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Carreiras Jurídicas A Advocacia à Luz do Direito

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Faculdade Integrado de Campo Mourão – CIES/PR, Campo Mourão, Paraná, Brasil 
 
Carreiras jurídicas: a advocacia à luz do Direito 
 
Gabriel Carvalho dos Santos 
 
RESUMO 
Constantemente o Direito passa o por transformações e inovações em suas searas, usando 
os institutos passados da sua formação como influenciadores e buscando aplicar a justiça 
no presente. Necessitando de profissionais qualificados para atuar em busca de 
efetivações nos serviços jurídicos, em um leque de áreas, as chamadas carreiras jurídicas, 
dentre estas, encontra-se o papel do advogado. Ao entendimento de tais fatos o presente 
artigo vem trazer uma exposição sobre a história e formação do Direito, abordando seu 
aspecto mundial e nacional. Recorrendo a utilização de metodologias bibliográficas, 
buscando recursos tecnológicos para a abrangência da pesquisa em um método de 
exposição clara e elucidativa. Analisando, posteriormente, as principais carreiras jurídicas 
que um bacharel em Direito pode escolher atuar ao longo de sua formação. Discorrendo, 
por fim, sobre o instituto advocatício, expondo seus detalhes, o órgão regulador, a ética e 
os principais símbolos, proporcionando a iluminação do conhecimento sobre a área. 
PALAVRAS-CHAVE: Direito; Carreiras; Advocacia; Ética; Legislação. 
 
INTRODUÇÃO 
Os campos jurídicos remontam aos primórdios da humanidade, estando presentes na 
formação das sociedades mais primitivas, mesmo que seus institutos não fossem 
jurídicos. Tais fatos são possíveis devido a necessidade do ser humano de viver em 
sociedade, para tal, é mister algo que possa vir regulamentar o convívio, objetivo inicial 
do Direito, a manutenção e regulamentação da ordem social. 
Muito embora tais caracteres foram imprescindíveis para proporcionar a formatação 
de um ser humano sociável nos ditames dos bons costumes, as searas jurídicas foram 
sofrendo evoluções ao longo da história, passando por constantes transformações, desde 
pequenas rebeliões até grandes revoluções. Ao longo deste processo histórico, foram 
alcançando novos espaços e territórios, até chegar ao Brasil, iniciando em pequenos paços 
e atualmente levando o Brasil a níveis de conhecimentos mundiais por seus institutos 
jurídicos. 
Por conseguinte, o Direito alcançou uma abrangência global, e em focalização ao 
Brasil, requisitou-se profissionais das mais diversas especializações jurídicas que 
pudessem fazer e aplicar os campos jurídicos, pautados nos ditames da justiça e do próprio 
 
Direito. Dentre estas necessidades surgiram as carreiras jurídicas, abordando desde os 
julgadores, com os juízes; os propagadores do conhecimento, com os professores; os 
mantedores da justiça, com os delegados; e os defensores, com os procuradores, os 
promotores, os defensores públicos e o advogado. 
Ao enfoque deste trabalho, é de suma importância a análise do instituto advocatício 
para poder ter a melhoria na compreensão dos campos jurídicos. Ao fato de que cabe ao 
advogado estar em contato e transição com a maioria das carreiras jurídicas, visando a 
aplicação moralizante da justiça e fomentação do próprio Direito. É de extrema 
importância também o conhecimento sobre os caracteres da advocacia, como o seu órgão 
regulamentador, sua ética profissional e seus símbolos contributivos. O advogado tem o 
sumo sacerdócio de representar a sociedade em seus interesses e dificuldades, buscando 
aplicar o Direito nos campos mais diversificados e adversos. Em prol da justiça e da 
própria sociedade como instituição moralizante e digna de representatividade, pautado 
nos ditames das máximas constitucionais vigentes no país. 
 
