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Disciplina: Fenômenos de Transporte (FT) 3º/4º. semestres Aula 2: Viscosidade e Força de Atrito Viscoso Curso: Engenharia/Básico prof. Gilberto F. de Lima Hipótese ou Postulado do Contínuo Os fluidos são constituídos por moléculas, como toda a matéria que conhecemos e lidamos. A atração intermolecular (coesão e adesão) confere às substâncias um conjunto de propriedades que se manifestam de forma macroscópica (tensão superficial, viscosidade, atrito, adsorção, capilaridade, absorção). Em particular, a coesão faz com que encontremos as moléculas das substâncias sempre agregadas e aglutinadas, de forma que é, em geral, muito difícil separá-las. Isto significa que qualquer porção de fluido que considerarmos, por menor que ela seja, ainda conterá uma quantidade imensa de moléculas de tal forma que o comportamento do fluido será sempre determinado pelo conjunto e não por suas moléculas isoladamente. Portanto, consideraremos todo e qualquer fluido como um meio contínuo de matéria, ou seja, como um corpo que é totalmente maleável e que pode ser manipulado sem que se rompa ou fragmente. Este tratamento só não é válido quando se lida com o escoamento de gases rarefeitos (por exemplo no estudo do movimento de aeronaves em grandes altitudes), pois neste caso as moléculas do gás estão muito afastadas e cada uma, ou cada grupo delas, passam a atuar de forma independente das demais. Além disso, aparecem vazios na estrutura do fluido que passa a não ser mais um meio contínuo. Hipótese ou Postulado do Contínuo Conceitos INESQUECÍVEIS 1) Massa Específica (ρ) ou Densidade (d): Massa (m) dividida pelo Volume (∀) 𝜌 = 𝑚 ∀ com [ρ] = kg/𝑚3; g/cm3; lb/ft3 2) Peso Específico (γ ): Peso (G ) dividido pelo Volume (∀) 𝛾 = 𝐺 ∀ ou γ = ρ.g com [γ ] = N/m3; dyn/cm3; kgf/m3; lbf/ft3; etc. 3) Força: interação, influência mútua entre dois ou mais sistemas e que tem a capacidade de provocar: a) mudanças de velocidade dos sistemas (em módulo, e/ou direção, e/ou sentido); b) deformações. Neste curso estudamos as forças em seu papel de causar deformações. As forças podem ser classificadas por: a) Origem (tipo de interação): Gravitacional (inclui o Peso), Normal, Elástica, Atrito Sólido, Atrito Viscoso, Empuxo, Elétrica, Magnética, Coesão, Adesão, Nuclear Forte, Nuclear Fraca, etc. b) Função (papel que desempenham): Motriz; Centrípeta; Restauradora; Compressão; Tração ou Distensão; Cisalhamento; etc. Quaisquer forças do item (a) podem desempenhar as funções do item (b), dependendo das circunstâncias. Tensões Tensões Tangenciais: são aplicadas paralelamente às superfícies. Produzem o Cisalhamento. Tensões Normais: são aplicadas perpendicularmente às superfícies. Produzem a Compressão e a Tração Correspondem à distribuição de uma força sobre uma superfície. São obtidas dividindo-se a intensidade da força pela extensão da área em que estão aplicadas. Tensão de Compressão (σp ) ou Pressão (p ) Fn A 𝝈𝒑 = 𝒑 = 𝑭𝒏 𝑨 Fn = Força Normal. Força perpendicular à superfície de área A Superfície de área A Tensão de Distensão ou de Tração (σT ) Fn A 𝝈𝑻 = 𝑭𝒏 𝑨 Superfície de área A Fn = Força Normal. Força perpendicular à superfície de área A Tensão de Cisalhamento (τ ) Ft 𝝉 = 𝑭𝒕 𝑨 A Ft = Força Tangencial. Força paralela à superfície A. Também chamada de Força ou Esforço de Cisalhamento, Cisalhante ou Cortante. Decomposição de forças oblíquas à superfície A A θ F Ft = F.cos 𝜽 Fn = F.sen 𝜽 𝒑 = 𝑭𝒏 𝑨 𝝉 = 𝑭𝒕 𝑨 Compressão e Cisalhamento simultâneos Decomposição de forças oblíquas à superfície A A θ F Ft = F.cos 𝜽 Fn = F.sen 𝜽 𝝈𝑻 = 𝑭𝒏 𝑨 𝝉 = 𝑭𝒕 𝑨 Tração e Cisalhamento simultâneos Do grego: Reus: Escoamento; Logos: Estudo A Reologia é o ramo da Ciência dos Materiais que estuda a deformação e o escoamento da matéria sob a ação de tensões. Comportamento da matéria sob tensões normais Sólidos e fluidos submetidos a tensões normais têm comportamentos muito particulares. Fluidos se pressionados ou tracionados (pressão negativa, sucção) podem ter seu volume modificado (caso dos gases) e/ou escoarem se tiverem espaço disponível para isso. Eventualmente, uma pressão extrema sobre um fluido pode danificar o reservatório se este não for suficientemente resistente. Em certas condições, a variação de pressão pode até provocar mudanças de estado. F F F Gás F F F Líquido Compressível Incompressível A pressão em qualquer ponto de um fluido estático e incompressível (aquele cujo volume não se altera) é isotrópica, mas seu valor depende da profundidade (h) em que é medida, conforme o princípio de Stevin: O comportamento de fluidos sob tensões normais já nos é bem conhecido do estudo da Estática dos Fluidos. 𝒑𝒇 = 𝒑𝒐 + 𝝆 ∙ g ∙ 𝒉 ou 𝒑𝒇 = 𝒑𝒐 + 𝜸 ∙ 𝒉 Portanto ela não é a mesma (uniforme) em todo o volume do fluido, pois varia com a profundidade. Esta é a chamada Pressão Hidrostática. Uma consequência importante deste resultado é a Equação Manométrica que pode ser resumida como: num dado fluido, mesmo nível ⇄ mesma pressão. A Tensão Volumétrica corresponde a uma mesma tensão, de compressão ou de tração, aplicada uniforme e instantaneamente a todo o volume de um sólido ou de um fluido. Volume de um sólido ou de um fluido Contudo, qualquer variação de pressão (∆p) que se aplique sobre um fluido será sentida igualmente em qualquer ponto do mesmo, conforme o princípio de Pascal. Compressão volumétrica A variação de pressão num fluido estático e incompressível constitui-se então numa Tensão Volumétrica aplicada ao fluido. Relembrando: Princípio de Pascal A variação de pressão aplicada a um ponto de um fluido estático e incompressível é transmitida, instantânea e uniformemente, para todo o volume desse fluido e manifesta-se com igual intensidade em qualquer outro ponto do mesmo. O fluido todo reage de imediato e por igual a uma variação de pressão efetuada em qualquer parte dele. Agora, se houver uma variação de pressão sobre o fluido ela será uniformemente aplicada sobre todas as faces do sólido mergulhado, ou seja, corresponderá a uma tensão volumétrica sobre ele. Um sólido mergulhado num fluido sofrerá uma compressão uniforme em