Buscar

Aulas Direito Constitucional 1ª prova

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AULAS DIREITO CONSTITUCIONAL – Gabriel Marques Fernanda Kraychete – 2016.2
Constitucionalismo: processo de limitação do poder do Estado e de garantia de direitos fundamentais. Tem seu apogeu no século XVIII, duas experiências foram decisivas para que isso ocorresse: Estados Unidos, em 1776 e França, 1789.
Os Estados Unidos, que teve independência em 1776, buscaram um caminho original, tentando construir uma Confederação, e em 1781, construíram os Artigos da Confederação, que não deu certo. Após a tentativa falha, criam uma Federação com uma Constituição (1787). A Constituição dos EUA é considerada sintética, e o que vale de forma mais incisiva é a interpretação da Suprema Corte. Antes da criação da Constituição já se falava na Declaração do Bom Povo da Virgínia (1776), declarava direitos antes da constituição.
Confederação – Estados soberanos que se unem sob um regulamento (tratado). Esses Estados têm direito de Secessão e uma maior liberdade. Essa liberdade, no entanto, pode levar a uma instabilidade. 
Federação – Apenas um Estado soberano regidos por uma constituição. Há uma indissolubilidade do vínculo federativo
A França vivendo uma Revolução Francesa em 1749, que muda a estrutura da sociedade. Em 1789, foi concebida uma Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, consegue trazer a preocupação com a universalidade dos direitos. Art. 16: Nenhuma sociedade terá uma constituição se ela não tiver separação de poderes e garantia de direitos. 
O Brasil, que nessa época ainda era uma colônia, assistia em 1798, os ideais franceses influenciarem a Conjuração Baiana. 
Constitucionalismo brasileiro: 
Constituição de 1824: Brasil independente tem a necessidade de ter uma constituição. Trás alguns elementos como a tetrapartição de poderes (poder moderador como “novidade”, seria a chave de equilíbrio entre os poderes), o Estado Unitário (poder concentrado no Imperador – monarquia constitucional), Religião Católica como oficial. Poder legislativo tinha que zelar pela constituição. Para Paulo Bonavides e Paes de Andrade, “o Poder Moderador da Carta de Império é literalmente a constitucionalização do absolutismo, se isto fora possível”.
Constituição de 1891: Proclamação da República – República dos Estados Unidos do Brasil. Ruy Barbosa. Tripartição do poder (Montesquieu). Brasil passa a ser uma Federação, as províncias se tornam estados. O Estado passa a ser laico. Introdução do Habeas Corpus.
Constituição de 1934: vinculada a ascensão de Vargas e à Revolta Constitucionalista de 1932 em São Paulo. Constituição inaugura uma preocupação com o constitucionalismo social, é a marca dessa constituição. 
Inspiração na constituição do México, de 1917 e na constituição de Weimar, na Alemanha, de 1919, em contraponto ao constitucionalismo liberal, que tem a preocupação com a não intervenção do Estado, tendo uma proteção do individuo. O constitucionalismo social propõe a intervenção do Estado, caráter democrático. Ex: Proteção do trabalhador, CLT. 
 
Para José Afonso da Silva, a Nova Constituição não era tão bem estruturada como a primeira. Trouxera conteúdo novo, aumentou os poderes da União. Fora, enfim, um documento de compromisso entre o liberalismo e o intervencionismo.
Nessa época, surgia o nazifascismo na Itália e na Alemanha, o totalitarismo ganhava força. O Brasil é influenciado por esse momento e tem, na Constituição de 1937, elementos nazifascistas. 
Constituição de 1937 – inspirada na constituição fascista da Polônia, hipertrofia (concentração) da figura do poder Executivo, apelido de “Constituição Polaca” É uma consequência da forjada ameaça comunista, o que leva a um governo autoritário. Constituição Outorgada. 
Brasil volta da 2ª Guerra, lutando contra o autoritarismo, não fazia sentido continuar com uma constituição e um governo autoritário. Por isso, é feita uma nova Constituição.
