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2013 - Apostila 05 - ELEMENTOS CLIMÁTICOS

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEFERAL RURAL DA MAZÔNIA-UFRA 
INSTITUTO SÓCIOAMBIENTAL E DOS RECURSOS HÍDRICOS – ISARH 
LABORATÓRIO DE AGROMETEOROLOGIA DA AMAZÔNIA 
 
 
 
Prof. Paulo Jorge de Oliveira Ponte de Souza 
Dr. em Agrometeorologia 
 
1 
DISCIPLINA AGROMETEOROLOGIA 
 
AULA 5 
ELEMENTOS CLIMÁTICOS 
 
5 – INTRODUÇÃO 
 
A superfície do solo é o principal receptor de energia solar e um excelente emissor. A partir 
do momento em que a superfície do solo recebe e armazena a energia solar, ela se 
transforma em energia (secundária), emitindo segundo a 4a potência de sua temperatura 
absoluta tanto para o ar atmosférico como para o perfil do solo. Como o sol não é um ponto 
fixo no espaço, variando também a sua posição relativa durante o período diurno, o saldo de 
energia por unidade de tempo vai também sofrer modificações. 
 
5.1 – TEMPERATURA DO SOLO 
 
O interesse de se estudar o comportamento térmico do solo está no fato das primeiras 
camadas do perfil do solo serem decisivas na manutenção da vida das plantas por ser o 
suporte mecânico das mesmas e o armazenador natural de água, nutrientes e energia 
calorífica. 
 
Durante o período diurno o perfil do solo atua como um sumidouro armazenando energia 
para, à noite, transformar-se numa fonte de energia liberando-a para as camadas superiores. 
 
O transporte de calor dentro do solo ocorre por condução molecular e a taxa de calor no 
perfil é governada pela condutividade térmica (K) e pelo gradiente de temperatura. 
 
a) Condutividade Térmica – Quantidade de fluxo de calor que atravessa a seção de 
1cm2 em razão da variação de 1 C/1 cm de profundidade 
b) Gradiente de Temperatura – variação de temperatura por unidade de profundidade 
 
zTsTzKF  /).(
 
 
 onde K é a condutividade térmica do solo, e Tz e Ts são, respectivamente, a 
temperatura a uma profundidade (z) e à superfície do solo (s), e z a profundidade do nível z. 
Por convenção, toda energia que demanda a superfície é positiva, logo Tz é o termo que 
antecede no numerador. 
 
A condutividade térmica do solo é influenciada pela porosidade e pelos seus teores de 
umidade e de matéria orgânica. Considerando dois solos, um arenoso (textura grossa) e 
outro argiloso (textura fina), observa-se que quando ambos se encontram saturados, as 
condutividades térmicas são aproximadamente iguais; passados alguns dias, como o solo 
arenoso drena melhor secando mais rapidamente, a condutividade térmica decresce à 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEFERAL RURAL DA MAZÔNIA-UFRA 
INSTITUTO SÓCIOAMBIENTAL E DOS RECURSOS HÍDRICOS – ISARH 
LABORATÓRIO DE AGROMETEOROLOGIA DA AMAZÔNIA 
 
 
 
Prof. Paulo Jorge de Oliveira Ponte de Souza 
Dr. em Agrometeorologia 
 
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medida que os poros se enchem de ar, um mal condutor de calor, logo, a capacidade 
calorífica também se reduzirá a partir do momento em que se sabe que a água tem 
capacidade calorífica maior do que qualquer substância do solo. 
 
 
Um outro parâmetro a ser considerado no estudo de temperatura do solo, é a difusividade 
térmica: 
 Difusividade Térmica – Quociente entre a condutividade térmica e a capacidade 
calorífica, a qual determina a penetração do calor no solo. 
 
A difusividade térmica é uma função de 2 grau do teor de umidade. Uma pequena 
quantidade de água é capaz de reduzir o efeito isolante do ar que preenche um poro vazio; à 
medida que se aumenta a quantidade de água, aumenta também a capacidade calorífica, 
devido à mesma ser maior que a do ar. 
 
