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economia unidade 5

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Prévia do material em texto

Responsável pelo Conteúdo: 
Prof. Ms. Guilherme Antonio Ziliotto 
 
Revisão Técnica: 
Profa Ms. Herida Cristina Tavares 
 
Revisão Textual: 
Profa Ms. Eliane Nagamini 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Políticas Econômicas 
• Moeda e Inflação 
• Medidas da Moeda e sua Importância no Brasil 
• O Papel da Moeda na Economia 
Nesta unidade continuaremos o estudo da Macroeconomia e do 
ambiente econômico, dando especial atenção às funções e ao uso do 
dinheiro. Veremos também de que forma o setor público tenta 
controlar os rumos da economia para atender aos objetivos 
determinados pela sociedade. 
• Economia e democracia 
• Modelos de Crescimento Econômico e Ciclos de Negócio 
• Determinação de Atividade Econômica e Emprego 
Atenção 
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar 
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma. 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
A continuidade do estudo da Macroeconomia levar-nos-á, nesta Unidade, para o 
estudo da moeda e de diversas políticas econômicas. 
A moeda é um dos elementos mais estudados na economia, por sua importância e 
complexidade. Variações na moeda podem impactar diversas outras variáveis da economia, 
como o nível de preços e a produção de bens. Veremos, assim, algumas destas relações. 
Mais especificamente, veremos de que forma variações na oferta de moeda podem 
gerar inflação, e por que a inflação pode ser extremamente prejudicial para os negócios e para 
a economia como um todo. 
Ainda estudaremos diversas outras variáveis que influenciam a economia, e como o 
setor público tenta controlar tais variáveis para atingir determinados objetivos. São as 
chamadas políticas econômicas. 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
 
 
O estudo da moeda é um dos temas mais interessantes, importantes e, ao mesmo 
tempo, complexos da macroeconomia. 
A moeda assume um papel essencial dentro do capitalismo, e mesmo de outros modos 
de produção, e tem o poder de causar diversos efeitos no ambiente econômico. Alguns 
desejáveis, outros indesejáveis. Daí a importância em se estudar e controlar a moeda, seja 
qual for a orientação política do governo em questão. 
Nos itens seguintes veremos várias destas influências da moeda na economia e 
verificaremos também de que forma o controle da moeda (monetário) se converte em um 
instrumento de política econômica, além de outros instrumentos de política econômica, seja 
contemplando a moeda ou não. 
 
Por que usamos dinheiro? 
O dinheiro, mais propriamente expresso no termo genérico “moeda”, é um 
instrumento utilizado pelos agentes econômicos para pagamento dos bens que são trocados 
entre eles. Quando compramos um determinado produto, damos ao vendedor certa 
quantidade de dinheiro, isto é, moeda em troca desta mercadoria. Estamos utilizando, com 
isso, a moeda como um intermediário universal das trocas. Ela permite trocar qualquer 
mercadoria por qualquer outra mercadoria, desde que respeitas as magnitudes de valor. 
Perceba que o conceito de moeda inclui todos os meios de pagamento utilizados de 
forma comum pelos agentes econômicos. No caso das sociedades modernas, utilizamos 
moeda metálica, papel moeda (as cédulas e notas) e, mais recentemente, diversas inovações 
monetárias que nos possibilitam transferir moeda de forma eletrônica, como por exemplo, as 
transferências eletrônicas de pagamento com cartão de débito. Isso não significa que o cartão 
de débito em si seja a moeda, mas sim que esse instrumento facilita a transferência da moeda 
de um agente a outro. A inovação, nesse caso, está no fato de a moeda permanecer em sua 
forma eletrônica, que é simplesmente um registro nos bancos de dados dos bancos comerciais. 
Em sociedades mais antigas, diversas mercadorias e outros objetos foram utilizados 
como moeda. Conchas, sal, gado, entre outros objetos, foram utilizados largamente. A moeda 
metálica, em geral utilizando metais nobres, passou a ser utilizada por ser mais rara, resistente 
à degradação do ambiente (imagine tentar comprar algo com sal, em um dia chuvoso), ser 
divisível (facilitando as trocas de pequenos valores assim como de grandes valores), entre 
outras características. As moedas também passaram a ser cunhadas, e sua emissão passou a 
ser direito exclusivo de apenas algumas autoridades de um país ou região. Nos países 
 