todas as suas faces laterais, mas haverá um diferencial de pressão entre as faces inferior e superior em decorrência do princípio de Stevin . Essa diferença de pressões produz a força de Empuxo sobre o sólido, conforme o princípio de Arquimedes (E = ρ ∙ g ∙ ∀submerso). h F F2 F p2 p1 F1 p2 > p1 ⟹ F2 > F1 ⟹ ∆∀= −∀𝑜 ∙ 𝜅 ∙ ∆𝑝 Tanto corpos sólidos quanto fluidos, se estiverem sujeitos a uma tensão volumétrica, quer dizer, a uma variação de pressão (∆p), poderão sofrer uma alteração de seu volume (∆∀) determinada empiricamente pela seguinte relação (mantendo-se a temperatura constante): ∀𝑓 − ∀𝑜= −∀𝑜 ∙ 𝜅 ∙ (𝑝𝑓 − 𝑝𝑜) onde 𝜅 (“kappa”; em alguns textos usa-se a letra k) é a compressibilidade do material (sólido ou fluido), e corresponde a uma medida da susceptibilidade (propensão) do mesmo em sofrer uma redução de volume por compressão volumétrica. Quanto maior κ, mais facilmenteo material é comprimido (menor é a pressão necessária para provocar uma redução significativa do seu volume). A compressibilidade tem dimensão de [(pressão) –1], portanto suas unidades são: (Pa)–1, no SI; (kgf/m2) –1, no MK*S; (psf)–1, no sistema Britânico Gravitacional; etc. O sinal negativo é introduzido para igualar os sentidos nos dois lados da expressão, pois um aumento de pressão (∆p > 0) corresponde a uma redução do volume (∆∀ < 0). 𝐵 = 1 𝜅 Em líquidos e sólidos, a compressibilidade é pequena, uma vez que o volume deles pouco se altera com o aumento da pressão. Para lidar com líquidos e sólidos é mais conveniente adotar o chamado módulo de compressibilidade, ou módulo de elasticidade volumar, ou módulo de elasticidade volumétrica, ou simplesmente módulo volumétrico de um material (B), que é o recíproco da compressibilidade (κ ): Este módulo mede a resistência do material à compressão uniforme. Quanto maior o módulo volumétrico, maior é a resistência do material a ter seu volume reduzido. A unidade de medida desse módulo tem dimensão de [pressão]: N/m2; dina/cm2; kgf/m2; psf; etc. Sólidos são, em geral, muito resistentes à compressão (variam muito pouco de volume), portanto têm módulos volumétricos grandes. Líquidos também são resistentes à compressão, mas não tanto quanto os sólidos. O comportamento dos gases sob compressão será detalhado em breve. A tabela abaixo traz o módulo volumétrico de algumas substâncias. Substância B (GPa) Aço 180 Água (20 °C) 2,06 Alumínio 74,6 Bronze 107 Chumbo 50 Cobre 131 Diamante 200 Etanol (álcool) 0,9 Glicerina 4,6 Mercúrio 27 Vidro 14 Observem que os sólidos têm módulos volumétricos pelo menos 10 vezes maiores que os líquidos. Mercúrio, embora líquido em temperatura ambiente, é um metal; já o vidro é um sólido amorfo, um “quase” líquido. ⟹ 𝑝∀= 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 (𝐶) O volume de um gás em função da pressão segue a lei de Boyle-Mariotte, onde para uma dada temperatura constante T (medida em kelvins), tem-se: ⟹ 𝑝∀= 𝐶 ⟹ ∀= 𝐶 𝑝 𝑝∀ = 𝑛𝑅𝑇 Para gases, a compressibilidade é significativa em baixas pressões, e ínfima em altas pressões, conforme se demonstrará em seguida. Uma variação de volume (∆∀) genérica (∀f = ∀ qualquer ) será dada por: ⟹ ∆∀ = 𝐶 𝑝 − 𝐶 𝑝𝑜 ∆∀ = ∀ − ∀𝑜 Desenvolvendo a última expressão, teremos: ∆∀ = 𝐶 𝑝 − 𝐶 𝑝𝑜 ⟹ ∆∀ = 𝐶 ∙ − 𝑝 − 𝑝𝑜 𝑝𝑜 ∙ 𝑝 ⟹ ∆∀ = −∀𝑜 ∙ 1 𝑝 ∙ ∆𝑝 ⟹ ∆∀ = 𝐶 ∙ 1 𝑝 − 1 𝑝𝑜 ⟹ ∆∀ =𝐶 ∙ (𝑝𝑜−𝑝) 𝑝𝑜 ∙ 𝑝 ⟹ ∆∀ = − 𝐶 𝑝𝑜 ∙ 1 𝑝 ∙ ∆𝑝 ⟹ ∆∀ = 𝐶 ∙ −∆𝑝 𝑝𝑜 ∙ 𝑝 ∆∀= −∀𝑜 ∙ 𝜅 ∙ ∆𝑝, é possível constatar que: 𝜅 = 1 𝑝 ⟹ 𝐵 = 𝑝 ⟹ 1 𝜅 = 𝑝 Comparando-se esta expressão com a anteriormente fornecida para a variação de volume com a pressão: ∆∀ = −∀𝑜 ∙ 1 𝑝 ∙ ∆𝑝 Portanto, o módulo de elasticidade volumar de um gás, a sua resistência a contrair-se sob tensão, é diretamente proporcional à pressão a que estiver submetido. Quanto maior a pressão exercida sobre o gás, mais resistente ele se torna à compressão. Isto é óbvio. Quanto mais comprimido o gás estiver, menor é seu volume e mais difícil é continuar comprimindo-o. Esse comportamento pode ser facilmente constatado numa curva isotérmica, que é a representação gráfica da lei de Boyle-Mariotte: p ∀ T cte. ∀f ∀o po pf p∙∀ = cte. pf ∀f ∀o po Em baixas pressões, são obtidas alterações de volume significativas com pequenas variações de pressão. Mas, quanto mais alta a pressão inicial, maior deve ser a compressão para obter-se uma mudança de volume equivalente. ∆∀ ∆∀ ∆p ∆p Sólidos têm também bastante resistência à tração volumétrica. O próprio módulo volumétrico do material também é um indicador dessa propriedade. Já os Fluidos não têm qualquer resistência à tração (pressão negativa, sucção). Se distendidos, sugados, os fluidos mudam seu volume sem oferecer praticamente qualquer oposição. Outro efeito que a aplicação de tensões volumétricas pode produzir nos sólidos e nos fluidos é a MUDANÇA DE ESTADO (FASE). Gases suficientemente comprimidos podem se liquefazer. Líquidos despressurizados (tracionados, sugados) podem gaseificar. Líquidos comprimidos podem se solidificar, se a fase sólida dessa substância tiver uma massa específica maior que a do líquido. Já sólidos comprimidos podem se liquefazer, se a fase líquida dessa substância tiver uma massa específica maior que a do sólido. Ex.: gelo sob compressão volumétrica se liquefaz. Saiba mais em: https://www.eecis.udel.edu/~portnoi/academic/academic-files/liquids.html (em 14/08/2016) É preciso destacar a incrível semelhança entre a expressão que relaciona a variação de volume com a pressão: ∆∀= ∀𝑜 ∙ 𝛾 ∙ ∆𝜃, onde γ é o coeficiente de dilatação térmica volumétrico (ou cúbico) e θ é a temperatura (em °C). ∆∀= −∀𝑜 ∙ 𝜅 ∙ ∆𝑝, com aquela que fornece a dilatação térmica volumétrica (ou cúbica) de um sólido: Digno de Nota Propriedades Elásticas dos Fluidos Propriedades Elásticas dos Fluidos ∀ = ∀( p,T ) O Volume (∀) de um fluido depende da pressão (p) e da temperatura (T, em kelvins): E como a densidade (ρ ) depende do volume então ela também é uma função da pressão e da temperatura: ρ = ρ ( p,T ) Essencialmente: ∀ ∝ 𝑇 𝑝 Especificamente: 𝜌 ∝ 𝑝 𝑇 (O símbolo “∝” significa “proporcional”.) Dependendo do seu comportamento quando se lhe modifica a pressão aplicada e/ou a temperatura a que está submetido, um fluido poderá ser classificado numa das seguintes categorias : Propriedade Classificação Pressão Incompressível ou Compressível Temperatura Dilatável ou Indilatável 2) Fluidos Compressíveis: o volume do fluido altera-se com a variação da pressão, fixada a temperatura. 