. Já a transação preventiva, embora também segura, 
sempre pode ser questionada em Juízo, alegando uma das 
partes que foi coagida, que se enganou, etc. (849) . 
• Da forma da transação 
Quer numa ou noutra espécie, a transação se formaliza por escrito. A transação 
preventiva será, todavia, manifestada em forma solene (ad solemnitatis) se se cuidar de 
direitos que somente serão transmissíveis por escritura pública, posto que em tais casos 
não teria validade o avençado entre as partes. A transação judicial perfaz-se por termos 
nos autos assinada pelas partes; por escritura pública, nas obrigações em que a lei a 
exige; por instrumento particular, nas obrigações em que ela o admite. Em qualquer das 
três formas, é necessária a homologação do juiz 
• Do termo transação e seus similares 
Tem-se, na prática, idêntico tratamento entre transação, acordo, conciliação, 
autocomposição etc. Embora todos exijam o acordo de vontades das partes envolvidas, a 
transação tem como requisitos indispensáveis a existência de relações controvertidas e a 
reciprocidade de concessões. O acordo, a conciliação e a autocomposição, embora 
virtualmente ligados a concessões recíprocas, não perfazem, obrigatoriamente, 
mediante relações controvertidas. 
• O acordo, a conciliação, a autocomposição poderão concretizar-se em casos em que 
não existam quaisquer discussões sobre o direito pretendido, mas que fatores outros 
como a demora de uma ação, a precária saúde financeira do devedor aconselhem o 
acordo, a conciliação, a autocomposição, para que receba menos, mas se receba; 
para que receba menos agora e não o total daqui a alguns anos, quando a parte 
poderá nem mesmo existir, situação em que poderá não haver concessões 
recíprocas. 
• Pior: o direito não é convertido e o titular do direito fará concessão para não perder 
tudo. São hipóteses que descaracterizam a transação. Não se desconhece que, na 
prática, o acordo, a conciliação, a autocomposição também poderão materializar-se 
sobre a "res dubia" com reciprocidade de concessões, o que, de certa forma, os 
aproxima da transação, como se verifica de qualquer dicionário jurídico que 
menciona o acordo, a conciliação e a autocomposição como sinônimo de transação. 
• Características da transação 
a) Indivisibilidade: as cláusulas e condições da transação, sobre uma mesma questão 
litigiosa, constituem uma unidade. A nulidade de qualquer delas anula a transação 
como um todo (art. 848), salvo se disser respeito a questão litigiosa autônoma, como, 
por exemplo, a cláusula penal. 
b) Interpretação restritiva: o art. 843, 1ª parte, do Cód. Civil, determina que as cláusulas 
e condições da transação interpretam-se restritivamente, não comportando 
aplicação analógica e nem extensiva. 
c) Natureza declaratória e não constitutiva de direitos: Os arts. 840 e 843 do Cód. Civil, 
apegados à hermenêutica tradicional, não admitem que, pela transação, se 
transmitam direitos, mas apenas que se renuncie, declare ou se reconheça direitos. 
Todavia, na prática, há, sim, transmissão e constituição de 
novas obrigações, inclusive de natureza real (propriedade e posse). O próprio art. 845, 
do Código Civil, contraditoriamente, admite transferência de coisa 
(propriedade e posse) de um transigente para outro. 
d) Eficácia de Coisa Julgada Material: a sentença que a homologa apenas dá efeito 
extintivo ao processo e a transforma em título executivo judicial. A transação, por 
si só, gera os efeitos contratais quanto ao litígio, extiguindo-o. Quando lavra em 
escritura pública ou documento particular referendado pelos advogados dos 
transatores, pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública constitui título executivo 
extrajudicial (art. 585, II, do CPC). 
• Dos efeitos da transação 
• A transação como ato jurídico a exteriorizar o acordo de vontade das partes, 
somente vincula aqueles que manifestaram o propósito de se obrigar, não se 
insinuando perante terceiros. 
• Carvalho Santos afirma que a transação não produz efeitos em relação a terceiros 
que nela intervierem. São res inter alios, e ainda que se trate de coisa indivisível. 
Feita a transação com um herdeiro não obriga aos demais, ainda que verse sobre 
coisa indivisível, porque não poderia ele, por efeito de sua vontade, tolher aos 
outros as ações que lhe competem. A transação feita por um interessado não vincula 
os outros, não podendo mesmo ser oposta por estes. 
• Ficamos por aqui! 
Não esqueça de ler o material didático para a próxima aula e de fazer os exercícios que 
estão na webaula.

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