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Faculdade Integrado de Campo Mourão – CIES/PR, Campo Mourão, Paraná, Brasil Carreiras jurídicas: a advocacia à luz do Direito Gabriel Carvalho dos Santos RESUMO Constantemente o Direito passa o por transformações e inovações em suas searas, usando os institutos passados da sua formação como influenciadores e buscando aplicar a justiça no presente. Necessitando de profissionais qualificados para atuar em busca de efetivações nos serviços jurídicos, em um leque de áreas, as chamadas carreiras jurídicas, dentre estas, encontra-se o papel do advogado. Ao entendimento de tais fatos o presente artigo vem trazer uma exposição sobre a história e formação do Direito, abordando seu aspecto mundial e nacional. Recorrendo a utilização de metodologias bibliográficas, buscando recursos tecnológicos para a abrangência da pesquisa em um método de exposição clara e elucidativa. Analisando, posteriormente, as principais carreiras jurídicas que um bacharel em Direito pode escolher atuar ao longo de sua formação. Discorrendo, por fim, sobre o instituto advocatício, expondo seus detalhes, o órgão regulador, a ética e os principais símbolos, proporcionando a iluminação do conhecimento sobre a área. PALAVRAS-CHAVE: Direito; Carreiras; Advocacia; Ética; Legislação. INTRODUÇÃO Os campos jurídicos remontam aos primórdios da humanidade, estando presentes na formação das sociedades mais primitivas, mesmo que seus institutos não fossem jurídicos. Tais fatos são possíveis devido a necessidade do ser humano de viver em sociedade, para tal, é mister algo que possa vir regulamentar o convívio, objetivo inicial do Direito, a manutenção e regulamentação da ordem social. Muito embora tais caracteres foram imprescindíveis para proporcionar a formatação de um ser humano sociável nos ditames dos bons costumes, as searas jurídicas foram sofrendo evoluções ao longo da história, passando por constantes transformações, desde pequenas rebeliões até grandes revoluções. Ao longo deste processo histórico, foram alcançando novos espaços e territórios, até chegar ao Brasil, iniciando em pequenos paços e atualmente levando o Brasil a níveis de conhecimentos mundiais por seus institutos jurídicos. Por conseguinte, o Direito alcançou uma abrangência global, e em focalização ao Brasil, requisitou-se profissionais das mais diversas especializações jurídicas que pudessem fazer e aplicar os campos jurídicos, pautados nos ditames da justiça e do próprio Direito. Dentre estas necessidades surgiram as carreiras jurídicas, abordando desde os julgadores, com os juízes; os propagadores do conhecimento, com os professores; os mantedores da justiça, com os delegados; e os defensores, com os procuradores, os promotores, os defensores públicos e o advogado. Ao enfoque deste trabalho, é de suma importância a análise do instituto advocatício para poder ter a melhoria na compreensão dos campos jurídicos. Ao fato de que cabe ao advogado estar em contato e transição com a maioria das carreiras jurídicas, visando a aplicação moralizante da justiça e fomentação do próprio Direito. É de extrema importância também o conhecimento sobre os caracteres da advocacia, como o seu órgão regulamentador, sua ética profissional e seus símbolos contributivos. O advogado tem o sumo sacerdócio de representar a sociedade em seus interesses e dificuldades, buscando aplicar o Direito nos campos mais diversificados e adversos. Em prol da justiça e da própria sociedade como instituição moralizante e digna de representatividade, pautado nos ditames das máximas constitucionais vigentes no país. 1 Breves Relatos Sobre a História do Direito O ser humano é por excelência um ser sociável, necessitando do próximo para ter o conhecimento de si mesmo e poder estabelecer relações interpessoais. Em prol de uma organização social surge o Direito, visando a manutenção da ordem e a tutela do convívio pacificado. Etimologicamente o termo Direito deriva do latim directu, significando algo muito reto, correto e probo, elucidando uma das suas principais características, a cultura. Em oposição ao pensamento geral, o