𝜕∀ 𝜕𝑝 𝑇 ≠ 0 1) Fluidos Incompressíveis: o volume do fluido não se altera com o aumento da pressão, fixada a temperatura. 𝜕∀ 𝜕𝑝 𝑇 = 0 Simbolicamente: São tipicamente os líquidos, mas também podem ser gases já comprimidos ao máximo (sem condensarem). A densidade também não muda: São tipicamente os gases. A densidade então também será afetada; ela deve aumentar com o incremento da pressão: 𝜕𝜌 𝜕𝑝 𝑇 = 0 𝜕𝜌 𝜕𝑝 𝑇 ≠ 0 3) Fluidos Indilatáveis: o volume do fluido não se altera com a variação da temperatura, com a pressão fixada (consideradas temperaturas diferentes daquelas em que ocorrem mudanças de estado). 4) Fluidos Dilatáveis: o volume do fluido altera-se com a variação da temperatura, com a pressão fixada (e considerando ainda temperaturas diferentes daquelas em que acontecem as mudanças de estado). 𝜕∀ 𝜕𝑇 𝑝 = 0 𝜕∀ 𝜕𝑇 𝑝 ≠ 0 São tipicamente os líquidos. A densidade também não varia: São tipicamente os gases. A densidade obviamente também se altera; ela diminuirá com o incremento da temperatura: 𝜕𝜌 𝜕𝑇 𝑝 = 0 𝜕𝜌 𝜕𝑇 𝑝 ≠ 0 Tensões Normais Unidirecionais em Sólidos homogêneos e isotrópicosApenas os sólidos podem ser submetidos a tensões normais em uma única direção (unidirecional, uniaxial, anisotrópica) quando então apresentam um comportamento bem distinto daquele dos fluidos. Nessa direção axial, o sólido sofre uma deformação compatível com a tensão exercida(estica com a tração e contrai-se com a compressão), mas nas seções transversais as deformações serão compensatórias. Eventualmente o sólido poderá inclusive sofrer uma variação de volume. Uma tensão uniaxial não afeta o sólido por igual, uniformemente. Tração e Compressão Uniaxiais Compressão unidirecional Tração unidirecional Estricção Abaulamento Sólido Os processos experimentados pelos sólidos sob tais tensões estão representados no gráfico abaixo, conhecido como diagrama tensão-deformação, e serão detalhados em seguida . Trataremos inicialmente do comportamento dos sólidos sob a ação de tensões de tração uniaxiais. Define-se a deformação neste caso como: 𝜖 = ∆𝐿 𝐿𝑜 Lembremos que a tensão normal (tração ou compressão) é calculada por: 𝜎𝑇 = 𝐹𝑛 𝐴 (adimensional), onde Lo é o comprimento original do sólido numa dada direção e ∆L a variação no comprimento provocada pela tensão naquela mesma direção. Até certo valor de tração aplicada, o sólido se deforma mas pode recuperar seu formato original se a tensão for relaxada. Nessa etapa há, em geral ou com boa aproximação, uma relação linear (diretamente proporcional) entre a deformação sofrida pelo sólido e a tensão aplicada. O sólido segue a chamada lei de Hooke das deformações. É a chamada fase elástica, ou regime elástico ou regime transitório. Se a tensão continuar sendo aumentada, cruza-se o limite elástico, após o qual o sólido não mais recupera o tamanho original. No início deste estágio poderá haver ainda um intervalo em que a deformação continua sendo proporcional à tensão aplicada, porém, se esta prosseguir aumentando, atinge-se o limite de proporcionalidade a partir do qual a lei de Hooke não será mais aplicável. A deformação passa a ser permanente, irreversível, mesmo relaxando-se a tensão. Vale dizer que o próprio volume do objeto é alterado, pois as deformações transversais não compensam exatamente as longitudinais. Esta é a fase plástica, ou regime plástico ou regime permanente. Aumentando-se a tensão além deste ponto, alcança-se a tensão de escoamento e o patamar de escoamento, ou “região de deslizamento de discordâncias”, em que a deformação não segue mais regras. Parece mesmo que o sólido quer escoar como um fluido neste ponto. Ocorre um grande alongamento sem acréscimo de carga (tensão). Superada a fase de escoamento adentra-se à região de encruamento, onde, continuando-se com o aumento da tensão, atinge-se o limite de resistência do material, a tensão máxima que ele suporta. Desse ponto em diante entra-se na fase de encruamento não-uniforme ou fase de estricção quando ocorre o estrangulamento da área da seção transversal do material (afinamento). O limite de ruptura é a tensão em que ocorre a fratura. Repare que esta ocorre numa tensão menor que a máxima. Isto se deve justamente ao afinamento e perda de resistência do material. O sólido caminha para sua ruptura (fratura). Materiais Dúcteis ou Deformáveis são aqueles que suportam grandes deformações antes de se romperem. Materiais Frágeis são aqueles que se rompem ainda na fase elástica. Tr aç ão Deformação Nem todo material segue exatamente a sequência de passos descrita anteriormente; algumas etapas podem ser puladas ou podem ocorrer pequenos desvios daquele padrão. https://www.youtube.com/watch?v=sKBOdB0x4gk (em 13/08/2016) Ensaio de tração Veja mais em https://www.youtube.com/watch?v=6JENBM7u_i8 (em 28/08/2016) Já quando se trata compressões uniaxiais, o comportamento dos sólidos apresenta algumas diferenças em relação ao visto nos ensaios de tração, mas ainda haverá um estágio inicial em que a deformação é elástica (reversível) e linear (proporcional) com a tensão, ou seja, uma etapa em que a lei de Hooke ainda é válida. O aumento do esforço pode levar ao ingresso na fase plástica. A partir desta etapa a sequência de eventos ganha contornos próprios. Ensaios de Compressão (a) (b) Ensaios de Compressão https://www.youtube.com/watch?v=6TsqUeLjHA8 (28/02/2017) http://pt.slideshare.net/alexleal3720/aula-3-ensaios-mecnicos-e-end-ensaio-de-compresso Modos de Deformação por Compressão Seja L o comprimento longitudinal do sólido, e D sua largura transversal. Ocorre: a) Flambagem: quando L/D > 5; b) Cisalhamento: quando L/D > 2,5; c) Barril duplo: quando L/D > 2,0; d) Barril: quando L/D > 2,0 e há atrito (fricção) nas superfícies de contato; e) Compressão homogênea: quando L/D < 2,0 e não há fricção nas superfícies de contato; f) Instabilidade compressiva: quando há o amolecimento (escoamento) do material por efeito da carga. Material Dúctil Material Frágil efeito barril ruptura por cisalhamento a ≈ 45° Modos de Deformação por Compressão A compressão pode gerar uma ruptura por cisalhamento (corte), embora não tenha sido aplicada diretamente uma tensão tangencial. É que a distribuição da pressão dentro do material pode acabar fazendo com que dois planos adjacentes deslizem paralelamente em direções contrárias o que caracteriza um corte. Modos de Deformação por Compressão Flambagem ou Dobramento Livre é um fenômeno que ocorre em sólidos cuja seção transversal é muito menor que seu comprimento. Se a compressão for aplicada ao longo do eixo longitudinal, a peça verga. Modos de Deformação por Compressão É considerada uma instabilidade elástica, pois a peça pode colapsar antes de mesmo de se atingir a sua tensão de escoamento. Em materiais dúcteis, a deformação do material é diretamente proporcional à tensão aplicada durante a fase elástica, tanto no caso de compressão quanto no de tração. A relação linear entre a deformação e a tensão é intermediada pelo chamado módulo de Young (Y ) ou módulo de elasticidade (E), que corresponde à resistência do material à deformação por tensões uniaxiais: 𝜎 = 𝑌 ∙ 𝜖 O módulo de Young tem então a dimensão de pressão (Pa, psi, psf, kgf/m2, etc.), já que a deformação ϵ é adimensional. Esta é a lei de Hooke para tensões uniaxiais. Quanto maior este módulo, maior é a resistência do material às tensões normais. Lei de Hooke das Tensões O gráfico abaixo exemplifica como o módulo de Young é medido para cada material a partir de seu diagrama tensão-deformação. Valores aproximados do módulo de Young ou módulo de elasticidade Material Y (em GPa) Aço Carbono 190 a 200 Alumínio 70 Bronze 90 Chumbo 15 Cobre 100 a 120 Estanho 40 a 50 Ferro Forjado 180 a 200 Ferro Fundido 85 a 100 Latão 90 Ouro 78 Tungstênio 360 Vidro 50 Exemplo de aplicação da lei de Hooke. Extraído de “Física – vol. 1b”, 2ª ed., 1984; de Paul A. Tipler; Ed. Guanabara Dois, pág. 362. Uma carga de 500 kg está suspensa num cabo de aço com 3 m de comprimento, e com área de seção transversal de 0,15 cm2. Qual será a elongação (distensão) sofrida pelo cabo? Resolução: O peso da carga é transmitido pelo cabo até a viga de sustentação exercendo uma tração sobre esta. A viga reage e aplica, através do cabo, uma tração de mesmaintensidade mas sentido oposto que sustenta a carga. Este esquema está bastante simplificado pois não estamos considerando o peso do próprio cabo. T –T –G Usamos este valor para obter a tensão de tração que será aplicada no cabo: 𝜎𝑇 = 𝐹𝑛 𝐴 = 𝑇 𝐴 = 5000 𝑁 0,15 × 10−4 𝑚2 ⟹ 𝜎𝑇 = 3,33 × 10 8 𝑁/𝑚2 T = mg = (500 kg)(10 m/s2) ⟹ T = 5000 N 𝐹𝑖 = 0 ⟹ 𝑇 − 𝐺 = 0 ⟹ 𝑇 = 𝐺 Como a carga está em equilíbrio estático, então: Sabendo que o módulo de Young do aço é da ordem de 190 × 109 N/m2 , podemos obter a deformação do cabo: 𝜎𝑇 = 𝑌 ∙ 𝜖 ⟹ 𝜖 = 𝜎𝑇 𝑌 ⟹ 𝜖 = 3,33 × 108 𝑁/𝑚2 190 × 109 𝑁/𝑚2 ⟹ 𝜖 = 1,75 × 10−3 Agora: 𝜖 = ∆𝐿 𝐿 ⟹ ∆𝐿 = 𝜖 ∙ 𝐿 ⟹ ∆𝐿 = (1,75 × 10−3)∙(3 m) ⟹ ∆𝐿 = 5,25 × 10−3 𝑚 ⟹ ∆𝐿 = 5,25 𝑚𝑚 ⟹ ∆𝐿 = 0,525 𝑐𝑚 Portanto, o cabo esticará pouco mais de 0,5 cm. Até que é bastante, não? Robert Hooke (inglês, 1635 – 1703) Thomas Young médico e físico (inglês, 1773 – 1829) Os materiais porosos (agregados) não têm o comportamento simétrico sob tensões de tração e de compressão dos materiais dúcteis. É por isso que na construção civil o concreto é associado ao aço ou ferro pois esses metais são extremamente resistentes à tração. A combinação dos dois materiais – concreto com aço ou ferro – confere à estrutura as vantagens de ambos (“ a união faz a força”). Exemplo: concreto; ele é cerca de 10 vezes mais resistente à compressão do que à tração. Durante a fase elástica, as deformações transversais compensatórias, sofridas por um sólido submetido a tensões axiais, não são aleatórias . Elas estão correlacionadas com as deformações longitudinais. Lo xo Coeficiente, Relação ou Razão de Poisson Lo xo Compressão Tração Durante a fase elástica, as deformações transversais compensatórias, sofridas por um sólido submetido a tensões axiais, não são aleatórias . Elas estão correlacionadas com as deformações longitudinais. Lo Lf xo xf Coeficiente, Relação ou Razão de Poisson ∆𝐿 = 𝐿𝑓 − 𝐿𝑜 ∆𝑥 = 𝑥𝑓 − 𝑥𝑜 Lo Lf xo xf Compressão Tração O coeficiente de Poisson (ν) estabelece a conexão entre essas deformações complementares: 𝜈 = − 𝜖𝑇 𝜖𝐿 onde: ϵT é a deformação transversal ∆𝑥 𝑥𝑜 ou ∆𝑦 𝑦𝑜 ou ∆∅ ∅𝑜 , com ∅ = diâmetro; ϵL é a deformação longitudinal ∆𝑧 𝑧𝑜 ou ∆𝐿 𝐿𝑜 . Lembrando que essas deformações, assim definidas, são adimensionais. O sinal negativo é colocado para garantir que o coeficiente seja um número positivo, já que as deformações têm sentidos opostos (um sólido tracionado alonga-se longitudinalmente, mas contrai-se lateralmente; e vice-versa). (adimensional) Cada material tem seu coeficiente de Poisson característico, portanto, é possível determinar o tamanho da deformação numa dada direção a partir do valor da variação noutro eixo: 𝜈 = − 𝜖𝑇 𝜖𝐿 ⟹ 𝜖𝑇 = −𝜈 ∙ 𝜖𝐿 A variação de volume (∆∀) sofrida por um sólido submetido a uma tensão axial pode ser determinada a partir de sua deformação nesse eixo e do seu coeficiente de Poisson, através da expressão (que não será demonstrada aqui): ∆∀ ∀𝑜 = 𝜖𝐿 ∙ (1 − 2𝜈) Coeficientes de Poisson Material 𝝂 Alumínio 0,33 Aço 0,30 Cobre 0,34 Magnésio 0,29 Níquel 0,31 Titânio 0,34 Pela tabela observa-se, por exemplo, que a deformação transversal do aço corresponde a 30% de sua deformação longitudinal. E assim por diante. Fontes: 1) https://pt.wikipedia.org/wiki/Coeficiente_de_Poisson (20/02/2017) 2) “Física – Fundamentos e Aplicações – vol. 2”; R. M. Eisberg & L. S. Lerner; Ed. McGraw-Hill, 1983. Exemplo: No cabo de aço anteriormente proposto com área transversal de 0,15 cm2 e 3 m de extensão, determinou-se uma distensão de 0,525 cm quando ele sustenta uma carga de 500 kg. 