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Resumo sobre o Assédio Moral

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RECURSOS HUMANOS 
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO 
PSICÓLOGO IVAN VILELA DA SILVA JUNIOR 
 
Assédio Moral: Evolução, Desenvolvimento e 
Prevenção 
O fortalecimento da autoridade fiscal e seus benefícios para a sociedade 
ASSÉDIO MORAL: EVOLUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E PREVENÇÃO 
Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil 
Roberto de Andrade – ativo – Tel. 19. 8197-4721 – 3451-0177 
e-mail: rde.andra@bol.com.br 
Antonio Altafim – Aposentado – Tel. 19. 3434-7597 
e-mail: antonio.altafim@terra.com.br 
Delegacia Sindical em Limeira/SP 
Getúlio Silva – Aposentado – Tel. 19 – 3576-1456 
e-mail payage@vivax.com.br 
Delegacia Sindical em Piracicaba/SP 
 
1. INTRODUÇÃO 
Esta tese tem o objetivo de chamar a atenção sobre o assédio moral, ao englobar suas 
características, evolução e reflexos na Receita Federal do Brasil e na sociedade, além de 
mostrar os contornos sutis que se manifestam por meio a coação, humilhação e do 
constrangimento, nem sempre percebidos pelas vítimas como ato de violência, e levar o 
assunto à compreensão, identificação e prevenção aos auditores-fiscais. 
O assédio moral, ou tirania nas relações de trabalho, como é chamado nos Estados 
Unidos, atinge milhões de trabalhadores. Pesquisa pioneira realizada pela Organização 
Internacional do Trabalho (OIT) em 1996 constatou que pelo menos 12 milhões de 
europeus sofrem desse drama. 
O assunto passou a ser tratado pela doutrina e chegou aos tribunais do trabalho no Brasil, 
sendo que a primeira decisão que reconheceu a ocorrência de assédio moral foi dada em 
2002, em Vitória (ES). Atualmente, é possível encontrar farta jurisprudência sobre o tema. 
A magistrada Alice Monteiro de Barros advertiu, com relação à empresa, que “o assédio 
moral afeta também os custos operacionais da empresa, com baixa produtividade daí 
advinda, absenteísmo, falta de motivação e de concentração que aumentam os erros no 
serviço”. 
2. ASSÉDIO MORAL 
2.1. CONCEITO 
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PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO 
PSICÓLOGO IVAN VILELA DA SILVA JUNIOR 
 
O assédio moral é a exposição, de forma repetitiva e prolongada, de trabalhadores às 
situações humilhantes e constrangedoras durante a jornada de trabalho ou até mesmo fora 
dela, dependendo das funções desempenhadas. Pode também ser conceituado como 
conduta abusiva, com gestos, palavras, comportamento ou atitudes que atentem contra a 
dignidade ou a integridade psíquica ou física da pessoa. 
2.2. EVOLUÇÃO 
O desenvolvimento no sistema de trabalho ocorrido nas últimas décadas muitas vezes 
propicia a prática de atitudes hostis no empregador que, na ânsia de obter lucros e 
benefícios maiores para si, esquece que, por detrás do trabalhador, está um ser humano 
munido de sentimentos, vontades e direitos que devem ser respeitados. Nesse contexto, o 
assédio moral ganha espaço e destrói o trabalhador. Muitas vezes, há um tratamento que 
considera como objetos descartáveis aqueles cuja importância é cada vez maior dentro do 
cenário de desenvolvimento econômico. 
O avanço gradativo dessa relação faz despontar o assédio moral coletivo, que não admite 
a conivência e convivência do fenômeno em quaisquer organizações. Expõe os seus 
membros às irradiações nocivas da psíquica-violência no trabalho, o que traz um prejuízo 
não apenas à saúde do trabalhador, mas também compromete sua qualidade de vida, item 
sagrado do homem espiritual. 
