Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
* MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE AGRONOMIA “ELISEU MACIEL” DISCIPLINA DE MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS Prof.: Jesus Juares Oliveira Pinto * PLANTAS DANINHAS PLANTA DANINHA X PLANTA CULTIVADA; 10.000 ANOS – DOMESTICAÇÃO DA PLANTA CULTIVADA (PC); PERDA DA AGRESSIVIDADE DA PC. SURGIMENTO * Identificação das plantas daninhas; Conhecer sua biologia; Conhecer seus hábitos; Conhecer seus riscos. É FUNDAMENTAL: Definir a estratégia mais eficiente e econômica para seu controle ou erradicação. ESTUDO DAS PLANTAS DANINHAS * PLANTAS INVASORAS (?) X SINONIMIA Plantas daninhas. Plantas ruderais; Plantas silvestres; Mato; Inço; Ervas daninhas/herbácea; * CONCEITO ...“ORGANISMOS VEGETAIS QUE INTERFEREM ECONOMICAMENTE COM AS ATIVIDADES HUMANAS...” (VIDAL & MEROTTO, 2001) “PLANTA QUE SE ENCONTRA FORA DO LUGAR” PLANTAS DANINHAS * ... “TODA E QUALQUER PLANTA QUE OCORRE ONDE NÃO É DESEJADA...” ...“BASEADO NA INDESEJABILIDADE EM RELAÇÃO A UMA ATITUDE HUMANA...” PLANTAS DANINHAS CONCEITO * COMUNS; VERDADEIRAS. TIPOS DE PLANTAS DANINHAS * Plantas eventuais, esporádicas. “...Não possuem habilidade de sobreviver em condições adversas...” Ex: - Semeadura direta de soja em área cultivada anteriormente com milho. - Emergência de plantas de milho (plantas voluntárias, tiguera). PLANTAS DANINHAS COMUNS * “...São plantas que por sofrerem seleção natural apresentam capacidade de crescer e se desenvolver em condições adversas...” Ex: - Ambientes desérticos/alagadiços; - Temperaturas baixas ou elevadas; - Solos alcalinos; - Tolerância a pragas e doenças. PLANTAS DANINHAS VERDADEIRAS * HABILIDADE COMPETITIVA - Maior capacidade de competição pelos fatores de Produção; CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DE PROPÁGULOS - Capim-massambará - 3 a 80 mil sementes/planta; - Caruru – 117 mil sementes por planta; - Tiririca – 1 ha (4t de rizomas e tubérculos). PLANTAS DANINHAS CARACTERÍSTICAS * DESUNIFORMIDADE DO PROCESSO GERMINATIVO - Relacionada com a dormência e distribuição dos propágulos no perfil do solo; - Figueira-do-inferno (90% de G após enterradas por 17 anos). CAPACIDADE DE G E E A GRANDES PROFUNDIDADES - Tubérculos de tiririca – emergem 1 m profundidade. - Aveia silvestre – germinam até 17,5 cm; - Amendoim-bravo – emergem até 12 cm. PLANTAS DANINHAS CARACTERÍSTICAS * VIABILIDADE DOS PROPÁGULOS EM CONDIÇÕES DESFAVORÁVEIS - Convolvulus arvensis – 54 meses de imersão em água; - Euphorbia esula – trato digestivo de: MECANISMOS ALTERNATIVOS DE REPRODUÇÃO - Tiririca – sementes, rizomas, tubérculos e bulbos; - Grama-seda – rizomas e estolões. PLANTAS DANINHAS CARACTERÍSTICAS Tratamento Recuperação (%) G (%) V (%) Controle - 72 90 Ovelhas 18 2 14 Cabras 18 16 31 * FACILIDADE DE DISSEMINAÇÃO DE PROPÁGULOS por meios próprios – Autocoria - frutos caem liberando as sementes. Ex. arroz-vermelho. agentes externos – Alocoria - Hidrócora – água das chuvas, córregos, rios; - Anemócora – vento; Ex. falsa-serralha, caruru. - Zoócora – animais; Ex. picão-preto. - Antropócora – homem. Ex. capim-brachiária. PLANTAS DANINHAS CARACTERÍSTICAS * CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INICIAL - Plantas C4 são mais eficientes na utilização do CO2, maior é a taxa de crescimento, maior a biomassa, com utilização de menor quantidade de água e energia luminosa. A espécie que ocupar primeiro o espaço pode vencer no processo competitivo. PLANTAS DANINHAS CARACTERÍSTICAS * INIMIGAS??? INDESEJÁVEIS??? ALIADAS??? PLANTAS DANINHAS * Proteção do solo contra erosão Cobertura morta - reduz o aquecimento da superfície; - auxilia a retenção de umidade; - aumenta os teores de matéria orgânica e minerais; - reduz a germinação de plantas daninhas. Fixação de “N” Ex.: Desmodium spp, Crotalaria spp. ASPECTOS POSITIVOS * Adubação verde - Feijão de porco (Canavalia ensiformes); - Crotalaria (Crotalaria spp). Potencial melífero - Trapoeraba (Commelina benghalensis); - Guaxuma (Sida rhombifolia); - Nabiça (Raphanus raphanistrum). ASPECTOS POSITIVOS * Reciclagem de nutrientes Alimentação humana/animal - Beldroega (Portulaca oleracea); - Serralha (Sonchus oleraceus); - Caruru (Amaranthus retroflexus); - Tiririca (Cyperus esculentus); - Menta (Mentha spp); - Sálvia (Salvia officinales); - Palmas forrageiras (alimentação animal). ASPECTOS POSITIVOS * Ornamentação - Corda-de-viola (Ipomoea spp); - Balãozinho (Cardiospermum halicacabum); - Alface d´água (Pistia stratiotes). Óleos essenciais e medicamentos - Patchouli (Pogostemon patchouli); - Lavanda (Lavandula spp); - Rubim (leonurus sibiricus) – asma; - Malva (Malva parviflora) - antiflamatório; - Língua de vaca (Rumex obtusifolia) - laxativo; - Carqueja (Baccharis trimera) - sistema digestivo. ASPECTOS POSITIVOS * Forrageira - Capim braquiária (Braquiaria decumbens, B. brizantha); - Capim colonião (Panicum maximum). Hospedeiras de inimigos naturais - Mentrasto (Ageratum conyzoides) abriga uma espécie de ácaro predador do ácaro vermelho do citros. ASPECTOS POSITIVOS * Redução no rendimento das culturas - Média de 30 a 40 % de redução. Toxicidade a pessoas - Mamona (Ricinus comunis); - Grama seda (Cynodon dactylon); - Capim-massambara (Sorghum halepense). Toxicidade a animais - Oficial de sala (Asclepias curassavica); - Samanbaia (Pteridium aquilinum). ASPECTOS NEGATIVOS * Redução da visibilidade em rodovias Redução do valor territorial Grama seda (Cynodon dactylon). Inviabilizar a exploração agrícola Tiririca. Dificultar ou impede a navegação Aguapé (Eichornia crassipes). ASPECTOS NEGATIVOS * Competição com culturas - Amendoim-bravo (Euphorbia heterophylla). Depreciação de produtos agropecuários - Constituem-se em impurezas. Afeta o lazer do homem (paisagístico) - Pega-pega (Desmodium canum). ASPECTOS NEGATIVOS * Danos econômicos Algodão - Capim carrapicho (Cenchrus echinatus); - Picão preto (Bidens sp). Dificuldade de colheita - Corda-de-viola (Ipomoea spp); - Balãozinho (Cardiospermum halicacabum). Hospedeira de pragas e doenças - Capim-arroz (Echinochloa crusgalli) – Brusone; - Trapoeraba (Commelina benghalensis) – Nematóides. ASPECTOS NEGATIVOS * CLASSIFICAÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS * 1) BOTÂNICA GIMNOSPERMA (nuas) ANGIOSPERMAS (protegidas por fruto) a) Plantas superiores Monocotiledônea Dicotiledônea CLASSIFICAÇÃO * 1) BOTÂNICA Monocotiledônea - Presença