instituto jurídico estabelece seus traços nas sociedades ágrafas. Embora não houvesse códigos escritos, o Direito era transmitido através dos costumes, da cultura, da religião, estes que foram os formuladores das sociedades, responsáveis pela transmissão das regras morais, das práticas e vivências. Desta forma, nos âmbitos supracitados, o Direito era transmitido verbal e moralmente, sendo dispensável, para a época, as leis escritas. Ao seguimento do desenvolvimento da humanidade, evoluções tecnológicas foram sendo institucionalizadas, com elas o advento da escrita. Portanto era necessário que o Direito recebesse a estruturação nos códigos escritos, permitindo a abrangência e fidelidade em seu conhecimento e transmissão. Focalizando o Oriente Antigo, tem-se como principal Código o de Hamurabi, estabelecendo a fusão entre o sobrenatural (o divino), a autotutela dos direitos, a preservação da justiça e as penas de castigo físico. Com o surgimento das pólis, na Grécia Antiga, o instituto jurídico retorna ao uso dos costumes, em que o direito devia ser aprendido e vivenciado, ao entendimento de que nada valeria leis estruturadas e justas se a sociedade não fizesse o uso prático. Para tutelar as divergências nos campos legais surge o Direito na Roma Antiga, época em que houve sua consolidação no Direito privado e como ciência, através da Lei das XII Tábuas, evidenciando e aplicando o uso das leis escritas, porém, institucionalizando os costumes como força de lei. Posteriormente surge a Era Medieval, considerada por muitos historiadores a Era das Trevas, todavia, foi nesta que o Direito recebeu suas maiores contribuições nos campos científicos e doutrinários, e também houve a concretização do Direito Canônico. A Lei era ditada e institucionalizada pela Igreja, muito embora houvesse a centralização do poder, foi através das estruturas acadêmicas que o Direito passou a ser difundido. O âmbito acadêmico consistia no Trivium, que era uma preparação para as ciências maiores, a Teologia, o Direito e a Medicina, constando nos ensinamentos da lógica, retórica e oratória; e no Quadrivium, constando no ensinamento da geometria, aritmética, astronomia e música. Porém, a propagação do ensino jurídico era disposta apenas ao clero e aos nobres, não alcançando a sociedade como um todo. Finalizada a Era Medieval, em que o Rei tinha, em conformidade com a Igreja, os poderes de fazer, executar e julgar as leis, já que era o representante de Deus, novos pensamentos sociais passam a ser estruturados. E ao intuito de propagar o ensino jurídico e humanizar as leis, surgem as revoluções burguesas, dentre as principais tem-se a Revolução Francesa (França, 1789), em que o povo ganha a liberdade e o ser humano passa a ser valorizado como ser integrante de uma sociedade. No tocante campo jurídico a Lei volta a ser preponderantemente a guia da sociedade, com a funcionalidade de garantir a liberdade à sociedade e tutelar a dignidade humana. Em razão destes objetivos surge a Constituição escrita, tipificando as máximas de cada país, e outro fator fulcral foi a separação dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), permitindo a organização social e a independência de cada Poder. Em busca de tutelar efetivamente a dignidade humana, a Constituição escrita deveria conter em suas máximas a relação dos direitos do cidadão, igualdade alcançada com a Declaração dos Direitos Humanos. Ao decorrer da história vários foram os países que passaram a constitucionalizar suas leis, dentre eles está o Brasil. 