A médica especialista em trabalho Margarida Barreto defendeu uma tese, na Pontíficie 
Universidade Católica (PUC-SP), na área de psicologia social, com o tema: “Assédio 
moral: a vítima sutil”. O trabalho ressalta que a humilhação do chefe a seus subordinados 
é mais prejudicial à saúde do que se imagina. Os reflexos no profissional são significativos 
e vão desde a baixa-estima a problemas de saúde, como depressão, angústia, estresse, 
distúrbios do sono, hipertensão, alteração da libido e pensamentos ou tentativas de 
suicídio. No quadro a seguir estão algumas marcas nefastas desse comportamento. 
RAIO X DA VIOLÊNCIA MORAL 
A pesquisa conduzida pela professora Margarida Barreto consultou 42.000 trabalhadores 
em todo o país. Um quarto deles disse ter passado por algum tipo de humilhação ou 
situação vexatória. 
QUANDO ACONTECE 
50% Várias vezes por semana 
27% Uma vez por semana 
14% Uma vez por mês 
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9% Raramente 
 
QUEM PRATICA 
90% Chefe 
6% Chefes e colegas 
2,5% Colegas 
1,5% Subordinado contra chefe 
 
O RESULTADO 
82,5% Perda de ânimo e memória 
75% Sensação de enlouquecer 
67,5% Baixa auto-estima 
60% Depressão 
Fonte: Tese de Doutorado “Assédio Moral: a violência sutil” – PUC/SP - 2005 
2.3. FRASES QUE MACHUCAM 
Diversos comportamentos do agressor podem caracterizar o assédio moral, como a prática 
muitas vezes de atos ou omissões, que combinam no abalo da moral do trabalhador. 
Problemas que não são encarados de frente podem levar a debilidade da saúde dos 
empregados. Abaixo seguem exemplos de frases que machucam: 
 É melhor você desistir! É muito difícil e isso é para quem tem garra! Não é para gente 
como você!− 
A empresa não é lugar para doente. Aqui você só atrapalha!− 
 Se você não quer trabalhar, porque não dá lugar para outro?− 
 Teu filho vai colocar comida na sua casa? Você não pode sair. Escolha, ou trabalha ou 
toma conta do filho!− 
 Lugar de doente é no hospital! Aqui é para trabalhar!− 
 Pessoas como você tem um monte aí fora!− 
 Você é mole! Se você não tem capacidade para trabalhar, então fique em casa! Vá para a 
casa lavar roupa!− É melhor você pedir demissão! Você está doente, está indo muito ao 
médico?− Como você pode ter um currículo tão extenso e não consegue fazer essa coisa 
tão simples?− Eu não preciso de gente incompetente igual a você!− 
 Você é mesmo difícil! Não consegue aprender as coisas mais simples, até uma criança 
faz isso!− 
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PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO 
PSICÓLOGO IVAN VILELA DA SILVA JUNIOR 
 
Com o receio de não atender as expectativas do empregador, o funcionário passa a se 
colocar numa espécie de competição humana, pois vê o colega de trabalho como um 
concorrente. É bom lembrar que a ameaça de perder o emprego aflige todos os 
trabalhadores, temor que acentua, de forma geral, o individualismo. 
A falta de regras internas claras no ambiente de trabalho favorece o assédio moral. Em 
virtude dessa situação, o superior hierárquico perde o controle; o trabalhador não tem 
clareza do que pode ou não fazer. O chefe passa a exercer seu poder diretivo sobre o 
subordinado, e não sobre a força de seu trabalho, como seria o correto. 
2.4. CARACTERÍSTICAS 
Entre as várias atitudes, é possível elencar exemplos que caracterizam o assédio moral: 
gritar; xingar; apelidar; contar piadas para “rebaixar” moralmente o funcionário; 
ridicularizar; humilhar; ordenar tarefas impossíveis ou incompatíveis com a capacidade 
profissional; sonegar informações indispensáveis ao desempenho de uma função; repetir 
críticas e comentários improcedentes ou que subestimem os esforços; isolar a pessoa num 
corredor ou em uma sala com apenas uma cadeira, sem móvel ou telefone. Importante 
ressaltar que a freqüência de forma repetitiva desses atos é fundamental para 
caracterização do assédio moral. 
