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A participação da família no processo de ensino

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Família e Escola
André Marinho da Silva1
A participação da família no processo de ensino-aprendizagem deve ser encarada como de suma importância para a sociedade. Este processo requer compromisso de todos. Segundo Laís Souza Ribeiro (2011), “a escola e a família enquanto instituições sociais que se relacionam de maneira permanente e dinâmica no processo de desenvolvimento dos indivíduos devem estabelecer meios de cooperação, para que tal processo ocorra de forma efetiva em suas diferentes esferas: física, social, intectual e emocional”. 
Para a autora, partindo da premissa histórico-cultural de que os seres humanos se constituem através das relações que estabelecem uns com os outros, não poderia ser diferente ao tratarmos as relações no âmbito escolar. “Neste contexto pais e educadores buscam, sem intenção de transferir responsabilidade e sim estabelecer diálogos, instituir formas de interações sociais que propiciem a participação e a cooperação entre as famílias e a escola”. Desta forma, o processo de ensino-aprendizagem enquanto apropriação e reconstrução do conhecimento do outro articulado ao saber social, alia-se a aprendizagem realizada no âmago familiar.
 Ribeiro (2011 apud Dessen & Polonia 2007), afirma que: “a família é a matriz da aprendizagem humana, como significados e práticas culturais próprias que geram modelos de relação interpessoal e de construção individual e coletiva. Entretanto, ao longo do tempo tanto a família como a escola passaram por transformações que alteraram sua função social e consequentemente, seu significado. Para Ribeiro, ” situar a família no contexto sócio-histórico não é tarefa fácil, tendo em vista seus desdobramentos e constantes alterações. 
 De acordo com o INEP/MEC “[...] a criança, cuja família participa de forma mais direta no cotidiano escolar, apresenta um desempenho superior em relação aquela onde os pais estão ausentes do seu processo educacional. Ao conversarem com o filho sobre o que acontece na escola, cobrarem dele e ajudare-no a fazer o dever de casa, falarem para não faltar à escola, tirar boas notas e ter hábito da leitura, os pais estão contribuindo para a obtenção de notas mais altas”. No contexto brasileiro, podemos observar desde a educação indígena o quanto a família influencia na educação infantil. Em suma, os pais são responsáveis pela formação emocional e intelectual de seus filhos, do momento de seu nascimento até a maioridade, quando não, por vez, durante toda a vida. Por meio de exemplos e ensinamentos, os pais devem manter uma relação de amizade e carinho entre si, tão necessário para o bom desenvolvimento humano de seus filhos.
No artigo “A família e a Escola como contextos de desenvolvimento humano”, as autoras Maria Auxiliadora Dessen & Ana da Costa Polonia, falam que escola e família “ ambas são responsáveis pela transmissão e construção do conhecimento culturalmente organizado, modificando as formas de funcionamento psicológico, de acordo comas expectativas de cada ambiente”. Neste artigo “enfatiza-se a necessidade de envidar esforços para melhor compreender as relações família-escola, de modo a assegurar que ambos os contextos sejam espaços efetivos para a aprendizagem e o desenvolvimento humano”.
Dessen & Polonia (2007) afirmam que “os acontecimentos e as experiências familiares propiciam a formação de repertórios comportamentais, de ações resoluções de problemas com significados universais (cuidados com a infância) e particulares (percepção da escola para uma determinada família)”. Portanto, as transformações tecnológicas, sociais e econômicas favorecem as mudanças na estrutura, organização e padrões familiares e, também, nas expectativas e papéis de seus membros.
Dessen & Polonia (2007 apud Stratton, 2003) reafirmam que “o próprio conceito de família e a configuração tem evoluído para retratar as relações que se estabelecem na sociedade atual. Não existe uma configuração familiar ideal, porque são inúmeras as combinações e formas de interação entre os indivíduos que constituem os diferentes tipos de famílias contemporâneas”. Para compreender os processos de desenvolvimento seus impactos na pessoa, é preciso focalizar tanto no contexto familiar quanto o escolar e suas inter-relações.
As autoras ressaltam que “a família e a escola são ambientes de desenvolvimento e aprendizagem humana que podem funcionar como propulsores ou inibidores dele. Estudar as relações em cada contexto e entre eles constitui fonte importante de informação, na medida em permite identificar aspectos ou condições que geram conflitos e ruídos nas comunicações e, consequentemente, nos padrões de colaboração entre eles. Nesta direção, é importante observar como a escola é, especificamente, os professores empregam as experiências que os alunos tem em casa”.
A família e a escola constituem os dois principais ambientes de desenvolvimento humano nas sociedades ocidentais contemporâneas. Assim, é fundamental que sejam implementadas políticas que assegurem a aproximação entre os dois contextos, de maneira a reconhecer suas peculiaridades e também similaridade, sobretudo no tocante aos processos de desenvolvimento e aprendizagem, no só em relação ao aluno, mas também a todas as pessoas envolvidas.
1Acadêmico do 3º Semestre de Pedagogia do Iespes

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