de um único cotilédone; - Sistema radicular fasciculado; - Folhas alternadas e constituídas de bainha, lígula e limbo; - Folhas com nervuras paralelas; - Gramíneas e ciperáceas. CLASSIFICAÇÃO * 1) BOTÂNICA Dicotiledônea - Presença de dois cotilédones; - Raízes axiais; - Folhas com nervuras ramificadas; - Asteraceae, Convolvulaceae, Malvaceae, Amaranthaceae. CLASSIFICAÇÃO * Monocotiledônea Folhas estreitas Dicotiledônea Folhas largas Exceção: Trapoeraba (folha larga, monocotiledônea) 1) BOTÂNICA CLASSIFICAÇÃO * a) Quanto a origem 2) ECOFISIOLÓGICA Autóctones (nativas) - originárias da região em que vivem; Apófitas – espécies fora de seu habitat por ação do homem. Ex: Campos nativos – área agrícola. Carrapichão, Gravatá. CLASSIFICAÇÃO * a) Quanto a origem 2) ECOFISIOLÓGICA Alóctones (introduzidas) - espécies trazidas de outras regiões; Ex: forrageiras com finalidade econômica: - Capim-massambará (Sorghum halepense) – EUA - Capim colonião (Panicum maximum)– África; - Tiririca (Cyperus rotundus) – Índia (ornamental) CLASSIFICAÇÃO * áreas cultivadas pelo homem; em pastagens natuais Sobre o solo Ruderais ou cledófilas – em locais abandonados (terrenos baldios, áreas industriais); Viárias – ao longo das estradas. 2) ECOFISIOLÓGICA b) Quanto ao habitat CLASSIFICAÇÃO * EMERSAS OU EMERGENTES - raízes presas ao fundo, com folhas na superfície. FLUTUANTES - vivem na superfície com raízes submersas. Na água CLASSIFICAÇÃO 2) ECOFISIOLÓGICA a) Quanto ao habitat * Na água SUBMERSAS - completamente abaixo do nível da água (podem ser ancoradas ou livres). MARGINAIS - ocorrem nas bordas de canais e lagoas. CLASSIFICAÇÃO 2) ECOFISIOLÓGICA a) Quanto ao habitat * EPÍFITAS - vivem sobre outras plantas, não são trepadeiras nem parasitas. Ex. Bromeliaceas PARASITAS - vivem as custas de outras plantas; Ex. cipó-chumbo (Cuscuta racemosa) CLASSIFICAÇÃO 2) ECOFISIOLÓGICA b) Quanto ao habitat Em outros substratos * Efêmeras Monocárpicas Anuais Bienais Verão Inverno CLASSIFICAÇÃO 2) ECOFISIOLÓGICA c) Quanto ao ciclo * Efêmeras - ciclo muito curto (algumas semanas). Monocárpicas Anuais - ciclo menor que 1 ano. CLASSIFICAÇÃO 2) ECOFISIOLÓGICA c) Quanto ao ciclo * Monocárpicas ANUAIS DE VERÃO Germinam na primavera e frutificam no outono Ex. Maioria das espécies da família poaceae. ANUAIS DE INVERNO Germinam no final do verão ou início do outono e florescem na primavera. Ex. dicotiledôneas e algumas monocotiledôneas. CLASSIFICAÇÃO 2) ECOFISIOLÓGICA c) Quanto ao ciclo * Monocárpicas BIENAIS - Crescem vegetativamente durante o primeiro ano e no segundo liberam sementes; - Ciclo maior que um ano e menor que dois anos. CLASSIFICAÇÃO 2) ECOFISIOLÓGICA c) Quanto ao ciclo * Simples: se reproduzem naturalmente, apenas por semente. Policárpicas (Perenes) Ex: Rumex obtusifolius; Senecio brasiliensis. CLASSIFICAÇÃO 2) ECOFISIOLÓGICA c) Quanto ao ciclo * Rizomatosas e/ou estoloniferas Estolões: caules acima do solo. Ex: Cynodon dactylon. Rizomas: caules subterrâneos. Ex: Solidago chilensis. CLASSIFICAÇÃO 2) ECOFISIOLÓGICA c) Quanto ao ciclo Policárpicas (Perenes) * Bulbosas: apresentam propágulos vegetativos em forma de bulbos, bulbilhos e tubérculos. Ex: Cyperus rotundus. CLASSIFICAÇÃO 