 
8 
 
modernos, somente os bancos centrais podem imprimir ou criar papel-moeda1. No modo de 
produção feudal, para fazermos um paralelo, a moeda metálica somente podia ser cunhada 
pelo senhor feudal. Em razão disso, até hoje referimo-nos ao direito de criar moeda como 
“direito de senhoriagem”. Isso garante que o estoque de moeda em circulação na economia 
possa ser controlado, pois somente valem como moeda os valores oficialmente criados pela 
autoridade monetária. 
Mas por que utilizamos moeda? Como chegamos ao uso tão abstrato de um pedaço de 
metal ou papel que pode representar o equivalente em valor de toneladas de outros produtos? 
Para ilustrar por que utilizamos moeda, vamos pensar em uma situação hipotética. 
Suponha que há, em uma economia simples, apenas 3 produtores, seus nomes são “A”, “B” e 
“C”. Eles produzem, respectivamente, os produtos “PA”, “PB” e “PC”, que são distintos. 
Suponha que “A” (que produz “PA”) deseja obter PB. “B”, que produz PB, deseja obter PC. 
Enquanto “C”, deseja obter PA. Suponha que esta economia não conheça o uso da moeda. 
Como seriam feitas as trocas? “A” não pode trocar diretamente PA com o produtor “B”, pois 
A deseja PB, mas B não tem interesse em PA, e sim em PC. Da mesma forma, uma troca 
direta entre B e C é impossível, pois B quer PC, mas C quer PA. Assim, a troca nesta 
economia só seria possível se os três produtores se encontrassem simultaneamente para 
realizar o intercâmbio. Por exemplo, A daria PA ao C, aceitando PC em troca. Em seguida, A 
daria PC ao B, que daria PB em troca. A terminaria, com PB; B com PC e C com PA. 
Figura 1 - Exemplo de esquema de trocas em economia amonetária (sem moeda) 
 
Agora imagine tentarmos fazer isso em uma economia real, com milhões de produtores 
distintos, com múltiplos interesses em inúmeros produtos distintos. Seria praticamente 
 
1 Os bancos comerciais conseguem expandir a disponibilidade de moeda, mas não criam moeda propriamente dita. 
Mesmo quando podem expandir a disponibilidade de moeda, os bancos comerciais estão sempre sujeitos ao controle 
e à regulação dos bancos centrais. 
 
Troca sem Moeda 
Mesmo no caso simples de 
apenas 3 produtores e 3 produtos, as 
trocas em uma economia sem moeda 
são complexas e seria necessário unir 
os agentes ou realizar diversas 
“rodadas” de trocas para que se possa 
atingir um equilíbrio. 
A
• tem PA
• quer PB
B
• tem PB
• quer PC
C
• tem PC
• quer PA
 
9 
impossível que os produtores e consumidores desta economia conseguissem todos adquirir o 
que desejam. 
Figura 2 - Trocas com o uso da moeda 
 
Contudo, com o uso da moeda, as trocas são facilitadas. Afinal, trocamos qualquer 
produto por moeda, e depois trocamos moeda por qualquer outro produto (novamente, 
sempre considerando a troca de valores equivalentes). Um profissional, por exemplo, oferece 
seu produto (trabalho) em troca de dinheiro. Depois, utiliza estedinheiro para trocar pelos 
muitos de bens que deseja adquirir. 
Uma economia de mercado complexa e com alto grau de especialização (divisão do 
trabalho) é impossível sem o uso generalizado da moeda. 
 
