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CCJ0014-WL-C-PP-Aula 06-Isete Evangelista Albuquerque

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Isete Evangelista Albuquerque
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a) Meios diretos: 
		* Pagamento direto.
b) Meios indiretos: 
		* Pagamento em consignação,
		* Pagamento com sub-rogação,
		* Imputação do pagamento
		* Compensação,
		* Confusão,
		* Novação, 
		* Dação em pagamento,
		* Remissão da dívida.
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Pagamento é o cumprimento de toda e qualquer modalidade obrigacional. Não é apenas o cumprimento de uma obrigação pecuniária.
Segundo Diniz:
Pagamento é a execução voluntária e exata, por parte do devedor, da prestação devida ao credor, no tempo, forma e lugar previstos no título constitutivo.
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Vínculo obrigacional: 
Se não tiver vínculo, o pagamento será considerado indevido. 
O pagamento indevido pode ser: 
Subjetivamente indevido (é aquele em que existe obrigação, mas se paga à pessoa errada, com a qual não se tem obrigação, débito relacional) ou 
Objetivamente indevido (é aquele em que não existe obrigação).
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Presença da pessoa que irá realizar o pagamento. 
Arts. 304 e ss. do CC (De quem deve pagar), 346 (I e II), 394 do CC.
Presença da pessoa que irá receber o pagamento. 
Arts. 308 e ss. do CC (Daqueles a quem se deve pagar).
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Cumprimento da prestação devida: 
Se o pagamento for exatamente da forma contratada, é denominado pagamento direto. 
Se houver uma alteração da prestação, cumprindo-se de forma diversa, será pagamento indireto. 
Animus solvendi: 
É a intenção de solver (pagar).
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Quem paga → solvens (pagador).
Quem recebe → accipiens (recebedor).
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 Devedor: 
É a pessoa que está vinculada à relação jurídica obrigacional básica.
Terceiro interessado: 
É aquele que possui interesse jurídico e patrimonial no cumprimento da obrigação. 
É sempre uma pessoa que sofrerá as consequências do descumprimento da obrigação. Ex.: fiador (responsável subsidiário), adquirente de imóvel hipotecado (art. 304, caput, do CC).
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Quando o terceiro interessado paga a dívida, ocorre a sub-rogação legal em pagamento, tendo o direito de cobrar o que pagou do devedor. É uma sub-rogação automática dos direitos do antigo credor, assumindo todas as garantias, todos os privilégios, os créditos.
Terceiro não interessado: 
É aquele que não tem interesse do ponto de vista jurídico, mas tem interesse do ponto de vista moral. Ex.: namorada paga a dívida (de consumo de bebida em bar) do namorado para que este não fique conhecido como caloteiro. 
		
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Quando o terceiro não interessado paga a dívida, poderá fazê-lo em nome próprio ou em nome do devedor. Esta distinção é observada no instrumento de quitação, no caso o recibo (arts. 304, parágrafo único, do CC e 305 do CC). 
Se pagar em nome do devedor, não poderá cobrá-lo (liberalidade em relação ao devedor).
Se pagar em nome próprio, terá o direito de cobrar a quantia paga (direito de reembolso), mas não se sub-roga na posição de credor, porque, como regra, não tem os privilégios nem as garantias. Mas, se houver disposição contratual quanto à sub-rogação, esta será convencional, que não é automática. 
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Previsão legal: art. 308 do CC e ss.
Credor: 
É aquele que consta como o titular do crédito. É a pessoa que está vinculada à relação jurídica básica.
Representante: pode ser 
Representantes legais: pais, tutores e curadores. 
Representantes judiciais: existem em razão de um processo. É o caso de inventariante, administrador judicial.
Representante convencional: mandatário (quem recebe poderes para a realização de um negócio).
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 Credor putativo: art. 309 do CC
É aquele que aparenta ser aos olhos de quem paga o verdadeiro credor. 
