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O Pensamento Administrativo

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O PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
O pensamento administrativo se desenvolveu por meio das “Escolas de Administração”, isto é, dos conceitos formulados ao longo do tempo e apresentados nas diversas concepções teóricas. Estudar a teoria desta forma tem a vantagem de mostrar a evolução dos conceitos básicos de análise organizacional. 
	As diversas escolas em geral não são antagônicas, mas complementares. Na sua evolução, questionam parcialmente conceitos das escolas anteriores e os criticam, muitas vezes desenvolvendo teorias mais complexas que incorporam as proposições anteriores e muitas vezes as aperfeiçoam. O pensamento administrativo surgiu com o processo de modernização da sociedade, mais especificamente, com a consolidação da estrutura burocrática e da lógica do mercado, como forma de organização do trabalho, com o objetivo de aumentar a produtividade e gerar lucro.
Embora o fenômeno burocrático fosse antigo, tendo existido no Egito , em Roma e na China, na Europa ela se desenvolveu a partir do século XV. Foram decisivos neste processo os seguintes fatores históricos:
A racionalização do Direito - normas escritas, organizadas de forma lógica e hierarquizada em ordenamentos jurídicos e que vieram substituir o direito medieval, consuetudinário, i.e., baseado em costumes e tradições.
A centralização do poder estatal em virtude das facilidades de comunicação e transporte entre as diversas regiões.
O surgimento e a consolidação das indústrias e o predomínio da racionalidade técnica (grandes invenções e avanços tecnológicos, padronização de procedimentos)
A consolidação da sociedade de massa.
Com o predomínio da burocracia sobre outras formas de organização verificaram-se as seguintes mudanças na sociedade moderna:
A lógica científica preponderou sobre a lógica mágica, mística ou intuitiva
As metodologias de análise racionais se consolidaram, visando ao aprimoramento dos processos de produção
A profissionalização das relações de trabalho e a garantia de igualdade de todos diante do direito, com a redução de favoritismo e clientelismos típicos das sociedades menos avançadas
A formalização das competências técnicas, com redução de perdas e desperdícios próprios das sociedades baseadas no costume e na tradição
Isomorfismo: a estrutura burocrática impessoal e altamente formalizada é o modelo mais fácil de ser transposto para outras sociedades e incorporado por culturas diferentes em países distintos, o que facilitou a expansão dos negócios, as comunicações e o comércio global. 
KARL MARX (1818 – 1883) Um dos grandes sociólogos clássicos, suas teorias sobre a vida social e a sociedade capitalista causaram tanto impacto que grande parte da sociologia ocidental tem sido uma tentativa de confirmar ou negar as questões levantadas por ele. Além disso, inspirou os ativista envolvidos com a ação política. Marx acreditava que a razão era um instrumento de apreensão da realidade e também de construção de uma sociedade mais justa, capaz de permitir a realização do potencial existente nos indivíduos. Sua obra é muito vasta e o que se pretende é sintetizar os conceitos e a metodologia da teoria social do autor.
Metodologia dialética – Tem origem no idealismo alemão, principalmente no pensamento de Hegel. A tradição filosófica até então pressupunha a existência de um mundo povoado de substâncias imutáveis. Essa visão se expressa nos princípios filosóficos de identidade e contradição. Desse modo, o movimento era mera aparência, que em nada afetava a verdadeira essência das coisas.
A Dialética hegeliana se opõe a isto, afirmando a contradição e o conflito como a substância da realidade, a qual se supera num processo constante de negação, conservação e síntese. Os fenômenos contêm em si um movimento , uma tendência, um vir a ser, a negação de si. Como toda oposição é necessariamente uma relação, entende-se que entre os termos antagônicos existe uma unidade fundamental: a definição de qualquer um deles só é possível a partir do seu contrário, o qual, ao mesmo tempo, o constitui ontologicamente.
Na análise dos fatos históricos a dialética aponta as contradições da vida social, que resultam na negação de uma determinada ordem social. Mas somente esse reconhecimento não é suficiente. Um fenômeno social deve ser submetido a crítica, de modo que suas potencialidades possam ser reveladas e atualizadas de forma mais evoluída.Isto é, não basta captar o mundo como objeto, é preciso que se entenda que ele é passível de transformação por meio da atividade revolucionária. Na sua crítica da sociedade capitalista, Marx indica o proletariado como o sujeito capaz de transformá-la, superando essa forma histórica de sociedade. Deve-se partir dos fatos concretos e procurar estabelecer as leis de mudança dos fenômenos para expor o movimento do real em seu conjunto. 
O método de abordagem da vida social que adotou foi posteriormente chamado de materialismo histórico. Segundo Marx, as relações materiais que os homens estabelecem, o modo como produzem seu meio de vida, formam a base de todas suas relações. Esse modo de produção não é simplesmente a reprodução da existência física dos indivíduos, mas um modo de vida determinado, aquilo que os indivíduos são. O que são coincide com a sua produção, isto é, tanto com aquilo que produzem como com a forma como produzem. As formas econômicas sob as quais os homens produzem, consomem e trocam são transitórias e históricas. Ao adquirir novas forças produtivas (o modo como os homens obtêm os bens de que necessitam por meio da tecnologia, da divisão do trabalho, dos processos de produção, dos tipos de cooperação, da qualidade dos instrumentos, das matérias-primas de que dispões, de suas habilidade e saberes) os homens mudam seu modo de produção e com ele, mudam as relações sociais de produção (formas de distribuição dos meios de produção e do produto, ou leis que regulam essa apropriação, e tipos de divisão do trabalho). Não apenas os processos ligados à produção são transitórios, mas também as idéias, concepções, gostos, crenças, categorias do conhecimento e ideologias, que são gerados socialmente e dependem do modo como os homens se organizam para produzir. Para ele, o pensamento e a consciência são decorrência das relações materiais. 