𝜖𝐿 = 1,75 × 10 −3 Portanto: 𝜖𝑇 = −𝜈 ∙ 𝜖𝐿 ⟹ 𝜖𝑇 = −(0,30) ∙ (1,75 × 10 −3) ⟹ 𝜖𝑇 = −5,25 × 10 −4 Lembrando que o sinal negativo apenas indica que esta deformação tem sentido oposto ao da distensão. Antes é preciso lembrar que obtivemos uma deformação longitudinal de Podemos calcular agora qual será a deformação diametral desse cabo correspondente àquela distensão, através do coeficiente de Poisson do aço (ν = 0,30). Agora, como a seção transversal é circular, temos: 𝜖𝑇 = ∆∅ ∅𝑜 Precisaremos determinar o diâmetro inicial da seção (∅o), através do valor da área: 𝐴 = 𝜋 ∙ 𝑟𝑜 2 ⟹ ∆𝑟 = 𝜖𝑇∙ ∅𝑜, ⟹ ∅𝑜 2 = 4𝐴 𝜋 ⟹ ∅𝑜 = 4𝐴 𝜋 ⟹ ∅𝑜 = 4 ∙ (0,15 𝑐𝑚2) 𝜋 ⟹ ∅𝑜 = 0,44 𝑐𝑚 Finalmente: ∆∅ = 𝜖𝑇 ∙ ∅𝑜 = (−5,25 × 10 −4) ∙ (0,44 𝑐𝑚) ⟹ ∆∅ = −0,00023 𝑐𝑚 ⟹ ∆∅ = −0,0023 𝑚𝑚 Ou seja, esse cabo, com essa carga, sofre uma contração diametral insignificante. ⟹ 𝐴 = 𝜋 ∙ ∅𝑜 2 2 ⟹ 𝐴 = 𝜋 4 ∙ ∅𝑜 2 Siméon-Denis Poisson, matemático e físico (francês, 1781 – 1840) Molas – Lei de Hooke As molas são objetos sólidos confeccionados de tal forma a minimizarem as suas deformações transversais quando submetidos a esforços axiais, desde que dentro do limite elástico. Ou seja, têm coeficiente de Poisson nulo ou extremamente pequeno. Submetidas a tensões axiais, as molas contrapõe uma força restauradora que busca recompô-las ao seu tamanho original. Esta é a chamada força elástica (Felástica). A lei de Hooke foi originalmente concebida para demonstrar que a intensidade dessa força é diretamente proporcional à deformação sofrida pela mola (desde que não se adentre na fase plástica): ∆L é a deformação longitudinal experimentada pela mola, e K é a sua constante elástica. O sinal negativo aparece para lembrar que o sentido da força é sempre contrário ao da deformação (se a mola é comprimida, a força elástica aparece no sentido de esticar a peça; e vice-versa). 𝐹𝑒𝑙á𝑠𝑡𝑖𝑐𝑎 = −𝐾 ∙ ∆𝐿 K ∆L (contração; ∆L < 0) ∆L (distensão; ∆L > 0) A constante elástica K é uma propriedade característica da mola. Sua dimensão é [F/L], e suas unidades de medida são então: N/m; dyn/cm; kfgf/m; pdl/ft; lbf/ft. A constante elástica de uma mola é determinada por uma série de fatores que entram em sua fabricação, conforme mostra a expressão a seguir: 𝐾 = 𝐺 ∙ 𝑑4 8 ∙ 𝑛 ∙ 𝐷3 onde: G é o módulo de cisalhamento (rigidez) do material usado; d é o diâmetro do fio; n é o número de espiras; D é o diâmetro interno médio da mola. Fonte: “Manual de Laboratório de Física”; de Abrahão Timoner, Felix S. Majorana e Waldemar Hazoff; Ed. Edgard Blücher; 1973; pág. 123. Um tipo de esforço que também só é possível aplicar em corpos sólidos é o de FLEXÃO. FLEXÃO é o estágio elástico, reversível, do esforço. DOBRAMENTO é o estágio plástico, irreversível. Flexão No lado em que se aplica a força aparece uma tensão de compressão; no lado contrário há uma tensão de tração. Isto gera a deformação característica desta solicitação. Compressão Tração Na flexão o sólido fica submetido simultaneamente à tração e à compressão. Extraído de https://www.youtube.com/watch?v=JR3bJzJk30s (em 23/08/2016) Ruptura por Flexão Quando golpeado dessa forma, esse material (concreto, granito, cerâmica,materiais porosos enfim) sofre uma flexão e se rompe inicialmente na parte inferior por ser menos resistente à tração. Comportamento da matéria sob a ação de tensões tangenciais (cisalhamento) Cisalhamento é o fenômeno de deformação ao qual um corpo está sujeito quando as forças que sobre ele atuam provocam um deslocamento em planos paralelos, mantendo-se, porém, o volume constante. F F Tensão de cisalhamento, tensão tangencial, ou ainda tensão de corte ou tensão cortante é aquela gerada por forças aplicadas no material em direções semelhantes, em sentidos iguais ou opostos, e não necessariamente com a mesma intensidade. Esta solicitação tende a cortar o corpo, o que corresponde ao deslocamento paralelo, em sentidos opostos, de duas seções contíguas (semelhante ao corte de uma tesoura ou guilhotina). O termo cisalhamento vem exatamente de “cisão” = separar, romper, quebrar, cortar. O movimento relativo entre duas superfícies rugosas, paralelamente uma à outra, gera uma força de cisalhamento: a força de atrito sólido cinético. Mesmo quando as duas superfícies sólidas apenas tentam se mover uma em relação à outra, já aparece uma força cisalhante: a força de atrito sólido estático. Esta última é a força responsável por permitir que os seres humanos e os animais, bem como os veículos terrestres, se locomovam. Efeitos da Força de Cisalhamento sobre Sólidos Os estágios seguidos são equivalentes àqueles observados para a tração/compressão. Base fixa Efeitos da Força de Cisalhamento sobre Sólidos Ft Base fixa Efeitos da Força de Cisalhamento sobre Sólidos Aplicando uma força cisalhante ao sólido Deformação por cisalhamento Ft Base fixa Efeitos da Força de Cisalhamento sobre Sólidos Aplicando uma força cisalhante ao sólido, podemos ter uma... Ft Se a força for removida Efeitos da Força de Cisalhamento sobre Sólidos Deformação Elástica: Reversível, Transitória. Regime Elástico Se a força for removida e o sólido retornar ao formato original, tivemos uma Efeitos da Força de Cisalhamento sobre Sólidos Ft 𝜑 𝝉 = 𝑭𝒕 𝑨 = 𝑮.𝝋, onde G é o módulo de cisalhamento, ou módulo de rigidez, ou módulo de elasticidade transversal, ou módulo transversal ou módulo de torção do material. Tensão de Cisalhamento: No Regime Elástico Efeitos da Força de Cisalhamento sobre Sólidos Deformação Módulos de cisalhamento (rigidez) aproximados Material G (em GPa) Aço 75,8 Cobre 63,4 Titânio 41,4 Vidro 26,2 Alumínio 25,5 Polietileno 0,117 Borracha 0,0003 Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%B3dulo_de_cisalhamento (20/02/2017) Ft Mas, se a força for retirada, Efeitos da Força de Cisalhamento sobre Sólidos ...Deformação Plástica: Permanente, Irreversível. Regime Plástico Mas, se a força for retirada, e o sólido NÃO retornar ao formato original, temos uma... Efeitos da Força de Cisalhamento sobre Sólidos Ft Se a força for aumentada além do limite plástico podemos ter a... Efeitos da Força de Cisalhamento sobre Sólidos ...Ruptura/Fratura do material. Se a força for aumentada além do limite plástico podemos ter a... Ft Efeitos da Força de Cisalhamento sobre Sólidos Extraído de https://www.youtube.com/watch?v=Zj8og4R_P1o (em 20/08/2016) Cisalhamento pode