1.1 O Direito no Brasil O Brasil, em virtude da sua estruturação na colonização, teve um advento tardio ao campo jurídico,sua efetivação ocorreu com a Constituição Política do Império do Brasil, em 1824, anteriormente se confundia com o Direito Português. A seara jurídica brasileira foi influenciada, em sua maioria, pelos campos legais romano e pelo Direito dos países europeus, como o francês, alemão, italiano e português. Outra importante influência foi o Direito estadunidense, pautado na Declaração dos Direitos Humanos, a partir deste instituto, o Brasil estabeleceu a Constituição Federal de 1988, sendo a sua atual. Esta que veio tutelar efetivamente os direitos humanos e as máximas que o Brasil necessitava para acompanhar as constantes evoluções no rol mundial, e como proteção primordial se tem a garantia dos direitos fundamentais, remontando aos objetivos almejados pela Revolução Francesa. No âmbito acadêmico, foi em 11 de agosto de 1827, com a institucionalização de uma Carta Lei, que o Direito brasileiro adquire sua formalização universitária, em que houve a criação do curso de Ciências Jurídicas e Sociais nas cidades de Olinda e São Paulo. Em um breve relato histórico, elucidando o entendimento da formação dos centros acadêmicos, Olinda era uma cidade em ascensão, em um crescimento gradual, já São Paulo era uma cidade remota, em que não havia esperanças de um crescimento progressivo. Contudo, com o início do curso de Ciências Jurídicas a população regional e nacional passou a ir estudar nesses dois polos acadêmicos, propagando um crescimento estupendo nas duas cidades. Ao fato do sucesso que as duas cidades obtiveram, outros cursos foram sendo criados no país e foi a partir de 2000 que o Direito teve sua abrangência a proporções mundiais, atingindo atualmente mais de 1000 cursos autorizados pelo Ministério da Educação. Com as constantes criações dos cursos, milhares de estudantes foram sendo formados pelos centros universitários, havendo a suma importância de espaços privados ou públicos para o trabalho dos bacharéis, consequentemente, aplicar efetivamente a justiça, a lei e os institutos do Direito. Para tal entendimento faz-se necessário uma breve abordagem às principais searas envoltas pelas carreiras jurídicas, e então, discorrer sobre a advocacia, enfoque do presente artigo. 2 As Carreiras Jurídicas Ao decorrer da evolução do Direito, diversos foram os surgimentos de campos para atuação, atualmente, o bacharel na área jurídica tem um leque de possibilidades para trabalhar. Dentre estas portas, vale salientar alguns dos principais campos almejados pelos estudantes de Direito, havendo duas vertentes, as carreiras jurídicas públicas e as carreiras jurídicas privadas. Analisando as carreiras públicas, extremamente ricas são as suas possibilidades, existindo dezenas de caminhos para seguir, e verdadeiramente precioso é poder conhecer cada uma delas para proporcionar um norte aos estudantes de Direito que visam este seguimento. Porém, o escopo do presente artigo é a advocacia e suas características intrínsecas, portanto a abordagem do campo jurídico público será sucinta, contudo, clara e elucidativa, para poder embasar minimamente as vertentes. A Defensoria Pública é amplamente desejada por ser uma das possibilidades de atuar como advogado, mas assegurado por um concurso público. Embasado pela Legislação nacional, em que todo cidadão tem direito de ser defendido, cabe ao defensor público defender aqueles cidadãos, que por motivos diversos, não podem adentrar em processos judiciais onerosos. O defensor público é incumbido de atuar como protetor dos municípios, estados ou da União, em que irá zelar pela formalidade dos atos praticados pelo Poder Executivo, em ações como as licitações ou as concorrências por obras e serviços públicos. A Procuradoria, representada pelo papel do procurador, é responsável por defender a ordem jurídica de forma justa e eficiente, para tais fins, inicia ações ou atua como fiscais das ações ajuizadas por terceiros. Os procuradores atuam na segunda instância de jurisdição, representada pelos Tribunais nas Câmaras Cíveis e Criminais. A Promotoria é o órgão responsável por defender os anseios e interesses da sociedade perante o juiz, promovendo ações penais, apurando responsabilidades e fiscalizando os cumprimentos das leis. Em uma análise mais elucidativa, o promotor é o advogado de acusação, porém, com o intuito de defender o Estado e o interesse público. O promotor deve representar os interessas daqueles que são portadores de deficiências e dos ausentes. Também deve assegurar os direitos das crianças, dos adolescentes e das famílias como um todo, ocupando-se de causas sociais, como a proteção ao meio ambiente, aos direitos do