1 Breves Relatos Sobre a História do Direito 
O ser humano é por excelência um ser sociável, necessitando do próximo para ter o 
conhecimento de si mesmo e poder estabelecer relações interpessoais. Em prol de uma 
organização social surge o Direito, visando a manutenção da ordem e a tutela do convívio 
pacificado. 
Etimologicamente o termo Direito deriva do latim directu, significando algo muito 
reto, correto e probo, elucidando uma das suas principais características, a cultura. Em 
oposição ao pensamento geral, o instituto jurídico estabelece seus traços nas sociedades 
ágrafas. Embora não houvesse códigos escritos, o Direito era transmitido através dos 
costumes, da cultura, da religião, estes que foram os formuladores das sociedades, 
responsáveis pela transmissão das regras morais, das práticas e vivências. Desta forma, 
nos âmbitos supracitados, o Direito era transmitido verbal e moralmente, sendo 
dispensável, para a época, as leis escritas. 
Ao seguimento do desenvolvimento da humanidade, evoluções tecnológicas foram 
sendo institucionalizadas, com elas o advento da escrita. Portanto era necessário que o 
Direito recebesse a estruturação nos códigos escritos, permitindo a abrangência e 
fidelidade em seu conhecimento e transmissão. Focalizando o Oriente Antigo, tem-se 
como principal Código o de Hamurabi, estabelecendo a fusão entre o sobrenatural (o 
divino), a autotutela dos direitos, a preservação da justiça e as penas de castigo físico. 
 
Com o surgimento das pólis, na Grécia Antiga, o instituto jurídico retorna ao uso dos 
costumes, em que o direito devia ser aprendido e vivenciado, ao entendimento de que 
nada valeria leis estruturadas e justas se a sociedade não fizesse o uso prático. Para tutelar 
as divergências nos campos legais surge o Direito na Roma Antiga, época em que houve 
sua consolidação no Direito privado e como ciência, através da Lei das XII Tábuas, 
evidenciando e aplicando o uso das leis escritas, porém, institucionalizando os costumes 
como força de lei. 
Posteriormente surge a Era Medieval, considerada por muitos historiadores a Era das 
Trevas, todavia, foi nesta que o Direito recebeu suas maiores contribuições nos campos 
científicos e doutrinários, e também houve a concretização do Direito Canônico. A Lei 
era ditada e institucionalizada pela Igreja, muito embora houvesse a centralização do 
poder, foi através das estruturas acadêmicas que o Direito passou a ser difundido. O 
âmbito acadêmico consistia no Trivium, que era uma preparação para as ciências maiores, 
a Teologia, o Direito e a Medicina, constando nos ensinamentos da lógica, retórica e 
oratória; e no Quadrivium, constando no ensinamento da geometria, aritmética, 
astronomia e música. Porém, a propagação do ensino jurídico era disposta apenas ao clero 
e aos nobres, não alcançando a sociedade como um todo. 
Finalizada a Era Medieval, em que o Rei tinha, em conformidade com a Igreja, os 
poderes de fazer, executar e julgar as leis, já que era o representante de Deus, novos 
pensamentos sociais passam a ser estruturados. E ao intuito de propagar o ensino jurídico 
e humanizar as leis, surgem as revoluções burguesas, dentre as principais tem-se a 
Revolução Francesa (França, 1789), em que o povo ganha a liberdade e o ser humano 
passa a ser valorizado como ser integrante de uma sociedade. 
No tocante campo jurídico a Lei volta a ser preponderantemente a guia da sociedade, 
com a funcionalidade de garantir a liberdade à sociedade e tutelar a dignidade humana. 
Em razão destes objetivos surge a Constituição escrita, tipificando as máximas de cada 
país, e outro fator fulcral foi a separação dos Poderes (Executivo, Legislativo e 
Judiciário), permitindo a organização social e a independência de cada Poder. Em busca 
de tutelar efetivamente a dignidade humana, a Constituição escrita deveria conter em suas 
máximas a relação dos direitos do cidadão, igualdade alcançada com a Declaração dos 
Direitos Humanos. Ao decorrer da história vários foram os países que passaram a 
constitucionalizar suas leis, dentre eles está o Brasil. 
 