O conjunto das forças produtivas e das relações sociais de produção forma a infra-estrutura da sociedade, que é a base das demais instituições sociais. Os homens geram também ideologias, concepções religiosas, códigos morais e estéticos, sistemas legais, de ensino, de comunicações, conhecimentos filosóficos e científicos, etc, cujo conjunto é chamado de superestrutura (ou supra-estrutura). A explicação das formas sociais encontra-se nas relações de produção, que são a base econômica e material da sociedade.A superestrutura é condicionada pelo modo como está organizado o processo produtivo.
O processo de produção e de reprodução da vida através do trabalho é para Marx a principal atividade humana, a que constitui sua história social; é o fundamento do materialismo histórico como método de análise da vida econômica, social, política, intelectual. 
Weber, no seu livro Economia e Sociedade lançou os conceitos básicos de sociologia, particularmente o conceito de organização, que pressupunha entidades diferentes como o Estado, o partido político, a igreja ou seita e a firma.
 A característica definidora de organização era a presença de um líder e de um quadro (aparato) administrativo.As pessoas eram organizadas em tipos específicos de relações sociais, dependendo do tipo de regra que orienta a ação na organização. O comportamento do quadro administrativo é regulado por essas regras e ao mesmo tempo, é também função desse conjunto de regras permitir que outras pessoas obedeçam a essas regras. A esta ordem que governa a organização, Weber denominou estrutura de dominação. Esta estrutura formal é experimentada em termos de diferentes tipos de regras, que tornam a obediência provável distribuída de acordocom o tipo de regra. 
As relações de produção implicam na existência do mercado, onde a força de trabalho é negociada por um certo valor. Desse modo, um trabalhador livre vende sua força de trabalho como se fosse uma mercadoria. O trabalhador vende sua força de trabalho pelo valor de um determinado salário. E seu valor é definido através do valor dos meios de subsistência necessários para produzir, desenvolver, manter e perpetuar a força de trabalho. Em outros termos, de acordo com tudo o que é necessário para que o trabalhador se reproduza de acordo com um nível de vida, que varia entre épocas e regiões, e de acordo com suas habilidades. O capital que compra essa mercadoria não é apenas uma soma de meios de produção; esses é que foram transformados em capital ao serem apropriados por uma parte dos membros da sociedade. 
A sociedade capitalista baseia-se na ideologia da igualdade, cujo parâmetro é o mercado. A idéia de equivalência na troca de força de trabalho por salário é fundamental para a estabilidade da sociedade capitalista. Os homens aparecem com iguais diante da lei, do Estado, no mercado e assim eles se consideram. Mas o valor que o trabalhador produz durante o período em que trabalha é superior àquele pelo qual vende sua força de trabalho – seu salário. Uma parte desse valor é apropriada sob a forma de trabalho excedente, é trabalho não pago e passa a integrar o próprio capital. O que impede o trabalhador de perceber esse processo é sua situação alienada. Esse trabalho excedente é o que Marx chama de mais-valia. A taxa de mais-valia é a expressão do grau de exploração da força de trabalho pelo capital
A massa de trabalhadores aumenta sua concentração em grandes centros industriais, sua capacidade de organização e de luta e a consciência de sua situação social. Marx atribui à classe dos proletários o papel de agente transformador da sociedade capitalista. É o processo revolucionário que irá eliminar as condições de apropriação e de concentração dos meios de produção nas mãos de uma classe e a partir daí, fundar a sociedade sobre novas bases. A sociedade civil será então substituída por uma associação que exclua as classes e seu antagonismo. Mas para que isto ocorra é necessário que haja um grande desenvolvimento das forças produtivas, promovido pelo capitalismo. Sem ele, a penúria se generalizará e com a pobreza, começará a luta pelo indispensável, caindo-se novamente na situação anterior. O trabalho produtivo acaba tornando-se uma obrigação para o proletário; ele não se reconhece no produto que criou, em condições que escapam a sua vontade e até a sua compreensão. Não vê no trabalho qualquer finalidade, a não ser garantir sua sobrevivência. 
A produção capitalista se sustenta graças ao desenvolvimento técnico e ao aumento da produtividade. A divisão do trabalho é a condição essencial para isto, e acaba por tornar cada tarefa individual um ato abstrato e sem qualquer relação com o produto final. Isto atende aos interesses dos grupos dominantes e só eventualmente aos dos produtores. Na medida em que as decisões a respeito do que, do quanto, de como, em que velocidade e por meio de que métodos se produz escapam inteiramente da razão do produtor direto, o trabalhador perde todo o atrativo pelo trabalho. Ele se converte num apêndice da máquina e se torna facilmente substituível por outro trabalhador. Os fundamentos da alienação (tornar-se estranho a si mesmo, não reconhecer-se em suas obras, desprender-se, distanciar-se, perder o controle) se encontram na organização social da produção. Essa situação só chegaria ao fim com a extinção da sociedade capitalista, a última sociedade de classes.