A matéria orgânica no solo que contribui para aumentar a porosidade, reduz a difusividade 
térmica. Já a redução do teor de matéria orgânica, deixando o solo mais compactado, 
aumenta a difusividade térmica devido à redução do volume isolante dos poros, daí a 
importância dos cuidados no manejo da água e no tipo de prática de cultivo no regime 
térmico do solo. 
 
5.1.1 – COMPORTAMENTO TÉRMICO DO SOLO 
 
Durante 24 horas, a superfície do solo experimenta uma variação de energia, atingindo as 
menores temperaturas pouco antes do nascer do sol e as maiores temperaturas logo após o 
meio dia solar. 
 
As camadas mais profundas, protegidas, sofrerão menores variações de temperatura, de 
modo que a amplitude térmica será sempre maior do que um nível abaixo, com o fluxo se 
alternando durante o período, sendo descendente durante o período diurno e ascendente 
durante o período noturno até o nível aproximado de 50cm de profundidade; abaixo desse 
nível as variações na amplitude tenderão a zero e o perfil se comportará sempre como 
sumidouro de energia. Esse fluxo é explicado na física pelo fluxo de qualquer propriedade, 
no nosso caso, a energia. 
 
Assim sendo, teremos um ciclo de aquecimento e um de resfriamento do perfil que se inicia e 
termina horas antes do nascer de dois dias consecutivos. Enquanto o balanço de energia é 
positivo, o fluxo de calor se dá de cima para baixo; quando o Sol se põe, o balanço de 
energia se torna negativo, proporcionando uma inversão do fluxo, tendendo o perfil ao 
resfriamento. 
 
Nesse ciclo diário, com pequenas diferenças, a quantidade de energia que adentra o perfil 
durante o período diurno é aproximadamente igual à energia que deixa o perfil durante a 
 
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UNIVERSIDADE FEFERAL RURAL DA MAZÔNIA-UFRA 
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noite. Desse modo, podemos concluir com margem de erro desprezível, que o balanço de 
energia passa a ser repartido apenas entre aquecimento do ar e evaporação da água. 
 
Assim, o conhecimento do comportamento do regime térmico do solo nos auxilia a tomar 
medidas de proteção contra o ganho ou perda excessivos de calor reduzindo em alguns 
casos a taxa evaporativa. 
 
 Cobertura Morta ou “Mulching” – É definida como qualquer artificio capaz de 
constituir uma barreira à transferência de energia ou de vapor d’água do ou para o solo; na 
prática usa-se o tipo de cobertura que for mais viável como restos de cultura, capim seco, 
lençol plástico branco ou preto, todos colocados nas entrelinhas da cultura. Todos os tipos de 
cobertura morta reduzem a energia consumida na evaporação, devido o bloqueio do 
transporte de vapor d’água. Em consequência, o calor sensível gerado na superfície 
aumenta; já o plástico branco funciona como “greenhouse”, retendo a radiação de ondas 
longas, emitida pelo solo. 
 
5.1.2 - INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA DO SOLO NAS PLANTAS 
 
A temperatura do solo influência o clima do meio ambiente próximo a superfície do solo e 
também da atmosfera superior. É um dos fatores importantes que controla as atividades e os 
processos microbiológicos envolvidos na produção agrícola. A razão de decomposição da 
matéria orgânica e a mineralização das formas orgânicas de nitrogênio aumenta com a 
temperatura. Consequentemente, a quantidade de matéria orgânica que permanece no solo 
é maior sob temperatura mais baixa que mais alta. 
 
5.1.3 - IMPORTÂNCIA DA TEMPERATURA NO SOLO 
 
A temperatura do solo é um dos fatores limitantes, e essenciais do crescimento vegetal. Ela 
afeta as três funções mais importantes do solo: a biologia, a química e a física, 
controlando consequentemente o poder produtivo de um solo. 
 