 
Medidas da Moeda e sua Importância no Brasil 
A função que atribuímos à moeda no exemplo anterior foi a de “intermediário das 
trocas”, isto é, a moeda atua como facilitador das trocas por ser um representante universal 
na troca de qualquer valor da economia. 
Além dessa função, a moeda tem outras atribuições. 
A moeda também tem o papel de reserva de valor. Ou seja, significa que a moeda 
pode ser acumulada, e este acúmulo de moeda permite, em condições ideais, que o seu 
proprietário guarde a riqueza no valor equivalente ao que a soma do valor monetário 
representa. Dessa forma, o proprietário de um terreno no valor de R$100 mil é tão rico, em 
um dado momento, quanto um proprietário de R$100 mil em dinheiro. Com uma vantagem 
ao dinheiro que pode ser trocado por qualquer mercadoria, naquele momento, inclusive pelo 
 Troca com Moeda 
Comparativamente ao exemplo anterior, 
as trocas são extremamente facilitadas pelo 
uso da moeda. 
Troca-se tudo pela moeda, que tem curso 
obrigatório por lei, e posteriormente troca-se a 
moeda pelos demais bens desejados. 
Economias capitalistas complexas e com 
alta especialização e divisão do trabalho só são 
possíveis com o uso generalizado da moeda. 
Moeda
A
tem PA
B
tem PB
C
tem PC
 
10 
 
terreno. Isto é, quem possui riqueza na forma de dinheiro “vivo” pode usá-lo 
instantaneamente para adquirir qualquer outro bem de soma equivalente. Já o proprietário do 
terreno normalmente teria que vendê-lo para somente depois poder adquirir outros bens com 
seu valor. 
Outra função importante da moeda é atuar como unidade de conta, ou seja, ser um 
denominador comum monetário. Isso permite a criação de uma unidade de valor (tal como o 
metro é a unidade de medida para comprimentos). Por isso, medimos o valor das mercadorias 
em reais, ou R$, porque é uma forma comum de apreciarmos quanto de valor há embutido 
em cada mercadoria. Isso permite a comparabilidade entre elas e a troca de mercadorias de 
valores iguais. 
 
Quanto custa a moeda? (moeda e juros) 
Já verificamos que uma pessoa que tem uma determinada quantidade de moeda é tão 
rica quanto uma pessoa que detém bens de valor idêntico. Além disso, a moeda tem a 
vantagem de poder ser trocada por qualquer outro bem imediatamente, isto é, tem liquidez 
plena e é de curso forçado. 
Por que então as pessoas não possuem propriedade exclusivamente em moeda? Um 
das respostas a essa pergunta vem do fato de que reter moeda tem um custo. No exemplo do 
terreno versus a moeda, a desvantagem de se reter riqueza na forma de moeda é que, ao 
longo do tempo, a moeda por si só não produz mais riqueza, enquanto o terreno poderia 
produzir rendimentos na forma de um aluguel, ou mesmo ser cultivado para produção 
agrícola, entre outras funções econômicas. Dessa forma, reter moeda tem pelo menos o custo 
de oportunidade de não se estar dando um fim mais produtivo àquela riqueza, sendo que em 
caso de uma aplicação produtiva essa riqueza provavelmente aumentaria. Já a riqueza na 
forma de moeda pura e simples não aumenta2. 
O custo em reter moeda é refletido nas taxas de juros de uma economia. Os juros, 
aliás, podem também ser vistos como o “preço do dinheiro”. Ou seja, se uma economia tem 
juros de 10% ao ano, significa que, para obter R$100 de que você não dispõe (um 
empréstimo), você precisará pagar R$10 de juros. Naturalmente, ao final do empréstimo, você 
paga os juros de R$10 e ainda precisa devolver o dinheiro que tomou emprestado. Em uma 
economia de juros altos como a brasileira, dizemos que o dinheiro é caro. 
Se há um custo em reter moeda (ou tomar dinheiro emprestado), quais seriam os 
motivos que levariam pessoas a retê-la mesmo considerando este custo? O primeiro motivo é 
a retenção de moeda para que sejam realizadas transações. Trata-se daquela quantidade 
 