Como conseqüências aos assediados, constatam-se: danos à integridade psíquica e física 
e a auto-estima do trabalhador; prejuízos aos serviços prestados e a carreira do atingido; 
rompimento de laços afetivos de colegas de trabalho seja por medo, vergonha, 
competitividade ou individualismo; surgimento de uma espécie de pacto de tolerância ou 
silêncio coletivo, além de dificuldades de concentração e desequilíbrio emocional. 
O agressor hábil em humilhar sem perder a pose, agressivo e perverso com palavras, 
sempre acha que tem razão. A violência é usada conscientemente como estratégia. Há 
também o tipo “carrasco”, que bajula os superiores e adoram caçoar dos subordinados; o 
falso “bonzinho”,que ganha confiança do empregado para depois rebaixá-lo, demiti-lo ou 
exigir produtividade; e o incompetente, que adotam grosserias para conquistar respeito, 
gosta de contar vantagem e colhe sozinho os louros de projetos bem-sucedidos. 
A maneira como o chefe trata seus subordinados diz muito sobre ele e pode culminar no 
assédio moral. O modo como as pessoas lidam com os cargos que ocupam reflete muitas 
facetas de sua personalidade. O poder “embriaga” e muitas pessoas não sabem lidar com 
isso. O chefe, que é gentil, respeitoso e amigável com seus funcionários, tende a ser 
autoconfiante, complacente, generoso, expansivo e preocupado com o modo como os 
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outros o percebem. O chefe que trata seus subordinados como empregados é inseguro, 
dominador, insensível e sem cuidados, não apenas no trabalho, mas também nas outras 
áreas de sua vida. 
Por outro lado, a atitude do subordinado com relação a seu chefe é tão reveladora quanto 
a do patrão diante dos empregados, e também denota o assédio moral. Alguns 
funcionários são rabugentos, amargos, ressentidos, insatisfeitos com suas vidas, bravos, 
frustrados e até invejosos. 
Outros são ansiosos por agradar, às vezes até o ponto de bajular, o que indica falta de 
sinceridade, personalidade manipuladora e exigência da necessidade de aprovação. 
Outros ainda são respeitosos, responsáveis e cooperativos, o que reflete segurança, auto-
estima elevada e aceitação de seu papel no trabalho. Normalmente, as pessoas que estão 
à vontade com sua profissão também estão, de modo geral, satisfeitos com suas vidas. 
2.5. ELEMENTOS DE PROVA 
Muitos tribunais trabalhistas do país começaram a aceitar como provas, além de 
testemunhas, gravações de agressões e xingamentos, o que configuram estratégias de 
defesa dos assediados. Outras provas: filmes de circuito interno de TV, advertência 
documentada por escrito, excesso comprovado de carga horária, detalhes por escrito das 
humilhações sofridas (dia, mês, local, nome do agressor e testemunhas), além de 
documentos de registros de centros de referência de saúde do trabalhador ou profissionais 
que tenham consultado. 
Como forma de proteção, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco elaborou em 2005, 
dentro do trabalho denominado “Projeto Assédio Moral na categoria bancária: uma 
experiência no Brasil”, uma cartilha, em conjunto com outras entidades, contendo 
orientações que podem ser úteis aos assediados: resistir, evitar conversa sem testemunha 
com o agressor, exigir por escrito explicações do ato do agressor e manter cópia da carta 
enviada ao RH e da eventual resposta, se possível, mandar a carta registrada pelos 
Correios guardando o recibo, procurar o sindicato e relatar o fato para diretores e demais 
instâncias, como médicos e advogados, contar ao médico, assistente social ou psicólogo 
dos centros de referência em saúde do trabalhador à humilhação sofrida, buscar apoio aos 
familiares, amigos e colegas, pois o afeto e a solidariedade são fundamentais para 
recuperação da auto-estima, da dignidade e da cidadania. 