consumidor e aos patrimônios da União. O juiz é o membro do Poder Judiciário responsável por fazer os julgamentos dos processos e expedir os mandados de prisão, busca ou apreensão. Está dividido em duas searas, o juiz da justiça comum, aquele que irá decidir os conflitos entres as pessoas físicas, jurídicas e o poder público, como questões de famílias e tributários, porém, não podem ser tocantes relacionados com a União; e para tais temáticas existe o juiz federal, que deve julgar as causas que interessam a União, como os tributos federais e a previdência social. Findando o discorrimento sobre as áreas jurídicas públicas escolhidas para análise desta parte do artigo, tem-se o delegado, um campo de suma importância para a manutenção da ordem pública e a efetivação da justiça. Cabe ao delegado preparar, inquéritos, coordenar investigações policiais e emitir documentos públicos. Na transição entre as carreiras jurídicas públicas e privadas, um importante campo vale ser salientado, o professor universitário, este que pode estar em instituições públicas ou privadas. Com a constância no aumento de faculdades jurídicas, o requisito por professores qualificados também cresce com vertigem e cada vez mais os estudantes visam seguir tal área. O professor universitário possui a missão de guiar os alunos pelos conhecimentos de matérias específicas, ao longo de semestres ou anos. Cabe ao professor de Direito a exposição do conhecimento, o desenvolvimento de pesquisas e projetos, e também proporcionar a monitoria aos alunos. O professor é o papel preponderante no âmbito acadêmico, pois será ele o responsável por balizar e proporcionar uma formação de qualidade aos estudantes. Representadas as principais carreiras jurídicas, escolhidas para as exposições, o enfoque adiante se encontra no âmbito da advocacia, uma riquíssima área que carece de detalhamentos, para ajudar os estudantes nas escolhas de suas profissões. Portanto, faz- se necessário uma abordagem sobre o instituto da advocacia e de seus caracteres intrínsecos. Para desta forma embasar os conhecimentos sobre a área e facilitar futuras escolhas dos que visam o seu seguimento. 3 A Advocacia A advocacia é uma das carreiras mais requisitadas pelos bacharéis em Direito, estando dividida em dois espaços, a advocacia pública e a privada. A advocacia pública está caracterizada por representar os interesses da União, dos estados e dos municípios, buscando zelar pela legalidade dos seus atos e notadamente foi atribuída com a criação da Advocacia- Geral da União, podendo ser atuada neste instituto, na Procuradoria da Fazenda, na Defensoria Pública, em Procuradorias de ordem comum e em consultorias jurídicas, nas representações da União, do Distrito Federal e dos municípios. A advocacia privada está situada, principalmente, nos escritórios de advocacia, porém, também se encontra nas consultorias ou assessorias jurídicas para empresas, buscando representar e defender os interesses dos clientes. Advogado, em sua terminologia, advém do latim “ad vocatus”, significando aquele que deve se aquiescer por socorrer o outro perante a justiça, aquele que servirá de mediador, o defensor.3.1 Institucionalização O exercício da advocacia vem de tempos remotos, ao entendimento de que o Direito é necessário a regulamentação da vida em sociedade. No começo das experiências comunitárias, surgiu o papel do conselheiro, mesmo nos regimes mais simples das tribos até os grandes impérios. O conselheiro estava na figura do jurisconsulto, que era aquele a quem se recorria para obter conselhos quanto a melhor forma de solucionar determinados conflitos. Foi em Roma que o papel do advogado teve sua caracterização como função social e adquiriu o status de profissão elitizada, já que os advogados possuíam profundo saber jurídico, este que era essencial para defender os interesses dos clientes influentes. Atualmente a advocacia é uma profissão de importância mundial, sua atuação permeia praticamente a maioria das áreas das relações humanas, por isso se fez necessário o desmembramento em ramos e especialidades. Desta forma, tem-se profissionais que atuam em áreas cíveis, penais, trabalhistas, ambientais, digitais, desportivas, de consumo, tributárias e tantos outros segmentos. No Brasil a profissão de advogado vem tutelada na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 133, em que designa a profissão como indispensável a manutenção e gestão da justiça, sendo, nos limites da lei, inviolável por seus atos e exercícios na realização do trabalho. Sendo que a Constituição também ressalta que a representação judicial e extrajudicial e a consultoria jurídica dos estados, do Distrito Federal e da União, estão particularizadas ao papel dos advogados públicos. 