Buscar

Tabela esquematizada de direito das obrigações

Prévia do material em texto

QUADRO-RESUMO: 
Teoria Geral das Obrigações 
 
 
CONCEITO 
- obrigação é um vínculo jurídico em virtude do qual uma pessoa fica adstrita a satisfazer uma prestação em proveito da outra (Orlando 
Gomes). 
- trata-se de uma relação jurídica de natureza pessoal, através da qual uma pessoa (devedor) fica obrigado a cumprir uma prestação 
economicamente apreciável – dar, fazer ou não fazer alguma coisa -, em proveito de outrem (credor). 
 
 
 
 
 
 
ELEMENTOS 
Possui três elementos: 
 
Subjetivo 
(pessoal) 
As partes da relação obrigacional – o sujeito ativo (credor) e o sujeito passivo (devedor). 
- os sujeitos podem ser pessoa física ou jurídica, admitindo-se um sujeito determinável em algumas situações, a exemplo 
da emissão de um cheque ao portador. 
 
Objetivo 
(material) 
O objeto da obrigação – a prestação. 
- a prestação consiste no objeto da relação obrigacional, consistindo em um dar, fazer ou não fazer alguma coisa e 
apresentando um conteúdo patrimonial economicamente apreciável. 
- prestação positiva (dar e fazer) 
- prestação negativa (não fazer) 
 
Espiritual 
(imaterial) 
O vínculo jurídico. 
- sujeita o devedor a determinada prestação em favor do credor. 
- trata-se do elemento que garante em qualquer espécie de obrigação, o seu cumprimento, porque, se este não se 
realizar espontaneamente, realizar-se-á coercitivamente, com o emprego de força, que o Estado coloca á disposição 
do credor, por intermédio do Poder Judiciário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MODALIDADES 
DAS OBRIGAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obrigações de 
dar 
 
 
 
 
 
 
 
 
- consistem na obrigação do devedor de promover a tradição da coisa móvel ou imóvel ao credor. 
- o devedor pode estar obrigado a entregar ou restituir coisa certa ao credor, o que enseja a entrega ou restituição de 
um bem determinado e perfeitamente individualizado. 
- pode ainda, ter se obrigado a entregar ou restituir coisa incerta, descrita genericamente no começo da relação 
jurídica, mas indicada, ao menos, pelo gênero e quantidade. 
 
 
 
 
 
 
Obrigação de dar 
coisa certa 
 
 
 
 
 
 
- na obrigação de dar coisa certa, o devedor obriga-se a entregar ou restituir coisa determinada 
e individualizada ao credor. 
- o credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais 
valiosa – art. 313, CC. 
- a obrigação de dar coisa certa abrange seus acessórios, embora não mencionados, salvo se o 
contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso (princípio da gravitação jurídica). 
- risco de perecimento ou deterioração da coisa – segue o princípio de que a coisa perece para 
o seu dono (princípio da res perit domino). 
- perda da coisa – situações – obrigação de dar coisa certa - (vide tabela): 
 
 
 
Perda da coisa 
Sem culpa do 
devedor 
Se a coisa se perder antes da tradição, ou pendente de 
condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para 
ambas as partes. 
Com culpa do 
devedor 
Responderá pelo equivalente (coisa) + perdas e danos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MODALIDADES 
DAS OBRIGAÇÕES 
(continuação) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obrigações de 
dar 
(continuação) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obrigação de dar 
coisa certa 
(continuação) 
 
 
 
 
 
Deterioração da 
coisa 
Sem culpa do 
devedor 
Poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, 
abatido de seu preço o valor que perdeu. 
 
Com culpa do 
devedor 
2 situações: 
a) exigir o equivalente + direito de reclamar perdas e danos 
b) aceitar a coisa no estado em que se acha + direito de 
reclamar perdas e danos. 
 
- a coisa pertence ao devedor até a tradição, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos 
quais poderá exigir aumento no preço. Se o credor não anuir com o aumento pleiteado pelo 
devedor, este poderá resolver a obrigação. 
- frutos percebidos – são do devedor. 
- frutos pendentes – são do credor. 
 
