Buscar

CCJ0013-WL-O-LC-Das Obrigações-03

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Início.« IEDDIREITO CONSTITUCIONAL »27
set
DIREITO CIVIL II – OBRIGAÇÕES
Posted 27/09/2009 by reesser in Direito Civil II - Obrigações. Comentários desativados
Obrigações – relação jurídica entre credor e devedor com o objeto específico (dar, fazer ou não fazer).
* É obrigação apenas quando há conteúdo patrimonial através de pessoas vivas.
+ a Obrigação tem caráter transitório, porque essa relação jurídica nasce com a finalidade ínsita de 
extinguir-se. A obrigação visa um escopo, mais ou menos próximo no tempo, mas que, uma vez 
alcançado, extingue-a.
+ Essa relação jurídica, esse vínculo, une duas ou mais pessoas. Credor e devedor são os dois lados da 
obrigação, do ponto de vista ativo e passivo.
+ O objeto da obrigação constitui-se numa atividade do devedor, em prol do credor. Essa atividade é a 
prestação.
+ O objeto da obrigação resume-se sempre a um valor econômico.
+ Uma vez satisfeito o credor, quer amigável, quer judicialmente, a obrigação deixa de existir.
+ O direito obrigacional é um direito pessoal, pois sua ínsita relação jurídica vincula somente duas (ou 
mais) pessoas.
Características:
•O direito obrigacional tem em mira relações humanas. Ele é relativo, uma vez que a prestação, que é 
seu objeto, só pode ser exigida ao devedor.
•O direito obrigacional comporta um sujeito ativo, o credor, um sujeito passivo, o devedor, e a 
prestação, o objeto da relação jurídica. É um direito cooperativo.
•Concede direito a uma ou mais prestações efetuadas por uma pessoa.
•Tem caráter essencialmente transitório.
•As relações obrigacionais são infinitas, as mais variadas possíveis, e as necessidades sociais estão, 
sempre e sempre, criando novas fórmulas para atendê-las.
* Importância – a importância das obrigações revela-se por ser projeção da autonomia privada no 
Direito. Ao contrário dos direitos reais, as relações obrigacionais são infinitas. São reguladas pelo 
direito obrigacional tanto a mais comezinha compra e venda, quanto a mais complexa negociação. O 
Direito das Obrigações dá o suporte econômico da sociedade, porque é por meio dele que circulam os 
bens e as riquezas e escoa-se a produção.
Página 1 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
*Diferença entre Direitos reais e Direitos obrigacionais – Direitos reais está relacionado à situação 
onde alguém é titular de alguma coisa. Direitos obrigacionais é a relação entre credor e devedor.
CARACTERÍSTICAS: 
1.1. Assentado na autonomia da vontade
Norma criada pelos próprios interessados. As partes escolhem o contrato que lhes seja melhor. Tem 
os titulares (credor e devedor) o poder de criar suas próprias normas. Os contratantes criam normas 
que venham a satisfazer seus interesses.
O poder de criar as próprias normas é dado pelo ordenamento jurídico e limitado por ele próprio. As 
normas podem ser:
- cogentes: inderrogáveis pela vontade das partes, todos são obrigados a seguir (arts. 412 e 413).
- dispositivas/ facultativas: são aplicadas ao caso quando os contratantes não se manifestaram a 
respeito da obrigação. (art. 233 e 490). São as mais comuns no direito obrigacional.
- interpretativas: tem a finalidade de interpretar outras normas (arts. 112 e 113).
1.2. Sofre influências locais
Tende a ser universal. Ex.: Convenção de Viena.
1.3. Menos suscetível às mudanças sociais
Apesar da revolução da sociedade não há muita evolução.
CONCEITO: OBRIGAÇÃO é a relação jurídica de caráter transitório, estabelecida entre devedor e 
credor e cujo objeto consiste numa prestação pessoal, econômica, positiva ou negativa, devida pelo 
primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através de seu patrimônio. (Washington de 
Barros Monteiro).
Ou ainda
OBRIGAÇÂO é a relação jurídica transitória, de natureza econômica, pela qual o devedor fica 
vinculado ao credor, devendo cumprir determinada prestação pessoal, positiva ou negativa, cujo 
inadimplemento enseja a este executar o patrimônio daquele para a satisfação do seu interesse.
Página 2 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
- Sentidos da palavra Obrigação
*LATO: obrigação de fazer alguma coisa.
*STRICTO: sentido técnico – relação jurídica transitória na qual envolve credor e devedor.
-Distinção de Obrigação e Dever
O dever não é patrimonial, não se esgota com o cumprimento e o dever, na maioria dos casos, decorre 
de lei. Já as obrigações se esgotam no seu cumprimento, são patrimoniais.
- Distinção de Obrigação e Ônus
ÔNUS: deve ser realizado e assim traz benefício ao que realiza, se não realizado o prejuízo será da 
própria pessoa. O ônus não é imposto à pessoa e sim desejado por ela.
* Elementos constitutivos da relação obrigacional – PESSOA, OBJETO E VÍNCULO JURÍDICO. 
PESSOA – Os entes despersonalizados também são sujeitos de direito. Os entes despersonalizados só 
podem praticar os atos jurídicos que a lei prevê.
É apenas necessário saber quem é credor e devedor na hora do pagamento, não sendo necessário que 
eles estejam absolutamente determinados. Os sujeitos da obrigação devem ser determináveis, embora 
possam não ser, no nascedouro da obrigação, determinados. Não é necessário que desde a origem da 
obrigação haja individuação precisa do credor e do devedor.
Uma pessoa pode ser substituída numa relação, sento através de contratos ou da sucessão causa 
mortis.
OBJETO – Material ou Objetivo – A relação jurídica sempre tem um objeto imediato (ato) que é 
sempre a conduta humana do devedor (dar, fazer ou não fazer). Já o objeto mediato é o bem da vida, 
que se dá o dar, fazer ou não fazer (dar o quê?). é o objeto da conduta.
A prestação, ou seja, a atividade culminada pelo devedor, consiste no objeto imediato. O bem material 
que se insere na prestação constitui-se no objeto mediato.
+ Não se admite que se contrate o impossível de ser realizado (compra e venda de um bem que não 
existe mais). Quem realiza uma obrigação deve definir o que é devido.
Página 3 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
+ O objeto deve ser lícito, possível e determinável (art. 166, II).
A prestação deve ser física ou juridicamente possível. Quando a prestação for inteiramente 
impossível, será nula a obrigação. Já se a obrigação for tão só parcialmente impossível, não se 
invalidará a obrigação, pois o cumprimento da parcela possível poderá ser útil ao credor. Ademais, 
uma prestação impossível ao nascer, que se torne possível quando do momento do cumprimento, é 
perfeitamente válida e deve ser cumprida.
A prestação deve também apresentar licitude. Deve atender aos ditames da moral, dos bons costumes 
e da ordem pública, sob pena de nulidade, como em qualquer ato jurídico.
Se não for determinada, a prestação deve ser ao menos determinável.
VÍNCULO JURÍDICO – a obrigatoriedade do contrato é seu requisito mais importante, pois é ela que 
dá segurança jurídica. Essa força obrigatória é chamada de vínculo jurídico.
Vínculo Jurídico é a força dada pelo Direito à relação sem a qual teríamos somente um fato 
irrelevante para o Direito. Cria o liame entre o sujeito passivo e o sujeito ativo, por meio do qual o 
primeiro está obrigado ao cumprimento da prestação, podendo o segundo, no caso do 
descumprimento, socorrer-se do Poder Judiciário para exigir a prestação e/ou as perdas e danos 
correspondentes pelas quais responde todo o patrimônio do devedor, com exceção dos bens 
impenhoráveis.
“Debitum” – dever de cumprir com a obrigação;
“Obrigatio” – responsabilidade ou garantia, podem recorrer ao judiciário para exigir a prestação e/ou 
as perdas e danos correspondentes.
+ O Direito à prestação que possui o credor tem como correspondente, do outro lado da relação 
obrigacional,o dever de prestar do devedor. Trata-se de dever e não de ônus. É instrumento que serve 
para satisfazer a um interesse alheio. Caso não atenda ao dever de prestar, o devedor ficará sujeito às 
sanções atinentes à mora e ao inadimplemento.
*Existem 3 tipos de Processo Civil:
- Conhecimento: visa transformar o fato em direito. O juiz reconhece a petição.
- Execução: necessita-se de títulos executivos.
- Cautelar: assegura o cumprimento dos últimos processos de conhecimento e execução.
FONTES DAS OBRIGAÇÕES
Página 4 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
É o nascedouro, todos os atos que fazem brotar obrigações. Onde nascem as obrigações. É o lugar de 
onde algo provém.
Considera-se a Lei a primeira fonte das obrigações.
“Sempre se tem por fonte a lei, sendo que, nalguns casos, embora esta apareça como fonte mediata, 
outros elementos despontam como causadores imediatos do vínculo. Assim, a vontade humana ou o 
ato ilícito”.
As fontes classificam-se em 3 categorias (segundo fonte imediata):
a) as que tem por fonte imediata a vontade humana (contratos): é um acordo de vontade que gera 
obrigações; é bilateral. Ex: contrato de locação de uma kitnet, gera obrigações para os dois, o 
locatório (que fornece o imóvel) e o locador (que paga). 
b) as que tem por fonte imediata o ato ilícito
c) as que tem por fonte imediata a lei.
* São obrigações que derivam diretamente da vontade tanto os contratos, nos quais existem duas 
vontades, como as manifestações unilaterais, tal como na promessa de recompensa.
+ A lei, por si só, não gera qualquer obrigação.
+ São fontes todos os fatos jurídicos que o Direito considera aptos a gerar obrigações.