Os efeitos biológicos, se tornam evidentes quando consideramos que toda a vida depende 
da temperatura do solo, não somente para seu progresso mas também para sua existência. 
De fato, a germinação da semente, o crescimento máximo das plantas, a multiplicação e 
funções de microorganismos do solo, o aproveitamento de alimentos pelas plantas, etc..., 
dependem em larga escala da temperatura do solo. Além disso, todos esses processos 
biológicos atingem sua atividade máxima, quandotemos um valor ótimo de temperatura o 
qual, é diferente para as diversas forma de vida. 
 
Em relação aos processos químicos, podemos dizer que a temperatura é um acelerador de 
todos os processos que tem lugar no solo: aumenta a ação solvente da água, influencia a 
velocidade das reações, aumenta a pressão osmótica da solução, favorece a formação de 
nitrato, acelera a ação do tempo sobre o solo e abrevia a decomposição da matéria orgânica. 
 
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Sob o ponto de vista físico, a temperatura afeta muitos processos no solo: causa movimento 
da água no solo, assim como dos sais, devido a uma variação em sua tensão superficial e 
viscosidade; produz o movimento do ar no solo devido às variações na pressão. Variações 
na temperatura causam, ainda, uma desintegração de rochas e material formador dos solos 
devido à expansão e contração. 
 
5.1.4- EFEITO DA TEMPERATURA DO SOLO NAS PLANTAS 
 
A razão de germinação das sementes e do crescimento das raízes depende da temperatura 
do solo. 
 
As sementes de diferentes plantas variam em sua habilidade de germinar em temperaturas 
baixas. A germinação é um processo lento num solo frio. Como a temperatura do solo 
aumenta, a germinação vem mais rápida até uma certa temperatura ótima, então diminuindo 
quando a temperatura aumenta mais. A temperatura ótima para muitas culturas tropicais 
está em torno de 30 oC e então decresce. A melhor germinação ocorre na temperatura do 
solo variando entre 21 oC e 35 oC, dependendo da variedade. 
 
A temperatura do solo, afeta o crescimento das raízes das plantas. Temperaturas baixas 
impedem as raízes de aumentarem e mostram pequeno alongamento, enquanto as altas 
temperaturas estimulam muito mais livremente o alongamento do sistema de raízes, o qual 
aumenta positivamente e rapidamente. 
 
As baixas temperaturas do solo na época do brotamento podem ser muito nocivas para as 
culturas, como cereais, tais como milho e sorgo, os quais precisam de altas temperaturas do 
solo para ativar o crescimento vegetativo. Nessas baixas temperaturas o crescimento é muito 
lento, enquanto o solo, normalmente, contém muitos fungos parasitas, os quais crescem 
ativamente e rapidamente e somente enfraquecem ou matam o brotamento. 
 
A subida de água do solo é também influenciada pela temperatura do solo. Ela aumenta em 
temperaturas altas e é reduzida em temperaturas baixas. 
 
5.1.5 -FORMA DE AQUECIMENTO DO SOLO 
 
O fluxo de calor no solo é feito através do processo de condução. A superfície do solo 
sendo a receptora e emissora de energia radiante e conversora de energia radiante em 
térmica é que vai comandar o aquecimento ou resfriamento do solo. O aquecimento do solo 
se faz através do fenômeno da condução térmica, esse fluxo é conseqüência de um 
transporte molecular de calor. 
 
As moléculas da superfície do solo recebendo energia, agitar-se-ão mais rapidamente e 
como decorrência, transferem parte dessa agitação às moléculas vizinhas, e assim 
sucessivamente, vão transferindo energia de molécula a molécula. Esse fluxo estabelece um 
 
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gradiente térmico no solo, o qual possibilita pelo seu conhecimento, a determinação da 
parcela da energia líquida disponível utilizada pelo solo. 
 