MAX WEBER (1864 – 1920) foi o primeiro autor da Teoria das Organizações que analisou a organização burocrática. Ele organiza sua investigação sobre A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo em torno das seguintes questões: 1) como descrever o capitalismo em sua forma moderna; 2) como avaliar sua emergência; 3) como explicar porque ele emergiu no Ocidente e não em outra parte do mundo. 
	Define a ação econômica capitalista como aquela que se baseia na expectativa de lucro pela utilização de oportunidades de troca, isto é, em oportunidades formalmente pacíficas de lucro. Weber reconhece que nada especificamente moderno pode ser identificado nesta definição que não existisse nos países civilizados. E isto é verdade não apenas para o capitalismo, mas também para categorias mais específicas de capitalismo exemplificadas pela produção industrial aliada com técnicas contábeis. É a presença das últimas que significa que a organização da empresa é racional. Quando elas estão presentes com outros fatores como o trabalho livre e alienável, então pode-se definir as características distintivas do capitalismo industrial moderno. 
Esses fatores só estiveram presentes em certas conjunturas específicas da história. Quais são eles e por que? Weber responde a essas questões com uma lista de fatores que são especificamente ocidentais: as conexões do comércio, a demanda gerada por necessidades militares, a demanda por artigos de luxo, a empresa racional e o estado moderno, com uma administração profissional, e cidadania baseada em leis do tipo racional-legal. E ele nota que é no Ocidente que existe uma ciência racional. Lei racional, ciência racional, estado racional, todos baseados em uma racionalidade fundamental, que distingue a civilização ocidental.
Weber, diferentemente de Comte ou Durkheim, é mais realista, pessimista e ambivalente em relação ao fenômeno moderno da racionalidade. Não propõe esquemas grandiosos para renovar formas de existência míticas para o mundo moderno (em relação à religião e às formas de solidariedade, por ex.). Seu pessimismo e ambivalência aparecem no fim de sua vida com a compreensão de que os Valores absolutos que santificaram a atividade racional não tinham mais significado. Sem tal significado estamos condenados não à vida, mas à existência, a existir sem qualquer razão para isto. O papel dos valores absolutos é necessário para explicar a emergência da racionalidade no mundo moderno.	
Esses valores absolutos eram os da ética protestante que ele argumentava terem uma afinidade particular com o espírito do capitalismo. Este espírito que ele definiu como a racionalidade e a afinidade com a qual ele tratava era entre uma forma de racionalidade e outra forma, correlacionada e historicamente precedente. O que ele procurava fazer era mostrar como uma forma específica de atividade racional, o capitalismo industrial moderno, oposto ao capitalismo tradicional, podia ser relacionada a outra forma específica de atividade racional, religião racional, e como a última podia ser vista como precursora e correlata de instâncias específicas do primeiro.
 Estas instâncias específicas estão relacionadas com uma forma moderna de capital industrial, muito distinto de formas mais antigas, tradicionais e feudais do capital mercantil entre os estratos de classe média que se tornaram a burguesia industrial e que eram predominantemente protestantes, puritanos e calvinistas. A relação é simples: as seitas protestantes, em particular as calvinistas, tinham como doutrina central a crença na predestinação da existência. Suas vidas eram recipientes da vontade de Deus. Deus já havia predeterminado quais de suas congregações seriam chamadas, quais seriam salvas para Sua glória. Homens e mulheres não podiam interceder de sua vontade Acreditava-se que os sinais da graça de Deus estavam presentes nesta existência solitária da alma. Esses sinais eram os de um rígido ascetismo, a virtude religiosa, a existência como um recipiente do qual Deus poderia dispor à sua vontade. Uma conseqüência particular desta crença era que as pessoas tentavam trabalhar diligentemente em todas as coisas, incluindo no seu próprio trabalho. Entretanto, em contraste com os excessos da Igreja não reformada (católica), não se podia ou devia regozijar com os frutos do trabalho. Não se devia enriquecer materialmentecom os resultados do trabalho porque assim fazendo, a pessoa estaria arriscando a sua salvação (chamamento). A riqueza deveria ser espiritual e apenas espiritual por meio do próprio trabalho. 
Como alguém poderia usar o valor material que criou sem condenar sua existência pelo consumo? A solução protestante para esta dilema moral era que se deveria investir o valor excedente naquilo que deu vida à existência, e significado ao ser. E isto era o trabalho como chamamento Portanto,os protestantes tinham um motivo racional para o consumo excepcionalmente limitado, que poderia produzir a acumulação primitiva de capital necessário para o desenvolvimento da moderna organização capitalista: a empresa. Assim, o calvinismo proveu as condições materiais para a existência do capitalismo, em face da relutância das formas tradicionais de capitalismo de investir em novas formas de empresa industrial.