2) ECOFISIOLÓGICA c) Quanto ao ciclo Policárpicas (Perenes) * Herbáceas: (maioria das anuais) - Pequeno porte <1 m; - Caule sub-lenhoso, tenro. Arbustivas: - Porte entre 1,5 – 2,5 m; - Caule lenhoso e ereto. Ex. fedegoso 2) ECOFISIOLÓGICA d) Quanto ao habitat vegetativo CLASSIFICAÇÃO * Sub-arbustiva: - Eretas com porte de 0,8 – 1,5 m; - Caule lenhoso. Ex: Angiquinho 2) ECOFISIOLÓGICA d) Quanto ao habitat vegetativo CLASSIFICAÇÃO * Arbóreas: - Porte > 2,5 m, caule lenhoso e ereto; Ex: mamona, vassourão. Trepadeiras: - Necessitam de suporte/apoio. 2) ECOFISIOLÓGICA d) Quanto ao habitat vegetativo CLASSIFICAÇÃO * Volúveis – sobem por enrolamento; Ex: Corda-de-viola (Ipomoea heredifolia). Cirríferas – prendem-se ao suporte por meio de gavinhas; Ex: Balãozinho (Cardiospermum halicacabum). CLASSIFICAÇÃO Trepadeiras Volúveis Cirríferas * PREJUÍZOS CAUSADOS PELAS PLANTAS DANINHAS * MUSIK (1970) “Causam maior prejuízo à agricultura que as pragas e doenças juntas e constituem a maior barreira para a produção de alimentos e o desenvolvimento econômico em muitas regiões do mundo.” PREJUÍZOS * AGRICULTURA MODERNA CUSTO COM PLANTAS DANINHAS 20 À 30% DO CUSTO DE PRODUÇÃO. PREJUÍZOS DIRETOS INDIRETOS PREJUÍZOS * a) REDUZEM A QUALIDADE DO PRODUTO COMERCIAL: Bidens pilosa Algodão Lã Acanthospermum hispidum Cenchrus echinatus PREJUÍZOS DIRETOS * b) NA CERTIFICAÇÃO DE SEMENTES: Vigna unguiculata SOJA ARROZ Arroz preto Cyperus rotundus MUDAS DE TORRÃO Euphorbia heterophylla Cardiospermum halicacabum Arroz vermelho PREJUÍZOS DIRETOS * c) INTOXICAÇÃO DE ANIMAIS DOMÉSTICOS: Policourea marcegravii – Cafézinho; Asclepia curassavica - Oficial-de-sala; Senecio brasiliensis - Maria-Mole; Pteridium aquilinum – Samambaia; Baccharis coridifolia - Mio-mio. PREJUÍZOS DIRETOS * d) COLHEITA: Genêro Ipomoea (operações mecânicas) Cenchrus echinatus Acanthospermum hispidum Acacia plumosa Mucuna pruriens Colheita manual PREJUÍZOS DIRETOS * e) PARASITISMO: Phoradendron rubrum - Erva-de-passarinho; Striga lutea - Erva-de-bruxa; Cuscuta racemosa - Cuscuta, cabelinho-de-anjo. PREJUÍZOS DIRETOS * a) VIRUS: MOSAICO DO FEIJOEIRO MOSCA BRANCA Sida spp PREJUÍZOS INDIRETOS * b) NEMATÓIDES: Meloydogine javanica Hospeda-se em 57 espécies vegetais. Genêro Heterodera (nematóides-de-cisto) Diversas espécies vegetais. PREJUÍZOS INDIRETOS * COMPETIÇÃO * É a luta que se inicia entre indivíduos,quando uma planta está em grupo de outras plantas, ou quando está rodeada pelos seus descendentes. COMPETIÇÃO Clemente, (1938). * “Só, e somente só, se estabelece quando a intensidade de recrutamento de recursos do meio pelos competidores suplante a capacidade do meio de fornecer aqueles recursos, ou quando um dos competidores impede o acesso por parte de outro competidor, como acontece, por ex: em condições de sombreamento”. Pitelli, (1985). COMPETIÇÃO * H2O; Nutrientes; Luz; O2; CO2. Competição por: COMPETIÇÃO * DANINHAS DANINHAS CULTIVADAS CULTIVADAS COMPETIÇÃO * TIPOS DE COMPETIÇÃO FATORES DA COMPETIÇÃO Abióticos; Bióticos. Interespecífica; Intraespecífica; Intraplanta. COMPETIÇÃO * 1) FATORES ABIÓTICOS: Competição por Água - eficiência de extração de água do solo; - capacidade exploratória do sistema