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CCJ0014-WL-B-PP-Aula 02-Ciro Ferreira dos Santos

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Universidade Estácio de Sá – Campus Resende 
Disciplina: Direito Civil II – (Obrigações) 
Prof. Ciro Ferreira dos Santos 
 
 
Aula 02 - Elementos Constitutivos das Obrigações e Classificação das 
Obrigações 
 
 
ESTRUTURA DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL 
(art. 233 e seguintes do CC ) 
 
1 – ESTRUTURA 
 
- Dois sujeitos, credor e devedor; vínculo jurídico entre eles que é a prestação 
(objeto). 
- Elementos: sujeito ativo; sujeito passivo; objeto; vínculo jurídico. 
- Não há poder sobre a coisa; o credor quer que o devedor satisfaça a obrigação, 
voluntariamente ou coativamente. A execução sobre o patrimônio só acontece na 
segunda fase – execução coativa. 
- OBJETO IMEDIATO – prestação; conduta do devedor; Ex.: contrato de mandato 
– execução dos serviços. 
- OBJETO MEDIATO – é o objeto sobre o qual incide a prestação. Ex.: Contrato de 
Mandato – é o próprio serviço ou própria atividade. 
 
2 – Elementos 
 
2.1 – Sujeitos da Relação Obrigacional: 
 
- O Credor: é aquele que tem interesse que a obrigação seja cumprida. Para tanto 
pode: exigir o cumprimento, executar, dispor do crédito, ceder o direito de crédito. 
 
- O Devedor: é aquele que deve praticar a atividade; conduta em prol do credor ou 
de quem ele determinar. 
 
- Os sujeitos devem ser determinados ou determináveis (indeterminação 
transitória ). 
 
 
- Indeterminação do credor: Ex.: oferta de recompensa; Títulos ao Portador ou à 
Ordem. 
 
 
 
 
- Indeterminação do devedor: Ex.: adquirente de imóvel hipotecado que 
responde com este pela solução da dívida. 
 
ATT.: A fusão dos dois pólos da obrigação numa só pessoa, extingue a 
obrigação (Confusão – art. 381 CC ) 
 
ELEMENTOS ESSENCIAIS DA OBRIGAÇÃO 
 
 Sujeito 
 Objeto 
 Vínculo Jurídico 
 
1. SUJEITO 
 Ativo (Credor) 
 Passivo (Devedor) 
 Pode ser momentaneamente indeterminado (determinável) na constituição da 
obrigação 
 Deve ser determinado no momento do cumprimento da obrigação (‘solutio’). Ex.: 
Oferta ao público e Titulo ao portador 
 Caso permaneça indeterminado, surge a questão judicial. 
 Os sujeitos (credor e devedor) devem ser distintos, caso contrário, ocorre a 
confusão e, conseqüentemente, a extinção da obrigação 
 Pode ocorrer a pluralidade de credores e/ou devedores 
 
2.2 – Objeto da Relação Obrigacional 
 
- É a prestação consiste em dar, fazer ou não fazer algo; atos ou conjunto de 
atos praticados por uma pessoa. 
- A prestação é o objeto imediato. 
- O bem material vinculado à prestação é o objeto mediato 
- Deve ser possível, lícita e determinável – tanto o objeto da prestação quanto 
do objeto material sobre a qual incide; 
- Quando se trata de possibilidade da prestação, está se referindo aos conceitos 
gerais de negócio jurídico; Física ou juridicamente possível – art.166, II CC; se 
parcialmente, será parcialmente exigível (art. 106 do CC). Se nascer impossível e 
tornar-se possível após, também será exigível a partir de então. 
- Pode ainda ser materialmente realizável, mas legalmente há um obstáculo, 
inviabilizando-se a prestação. Ex.: importar produtos ilegais. 
 
 
 
- Licitude – deve seguir também a regra geral dos atos jurídicos lícitos, não devendo 
enfrentar os bons costumes, a moral e a ordem pública (art. 166 do CC). Ex.: 
Contratar assassinato; casamento em troca de vantagens pecuniárias. 
- Determinação da Prestação – será determinada quando desde o seu início o objeto 
for determinado; será determinável quando for identificado quando do 
cumprimento da obrigação. Ex.: Obrigações genéricas (fungíveis - art. 243 do CC). 
Concentração da prestação momento da determinação no cumprimento. 
 
2.3 – Patrimonialidade 
 
- O conteúdo da prestação deve possuir caráter patrimonial, direto ou 
indireto; caso não ficará no campo da moral, não será jurídica. Ex.: servir às forças 
armadas – não é direito obrigacional. 
 