 Max Weber foi objeto de interpretação sob diversas perspectivas de análise. Vamos nos concentrar principalmente em examinar de modo sucinto sua concepção e método sociológico, em particular no que se refere à formação dos tipos ideais do capitalismo e de organização. Baseado na teoria de Kant e Heidelberg que estabeleceram uma ciência cultural ou histórica com base na razão prática, em vez da razão científica, em oposição a qualquer concepção naturalista of desenvolvimento histórico, como proposto por Comte, por exemplo. Em outras palavras, argumentava contra o uso dos métodos das ciências naturais no estudo dos fenômenos históricos, uma vez que o único e o específico não podem ser reduzidos a leis. Ele argumenta que a Economia não devia ser concebida como uma ciência natural, mas devia ser estudada como uma ciência cultural. Ele formulou a distinção entre estas duas esferas em termos da diferença entre a ciência do único e da ciência do recorrente. 
Para Weber a ciência cultural ou Sociologia é um tipo de ciência social da realidade. Seu objetivo é entender as características únicas da realidade na qual nos movemos. Queremos entender, de um lado, as relações e o significado cultural dos eventos individuais em sua manifestação contemporânea e de outro, as causas por que são historicamente desse modo e não de outro. Definiu mais tarde a sociologia como “a ciência relativa ao entendimento interpretativo da ação social, a fim de chegar a uma explanação causal de seu curso e conseqüências.” A ação social, por sua vez é definida como uma ação subjetivamente significativa que leva em conta os outros e é portanto orientada em seu curso. O objeto da cognição da sociologia é o significado subjetivo da ação. Isto implica na compreensão dos motivos e propósitos dos atores sociais e da ação social, motivos e propósitos que não são psicológicos, mas são produzidos pelos meio cultural. A ação social se relaciona com o objeto de análise de Weber que ele constrói em termos dos tipos ideais. Weber propõe um método de análise para a constelação culturalmente única da economia moderna, do estado e da organização, como apareceram na era do imperialismo. Este método consistiu na construção de um tipo ideal de capitalismo. O ponto de partida na construção do tipo ideal é o da relevância para o valor. Um tipo ideal é uma ficção, não representa ou corresponde a nenhum objeto real. Este objeto cultural único que define o objeto da investigação sociológica é ele próprio um valor. 
O conceito de cultura é um conceito-valor. A realidade empírica se torna cultura para nós porque e na medida em que o relacionamos com idéias valores. Isto inclui aqueles segmentos e apenas aqueles segmentos da realidade que são significativos para nós por causa de sua relevância como valor. Apenas uma pequena porção da realidade concreta tem valor e é significante para nós porque revela relações que são importantes devido a sua conexão com nossos valores. Todo conhecimento da realidade cultural é sempre conhecimento a partir de pontos de vista particulares; sem as idéias avaliativas do investigador não haveria princípio de seleção do objeto e nem conhecimento significante da realidade. Os valores aos quais o gênio científico relaciona o objeto de pesquisa pode determinar, isto é,decidir a concepção de toda uma época.
A EMERGÊNCIA DA TEORIA DAS ORGANIZAÇÕES 
Os modos de produção pré-industrial e pré-capitalista não exigiam arranjos organizacionais complexos. As formas tradicionais de autoridade eram suficientes. O tamanho das empresas no sistema de guildas e no sistema doméstico apóia esta proposição. As primeiras empresas industriais eram controladas por um único indivíduo e não exigiam práticas gerenciais elaboradas . Além disso, o tamanho da organização não requeria o desenvolvimento de teorias elaboradas. Isto explica porque a teoria das organizações e da administração fossem inexistentes durante a primeira parte da revolução industrial, tanto na Europa ocidental quanto nos Estados Unidos. Já vimos que houve muita discussão sobre a natureza da revolução industrial e os tipos de teorias sociológicas que a acompanharam . Os objetivos básicos dos empreendedores no século XIX estavam centrados na maximização do lucro e da produção. O critério de sucesso na indústria era o tamanho da riqueza dos empreendedores individuais. O papel da tecnologia e das máquinas era de grande interesse. Percebia-se que salários baixos ou jornadas longas de trabalho, a instalação de máquinas eram coisas que podiam aumentar os resultados, os lucros e a riqueza pessoal. Não se achava necessário dar atenção às necessidades dos indivíduos. O autoritarismo era a ideologia na qual os capitalistas baseavam suas atividades.
 A Sociologia surge como uma crítica conservadora dos efeitos do mercado, gerados pela emergência do modo capitalista de produção. Essas críticas se manifestaram de várias maneiras: desde esquemas para renovação da comunidade ideológica por meio de nova organização da solidariedade social até a resignação da alta burguesia. Não foram adotadas na organização real dos processos de trabalho, com exceção do tipo ideal de burocracia de Weber e das análises de durkheimianas de Mayo nos anos trinta e quarenta. Apesar disto, forneceram o recurso teórico dominante na análise da prática organizacional. Em termos do entendimento desta prática teórica, a análise das organizações começa a emergir nos últimos anos do século XIX precisamente como individualismo prático e analítico que caracterizou as análises teóricas na esfera da distribuição. Com a revolução industrial alguns escritores e pensadores voltaram sua atenção aos eventos dentro das organizações. Um deles foi Adam Smith, por meio de sua análise da divisão do trabalho e da necessidade de especialização na indústria. A análise econômica de Smith, entretanto, não pode ser considerada precursora da moderna teoria das organizações porque não enfatiza a análise da função gerencial. 