Quando o devedor paga ao credor putativo, realiza um pagamento de boa-fé. 
Almeja-se tornar os negócios jurídicos válidos, posto que, à luz da boa-fé objetiva, seriam inválidos. 
Hipótese da boa-fé subjetiva → sempre exprime o estado psicológico, de firme crença ou de ignorância. 
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O pagamento feito ao credor putativo é um pagamento válido. Todavia, o credor putativo é obrigado a devolver o pagamento recebido ao verdadeiro credor, para evitar o enriquecimento ilícito. 
Em caso de dúvida sobre quem é o verdadeiro credor, o devedor deverá consignar em pagamento, porque “quem paga mal paga duas vezes”. 
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Nos termos do art. 313 do CC, “o credor não é obrigado a receber coisa diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa”.
Sendo o objeto prestacional divisível, o credor não é obrigado a recebê-lo em partes se assim não se convencionou. 
Dívidas em dinheiro – pagas no vencimento, em moeda corrente, valor nominal (art. 315 do CC e art. 318 do CC). 
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Previsão legal: arts. 319 a 326 do CC.
A quitação é a prova do pagamento.
“Corresponde a um documento em que o credor ou seu representante reconhece a satisfação do seu crédito, exonerando o devedor da obrigação”.
Nos arts. 322 a 324 do CC, há a presunção juris tantum do pagamento, mesmo não existindo a quitação para prová-lo.
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O recibo não é a prova do pagamento, sendo o instrumento da quitação.
Os requisitos da quitação são: valor a ser pago, espécie da dívida, nome do devedor ou de quem por ele irá pagar, tempo e lugar (art. 320 do CC).
Com respaldo no princípio da boa-fé ou da eticidade, a quitação valerá mesmo que não sejam observados todos os requisitos da quitação.
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Enunciado nº 18 da Primeira Jornada de Direito Civil: “para efeito do pagamento, admite-se a quitação eletrônica ou qualquer outro meio de quitação à distância”.
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Previsão legal: arts. 327 a 330 do CC.
Em regra, o lugar do pagamento encontra-se determinado no título constitutivo da obrigação. 
Na ausência de estipulação de lugar do pagamento, aplica-se o disposto nos arts. 327 e 328 do CC.
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No Brasil, as dívidas são quesíveis, ou seja, o pagamento é feito no domicílio do devedor, salvo disposição em sentido contrário.
Lugar alternativo - Na hipótese de existirem dois ou mais lugares possíveis para o pagamento, a escolha do lugar do pagamento caberá ao credor (dívida portável). Art. 327, parágrafo único, do CC.
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Existência de motivo grave – art. 329 do CC. O lugar do pagamento poderá ser diverso do convencionado, podendo o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor..
Renúncia do credor ao lugar do pagamento previsto no título constitutivo do negócio jurídico – art. 330 do CC. Pagamento reiteradamente feito em lugar diferente do convencionado.
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Importante!!! O art. 330 do CC menciona que o pagamento reiteradamente feito em local diverso do acordado presume renúncia do credor quanto a esta convenção. Portanto, este dispositivo legal muito se aproxima do instituto jurídico denominado SURRECTIO, que traduz uma situação constitutiva de direito operada quando o indivíduo realiza reiteradamente determinado comportamento ao arrepio da norma. Por meio da surrectio, cria-se um direito. 
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Cuidado!!! SURRECTIO não se confunde com SUPRESSIO, em que há a perda de direito, já que o indivíduo não praticou determinado ato em momento oportuno, perdendo o direito de exercê-lo posteriormente.
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Previsão legal: arts. 331 a 333 do CC.
Se há previsão da data do pagamento no título constitutivo da obrigação, a dívida deverá ser paga no data do vencimento (arts. 389 e 394 do CC). 
Contudo, pode ocorrer a antecipação do vencimento por conveniência do devedor (art. 133 do CC) ou em virtude de lei (art. 333 do CC).