Constituição de 1946 – tenta recuperar os traços mais positivos da Const. de 1934. Tentativa de reequilibrar os poderes, evitando o hiperfortalecimento do poder executivo (inspirado da de 1934). Brasil inaugura nessa época um ciclo de estabilidade democrática, durando até 1964, com o golpe militar. 
Constituição de 1967 – inaugura o período militar, valorização do executivo e restrição a direitos, concentração de poder. 
ATOS INSTITUCIONAIS:
AI1 – Eleições indiretas para Presidente e Vice, possibilidade de suspensão dos direitos políticos por 10 anos, com a cassação de mandatos eletivos e inviabilidade do controle judicial dos atos do governo militar.
 AI5 – 1968. Uma das regras dizia que os atos praticados com base no AI5 não são passiveis de revisão pelo poder judiciário. Suspenso o Habeas Corpus
Anos 80, existe um cansaço da população da eleição indireta. Diretas Já. 
Constituição de 1969 – Emenda constitucional à constituição de 1967, mas que mudou substancialmente a constituição, para adequá-los às medidas de exceção que o governo vinha decretando, dando assim um ar de legalidade a todo aquele cenário de perseguição, censura e repressão promovido pelo regime, com destaque para os infames Atos Institucionais.
Para José Afonso da Silva: “Teórica e tecnicamente, não se tratou de emenda, mas de nova constituição. A emenda só serviu como mecanismo de outorga, uma vez que verdadeiramente se promulgou texto integralmente reformulado, a começar pela denominação que se deu: Constituição da República Federativa do Brasil, enquanto a de 1967 se chamava apenas Constituição do Brasil”.
Constituição de 1988 – Constituição cidadã, a mais preocupada com os direitos fundamentais. ESTRUTURA: composta por 3 partes principais:
 I – Preâmbulo: introdução ao texto constitucional que consagram os principais valores da constituição. Não tem força obrigatória. 
OBS: Na ADIN 2.076, o tribunal julgou improcedente o pedido formulado pelo partido PSL contra o preâmbulo da constituição do Acre, em que se alegava a inconstitucionalidade por omissão da expressão “sob proteção de Deus”, constante do preâmbulo da CF/88. Considerou-se que a invocação da proteção de Deus na constituição não tem força normativa, afastando-se a alegação de que a expressão em causa seria norma de reprodução obrigatória pelos Estados-membros. 
 Partes mais importantes: “nós, os representantes do povo brasileiro, reunidos em assembleia nacional constituinte” – ANC (manifestação de um poder constituinte originário); “promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil” – Brasil é um estado laico, garantido pelos artigos:
5º, inciso VI: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”
5º, inciso VIII: Escusa ou objeção de consciência: “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei”
19ª, Inciso I: É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes, relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
II) PARTE PERMANENTE: onde estão os assuntos mais importantes (9 títulos, 250 artigos), dois deles são o Título I “Dos Princípios Fundamentais” (5 artigos) e Título II “ Dos direitos e Garantias” (5º ao 17º).
III) Atos das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT): Título X, composto por 100 artigos. Foi pensado para uma ferramenta para harmonizar o processo de transição constitucional, evitando uma instabilidade. Regras mais específicas e temporais. 
Ex: II – Plebiscito para consulta da população sobre a continuação de uma República ou mudança para o Parlamentarismo, continuação da República ou volta para a Monarquia.Ex: A ADCT determina que os Territórios, antes considerados Federais, (que não tem autonomia política, os governadores, por exemplo, eram escolhidos pelo Estado Federal) como o Amapá, a Roraima e Fernando de Noronha, passassem a Estados, no caso do Amapá e de Roraima, e à Distrito vinculado à Pernambuco, no caso de Fernando de Noronha. 
Art. 14. Os Territórios Federais de Roraima e do Amapá são transformados em Estados Federados, mantidos seus atuais limites geográficos.