ser mesmo um problema! A TORÇÃO corresponde a um cisalhamento no qual as forças tangenciais são aplicadas a uma certa distância do eixo gerando o Momento Torsor. Saiba mais em http://slideplayer.com.br/slide/353808/ F F Torção Base fixa Base fixa Torção é um Cisalhamento Cilindro Superfície do cilindro Demonstração Base fixa φ F F Torção é um Cisalhamento Cilindro Superfície do cilindro Demonstração φ φ é o ângulo de torção φ também é um ângulo de cisalhamento Fraturas típicas por Torção Material Frágil Material Dúctil Saiba mais em http://pt.slideshare.net/EltonRicardo/ensaio-de-toro (em 29/08/2016) Fratura helicoidal. Fratura perpendicular ao eixo longitudinal. Saiba mais sobre a Torção em: https://www.youtube.com/watch?v=ueT4LAVp46I (acessado em 23/08/2016) Mas tome alguns cuidados com esse vídeo: 1) Nele é dito que o ensaio de torção está associado ao de tração. Isto não traz qualquer prejuízo ao ponto que se quer explicar, mas tenha claro que, na verdade, a torção é uma forma de cisalhamento. De qualquer forma, o comportamento dos materiais sob cisalhamento é idêntico àquele sob tração. 2) Quando se fala sobre os tipos de fraturas que os materiais sofrem sob torção, o narrador fala uma coisa mas as figuras mostradas são outras. O narrador está correto e as figuras estão erradas. Na figura em que aparecer escrito “Dúctil” leia “Frágil”, e vice-versa. Compare com os desenhos mostrados na transparência anterior desta apresentação. Fadiga do material Deformação permanente ou ruptura que ocorre após uma peça ou estrutura sofrer uma repetição de tensões e relaxações, mesmo que elas nunca ultrapassem o limite elástico, seja em ensaios ou em condições normais de uso. A sequência de deformações e restaurações, mesmo sendo elásticas, acabam desgastando o material. Saiba mais em https://www.youtube.com/watch?v=gnbB-l1BiK4 (em 28/08/2016) Resumindo Tensões uniaxiais em materiais sólidos Lembremos que: 1) a Flexão é uma combinação simultânea de Compressão e Tração; 2) a Torção é um caso especial de Cisalhamento. Sob ação de uma tensão normal uniaxial ou de uma tensão de cisalhamento crescentes, um corpo rígido (sólido) deforma-se progressivamente de maneira reversível (regime elástico), depois permanentemente (regime plástico) até sofrer ruptura. Comparativo entre módulos de deformação de alguns materiais Material Y (GPa) (Elasticidade) G (GPa) (Cisalhamento) B (GPa) (Volumétrico) Aço 200 76 180 Água – – 2,06 Alumínio 70 25,5 74,6 Chumbo 16 5,6 50 Cobre 110 63,4 131 Ferro 190 70 100 Latão 90 36 61 Mercúrio – – 27 Tungstênio 360 150 100 Existem ainda duas outras propriedades dos sólidos que não serão abordadas em detalhes aqui por não terem equivalente nos fluidos. São elas: a) a Dureza: a resistência à abrasão (desgaste, risco) ou à perfuração; b) a Tenacidade: a resistência ao impacto, ao choque. Dureza https://www.youtube.com/watch?v=r8eZ-EnZeFI https://www.youtube.com/watch?v=FzHHzN6YqJ0 https://www.youtube.com/watch?v=bDPGlVwd7Mc Tenacidade https://www.youtube.com/watch?v=GirrGcJSb_0&t=4s Acessados em 03/02/2017 Se quiser ter mais detalhes veja: A reação dos Fluidos às tensões tangenciais (cisalhamento) é completamente diferente daquela dos sólidos. Efeitos da Tensão de Cisalhamento sobre Fluidos Para este estudo precisaremos introduzir inicialmente um instrumento específico e destacar uma propriedade típica dos fluidos. Experimento das Duas Placas Montagem experimental clássica para estudos da viscosidade e dos efeitos da tensão de cisalhamento em fluidos. Placa móvel Placa fixa Fluido O fluido está inicialmente estático, ou seja, não sofreo efeito de quaisquer tensões que possam forçar a sua movimentação. Experimento das Duas Placas Placa fixa Placa móvel Fluido Princípio da Aderência (ou do Não Deslizamento, ou do Não Escorregamento) A camada de fluido em contato direto e imediato com uma superfície sólida adquire a mesma velocidade desse objeto. vplaca sup. > 0 vfluido sup. = vplaca sup. vfluido inf. = 0 vplaca inf. = 0 Placa móvel Placa fixa Fluido vplaca sup. > 0 vfluido sup.= vplaca sup. vfluido inf. = 0 vplaca inf. = 0 Princípio da Aderência Placa móvel Placa fixa Fluido Princípio da Aderência: Comprovação Experimental Esta demonstração comprova a ação de forças que arrastam o fluido no sentido do movimento de um objeto. O fluido pode ser considerado como composto por lâminas paralelas ao objeto, cada uma deslizando sobre as vizinhas, sendo arrastada pela mais veloz e arrastando a mais lenta. Isto também vale para fluidos gasosos. O vídeo a seguir é mais uma demonstração deste princípio. Ele comprova que um fluido em contato com um objeto imóvel também permanece estático. Princípio da Aderência: Comprovação Experimental https://www.youtube.com/watch?v=cUTkqZeiMow (31/01/2017) Princípio da Aderência: Comprovação Experimental vplaca sup. vfluido sup. vplaca inf. = 0 𝑭𝒑𝒓𝒐𝒑 vfluido inf. = 0 𝑭𝒕 𝑭𝒑𝒓𝒐𝒑 é a força propulsora que impele a placa superior. 𝑭𝒕 é a força de cisalhamento (arrasto) exercida pela placa sobre o fluido. Placa móvel Placa fixa Fluido A placa móvel, ao ser impelida por uma força Fprop, passa a arrastar a camada de fluido adjacente conforme estipula o princípio da aderência. Tensão de Cisalhamento sobre Fluidos vfluido inf. = 0 vplaca inf. = 0 vfluido sup. Placa móvel Placa fixa Fluido vplaca sup. 