2.6. CASOS LEVADOS AOS TRIBUNAIS 
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a) Empregado que sofre exposição humilhante e vexatória, colocado em ociosidade, 
em local inadequado apelidado pejorativamente de “aquário” pelos colegas, além de 
alcunha de “javali” (já vali alguma coisa) atribuída aos componentes da equipe dos 
“encostados”. (TRT 15ª R. – RO 2229-2003-092-15-00-6 (53171/05) – 11ª C. – Rel. Juiz 
Edison dos Santos Pelegrini – DOESP 04.11.2005 – p. 129). 
b) Empregado que é colocado em indisponibilidade indefinidamente por mais de 
ano, embora remunerada; sofre tortura psicológica pela forma reiterada e 
prolongada a que esteve exposto a situações constrangedoras e humilhantes, 
minando a sua auto-estima e competência funcional, depreciando a sua imagem e 
causando sofrimento psicológico. (TRT 15ª R. – RO 2142-2003-032-15-22-5 – 
(42274/05) – 11ª C. – Rel. Juiz Edison dos Santos Pelegrini – DOESP 09.09.2005 – p. 
62). 
c) Empregado que era submetido, rotineiramente e na presença dos demais colegas 
de trabalho, por ato do superior hierárquico, por não ter atingido a meta de 
produção, a usar vestes do sexo oposto, inclusive desfilar com roupas íntimas, além 
de sofrer a pecha de “irresponsável”, “incompetente”, “fracassado”, dentre outros. 
(TRT 6ª R. – Proc. 00776-2002-006-06-00-5 – 1ª T. - Rel. Valdir José Silva de Carvalho 
– DOEPE 03.04.2004). 
d) A dispensa de comparecimento à empresa, ainda que sem prejuízos de salário, 
constitui degradação das condições de trabalho e faz com que o trabalhador sinta-
se humilhado perante os colegas, a família e o grupo social. Esse ataque à 
dignidade profissional é grave e não permite sequer cogitar de que os salários do 
período de inação compensem os sentimentos negativos experimentados. (TRT 9ª R. 
– Proc. 03179-2002-513-09-00-5 )RO 10473-2003) – Rel. Juíza Marlene T. Fuverki 
Suguimatsu – SJPR 1.04.2004). 
e) Empregado que é confinado em uma sala, sem ser-lhe atribuída qualquer tarefa, 
por longo período, existindo grande repercussão em sua saúde, tendo em vista os 
danos psíquicos por que passou. (TRT 17ª R. – RO 1142.2001.006.17.00.9 – Rel. Juiz 
José Carlos Rizk – DOES 15.09.2002). 
3. PROPOSTAS DE PREVENÇÃO AO ASSÉDIO MORAL DO UNAFISCO SINDICAL 
PARA A RECEITA FEDERAL DO BRASIL 
3.1. POLÍTICAS SINDICAIS DE PREVENÇÃO 
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Podemos dizer que a prevenção é a primeira e mais efetiva forma de defesa do assédio 
moral, pois o problema não é do indivíduo, mas das condições de trabalho que permite aos 
superiores mais espaço para agir. 
O Conselho de Delegados Sindicais do Unafisco Sindical (Sindicato Nacional dos 
Auditores Fiscais da Receita Federal) se reuniu em março de 2007 e constatou, pelas 
denúncias verbais trazidas pelos delegados sindicais, que em algumas delegacias e 
inspetorias da Receita Federal do Brasil poderiam estar ocorrendo indícios de assédio 
moral. Por isso, como ato de solidariedade e apoio dos delegados presentes, foi aprovada 
proposta indicando o dia 15 de maio como o “Dia Nacional de Combate ao Assédio 
Moral”. 