Art. 15. Fica extinto o Território Federal de Fernando de Noronha, sendo sua área reincorporada ao Estado de Pernambuco.
OBS: Emendas Constitucionais – Instrumento que pode alterar a Constituição Federal, tanto a parte permanente como a ADCT, com o objetivo de atualizar. Artigo 60 da CF88.
Tipos de Constitucionalismo: 
1) Antigo X Moderno
Antigo: Autor Charles Mcilwain que fala sobre os tipos e explica o constitucionalismo antigo- pré século XVIII, experiências constitucionais embrionárias que tentam limitar o poder.
a) “Politéia” e “Constitucio” – representando leis mais importantes de sociedades. “Constituições” de outras épocas
b) Povo Hebreu – “Lei do Senhor”, lei mais importante, se colocando num patamar superior. 
c) Magna Carta – Século XIII (1215): 1ª declaração de Direito da humanidade, início da preocupação com o devido processo legal.
d) Lei de Habeas Corpus – garantia da liberdade de locomoção e integridade física; inspira outros remédios constitucionais, como o mandato de segurança.
e) Revolução Gloriosa – colabora para que o Parlamento seja fiscal da observância dos direitos (garantidora de direito) e da atuação do Governo.
 Moderno: experiências da França (1787) e EUA (1789). Exerce dupla função: organização do Estado e limitação do poder estatal, por meio de uma declaração de direitos e garantias fundamentais. 
 
2) Liberal X Social 
Liberal: período que marca o final do século XVIII, experiência norte americana e francesa, revoluções liberais. Individuo tenta garantir alguma esfera de proteção (liberdade) diante do Estado, garante a ausência do estado.
Social: 
a) Inglaterra, século XIX – revolução industrial. Os donos de produção exploravam os trabalhadores. Necessidade de o Estado intervir.
b) Movimento socialista – preocupação com as garantias para o trabalhador. Novo papel do Estado, presença na vida das pessoas. 
c) Estado interventor, presente na vida do individuo. Preocupação social. 
d) Constituição do México (1917) e Weimar (1919). Influencia o Brasil em 1934
EX: direitos sociais refletem a preocupação - Artigo 6 da CF88 (educação, moradia...)
 NEOCONSTITUCIONALISMO - Atual tipo de constitucionalismo.
Marcos históricos, teóricos e filosóficos.
Históricos: 
a) Mundo: pós 1945, criação da ONU (carta das nações unidas). 
 1948 - Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) 
 1949 – criação da constituição da Alemanha ocidental (Lei fundamental de Bonn)., começa uma menção ao Princípio da Dignidade da Pessoa Humana
 1951 – tribunal que desenvolve uma rica jurisprudência na interpretação dos direitos fundamentais na Alemanha (Tribunal Constitucional Federal da Alemanha). 
b) Brasil: na época do pós guerra, o Brasil vive uma instabilidade. 
 pós 1988 – artigo 1º inciso 3º: Dignidade da Pessoa Humana. Fundamento central da República Federativa. Redemocratização
Teórico: assuntos que integram o novo momento do direito constitucional
a) Dignidade da Pessoa Humana: baseado em Kant – separa pessoas e coisas, cada um com seu comportamento. As coisas funcionam de acordo com a lógica do Hiperativo Hipotético (as coisas servem para que alcancemos finalidades) e as pessoas funcionam de acordo com o Hiperativo Categórico (as pessoas são fins em si mesmo). Na época do nazismo, existiu um processo de coisificação das pessoas. As pessoas têm uma dignidade, não um preço.
b) Princípios Jurídicos: etapa de ascensão da força normativa dos princípios. Existem colisões.
c) Fundamentação das decisões tomadas pelo poder judiciário
d) Proliferação dos tribunais constitucionais: todos os pais deveriam ter um tribunal para fazer a interpretação e proteger a constituição, sendo fiscal da mesma. Idealizado por Hans Kelsen.