5.1.6 - FATORES QUE AFETAM O GRAU DE AQUECIMENTO DO SOLO 
 
A variação da temperatura do solo depende de um grande número de fatores, tais como: 
 - Duração e intensidade da radiação global 
 - Ângulo de incidência dos raios solares 
 - Topografia do terreno 
 - Estado hídrico do solo 
 - Tipo de solo 
 - Cobertura da superfície do solo 
 
5.1.7 - MÉTODOS UTILIZADOS PARA MODIFICAR A TEMPERATURA DO SOLO 
 
Os métodos mais utilizados são para regular o recebimento ou a perda de energia e alterar 
as propriedades da superfície. 
 
a) Os caminhos usados para regular o recebimento de energia, são: colocando cobertura 
com algum tipo de material isolante, tal como: palha, papel serragem; aquecer o solo e variar 
a temperatura do ar utilizando-se quebra-ventos. 
 
b) Para reduzir a perda de energia no solo empregam-se as nuvens artificiais de fumaça ou 
cortina de fumaça, através da combustão de óleo e queima de pneus ou outros materiais de 
refugo inflamáveis. 
 
c) Para alterar as propriedades térmicas consideramos: 
 
- Alterar a condutividade térmica (é a capacidade que o solo tem de conduzir calor 
para o seu interior e é determinado pela sua porosidade, umidade e conteúdo de matéria 
orgânica), através do cultivo e da irrigação 
 
 - Alterar a capacidade térmica (conteúdo de umidade) pela adição ou drenagem da 
água. 
 
5.1.8 CONTRIBUIÇÃO DA TEMPERATURA DO SOLO 
 
Em muitas circunstâncias a temperatura do solo é mais importante do que a temperatura do 
ar para as diversas fases fenológicas das plantas e consequentemente para o crescimento, 
rendimento , qualidade e quantidade na produção agrícola, como por exemplo, verificamos 
que temperaturas do solo inferiores a 17 oC, causam degeneração dos tubérculos da batata, 
logo para minimizar esses efeitos, podemos aumentar a temperatura, fazendo semeadura 
 
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em camalhões, seguida de aradura leve, para arejar o solo e com isso aumentar os 
rendimentos da cultura. 
 
5.2 – TEMPERATURA DO AR 
 
Uma outra fração do balanço de energia, já na forma de calor sensível é dirigida para o 
aquecimento do ar atmosférico. A temperatura de um corpo informa o grau de agitação das 
moléculas do mesmo, sendo que o movimento destas moléculas só é observado até zero 
graus absolutos (-273 C). 
 
Usualmente obtemos informações de temperatura em unidades de graus Celsius, mas 
existem outras unidades usadas em outros países, ou então em outras variáveis. A 
conversão é bastante simples, e pode ser obtida através da seguinte expressão: 
 
100
273
180
32
100




kFC
 
 
onde F representa a temperatura lida em graus Fahrenhaite e K a temperatura lida em 
“Kelvin” 
 
Ao contrário do solo onde a agregação das partículas sólidas facilita a transferência de 
energia por condução, no ar atmosférico onde as moléculas estão dispersas devido a tênue 
energia de ligação, o transporte de calor ocorre por convecção, que é representado pelo 
movimento de massa de um fluído resultando no transporte de propriedade do próprio fluído. 
 
No processo convectivo, nós distinguimos duas fazes : 
 
 Convecção Livre, na qual a mistura ocorre por diferença de densidade entre as várias 
camadas; 
 Convecção Forçada; na qual essa mistura ocorre devido à ação de forças mecânicas, 
pela fricção devido ao escoamento do ar ou ainda pela aplicação de forças externas. 
 
Via de regra, a energia é transferida da superfície do solo (mais aquecida) para o ar 
imediatamente acima (mais frio), o qual quase sempre atua como sumidouro de energia, 
havendo entretanto situações em que ocorrem inversões do fluxo de energia no sentido ar-
superfície do solo. 
 
Ao contrário dos objetos inanimados, os organismos vivos (plantas e animais) dissipam 
energia pelo processo de transpiração porque a mudança de fase da água de líquido para 
vapor é o maior consumidorde energia na forma de calor latente, removido semelhante ao 
transporte de calor. Em ambos os casos, tanto na convecção livre como na forçada, o 
processo aumenta com o aumento do gradiente de temperatura. 
 