• Classificação:
1. Contrato – é um acordo de vontade que gera obrigações; é bilateral. Ex: contrato de locação de uma 
kitnet, gera obrigações para os dois, o locatório (que fornece o imóvel) e o locador (que paga).
2. Declaração unilateral – há alguns casos em que a lei considera suficiente a declaração unilateral. 
Ex.: concurso de monografias – a melhor não pagará mais a faculdade. Tal obrigação tem 
cumprimento obrigatório. Exs: promessa de recompensa (art. 854), gestão de negócios alheios (art. 
861) e ordem de pagamento (cheque).
3. Atos Ilícitos – quem pratica ato ilícito fica obrigado a indenizar os danos. Ex: vendeu entorpecentes 
vai para cadeia (Penal). Mas no direito civil o cidadão deve reparar o dano causado colocando a 
vítima no mesmo lugar que antes do ato.
*arts: 875, 884 – CC.
+São obrigações que derivam diretamente da vontade tanto os contratos, nos quais existem duas 
vontades, como as manifestações unilaterais, tal como na promessa de recompensa.
Página 5 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
DISTINÇÕES ENTRE DIREITOS REAIS E DIREITOS OBRIGACIONAIS
DIREITO REAL – É o direito que afeta a coisa direta e imediatamente sob todos ou certos aspectos e 
a segue em poder de quem quer que a detenha. (entre uma pessoa e uma coisa – um bem).
Art. 1225, CC: são direitos reais:
I – a propriedade;
II – a superfície;
III – as servidões;
IV – o usufruto;
V – o uso;
VI – a habitação;
VII – o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII – o penhor;
IX – a hipoteca;
X – a anticrese.
DISTINÇÕES:
1.1. Quanto ao sujeito:
+ No Direito Real o sujeito é o titular (atributivo)
+ No Direito Obrigacional os sujeitos são credor e devedor (cooperativo).
1.2. Quanto à ação:
+ Nos Direitos reais o titular pode mover a ação contra qualquer pessoa. (erga omnes)
+ Nos direitos obrigacionais o credor só tem ação contra o devedor (ou devedores);
 * O Direito Brasileiro adota o sistema alemão no contrato de compra e 
venda e, no entanto, o simples contrato não torna o contratado proprietário do bem, é preciso registra-
Página 6 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
lo no Cartório de Registro.
1.3. Quanto ao objeto:
+ Direitos reais: bem. Objeto basicamente corpóreo.
+ Direitos obrigacionais: prestação (dar, fazer, não fazer). Relações humanas.
1.4. Quanto ao limite:
+ Dtos. Obrigacionais: são ilimitados, pois as partes podem escolher a maneira que lhes convier. As 
relações obrigacionais são infinitas, as mais variadas possível, e as necessidades sociais estão sempre 
e sempre, criando novas fórmulas para atende-las.
+ Dtos. Reais: é apenas o que a lei diz que é (art. 1225). São (numerus clausum - o rol é taxativo). 
Art. 425 – é ilícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste 
Código.
1.5. Quanto ao gozar os direitos:
+ Dtos. Reais: se dá de forma imediata (sem intermediário); concede gozo e fruição de bens.
+ Dtos. Obrigacionais: só usufrui do direito através de um intermediário.
1.6. Quanto ao abandono:
+ Dto. Obrigacional: não existe abandono.
+ Dto. Real: o abandono é uma forma de extinção do direito real.
1.7. Quanto à prescrição:
+ Dtos. Reais: a prescrição não extingue direitos reais. Eles tendem a ser perpétuos. O usucapião é 
uma forma de aquisição da propriedade.
CATEGORIAS JURÍDICAS HÍBRIDAS
São situações de ordem prática que ficam entre os Direitos Reais e s Direitos Obrigacionais.
Página 7 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
OBRIGAÇÕES “PROPTER REM”
São obrigações que recaem sobre uma pessoa por força de um determinado direito real. Tem como 
características a vinculação do Direito Real com a obrigação, sendo que esta é transmitida juntamente 
com o Direito Real.
Há situações em que o proprietário é por vezes sujeito de obrigações apenas porque é proprietário e 
qualquer pessoa que o suceda na posição de proprietário assumirá tal obrigação. Contudo, o 
proprietário poderá liberar-se da obrigação se se despir da condição de proprietário, abandonando a 
coisa a que lhe pertence, renunciando à propriedade.
As obrigações propter rem são as que estão a cargo de um sujeito, à medida que este é proprietário 
de uma coisa, ou titular de um direito real de uso e gozo dela.
As obrigações propter rem podem decorrer da comunhão ou co-propriedade, do direito de vizinhança, 
do usufruto, da servidão e da posse.
O devedor está ligado ao vínculo não em razão de sua vontade, mas em decorrência de sua particular 
situação em relação a um bem, do qual é proprietário, bem como o abandono da coisa por parte do 
devedor libera a dívida, porque nesta hipótese o devedor despe-se da condição de proprietário ou 
possuidor.
O sucessos a título singular assume automaticamente as obrigações do sucedido, ainda que não saiba 
de sua existência.
+ Quem adquire um apartamento, por exemplo, ficará responsável pelas despesas de condomínio do 
antigo proprietário. Não resta dúvida de que caberá ação regressiva do novo adquirente contra o 
antigo proprietário, mas, perante o condomínio, responderá sempre o atual proprietário. A obrigação, 
Página 8 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
nesses casos, acompanha a coisa, vinculando o dono, seja ele quem for.
Obrigação propter rem: 1. trata-se de relação obrigacional que se caracteriza por sua vinculação à 
coisa; 2. o nascimento, a transmissão e a extinção da obrigação propter rem seguem o direito real, 
com uma vinculação de acessoriedade.
+ o adquirente tem a obrigação de pagar as prestações anteriores à sua aquisição (art. 1245).
+ pode-se cobrar as prestações vencidas do vendedor (art. 502).
OBRIGAÇÕES COM EFICÁCIA REAL
A obrigação terá eficácia real quando, sem perder seu caráter de direito a uma prestação,se transmite 
ou é oponível a terceiro que adquira direito sobre determinado bem.
+ quando só vincula o devedor os Direitos Obrigacionais são relativos.
+ já os direitos reais são absolutos (erga omnes).
Certas relações oriundas de contratos, por força de disposição legal, alcançam latitude de direito real.
Art. 33 – Lei 8.245/91 – o locatário preterido no seu direito de preferência poderá reclamar do 
alienante as perdas e danos ou, depositando o preço e demais despesas do ato de transferência, haver 
para si o imóvel locado, se o requerer no prazo de seis meses, a contar do registro do ato no Cartório 
de Imóveis, desde que o contrato de locação esteja averbado pelo menos trinta dias antes da alienação 
junto á matrícula do imóvel. PU. A averbação far-se-á à vista de qualquer das vias do contrato de 
locação, desde que subscrito também por duas testemunhas.
Existirá um direito real para o inquilino se tiver registrado devidamente o contrato, o qual lhe 
permitirá haver o imóvel, ou então, exclusivamente, um direito pessoal estampado em um pedido de 
perdas e danos. O contrato de locação, com o registro imobiliário, permite que o locatário oponha seu 
direito de preferência erga omnes, isto é, perante qualquer pessoa que venha a adquirir coisa locada. O 
contrato, portanto, nas condições descritas na lei, alcança eficácia real.
“ Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente poderá denunciar o contrato, com prazo de 
noventa dias para a desocupação, salvo se a locação for por tempo determinado e o contrato contiver 
cláusula de vigência em caso de alienação e estiver averbado junto à matrícula do imóvel”.
• As obrigações gozam de eficácia real quando, sem perderem o caráter essencial de direitos a uma 
Página 9 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
prestação, se transmitem, ou são oponíveis a terceiros, que adquiram direito sobre determinada coisa”.
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
I) CONSIDERADAS EM SI MESMAS
1.1. Em Relação ao Vínculo:
- natural: (judicialmente inexigíveis) existe o crédito e o débito, só que não tem como o credor cobrar 
na justiça. Ex: dívida de jogo. (art. 814), o ganhador não tem o direito de receber seu dinheiro 
judicialmente.
- civil: possui seu vínculo jurídico perfeito. Possui débito e responsabilidade. (arts. 391 e 591 CC).
1.2. Quanto ao Objeto:
Relativa a sua natureza:
- dar: obrigação de entrega. Transferir uma coisa para o credor. Pode ser coisa corpórea ou 
incorpórea. A obrigação de dar indica o dever de transferir ao credor alguma coisa ou alguma quantia, 
como no caso da compra e venda. Na obrigação de dar, havia a noção de transmitir um direito real. 
Entretanto, a obrigação de dar, e seu cumprimento, por si só não gerava o direito real, pois havia 
necessidade da tradição, da entrega da coisa. A obrigação de DAR divide-se em 3: coisa certa: entrega 
de um bem perfeitamente individualizado (especificado, único); coisa incerta: a coisa é definida ao 
menos pelo gênero e quantidade. Não sofre influência da extinção; restituir: o credor é proprietário da 
coisa em um titulo anterior e o devedor só tem a posse do bem.
- fazer: está ligada à entrega de uma coisa. O devedor deve praticar um ato em favor do credor.
- não fazer: uma abstinência. O cidadão se obriga a não fazer algo que ele poderia fazer.
+ Muitas vezes, toda obrigação de dar mistura-se e complica-se com uma obrigação de fazer, ou de 
não fazer. Muitas vezes elas andam juntas. Assim, na compra e venda, o vendedor tem obrigação de 
entregar a coisa vendida (dar) e de responder pela evicção e vícios redibritórios (fazer).