 
 
1.1 O Direito no Brasil 
O Brasil, em virtude da sua estruturação na colonização, teve um advento tardio ao 
campo jurídico,sua efetivação ocorreu com a Constituição Política do Império do Brasil, 
em 1824, anteriormente se confundia com o Direito Português. A seara jurídica brasileira 
foi influenciada, em sua maioria, pelos campos legais romano e pelo Direito dos países 
europeus, como o francês, alemão, italiano e português. Outra importante influência foi 
o Direito estadunidense, pautado na Declaração dos Direitos Humanos, a partir deste 
instituto, o Brasil estabeleceu a Constituição Federal de 1988, sendo a sua atual. Esta que 
veio tutelar efetivamente os direitos humanos e as máximas que o Brasil necessitava para 
acompanhar as constantes evoluções no rol mundial, e como proteção primordial se tem 
a garantia dos direitos fundamentais, remontando aos objetivos almejados pela Revolução 
Francesa. 
No âmbito acadêmico, foi em 11 de agosto de 1827, com a institucionalização de uma 
Carta Lei, que o Direito brasileiro adquire sua formalização universitária, em que houve 
a criação do curso de Ciências Jurídicas e Sociais nas cidades de Olinda e São Paulo. Em 
um breve relato histórico, elucidando o entendimento da formação dos centros 
acadêmicos, Olinda era uma cidade em ascensão, em um crescimento gradual, já São 
Paulo era uma cidade remota, em que não havia esperanças de um crescimento 
progressivo. Contudo, com o início do curso de Ciências Jurídicas a população regional 
e nacional passou a ir estudar nesses dois polos acadêmicos, propagando um crescimento 
estupendo nas duas cidades. Ao fato do sucesso que as duas cidades obtiveram, outros 
cursos foram sendo criados no país e foi a partir de 2000 que o Direito teve sua 
abrangência a proporções mundiais, atingindo atualmente mais de 1000 cursos 
autorizados pelo Ministério da Educação. Com as constantes criações dos cursos, 
milhares de estudantes foram sendo formados pelos centros universitários, havendo a 
suma importância de espaços privados ou públicos para o trabalho dos bacharéis, 
consequentemente, aplicar efetivamente a justiça, a lei e os institutos do Direito. Para tal 
entendimento faz-se necessário uma breve abordagem às principais searas envoltas pelas 
carreiras jurídicas, e então, discorrer sobre a advocacia, enfoque do presente artigo. 
 
2 As Carreiras Jurídicas 
Ao decorrer da evolução do Direito, diversos foram os surgimentos de campos para 
atuação, atualmente, o bacharel na área jurídica tem um leque de possibilidades para 
trabalhar. Dentre estas portas, vale salientar alguns dos principais campos almejados 
 
pelos estudantes de Direito, havendo duas vertentes, as carreiras jurídicas públicas e as 
carreiras jurídicas privadas. 
Analisando as carreiras públicas, extremamente ricas são as suas possibilidades, 
existindo dezenas de caminhos para seguir, e verdadeiramente precioso é poder conhecer 
cada uma delas para proporcionar um norte aos estudantes de Direito que visam este 
seguimento. Porém, o escopo do presente artigo é a advocacia e suas características 
intrínsecas, portanto a abordagem do campo jurídico público será sucinta, contudo, clara 
e elucidativa, para poder embasar minimamente as vertentes. 
A Defensoria Pública é amplamente desejada por ser uma das possibilidades de atuar 
como advogado, mas assegurado por um concurso público. Embasado pela Legislação 
nacional, em que todo cidadão tem direito de ser defendido, cabe ao defensor público 
defender aqueles cidadãos, que por motivos diversos, não podem adentrar em processos 
judiciais onerosos. O defensor público é incumbido de atuar como protetor dos 
municípios, estados ou da União, em que irá zelar pela formalidade dos atos praticados 
pelo Poder Executivo, em ações como as licitações ou as concorrências por obras e 
serviços públicos. 
A Procuradoria, representada pelo papel do procurador, é responsável por defender a 
ordem jurídica de forma justa e eficiente, para tais fins, inicia ações ou atua como fiscais 
das ações ajuizadas por terceiros. Os procuradores atuam na segunda instância de 
jurisdição, representada pelos Tribunais nas Câmaras Cíveis e Criminais. 
A Promotoria é o órgão responsável por defender os anseios e interesses da sociedade 
perante o juiz, promovendo ações penais, apurando responsabilidades e fiscalizando os 
cumprimentos das leis. Em uma análise mais elucidativa, o promotor é o advogado de 
acusação, porém, com o intuito de defender o Estado e o interesse público. O promotor 
deve representar os interessas daqueles que são portadores de deficiências e dos ausentes. 
Também deve assegurar os direitos das crianças, dos adolescentes e das famílias como 
um todo, ocupando-se de causas sociais, como a proteção ao meio ambiente, aos direitos 
do consumidor e aos patrimônios da União. 
O juiz é o membro do Poder Judiciário responsável por fazer os julgamentos dos 
processos e expedir os mandados de prisão, busca ou apreensão. Está dividido em duas 
searas, o juiz da justiça comum, aquele que irá decidir os conflitos entres as pessoas 
físicas, jurídicas e o poder público, como questões de famílias e tributários, porém, não 
podem ser tocantes relacionados com a União; e para tais temáticas existe o juiz federal, 
 