 
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5.2.1 – VARIAÇÃO DA TEMPERATURA 
 
A temperatura não é constante durante o dia e nem ao longo do globo, a sua variação 
depende de diversos fatores, como no caso da variação diária, por exemplo, o fator mais 
importante é o ciclo diário da radiação solar. Da mesma forma que a temperatura do solo, a 
temperatura do ar apresenta seu valor máximo algumas horas após o meio dia solar, devido 
a maior incidência de radiação e também devido a menor absorção de radiação pela 
atmosfera, e tem o seu mínimo observado antes do nascer do sol; sendo evidente que não 
há regularidade em tal comportamento pois há alguns fatores que podem interferir no 
instante de ocorrência tais como a invasão de massas de ar frias, movimentos advectivos, 
nebulosidades etc... A variação da temperatura de um lugar para outro se dá, por exemplo, 
pela latitude do local e o contraste terra-oceano. 
 
A estrutura da temperatura do ar, principalmente na baixa troposfera, é influenciada pelas 
mudanças na própria paisagem. Durante a noite, a superfície do solo, vegetada ou não, se 
resfria rapidamente por irradiação; a camada de ar em contato com a superfície perde 
energia para a superfície por diferença de potencial. Com isso, a temperatura do ar que 
normalmente diminui com a altura, experimenta uma inversão num perfil de poucos metros, 
durante a noite apenas, podendo causar com isso uma inversão na evaporação e problemas 
como a poluição do ar. 
 
5.2.2 – MEDIDAS DA TEMPERATURA DO AR 
 
Nos postos meteorológicos dispomos de 3 termômetros de mercúrio em vidro e um 
termômetro cujo elemento sensível é o álcool; dos termômetros à mercúrio, dois são se fluxo 
livre sendo um deles de bulbo seco (ts), utilizado na medida da temperatura instantânea do 
ar atmosférico e o outro de bulbo úmido (tu), utilizando-se uma mecha de gaze para manter 
o bulbo umedecido por capilaridade o qual, em condições de ar insaturado, apresenta 
valores menores que o bulbo seco; o terceiro termômetro de mercúrio, de fluxo forçado, 
serve para registrar a temperatura de maior valor naquele período, termômetro de máxima 
(Tx). O termômetro de álcool, com uma geometria diferente dos demais, é utilizado para 
registrar a temperatura de menor valor naquele período, termômetro de Mínima (Tn). 
 
A temperatura do ar de um determinado dia é representada pelas temperaturas média (T) e 
extremas (máxima e mínima). Os valores mensais, por sua vez, pelas médias das 
temperaturas médias e extremas diárias; e em termos anuais, teremos a média anual e a 
média das extremas, através da média das médias mensais. 
 
Há dois caminhos para se obter o valor médio diário: 
 
a) - fazendo a média aritmética utilizando os valores horários a partir de um 
termograma; 
b) - fazendo a média compensada (média ponderada) através da expressão: 
 
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8 
 
T = [Ts(09hs) + 2.Ts(21hs) + TM +Tm}/5. 
 
5.3- A INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA DO AR NAS PLANTAS 
 
A temperatura é um elemento meteorológico diretamente relacionado à adaptação, 
desenvolvimento e a produção eficiente da cultura. As temperaturas das plantas tendem a se 
aproximar da temperatura ambiente, no entanto, como elas trocam energia com seus 
ambientes, a temperatura das plantas da parte acima do solo, podem divergir das do ar. 
Assim a troca de calor das plantas deve sempre ser considerada com respeito ao balanço de 
energia do habitat. 
 
Tradicionalmente, a temperatura é usada mensalmente ou anualmente, em valores médios 
das temperaturas do ar mínimas e máximas. Contudo, esses parâmetros de temperatura não 
são suficientes quando, somente, os dados da temperatura são usados para a agricultura. 
Assim, seriam determinados os índices de temperatura que pode ser relacionados com a 
adaptação e a fenologia da cultura, ou a possibilidade de efeitos nocivos causados pelas 
temperaturas externas. 
 