+ As obrigações de dar e fazer são denominadas obrigações positivas. As obrigações de não fazer, que 
implicam abstenção por parte do devedor, são as obrigações negativas.
 Em atenção a sua liquidez:
- Obrigações líquidas: sabe-se quanto é devido.
- Obrigações ilíquidas: não tem definição do quanto é devido, é necessário promover sua liquidação. 
Página 10 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
Ex: devedor de indenização propõe-se operação judicial para se estabelecer o montante da dívida (art. 
948).
1.3. Quanto ao modo de execução:
- simples e cumulativas: não é um único ato de cumprimento, este subdivide-se em mais vezes. O 
devedor deve cumprir todas. São simples quando aparecem sem qualquer cláusula restritiva. São 
conjuntivas quando ligadas pela aditiva “e”.
- alternativas: tem duas ou mais prestações devidas mas o devedor se libera cumprindo somente uma. 
São alternativas quando ligadas pela partícula “ou”: pagarei por um boi, ou um cavalo. O devedor 
cumprirá a obrigação, entregando um ou outro dos objetos.
- facultativas: (obrigação com faculdade de substituição); tem-se somente uma prestação devida mas o 
devedor tem a faculdade de substituí-la por outro. Ex: deve-se um imóvel e paga-se em dinheiro. 
Faculta-se ao devedor cumprir a obrigação, substituindo o objeto.
1.4. Quando ao tempo de adimplemento:
- momentânea: é adimplida com a prática de um único ato. Não há um tempo considerável entre o 
nascimento e a extinção da obrigação. Exaurem num só ato.
- continuada: sua execução se prolonga no tempo. Ex: contrato de trabalho. Só podem ser cumpridas 
dentro de espaço de tempo mais ou menos longo.
1.Quanto aos elementos acidentais: (arts. 121, ss); são componentes de um negócio jurídico que não 
necessariamente devem estar presentes.
- puras: não possui nenhum elemento acidental.
- condicional: evento futuro e incerto. Se não ocorrer certo evento a obrigação não gerará efeito.
- termo: subordinada a um evento futuro e certo.
- modal: está sujeita ao modo ou encargo. Quem recebe alguma coisa está sujeito a seu encargo, à sua 
destinação.
1.6. Quanto a pluralidade de sujeitos:
- única: um único credor e um único devedor.
- múltipla: há mais que um credor ou mais de um devedor numa mesma obrigação. Estas podem ser 
solidárias: cada credor pode exigir a dívida por inteiro, enquanto cada devedor pode ser obrigado a 
efetuar o pagamento por inteiro; divisível: divide-se a dívida. Se o objeto permite o parcelamento, a 
obrigação é divisível. Se o objeto não permite o parcelamento a obrigação é indivisível.
Página 11 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
1.7. Quanto ao conteúdo:
- meio: estão os devedores obrigados a dar o melhor de si para se obter o resultado, mas não se 
vinculam a obter o resultado pois este depende de fatores exteriores. Deve ser aferido se o devedor 
empregou boa diligência no cumprimento da obrigação. O descumprimento deve ser examinado na 
conduta do devedor, de modo que a culpa não pode ser presumida, incumbindo o ao credor prova-la 
cabalmente.
- resultado: o obrigado se obriga com a realização do resultado. O que importa é a aferição se o 
resultado colimado foi alcançado. Só assim a obrigação será tida como cumprida. A inexecução 
implica falta contratual, dizendo-se que existe presunção de culpa.
- garantia: o devedor é responsabilizado inclusive em casos fortuitos de força maior (de qualquer jeito 
deve-se atingir o resultado). A simples assunção do risco pelo devedor da garantia representa, por si 
só, o adimplemento da prestação.
OBRIGAÇÃO CIVIL ou PERFEITA
É aquela que, fundada no vínculo jurídico, sujeita o credor à realização de uma prestação interesse do 
credor estabelecendo um liame entre os dois sujeitos, abrangendo o dever da pessoa obrigada e sua 
responsabilidade em caso de inadimplemento, permitindo ao credor recorrer à intervenção estatal para 
obter a prestação, tendo como garantia o patrimônio do devedor.
+ Em geral as obrigações são civis. Seus efeitos são: vincular o devedore permitir a cobrança judicial.
OBRIGAÇÃO NATURAL
O devedor deve mas o credor não tem meios de exigir o cumprimento da obrigação. Não há 
responsabilidade. Se ele não pagar voluntariamente ao haverá meios de o credor exigir o cumprimento 
da obrigação. Ex: divida de jogo, obrigações prescritíveis. (art. 814 – CC).
+ Nota promissória oriunda de dívida de jogo pode ser transferida a terceiro de boa-fé que poderá 
exigir o pagamento.
As obrigações naturais são incompletas. Apresentam como características essenciais as 
particularidades de não serem judicialmente exigíveis, mas, se forem cumpridas espontaneamente, 
será tido por válido o pagamento, que não poderá ser repetido.
A distinção da obrigação natural, em relação à obrigação civil, reside no aspecto de que, embora 
Página 12 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
desprovida de poder coativo, se o devedor espontaneamente a cumpre, o pagamento considera-se 
legal e, por essa razão, não se concede ação no caso de se pretender recobrar o que foi pago.
EFEITOS das Obrigações Naturais:
O devedor natural não pode ser compelido a executar a obrigação, mas, se a realiza espontaneamente, 
seu ato é irretratável e opera pagamento válido. O pagamento aí não se trata de mera liberalidade, é 
pagamento verdadeiro e não doação.
- inexigibilidade: em dívidas prescritas, ou o juiz define de oficio a prescrição. Mesmo sendo 
inexigível pode-se entrar com a ação, sendo a ação julgada improcedente. (art. 194). O juiz pode 
sempre reconhecer a prescrição de oficio. Não existe ação para compelir o devedor a efetuar o 
cumprimento.
- “solutio retentio”: retenção do pagamento. Se pagou a obrigação natural, não poderá pedir o dinheiro 
de volta. Não se pode recobrar a quantia que voluntariamente se pagou. (art. 815).
*art. 882
*art. 883
*arts. 391 – CC; e 591 – CPC.
A OBRIGACAO se diz NATURAL quando se funda no mero dever de ordem moral ou social, sujo 
cumprimento não é judicialmente exigível mas corresponde a um dever de justiça.
+ Dívida oriunda de aposta realizada em hipódromo regular é juridicamente exigível.
OBRIGAÇÃO DE DAR
Normalmente há uma retribuição ou pagamento. Espécie de obrigação onde o devedor está adstrito a 
transferir a posse de algo para o credor. Tem como conteúdo a entrega de uma coisa.
Pelo nosso sistema a obrigação de dar não se constitui especificamente na entrega efetiva da coisa, 
mas num compromisso de entrega da coisa. A obrigação de dar gera apenas um direito à coisa e não 
exatamente um direito real. O vínculo obrigacional, por si só, não tem o condão de fazer adquirir a 
propriedade.
A obrigação de dar é aquela em que o devedor compromete-se a entregar uma coisa móvel ou imóvel 
ao credor, quer para constituir novo direito, quer para restituir a mesma coisa a seu titular.
Página 13 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
1.1. Obrigação de dar coisa certa
O dever do devedor de entregar uma coisa que não se confunde com nenhuma outra por ter 
características próprias.
+ não pode o devedor ser obrigado a entregar coisa diversa ainda que menos valiosa ou o credor 
aceitar coisa diversa ainda que mais valiosa (art. 313 – CC).
+ Cumpre o devedor com sua obrigação quando transfere a propriedade da coisa. Sistema Francês: o 
acordo de vontade, por si só, transfere a propriedade. Sistema Alemão: o contrato, por si só, não 
transfere a propriedade, necessita-se de um ato posterior. Sistema Russo: em se tratando de coisas 
certas o contrato transfere a propriedade, coisa incerta não.
+ O direito brasileiro segue o sistema alemão. A tradição é a entrega da coisa com a intenção de 
transferi-la. É usada na transmissão de veículo.
Certa será a coisa determinada, perfeitamente caracterizada e individuada, diferente de todas as 
demais da mesma espécie.
Não pode também o devedor adimplir a obrigação, substituindo a coisa que é seu objeto por dinheiro, 
pois estaria transformando arbitrária e unilateralmente uma obrigação simples em obrigação 
alternativa. Da mesma forma, o pagamento parcelado só é possível se expressamente convencionado.
+ O acordo de vontades não gera propriedade.
+ A simples vontade das partes não gera obrigação.
+ Havendo melhoramento o devedor poderá exigir o aumento do preço.
PRINCÍPIO DA ACESSORIEDADE
O devedor de uma coisa certa deve também entregar os acessórios dela (art. 233). Móveis não se 
entrega (depende das circunstâncias).
Os contratantes podem estabelecer no contrato o que entenderem importante, se nada constar no 
contrato, seguem os acessórios junto com o principal – facultativo, dispositivo ou supletivo.
DA PERDA 
“Rés Perit Domino” – a coisa perece para seu dono (o devedor). Se a coisa vier a se perder (ainda que 
sem culpa) o devedor arca com o prejuízo.
Art. 234 (resolução): perdeu-se a coisa sem culpa do devedor volta-se ao estado anterior da 
contratação; não precisa pagar pelo prejuízo. Caso o devedor seja culpado, este responderá pelo 
Página 14 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
equivalente e mais as perdas e danos.
CULPA (lato sensu): abrange a culpa em sentido estrito e dolo.
- dolo: o cidadão age intencionalmente, tem intenção de causar o dano.
- culpa: não há intenção de causar o dano, é um erro de conduta, um equívoco.
CULPA (stricto sensu): negligência, imperícia e imprudência.
