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* * Isete Evangelista Albuquerque * * a) Meios diretos: * Pagamento direto. b) Meios indiretos: * Pagamento em consignação, * Pagamento com sub-rogação, * Imputação do pagamento * Compensação, * Confusão, * Novação, * Dação em pagamento, * Remissão da dívida. * * * Pagamento é o cumprimento de toda e qualquer modalidade obrigacional. Não é apenas o cumprimento de uma obrigação pecuniária. Segundo Diniz: Pagamento é a execução voluntária e exata, por parte do devedor, da prestação devida ao credor, no tempo, forma e lugar previstos no título constitutivo. * * * Vínculo obrigacional: Se não tiver vínculo, o pagamento será considerado indevido. O pagamento indevido pode ser: Subjetivamente indevido (é aquele em que existe obrigação, mas se paga à pessoa errada, com a qual não se tem obrigação, débito relacional) ou Objetivamente indevido (é aquele em que não existe obrigação). * * * Presença da pessoa que irá realizar o pagamento. Arts. 304 e ss. do CC (De quem deve pagar), 346 (I e II), 394 do CC. Presença da pessoa que irá receber o pagamento. Arts. 308 e ss. do CC (Daqueles a quem se deve pagar). * * * Cumprimento da prestação devida: Se o pagamento for exatamente da forma contratada, é denominado pagamento direto. Se houver uma alteração da prestação, cumprindo-se de forma diversa, será pagamento indireto. Animus solvendi: É a intenção de solver (pagar). * * * Quem paga → solvens (pagador). Quem recebe → accipiens (recebedor). * * * Devedor: É a pessoa que está vinculada à relação jurídica obrigacional básica. Terceiro interessado: É aquele que possui interesse jurídico e patrimonial no cumprimento da obrigação. É sempre uma pessoa que sofrerá as consequências do descumprimento da obrigação. Ex.: fiador (responsável subsidiário), adquirente de imóvel hipotecado (art. 304, caput, do CC). * * * Quando o terceiro interessado paga a dívida, ocorre a sub-rogação legal em pagamento, tendo o direito de cobrar o que pagou do devedor. É uma sub-rogação automática dos direitos do antigo credor, assumindo todas as garantias, todos os privilégios, os créditos. Terceiro não interessado: É aquele que não tem interesse do ponto de vista jurídico, mas tem interesse do ponto de vista moral. Ex.: namorada paga a dívida (de consumo de bebida em bar) do namorado para que este não fique conhecido como caloteiro. * * * Quando o terceiro não interessado paga a dívida, poderá fazê-lo em nome próprio ou em nome do devedor. Esta distinção é observada no instrumento de quitação, no caso o recibo (arts. 304, parágrafo único, do CC e 305 do CC). Se pagar em nome do devedor, não poderá cobrá-lo (liberalidade em relação ao devedor). Se pagar em nome próprio, terá o direito de cobrar a quantia paga (direito de reembolso), mas não se sub-roga na posição de credor, porque, como regra, não tem os privilégios nem as garantias. Mas, se houver disposição contratual quanto à sub-rogação, esta será convencional, que não é automática. * * * Previsão legal: art. 308 do CC e ss. Credor: É aquele que consta como o titular do crédito. É a pessoa que está vinculada à relação jurídica básica. Representante: pode ser Representantes legais: pais, tutores e curadores. Representantes judiciais: existem em razão de um processo. É o caso de inventariante, administrador judicial. Representante convencional: mandatário (quem recebe poderes para a realização de um negócio). * * * Credor putativo: art. 309 do CC É aquele que aparenta ser aos olhos de quem paga o verdadeiro credor. Quando o devedor paga ao credor putativo, realiza um pagamento de boa-fé. Almeja-se tornar os negócios jurídicos válidos, posto que, à luz da boa-fé objetiva, seriam inválidos. Hipótese da boa-fé subjetiva → sempre exprime o estado psicológico, de firme crença ou de ignorância. * * * O pagamento feito ao credor putativo é um pagamento válido. Todavia, o credor putativo é obrigado a devolver o pagamento recebido ao verdadeiro credor, para evitar o enriquecimento ilícito. Em caso de dúvida sobre quem é o verdadeiro credor, o devedor deverá consignar em pagamento, porque “quem paga mal paga duas vezes”. * * * Nos termos do art. 313 do CC, “o credor não é obrigado a receber coisa diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa”. Sendo o objeto prestacional divisível, o credor não é obrigado a recebê-lo em partes se assim não se convencionou. Dívidas em dinheiro – pagas no vencimento, em moeda corrente, valor nominal (art. 315 do CC e art. 318 do CC). * * * Previsão legal: arts. 319 a 326 do CC. A quitação é a prova do pagamento. “Corresponde a um documento em que o credor ou seu representante reconhece a satisfação do seu crédito, exonerando o devedor da obrigação”. Nos arts. 322 a 324 do CC, há a presunção juris tantum do pagamento, mesmo não existindo a quitação para prová-lo. * * * O recibo não é a prova do pagamento, sendo o instrumento da quitação. Os requisitos da quitação são: valor a ser pago, espécie da dívida, nome do devedor ou de quem por ele irá pagar, tempo e lugar (art. 320 do CC). Com respaldo no princípio da boa-fé ou da eticidade, a quitação valerá mesmo que não sejam observados todos os requisitos da quitação. * * * Enunciado nº 18 da Primeira Jornada de Direito Civil: “para efeito do pagamento, admite-se a quitação eletrônica ou qualquer outro meio de quitação à distância”. * * * Previsão legal: arts. 327 a 330 do CC. Em regra, o lugar do pagamento encontra-se determinado no título constitutivo da obrigação. Na ausência de estipulação de lugar do pagamento, aplica-se o disposto nos arts. 327 e 328 do CC. * * * No Brasil, as dívidas são quesíveis, ou seja, o pagamento é feito no domicílio do devedor, salvo disposição em sentido contrário. Lugar alternativo - Na hipótese