5.3.1 - Temperaturas Cardeais 
 
Suficiente mas não excessivo, o calor é um pré-requisito básico para a vida das plantas. O 
processo vital, e certa faixa de temperatura restringem-se mutuamente e possuem ótima 
temperatura, cujo rendimento declina em ambos os lados. Assim, para cada espécie de 
planta, e para cada estágio de desenvolvimento, podemos fixar “temperaturas cardeais”; 
que são as temperaturas ótimas, mínimas e máximas, para a planta, no qual o 
crescimento e o desenvolvimento da planta, se dá com maior rapidez. Essas temperaturas 
não constituem constantes rígidas, mas uma faixa ao redor da norma geneticamente fixada, 
pois devido a complexidade fisiológica das plantas é impossível determinarmos com 
precisão, as temperaturas cardeais, pois diferentes processos exigem diferentes 
temperaturas. No entanto, os valores aproximados das temperaturas cardeais são 
conhecidos para a maioria das plantas. 
 
TABELA 1 - Temperaturas mínimas, ótimas e máximas (oC). 
PLANTAS TEMPERATURA 
CULTIVADAS MÍNIMA ÓTIMA MÁXIMA 
 Nos Trópicos e 
Sub-Trópicos 
 
 TRIGO 
 
 MELÃO 
 
 10 - 20 oC 
 
 0 - 5 oC 
 
 15 - 18 oC 
 
 30 - 40 oC 
 
 25 - 31 oC 
 
 31 - 37 oC 
 
 45 - 50 oC 
 
 31 - 37 oC 
 
 44 - 50 oC 
 
 
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9 
Se observarmos a escala de evolução genética dos seres vivos, podemos constatar que no 
topo desse tronco de pirâmide estão situados os seres humanos, “um refinamento da 
natureza”, e como tal, com uma estreita margem de capacidade de trabalho em relação à 
energia do meio e que poderá ser amplificada com a utilização de recursos técnicos; 
descendo um pouco nessa escala, os animais irracionais, particularmente os domésticos, 
com uma capacidade térmica de trabalho maior, resistindo um pouco mais à agressividade 
dos elementos de clima; mais abaixo, encontramos os vegetais, particularmente os 
superiores, com uma amplitude térmica de trabalho muito maior, mas de qualquer forma 
sensíveis a certas variações do clima. 
 
Em todos os níveis, observa-se uma tolerância para uma temperatura mínima e para uma 
máxima, passando evidentemente por um valor ótimo; a essas temperaturas damos os 
nomes de Temperatura Basal Inferior (Tb), abaixo da qual a planta paralisa as suas 
atividades metabólicas por carência de energia, Temperatura Basal Superior (TB), acima 
da qual a energia se torna excessiva, paralisando as suas atividades pois é atingido o Ponto 
de Compensação (fotossíntese líquida nula) coincidindo com a perda excessiva de água em 
relação à capacidade da planta de repô-la (taxa de absorção) pelo sistema radicular; e 
Temperatura Ótima na qual o desenvolvimento é o melhor possível. Essas três 
temperaturas, como citado anteriormente, são conhecidas como temperaturas cardeais. 
 
Como a temperatura afeta diretamente a atividade das plantas, afetará evidentemente o ciclo 
das mesmas o qual resultará da interação da energia do meio com assuas temperaturas 
críticas. O saldo de energia resultante, conhecido como Graus dia será pois, utilizado pela 
planta para produzir uma certa quantidade de matéria seca num determinado período de 24 
horas. 
 