- negligência: falta de um dever de cuidado (deixar de agir);
- imprudência: ato positivo – ação. O cidadão age de forma equivocada que importa conduta 
culposa.
- imperícia: falta de perícia. O cidadão não age de acordo com os conhecimentos elementares em 
determinada área.
Perda sem culpa – resolve-se a obrigação voltando as partes ao estado anterior; quando há culpa há 
também uma obrigação de indenizar perdas e danos.
No Direito Civil há diferença de indenização quando o delito foi praticado com dolo ou culpa?
Em regra não, pois no Direito Civil a regra é que não se diferencia, para fins de indenização, dolo e 
culpa, com duas exceções:
1. Indenização por danos morais – (dano não patrimonial). É uma espécie de indenização arbitrada 
pois não tem como recompensar previamente o dano moral, depende da intensidade da culpa, por dolo 
é maior a indenização.
2. art. 392 – Contratos Onerosos – (troca, compra e venda), qualquer dos contratantes responde por 
simples culpa. Contratos Benéficos – (uma pessoa beneficiando outra), contrato de doação: o que 
cumpre com a prestação só responde por dolo; quem recebe a prestação só responde por culpa.
+ Em regra geral não há distinção.
Segundo o art. 234, se a coisa se perder sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente 
condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes. Assim, se o devedor se obrigou 
a entregar um cavalo e este vem a falecer por ter sido atingido por um raio, no pasto, desaparece a 
obrigação, sem ônus para as partes, devendo ambas voltar ao estado anterior. Se a perda resultar de 
Página 15 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais as perdas e danos. As perdas e danos 
devidos ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de 
lucrar. A indenização mede-se pela extensão do dano.
DA DETERIORAÇÃO
A coisa ainda existe porém, em estado pior do que se encontrava.
- Sem Culpa – o proprietário (devedor) sofre a perda. É inerente a possibilidade de abatimento do 
preço (art. 235). Pode resolver o contrato ou aceitar a coisa com abatimento no preço.
- Com Culpa – pode-se aceitar a coisa ou resolver o contrato.Podendo o credor exigir o equivalente 
ou aceitar a coisa com o recebimento das suas perdas e danos (art. 236).
Art. 235 – deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação ou 
aceitar, abatido ao seu preço o valor que perdeu. A deterioração da coisa acarreta sempre uma 
depreciação. Não sendo o devedor culpado, abrem-se duas alternativas ao credor: resolver a 
obrigação, recebendo a restituição do preço, se já tiver pago; ou então aceitar a coisa, no estado em 
que ficou, abatendo-se em seu preço o valor da depreciação.
Art. 236 – sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente ou aceitar a coisa no estado 
em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização de perdas e danos.
A tradição da coisa faz cessar a responsabilidade do devedor. Se a coisa perece após a entrega, o risco 
é suportado pelo comprador. É claro que, mesmo após a entrega, se houve fraude ou negligência do 
devedor, este deve ser responsabilizado.
+ Havendo perda ou deterioração da coisa, sem culpa do devedor, nas obrigações de entregar ou 
restituir, é sempre o dono que arca com o prejuízo.
TUTELA ESPECÍFICA
Se o devedor deliberadamente descumpre com a obrigação deverá pagar multa diária pelo atraso, pois 
deve cumprir exatamente com o que contratou.
Art. 461 – CPC. Só vai converter em perdas e danos quando o credor assim quiser ou quando for 
impossível o pagamento específico.
+ A obrigação deve ser cumprida com o próprio bem devido – entrega “in natura”.
Página 16 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
MELHORAMENTOS, ACRÉSCIMOS E FRUTOS NA OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA
Assim como a coisa pode perder-se, ou seu valor ser diminuído, pode ocorrer que, no tempo 
compreendido entre a constituição da obrigação e a tradição da coisa, esta venha a receber 
melhoramentos ou acrescidos.
Enquanto não ocorrer a tradição, a efetiva entrega da coisa, esta pertence ao devedor e, por 
conseqüência, os melhoramentos acrescidos pertencerão a ele. (art. 237).
Assim como o devedor perde quando a coisa desaparece ou diminui de valor, deve ganhar quando 
ocorre o oposto, quando há aumento no valor da coisa.
As benfeitorias são necessárias (imprescindíveis) para a conservação de uma coisa; úteis (aumenta a 
utilidade a que se refere a coisa); voluptuárias (mero aformoseamento). O possuidor de boa-fé tem 
direito a essas benfeitorias. O possuidor de má-fé só tem direito ao que diz respeito às benfeitorias 
necessárias.
Se houver melhoramentos acrescidos o lucro é do credor, especialmente se não houver qualquer 
trabalho ou gastos para o devedor. Se, no entanto, o devedor teve gastos ou trabalho, analisa-se de 
acordo com as benfeitorias feitas de má e de boa-fé.
- Possuidor de boa-fé (art. 1201): ignora o vício ou obstáculo que impede a aquisição da coisa.
- Possuidor de má-fé: conhece do vício.
OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR
É a obrigação de devolver ao dono.
+ A obrigação de restituir refere-se sempre à coisa certa.
A obrigação de restituir é aquela que tem por objeto uma devolução da coisa certa, por parte do 
devedor, coisa esta que encontra-se em poder do devedor, mas que pertence ao credor.
- Quanto à perda:
- Sem culpa: o dono sofre a perda. Não há obrigação de restituir o equivalente (art. 238) Res Perit 
Domino.
- Com culpa: (art. 239) o devedor responde pelo equivalente e mais perdas e danos.
Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, 
Página 17 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, salvos, porém, a ele os seus direitos até o dia da 
perda.
Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.
+ Ex.: o comodatário tem obrigação de restituir a coisa emprestada e responderá pelo dano ocorrido, 
ainda que derivado de caso fortuito ou coisa maior, se antepuser a salvação de seus próprios bens, 
abandonando os bens emprestados (art. 533).
- Quanto à deterioração:
- Sem culpa: recebe a coisa no estado em que ela se encontrar.
- Com culpa: responde o devedor pelo equivalente e mais perdas e danos. (art. 236). Tem direito a 
receber a coisa.
No caso de deterioração de coisa restituível, sem culpa do devedor, o credor deverá recebê-la, tal qual 
se ache, sem direito à indenização (art. 240). Se a deterioração ocorreu por culpa do devedor, a 
solução é do art. 239. responderá o devedor pelo equivalente, mais perdas e danos: o credor pode 
exigir o equivalente ou aceitar a devolução da coisa tal como se encontra, com direito a reclamar, em 
qualquer das duas hipóteses, indenização de perdas e danos.
MELHORAMENTOS, ACRÉSCIMOS E FRUTOS NA OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR.
Art. 241.
Como a coisa pertence já ao credor, antes mesmo do nascimento da relação obrigacional, aumentando 
de valor, lucrará o credor, uma vez que para o acréscimo não concorreu o devedor.
Se a coisa sofre melhoramento ou aumento em decorrência de trabalho ou dispêndio do devedor, o 
regime será o das benfeitorias (art. 242).
Importa saber se o melhoramento ou acréscimo decorreu de boa ou má-fé do devedor. Estando de boa
-fé, tem o devedor direito aos aumentos ou melhoramentos necessários e úteis.
De acordo com os princípios que regem as benfeitorias, o devedor de boa-fé tem direito de retenção. 
O direito de retenção é uma faculdade negativa. O que detém a coisa, legitimamente, pode manter 
essa retenção até que seja indenizado das despesas e dos acréscimos que fez.
O Direito de retenção é meio de defesa que se manifesta antes de qualquer medida judicial, por 
interesse e iniciativa do devedor.
* arts. 242, 1.221, 1.222.
Página 18 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
EXECUÇÃO
Na obrigação de restituir, o problema não se põe, porque a coisa pertence ao próprio credor e, 
desaparecendo a razão de permanência dela em poder do devedor, o credor tem meios processuais 
para reavê-la.
A obrigação de restituir é aquela que mais facilmente permite a execução em espécie.
A execução específica ou in natura só deve ser banida, substituindo-se por perdas e danos, “quando a 
execução direta for impossível ou dela resultar constrangimento fível ou dela resultar constrangimento 
fpxecuçalquer medida judicial, por interesse e iniciativa do devedor.]*credor.
o caso, ind
TUTELA ESPECÍFICA – art. 561, CPC.
DA EXECUÇÃO
Na obrigação de restituir, o problema não se põe, porque a coisa pertence ao próprio credor e, 
desaparecendo a razão de permanência dela em poder do devedor, o credor tem meios processuais 
para reavê-la.
A obrigação de restituir é aquela que mais facilmente permite a execução em espécie.
A execução especifica ou in natura so deve ser banida, substituindo-se por perdas e danos, “quando a 
execução direta for impossível ou dela resultar constrangimento físico à pessoa do devedor”.
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA
Em se tratando de empréstimo de coisas fungíveis, esta coisa passa a ser propriedade do mutuário. 
(arts. 586 e 587).
A coisa a ser entregue está determinada ao menos pelo gênero ou quantidade. Aí estão as coisas 
fungíveis (substituíveis, que possuem coisas iguais). É algo que pode ser substituído.
A obrigação de dar coisa cera tem por objeto a entrega de uma quantidade de certo gênero e não uma 
coisa especificada. (art. 243).
São obrigações de dar coisa incerta: entregar uma tonelada de trigo, um milhão de reais ou cem grosas 
de lápis. A coisa é indicada tão somente pelos caracteres gerais, por seu gênero.