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O tempo do pagamento é o vencimento da obrigação (regra).
Nas obrigações sem vencimento certo, a prestação é exigível de imediato. Nas condicionais, mediante o implemento da condição – arts. 331 e 332 do CC.
No caso das dívidas de dinheiro, aplicação da regra especial do art. 592, II, do CC, que estabelece que, salvo disposição em contrário, o prazo mínimo para o pagamento da dívida é de 30 dias.
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QUESTÃO: Quanto à assunção de dívida, é errado afirmar que
a) tem previsão expressa no Código Civil.
b) só ocorre se o credor assim consentir.
c) devidamente cientificado o credor a respeito da assunção, seu silêncio significará
aceitação.
d) depende de aceitação do credor.
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QUESTÃO: No tocante ao adimplemento e extinção das obrigações, segundo o Código Civil brasileiro, é certo que
a) é lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.
b) sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes não se presumem pagos.
c) a entrega do título ao devedor, em regra, não firma a presunção do pagamento.
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d) em regra, quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última não estabelece a presunção de estarem solvidas as anteriores.
e) o devedor que paga tem direito a quitação regular, mas não pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada.
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QUESTÃO: Quanto ao adimplemento das obrigações, é errado afirmar que
a) o pagamento feito a quem não era credor, mas aparentava ser, é válido pela lei.
b) o pagamento feito a quem não era credor, mas aparentava ser, obriga o devedor a pagar novamente ao verdadeiro credor.
c) o pagamento não é a única forma de adimplemento prevista no Código.
d) a confusão é forma de adimplemento.
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QUESTÃO: De acordo com o Código Civil brasileiro, o pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é
a) inválido, desde que seja arguida a nulidade no prazo decadencial de dois anos contados do pagamento.
b) válido, exceto se provado depois que não era credor.
c) inválido em qualquer hipótese podendo ser arguida a qualquer momento.
d) válido, ainda provado depois que não era credor.
e) inválido, desde que seja arguida a nulidade no prazo decadencial de um ano contado do pagamento.
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QUESTÃO: Magda, amiga de infância de Manoel, ganhou na loteria. Para ajudá-lo, pagou dívida de seu amigo na condição de terceira não interessada que paga dívida em seu próprio nome. Neste caso, pelo Código Civil brasileiro, Magda:
a) terá direito a reembolsar-se do que pagou e se sub-roga nos direitos do credor.
b) não terá direito a reembolsar-se do que pagou e não se sub-roga nos direitos do credor.
c) terá direito a reembolsar-se apenas de 50% do que pagou, mas não se sub-roga nos direitos do credor.
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d) terá direito a reembolsar-se apenas de 30% do que pagou e se sub-roga nos direitos do credor.
e) terá direito a reembolsar-se do que pagou; mas não se sub-roga nos direitos do credor.
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QUESTÃO: Quando se busca saber a quem se deve pagar, diz a lei civil que “o pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito”. Diante disso, considere as proposições abaixo e assinale a incorreta: 
 a) O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor; 
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b) Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor; 
c) Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, ainda que as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante; 
d) Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. 
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QUESTÃO: Assinale a opção correta com referência à extinção da obrigação.
 a) O que diferencia o pagamento efetuado pelo terceiro interessado do efetuado pelo não interessado é a possibilidade de este promover a consignação. 
b) Se o devedor der coisa fungível que não lhe pertença ao credor e, ainda que de boa-fé, este a consumir, o pagamento não terá eficácia. 
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c) Se o devedor está obrigado a realizar o pagamento por medida e o contrato nada dispõe a esse respeito, entende-se que as partes aceitaram as do lugar de celebração do contrato. 
d) Um dos requisitos essenciais do pagamento é a intenção, daquele que paga, de extinguir a obrigação assumida. 
e) A proibição de comportamento contraditório não tem o poder de alterar o local do pagamento expressamente estabelecido no contrato. 
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