𝑭𝒑𝒓𝒐𝒑 𝑭𝒕 O fluido deforma-se, mas não todo de uma vez e nem por igual, e sim progressivamente, camada por camada, uma após a outra. Portanto, o fluido passa a ser cisalhado pela placa, mas as camadas subsequentes não são afetadas com a mesma intensidade e nem simultaneamente. O efeito propaga-se pouco a pouco. Placa móvel Placa fixa Podemos considerar o fluido como uma sucessão de camadas (lâminas), cada qual sendo cisalhada pela camada imediatamente acima e arrastando a camada logo abaixo, que, devido às forças de coesão, resiste aplicando uma força contrária (uma força de atrito interno, viscoso). Com isso a ação original vai-se atenuando conforme se aprofunda no fluido. Quanto maior essa coesão (viscosidade) mais rapidamente o cisalhamento inicial se enfraquece. vplaca sup. F2 F1 – F2 𝑭𝒑𝒓𝒐𝒑 Portanto, o efeito de uma tensão de cisalhamento aplicada ao fluido não se transmite de maneira uniforme e instantânea a todos os seus pontos, diferente de uma tensão de compressão (pressão) que segue o princípio de Pascal. O vídeo a seguir procurar ilustrar essa diferença de movimento entre as camadas de um fluido. https://www.youtube.com/watch?v=qF8UT60bkcM (31/01/2017) Deformação desigual O cisalhamento em um fluido estabelece uma distribuição de velocidades entre suas camadas: aquela em contato com a placa móvel adquire a velocidade desta, enquanto a camada em contato com a placa fixa permanecerá imóvel. As demais camadas adquirem valores de velocidade intermediários entre esses dois extremos. vplaca sup. v = 0 y A velocidade do fluido é, portanto, uma função da altura y. Esta distribuição é chamada de perfil de velocidades, resultante de um gradiente (gradação) delas. vplaca sup. vplaca sup. vplaca sup. y Perfil de Velocidades no experimento das duas placas v = 0 v = 0 A distribuição exata dessas velocidades depende da viscosidade do fluido. A principal diferença de comportamento entre um fluido e um sólido quando submetidos a uma tensão de cisalhamento é: A deformação de um fluido por cisalhamento é contínua, ininterrupta (sem ruptura) e reversível. O vídeo a seguir demonstra estas particularidades dos fluidos. https://www.youtube.com/watch?v=_dbnH-BBSNo (em outubro/2015) Pigmentos alimentícios coloridos em xarope de milho (grande viscosidade). Fluxo laminar reverso. As deformações em fluidos são reversíveis. Contudo, é preciso alertar que a reversibilidade só estará garantida se a velocidade dos objetos cisalhantes, e também a dos fluidos, não ultrapassar certos limites vinculados à sua própria viscosidade: quanto maior esta, maior será a velocidade permitida. Se tais limites são transpostos, pode ocorrer o fenômeno de TURBULÊNCIA (agitação) que representa para os fluidos o mesmo que a fase plástica para um sólido: deformação permanente. No caso dos fluidos, uma impossibilidade de retornar à condição anterior. Já a integridade dos fluidos será sempre preservada. Não existe o equivalente a rupturas, pois os fluidos, mesmo sendo agitados, acabam se regenerando. Quando submetido a uma tensão de cisalhamento, por menor que ela seja, qualquer fluido sofrerá deformação contínua, indefinida e reversível (respeitados os parâmetros já discutidos). Efeitos da Tensão de Cisalhamento sobre Fluidos Portanto, temos uma nova definição para um fluido estático: é aquele que não está submetido a tensões de cisalhamento. Os valores e o perfil de velocidades de escoamento dependem da VISCOSIDADE do fluido. Um fluido submetido a uma tensão de cisalhamento nunca permanecerá estático. Conclusão É a resistência do fluido a deformações por cisalhamento, ou seja, é a resistência do fluido ao escoamento. A viscosidade também representa a resistência do fluido ao movimento de objetos sólidos através dele, pois isto também corresponde a um cisalhamento (corte) no fluido. Portanto, quanto mais viscoso um fluido, menor é a sua deformação e mais lento é o seu escoamento. Viscosidade ou Atrito Interno A viscosidade é um efeito das forças de coesão intermoleculares do fluido. O esforço realizado sobre o fluido é atenuado pelos atritos internos entre as diferentes camadas da substância, dificultando a transmissão de quantidade de movimento pelo material e dissipando assim a energia cinética, convertendo-a em energia potencial elástica (deformação) e/ou em energia térmica. Fluidos com viscosidades distintas A viscosidade de um fluido é função da temperatura. Nos líquidos a viscosidade é diretamente proporcional à força de atração entre as moléculas e, portanto, ela diminui quando a temperatura aumenta. Isto ocorre porque as moléculas dos líquidos começam a se afastar com o incremento de sua energia térmica o que reduz a intensidade de suas forças de coesão. Nos gases a viscosidade é diretamente proporcional à energia cinética das moléculas e, portanto, ela aumenta com a elevação da temperatura. Com o incremento da energia térmica, as moléculas do gás ficam mais agitadas e o número de colisões entre elas se amplifica o que torna sua mobilidade mais difícil. Líquido viscoso em diferentes condições de temperatura Quanto mais frio, mais viscoso Lei de Newton da Viscosidade Determina como é exatamente a relação entre a tensão cisalhante e a deformação por ela produzida num fluido. ε é a espessura total da camada de fluido Para cada deslocamento dyhá uma corresponde variação dv na velocidade do fluido. Portanto, há um gradiente de velocidades na direção y nesse fluido: 𝒅v 𝒅𝒚 O efeito da tensão de cisalhamento sofre o fluido é o de produzir esse gradiente de velocidades. Lei de Newton da Viscosidade No experimento das duas placas, dado um perfil de velocidades qualquer, teremos: Isaac Newton constatou que esse gradiente de velocidades é diretamente proporcional à tensão de cisalhamento aplicada à placa móvel: 𝜏 = 𝜇 ∙ 𝑑v 𝑑𝑦 , 𝜏 ∝ 𝑑v 𝑑𝑦 , Assim, para permitir cálculos, foi introduzido o coeficiente de VISCOSIDADE DINÂMICA ou ABSOLUTA (μ) do fluido: A proporção exata entre as duas grandezas variava de fluido para fluido, ou seja, ela é dependente da viscosidade do fluido. Relação linear entre tensão de cisalhamento e taxa de deformação Notar a dependência da viscosidade com a temperatura para a água. Aproximação Linear da Lei de Newton da Viscosidade Há vários perfis de velocidade possíveis de o fluido adquirir quando lhe é aplicado uma tensão de cisalhamento. Para simplificar, consideraremos que nosso fluido adquiriu um perfil de velocidades linear, ou seja, a velocidade é diretamente proporcional à altura y. Neste caso, a velocidade em função da altura y é dada pela expressão: v(𝑦) = v𝑚á𝑥 𝜀 ∙ 𝑦 Esta aproximação é válida quando a espessura total da camada de fluido (ε ) é pequena. Dessa forma, teremos: 𝑑v 𝑑𝑦 = 𝑑 𝑑𝑦 v𝑚á𝑥 𝜀 ∙ 𝑦 = v𝑚á𝑥 𝜀 Então, a expressão da lei de Newton para a tensão de cisalhamento em função da viscosidade assumirá o seguinte formato: 𝜏 = 𝜇 ∙ 𝑑v 𝑑𝑦 ⟹ 𝜏 = 𝜇 ∙ v𝑚á𝑥 𝜀 Esta é a lei de Newton para viscosidade quando o perfil de velocidades for linear (ε pequeno). Uma importante conclusão é que: 𝜏 = 𝜇 ∙ v𝑚á𝑥 𝜀 𝝉 = 𝑭𝒕 𝑨 e ⟹ 𝐹𝑡 𝐴 = 𝜇 ∙ v𝑚á𝑥 𝜀 ⟹ 𝐹𝑡= 𝜇 ∙ v𝑚á𝑥 ∙ 𝐴 𝜀 Faremos agora uma análise dimensional para determinar as unidades da VISCOSIDADE ABSOLUTA. 