Filosófico: marco filosófico chamado de Pós-positivismo (tenta gerar uma reunião entre os traços valiosos entre o jusnaturalismo e o positivismo; os valores do jusnaturalismo e a segurança jurídica por parte do positivismo). Conteúdo que tenta se aproximar da ideia de justiça, com a proteção do ser humano (DPH), mas ainda tendo a segurança jurídica. Reaproximação entre o direito e a moral, já que nem tudo pode ser jurídico (somente o jurídico levou às leis discriminatórias de Nuremberg).
EX: decisão do STF, com efeito vinculante, sobre a permissão da tatuagem em concursos públicos, ressalvados os casos de tatuagens de valores discriminatórios. 
		
DIREITO CONSTITUCIONAL 
José Afonso da Silva: “Ramo do direito público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado”.
OBS: Normas podem ser normas regras (ex: idade mínima para ocupação de ministro de Estado no Brasil, 21 anos) e normas princípios – artigo 5º (ex: liberdade profissional X privacidade). TÍTULOS – 1º Dos Princípios fundamentais, 2º Dos direitos e garantias fundamentais
Direito público: princípio base é o principio da legalidade, que é associado ao Estado de direito. Estado só pode agir de acordo com a lei, sendo a mais importante delas a Constituição, não podendo nenhuma lei contradizer a constituição. Direito constitucional é a base do direito público. 
Direito privado: o principio central é a autonomia da vontade, liberdade para fazer qualquer coisa, se não houver algum tipo de vedação legal. 
ESPÉCIE DE DIREITOS CONSTITUCIONAL - Paolo Biscaretti di Ruffia
Direito constitucional geral: assuntos comuns, usuais de diversos países. EX: Poder constituinte (como fazer e alterar as constituições); controle de constitucionalidade (proteção da constituição); interpretação da constituição. 
Direito constitucional positivo/particular: preocupação com uma realidade constitucional específica. Se preocupa em expor, examinar, interpretar e sistematizar os princípios e regras constitucionais vigentes em um dado estado.
Direito constitucional comparado: tentativa de analisar mais de uma realidade constitucional, vendo prós e contras. Pode ser entre Estados, ou de um Estado em diferentes constituições. 
Aula 25/08
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES – critérios:
Quanto ao processo de mudança:
- Super-rígida: Alexandre de Moraes. Trás uma blindagem para uma parte de seu conteúdo, imuniza algumas partes chamadas Cláusulas Pétreas. Imune às mudanças constitucionais.
- Rígida: não se confunde com imutabilidade. Passa por um processo de mudança mais solene e mais rigoroso, caso seja comparada com as demais leis, como, por exemplo, a lei ordinária. Conduz ao conceito de supremacia constitucional.
- Flexível: não há diferença no processo de mudança entre a constituição comparada com outras leis. EX: Itália no século XIX, Estatuto Albertino. Não é mais utilizada.
- Semirrígida: parte do seu conteúdo marcada pela rigidez e a outra, marcada pela flexibilidade. EX: Brasil, constituição de 1824, era expresso que tinha uma parte flexível e outra rígida, sendo constitucional apenas o que organiza o poder e a garantia de direitos.
OBS: Na constituição de 1988, a mudança é feita por meio da Emenda Constitucional, como prevê o Artigo 60; primeiro os critérios para a apresentação e depois os critérios para a aprovação. Já foram feitas 92 emendas até agora. É também considerada super-rígida, pois têm cláusulas pétreas. 
As leis ordinárias, art. 61: A apresentação de um projeto de lei ordinária basta que tenha a maioria simples (metade + 1 dos presentes) e um turno em cada casa. 
Quanto à forma: 
- Escritas/sistematizada: documento único, bem organizado. Ex: Brasil – Preâmbulo, parte Permantee ADCT. Pode ser chamada de dogmática (se opõe à histórica) e formal (se opõe à material)
- Não escrita/assistemática: matéria disseminada de forma plural, em várias fontes. Ex: Inglaterra, Israel e Nova Zelândia. Pode ser chamada de constituições históricas (é preciso olhar para um conjunto histórico de varias fontes) ou materiais. 