A Administração Científica e a teoria da burocracia marcam os principais desenvolvimentos da teoria. Poucos problemas de organização existiam nas guildas ou empresas familiares de pequena escala. A organização era dirigida por meio de formas simples de instruções enquanto se mantinha relativamente pequena. Mas quando elas se tornaram organizações mais complexas, os modos formais de organização precisavam ser desenvolvidos. Nem a autoridade da família nem as operações em pequena escala dos negócios mercantis proviam um guia para as organizações capitalistas. Assim, paradoxalmente, a empresa privada no seu período inicial e anárquico tendia a adotar os únicos modelos disponíveis de administração em larga escala: o militar e o burocrático. As empresas ferroviárias da Inglaterra, com sua estrutura piramidal, trabalhadores uniformizados e disciplinados, possuindo seguro no trabalho, promoção e pensões, além de títulos militares, são um exemplo extremo. Weber tomou como exemplo da forma mais desenvolvida de burocracia as forças militares prussianas, que se tornaram a forma específica de administração da grande empresa.WEBER E A TEORIA DA BUROCRACIA 
Weber, no seu livro Economia e Sociedade lançou os conceitos básicos de sociologia, particularmente o conceito de organização, que pressupunha entidades diferentes como o Estado, o partido político, a igreja ou seita e a firma.
 A característica definidora de organização era a presença de um líder e de um quadro (aparato) administrativo.As pessoas eram organizadas em tipos específicos de relações sociais, dependendo do tipo de regra que orienta a ação na organização. O comportamento do quadro administrativo é regulado por essas regras e ao mesmo tempo, é também função desse conjunto de regras permitir que outras pessoas obedeçam a essas regras. A esta ordem que governa a organização, Weber denominou estrutura de dominação. Esta estrutura formal é experimentada em termos de diferentes tipos de regras, que tornam a obediência provável distribuída de acordo com o tipo de regra. 
A dominação é representada por dois tipos opostos:
A que se dá por meio de uma constelação de interesses (especialmente mediante situações de monopólio) 
A que ocorre mediante a autoridade (poder de mando e dever de obediência). 
A primeira baseia-se na possibilidade de influir em relações formalmente livres (ex: domínio monopolizador de um mercado); enquanto a segunda em se recorrer a um dever de obediência ou a uma disciplina. Um exemplo é o poder exercido pelo pai de família ou pelo governante. 
Dominação é um estado de coisas pelo qual uma vontade manifesta (mandato) do dominador ou dos dominadores influi sobre os atos de outros (dominado ou dominados), de tal modo que em um grau socialmente relevante, esses atos têm lugar como se os dominados tivessem adotado, por si mesmos e como máxima de sua ação, o conteúdo do mandato (obediência).
São três os tipos de dominação legítima:
Tradicional 
Carismática
Legal
A dominação tradicional baseia-se em costumes, santificados pelo reconhecimento antigo e orientação para o conformismo. É exercido pelo patriarca e pelo príncipe patrimonial de outrora.
A dominação carismática exerce-se pelo dom da graça (carisma) extraordinário e pessoal, dedicação pessoa e confiança na revelação, heroísmo ou outras qualidades de liderança individual. É exercido pelo profeta, demagogo, líder político.
A dominação legal é exercida pela fé na validade do estatuto legal e da competência funcional, baseada em regras criadas racionalmente. É o domínio exercido pelo servidor do Estado e todos os que a ele se assemelham.
A dominação não é um fenômeno da esfera política, mas um elemento que percorre todas as instâncias da vida social. É ela que mantêm a coesão social, o que garante a permanência das relações sociais e a existência da própria sociedade. O tipo moderno de administração, burocraticamente organizado, ao qual tendem as sociedades ocidentais baseia-se na dominação racional-legal. 
A estrutura burocrática é baseada nas seguintes proposições:
Funções definidas e competências rigorosamente determinadas por leis ou regulamentos
Divisão de tarefas em esferas distintas (hierarquia), cada uma com prerrogativas de autoridade e sanções bem definidas
Direitos e deveres delimitados por regras e regulamentos. Tais regras se aplicam a todos igualmente, de acordo com seu cargo ou função
Recrutamento feito por regras previamente estabelecidas, garantindo-se igualdade formal na contratação. 
Remuneração igual para o exercício de cargos e funções semelhantes.
Promoção e avanços na carreira regulados por normas e com base em critérios objetivos.
Separação entre propriedade da organização e dos indivíduos
Administração baseada em documentos escritos 
Mas essas características não bastam para definir a existência de uma burocracia se o tipo de dominação exercido não for baseado nos preceitos racionais-legais. 
Weber aponta a superioridade técnica como um motivo decisivo para o predomínio da burocracia sobre outros tipos de organização. A moderna empresa capitalista exige precisão, estabilidade e velocidade de operação, o que a burocracia pode proporcionar em comparação com outros tipos de organização.Outros motivos são a precisão (conhecimento das funções, objetivos da atividade em particular e da organização), estabilidade (não depende de pessoas para funcionar), confiança (segredo profissional), previsibilidade (comportamento uniforme) e rapidez (tramitação de ordens por canais previamente definidos 
Weber em outra obra (História Econômica Geral) enumera vários fatores que constituem a peculiaridade da cultura moderna, da economia capitalista de mercado: a existência de uma força de trabalho livre, a apropriação e concentração dos meios físicos de produção em propriedade privada, a representação de direitos de ações e de propriedade nas organizações, a racionalização de várias áreas institucionais, como o mercado, tecnologia e a lei. O mercado depende da existência de um excedente econômico e de sua troca em termos monetários como pré-condições.. A racionalização do trabalho é encontrada na sua forma mais extrema no sistema americano de administração científica. Esse triunfo da administração científica significa a desumanização e decorre da organização burocrática racional, apoteose do sistema capitalista.
A EMERGÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA 
A Administração Científica apareceu por causa dos problemas de organização do trabalho da empresa capitalista. 
O principal problema de organização era o de controle: como prover um mecanismo eficaz de controle para manter a força de trabalho funcionando? A administração científica promoveu a burocratização da estrutura de controle que faltava na teoria de Weber
Os países da Europa e os Estados Unidos, por volta de 1850 passaram por um período de expansão econômica, seguido da Grande Depressão nos anos setenta. Este foi um fenômeno mundial, que marcou o fim de uma fase de desenvolvimento econômico e o começo de outra. (Primeira Revolução Industrial e Segunda Revolução Industrial).Os benefícios da primeira fase da industrialização declinaram (queda na demanda por causa de mercados saturados, custos de produção elevados, queda nos lucros, preços reduzidos por causa da competição) levando à falência de pequenas firmas, fusões e concentração de capital. O desenvolvimento econômico tornou-se uma luta econômica tanto entre países como entre empresas, no plano doméstico e no plano internacional. 
Nos Estados Unidos a expansão ocorreu dentro do país e também para os mercados da América Latina. As empresas adotaram uma política de altos salários e lucros, o que se conseguiu mediante uma estratégia de cortar custos e de criar demanda para seus produtos. A política de cortar custos e pagar altos salários foi implementada pelo desenvolvimento de tecnologia e de métodos de produção em massa, principalmente por meio da implantação da Administração Científica. 
 No final do século, além disso, o sindicalismo começou a expandir rapidamente nos EEUU (500% entre 1897 e 1904). Com as taxas de exploração do trabalho e do valor excedente em declínio, o tipo de controle sobre o trabalho era exercido nos termos impostos pelos capitalistas ou então não haveria trabalho. A qualidade e intensidade do trabalho eram controlados pela forma de salários pagos por peça, (que incentivava o trabalhador a intensificar o trabalho e a aumentar a produtividade), e pela separação dos trabalhadores dentro da mesma empresa. Mas havia resistência dos trabalhadores qualificados e também por parte de empresários, que acham o sistema complexo e obscuro. 
Foi Taylor que resolveu esta questão, produzindo um corpo de conhecimento que era ideológico e técnico, para controlar o processo de trabalho e que enfatizou a natureza solitária e individual do trabalhador, contra a ideologia coletivista do sindicalismo.
FREDERICK W. TAYLOR (1856 – 1915)
Shop Management (1903) e Princípios de Administração Científica
Foi o fundador daadministração científica, do estudo de tempos e movimentos, que reivindica o status de ciência por causa do estudo acurado e científico das unidades de tempo. O que ele realmente faz é aumentar a produtividade, pela intensificação do ritmo de trabalho.
No seu livro Princípios de Administração Científica aponta três objetivos para aumentar a produtividade:
Mostrar a perda que o país estava sofrendo por causa da ineficiência em quase todas as ações;
Tentar mostrar que o remédio para isto está na administração sistemática, em vez da busca pelo homem extraordinário;
Provar que a melhor administração é uma ciência, com leis claramente definidas, regras e princípios.
Partindo da suposição de que as pessoas são indolentes e tentam fazer o esforço mínimo, Taylor advogou uma abordagem empírica à administração na indústria.. Suas idéias principais são:
Divisão do trabalho no chão de fábrica e nos escalões gerenciais (supervisão funcional)
Medida do trabalho por meio do estudo de tempos e movimentos, a fim de descobrir a melhor maneira de realizar o trabalho.
Prescrição de tarefas (instruções escritas)
Sistema de incentivos monetários, baseado no pagamento diferencial por peça produzida.
Trabalho como atividade individual 
Motivação – o operário era movido pelo interesse monetário
Habilidade individual – distinguia as habilidades dos trabalhadores e dos 
gerentes (os trabalhadores tinham uma perspectiva de ganhos no presente)
8 - Papel da administração – o papel crucial é o de planejamento, organização do trabalho e supervisão. 
9 - Sindicatos – Taylor era contra o movimento sindical, que ele considerava desnecessário no seu sistema. Não havia interesses divergentes entre trabalhadores e empregadores.
10 – Desenvolvimento do pensamento administrativo – a administração era considerada ciência, e isto implicava que leis específicas podiam ser extraídas da prática administrativa. Essas leis eram relativas a salários e métodos de trabalho. 
De tudo o que foi exposto, pode-se distinguir três princípios gerais:
O princípio da dissociação do processo de trabalho das habilidades dos empregados, isto é, a tarefa do operário é separada do conhecimento que o operários possam ter, principalmente das habilidades do processo tradicional. O processo de trabalho passa a depender das práticas gerenciais.
O princípio da separação entre concepção e execução, ou ainda entre trabalho manual e intelectual.