que deve julgar as causas que interessam a União, como os tributos federais e a 
previdência social. 
Findando o discorrimento sobre as áreas jurídicas públicas escolhidas para análise 
desta parte do artigo, tem-se o delegado, um campo de suma importância para a 
manutenção da ordem pública e a efetivação da justiça. Cabe ao delegado preparar, 
inquéritos, coordenar investigações policiais e emitir documentos públicos. 
Na transição entre as carreiras jurídicas públicas e privadas, um importante campo 
vale ser salientado, o professor universitário, este que pode estar em instituições públicas 
ou privadas. Com a constância no aumento de faculdades jurídicas, o requisito por 
professores qualificados também cresce com vertigem e cada vez mais os estudantes 
visam seguir tal área. O professor universitário possui a missão de guiar os alunos pelos 
conhecimentos de matérias específicas, ao longo de semestres ou anos. Cabe ao professor 
de Direito a exposição do conhecimento, o desenvolvimento de pesquisas e projetos, e 
também proporcionar a monitoria aos alunos. O professor é o papel preponderante no 
âmbito acadêmico, pois será ele o responsável por balizar e proporcionar uma formação 
de qualidade aos estudantes. 
Representadas as principais carreiras jurídicas, escolhidas para as exposições, o 
enfoque adiante se encontra no âmbito da advocacia, uma riquíssima área que carece de 
detalhamentos, para ajudar os estudantes nas escolhas de suas profissões. Portanto, faz-
se necessário uma abordagem sobre o instituto da advocacia e de seus caracteres 
intrínsecos. Para desta forma embasar os conhecimentos sobre a área e facilitar futuras 
escolhas dos que visam o seu seguimento. 
 
3 A Advocacia 
A advocacia é uma das carreiras mais requisitadas pelos bacharéis em Direito, estando 
dividida em dois espaços, a advocacia pública e a privada. A advocacia pública está 
caracterizada por representar os interesses da União, dos estados e dos municípios, 
buscando zelar pela legalidade dos seus atos e notadamente foi atribuída com a criação 
da Advocacia- Geral da União, podendo ser atuada neste instituto, na Procuradoria da 
Fazenda, na Defensoria Pública, em Procuradorias de ordem comum e em consultorias 
jurídicas, nas representações da União, do Distrito Federal e dos municípios. A advocacia 
privada está situada, principalmente, nos escritórios de advocacia, porém, também se 
encontra nas consultorias ou assessorias jurídicas para empresas, buscando representar e 
defender os interesses dos clientes. 
 
Advogado, em sua terminologia, advém do latim “ad vocatus”, significando aquele 
que deve se aquiescer por socorrer o outro perante a justiça, aquele que servirá de 
mediador, o defensor.3.1 Institucionalização 
O exercício da advocacia vem de tempos remotos, ao entendimento de que o Direito 
é necessário a regulamentação da vida em sociedade. No começo das experiências 
comunitárias, surgiu o papel do conselheiro, mesmo nos regimes mais simples das tribos 
até os grandes impérios. O conselheiro estava na figura do jurisconsulto, que era aquele 
a quem se recorria para obter conselhos quanto a melhor forma de solucionar 
determinados conflitos. Foi em Roma que o papel do advogado teve sua caracterização 
como função social e adquiriu o status de profissão elitizada, já que os advogados 
possuíam profundo saber jurídico, este que era essencial para defender os interesses dos 
clientes influentes. 
Atualmente a advocacia é uma profissão de importância mundial, sua atuação permeia 
praticamente a maioria das áreas das relações humanas, por isso se fez necessário o 
desmembramento em ramos e especialidades. Desta forma, tem-se profissionais que 
atuam em áreas cíveis, penais, trabalhistas, ambientais, digitais, desportivas, de consumo, 
tributárias e tantos outros segmentos. No Brasil a profissão de advogado vem tutelada na 
Constituição Federal de 1988, em seu artigo 133, em que designa a profissão como 
indispensável a manutenção e gestão da justiça, sendo, nos limites da lei, inviolável por 
seus atos e exercícios na realização do trabalho. Sendo que a Constituição também 
ressalta que a representação judicial e extrajudicial e a consultoria jurídica dos estados, 
do Distrito Federal e da União, estão particularizadas ao papel dos advogados públicos. 
 