- obrigação de restituir coisa certa – situações – perda – vide tabela: 
 
 
Perda da coisa 
Sem culpa do 
devedor 
Sofrerá o credor a perda e a obrigação se resolverá, 
ressalvados os seus direitos até o dia da perda. 
Com culpa do 
devedor 
Responderá o devedor pelo equivalente + perdas e danos. 
 
Deterioração da 
coisa 
Sem culpa do 
devedor 
O credor a receberá tal qual se encontra, sem direito à 
indenização. 
Com culpa do 
devedor 
Devedor responderá pelo equivalente + perdas e danos. 
 
 
 
 
 
Obrigação de dar 
coisa incerta 
- art. 243, CC – a coisa incerta deve ser indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade – 
nesse caso, em regra, a escolha pertence ao devedor, sendo que não poderá a coisa pior nem 
a prestar a melhor. O direito de escolha, contudo, poderá pertencer ao credor se isso resultar do 
título da obrigação. 
- antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que 
por força maior ou caso fortuito. 
 - concentração – denominação dada para o momento da escolha da coisa incerta, tanto pelo 
devedor como pelo credor. 
 
 
 
 
Obrigações de 
fazer 
 
 
 
- na obrigação de fazer, o devedor se vincula a determinado comportamento, consistente em praticar um ato ou 
realizar uma tarefa, donde decorre uma vantagem para o credor. Pode estar constar de um trabalho físico ou 
intelectual, como também da prática de um ato jurídico (Silvio Rodrigues). 
- pode ser – vide tabela: 
Fungível A prestação pode ser realizada pelo 
devedor ou por um terceiro – art. 249, CC 
 
Infungível 
Apenas o devedor indicado no título da 
obrigação pode satisfazê-la – obrigação 
personalíssima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MODALIDADES 
DAS OBRIGAÇÕES 
(continuação) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obrigações de 
fazer 
(continuação) 
 
 
 
 
 
- art. 461, CPC – as ações que tenham por objeto o cumprimento de uma obrigação de fazer ou não fazer seguirão o 
disposto em tal artigo, hipótese em que o juiz poderá conceder a tutela específica da obrigação ou determinar 
providências que assegurem o resultado prático equivalente ao adimplemento, se procedente o pedido. 
- astreintes – art. 645, CPC – multa pecuniária diária fixada pelo juiz, ou estabelecida pelas partes, com o objetivo de 
compelir o devedor ao cumprimento de uma obrigação de fazer ou não fazer. 
- o devedor que se recusar ao cumprimento de obrigação infungível incorre na obrigação de indenizar por perdas e 
danos. 
- impossibilidade de cumprimento da obrigação de fazer – situações – vide tabela: 
 
Sem culpa do devedor Resolve-se a obrigação. 
Com culpa do devedor Responde o devedor por perdas e danos. 
Observação – se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor 
mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem 
prejuízo da indenização cabível – art. 249, CC. 
 
 
 
 
Obrigações de 
não fazer 
- o devedor assume o compromisso de se abster de um fato, que poderia praticas, se não fosse o vínculo que o prende 
(Silvio Rodrigues). 
- se o devedor praticar o ato a cuja abstenção haviase obrigado, o credor pode exigir que o desfaça, sob pena de se 
desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado as perdas e danos a que deu causa. 
- extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que 
se obrigou a não praticar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obrigações 
cumulativas, 
alternativas e 
facultativas 
 
 
 
 
 
 
- vide tabela: 
 
Obrigação 
cumulativa 
- o devedor só alcança a quitação cumprindo todas as prestações a que se comprometeu. 
- chamada também de obrigação conjuntiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obrigação 
alternativa 
 
 
 
 
 