radicular; - eficiência no uso da água. COMPETIÇÃO * Ciganinha - Memoria peregrina * * Competição por luz Eficiência da captação/interceptação da radiação: - Altura de plantas; - Taxa de crescimento; - Área foliar; - Inclinação das folhas; - Distância entre os nós no caule. Eficiência na utilização da radiação solar. COMPETIÇÃO 1) FATORES ABIÓTICOS: * Tabela 1. Duração do ciclo, taxa de emissão foliar e taxa de expansão foliar encontrado pelas culturas da soja e do feijão e por plantas daninhas Espécies Duração do ciclo (dias) Taxa de emissão Foliar (folhas. dia-1) Taxa de expansão foliar (cm². dia-1) Feijão 85 0,5911 c 2,91 b Soja 133 0,9331 a 6,77 a Euphorbia heterophylla (resistente)2 107 0,591 c 1,31 c Euphorbia heterophylla (sensível)2 107 0,470 c 1,30 c Bidens pilosa 118 0,509 c 1,12 c Desmodium tortuosum 137 0,6991 b 1,67 bc * Tabela 2. Valores máximos de uso eficiente da radiação (ξ) antes e após o florescimento, para plantas de feijão e de soja, e algumas espécies de plantas daninhas Espécies vegetais Antes do florescimento Após o florescimento ξ (g.MJ-1) ξ (g.MJ-1) Phaseolus vulgaris 1,96 b 1,83 b Glycine max 2,28 a 2,53 a Euphorbia heterophylla (resistente*) 0,87 c 1,22 c Euphorbia heterophylla (sensível*) 1,05 c 1,29 c Bidens pilosa 0,96 c 1,69 bc Desmodium tortuosum 0,72 c 1,79 b * Competição por nutrientes Eficiência da extração do nutriente do solo: - Capacidade exploratória do sistema radicular; - Teor do nutriente. Eficiência na utilização do nutriente. COMPETIÇÃO 1) FATORES ABIÓTICOS: * Tabela 3. Comparação da absorção de nutrientes pelo milho, livre de plantas daninhas, em diferentes espécies. Planta Absorção relativa N P K Ca Mg Milho 100 100 100 100 100 Milho + ervas 58 63 47 67 77 Amaranthus 102 80 124 275 234 Chenopodium 120 74 121 281 216 Digitaria 100 64 157 531 226 Echinochloa 105 60 138 430 557 * * Tabela 4. Porcentagem de recuperação do fósforo (P) aplicado (PRPA) das culturas do feijão e da soja e de espécies de plantas daninhas, submetidas a três níveis de P na semeadura Espécies Doses de P (mg vaso-1) 47,8 95,6 191,2 47,8 95,6 191,2 PRPA (%) (Início do florescimento) PRPA (%) (Final formação de propágulos) P. vulgaris 2,77 c 2,72 b 4,57 b 15,62 c 13,59 b 12,51 b G. max 15,91 a 10,77a 12,63 a 16,38 bc 11,83 b 17,31 b E. heterophylla (resistente*) 1,47 c 0,49 b 2,18 b 5,43 d 11,12 b 10,25 b E. heterophylla (sensível*) 3,55 c 1,50 b 2,16 b 7,44 d 11,46 b 10,88 b B. pilosa 5,24 bc 4,01 b 5,86 b 25,77 ab 14,66 b 12,06 b D. tortuosum 8,80 b 14,33 a 13,28 a 30,59 a 31,52 a 37,60 a * Velocidade de emergência As primeiras plantas que ocupam uma área tendem a excluir as demais (Fleck, 1992). 2) FATORES BIÓTICOS: COMPETIÇÃO * Tabela 5. Tempo gasto (dias) entre as diferentes fases fenológicas das culturas do feijão e da soja, e de espécies de plantas daninhas Espécie vegetal Período entre semeadura e emergência Período entre emergência e início do florescimento Período entre florescimento e maturação fisiológica Duração do ciclo ---------------------------------Dias------------------------------------- Phaseolus vulgaris 04 a 36 a 49 a 85 a Glycine max 06 b 57 c 76 e 133 d Euphorbia heterophylla (resistente*) 06 b 40 a 67 c 107 b