Página 19 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133A Obrigação de dar coisa incerta consiste na relação obrigacional em que o objeto indicado de forma 
genérica no inicio da relação vem a ser determinado mediante um ato de escolha por ocasião do 
adimplemento da obrigação. Trata-se de uma obrigação que tem por objeto a entrega de uma 
quantidade de determinado gênero. Difere da obrigação de dar coisa certa, vez que nesta o objeto é 
permanente, individualizado, diferente de todos os demais. Enquanto que na obrigação de dar coisa 
incerta o objeto devido é inicialmente indeterminado, somente havendo referencia ao gênero e 
quantidade (art. 243).
Quanto à escolha, os contratantes podem estabelecer qualquer coisa, eles tem liberdade de escolher. 
Porem, se o contrato for omisso, caberá escolha ao devedor. (art. 244).
A escolha pode ser estabelecida para ambos, no entanto, sendo omisso o contrato, a escolha será do 
devedor.
Com a escolha se dá a concentração da prestação. A partir da escolha já se tem os bens que deverão 
ser entregues (art. 245) e não mais apenas gênero e quantidade. A partir da notificação da escolha 
vigora a obrigação de dar coisa certa.
Na obrigação de dar coisa incerta, há um momento precedente à entrega da coisa que é o ato de 
escolher o que vai ser entregue. Uma vez feita a escolha, de acordo com o contratado, ou conforme 
estabelece a lei, a obrigação passa a ser regida pelos princípios de dar coisa certa.
- CONCENTRAÇAO: com a escolha e sua notificação ocorre a concentração do objeto da obrigação 
nos bens escolhidos passando a ser regida pelas normas pertinentes às obrigações de dar coisa certa. O 
que era genérico, com a escolha, se transforma em certo.
+ Nas obrigações de dar coisa incerta não há resolução. O devedor não se exime de cumprir a 
obrigação, ainda que ocorra caso fortuito ou coisa maior (art. 246).
GENUS NUNQUAM PERIT
O gênero nunca perece.
Em situações de gênero limitado e demonstrando o devedor que este se extinguiu, resolve-se a 
obrigação.
+ Antes da escolha não se alega caso fortuito ou força maior.
Página 20 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
- art. 492.
Fala-se da aplicabilidade da resolução por caso fortuito ou força maior apenas quando já ocorrida a 
escolha e o credor, e este não aparecer para adquirir a coisa na data marcada.
A coisa não é efetivamente entregue, ou, pelo menos, posta à disposição do credor, impossível a 
desoneração do devedor, que terá sempre diante de si a parêmia genus nunquam perit.
EXECUÇÃO
Pode o credor exigir a coisa específica e não seu equivalente em dinheiro, com exceção quando a 
coisa específica não interessa mais ao credor.
Art. 461-A, CPC. Em se tratando de obrigação de dar coisa incerta, o fato de o devedor não fazer a 
entrega na data determinada, este não perde o direito de escolha. Cabendo a escolha ao credor, este a 
individualizará na petição inicial.
OBRIGAÇÕES DE FAZER E DE NÃO FAZER
-OBRIGAÇÃO DE FAZER-
Abrange prática de um ato ou uma atividade.
Consiste na relação obrigacional em que o devedor está compelido à realização de um ato material ou 
intelectual, ou mesmo uma atividade em favor e no interesse do credor. É devida determinada 
atividade, comportamento, uma ação a ser realizada pelo devedor.
(arts. 593, 610, 627, 653, 710, 722, 730).
A obrigação de fazer, por se estampar numa atividade do devedor, é que traz maiores transtornos ao 
credor, quando se defronta com inadimplemento. O conteúdo da obrigação de fazer é uma atividade 
ou conduta do devedor, no sentido mais amplo: tanto pode ser a prestação de uma atividade física ou 
material, como uma atividade intelectual, artística e cientifica. Ademais, o conteúdo da atividade do 
devedor, na obrigação de fazer, que denominamos, ainda que impropriamente, atividade do devedor, 
no sentido o mais amplo possível, pode constituir-se numa atividade que pouco aparece externamente, 
mas cujo conteúdo é essencialmente jurídico, como a obrigação de locar ou emprestar imóvel, de 
realizar outro contrato, etc.
Obrigação de fazer é qualquer ato ou atividade que não importe simplesmente num dar, mas sim 
numa obrigação de fazer.
Na obrigação de fazer, o credor não é obrigado a aceitar de terceiro a prestação, quando for 
convencionado que o devedor a faça pessoalmente.
Página 21 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
*art. 247: “Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele 
só imposta, ou por ele exequível”.
Diferenciação com as Obrigações de Dar
Se contrata-se a atividade do cidadão cujo objeto será mera conseqüência da atividade, esta será uma 
obrigação de fazer.
A diferenciação da obrigação de dar e de fazer leva em consideração se o fato de dar é ou não 
conseqüência da obrigação de fazer. Assim, se o devedor tem de dar algo sem ter, previamente, de 
faze-lo, a obrigação é de dar; entretanto, se primeiramente tem ele de confeccionar a coisa para depois 
entrega-la, se tem ele de realizar algum ato do qual será mera conseqüência de dar, tecnicamente a 
obrigação é de fazer. Porém, podem existir relações obrigacionais onde tal distinção não seja possível, 
vez que a obrigação de dar possui relevância autônoma. A solução de tais casos será considerada a 
existência de duas obrigações: uma de dar e outra de fazer. Ex.: empreitada global.
A diferenciação está em verificar se o dar ou o entregar é ou não conseqüência do fazer. Assim, se o 
devedor tem de dar ou de entregar alguma coisa, não tendo, porém, de faze-la previamente, a 
obrigação é de dar; todavia, se, primeiramente, tem ele de confeccionar a coisa para depois entrega-la, 
tendo de realizar algum ato, do qual será mero corolário o de dar, tecnicamente a obrigação é de fazer.
Na obrigação de dar, a tradição é imprescindível, o que não ocorre na obrigação de fazer.
Espécies
INFUNGÍVEL – é infungível quando o devedor não pode se fazer substituir por terceiro. O credor 
pode escolher determinado devedor para prestar a obrigação, não admitindo substituição. A obrigação 
é contraída tendo em mira exclusivamente a pessoa do devedor, leva-se em conta as qualidades 
pessoais do obrigado.
FUNGÍVEL – é fungível aquela na qual é dado ao devedor substituir-se por terceiro. O contrato diz se 
é possível o cidadão se substituir por outro ou não. Quando o contrato não for claro nesse sentido 
analisa-se as qualidades do devedor e as circunstâncias do caso. A pessoa do devedor é facilmente 
substituível, como é o caso do pintor de paredes ou do pedreiro.
* Nada impede que uma obrigação de fazer fungível torne-se infungível por vontade do credor, ou 
pelas circunstâncias do caso concreto.
MATERIAL – resulta num objeto material, corpóreo.
IMATERIAL/ INTELECTUAL – não resulta em algo corpóreo, físico.
-DESCUMPRIMENTO-
Página 22 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
Não é possível, tendo em vista a liberdade individual, exigir coercitivamente a prestação de fazer do 
devedor.
O juiz poderá, de oficio ou a requerimento das partes, para obter o resultado específico, determinar a 
imposição de multa, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, etc.
Impossibilidade
Essa impossibilidade é física, ou seja, o ato passa a ser não realizável.
Quando há culpa há indenização de perdas e danos. Sem culpa resolve-se a obrigação, voltando ao 
estado anterior. (art. 248). Tal situação será verdadeira sempre que o cumprimento da obrigação de 
fazer não for mais útil para o credor.
* arts. 247 e 249.
Recusa
Em caso de recusa a primeira possibilidade que se tem é a TUTELA ESPECÍFICA (art. 461 – CPC). 
Só se falará em perdas e danos com substituição da tutela específica quando o autor assim arequerer 
ou quando for impossível a tutela. §4º – impõe-se multa diária ao réu. Sempre que houver dúvida 
acerca da recusa por parte do devedor e ainda que houver possibilidade de a prestação ser útil para o 
credor, deve ser aplicado o princípio da execução específica.
- AÇÃO COMINATÓRIA: é na esfera das obrigações e nas de não fazer que se encontra campo para 
a multa cominatória diária, de índole pecuniária, por dia de atraso no cumprimento da obrigação. A 
multa deve ser de montante tal que constranja o devedor a cumprir a obrigação. Nada impede que as 
partes, contratualmente, já estipulem a multa e seu valor, mas caberá sempre ao juiz coloca-la em seus 
devidos parâmetros. O campo de maior atuação da multa diária é o das obrigações infungíveis. Nas 
obrigações fungíveis, embora não seja excluída a imposição diária, o credor pode obter seu 
cumprimento por meio de terceiro (art. 634).
- EXECUÇÃO: (por terceiro), art. 249. havendo recusa ou demora no cumprimento da obrigação 
pode o credor manda-lo executar à custa do devedor. Art. 632 – a execução das obrigações de fazer 
possui instrumentos processuais efetivos, inclusive com tutelas antecipatórias.
* arts. 644 e 655, CPC.
• Fato realizado por terceiro e o valor do fato realizado é cobrado as custas do devedor.
- AUTOTUTELA: somente em casos de urgência o credor pode mandar executar o fato e receber o 
ressarcimento depois. Caso de não urgência necessita-se de autorização judicial.
* o devedor obrigado a cumprir a obrigação dentro de um processo judicial pode, em razão disso, 
Página 23 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
cumpri-la deficientemente. Cabe ao juiz, em qualquer caso, decidir se a obrigação deve ser 
considerada cumprida ou não. (art. 636).
- OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER-
As obrigações de não fazer são as obrigações negativas. O devedor compromete-se a uma abstenção.