3.2 O Instituto Advocatício 
O advogado é, assim como o juiz, promotor e o defensor, um dos operadores do 
Direito e como salientado nos ditames acima, possui o papel preponderante de aplicar e 
gerir a justiça, aplicada pelo Poder Judiciário. Este que é um dos três Poderes 
fundamentais da República Federativa do Brasil, sendo um Poder inerte, ou seja, somente 
poderá atuar quando algum cidadão, ente público ou privado acioná-lo, salvo raras 
exceções em que somente advogados, regularmente constituídos pela parte interessada, 
podem efetivar tais pedidos. Esta exceção é uma ótima representação da assaz 
necessidade da função do advogado para a manutenção e administração da justiça. 
 
Todavia, também é vasto o leque de requerimentos aos serviços advocatícios, 
proporcionando um imenso campo de áreas para atuação, porém, em virtude da vastidão 
de campos, apenas alguns serão salientados no presente estudo, por suas atuações e 
riquezas no mundo jurídico. 
A priori, tem-se o Direito Civil, uma área extremamente ampla em proporcionalidades 
de atuação e ricamente abordada ao longo do curso de Direito. O advogado poderá atuar 
nos tocantes dos Direitos das Coisas, como propriedade e posse de bens; no Direito de 
Família, analisando divórcios, testamentos e heranças; no Direito das Obrigações, 
trabalhando em casos de compra, venda, locação e empréstimos, dentre várias outras 
possibilidades de atuação. 
Seguidamente, tem-se o Direito Penal, nesta área o advogado irá preparar e apresentar 
a defesa ou a acusação em juízo de ações que envolvam crimes ou contravenções contra 
pessoas físicas ou jurídicas. O advogado criminalista irá tutelar o direito a defesa do seu 
cliente, atribuindo a este suas garantias fundamentais, em uma Vara Criminal ou então 
acusar a outra parte, e da mesma forma, irá tutelar os interesses de seu cliente. 
No Direito Trabalhista ou Previdenciário o advogado irá representar pessoas físicas 
ou jurídicas em disputas que tangenciam a relação entre empregado e empregador, em 
causas referentes ao contrato de trabalho, previdência social e ações sindicais. 
No Direito Administrativo o advogado irá aplicar as normas e legislações que regulam 
as atividades do poder público, empresas estatais, autarquias e fundações públicas na 
relação com empresas privadas e com cidadãos. E no Direito Comercial o advogado irá 
atuar na como mediador nas relações jurídicas que se referem ao comércio, participando 
dos processos nos tocantes da abertura, funcionamento e fechamento das empresas. 
O Direito do Consumidor é uma área extremamente rica e de suma importância na 
manutenção das relações sociais, cabe ao advogado atuar nas relações jurídicas que 
envolvam qualquer relação de consumo. O advogado deve visar a preservação dos direitos 
dos consumidores em face das empresas fornecedoras de bens e serviços. 
O Direito Ambiental, assim como as áreas que serão dispostas em sequência, estão 
em uma evolução e aderência, sendo riquíssimas, mas que carecem de profissionais 
especializados. O advogado ambientalista irá trabalhar em ONGs e empresas públicas ou 
privadas, e que irá atuar em questões que envolvam a relação humana com o meio 
ambiente, visando a preservação incondicional deste. 
No Direito Tributário o advogado deve aplicar em seus processos ou assessorias as 
normas que regulam a arrecadação de impostos, taxas, obrigações tributarias e fiscais. 
 