- aqui, existem duas ou mais prestações, mas o devedor se exonera cumprindo apenas uma 
delas. 
- chamada também de obrigação disjuntiva. 
- a escolha cabe ao devedor, salvo estipulação em contrário. Contudo, não pode o 
devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. 
- quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser 
exercida em cada período. 
- se uma das prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornou inexeqüível, 
subsistirá o débito quanto a outra. 
- situações – vide tabela: 
 
 
1ª 
Se a escolha não competir ao credor e por culpa do devedor não se 
puder cumprir nenhuma das prestações, esse ficará obrigado a 
pagar o valor que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos 
que o caso determinar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MODALIDADES 
DAS OBRIGAÇÕES 
(continuação) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obrigações 
cumulativas, 
alternativas e 
facultativas 
(continuação) 
 
 
 
 
 
Obrigação 
alternativa 
(continuação) 
 
2ª 
Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se 
impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a 
prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos. 
 
3ª 
Se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem 
inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer delas, 
além de perdas e danos 
4ª Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do 
devedor, extinguir-se-á a obrigação. 
 
 
 
 
Obrigação 
facultativa 
- a obrigação facultativa possui apenas um objeto, mas se concede ao devedor a 
faculdade de substituir a prestação devida por outra de natureza diversa. 
- trata-se de faculdade conferida apenas ao devedor com o objetivo de facilitar o 
cumprimento de sua obrigação. 
- a obrigação facultativa apresenta um único objeto, não podendo ser confundida com as 
obrigações alternativas, que apresentam um objeto composto, formado por duas ou mais 
prestações. 
 
 
 
 
 
 
Obrigações 
divisíveis e 
indivisíveis 
- a questão atinente a divisibilidade/indivisibilidade das obrigações só merece relevo havendo, na relação jurídica 
obrigacional, uma pluralidade de credores ou de devedores, ou ainda, uma pluralidade de credores e de devedores. 
- vide tabela: 
 
Obrigação 
divisível 
- é divisível a obrigação quando for possível o cumprimento fracionado da prestação. 
- art. 257, CC 
 
 
 
 
 
 
Obrigação 
indivisível 
- é indivisível a obrigação quando a prestação tem por objeto uma coisa ou fato não 
suscetível de fracionamento. 
- art. 258, CC. 
- aqui, havendo dois ou mais devedores, cada um será obrigado pela dívida toda. 
- o devedor que pagou a dívida toda sub-rogará no direito do credor em relação aos 
outros coobrigados. 
- se a pluralidade for de credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira. 
- o devedor desobriga-se nas seguintes hipóteses: 
a) se pagar a todos conjuntamente; 
b) se pagar a apenas um dos credores, mas este der caução de ratificação dos 
outros credores. 
- se um dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o 
direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total. 
- perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MODALIDADES 
DAS OBRIGAÇÕES 
(continuação) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obrigações 
solidárias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- art. 264, CC. 
- há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com 
direito, ou obrigado, à dívida toda. 
- a solidariedade não se presume: resulta da lei ou da vontade das partes. 
- vide tabela: 
 
 
 
 
 
Solidariedade 
ativa 
- vários credores e cada um deles têm o direito de exigir o cumprimento da 
prestação por inteiro do devedor (e enquanto alguns dos credores solidários não 
demandarem o devedor comum, a qualquer deles poderá este pagar). 
- o pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante 
do que foi pago. 
- se a prestação se converter em perdas e danos, subsistirá, para todos os efeitos, a 
solidariedade. 
- o credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos 
outros pela parte que lhes caiba. 
 
 
 
 
 
 
 
Solidariedade 
passiva 
- vários devedores e cada um deles obriga-se ao cumprimento da prestação por 
inteiro junto ao credor. 
- o credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores solidários, 
o pagamento parcial ou total da dívida em comum. 
- havendo pagamento parcial, todos os demais devedores continuam obrigados 
solidariamente pelo resto. 
- o pagamento parcial feito por m dos devedores e a remissão por ele obtida não 
aproveitam aos outros devedores, senão até a concorrência da quantia paga ou 
relevada. 
- se a prestação tornar-se impossível por culpa de um dos devedores solidários, 
subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente, no entanto, só o responsável 
responderá pelas perdas e danos. 
- todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido 
proposta somente contra um, mas o culpado responderá aos demais pela 
obrigação acrescida. 
- o devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-
devedores a sua quota. 
- se houver algum insolvente, sua cota será igualmente dividida entre os demais. 
 