A obrigação de não fazer é aquela em que o devedor se compromete a abster-se da prática de 
determinado ato que poderia livremente praticar caso não tivesse se obrigado. Para que seja válida a 
obrigação deve ser lícita, não ferindo as normas de ordem pública, os bons costumes e a 
razoabilidade. Especificamente em relação a esta última a abstenção deve conter limitações espaciais 
e temporais que justifiquem as finalidades econômicas perseguidas pelo credor, ou seja, caso as 
limitações excedam manifestamente a finalidade buscada pelo sujeito ativo, será a obrigação de não 
fazer inválida.
A imposição de uma obrigação negativa determina ao devedor uma abstenção que pode ou não ser 
limitada no tempo. A obrigação de não fazer ora se apresenta como pura e simples abstenção, como 
no caso do alienante de estabelecimento comercial que se compromete a não se estabelecer num 
mesmo ramo de negócios, em determinada zona de influência, ora como um dever de abstenção 
ligado a uma obrigação positiva, como é o caso do artista que se compromete a exibir-se só para 
determinada empresa. Também a obrigação de não fazer pode surgir como simples dever de 
tolerância, como o não realizar atos que possam obstar ou perturbar o direito de uma das partes ou de 
terceiros, como é o caso do locador que se compromete a não obstar o uso pleno da coisa locada.
Para cumpri-la o cidadão deve abster-se de determinado ato que ele poderia livremente praticar caso 
não tivesse se obrigado. É a não realização de uma conduta que, em linha de princípio era válida. Ex.: 
cláusulas de exclusividade (o cidadão abstêm-se de prestar serviços a terceiros.
Toda obrigação deve revestir-se de objeto lícito, por ser negócio jurídico. Será lícita sempre que não 
envolva restrição sensível à liberdade individual. Assim, é ilícita a obrigação de não casar, ou a de não 
trabalhar, ou a de não cultuar determinada religião, porque o Estado repugna prestigiar um vínculo 
obrigatório que tem por escopo alcançar resultado que colide com os fins da sociedade. Daí por serem 
imorais ou anti-sociais tais tipos de obrigação, o Direito não lhes empresta a forma coercitiva.
O objeto da obrigação de não fazer pode ser qualquer comportamento lícito e econômico.
O não fazer pode comportar-se em situações complicadas. A licitude assume grande parte das 
obrigações de não fazer porque obriga o cidadão a abrir mão de parte de sua liberdade.
Há uma continuidade ou sucessividade em seu cumprimento. A abstenção pode ser limitada ou 
ilimitada no tempo, sempre levando-se em conta a licitude, no campo da moral e dos bons costumes.
Obrigações de não fazer que ferem as normas de ordem pública, os bons costumes, dá-se em 
inválidas. Causas como essas precisam de uma justificativa válida, é aí que entra a razoabilidade.
Razoabilidade – no tempo e no espaço. Deve-se verificar se a limitação estabelecida é razoável no 
tempo e no espaço.
Página 24 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
+ Pode ocorrer que o não fazer torne-se impossível.
- Sem culpa – não é a conduta do devedor que faz com que a obrigação seja descumprida. Resolve-se 
a obrigação. (art. 250). Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe 
torne impossível abster-se do fato, que se obrigou a não praticar. As vezes a abstenção do devedor 
torna-se impossível ou extremamente gravosa.
- Com culpa – sendo com culpa haverá indenização por perdas e danos. Se a impossibilidade de se 
abster ocorreu com culpa do devedor, deve ele indenizar o credor.
+ No descumprimento voluntário é possível que o agente cumpra com a obrigação, mas por sua 
própria vontade não cumpre, neste caso aplica-se o art. 251. Pode-se ocorrer destruição, multa diária e 
indenização, levando em conta o que é mais relevante, tentando evitar a destruição, se possível. 
Porém, sendo urgente a demolição, ela pode ser feita de ordem judiciária. Quanto à multa diária (art. 
461 – CPC) pode ser aplicada sem ressarcimento das perdas e danos que o caso importar. Se o 
devedor pratica o ato sobre o qual se abstivera, fora da hipótese do art. 250, o credor pode exigir dele 
que o desfaça, sob pena de se desfazer a sua custa, ressarcindo o culpado das perdas e danos.
Da mesma forma é possível a antecipação da tutela, bem como a imposição de multa diária quando 
viável o desfazimento. Quando impossível voltar-se ao estado anterior, a obrigação converter-se-á em 
perdas e danos. Segundo o art. 642 o juiz assinará o prazo ao devedor para desfazer o ato. E diz o 643: 
“havendo recusa ou mora do devedor, o credor requererá ao juiz que mande desfazer o ato à sua custa, 
respondendo o devedor por perdas e danos. PU. Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação 
resolve-se em perdas e danos.
Em determinadas circunstâncias, porém, o cumprimento forçado da obrigação de não fazer implica 
violência intolerável à pessoa do devedor, ou um dano ainda maior. Ex.: o devedor descumpre com o 
não fazer e ergue custosa construção plenamente utilizável. É de toda conveniência, em face da 
repercussão social, que a obra não seja desfeita, resumindo-se o descumprimento em perdas e danos.
- OBRIGAÇÕES QUANTO À LIQUIDEZ DO OBJETO-
1. Obrigações Líquidas – são aquelas que se sabe o quanto devido. É a obrigação certa quanto a sua 
existência e determinada quanto ao seu objeto. Nesta acham-se especificadas, de modo preciso, 
qualidade, quantidade e natureza dos objetos devidor.
2. Obrigações Ilíquidas – são aquelas onde se precisa quantificar o débito. É a obrigação que depende 
de prévia apuração em razão de ser impreciso o montante da prestação, ou seja, a quantidade de 
objetos devidos encontra-se indeterminada.
* art. 618 – CPC.
Página 25 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
Diferença com as obrigaçõesde dar coisa incerta
Obrigação ilíquida diferencia-se da obrigação de dar coisa incerta, já que nesta, apesar de haver 
alguma incerteza quanto aos bens a serem entregues, é ela determinada pelo gênero e quantidade, 
enquanto que na obrigação ilíquida há uma indeterminação ainda mais significativa, principalmente 
em relação à quantidade devida, necessitando, portanto, passar por uma relação jurídica de 
acertamento.
+ Nas obrigações de dar coisa certa, se esta se perder por culpa do devedor, este responderá pelo 
equivalente mais perdas e danos.
+ A solidariedade não se presume, resulta da lei ou da vontade das partes.
+ A obrigação de fazer é aquela que vincula o devedor à prestação de um serviço ou à realização de 
um ato positivo, material ou imaterial, seu ou de terceiro, em benefício do credor ou de terceira 
pessoa. Trata-se de uma obrigação positiva.
+ A obrigação de fazer, em sendo fungível, poder-se-á executa-la por terceiro.
+ Nas obrigações de dar coisa certa, seu objeto é determinado expressamente, sendo distinto dos 
demais, enquanto que nas obrigações de dar coisa incerta, seu objeto é determinado pelo gênero e 
quantidade.
+ Na obrigação de dar coisa incerta o devedor não se desonera alegando perda ou deterioração da 
coisa, ainda que decorrente de caso fortuito ou coisa maior, já que o gênero nunca perece, ao contrário 
do que ocorre com as obrigações de dar coisa certa.
+ Quanto às obrigações de não fazer:
– a prestação devida pelo sujeito passivo é de mera abstenção, mas sempre que vem vinculada a 
uma outra obrigação.
– é correto afirmar que há tal modalidade obrigacional quando o não fazer decorre de lei que a 
observância por todos os cidadãos é obrigatória, como no dever de respeitar a propriedade alheia.
– seu descumprimento ocorre com a realização da conduta que o devedor deveria abster-se, 
gerando ao credor tão somente o direito a indenização das pernas e danos sofridos.
+ direitos reais e direitos pessoais não se confundem, vez que os primeiros são tidos como absolutos, 
enquanto que os segundos são tidos como relativos. Isso em razão de que os primeiros são dotados do 
poder de seqüela, que possibilita o titular buscar a coisa de quem quer que a detenha, características 
essas ausentes nos segundos.
Página 26 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
+ são requisitos do objeto das obrigações: licitude, possibilidade, determinação e patrimonialidade.
AUTONOMIA DA VONTADE – normas concretas e individualizadas. São próprias da vontade das 
partes. É o poder conferido pelo ordenamento jurídico de as partes criarem normas jurídicas para seu 
interesse.
Questões
1. Alberto da Silva vendeu seu veículo Passat/1986, placa APP-1986 para Bernardo. Antes da entrega, 
no entanto, ocorrem os seguintes imprevistos possíveis:
A – O veículo é roubado por assaltantes armados quando o devedor saía de casa para o trabalho;
Resolve-se a obrigação sem direito a perdas e danos.
B – Alberto bate o veículo contra uma Scania parada, pois trafegava embriagado, na contra mão, a 
180km/h, o que resultou em perda total;
Aplica-se art. 234 – parte final.
C – Alberto se envolve num acidente pois invadiu a preferencial, ocasionando danos leves na lateral 
do veículo;
Art. 236
D – O veículo é avaliado em razão de um galho que se desprende de uma árvore por conta de um raio, 
o que resultou em danos de pequena monta;
Deterioração sem cumpa (art. 235).
Qual a solução correta?
2. João, advogado, realizou contrato de prestação de serviços com a empresa Raios e Trovões Ltda. 
Neste contrato constou como obrigação do advogado a de não trabalhar para outras empresas e nem 
exercer a advocacia em todo o território Nacional pelo prazo de 5 anos. É válida tal cláusula? 
Explique.
Analisa-se à vista da razoabilidade. Obrigação é ilícita por não ser razoável, não podendo admitir 
tamanha restrição de liberdade.