 
O Direito de Propriedade Intelectual ou o Direito Autoral é uma área de suma 
importância e que cresce com constância, cabe ao advogado atuar em proteção dos 
autores, ilidindo as falsificações, plágios e roubos de obras. 
No Direito Desportivo o advogado terá de lidar com funcionários e atletas, 
defendendo seus interesses sob a égide da legislação trabalhista específica, resguardar e 
estruturar o patrimônio de um clube ou associação, em relações cíveis e comerciais. Um 
dos encantos da área desportiva se encontra na intersecção dos elementos dos processos 
cíveis e penais. 
Em última análise, tem-se o Direito Digital ou Direito Eletrônico, área que surgiu para 
acompanhar a constante evolução dos meios tecnológicos e que atualmente se apresenta 
como uma das áreas mais promissoras no mundo jurídico. Cabe ao advogado atuar em 
um leque de possibilidades e legislações, passando pelos tocantes da área cível, 
trabalhista, comerciária, penal, dentre outras. Na área penal, por exemplo, o advogado 
pode trabalhar em um caso de difamação à honra em uma conversa online. Contudo, o 
Direito Digital terá uma longa evolução, por lhe faltar um Código próprio na legislação 
brasileira, estando legislado pelo Marco Civil da Internet, a Lei Nº 12.965, de 23 de abril 
de 2014. 
Todavia, nenhuma destas áreas seriam possíveis de se seguir pelo bacharel em Direito 
se não fosse pela regulamentação do órgão responsável pelos advogados, a Ordem dos 
Advogados do Brasil, instituto de importância ímpar no mundo jurídico e advocatício. 
 
3.3 A Ordem dos Advogados do Brasil 
A Ordem dos Advogados do Brasil ou OAB, sigla que corresponde a uma instituição 
que se destina em reunir e representar os advogados em todo território brasileiro. Portanto, 
para exercer sua profissão nos ditames da lei, o profissional deve constar nos quadros da 
OAB. 
A institucionalização do órgão remonta ao início do Direito no Brasil, iniciando, em 
1843, com a fundação do IAB, sigla intitulada para representar o Instituto dos Advogados 
Brasileiros, que recebeu fomento do ministro do Supremo Tribunal Federal (instância 
máxima na aplicação e representação do Direito brasileiro), o Conselheiro Francisco 
Alberto Teixeira de Aragão. Porém, a IAB possuía uma forte influência de Portugal, e 
com a evolução histórica do Brasil, novas tendências e independências à Portugal foram 
 
surgindo na ideologia brasileira. Para tal, surge a Ordem dos Advogados do Brasil, 
advinda do artigo 17 do Decreto Nº 19.408, de 18 de novembro de 1930, assinado por 
Getúlio Vargas e pelo Ministro da Justiça Oswaldo Aranha. Desde então este é o órgão 
destinado a representar e defender a classe dos advogados, tendo no Conselho Federal o 
núcleo da sua organização, e uma vasta e importantíssima lei dispondo sobre o “Estatuto 
da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil”,a Lei Nº 8.906, de 4 de julho de 
1994. 
Previamente a abordagem das características intrínsecas da OAB, como requisitos, 
direitos e deveres do advogado, vale ressaltar sobre o Exame da Ordem. Este é um dos 
requisitos mínimos que o bacharel em Direito deve ter para poder exercer a advocacia. O 
Exame da Ordem ocorre três vezes por ano, compreendendo duas fase: a primeira fase, 
que consiste em uma prova objetiva contendo 100 questões de múltipla escolha, versando 
sobre as áreas dispostas durante os 5 anos de graduação e a aprovação será alcançada 
pelos candidatos que obtiverem, no mínimo, 50% das questões; Já a segunda fase consiste 
em uma prova prática-profissional, sendo realizada pelos candidatos que foram aprovados 
na primeira fase, e subdivide-se em duas partes – a redação da peça profissional e 5 
questões práticas, em forma de situações-problemas, em que ambas correspondem a 
matéria de opção do candidato. A aprovação se dará por candidatos que obtiverem nota 
igual ou superior aos 6 pontos, ao entendimento de que a peça vale 5 pontos e cada questão 
vale 1 ponto. Adquirido a aprovação o bacharel estará apto para atuar nos tocantes da 
advocacia, porém, alguns outros requisitos são necessários antes da efetivação de tal 
aptidão. 
O Estatuto da Advocacia dispões de alguns requisitos para que seja efetivada a 
inscrição na OAB como advogado, dentre eles se tem a capacidade civil, a necessidade 
do certificado de conclusão do curso de Direito em instituições oficialmente autorizadas 
e credenciadas, o título de eleitor e quitação do serviço militar (caso seja brasileiro), a 
respectiva aprovação no Exame da Ordem, exercer atividade compatível com a advocacia, 
ser uma pessoa idônea e prestar compromisso perante o conselho da OAB. 
Posteriormente ao preenchimento dos requisitos o bacharel é credenciado na OAB e 
pode exercer oficialmente o ofício de advogado, em que alguns direitos e deveres estão 
dispostos no Estatuto, em busca de assegurar que o advogado estará nos ditames do 
Direito, aplicando com idoneidade a justiça. Nos ditames do artigo 7º do Estatuto da 
Advocacia, os direitos são: poder exercer a profissão em todo o território nacional; a 
defesa e o sigilo; a comunicação com seus clientes (mesmo que reclusos); a representação 
da OAB; dignidade humana e profissional; exercício do seu trabalho com efetividade em 
 