 
Obrigação 
propter rem 
São obrigações próprias da coisa, ou seja, aquelas em que o devedor fica sujeito a determinada prestação que não 
derivou de sua manifestação de vontade, expressa ou tácita, mas provém do fato de ser titular de um direito sobre a 
coisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRANSMISSÃO DAS 
OBRIGAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
Cessão de 
crédito 
- é lícito ao credor ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o 
devedor. 
- a cessão de um crédito abrangem todos os seus acessórios. 
- a cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada. 
- fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso 
de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título da cessão, o da obrigação 
cedida. 
- quando o crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação. 
 
 
Assunção da 
dívida 
 
- é facultado a terceiroassumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando 
exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. 
- qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu 
silêncio como recusa. 
- se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias 
prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PAGAMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conceito - o pagamento consiste no cumprimento voluntário da obrigação. 
- é o meio natural de extinção da obrigação. 
 
 
Quem deve 
pagar 
1) devedor; 
2) pagamento por terceiro interessado: qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor 
se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor; 
3) pagamento por terceiro não interessado: o terceiro não interessado pode pagar a dívida, se o fizer em nome e à 
conta do devedor, salvo oposição deste. O terceiro não interessado que paga dívida em seu próprio nome, tem direito 
a reembolsar-se do que pagar, mas não se sub-roga nos direitos do credor. 
 
A quem se deve 
pagar 
- o pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele 
ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito. 
- o pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor. 
- não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício 
dele efetivamente reverteu. 
 
 
 
Lugar do 
pagamento 
- regra: domicílio do devedor 
- trata-se das dívidas quesíveis, em que cabe ao credor dirigir-se ao domicílio do devedor para que se proceda à 
extinção da obrigação. 
- designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles. 
- pagamento feito no domicílio do credor – se as partes assim convencionarem ou se resultar de disposição legal ou da 
natureza do pagamento (dívidas portáteis). 
- tradição de imóvel – se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a imóvel, será o 
lugar onde situado o bem. 
 
 
Pagamento 
indireto 
 
- tratam-se de formas especiais de extinção da obrigação em que, apesar de não haver o cumprimento voluntário da 
prestação por parte do devedor, operar-se-á a sua extinção. 
Consignação em 
pagamento 
 
- é o depósito judicial feito em pagamento de uma dívida. 
- deve ocorrer na forma, local e no tempo do pagamento e nas seguintes hipóteses: 
a) quando o credor se recusar a receber o pagamento (dívidas portáteis); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PAGAMENTO 
(continuação) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pagamento 
indireto 
(continuação) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Consignação em 
pagamento 
(continuação) 
b) quando o credor não vier buscar o pagamento, uma vez que o devedor não é obrigado arcar 
com a mora (dívida quesível); 
c) quando o credor se encontrar em local incerto, inacessível ou de acesso muito perigoso; 
d) quando o credor for incapaz de receber, for desconhecido ou declarado ausente; 
e) quando houver dúvida a quem se deva pagar; 
f) quando pender litígio sobre o objeto do pagamento. 
 
 
Dação em 
pagamento 
- o devedor dá coisa diversa da pactuada originalmente ao credor, que aceita. 
- para que seja formalizada, deve ser emitido o recibo que o débito está quitado e é totalmente 
irrevogável. 
- evicção – nessa hipótese, se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, 
restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os 
direitos de terceiros. 
 