5.3.2 - Índices Térmicos 
 
Na estimativa de temperaturas para as diversas fases fenológicas das plantas, em adição 
aos parâmetros de temperatura tradicional, os seguintes índices térmicos são calculados: 
Temperatura de dia e de noite, Cálculo do acúmulo de graus - dias, 
Cálculo da constante térmica 
 
a) Temperatura ÓTIMAS de Dia e de noite para diferentes estágios fenológicos 
 
As temperaturas médias durante o dia e durante a noite podem ser estimadas usando a 
seguinte equação: 
 
Temperatura (dia) =  + ( Tmax – Tmin) ( 11- To) 
Temperatura (noite) =  - 4  (12 - To) Sen (  11 - To) 
 
 Onde:  é a temperatura média 
 
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10 
 To = 12 - 0,5 N 
 
 N é a duração do dia 
 
 Sen em radianos;  = 3,1416 
 
A variação da temperatura média do ar é importante para o crescimento e desenvolvimento 
da cultura 
 
b) Acúmulo de Graus - Dias (AGD) 
 
Expressa a quantidade de calor acumulado durante o dia, a qual a planta é submetida, ou 
ainda, como o acúmulo diário de energia que se situa acima da condição mínima e abaixo da 
máxima exigida pela planta 
 
O intervalo de tempo durante aquele dia, em que a energia do meio ficou abaixo do valor 
mínimo necessário à planta é desprezado, pois a planta estava com suas funções vitais 
praticamente estacionadas. O mesmo acontece quando a energia do meio encontra-se 
acima do valor máximo admissível aquela planta. O “quantum” de energia que realmente 
pode interagir com a planta, trazendo estímulos aos processos metabólicos, esteve entre os 
níveis mínimo e máximo basais. 
 
Portanto, os valores de temperatura do ar inferiores ao mínimo basal e os superiores ao 
máximo basal, são retirados do cálculo de graus-dia por se constituírem em valores 
deficitários, no caso do mínimo, e excessivos, no caso do máximo. Existem algumas 
possibilidades de interação temperaturas basais da planta versus temperaturas extremas do 
meio: 
 
a) Tm>Tb e TM<TB 
 
2
2TbTmTM
GD


 
 
b) TmTb e TM<TB 
 
 TmTM
TbTM
GD



2
2
 
 
c) Tm>Tb e TM>TB 
  
 TmTM2
TB)(TMTm)(TMTbTmTmTM2
GD
22



 
 
 
 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEFERAL RURAL DA MAZÔNIA-UFRA 
INSTITUTO SÓCIOAMBIENTAL E DOS RECURSOS HÍDRICOS – ISARH 
LABORATÓRIO DE AGROMETEOROLOGIA DA AMAZÔNIA 
 
 
 
Prof. Paulo Jorge de Oliveira Ponte de Souza 
Dr. em Agrometeorologia 
 
11 
d) Tm<Tb e TM>TB 
 
   
 TmTM
TBTMTbTM
GD



2
22 
e) Tb e TB >TM 
 
Neste caso, a temperatura mínima e máxima basal da planta foi acima da temperatura 
máxima do ar. A energia à disposição da planta está abaixo do valor mínimo necessário a 
ela. A energia acumulada, expressa em graus-dia, é portanto nula. 
 
As temperaturas bases para calcular AGD para várias culturas são dadas na tabela abaixo: 
 
TABELA 2: Temperatura base para crescimento e desenvolvimento de várias 
culturas 
ESPÉCIE TEMPERATURA BASAL 
MÍNIMA (oC) 
TRIGO 
ARROZ 
MILHO 
CANA DE AÇÚCAR 
FEIJÃO 
SOJA 
ALGODÃO 
BATATA 
TOMATE 
UVA 
ÁRVORES FRUTÍFERAS 
5 
10 
10 
18 
10 
10 
15 
7 
15 
10 
10 
 
5.3.3 - Contribuição da Temperatura do Ar 
 
As informações de Temperatura do ar, têm sido intensamente mais estudado, que 
qualquer outro elemento do clima, contudo, muito ainda deve ser feito. 
 
 - Estudos dos efeitos provocados pela temperatura, na razão de crescimento de 
muitos organismos que provocam doenças nas plantas. 
 
 - Estudar quantitativamente o efeito da Temperatura nas diversas fases fenológicas 
das plantas 
 
 - Estabelecer critério de análise de crescimento e de previsão do tempo para cada 
estágio fenológico, baseando-se na energia do meio ambiente.

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