3.2 O Instituto Advocatício O advogado é, assim como o juiz, promotor e o defensor, um dos operadores do Direito e como salientado nos ditames acima, possui o papel preponderante de aplicar e gerir a justiça, aplicada pelo Poder Judiciário. Este que é um dos três Poderes fundamentais da República Federativa do Brasil, sendo um Poder inerte, ou seja, somente poderá atuar quando algum cidadão, ente público ou privado acioná-lo, salvo raras exceções em que somente advogados, regularmente constituídos pela parte interessada, podem efetivar tais pedidos. Esta exceção é uma ótima representação da assaz necessidade da função do advogado para a manutenção e administração da justiça. Todavia, também é vasto o leque de requerimentos aos serviços advocatícios, proporcionando um imenso campo de áreas para atuação, porém, em virtude da vastidão de campos, apenas alguns serão salientados no presente estudo, por suas atuações e riquezas no mundo jurídico. A priori, tem-se o Direito Civil, uma área extremamente ampla em proporcionalidades de atuação e ricamente abordada ao longo do curso de Direito. O advogado poderá atuar nos tocantes dos Direitos das Coisas, como propriedade e posse de bens; no Direito de Família, analisando divórcios, testamentos e heranças; no Direito das Obrigações, trabalhando em casos de compra, venda, locação e empréstimos, dentre várias outras possibilidades de atuação. Seguidamente, tem-se o Direito Penal, nesta área o advogado irá preparar e apresentar a defesa ou a acusação em juízo de ações que envolvam crimes ou contravenções contra pessoas físicas ou jurídicas. O advogado criminalista irá tutelar o direito a defesa do seu cliente, atribuindo a este suas garantias fundamentais, em uma Vara Criminal ou então acusar a outra parte, e da mesma forma, irá tutelar os interesses de seu cliente. No Direito Trabalhista ou Previdenciário o advogado irá representar pessoas físicas ou jurídicas em disputas que tangenciam a relação entre empregado e empregador, em causas referentes ao contrato de trabalho, previdência social e ações sindicais. No Direito Administrativo o advogado irá aplicar as normas e legislações que regulam as atividades do poder público, empresas estatais, autarquias e fundações públicas na relação com empresas privadas e com cidadãos. E no Direito Comercial o advogado irá atuar na como mediador nas relações jurídicas que se referem ao comércio, participando dos processos nos tocantes da abertura, funcionamento e fechamento das empresas. O Direito do Consumidor é uma área extremamente rica e de suma importância na manutenção das relações sociais, cabe ao advogado atuar nas relações jurídicas que envolvam qualquer relação de consumo. O advogado deve visar a preservação dos direitos dos consumidores em face das empresas fornecedoras de bens e serviços. O Direito Ambiental, assim como as áreas que serão dispostas em sequência, estão em uma evolução e aderência, sendo riquíssimas, mas que carecem de profissionais especializados. O advogado ambientalista irá trabalhar em ONGs e empresas públicas ou privadas, e que irá atuar em questões que envolvam a relação humana com o meio ambiente, visando a preservação incondicional deste. No Direito Tributário o advogado deve aplicar em seus processos ou assessorias as normas que regulam a arrecadação de impostos, taxas, obrigações tributarias e fiscais. O Direito de Propriedade Intelectual ou o Direito Autoral é uma área de suma importância e que cresce com constância, cabe ao advogado atuar em proteção dos