- A obrigação deve ser possível de ser avaliada em dinheiro, pois a 
coercibilidade residirá no caráter patrimonial, mesmo que indiretamente, casos de 
resolução por perdas e danos; trata-se, aqui de um substitutivo do cumprimento, 
reequilibrando-se a relação jurídica. 
- Por fim, conclui-se que a questão é polêmica entre os autores, sobretudo no que 
tange ao caráter patrimonial indireto, que surge quando das obrigações de caráter 
moral em descumprimento. 
- O que deve ser avaliado é o interesse do credor no cumprimento da obrigação – 
Segundo Pontes de Miranda, todo interesse, se lícito, deve ser protegido e 
adimplido. 
- EXCEÇÃO: OBRIGAÇÕES GERADAS NO DIREITO DE FAMÍLIA QUE PERTENCE A 
DIREITOS DE OUTRA ÍNDOLE, POIS NÃO DERIVAM DA AUTONOMIA DE 
VONTADE; NORMAS COGENTES QUE PROTEGEM A FAMÍLIA. 
 
2.4 – Vínculo Jurídico 
 
- No Direito Romano, o vínculo era do credor sobre a pessoa do devedor – caráter 
pessoal estrito. 
- Atualmente, o vínculo situa-se entre o credor e o devedor que é a prestação. 
Assim, há um elemento pessoal e um elemento patrimonial. 
- Elemento pessoal: credor, devedor e prestação (comportamento positivo ou 
negativo do devedor) – débito; subordinação jurídica; há uma constrição da 
liberdade do sujeito passivo 
- Elemento patrimonial: disposição do patrimônio quando do descumprimento. – 
responsabilidade. – é o reflexo daquela constrição. Meios coercíveis do credor 
exigir a prestação. 
- A GARANTIA é um elemento extrínseco da responsabilidade – artigos do CPC 
580, 621, etc. 
- O vínculo jurídico é a cerne do Direito Obrigacional 
- Somente o credor pode exigir, em princípio, pois possui a tutela jurídica da qual é 
titular. 
- Por outro lado, a posição do devedor é de dever prestar a obrigação, não é ônus, 
pois trata-se de interesse alheio; caso não o faça deverá sofrer as sanções 
atinentes à mora e ao inadimplemento. (art. 394 e 402 do CC). 
 
 
 
 
 
 
 
Exceções, para confirmar a regra, quanto à bipolaridade débito e responsabilidade, 
pois devem existir ambos: 
 
- Obrigações Naturais: há débito, mas não há responsabilidade; 
- Contratos de Fiança: Não há débito, mas há responsabilidade. 
 
VÍNCULO JURÍDICO 
 
 É o poder que o Credor tem sobre o Devedor 
 Limitação 
 
 
Liberdade individual Seriedade da prestação 
 
 
Diminuição da liberdade mínimo de razoabilidade 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 
(art. 233 e ss do CC ) 
 
 
1 – INTRODUÇÃO 
 
- As modalidades termo, encargo e condição, repete-se nos tipos de obrigações: 
obrigações condicionais, obrigações a termo e obrigações com encargo. 
- O Novo Código Civil adotou a manutenção da classificação estabelecida por Clóvis 
Bevilácqua, sendo esta mais difundida é aquela em que se subdivide em dar, fazer 
(obrigações positivas) ou não-fazer (obrigações negativas); 
 
As Obrigações podem ser: 
 
- Simples - um único ato ou uma só coisa; 
- Conjunta – mais de um ato ou mais de uma coisa; 
 
- Instantâneas – Exaure-se num único ato; 
- Periódicas – Cumpridas num espaço de tempo; 
 
 
 
- Única – Só um credor e um devedor; 
- Múltiplas ou Plúrimas – mais de um credor ou mais de um devedor; podem 
ser conjuntas ou solidárias: 
- Conjuntas - cada titular somente irá responder por sua quota-parte; 
- Solidárias - cada credor ou devedor pode ser obrigado a receber ou efetivar o 
pagamento por inteiro. 
 
- Divisíveis: sob o ponto de vista do objeto da prestação; 
- Indivisíveis: são aquelas em que o objeto não permite uma divisão. 
 
ATENÇÃO; a solidariedade (vontade das partes) exige indivisibilidade, o que não 
significa que ocorrerá apenas com objetos indivisíveis. 
 