Na época, a Direção Nacional do Unafisco apoiou a iniciativa e publicou no 
site www.unafisco.org.br o banner (propaganda) do assédio moral. Com essa medida, o 
internauta pode consultar as resoluções aprovados nos últimos Congressos dos Auditores-
Fiscais da Receita Federal (CONAF’S) que tratavam de temas relacionados ao assédio 
moral. Além disso, textos, cartilhas, lei estadual aprovada, sempre esclarecendo e 
auxiliando os auditores-fiscais sobre este assunto. 
Até o dia 8 de agosto de 2008, foram realizados nove seminários sobre assédio moral 
pelas seguintes Delegacias Sindicais: Recife (PE), Salvador - 2 (BA), Campinas (SP), 
Fortaleza (CE), Bauru (SP), Porto Alegre (RS), Limeira/Piracicaba (SP) e Rio de 
Janeiro/Niterói (RJ). Os eventos contaram com as presenças de especialistas no assunto 
como: psicólogos, antropólogos, psiquiatras e advogados, ainda as presenças de 
procuradores do Ministério Público Federal do Trabalho. A maior parte foi realizada em 
parceria com as delegacias sindicais do Sindicato Estaduais dos Auditores-Fiscais da 
Receita Federal pregressos da Receita Previdenciária, que além de participarem 
colaboraram para que pelo menos 5 (cinco) DVD fossem gravados. A Diretoria Executiva 
Nacional (DEN), por meio da Diretoria de Defesa Profissional e o Departamento Jurídico, 
participaram nos eventos, apoiaram financeiramente parte deles e assessoraram os 
colegas de outras localidades. 
No dia 29 de julho, como resultado da pesquisa feita pela internet no site do Unafisco 
(www.unafisco.org.br), mostrou um alto índice de assédio moral. O levantamento 
apontou que 76,52% dos internautas foram assediados e que 84% presenciaramcasos de 
assédio moral. 
3.2. PROPOSTAS DE PREVENÇÃO PARA A INSTITUIÇÃO 
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Os efeitos do assédio moral pode ser devastadores para a Receita Federal do Brasil caso 
não seja feito um processo de conscientização. Os auditores são, de forma direta, os mais 
atingidos pelo assédio moral. Com isso, a Receita Federal perde na imagem e na 
eficiência, com possibilidade de aumento de acidentes e doenças no trabalho, reputação e 
até nas relações com a sociedade, que acaba se tornando a grande vítima. 
A Receita Federal do Brasil tomou conhecimento das denúncias efetuadas pelos 
auditores-fiscais durante o seminário realizado. Por isso, é necessário ter atitudes efetivas, 
coletivas e solidárias para prevenir o assédio moral e preservar os direitos humanos. Entre 
as iniciativas, estão planejamento e organização do trabalho, levando em consideração a 
autodeterminação de cada servidor, possibilitando o exercício de sua responsabilidade 
funcional e profissional, dando a ele diversas atribuições, atividades ou tarefas funcionais, 
assegurando ao auditor a oportunidade de contato com seus superiores e outros 
servidores, ligando tarefas individuais de trabalho e oferecendo treinamentos e 
informações sobre exigência do serviço de acordo com suas atribuições legais, garantindo 
assim, sua dignidade. 
4. CONCLUSÃO 
É fundamental que a Receita Federal do Brasil elabore formas de prevenção do assédio 
moral, pois os auditores-fiscais podem ser vítimas dos sistemas que ditam esse 
comportamento. Esta tese poderá auxiliar na regulamentação da Lei Orgânica do Fisco ou 
Legislação Federal que defina o assédio moral como crime no serviço público. A França foi 
o país pioneiro na implantação da pena para o assédio moral, seguida por Noruega, 
Suécia e Austrália. Portugal, Suíça, Bélgica, Itália, Alemanha, Inglaterra, Japão e Estados 
Unidos já têm projetos de lei em discussão para combatê-lo. No Brasil, a primeira lei contra 
o assédio moral foi implantada em Iracemápolis (SP), em 2001. 