autores, ilidindo as falsificações, plágios e roubos de obras. No Direito Desportivo o advogado terá de lidar com funcionários e atletas, defendendo seus interesses sob a égide da legislação trabalhista específica, resguardar e estruturar o patrimônio de um clube ou associação, em relações cíveis e comerciais. Um dos encantos da área desportiva se encontra na intersecção dos elementos dos processos cíveis e penais. Em última análise, tem-se o Direito Digital ou Direito Eletrônico, área que surgiu para acompanhar a constante evolução dos meios tecnológicos e que atualmente se apresenta como uma das áreas mais promissoras no mundo jurídico. Cabe ao advogado atuar em um leque de possibilidades e legislações, passando pelos tocantes da área cível, trabalhista, comerciária, penal, dentre outras. Na área penal, por exemplo, o advogado pode trabalhar em um caso de difamação à honra em uma conversa online. Contudo, o Direito Digital terá uma longa evolução, por lhe faltar um Código próprio na legislação brasileira, estando legislado pelo Marco Civil da Internet, a Lei Nº 12.965, de 23 de abril de 2014. Todavia, nenhuma destas áreas seriam possíveis de se seguir pelo bacharel em Direito se não fosse pela regulamentação do órgão responsável pelos advogados, a Ordem dos Advogados do Brasil, instituto de importância ímpar no mundo jurídico e advocatício. 3.3 A Ordem dos Advogados do Brasil A Ordem dos Advogados do Brasil ou OAB, sigla que corresponde a uma instituição que se destina em reunir e representar os advogados em todo território brasileiro. Portanto, para exercer sua profissão nos ditames da lei, o profissional deve constar nos quadros da OAB. A institucionalização do órgão remonta ao início do Direito no Brasil, iniciando, em 1843, com a fundação do IAB, sigla intitulada para representar o Instituto dos Advogados Brasileiros, que recebeu fomento do ministro do Supremo Tribunal Federal (instância máxima na aplicação e representação do Direito brasileiro), o Conselheiro Francisco Alberto Teixeira de Aragão. Porém, a IAB possuía uma forte influência de Portugal, e com a evolução histórica do Brasil, novas tendências e independências à Portugal foram surgindo na ideologia brasileira. Para tal, surge a Ordem dos Advogados do Brasil, advinda do artigo 17 do Decreto Nº 19.408, de 18 de novembro de 1930, assinado por Getúlio Vargas e pelo Ministro da Justiça Oswaldo Aranha. Desde então este é o órgão destinado a representar e defender a classe dos advogados, tendo no Conselho Federal o núcleo da sua organização, e uma vasta e importantíssima lei dispondo sobre o “Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil”,a Lei Nº 8.906, de 4 de julho de 1994. Previamente a abordagem das características intrínsecas da OAB, como requisitos, direitos e deveres do advogado, vale ressaltar sobre o Exame da Ordem. Este é um dos requisitos mínimos que o bacharel em Direito deve ter para poder exercer a advocacia. O Exame da Ordem ocorre três vezes por ano, compreendendo duas fase: a primeira fase, que consiste em uma prova objetiva contendo 100 questões de múltipla escolha, versando sobre as áreas dispostas durante os 5 anos de graduação e a aprovação será alcançada pelos candidatos que obtiverem, no mínimo, 50% das questões; Já a segunda fase consiste em uma prova prática-profissional, sendo realizada pelos candidatos que foram aprovados na primeira fase, e subdivide-se em duas partes – a redação da peça profissional e 5 questões práticas, em forma de situações-problemas, em que ambas correspondem a matéria de opção do candidato. A aprovação se dará por candidatos que obtiverem nota igual ou superior aos 6 pontos, ao entendimento de que a peça vale 5 pontos e cada questão vale 1 ponto. Adquirido a aprovação o bacharel estará apto para atuar nos tocantes da advocacia, porém, alguns outros requisitos são necessários antes da efetivação de tal aptidão. O Estatuto da Advocacia dispões de alguns requisitos para que seja efetivada a inscrição na OAB como advogado, dentre eles se tem a capacidade civil, a necessidade do certificado de conclusão do curso de Direito em instituições oficialmente