 Quanto ao Modo de Execução: 
 
- Simples: sem cláusula restritiva; 
- Conjuntivas: há uma adição entre os objetos (A e B) 
- Alternativas: há uma opção entre um ou outro objeto(A ou B) 
- Facultativa: há uma faculdade exercida pelo devedor quando do 
cumprimento da prestação. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES: 
 
 QUANTO AO OBJETO: 
 
 Obrigação de Dar  transferência de coisa ou quantia 
  coisa certa ou incerta 
 Obrigação de Fazer  prática de determinado ato 
 Obrigação de Não Fazer  deixar de praticar determinado ato 
 Podem ser Positivas ou Negativas 
 Simples (Singular)  um único ato exaure a obrigação 
 Conjuntas  necessita a prática de mais de um ato para o cumprimento da 
obrigação (ex.: Empreitada) 
 Instantâneas  exaurem-se no primeiro ato 
 Periódica  determina sua repetição dentro de um espaço de termpo (ex.: 
locação) 
 
 
 
 
 
 QUANTO AS PESSOAS: 
 
 Únicas  1 credor / 1 devedor 
 Múltiplas  +1 credor e ou devedor 
 
 Conjuntas – devedor responde apenas por sua cota-parte 
 Solidárias – devedor responde pela dívida integral 
 
 QUANTO A FORMA DE CUMPRIMENTO: 
 
 Divisíveis  permite o parcelamento 
 Indivisíveis  não permite o parcelamento 
  são obrigações solidárias 
 
 QUANTO AO MODO DE EXECUÇÃO: 
 
 Simples  s/ cláusula restritiva 
 Conjuntivas  o devedor deve atender a cumprimento de dois ou mais objetos 
 Alternativas  existe mais de um objeto e o cumprimento de qualquer deles põe 
fim a obrigação 
 Facultativas  um único objeto 
  faculdade do devedor de substituição do objeto 
 
 QUANTO AO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO: 
 
 Obrigação de Resultado  aferição se o resultado foi alcançado 
  presunção de culpa 
 Obrigação de Meio  deve empregar técnica e diligência 
  culpa deve ser provada 
 
 
 
 
 
 
OBRIGAÇÕES DE GARANTIA Seguro 
 Fiança / Aval 
 OBRIGAÇÕES REAIS 
 
 também denominada Obrigação ‘Propter Rem” 
misto de Direito Real e Direito Pessoal 
está sempre ligada a um Direito Real 
a pessoa do devedor varia em razão da relação mantida com o bem 
o abandono libera a dívida do proprietário ou possuidor (em geral) 
ex.: Condomínio (pagamento da cota-parte); Servidão (não embaraçar os usos); 
Confinante (manter a demarcação e limites). 
 
 
Caso Concreto 1 
 
(CESPE TJ-CE 2012 adaptada) Marina comprometeu-se com Carla a entregar-lhe 
determinada quantia em dinheiro quando esta terminasse o curso superior. Ao perceber 
que Carla havia entregue a monografia de conclusão do curso, Marina entregou-lhe o 
valor prometido. Um mês depois, ela descobriu que Carla ainda não havia terminado o 
curso. Com base nessa situação hipotética, Marina poderia pedir a restituição do valor? 
Justifique sua resposta. 
 
Gabarito: Tratando-se de obrigação condicional Marina poderá pedir a restituição da 
quantia indevida paga demonstrando apenas ainda não ter havido o implemento da 
condição. 
 
 
Caso Concreto 2 
 
Considere que no último sábado à noite você foi a um bar com seus amigos para realizar 
um happy hour. No momento de pagar a conta, voluntariamente, você destinou 10% (dez 
por cento) de gorjeta ao garçom que lhes atendeu. No entanto, durante a aula de Direito 
Civil na segunda-feira seguinte, você descobriu que a gorjeta não é devida e não pode ser 
cobrada. Você, então, pergunta ao seu professor se pode retornar ao bar e pedir ao 
garçon a restituição dos valores a esse título pagos. O que o seu professor lhe respondeu? 
Justifique sua resposta explicando a que tipo de obrigação se refere. 
 
Gabarito. A gorjeta é considerada uma obrigação natural. Portanto, a gorjeta 
voluntariamente paga não gera o direito à restituição nos termos do art. 884, CC. 
 
 
 
 
 
 
Questão Objetiva 1 
 
(CEPERJ 2012 PROCON RJ) No Direito Civil, podem ser classificadas as obrigações sob 
ótica diversa. Assim, quanto ao modo de execução, elas podem ser consideradas: 
 
a) de meio 
b) instantânea 
c) condicional 
d) cumulativa 
e) modal 
 
Gabarito: Letra D 
 
Questão Objetiva 2 
 
(TRT 20a. Região 2004) No tocante à obrigação natural é correto afirmar que: 
 
a) Há ela elementos “debitum” e “obligatio”, segundo a teoria dualista de Brinz do 
vínculo obrigacional. 
b) Se trata de uma consequência dos contratos bilaterais válidos. 
c) É sempre nula por ilicitude do objeto. 
d) Não encontra previsão no Direito brasileiro. 
e) É inexigível, entretanto, depois de validamente cumprida não enseja repetição. 
 
Gabarito: Letra E (conforme art. 882, CC).

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