A partir daí, a lei contra o assédio moral já foi instituída em algumas regiões do Brasil, 
como nas cidades de São Paulo, Campinas, Americana, Guarulhos, Cascavel e Natal e 
nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. As penalidades para o autor do assédio vão 
desde advertência, suspensão, multa e até exoneração do servidor. 
No Congresso Nacional tramita uma série de projetos de lei sobre o assédio e a coação 
moral. O mais recente é o PL n° 2.369/03, de autori a do ex-deputado Mauro Passos, 
relatado pelo atual deputado Vicentinho (PT). Foi aprovado pela Comissão de Trabalho, de 
Administração e Serviço Público da Câmara, em 28 de abril de 2005. 
 
Enquanto não existir uma lei específica que institua pena para o assédio moral no serviço 
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público federal, busca-se resguardo nos princípios existentes no Regime Jurídico Único do 
funcionalismo Público Federal (Lei 8.112/90 - título IV) principalmente nos artigos 116, 
incisos II, IX, XI; V, XV do 117, e da Constituição Federal, que erigiu o trabalho e a 
dignidade humana como pilares do Estado Democrático de Direito (CF/88, art. 1°, inciso III 
e IV) e, na evolução do fenômeno das decisões dos magistrados nos nossos tribunais. O 
que se objetiva também com essa tese, além de subsidiar parâmetros para a pretendida 
Lei Orgânica dos Auditores-Fiscais da Receita Federal, é fazer valer direitos, aprender a 
reagir e a denunciar, não se manter refém do assédio moral, bem como exigir da 
instituição a garantia do bem-estar físico e mental, empenhando-se em coibir todos os 
excessos. 
Portanto, é necessário que a Receita Federal do Brasil reconheça a importância do tema, 
bem como suas conseqüências, evitando assim, o abuso de poder e possíveis 
manipulações perversas na instituição, onde a transparência, respeito ao outro, dignidade, 
ajuda mútua e companheirismo seja a marca fundamental para o fortalecimento da 
autoridade fiscal e seus benefícios para a sociedade. 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BARROS, Alice Monteiro de, Assédio Moral in Júris Síntese n° 52, mar/abril. 2005, edição 
em CD ROM não paginado 
HIRIGOYEN, Marie France. “Assédio Moral: A violência perversa no cotidiano”. Editora 
Ática: São Paulo, 2003. 
SENGE, Peter M. A Quinta Disciplina (16ª edição), Editora Nova Cultural Ltda: São Paulo, 
2004. 
DIMITRIUS, Jô-Ellan Decifrar Pessoas: Decifrar pessoas, 30ª edição, Editora 
Campus/Elsevier, 2003. 
INTERNET 
www.assediomoral.org.br – www.leiaassediomoral.com.br – www.unafisco.org.br 
Folders 
Seminários sobre Assédio Moral, realizados no ano de 2008 pelas Delegacias Sindicais de 
Campinas em Jundiaí/SP, Bauru/SP, Porto Alegre/RS, Limeira em conjunto com a DS 
Piracicaba/SP e Delegacia Sindical do Rio de Janeiro conjunto com a DS/Niterói. 
DVDs 
“Assédio Moral nas Relações do Trabalho” gravado pelas Delegacias Sindicais do 
Unafisco: Campinas/SP em 29/04/2008, Bauru/SP em 10/06/2008 e Limeira/SP, 
30/06/2008. 
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Cartilha Assédio Moral é ilegal e imoral 
Recife: Assessoria de Comunicação do Sindicato dos Bancários de Pernambuco 
Outubro/2005, tiragem 12 mil exemplares. 
Tribunais Regionais do Trabalho 6ª., 9ª., 15ª., e 17ª.

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