3. A modelo Gisele Bündchen mantém contrato de prestação de serviços com a empresa Victoria 
Secret. Em tal contrato consta a obrigação da modelo de não casar-se bem como de não engravidar. 
Supondo que tal contrato é regido pelo Direito Brasileiro, é válida tal cláusula? Explique.
Página 27 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
Deve-se analisar os bons costumes.
4. Bernardo, proprietário de dois imóveis no Balneário Changrilá, vendeu um deles, que ficava de 
fronte ao mar, para Carlos. A fim de preservar a vista que Bernardo tinha do mar, de seu outro 
terreno, ficou estabelecido no contrato que Carlos, por si ou por terceiros, não poderia construir 
imóvel além do pavimento térreo. Após largo período de ausência de Bernardo, constata ele que 
Carlos havia edificado no imóvel um prédio de apartamentos com 20 andares. Quais os Direitos de 
Bernardo neste caso?
Nesta circunstância não deve haver destruição da obra e sim indenização pelos danos.
OBRIGAÇÕES SIMPLES
Apenas um objeto.
OBRIGAÇÕES CUMULATIVAS
Prestação constitui-se de mais de um objeto. O objeto composto pode ser ligado pela partícula e: 
devemos um cavalo e um automóvel. Mais de uma prestação é devida conjuntamente, tendo o credor 
o direito de exigir todas elas do devedor.
OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS (arts. 252 e ss)
Podem ser ligadas pela partícula ou. Tem duas ou mais obrigações devidas mas o cidadão se libera 
cumprindo apenas uma.
Obrigação alternativa é aquela que possui duas ou mais prestações devidas, sendo que o devedor se 
libera cumprindo apenas uma delas, ou seja, uma ou outra, mas não as duas. Denomina-se, portanto, 
obrigação alternativa a que fica cumprida com a execução de qualquer das prestações que formam seu 
objeto. Enquanto não for efetivada a concentração, o credor não terá qualquer direito sobre os objetos, 
no sentido de que não poderá exigir a entrega desta ou daquela coisa. Somente quando é feita a 
escolha, a concentração, é que o credor pode exigir o pagamento.
CARACTERÍSTICAS:
a) dualidade ou multiplicidade de obrigações (seu objeto é plural ou composto);
b) satisfação do cumprimento com a realização de apenas uma delas;
c) as prestações são independentes entre si;
Página 28 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
d) concedem um direito de opção que pode estar a cargo do devedor, do credor ou de um terceiro, e 
enquanto este direito não for exercido pesa sobre a obrigação uma incerteza acerca de seu objeto;
e) feita a escolha, a obrigação concentra-se na obrigação escolhida.
* para ser alternativa, deve apresentar no contrato as duas primeiras características, caso haja apenas 
uma, será obrigação cumulativa.
ESCOLHA
A escolha é o ato que vai terminar na concentração.
ART. 252. a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não estipulou.
+ do fato de os objetos serem independentes entre si, resulta que o devedor não pode obrigar o credor 
a receber parte em uma prestação e parte em outra (art. 252, §1º). Também, se uma das prestações 
tornar-se inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra (art. 253). Da mesma forma, se a escolha cabe 
ao credor, este não poderá pedir o pagamento parte de um e parte de outro dos objetos.
+ Havendo pluralidade de credores ou devedores, há necessidade de que haja um acerto sobre a 
escolha, devendo prevalecer a vontade da maioria. Se os credores não chegarem a um acordo, devem 
valer-se de uma decisão judicial. Não havendo acordo unânime entre os interessados, a solução é dada 
ao juiz, após este ter concedido um prazo para deliberação (art. 252, §3º).
+ Quando a escolha cabe ao devedor, basta uma simples declaração unilateral de sua vontade, 
seguindo-se a oferta real, tornando-se definitiva a execução da prestação.Tal escolha deverá realizar-
se no prazo estabelecido no pacto e, caso não tenha havido fixação de prazo, o devedor deverá ser 
notificado, ficando constituído em mora (art. 571 – CPC).
+ Se a escolha couber ao credor, este indicará sua opção na inicial (art. 571, §2º – CPC).
+ Feita a escolha a obrigação concentra-se na prestação eleita. As conseqüências jurídicas, a partir daí, 
passam a ser de obrigação simples. A concentração é irrevogável, uma vez operada, sobre um dos 
objetos, os demais objetos que compunham a prestação possível deixam de estar sujeitos às prestações 
do credor, o que é conseqüência natural da conversão da obrigação alternativa em obrigação de dar 
coisa certa.
+ a opção de escolha pode também ser deferida a terceiro, nesse caso, quando este não quiser ou não 
puder exercer a escolha, ela será deferida ao juiz. Desse modo, no caso de recusa ou impossibilidade 
de atuação do terceiro, pelo vigente ordenamento, não haverá nulidade da obrigação. Quando cabe a 
escolha a terceiro ela é uma condição, tornando-se, portanto, essencial ao ato jurídico que se agrega.
+ nada impede que as partes optem pelo sorteio para o cumprimento da obrigação alternativa. O 
optante, ao efetuar a escolha, faz uma declaração unilateral de vontade.
Página 29 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
+ Nada impede que a obrigação alternativa tenha mais do que dois objetos, tornando-se múltipla. 
Pode ocorrer, também, sem que haja solidariedade, que a obrigação seja subjetivamente alternativa, 
isto é, que o devedor se libere da obrigação pagando a um ou a outro credor.
CONCENTRAÇÃO E CUMPRIMENTO
As prestações são múltiplas, mas efetuada a escolha, quer pelo devedor, quer pelo credor, 
individualiza-se a prestação e as demais ficam liberadas, como se, desde o início, fosse a única 
objetivada na obrigação.
Qualquer que seja a natureza das prestações ajustadas, o devedor não pode desincumbir-se da 
obrigação dando parte de uma e parte da outra (art. 252, §1º). Da mesma forma, o credor a quem cabe 
fazer a escolha deve limitar seu pedido a um dos objetos da dívida, ainda que, no caso concreto, tenha 
havido danos a ambos os objetos, salvando-se parte de um e parte de outro. O credor pede o 
cumprimento de um dos objetos, com a complementação de uma indenização.
Quando a obrigação for em prestações periódicas anuais, haverá direito de o devedor exercer em cada 
ano sua opção, se do contrário não resultar avença (art. 252, §2º).
IMPOSSIBILIDADE
CONCOMITANTE – a coisa já não existia mais no ato da assinatura, ficando a obrigação simples.
SUPERVENIENTE DE UMA – no ato da assinatura do contrato os bens existiam mas no momento 
da escolha, um deles já havia se tornado impossível.
- com culpa: + se uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, cabendo a ele 
a escolha, automaticamente estará obrigado com a segunda obrigação.
+ Se por culpa do devedor não puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a 
escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor do que por último se impossibilitou, mais as perdas e 
danos de que o caso determinar. Se há culpa do devedor, na perda ou impossibilidade de todas as 
obrigações, sendo ele o encarregado da escolha, a solução é de obriga-lo a pagar a que por último se 
impossibilitou, mais perdas e danos (art. 255). Tendo perecido a primeira prestação por culpa do 
devedor, ele, automaticamente, fez a concentração na última que se impossibilitou. Impossibilitada 
esta, abre-se ao credor a possibilidade de cobra-la, com perdas e danos.
Se a escolha couber ao credor e o perecimento for de ambas as prestações, por culpa do devedor, terá 
o credor o direito de reclamar qualquer das duas, além da indenização pelas perdas e danos. (art. 255, 
segunda parte).
Se uma das prestações se tornar impossível por culpa do devedor, o credor terá o direito de exigir a 
prestação subsistente ou o valor da outra com perdas e danos. (art. 255, 1ª parte).
Página 30 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
Pode ocorrer que o perecimento das prestações ocorra por culpa do credor, nesse caso, o devedor se 
libera da obrigação, se uma das duas prestações se torna impossível por culpa do credor, salvo se este 
preferir exigir a outra prestação e ressarcir o dano.
Se ocorre a perda de todas as prestações por culpa do credor, a obrigação desaparece, mas o credor 
deve indenizar o devedor, já que não tinha o direito de exigir as prestações.
Se ocorre primeiramente o desaparecimento de uma das prestações por caso fortuito, perecendo a 
outra por culpa do credor, ou vice-versa. Com o desaparecimento fortuito da primeira obrigação, a 
obrigação concentrou-se na remanescente, transformando-se em obrigação simples.
Se primeiramente ocorreu o desaparecimento de uma das obrigações por caso fortuito, perecendo a 
outra ou vice versa, com a perda de uma das obrigações fortuitamente, a obrigação concentra-se na 
restante, tornando-se simples. Perecendo a outra por culpa do credor, logicamente a obrigação do 
devedor desaparece, como se a tivesse cumprido.
- sem culpa: caso não haja culpa do devedor a solução será a mesma. Caso pereça ou não possa 
ser executada alguma das prestações, sem que tenha havido culpa do obrigado, o direito do credor fica 
circunscrito às coisas restantes.
E, no caso de restar apenas uma das prestações, o devedor deverá entregá-la, uma vez que a obrigação 
se converte em pura e simples, não sendo ao devedor permitido descartar-se da dívida oferecendo 
dinheiro em substituição à coisa que se perdeu ou se tornou impossível entrega ou cumprimento. Art. 
253.
Se ambas as prestações se perderem sem culpa do devedor e antes de qualquer constituição em mora, 
extingue-se a obrigação. No caso de perecimento de todas as prestações, sem a ocorrência de culpa, 
há extinção da obrigação, por falta de objeto. (art. 256). É regra geral de direito que, sempre que não 
haja culpa, ainda que presumida, não há indenização.