de existirem dois ou mais lugares possíveis para o pagamento, a escolha do lugar do pagamento caberá ao credor (dívida portável). Art. 327, parágrafo único, do CC. * * * Existência de motivo grave – art. 329 do CC. O lugar do pagamento poderá ser diverso do convencionado, podendo o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor.. Renúncia do credor ao lugar do pagamento previsto no título constitutivo do negócio jurídico – art. 330 do CC. Pagamento reiteradamente feito em lugar diferente do convencionado. * * * Importante!!! O art. 330 do CC menciona que o pagamento reiteradamente feito em local diverso do acordado presume renúncia do credor quanto a esta convenção. Portanto, este dispositivo legal muito se aproxima do instituto jurídico denominado SURRECTIO, que traduz uma situação constitutiva de direito operada quando o indivíduo realiza reiteradamente determinado comportamento ao arrepio da norma. Por meio da surrectio, cria-se um direito. * * * Cuidado!!! SURRECTIO não se confunde com SUPRESSIO, em que há a perda de direito, já que o indivíduo não praticou determinado ato em momento oportuno, perdendo o direito de exercê-lo posteriormente. * * * Previsão legal: arts. 331 a 333 do CC. Se há previsão da data do pagamento no título constitutivo da obrigação, a dívida deverá ser paga no data do vencimento (arts. 389 e 394 do CC). Contudo, pode ocorrer a antecipação do vencimento por conveniência do devedor (art. 133 do CC) ou em virtude de lei (art. 333 do CC). * * * O tempo do pagamento é o vencimento da obrigação (regra). Nas obrigações sem vencimento certo, a prestação é exigível de imediato. Nas condicionais, mediante o implemento da condição – arts. 331 e 332 do CC. No caso das dívidas de dinheiro, aplicação da regra especial do art. 592, II, do CC, que estabelece que, salvo disposição em contrário, o prazo mínimo para o pagamento da dívida é de 30 dias. * * * * * QUESTÃO: Quanto à assunção de dívida, é errado afirmar que a) tem previsão expressa no Código Civil. b) só ocorre se o credor assim consentir. c) devidamente cientificado o credor a respeito da assunção, seu silêncio significará aceitação. d) depende de aceitação do credor. * * * QUESTÃO: No tocante ao adimplemento e extinção das obrigações, segundo o Código Civil brasileiro, é certo que a) é lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. b) sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes não se presumem pagos. c) a entrega do título ao devedor, em regra, não firma a presunção do pagamento. * * * d) em regra, quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última não estabelece a presunção de estarem solvidas as anteriores. e) o devedor que paga tem direito a quitação regular, mas não pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada. * * * QUESTÃO: Quanto ao adimplemento das obrigações, é errado afirmar que a) o pagamento feito a quem não era credor, mas aparentava ser, é válido pela lei. b) o pagamento feito a quem não era credor, mas aparentava ser, obriga o devedor a pagar novamente ao verdadeiro credor. c) o pagamento não é a única forma de adimplemento prevista no Código. d) a confusão é forma de adimplemento. * * * QUESTÃO: De acordo com o Código Civil brasileiro, o pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é a) inválido, desde que seja arguida a nulidade no prazo decadencial de dois anos contados do pagamento. b) válido, exceto se provado depois que não era credor. c) inválido em qualquer hipótese podendo ser arguida a qualquer momento. d) válido, ainda provado depois que não era credor. e) inválido, desde que seja arguida a nulidade no prazo decadencial de um ano contado do pagamento. * * * QUESTÃO: Magda, amiga de infância de Manoel, ganhou na loteria. Para ajudá-lo, pagou dívida de seu amigo na condição de terceira não interessada que paga dívida em seu próprio nome. Neste caso, pelo Código Civil brasileiro, Magda: a) terá direito a reembolsar-se do que pagou e se sub-roga nos direitos do credor. b) não terá direito a reembolsar-se do que pagou e não se sub-roga nos direitos do credor. c) terá direito a reembolsar-se apenas de 50% do que pagou, mas não se sub-roga nos direitos do credor. * * * d) terá direito a reembolsar-se apenas de 30% do que pagou e se sub-roga nos direitos do credor. e) terá direito a reembolsar-se do que pagou; mas não se sub-roga nos direitos do credor. * * * QUESTÃO: Quando se busca saber a quem se deve pagar, diz a lei civil que “o pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito”. Diante disso, considere as proposições abaixo e assinale a incorreta: a) O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor; * * * b) Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor; c) Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, ainda que as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante; d) Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. * * * QUESTÃO: Assinale a opção correta com referência à extinção da obrigação. a) O que diferencia o pagamento efetuado pelo terceiro interessado do efetuado pelo não interessado é a possibilidade de este promover a consignação. b) Se o devedor der coisa fungível que não lhe pertença ao credor e, ainda que de boa-fé, este a consumir, o pagamento não terá eficácia. * * * c) Se o devedor está obrigado a realizar o pagamento por medida e o contrato nada dispõe a esse respeito, entende-se que as partes aceitaram as do lugar de celebração do contrato. d) Um dos requisitos essenciais do pagamento é a intenção, daquele que paga, de extinguir a obrigação assumida. e) A proibição de comportamento contraditório não tem o poder de alterar o local do pagamento expressamente estabelecido no contrato. * * *
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