 
 
Imputação do 
pagamento 
- a pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito 
de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos. 
- não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o 
pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a 
imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo. 
- havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos e depois no 
capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Novação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- ocorre a novação pela extinção de uma obrigação em decorrência de uma nova. 
- gera uma nova obrigação diferente da primeira. 
- dá-se a novação: 
a) quando o devedor contrai com o credor nova dívida, para extinguir e substituir a primeira; 
b) quando o novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor; 
c) quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o 
devedor quite com este. 
- requisito – “animus novandi” – ânimo de inovar – não havendo ânimo de novar, expresso ou 
tácito mas inequívoco, a segunda obrigação confirma simplesmente a primeira. 
- vide tabela – classificação: 
 
Objetiva Extingue a obrigação atual e cria uma nova obrigação com um novo 
objeto. 
Subjetiva Extingue a obrigação atual e cria uma nova com um novo sujeito. 
Mista Extingue a obrigação atual e cria uma nova com um novo objeto e 
um novo sujeito. 
Novação subjetiva 
 
 
Ativa 
 
 
- ocorre a substituição do credor, criando uma nova obrigação com 
o rompimento do vínculo primitivo. 
- requisitos: 
a) o consentimento do devedor perante o novo credor; 
b) o consentimento do antigo credor que aceita a promessa do 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PAGAMENTO 
(continuação) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pagamento 
indireto 
(continuação) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Novação 
(continuação) 
Ativa 
(continuação) 
devedor. 
- art. 306, III, CC. 
 
 
 
 
 
Passiva 
 
 
 
 
 
 
 
Passiva 
(continuação) 
- ocorre a substituição do devedor que sucede ao antigo, ficando 
este último quite com o credor. 
- se o novo devedor for insolvente, não terá o credor que o aceitou 
ação regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve de má-fé a 
substituição. 
- art. 306, II, CC. 
 
 
Por expromissão 
 
 
- ocorre quando um terceiro assume a dívida do 
devedor originário, substituindo-a sem o 
consentimento deste, mas desde que o credor 
concorde com a mudança no pólo passivo. 
- art. 362, CC 
 
 
 
Por delegação 
- ocorre quando a substituição do devedor é 
feita com o consentimento do devedor originário, 
pois é ele quem indicará uma terceira pessoa 
para assumir seu débito, havendo concordância 
do credor. 
 
- a novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação 
em contrário. 
- importa exoneração dofiador se feita sem seu consenso com o devedor principal. 
 
 
 
 
Compensação 
- quando duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, com as duas 
obrigações extinguindo-se, até onde se compensarem. 
- efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. 
- coisas fungíveis: ainda que sejam do mesmo gênero, não se compensarão se diferirem na 
qualidade, quando especificado no contrato. 
- o devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever. 
- o fiador ode compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado. 
- não se admite compensação em prejuízo de direito de terceiro. 
- o devedor que se torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode 
opor ao exeqüente a compensação, de que contra o próprio credor disporia. 
 
 
Confusão 
- ocorre confusão quando as qualidades de credor e devedor se confundem em uma mesma 
pessoa. 
- pode se verificar a respeito de toda dívida ou só de parte dela. 
- a confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a 
concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a 
solidariedade. 
 
Remissão das 
dívidas 
- consiste no perdão dado ao devedor pelo credor, extinguindo a obrigação, mas sem prejuízo 
de terceiro. 
- a devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova 
 
 
PAGAMENTO 
(continuação) 
 
 
 
Pagamento 
indireto 
(continuação) 
 
 
Remissão das 
dívidas 
(continuação) 
desoneração do devedor e seus co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor 
capaz de adquirir. 
- a restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, não 
a extinção da dívida. 
- a remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente, 
de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode 
cobrar o débito sem dedução da parte remida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INADIMPLEMENTO 
DAS OBRIGAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disposições 
gerais 
- ocorre o inadimplemento quando o devedor não cumpre a obrigação no tempo, lugar ou forma determinados. 
- quando o inadimplemento decorrer de fato imputável ao devedor verifica-se a hipótese de inexecução voluntária da 
obrigação. 
- pode ser absoluto ou relativo – vide tabela: 
 