tribunais, cartórios, empresas, repartições ou estabelecimentos públicos que venham a 
contribuir em seu ofício; o uso dos símbolos privativos da advocacia e a recusa do 
depoimento como testemunhas à pessoas que já foi ou é advogado. Outro fator importante 
é que não há hierarquia e subordinação entre os magistrados, membros do Ministério 
Público e os advogados, devendo manter o império da igualdade, dos bons costumes e da 
boa-fé, para que desta forma o Direito seja aplicado de forma justa e igualitária. 
Dentre os deveres, o artigo segundo do Código de Ética e Disciplina da OAB, vem 
dispor que cabe ao advogado preservar e zelar pela idoneidade e eficiência da sua 
profissão; atuar nas searas da boa-fé e dos bons costumes; empenhar-se para estar sempre 
evoluindo e aprendendo; contribuir para o aprimoramento do mundo jurídico; aconselhar 
o cliente nos campos da boa-fé e dos bons costumes; estimular a conciliação; abster-se de 
usar da mera promoção pessoal ou profissional, da má-fé e dos maus costumes e buscar 
soluções ao problemas da sociedade em todo o seu leque atributivo. Desta forma, buscar 
efetivamente a aplicação do Direito, a luta pela justiça e a contribuição para que o mundo 
jurídico seja cada vez mais inovador e igualitário. 
Em busca da regulamentação de tais objetivos se tem a ética na advocacia, tutelada 
pelo Código de Ética do Advogado, visando conciliar os direitos e os dever do advogado, 
para que este exerça sua profissão nos campos mais luminosos, justos e éticos do Direito. 
 
3.4 O Código de Ética e a Ética na Advocacia 
A ética é o princípio norteador da advocacia, em que proporcionará ao advogado 
exercer seu ofício em busca da contribuição do Direito e a tutela à justiça. Sem a ética o 
Direito estaria em um campo de instabilidade, já que o profissional poderia atuar aos 
meros deleites da sua consciência, sendo assim, a ética na advocacia é imprescindível 
para a manutenção da justiça e do próprio Direito como instituto representativo da 
sociedade. 
Anteriormente os deveres e direitos dos advogados encontravam-se no Estatuto e no 
Código de Ética Profissional, datado por 25 de junho de 1934, porém preferiu-se compilar 
em 1994 a matéria no Código de Ética e Disciplina. Atualmente houve uma renovação 
com a Resolução Nº 02/2015 que veio dispor sobre o novo Código de Ética da Ordem 
dos Advogados do Brasil, publicado no Diário Oficial da União em 4 de novembro de 
2015. Umas das diferenças mais contundentes foi em relação a possibilidade de 
assistência gratuita aos necessitados economicamente, possibilitando ao instituto da 
advocacia uma abrangência e maior igualdade na prestação do serviço, permitindo a 
 
disponibilidade de uma justiça qualitativa e eficiente aos que não podem tê-la a título 
oneroso. 
Aética remonta a formação do Direito, abordando os mais influentes filósofos, como 
Platão que designava a ética como essencial para alma humana e já possuía um senso de 
justiça que deverão ser aplicados nos âmbitos da moral e da própria ética. 
Findando a análise dos caracteres da Ordem dos Advogados do Brasil e dos próprios 
ditames da ética advocatícia, estes institutos se fazem imensuráveis para a manutenção 
do exercício da advocacia pautado na dignidade, no amor a profissão, a honestidade e nos 
bons costumes, requisitos primordiais para aplicação efetiva da justiça. Visando, desta 
forma, compilar os deveres e direitos dos advogados em uma aplicação e contribuição 
efetiva ao Direito como instituto de preservação da ordem social. 
 