O princípio do uso do monopólio do conhecimento para controlar cada etapa do processo de trabalho e seu modo de execução. 
Assim, as idéias de Taylor são voltadas para o controle na organização, preocupadas em obter a cooperação da força de trabalho e com a absoluta redução do conflito. Essas idéias permitiram a administração agir com o respaldo da respeitabilidade científica. Elas permitiram a desumanização do trabalho, no sentido de que os padrões científicos foram derivados de aspectos mecânicos e tecnológicos das operações que eram analisadas.. A força humana ficou subordinada à força mecânica; a máquina incorporou as relações sociais.
HENRY FORD (1863 – 1947))
O Fordismo representa a continuidade do taylorismo, marcando uma novo aspecto da organização do trabalho. Inicialmente, teria intensificado a divisão horizontal do trabalho, dispondo as próprias instalações e os postos de trabalho de forma sistematizada. A padronização foi aplicada às peças, aos produtos e às máquinas. Desse modo, os tempos mortos foram eliminados entre os postos de trabalhos, nos tempos de transferência das peças. O encadeamento quase contínuo das tarefas era assegurado por um comboio automático. Desse modo, a produtividade não dependia mais do respeito à hierarquia, mas de dispositivos mecânicos. 
A cadeia é um mecanismo pelo qual todas as tarefas se encadeiam sucessivamente. Os tempos de execução são comandados por uma esteira rolante ou um comboio, que faz a transferência das peças. Nesse sistema, as ordens, antes transmitidas de homem para homem, passam a ser incorporadas às instalações. O ritmo é regulado automaticamente. O conjunto de máquinas, integradas em grupos ou em linha, é ritmado pelas relações entre cadeias. É a circulação das peças e dos materiais que assegura a economia de tempos.
Desse modo, o processo se torna mais fluido. A sucessão das operações, depois da entrada da matéria-prima até o produto final, tenderia para a continuidade.. Ford utilizou a primeira cadeia de montagem de automóveis em 1913, seguindo o princípio de levar o trabalho ao operário, e não o inverso. Antes desse processo, gastavam-se 12 horas e 28 minutos para montar um chassi do automóvel modelo T. Após a cadeia, o tempo foi reduzido para 1 hora e 33 minutos. Entre 1912 e 1916 a produção aumentou 10 vezes e o preço se reduziu à metade. Além disso, Ford utilizou peças padronizadas e intercambiáveis, destinadas à produção em série. 
O fordismo não representa apenas um método de organização do trabalho, mas um novo impulso à economia. Ford além disso, implantou uma nova política de salários, pagando aos operários até 5 dólares ao dia, como um meio de atrair e reter a mão de obra. O efeito da produção em massa repercutiu na economia, fazendo baixar os preços dos produtos e aumentar os salários, dando grande impulso no nível de vida norte-americana. Mas para que esta expansão pudesse assegurar uma vida relativamente durável, é preciso que a demanda se mantenha elevada. Quando os estoques se acumulam ou a competição se torna acirrada, é necessário haver diversificação da produção.
HENRI FAYOL (1841-1925)
É considerado por muitos como o fundador do pensamento administrativo moderno.
Publicou em 1916 o livro Administração Industrial e Geral, mas ao contrário de Taylor, que administrar não é meramente uma questão de melhorar o desempenho do trabalhador e planejar o trabalho de unidades produtivas, mas acima de tudo, é treinar os administradores. O trabalho de ambos é considerado complementar.
Fayol também estabeleceu princípios de Administração: divisão do trabalho, autoridade, disciplina, unidade de comando, unidade de direção, subordinação dos interesses individuais ao interesse geral, remuneração, hierarquia, centralização, ordem, equidade, estabilidade do pessoal, iniciativa e espírito de equipe. São também contribuição sua a análise da função administrativa: planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar.
Fayol foi ambíguo quanto ao significado desses princípios. Alguns descrevem atividades gerenciais, outros são diretrizes para a ação administrativa. O aspecto mais importante de sua obra é que ele advoga a necessidade do ensino da administração e que a gerência, assim como a organização do trabalho poderia ser um objeto válido de análise.
A obra de Fayol teve uma grande influência sobre autores representativos da administração pública, como Gulick, Urwick, Mooney e Reiley, conhecidos como teóricos formais. O trabalho de Taylor deixou uma lacuna no controle da estrutura organizacional, que foi preenchida com o trabalho desses autores.
 
APRECIAÇÃO CRÍTICA À TEORIA CLÁSSICA
MECANICISMO DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA
Concentração nas tarefas e fatores relacionados ao cargo e função do operário
Organização como um arranjo rígido e estático de peças (modelo-máquina de organização) 
Reação dos sindicatos e do Senado Americano (Pesquisa Hoxie)
SUPERESPECIALIZAÇÃO DO OPERÁRIO
Divisão do trabalho levada ao extremo
Padronização da tarefa
Especialização e desqualificação do trabalhador
Substituição da mão-de-obra pela máquina
Relação entre especialização e eficiência não confirmada por pesquisas empíricas
VISÃO REDUCIONISTA DA NATUREZA HUMANA
Operário considerado individualmente e não como um ser social (estratégia do capital para dividir e enfraquecer a classe operária)
Salário como única motivação (Homem Econômico)
Homem considerado sob o aspecto fisiológico, como acessórioda máquina (estudo em termos de carga, velocidade e fadiga)
Estudo da fadiga muscular e das condições físicas de trabalho (iluminação, ventilação, proximidade de instrumentos e materiais)
AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO CIENTÍFICA
Pouca pesquisa e experimentação científica
Conhecimento alcançado pela evidência, não pela experimentação e abstração
ABORDAGEM FORMAL DA ORGANIZAÇÃO
Omissão dos aspectos sociais e psicológicos da organização
LIMITAÇÃO DO CAMPO DE APLICAÇÃO
Não consideração de aspectos financeiros, comerciais, administrativos, etc. 