Inglaterra - Pluralidade de fontes que terão estatura constitucional, como decisões judiciais e textos escritos esparsos. Material altamente disperso. Conjunto de materiais que é assim reconhecido ao longo da história. Ex: Magna Carta – 1215, artigo 39 (raízes do devido processo legal). 
Quanto à sua extensão:
- Sintética: breves, que se limitam a traçar normas gerais; 
Ex: Constituição dos EUA 1787 + emendas constitucionais de 1791 (constituição acompanhada de 10 emendas (Bill of Rights – Declaração de direitos). 
O poder judiciário interpreta a constituição com muita frequência) (Suprema Corte). Sistema de precedentes – os casos decididos principalmente pela suprema corte. 
Ex: Em 1803, foi decidido um caso chamado Marbury X Madison (controle de constitucionalidade) em que nasceu a frase: “Cabe ao poder judiciário proteger a constituição”. 
Ex: “Teoria dos separados, mas iguais” - separação de negros e brancos. Suprema corte decide o caso primeiramente dizendo que estava de acordo com a constituição. Pressão da sociedade, e em 1954, decide que não é de acordo com a constituição. 
- Analítica: extremamente detalhadas e minuciosas;
 Ex: constituição brasileira de 1988, 250 artigos na parte permanente e 100 artigos na ADCT (350 artigos). Assembleia constituinte de 87/88, colocar o máximo possível na constituição (redemocratização e mais segurança jurídica, para não dar tanto espaço para o legislador). Deixa para o poder judiciário a interpretação da constituição, porém menor do que os EUA. 
Quanto à origem:
- Outorgadas: Imposição da constituição, autoritarismo. Ex: Constituição brasileira de 1824, 1837, 1967 e 1969. 
- Promulgadas: Democracia, algum grau de participação popular, processo de debate constitucional. Também chamada de Democrática. Ex: Constituição brasileira de 1891, 1934, 1946 e 1988. 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA 
- rígida e super-rígida; 
- escrita ou sistemática; 
- formal; (não dispõe somente sobre matéria constitucional, elaborado por um poder constituinte);
- dogmática (não histórica); (consolida em seu texto escrito os dogmas ou princípios fundamentais vigentes no momento em que elaborada, não no decorrer do tempo, como a histórica).
- promulgada.
Eficácia das normas constitucionais 
Planos normativos – ferramenta para tradução da realidade, como funciona dentro da área jurídica. São eles:
- Existência (vigência)
- Validade
- Eficácia: interpretação da produção de efeitos na esfera jurídica (produção de efeitos no plano normativo) e na esfera social (também chamada de efetividade, produção de efeitos na realidade). 
Classificação da eficácia jurídica das normas – olhar ao aspecto normativo (eficácia normativa)
* José Afonso da Silva (1967): “Toda e qualquer norma constitucional possui eficácia jurídica”. Com base na experiência dos EUA e da Itália, com aperfeiçoamento. 
Ex: quando uma nova norma constitucional surge, a antiga é revogada. Efeito de revogação. Orientação horizontal. 
Ex: norma constitucional constitui um parâmetro de constitucionalidade. Orientação vertical.
- Plena: aplicabilidade direta, imediata e integral. Traz tudo que é necessário para a sua própria aplicabilidade. 
EX: Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
- Contida: aplicabilidade direta, imediata e possivelmente não integral. Traz o que é necessário para sua aplicabilidade, mas é possível que uma lei surja e restrinja, de alguma forma, a sua aplicabilidade. Talvez fosse melhor ser chamada de norma de eficácia contível ou restringível.
EX: Art. 5º, inc. XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
- Limitada: aplicabilidade indireta, mediata e reduzida. 
Ex: art. 37, inc. VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica. 
É divida em duas modalidades:
Norma de eficácia limitada de princípio institutivo - preocupada com a instituição, ou seja, criação, de órgão ou entidade. 
Norma de eficácia limitada de principio programático - estabelece um objetivo a ser alcançado no futuro. 
Se não houver a lei especifica: ADIO (Ação direta de inconstitucionalidade por omissão) e MI (Mandado de injunção) – remédios processuais para tentar combater a inércia (mora legislativa, atraso) do legislador. Ambos foram pensados para combater a “síndrome de inefetividade das normas constitucionais”. 
- Mandado de injunção: 13.300/16. Art. 5º, LXXI “Falta da norma regulamentadora” direito ou liberdade constitucional, ou prerrogativa de nacionalidade, soberania e cidadania.
- ADI por omissão: 9868/99 (2009). Art. 103, parágrafo 2º. Superar o quadro de omissão (omissão dos poderes – comunicar os poderes para que tome as providencias; em se tratando de um órgão administrativo – prazo de 30 dias).
*Quem pode usar cada uma dessas ações (LEGITIMIDADE ATIVA): 
Mandado de injunção pode ser utilizado por qualquer pessoa, física ou jurídica, sendo acompanhado de um advogado (precisa provar que não existe a norma que regulamenta o direito à liberdade).
 A ADI por omissão só pode ser proposta por algumas pessoas (art. 103: o presidente da república, a mesa do senado, a mesa da assembleia legislativa, governador do estado, procurador geral da república, conselho federal da OAB, partido político com representação no congresso nacional e confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional). 
*Quem tem competência para processar e julgar:
Mandado de injunção – tribunais, dependendo da autoridade envolvida.
ADI por omissão – STF
*Efeitos gerados: 
Mandado de injunção – efeitos atingem as partes do processo (efeitos ”interpartes”). Podendo, excepcionalmente, ter eficácia ampliada. Ex: enfermeira que procurava sua aposentadoria especial, mas não existia uma lei e foi aplicada a analogia para uma lei similar. 
ADI por omissão – efeito para todos (“erga omnes”).
EX: Tributário, Imposto sobre Grandes Fortunas.
	MANDADO DE INJUNÇÃO
	ADI POR OMISSÃO
	13.300/16. Art. 5º, LXXI
	9686/99 (2009). Art. 103, parágrafo 2º
	Qualquer pessoa, física ou jurídica, com auxilio de advogado.
	Restrições no art. 103. 
	Tribunais, dependendo da autoridade envolvida.
	STF
	Efeitos atingem as partes do processo (efeitos interpartes)
	Efeito para todos (erga omnes). 
CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO – análise de significados próprios sobre a constituição
Sociológica – construída pelo autor Fernand Lassale; mais antiga (XIX). Constituição seria a soma ou conjunto dos fatores reais de poder de uma sociedade.
Fatores reais: forças mais ativas de uma sociedade (mais atuantes), como as econômicas, politicas, religiosas e militares. O que for de interesse dessas forças é que retrata a própria constituição em si, acaba sendo mais importante que a própria escrita da constituição. Se houver um choque entre elas e o texto da constituição, o texto será apenas uma mera “folha de papel”. 
*Atualmente, por exemplo, na constituição de 1988, no art. 192, §3º, antes da sua revogação, falava de uma taxa de juros máxima por ano. Confronta os setores econômicos brasileiros. É uma norma de eficácia limitada. 
Outro exemplo, na constituição de 1988 na questão do impeachment (sanção no processo). Diz que aquele que sofre a perda do cargo terá necessariamente uma inabilitação da função pública por 8 anos. O senado federal resolve separar as duas sanções, ação de forças politicas da sociedade.
Política – Carl Schmitt, nos anos 30, Alemanha. Elabora uma concepção que a constituição seria a decisão política fundamental. Diferente das leis constitucionais (acessório,secundário). Alguém precisa interpretar o significado e dizer o que vale como decisão política fundamental, sendo ele o “guardião da constituição”, o chefe de Estado (palavra final), tendo legitimidade pela escolha popular.