3.5 Os Símbolos da Advocacia 
 
Os símbolos são essenciais para a representação de um grupo, de uma cultura e, 
consequentemente, dos advogados. O próprio Código de Ética e Disciplina da OAB 
tutelava, em seu artigo, 7º o direito dos símbolos ao advogado. Os principais símbolos 
consistem na Beca, na deusa Têmis e na Balança. 
A Beca, é uma túnica negra usada pelos magistrados e em algumas ocasiões pelos 
advogados, sendo um símbolo que remete ao sacerdócio do trabalho pautado na honra, 
no mérito e no decoro. 
A deusa Têmis é de origem grega, também chamada de Justitia pelos romanos, 
representando a justiça, as leis e a ordem. Subdividindo-se em 3 partes, os olhos vendados 
que representa a imparcialidade na análise e aplicação da justiça; a balança na mão 
esquerda representando o equilíbrio na aplicação do Direito e a espada representando a 
força, a luta pelo Direito e pela justiça. 
A balança, assim como disposta da deusa Têmis, representa o equilíbrio daquele 
julga, pesando os fatos, as evidências e as provas de forma justa e correta, não dispondo 
o seu veredito de maneira que venha a favorecer uma das partes. 
Para melhores efetivações de tais objetivos o advogado também dispõe de outros 
símbolos, como a coruja, que representa a sabedoria, inteligência e a cautela que o 
advogado deve na aplicação da justiça e a luta pelo Direito, buscando resolver suas 
adversidades. Cabe ao advogado fazer a compilação de tais símbolos no cotidiano de seu 
trabalho, buscando honrar e usar com decoro a representação ao seu cliente, analisando 
 
seus casos com imparcialidade, equilíbrio e buscando a luta pelos Direitos, a aplicação da 
justiça. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O Direito passa por constantes evoluções, sem objeções pragmáticas, porém, em 
virtudes destas que se faz imprescindível a formação de profissionais cada vez mais 
qualificados que irão atuar nas diversas carreiras e áreas jurídicas. São estes profissionais 
queirão tutelar os direitos da sociedade, aplicado os campos jurídicos nos ditames 
moralizantes. 
Dentre estes profissionais se encontra o advogado, carreira de suma importância na 
manutenção da ordem social e aplicação da justiça, ao entendimento de que cabem aos 
advogados representar diretamente os interesses de seus clientes. Porém, o número de 
advogados cresce com constância, tornando o mercado de trabalho acirrado, desta forma, 
cabe aos estudantes e profissionais buscar formas de diferenciação na grande massa. 
Inicialmente, as instituições devem fomentar a formação de profissionais liberais, 
ensinando a serem gestores. Seguidamente a OAB deve criar ações práticas que ajudem 
o advogado em uma formação empreendedora, contribuindo no desenvolvimento 
profissional. Já na advocacia pública o governo deve trabalhar em parceria para 
desenvolver profissionais atualizados, em busca do constante aprendizado e efetivação na 
aplicação dos campos jurídicos. 
Consequentemente, o advogado, os profissionais do Direito e os estudantes, devem 
buscar vencer as dificuldades encontradas nas searas jurídicas, visando o melhoramento 
e aperfeiçoamento diário. É mister que o profissional do Direito tenha em mente que as 
searas jurídicas são extremamente ricas e as atualizações farão partes da vivência 
profissional, independentemente da carreira. Desta forma, os profissionais poderão 
aplicar diariamente e com responsabilidade a justiça, o advogado irá representar com 
moralidade a sociedade e o estudante irá buscar dar seu melhor para um dia ser o 
representante da sociedade. Caso o contrário, os institutos jurídicos tornar-se-ão 
obsoletos, perdendo uma das suas qualidades mais ricas, a manutenção da ordem social, 
pautada nos ditames da justiça, da ética e da moral. 
 
 
 
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