 
 
 
 
 
 
Inadimplemento 
absoluto 
- quando a obrigação não foi e nem poderá ser cumprida, pois o credor não terá 
mais possibilidade de receber aquilo que o devedor se obrigou. 
- art. 389, CC – não cumprida a obrigação, responderá o devedor por perdas e 
danos, mais juros e atualização monetária, segundo índices oficiais regularmente 
estabelecidos, acrescidos de honorários de advogado. 
- art. 391, CC – todos os bens do devedor responderão pelo descumprimento da 
obrigação. 
- contratos onerosos – cada uma das partes responde por culpa, ou seja, o dever de 
indenizar só surgirá quando o inadimplemento for causado por ato imputável ao 
devedor, salvo as exceções previstas em lei (art. 392, CC). 
- contratos benéficos – são aqueles em que apenas uma das partes se beneficia, 
responderá por dolo aquele a quem o contrato não favoreça e por simples culpa 
aquele se aproveite do contrato. 
- caso fortuito ou força maior – salvo expressa previsão em contrário, o devedor não 
responderá pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior (art. 393, CC). 
 
Inadimplemento 
relativo 
- decorre da obrigação que, apesar de não cumprida no tempo, lugar e forma 
devidos, ainda poderá ser objeto de adimplemento, surgindo assim, a mora. 
- a mora difere do inadimplemento absoluto por ainda existir a possibilidade de o 
devedor cumprir a obrigação e por se permitir a sua purgação. 
 
 
 
 
 
 
Mora 
 
 
 
- art. 394, CC. 
- considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar 
e forma que a lei ou a convenção estabelecer. 
- mora é o atraso ou falta do adimplemento no tempo, lugar e forma previstos, por ato ou omissão imputável ao 
devedor ou ao credor (Paulo Luiz Netto Lôbo). 
- mora do devedor – mora solvendi ou debitoris 
- mora do credor – mora accipiendi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INADIMPLEMENTO 
DAS OBRIGAÇÕES 
(continuação) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mora 
(continuação) 
 
MORA DO DEVEDOR: 
 
- dá-se a mora do devedor quando este não cumprir a prestação a que estava obrigado, no tempo, lugar e forma 
convencionados, em virtude de ato que lhe seja imputável. 
- para configuração da mora, é necessária a inexcução culposa do devedor, eis que, não havendo fato ou omissão 
que possa a ele ser imputado, não incorrerá em mora (art. 396, CC). 
- mesmo encontrando-se em mora, o devedor ainda continua obrigado ao cumprimento de sua prestação, o que a 
diferencia do inadimplemento absoluto. 
- se a prestação ainda for útil ao credor, este poderá exigir o seu cumprimento por parte do devedor, que responderá 
pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualizações dos valores monetários segundo índices oficiais 
regularmente estabelecidos, e honorários advocatícios (art. 395, CC). 
- se, devido à mora, a prestação tornar-se inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e 
danos. 
- vide tabela: 
 
 
 
 
 
 
Mora ex re 
- decorre da lei. 
- resulta do próprio fato do descumprimento da obrigação, independentemente de 
provocação do credor. 
- impera a regra: die interpellat pro homine – o termo interpela o devedor. 
- verifica-se nas seguintes hipóteses: 
a) nas obrigações positivas e líquidas não cumpridas no seu termo – art. 397, CC; 
b) nas obrigações negativas, em que o devedor é havido por inadimplente desde o dia 
em que executou o ato de que se devia abster – art. 390, CC. 
c) nas obrigações provenientes de ato ilícito, quando se considera o devedor em mora 
desde o momento em que o praticou – art. 398, CC. 
 
 
Mora ex 
persona 
- é aquela que se configura toda vez que não houver estipulação em termo certo para o 
cumprimento da obrigação. 
- aqui, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial – art. 398, 
parágrafo único, CC. 
- a mora constitui-se ainda pela citação do credor na ação ajuizada pelo devedor para 
discutir a relação jurídica.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes