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Direito e Moral (Yuri).docx

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Direito e Moral
1-    Introdução
Um tema de constante debate na filosofia jurídica é a relação entre o direito e a moral. É preciso analisar o elo de interdependência entre eles, para tentar entender quais as suas funções na engrenagem social, Pois a vida em sociedade só existe com base em regras sociais, que ditam como deve ser o comportamento humano.
O direito e a moral são de bases diferentes, é a partir delas que podemos analisar as distinções sobre os dois conceitos. A moral não necessariamente está na lei, mas o individuo a segue, pois vai ao encontro de seus princípios. Já o direito está diretamente ligado a fatores externos ao individuo, uma vez que ele é aplicado sobre todos aqueles que vivem em sociedade.
2-    Desenvolvimento
Uma frase que auxilia o entendimento desta discursão é do filosofo italiano Giorgio Del Vecchio, quando se referiu ao direito e a moral, ele afirmou “são conceitos que se distinguem, mas não se separam”. A fala de Del Vecchio só reafirma a ideia de que ambos são instrumentos de controle social, é que apesar de distintos são conceitos complementares.
Para aprofundamento no estudo, é preciso analisar diversas teorias como a do Jurista alemão Georg Jellinek, a teoria do mínimo ético, que consiste em afirmar que o direito representa o mínimo de moral necessário para a sobrevivência da sociedade. Dentro dessa doutrina acredita-se que a moral é algo espontâneo ao individuo, E que o direito é derivado da Moral, sendo assim apenas uma pequena parte da moral. criando uma relação de antagonismo entre o moral e o “imoral”, esquecendo assim do “amoral”, em razão de que no direito existem princípios que são apenas indiferentes para a moral.
A moral está diretamente ligada com o convívio do homem em sociedade, porém a moral é individual, e incoercível, ou seja, ela despreza a força, é intrínseca ao modo de pensar e agir do sujeito. Se a lei for de encontro ao que o individuo acredita ela irá ser contraria a seus princípios morais, então ela nunca será moral para ele, entretanto ele será obrigado a segui-la, pois o direito é externo ao individuo e utiliza da coerção para o cumprimento de suas regras, Já coação seria a utilização da força para o respeito às normas jurídicas. O direito e as relações de poder estão diretamente ligados, mas essas relações não necessariamente precisam da força para ser cumpridas.
O conceito de heteronímia exemplifica bem a relação do direito com o a sociedade, as leis são criadas por terceiros, diferentemente da moral que é própria ao individuo, as normas jurídicas tem caráter objetivo, que é o seu cumprimento, alheio a individualidade. O direito é ordenação ao individuo, podendo nem sempre estar atrelado ao conceito de justiça, que pode ser derivado de uma ideia moral, mas por ser externo ao individuo ele deve ser acatado, mesmo que não seja de plena felicidade de espirito.
A Bilateralidade atributiva é um dos principais pontos para explicar oque é o direito, pois para que haja o exercício do direito é necessária à interação de duas ou mais pessoas, é incapaz a pratica jurídica sem essa relação, entretanto esse conceito pode ser utilizado também para exemplificar as relações distintas entre direito e moral, analisando as relações para constitui-los, pois, a moral é unilateral, uma vertente contraria ao direito, que precisa da relação jurídica entre indivíduos para existir.
Há, normas sociais que são indiferentes ao conceito de coação, são as normas da convenção social, pois, ninguém poder ser coagido a pratica-las, porém são essenciais para um bom convivo na sociedade, as regras do trato social devem ser realizadas com verdade, mas, respeitando sempre o ponto da não obrigatoriedade.
3-    Conclusão
Mesmo com tantas teorias e pontos de vista expostos, essa discursão sempre será ampla e inconclusiva, o Jurista Miguel Reale exemplifica brilhantemente como deve ser tratada essa relação, “Ao homem afoito e de pouca cultura basta perceber uma diferença entre dois seres para, imediatamente, extremá-los um do outro, mas os mais experientes saber a arte de distinguir sem separar, a não ser que haja razões essenciais que justifiquem a contraposição.” É preciso entender que apesar de distintos os conceitos são necessários para o convívio do homem em sociedade.  
4-    Referências
JESUS, Paulo Roberto Rocha de. Coerção, Coação e Imperatividade: Como Distingui-los? Disponível em: <http://www.artigojus.com.br/2012/04/coercao-coacao-e-imperatividade.html>. Acesso em: 27/02/17
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 25. ed. São Paulo: Saraiva, 2001

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