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FATO E ATO JURÍDICO - ORLANDO DE ALMEIDA SECCO.(Introdução ao Estudo do Direito) FATO JURÍDICO = "É o acontecimento ou situação de fato cuja ocorrência produzirá efeitos assegurados pelo Direito, isto é, são aqueles que estão garantidos pela norma jurídica". FATO I - Fato Jurídico em sentido JURÍDICO estrito (stricto sensu), ou fato EM SENTIDO jurídico material ou natural AMPLO ou involuntário. ( lato sensu) II - Fato Jurídico - ato jurídico a) ato-fato Humano, ou em sentido amplo, jurídico Fato jurídico voluntário (ato lícito) b)ato jurídico em sentido estrito c)negócio jurídico Fato Jurídico em sentido amplo = - acontecimento ou situação de fato - independente ou dependente da vontade - adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. Fato Jurídico em sentido estrito (material, natural ou involuntário) = É aquele fato cuja ocorrência não depende da vontade, mas que produz efeitos que a lei garante. Denomina-se fato por ser independente da vontade. Exemplo clássico é a idade. Antes de completar 16 anos são nulos todos os atos praticados; 21 anos maioridade civil; 35 candidatar-se a Presidente da República. Fato jurídico humano ou voluntário = Aquele que depende da vontade do homem. Temos neste caso não só um fato, mas sobretudo um ato. Exemplo: contrato de locação, de compra e venda. 1 - Ato Jurídicos - São as condutas voluntárias praticadas pelo homem que estão de acordo com o ordenamento jurídico. a) Ato-fato jurídico (mero ato jurídico ou ato meramente lícito) - Trata-se de ato que embora ação humana, sem que o autor do ato tenha manifestado vontade nesse sentido. Não têm por fim imediato dar origem, modificar ou extinguir direitos ou obrigações. Os efeitos são produzidos porque a lei assim o determina. Exemplo fornecido pelo autor: Indivíduo cavando um terreno para plantar descobre um tesouro. Sendo o dono do tesouro desconhecido o indivíduo adquire a propriedade, não obstante haja manifestado qualquer intenção de achar algo de valor. . Já nos atos jurídicos em sentido estrito e nos negócios jurídicos o fim imediato é dar origem, modificar ou extinguir direitos ou obrigações. Nos dois casos tenho intenção do agente, no segundo caso tenho declaração de vontade. b) ato jurídico em sentido estrito - São ações que dependem da manifestação de vontade do agente para produzirem efeito, mas não há acordo com a vontade de outrem. c) Negócio Jurídico - tenho uma ação humana, com manifestação de vontade do agente e, ainda, com um acordo com a vontade de outrem. São, portanto, atos de vontade somados a declaração expressa de vontade, estabelecendo-se acordo com a outra parte. Ex. Contratos Importante estabelecermos a distinção entre ato jurídico e negócio jurídico: No ATO JURÍDICO eu pratico o ato e a repercussão vai ser atribuída por lei. Tenho vontade na conduta e o resultado é atribuído pela lei. No negócio jurídico tenho um ato de vontade de alguém que pratica determinada conduta com o fito de alcançar algum resultado. CONDIÇÕES DE VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO I - agente capaz II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável III - forma prescrita ou não defesa em lei Os fatos jurídicos voluntários podem ser: LÍCITOS e ILÍCITOS LÍCITOS = Os praticados de acordo com a lei. ILÍCITOS = Os praticados violando os dispositivos legais. São, portanto, as condutas voluntárias com o fim de causar dolo a alguém ou sem essa finalidade, mas que por negligência acaba causando dano. O ato ilícito nunca gera direitos para autor da conduta, gera deveres. Invalidade do Negócio Jurídico: Negócio Jurídico que não produz os efeitos desejados pelas partes. Plano da Existência (Teoria da Inexistência): Ato inexistente é aquele a que falta um elemento essencial a sua formação. Pressupostos de existência segundo a doutrina: agente, objeto, forma, vontade exteriorizada. (Contrato de compra e venda celebrado pela forma verbal) Plano de Validade: Art. 104, CC.- Agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável,forma prescrita ou não defesa em lei. (Requisitos de Validade) Plano de Eficácia: É o plano onde os negócios jurídicos produzem seus efeitos. O negócio jurídico pode existir ser válido, mas não ter eficácia por não ter ocorrido, por exemplo, o implemento de uma condição. NULIDADE: O negócio é nulo quando ofende preceitos de ordem pública. Causas de Nulidade- Art. 166, CC (Obs.: os incisos I, II, IV, V estão atrelados aos requisitos de validade do art. 104, CC) e art. 167, CC (Simulação). ANULABILIDADE- Ofensa ao interesse particular. Causas de Anulabilidade: Art. 171, CC. È a sanção imposta pela lei aos negócios jurídicos realizados por relativamente incapaz ou eivado de algum vício de consentimento (Erro: Falsa representação da realidade, o agente engana-se sozinho. Dolo: É artifício empregado para induzir alguém à pratica de um ato que o prejudica, ou vício social. Coação: è toda ameaça ou pressão injusta exercida sobre um indivíduo – temor de dano iminente e considerável à pessoa, à sua família, ou aos seus bens. Estado de Perigo: alguém premido de necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. Lesão: Uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação) ou vício social (Fraude contra credores: prejudicar credores, decorre de diminuição no patrimônio do devedor, reduzindo a garantia que o patrimônio representa). NULIDADE ANULABILIDADE Interesse Público Interesse Privado Não pode ser sanada Pode ser suprimida pelo juiz (art. 168, p.u.) ou sanada pela confirmação (art. 172, CC) Pode ser pronunciada de ofício Não pode ser pronunciada de ofício Efeito ex tunc Efeito ex nunc Qualquer interessado, MP quando couber intervir Só pode ser alegada pelas partes prejudicadas Não se valida pelo decurso do tempo Se anulável sem prazo, será de 2 anos (decadencial)
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