Euphorbia heterophylla (sensível*) 06 b 40 a 67 c 107 b Bidens pilosa 09 c 45 b 73 d 118 c Desmodium tortuosum 06 b 77 d 60 b 137 d * 2) FATORES BIÓTICOS: Produção e liberação de aleloquímicos: - Germinação e decomposição de sementes; - Crescimento e desenvolvimento de plantas; - Fixação biológica de nitrogênio; - Sucessão de plantas; - Perfilhamento; - Produção das culturas. COMPETIÇÃO * Tabela 6. Exemplos de ação alelopática de plantas cultivadas, vivas ou seus restos, sobre plantas daninhas e cultivadas PLANTA CULTIVADA INIBIDORA PLANTA INIBIDA Amendoim (Arachis hypogea) Leiteiro (Euphorbia heterophylla) Tiririca (Cyperus rotundus) Cana-de-açúcar (Saccharum spp) Picão-preto (Bidens pilosa) Feijão (Phaseolus vulgaris) Tiririca (Cyperus rotundus) Feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) Tiririca (Cyperus rotundus) Girassol (Helianthus annus) Capim-colchão (Digitaria horizontalis) Mandioca (Manihot utilissima) Feijão (Phaseolus vulgaris) Sorgo (Sorghum bicolor) Mucuna-preta (Mucuna aterrima) Tiririca (Cyperus rotundus) Picão-preto (Bidens pilosa) Nabo (Brassica rapa) Capim-marmelada (Brachiaria plantaginea) Capim-carrapicho (Cenchrus echinatus) Leiteiro (Euphorbia heterophylla) Picão-preto (Bidens pilosa) Tremoço (Lupinus spp) Capim-marmelada (Brachiaria plantaginea) Capim-carrapicho (Cenchrus echinatus) Trigo (Triticum aestivum) Corda-de-viola (Ipomoea spp) Capim-marmelada (Brachiaria plantaginea) Picão-preto (Bidens pilosa) DEUBER (1992) * Tabela 7. Exemplos de ação alelopática de plantas daninhas, vivas ou seus restos, sobre plantas cultivadas e daninhas PLANTA DANINHA INIBIDORA PLANTA INIBIDA Ançarinha-branca (Chenopodium album) Soja (Glycine max) Tiririca (Cyperus rotundus) Caruru-gigante (Amaranthus retroflexus) Capim-arroz (Echinocloa crusgalli) Milho (Zea mays) Capim-colchão (Digitaria horizontalis) Girassol (Helianthus annus) Capim-rabo-de-raposa (Setaria faberii) Milho (Zea mays) Caruru-gigante (Amaranthus retroflexus) Soja (Glycine max) Tiririca (Cyperus rotundus) Cravo-de-defunto (Tagetes patula) Leiteiro (Euphorbia heterophylla) Corda-de-viola (Ipomoea spp) Caruru (Amaranthus spp) Carrapicho-beiço-de-boi (Desmodium tortuosum) Grama-seda (Cynodon dactylon) Soja (Glycine max) Tiririca (Cyperus rotundus) Caruru (Amaranthus spp) Ançarinha-branca (Chenopodium album) Capim-arroz (Echinocloa crusgalli) Milho (Zea mays) Cana-de-açúcar (Saccharum spp) Soja (Glycine max) DEUBER (1992) * 2) FATORES BIÓTICOS: COMPETIÇÃO Tolerância a pragas e doenças: Normalmente, plantas daninhas são mais tolerantes ao ataque de pragas e doenças em relação às plantas cultivadas. Euphorbia heterophylla na Região de Rio Verde-GO, desenvolvimento comprometido pelo ataque de um fungo, na época das águas. * 3) Duração da concorrência 4) Influência da àgua, luz e temperatura (Furtik,1970). COMPETIÇÃO * 5) Capacidade de competição da espécie daninha KNAKE e SLIFE (1962); MOLLANI etal. (1964); Mostraram que duas espécies botânicas de plantas daninhas têm poderes de competição desiguais, causando prejuízos diferentes às culturas. COMPETIÇÃO * Exemplo: REDUÇÃO DO RENDIMENTO Milho Soja Setaria faberi 23% 39% 28% 55% Amaranthus hybridus COMPETIÇÃO * 6) População