autorizadas e credenciadas, o título de eleitor e quitação do serviço militar (caso seja brasileiro), a respectiva aprovação no Exame da Ordem, exercer atividade compatível com a advocacia, ser uma pessoa idônea e prestar compromisso perante o conselho da OAB. Posteriormente ao preenchimento dos requisitos o bacharel é credenciado na OAB e pode exercer oficialmente o ofício de advogado, em que alguns direitos e deveres estão dispostos no Estatuto, em busca de assegurar que o advogado estará nos ditames do Direito, aplicando com idoneidade a justiça. Nos ditames do artigo 7º do Estatuto da Advocacia, os direitos são: poder exercer a profissão em todo o território nacional; a defesa e o sigilo; a comunicação com seus clientes (mesmo que reclusos); a representação da OAB; dignidade humana e profissional; exercício do seu trabalho com efetividade em tribunais, cartórios, empresas, repartições ou estabelecimentos públicos que venham a contribuir em seu ofício; o uso dos símbolos privativos da advocacia e a recusa do depoimento como testemunhas à pessoas que já foi ou é advogado. Outro fator importante é que não há hierarquia e subordinação entre os magistrados, membros do Ministério Público e os advogados, devendo manter o império da igualdade, dos bons costumes e da boa-fé, para que desta forma o Direito seja aplicado de forma justa e igualitária. Dentre os deveres, o artigo segundo do Código de Ética e Disciplina da OAB, vem dispor que cabe ao advogado preservar e zelar pela idoneidade e eficiência da sua profissão; atuar nas searas da boa-fé e dos bons costumes; empenhar-se para estar sempre evoluindo e aprendendo; contribuir para o aprimoramento do mundo jurídico; aconselhar o cliente nos campos da boa-fé e dos bons costumes; estimular a conciliação; abster-se de usar da mera promoção pessoal ou profissional, da má-fé e dos maus costumes e buscar soluções ao problemas da sociedade em todo o seu leque atributivo. Desta forma, buscar efetivamente a aplicação do Direito, a luta pela justiça e a contribuição para que o mundo jurídico seja cada vez mais inovador e igualitário. Em busca da regulamentação de tais objetivos se tem a ética na advocacia, tutelada pelo Código de Ética do Advogado, visando conciliar os direitos e os dever do advogado, para que este exerça sua profissão nos campos mais luminosos, justos e éticos do Direito. 3.4 O Código de Ética e a Ética na Advocacia A ética é o princípio norteador da advocacia, em que proporcionará ao advogado exercer seu ofício em busca da contribuição do Direito e a tutela à justiça. Sem a ética o Direito estaria em um campo de instabilidade, já que o profissional poderia atuar aos meros deleites da sua consciência, sendo assim, a ética na advocacia é imprescindível para a manutenção da justiça e do próprio Direito como instituto representativo da sociedade. Anteriormente os deveres e direitos dos advogados encontravam-se no Estatuto e no Código de Ética Profissional, datado por 25 de junho de 1934, porém preferiu-se compilar em 1994 a matéria no Código de Ética e Disciplina. Atualmente houve uma renovação com a Resolução Nº 02/2015 que veio dispor sobre o novo Código de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil, publicado no Diário Oficial da União em 4 de novembro de 2015. Umas das diferenças mais contundentes foi em relação a possibilidade de assistência gratuita aos necessitados economicamente, possibilitando ao instituto da advocacia uma abrangência e maior igualdade na prestação do serviço, permitindo a disponibilidade de uma justiça qualitativa e eficiente aos que não podem tê-la a título oneroso. Aética remonta a formação do Direito, abordando os mais influentes filósofos, como Platão que designava a ética como essencial para alma humana e já possuía um senso de justiça que deverão ser aplicados nos âmbitos da moral e da própria ética. Findando a análise dos caracteres da Ordem dos Advogados do Brasil e dos próprios ditames da ética advocatícia, estes institutos se fazem imensuráveis para a manutenção do exercício da advocacia pautado na dignidade, no amor a profissão, a honestidade e nos bons costumes, requisitos primordiais para aplicação efetiva da justiça. Visando, desta forma, compilar os deveres e direitos dos advogados em uma aplicação e contribuição efetiva ao Direito como instituto de preservação da ordem social. 