+ no caso de remanescer apenas uma das prestações, não importando o fator da culpa e cabendo a 
escolha do devedor, a obrigação resume-se na remanescente, porque é como se tivesse havido uma 
concentração por parte do devedor. Ex.: o vendedor compromete-se a vender um imóvel ou a pagar 
quantia em dinheiro; vende o imóvel a terceiro (impossibilidade voluntária) ou o imóvel sofre 
desapropriação (impossibilidade não voluntária); continuará o devedor obrigado a pagar a quantia em 
dinheiro à qual se obrigou.
ACRÉSCIMOS SOFRIDOS
+ Se todas as coisas sofreram acréscimo, o credor deve pagar o maior volume daquela que ele ou o 
devedor escolher; se não se chegar a esta solução, o devedor pode dar como extinta a obrigação.
+ Se alguma das coisas aumentou de valor e a escolha couber ao devedor, poderá ele cumprir a 
obrigação, entregando a de menor valor; se a escolha couber ao credor, deverá ele contentar-se com a 
escolha da que não sofreu melhoramentos, ou, então, se escolher a coisa de maior valor, pagar a 
diferença.
Página 31 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
DIFERENÇA COM AS OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA
Nas obrigações de dar coisa incerta tem-se um todo homogêneo, no qual somente uma parte é devida. 
Nas obrigações alternativas têm-se prestações heterogêneas.
Na obrigação alternativa existe uma escolha entre duas ou mais prestações em si conhecidas e 
individualizadas, vigendo a relativa indeterminação sobre qual delas será prestada. Ao passo que na 
obrigação de dar coisa incerta, há indeterminação da prestação, desde o início, pois é ela especificada 
pelo gênero e quantidade. Ou melhor, a obrigação alternativa tem por objeto uma pluralidade de 
prestaçõesreciprocamente heterogêneas e acidentalmente reunidas pelo contrato. Enquanto isso, na 
obrigação genérica a pluralidade é estruturalmente homogênea, embora sinteticamente determinada da 
qual somente uma parte é devida.
OBRIGAÇÕES FACULTATIVAS
É aquela que não tendo por objeto senão que uma única prestação dá ao devedor a faculdade de 
substituir essa prestação por outra.
Obrigação facultativa é aquela que, tendo por objeto apenas uma obrigação principal, confere ao 
devedor a possibilidade de liberar-se mediante o pagamento de outra prestação prevista na avença, 
com caráter subsidiário. Ex.: o vendedor compromete-se a entregar 100 sacas de café, mas o contrato 
admite a possibilidade de liberar-se dessa obrigação entregando a cotação do café em ouro.
Nessas obrigações há uma prestação principal, que constitui o verdadeiro objeto da obrigação, e uma 
acessória ou subsidiária. Essa segunda prestação constitui um meio de liberação que o contrato 
reconhece ao devedor.
DIFERENÇA COM AS OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS
FACULTATIVA – há uma prestação principal e outra acessória. É a prestação principal que 
determina a natureza do contrato: a natureza da obrigação facultativa se determina unicamente pela 
prestação principal que forma seu objeto. Se a obrigação principal é nula, fica sem efeito a obrigação 
acessória, mas a nulidade da prestação acessória não tem qualquer influência sobre a principal. Existe 
unidade de objeto ao ser contraída a obrigação. Apenas um objeto é devido, podendo ser substituído 
por outro in facultate solutionis. O credor só pode exigir a obrigação principal.
ALTERNATIVA – as duas ou mais prestações aventadas estão no mesmo nível e o desaparecimento 
de uma não faz por extinguir a obrigação. Na obrigação alternativa há pluralidade de objeto. Todos os 
objetos se acham in obligatione. O credor fará pedido alternativo, se a escolha couber ao devedor; se a 
escolha couber a ele, credor, poderá exigir uma ou outra das prestações.
Página 32 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
CARACTERÍSTICAS:
a) são obrigações de objeto plural e composto;
b) as obrigações tem uma relação de dependência correspondente ao conceito de principal e 
acessório;
c) possuem um direito de opção em benefício do devedor.
São FONTES de obrigações facultativas, em primeiro lugar, a vontade das partes ou então a lei.
EFEITOS
A perda da coisa principal, sem culpa do devedor, extingue a obrigação. Se a perda ou a 
impossibilidade de cumprir ocorreu depois da constituição em mora, o credor poderá reclamar perdas 
e danos, mas não o pagamento da prestação subsidiária.
Se a perda ou impossibilidade ocorreu por fato imputável ao devedor, o credor pode pedir o preço da 
coisa que pereceu mais perdas e danos.
A nulidade da obrigação principal extingue também a acessória. Já a perda ou deterioração do objeto 
da prestação acessória, com ou sem culpa do devedor, em nada influencia a obrigação principal, que 
se mantém incólume.
+ A obrigação facultativa é uma obrigação comum, que tem por objeto uma só prestação, com uma 
faculdade atribuída ao devedor.
OBRIGAÇÕES QUANTO AO CONTEÚDO
OBRIGAÇÕES DE MEIO
Obrigação de meio é aquela em que o devedor se obriga tão somente a usar de prudência e diligência 
normais na realização de um dado serviço, com vistas a atingir um resultado, sem, contudo, vincular-
se a obtê-lo.
Correspondem somente da obrigação de fazer. Nas relações de meio o resultado não depende só do 
devedor, existem circunstâncias alheias a sua vontade que podem alterar o resultado.
+ A cirurgia meramente estética não é de meio mas sim de resultado.
Página 33 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
Nas obrigações de meio deve ser aferido se o devedor empregou boa diligência no cumprimento da 
obrigação. Ex.: nem o advogado pode garantir o ganho de causa ao cliente, nem o médico pode 
assegurar a cura do paciente. Devem esses profissionais empregar toda sua técnica e diligência no 
sentido de que tais objetivos sejam alcançados.
Quando se apura o descumprimento da obrigação, torna-se importante e fundamental verificar se 
estamos diante de uma obrigação de meio ou de resultado. É essa distinção que dá coerência ao 
sistema contratual.
Nas obrigações de meio estão os devedores obrigados a dar o melhor de si para obter o resultado mas 
não se vinculam a obtê-lo, pois estes dependem de fatores exteriores.
O descumprimento deve ser examinado na conduta do devedor, de modo que a culpa não pode ser 
presumida, incumbindo ao credor prova-la cabalmente.
OBRIGAÇÕES DE RESULTADO
Nas obrigações de resultado o cidadão deve agir com toda prudência e diligência, obrigando-se com o 
resultado. O obrigado se obriga com a realização do resultado.
É aquela em que o credor tem o direito de exigir do devedor a produção de um resultado, sem o qual 
se terá o inadimplemento da obrigação.
Caso haja inadimplemento, deve-se indenizar, a não ser que seja por caso fortuito ou força maior, 
onde resolve-se a obrigação.
ART. 393 – CC (caso fortuito ou força maior).
Força maior – eventos da natureza.
Caso fortuito – acontecimento que não tem como se evitar, não sendo eventos naturais.
Nas obrigações de resultado (como no contrato de transporte, no contrato de reparação de defeitos em 
equipamentos), a inexecução implica falta contratual, dizendo-se que existe presunção de culpa; a 
culpa é irrelevante na presença do descumprimento contratual.
ART. 389 – CC.
OBRIGAÇÕES DE GARANTIA
Nas obrigações de garantia o devedor se obriga a eliminar um risco. Responde mesmo que por caso 
fortuito ou força maior. Deve obter o resultado em qualquer circunstância. Um devedor assume um 
risco que pesa sobre o credor. A impossibilidade mesmo que por caso fortuito ou força maior terá que 
indenizar.
Página 34 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133
A simples assunção do risco pelo devedor da garantia representa por si só o adimplemento da 
prestação.
OBRIGAÇÕES QUANTO AOS ELEMENTOS ACIDENTAIS
Elementos acidentais são componentes de um negócio jurídico que não necessariamente devem estar 
presentes. CONDIÇÕES, TERMOS E ENCARGOS.
ART. 121, ss.
OBRIGAÇÕES PURAS
São aquelas que não possuem nenhum elemento acidental.
OBRIGAÇÕES CONDICIONAIS
Estão sujeitas a uma condição (evento que subordina a eficácia do negócio jurídico a evento futuro e 
incerto; pode ou não acontecer). Se não o ocorrer cento evento a obrigação não gerará efeito.
ART. 509.
As condições podem ser:
1. Suspensivas – suspende o início dos efeitos do negócio jurídico; ocorrendo o fato, desencadeiam-se 
os efeitos. É de mera expectativa. Não existe a obrigação, não podendo o credor exigir seu 
cumprimento, enquanto não ocorrer o implemento. Frustrada a condição, a obrigação deixa de 
existir.
Não tendo ocorrido o evento e tendo o devedor cumprido com a obrigação, assiste-lhe o direito de 
repetição, porque se trata de pagamento indevido. ART. 876.
Não ocorre prazo prescricional na obrigação pendente de condição suspensiva. ART. 199.
Art. 126.
Se alguém promete entregar coisa sob condição suspensiva e, pendente ela, enquanto não ocorre o 
evento, abandona a coisa, sujeitando-a à deterioração, pode o credor, por exemplo, pedir caução ou 
pleitear para si o depósito da coisa.
A morte do credor ou do devedor, antes de ocorrido o evento suspensivo, em nada modifica a situação 
jurídica criada pelo negócio condicional, a menos que se trate de fato personalíssimo da parte 
falecida, porque o cumprimento se torna impossível. Sempre que a parte impede que o fato se realize, 
Página 35 de 56Direito Das Obrigações
26/03/2013http://www.trabalhosfeitos.com/imprimir/Direito-Das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/47133

Outros materiais