𝜏 = 𝜇 ∙ v𝑚á𝑥 𝜀 ⟹ 𝜇 = 𝜏 ∙ 𝜀 v𝑚á𝑥 Teremos então: 𝜇 = 𝜏 ∙ [𝜀] [v𝑚á𝑥] Agora, na base FLT : 𝜏 = 𝐹 𝐿2 ; 𝜀 = 𝐿; v𝑚á𝑥 = 𝐿 𝑇 ; Como: Portanto: 𝜇 = 𝐹. 𝐿 𝐿2 ∙ 𝐿 𝑇 ⟹ 𝜇 = 𝐹. 𝑇 𝐿2 ** Em homenagem ao médico e físico francês Poiseuille. Fatores de conversão: 1 dina = 10—5 N 1 cm2 = 10—4 m2 Então: 1 P = 1 dina.s/cm2 = 10—5 N.s/(10—4 m2) = 10—1 N.s/ m2 Portanto: 1 P = 0,1 N.s/m2 Em muitos exercícios usa-se a unidade centiPoise (cP) = 10—2 P = 10—3 N.s/m2 Unidades de viscosidade absoluta (μ) Sistema Unidade SI (MKS) N.s/m2 = Pa.s CGS dina.s/cm2 = poise (P)** MK*S ou MKgfS kgf.s/m2 Absoluto britânico pdl.s/ft2 Gravitacional britânico lbf.s/ft2 Agora: 1 kgf = 9,8 N Então: 1 kgf.s/m2 = 9,8 N.s/m2 𝜇 = 𝐹. 𝑇 𝐿2 Isaac Newton inglês, 1643 - 1727 Jean-Louis-Marie Poiseuille (francês, 1797 – 1869) A placa em movimento arrasta o fluido aderido, ou seja, aplica-lhe uma força de cisalhamento. Força de Atrito Viscoso, ou Força de Resistência Viscosa , ou Força Viscosa No entanto, a 3ª. lei de Newton está sempre presente, então o fluido reage a esse arrasto e aplica na placa uma força de igual intensidade mas sentido contrário. As forças de coesão procuram dificultar o arrasto do fluido e, como ele está aderido à placa, acabam contendo também o movimento dela. Esta força de reação exercida pelo fluido sobre a placa é chamada de Força de Atrito Viscoso (Fat.visc, ou Fvisc, ou simplesmente Fv), ou Força de Resistência Viscosa ou apenas Força Viscosa (Fμ ). v ≠ 0 v ≠ 0 vplaca inf. = 0 𝑭𝒕 𝑭𝐯 vfluido inf. = 0 𝑭𝐯 = 𝑭𝒕 = 𝝁 ∙ v ∙ 𝑨 𝜺 Como já dito, ela tem exatamente a mesma intensidade da força de arrasto aplicada pela placa sobre o fluido: Supondo que a placa móvel esteja inicialmente em repouso e que se lhe aplique uma força propulsora/motriz (Fprop) constante, ela então acelera e o fluido aderido passa a ser acelerado conjuntamente. Como a força de arrasto sobre o fluido aumenta com a velocidade da placa, então cresce também a força viscosa, a reação do fluido. v crescente v crescente vplaca inf. = 0 𝑭𝒑𝒓𝒐𝒑 𝑭𝒕 crescente vfluido inf. = 0 𝑭𝐯 crescente 𝑭𝒊,𝒑𝒍𝒂𝒄𝒂 = 𝟎 ⟹ 𝑭𝒑𝒓𝒐𝒑 − 𝑭𝐯 = 𝟎 ⟹ 𝑭𝒑𝒓𝒐𝒑 = 𝑭𝐯 onde, 𝑭𝐯 = 𝑭𝒕 = 𝝁 ∙ v𝒐 ∙ 𝑨 𝜺 vo vo vplaca inf. = 0 𝑭𝒑𝒓𝒐𝒑 𝑭𝒕 𝑭𝐯 vfluido inf. = 0 Após um certo tempo verifica-se que a placa para de acelerar e passa a mover-se com velocidade constante. Isto ocorre porque num determinado momento, a força viscosa iguala a força propulsora, ou seja: 𝑭𝒊,𝒑𝒍𝒂𝒄𝒂 = 𝟎 Equilíbrio Dinâmico; v = vo = constante ⟺ a = 0 Viscosidade Cinemática (ν ) A massa (m) mede a inércia de um objeto, a sua resistência a mudar de velocidade. Para lidar com os fluidos é melhor usar a sua massa específica: 𝜌 = 𝑚 ∀ Os efeitos da viscosidade em si mesma são mais destacados quando se desconta a influência da inércia do fluido, ou seja, quanto menor for sua densidade maior a importância da sua viscosidade na resistência ao escoamento, e vice-versa. Pode sempre pairar uma dúvida se a resistência de um fluido a escoar é devida exclusivamente à sua viscosidade ou se há também alguma influência de sua densidade (mais massa, maior inércia). Para eliminar essa ambiguidade define-se então a viscosidade cinemática (𝜈 ) como a relação entre viscosidade absoluta do fluido e sua massa específica: 𝜈 = Viscosidade Absoluta (𝜇) Massa Específica (𝜌) ⟹ 𝜈 = 𝜇 𝜌 ⟹ 𝜈 = 𝐿2/𝑇 Análise Dimensional: 𝜇 = FT/𝐿2 𝜈 = 𝜇 𝜌 ⟹ [𝜈] = [𝜇] [𝜌] Na base FLT: [𝜌] = [𝑚] [∀] ⟹ 𝜌 = 𝐹𝑇2/𝐿 𝐿3 ⟹ 𝜌 = 𝐹𝑇2 𝐿4 Portanto: 𝜈 = 𝐹𝑇/𝐿2 𝐹𝑇2/𝐿4 Esta grandeza é chamada de Viscosidade Cinemática justamente porque sua dimensão não depende de qualquer grandeza dinâmica (massa ou força). Sistema Unidade SI (MKS) m2/s CGS cm2/s = stoke (St)** MK*S ou MKgfS m2/s Absoluto britânico ft2/s Gravitacional britânico ft2/s Unidades de ν **Homenagem ao matemático e físico irlandês George Stokes. Fatores de conversão: 𝜈 = 𝐿2/𝑇 Costuma-se usar bastante a unidade centiStoke (cSt) = 10—2 St 1 St = 1 cm2/s = 10—4 m2/s George Gabriel Stokes matemático e físico (irlandês, 1819 – 1903) 1) Apostila de “Tecnologia dos Materiais”, profa. Msc. Keli Vanessa Salvador Damin; Instituto Federal de Santa Catarina, Chapecó/SC. http://professores.chapeco.ifsc.edu.br/keli/ (em setembro/2016) Bibliografia 2) Curso de “Mecânica dos Fluidos – Dinâmica” http://www.if.ufrgs.br/cref/werlang/aula5.htm (Home: http://www.if.ufrgs.br/cref/werlang/aulas.htm) 3) Apostila – “Mecânica dos Fluidos” – do Prof. Eduardo Loureiro http://eduloureiro.dominiotemporario.com/doc/mfaula1.pdf (em setembro/2015) 4) “Fenômenos de Transporte I – Aula Teórica 05”; profa. Érica Cristine; Curso Engenharia Ambiental e de Alimentos; Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar; Unidade Acadêmica de Ciências e Tecnologia Ambiental; Universidade Federal de CampinaGrande/PB. www.hidro.ufcg.edu.br/twiki/pub/FTEletrica0/MaterialDisciplina/Aula05.pptx (em setembro/2015) 5) Apostila “Fenômenos de Transporte”, da profa. Mara Nilza Estanislau Reis, PUC-Minas, 2008. http://netulio.weebly.com/uploads/9/0/6/6/9066781/apostila-ft-2008-pucmg.pdf (em setembro/2015) 6) Anotações de Aula “Mecânica dos Fluidos 2”, de ALEX MAURÍCIO ARAÚJO, UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS (CTG), DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA (DEMEC) https://www.ufpe.br/ldpflu/capitulo1.pdf e https://www.ufpe.br/ldpflu/capitulo2.pdf (em setembro/2015) 7) Apostila de “Mecânica dos Fluidos”, da Profa. Maria Helena Rodrigues Gomes, Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Faculdade de Engenharia da UFJF http://www.ufjf.br/engsanitariaeambiental/files/2012/09/Apostila-de-Mec%C3%A2nica- dos-Fluidos.pdf (em setembro/2015) 8) SANTOS, T. C. & FERREIRA, P.J.G.; Fenômenos de Transportes - Notas de aulas e Exercícios, 2014. 9) “Dinâmica dos Fluidos” – Notas de aulas e exercícios; Prof. Eng. Dr. Paulo Sérgio Germano Carvalho, Ed. Catálise-São Paulo, 2012.
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