Principal jurista utilizado para a base da ascensão do governo nazista. 
Atualmente: diferença entre “mais importante e menos importante”, no Brasil, como as normas materialmente constitucionais (precisam estar na constituição, como os direitos fundamentais) X apenas formalmente constitucionais (está na constituição, mas não deveria estar. Ex: Colégio Pedro II será mantido na órbita federal). 
“Jurídica”/normativista – Hans Kelsen, anos 30. Livro “Teoria Pura do Direito”. 
Para ele, o objeto do direito seriam as leis, pois é a única que individualiza a área jurídica, que a torna com aspecto científico. 
Adolf Merkl ajuda a construir a pirâmide de Kelsen: topo – constituição. Base – decisões judiciais (normas individualizadas) 
A constituição é respeitada, norma hipotética fundamental: não é uma norma concreta (ficção jurídica), traz uma única frase “deve-se obedecer a constituição”. Recurso lógico do nosso raciocínio. 
Na visão de Kelsen, outro órgão seria o guardião da constituição, diferente de Carl. Para ele, seria o tribunal constitucional (TC) – órgão pensado para o monopólio a tarefa de guarda da constituição. 
Constituição seria o “Topo de uma ordem jurídica escalonada” 
** Alguns autores pegam essa concepção jurídica e tentam dividi-la em duas concepções, privilegiando algumas concepções: 
Lógico – jurídico: aproxima a constituição da norma hipotética fundamental, é graças a NHF que nós obedecemos a constituição. 
Jurídico-positivo: foca na posição privilegiada que a constituição ocupa dentro do ordenamento jurídico. É a lei mais importante, tendo uma posição privilegiada dentro de um ordenamento jurídico positivado.
Dirigente – GOMES CANOTILHO (Portugal), 1982. 
Deve haver uma constituição dirigente, que conduza a sociedade, deve exercer o papel de condução da sociedade (guiar a sociedade em relação a um outro patamar). 
Ela seria repleta de metas e objetivos, projeto de sociedade melhor para o futuro. 
Trabalho conjunto, de um lado constituição estipulando metas e de outro, o legislador criando leis para pôr em pratica. 
Usada na constituição de 1988 (constituição profundamente dirigente. EX: art. 3º da constituição, objetivos fundamentais da republica federativa do brasil). 
Com o passar dos anos, o pensamento de Canotilho perde um pouco confiança de mudança social da constituição. 
Em seu segundo momento, Canotilho perde um pouco sua confiança dos potenciais de mudança da constituição, a teoria acaba perdendo força.
Simbólica – MARCELO NEVES. Denuncia de um comportamento do uso da constituição como meramente um símbolo vazio.
Muitas vezes a constituição é usada para neutralizar as expectativas sociais. Uma espécie de álibi (justificativa). Uso da constituição como se fosse parte de uma legislação álibi. 
EX: Art. 6º transporte, alimentação e moradia. Não faziam parte do texto original da constituição, foram trazidos por emendas constitucionais. Inserir direitos na constituição serve para neutralizar expectativas sociais. 
**Crítica ao comportamento para que não haja o simbolismo constitucional, uso equivocado da constituição. 
Ontológica – KARL LOEWENSTEIN. Ontologia, como as constituições são na realidade, como se projeta na sociedade. Subdivididas em:
Normativas – haveria o comportamento perfeito da dinâmica do processo politico. Plena adequação do processo politico. 
Nominais – Adequação parcial. Doutrina majoritária acredita que a CF88 entra aqui, pretende chegar na 1ª classificação. 
Semântica – não haveria nenhuma correspondência. “Disfarce” para aqueles que detêm o poder na sociedade. EX: Constituições 1937, 1967 e 1969.
Cultural – Meireles Teixeira. Todas as outras são frutos da cultura. Se o direito por si só já é um objeto cultural, é difícil dizer que a constituição teria esse traço distintivo.

Outros materiais