3.5 Os Símbolos da Advocacia Os símbolos são essenciais para a representação de um grupo, de uma cultura e, consequentemente, dos advogados. O próprio Código de Ética e Disciplina da OAB tutelava, em seu artigo, 7º o direito dos símbolos ao advogado. Os principais símbolos consistem na Beca, na deusa Têmis e na Balança. A Beca, é uma túnica negra usada pelos magistrados e em algumas ocasiões pelos advogados, sendo um símbolo que remete ao sacerdócio do trabalho pautado na honra, no mérito e no decoro. A deusa Têmis é de origem grega, também chamada de Justitia pelos romanos, representando a justiça, as leis e a ordem. Subdividindo-se em 3 partes, os olhos vendados que representa a imparcialidade na análise e aplicação da justiça; a balança na mão esquerda representando o equilíbrio na aplicação do Direito e a espada representando a força, a luta pelo Direito e pela justiça. A balança, assim como disposta da deusa Têmis, representa o equilíbrio daquele julga, pesando os fatos, as evidências e as provas de forma justa e correta, não dispondo o seu veredito de maneira que venha a favorecer uma das partes. Para melhores efetivações de tais objetivos o advogado também dispõe de outros símbolos, como a coruja, que representa a sabedoria, inteligência e a cautela que o advogado deve na aplicação da justiça e a luta pelo Direito, buscando resolver suas adversidades. Cabe ao advogado fazer a compilação de tais símbolos no cotidiano de seu trabalho, buscando honrar e usar com decoro a representação ao seu cliente, analisando seus casos com imparcialidade, equilíbrio e buscando a luta pelos Direitos, a aplicação da justiça. CONSIDERAÇÕES FINAIS O Direito passa por constantes evoluções, sem objeções pragmáticas, porém, em virtudes destas que se faz imprescindível a formação de profissionais cada vez mais qualificados que irão atuar nas diversas carreiras e áreas jurídicas. São estes profissionais queirão tutelar os direitos da sociedade, aplicado os campos jurídicos nos ditames moralizantes. Dentre estes profissionais se encontra o advogado, carreira de suma importância na manutenção da ordem social e aplicação da justiça, ao entendimento de que cabem aos advogados representar diretamente os interesses de seus clientes. Porém, o número de advogados cresce com constância, tornando o mercado de trabalho acirrado, desta forma, cabe aos estudantes e profissionais buscar formas de diferenciação na grande massa. Inicialmente, as instituições devem fomentar a formação de profissionais liberais, ensinando a serem gestores. Seguidamente a OAB deve criar ações práticas que ajudem o advogado em uma formação empreendedora, contribuindo no desenvolvimento profissional. Já na advocacia pública o governo deve trabalhar em parceria para desenvolver profissionais atualizados, em busca do constante aprendizado e efetivação na aplicação dos campos jurídicos. Consequentemente, o advogado, os profissionais do Direito e os estudantes, devem buscar vencer as dificuldades encontradas nas searas jurídicas, visando o melhoramento e aperfeiçoamento diário. É mister que o profissional do Direito tenha em mente que as searas jurídicas são extremamente ricas e as atualizações farão partes da vivência profissional, independentemente da carreira. Desta forma, os profissionais poderão aplicar diariamente e com responsabilidade a justiça, o advogado irá representar com moralidade a sociedade e o estudante irá buscar dar seu melhor para um dia ser o representante da sociedade. Caso o contrário, os institutos jurídicos tornar-se-ão obsoletos, perdendo uma das suas qualidades mais ricas, a manutenção da ordem social, pautada nos ditames da justiça, da ética e da moral. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASCENSÃO, José de Oliveira. Direito da Internet e da Sociedade da Informação. Rio de Janeiro: Forense, 2002. BRASIL. 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