A concepção de organização baseia-se em expectativa de sistema fechado (previsibilidade e estabilidade das operações da organização)
Não consideração do ambiente e das mudanças, principalmente tecnológicas
ABORDAGEM PRESCRITIVA E NORMATIVA
Preocupação com princípios normativos, que enfatizam o “como” e não “o por que”.
A RACIONALIDADE NAS ORGANIZAÇÕES
O livro de March e Simon – Teoria das Organizações marca a passagem da teoria da administração para a teoria das organizações, isto é, a tentativa de estudar o sistema social em que a administração se exerce, tendo como objetivo sua maior eficiência, diante das determinações estruturais e comportamentais. Esse trabalho é uma tentativa de aplicar o método científico, desenvolvido nas ciências humanas e sociais às idéias de Chester Barnard e de Max Weber. A escola de pensamento baseada na contribuição de Simon ficou conhecida como behaviorismo, principalmente por causa da influência da corrente psicológica de Watson, Allport, Miller e Dollard, embora haja diferenças consideráveis, principalmente quanto à aplicação do conceito de estímulo aos contextos organizacionais. 
Os autores se baseiam em diversas pesquisas de campo na área da psicologia social, da sociologia e da ciência política, e concluem pela não existência comprovada de uma relação simples e constante entre moral e satisfação e entre coesão e produtividade. Moral elevado não conduz necessariamente a alta produtividade e não leva necessariamente a uma maior produtividade do que moral baixo. Para os autores, o comportamento no trabalho parece ser mais motivado pela percepção de relações entre condições futuras e as alternativas atuais ( a decisão de participar ou não da organização e as alternativas que se abrem ao indivíduo) do que pelas condições atuais propriamente ditas. 
A confusão entre moral e produtividade está relacionada à não distinção entre a decisão de participar ou não da organização e a segunda decisão refere-se a produzir ou não na escala exigida pela administração. 
A organização é concebida como uma rede de tomada de decisões e sua eficiência vai depender da articulação de diversos fatores estruturais e comportamentais. Simon estuda o processo decisório e principalmente os limites da racionalidade. Observa que ao tomar decisão, o indivíduo raramente tem o conhecimento completo e antecipado das conseqüências que seguem cada escolha. O conhecimento delas é sempre fragmentado;a imaginação supre a falta de conhecimento atribuindo valores a elas, mas tais valores só podem ser antecipados de modo imperfeito. Além disso, só se consegue visualizar algumas de todas as alternativas possíveis. Nas organizações esses limites à racionalidade individual são o resultado da organização: da divisão do trabalho, da padronização, da hierarquia, dos canais formais de comunicação, do treinamento e da doutrinação> A organização funciona por meio da estrutura como a definição da situação de escolha. A estrutura da organização coordena em um todo planejado e integrado a rede de significados e escolhas individuais. Quando o indivíduo na organização tiver que decidir sua escolha é feita com base na experiência passada, em estereótipos, idéias preconcebidas e visão particularizada dos estímulos presentes. Na maior parte das vezes essas escolhas serão rotineiras. Quando houver necessidade de resolver problemas a escolha será feita com base em busca limitada de soluções satisfatórias, mas não ótimas. É assim que a organização funciona para definir a situação de escolha por meio do controle que a coalizão dominante tem sobre as variáveis da estrutura organizacional.
March e Simon definem a estrutura organizacional como aqueles aspectos do padrão de comportamento da organização que são relativamente estáveis e que mudam vagarosamente. Esses padrões de comportamento são os comportamentos satisfatórios já mencionados. Eles podem envolver apenas processos seqüenciais e limitados em vez de inovações, uma atividade de prescrição de papéis e de regras, programas e repertórios de respostas rotinizadas, uma abrangência restrita de estímulos e situações de percepção estreita; socialização organizacional, treinamento e doutrinação e a criação de uma hierarquia de objetivos e de sub-objetivos que formam tarefas e programas semi-independentes, a fim de reduzir as interdependências.
Esta estrutura existe a fim de absorver a incerteza; deste modo, a racionalidade limitada pode ser alcançada. A incerteza é absorvida, por ex., por meio do uso de um vocabulário reificado na organização como um meio de constituir um mundo organizacional finito, longe da infinita possibilidade de mundos sociais presentes em qualquer estímulo. Os estímulos são canalizados na organização por meio dos papéis e funções especializados para lidar com a informação, particularmente nos limites das organizações. Onde houver um grande número de fontes de informação e um baixo grau de centralização de informações, a incerteza será maior e assim a probabilidade de que ocorra conflito também será maior. Desse modo, a incerteza se torna um aspecto controlável da estrutura organizacional.

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