de plantas daninhas A redução do rendimento causado pela população de plantas daninhas varia na razão direta da sua população. SMITH & SHAW (1966). EXEMPLO: 11 plantas .m-2 de Echinocloa sp 18% 11 plantas .m-2 de Echinocloa sp 36% COMPETIÇÃO * 7) Capacidade de competição da espécie cultivada 8) População da espécie cultivada 9) Influência do período de interferência Nieto, Brondo, Bonzalez, (1968); Blanco, (1969); Fleck. COMPETIÇÃO * Gráfico1 71 50 45 37 PLANTIO DE TOLETES DE CANA (t/ha) REDUÇÃO NO RENDIMENTO EFEITO DA DENSIDADE DE PLANTIO E A INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS NOS PRIMEIROS 120 DIAS DO CICLO. Plan1 4.8 71 9.3 50 13.8 45 18.3 37 Plan2 Plan3 * Efeito competitivo da setária (Setaria faberii Herm.) no rendimento de milho e soja ao longo das estações de crescimento das culturas. Número de plantas de Setaria para cada 30 cm de fileira Redução no rendimento de grãos (%) Milho Soja Test. capinada 0 0 0,5 3 5 1,0 7 5 3,0 10 7 6,0 13 10 12 17 13 Infestado na linha1 24 28 1 54 plantas por cada 30 cm de fileira. Fonte: Knake et al., 1962. * Interação das populações de arroz (Oryza sativa) e capim-arroz (Echinochloa cruz-galli). Arroz (plantas.m-2) Capim-arroz (plantas.m-2) Redução do rendimento (%) 32,29 0,00 0,00 32,29 10,76 57,00 32,29 53,80 80,00 32,29 269,00 95,00 107,64 0,00 0,00 107,64 10,76 40,00 107,64 53,80 66,00 107,64 269,00 89,00 333,69 0,00 0,00 333,69 10,76 25,00 333,69 53,80 59,00 333,69 269,00 79,00 Fonte: Zimdahl, 1980. (Weed-crop competition. Oregon, USA, International Plant Protection Center, 196p.) * Efeito do período de competição de plantas daninhas sobre o rendimento de grão do girassol "Contisol". EEA/UFRS, Guaíba - RS, 1983-84. Período de ausência de PD (dias) Rendimento de grãos (Kg.ha-1) Período de presença de PD (dias) Rendimento de grãos (Kg.ha-1) 0 1210 e 14 3308 a 14 2489 d 27 2723 b 27 2871 bcd 45 2277 c 45 2914 bc 54 2017 cd 54 3207 b 63 2037 cd 63 3234 ab 73 1086 cd 73 3300 a 83 1525 e 83 3419 a 118 1810 de * Rendimento de feijão, em (Kg.ha-1), obtido em parcelas mantidas com plantas daninhas por determinados períodos de tempo, em Cotaxtla - México. Dias livres de concorrência Número de capinas Média Rendimento (%) Os primeiros 10 1 971 55 Os primeiros 20 2 1.273 72 Os primeiros 30 3 1.484 84 Os primeiros 40 4 1.764 99 Os primeiros 50 5 1.821 103 Todo o ciclo 6 1.770 100 Dias de concorrência Os primeiros 10 5 1.725 97 Os primeiros 20 4 1.261 71 Os primeiros 30 3 892 50 Os primeiros 40 2 964 54 Os primeiros 50 1 752 42 Todo o ciclo 0 549 31 Fonte: Agundis et al., 1962/63. * Efeito da mato competição de várias espécies de plantas daninhas, na produção de milho e feijão. Período após o plantio, que a cultura permaneceu sem ervas (dias) Rendimento (Kg.ha-1) Milho Feijão Todo ciclo 4.800 a 2.400 a 50 4.600 a 2.400 a 40 4.500 a 2.300 a 30 4.400 ab 2.200 a 20 3.600 b 1.600 b 10 2.400 c 300 c Efeito da mato competição de várias espécies de plantas daninhas, na produção de milho e feijão. Tempo de competição após o plantio (dias) Rendimento (Kg.ha-1) Milho Feijão 10 4.100 a 2.300 a 20 4.200 a 1.900 b 30 3.600 b 1.100 c 40 2.300 c 200 d 50 1.800 cd 50 d Todo ciclo 400 d 16 d
Compartilhar