2 Salvo no caso de uma deflação crônica, que é um caso raro nas economias capitalistas modernas. 
 
11 
mínima de dinheiro que deixamos na forma líquida para realizarmos os pagamentos 
necessários em nosso cotidiano. 
O segundo motivo é a retenção de moeda por precaução, quando as empresas e 
famílias deixam parte da riqueza na forma líquida para eventuais pagamentos não previstos 
que possam surgir. 
O terceiro motivo é a retenção de moeda por especulação. Neste caso, trata-se da 
retenção de moeda com a expectativa de que surjam boas oportunidades de investimento ou 
compras a preços mais baixos no futuro. 
Nessa relação de custo-benefício, um aumento das taxas de juros desestimula a 
retenção de moeda pelas pessoas; por outro lado, uma redução das taxas de juros irá reduzir 
o custo do dinheiro, estimulando empréstimos e a retenção de dinheiro na sua forma líquida. 
 
Moeda e Inflação 
Além das suas funções, custos e benefícios explorados anteriormente, a moeda tem 
ainda a característica de influenciar outras variáveis econômicas, como a produção, os 
investimentos, o nível de preços (e a inflação), entre outras, de forma direta ou indireta. Trata-
se, assim, de uma variável chave na economia e na condução das políticas macroeconômicas. 
Uma das principais relações é a relação entre a quantidade de moeda na economia e a 
inflação. Existem diversas teorias que tratam do tema, mas nesta disciplina abordaremos 
somente uma delas, refletida em uma equação reveladora. 
Trata-se da Teoria Quantitativa da Moeda. Segundo tal teoria, há uma relação entre a 
quantidade de moeda na economia e os preços de produtos e serviços que são 
transacionados. Esta relação está cristalizada na equação descrita a seguir: 
 
Nesta equação, M é a quantidade de moeda na economia (se necessário, relembre o 
tema sobre os agregados monetários analisados anteriormente); V é a velocidade de 
circulação da moeda; P é o nível de preços; e Q é o nível de produção e renda. Sendo P o 
nível de preços, variações positivas de P significam inflação; variações negativas de P 
significam deflação. 
Sendo assim, vamos supor que, em uma determinada economia, consideramos que V 
e Q são constantes, em um dado momento. O que ocorre se M aumenta? A resposta é óbvia: 
P deve aumentar na mesma proporção. Isso significa que, se a velocidade de circulação da 
moeda estiver constante e não houver variação da produção, um aumento no estoque de 
moeda será refletido em um aumento do nível de preços, ou seja, inflação. Portanto, 
identificamos uma relação clara entre moeda e inflação. 
 
12 
 
Em geral, é razoável supor que V seja estável, senão constante, no curto prazo. Mas Q 
pode variar. Neste cenário, se M aumenta, para que não haja inflação, Q deve aumentar na 
mesma proporção do aumento de M, pois então P ficaria constante. Ou seja, se houver 
aumento da produção, M pode aumentar nesta mesma proporção sem que haja maiores 
riscos de que se provoque inflação. 
Essas identidades são fundamentais no controle monetário e da inflação. São 
largamente utilizadas pelos Bancos Centrais para monitoramento e controle da moeda e suas 
relações com a produção e o nível de preços. 
Um dos principais argumentos usados pelos adeptos da teoria quantitativa da moeda 
no combate à inflação é o combate ao déficit público. Isso porque, quando o setor público 
gasta mais do que arrecada, incorrendo em déficit, ele tem à sua disposição a possibilidade de 
emitir moeda para pagar por seus gastos. Ao fazer isso, o governo está aumentando M. Se isso 
for feito a uma velocidade maior que o aumentodo PIB (representado por Q), que é de certa 
forma limitado pela necessidade de investimentos, entre outros aspectos, a consequência 
direta é que haverá um aumento de P, portanto inflação. Desta forma, um dos requisitos da 
estabilidade de preços e manutenção de baixa inflação é o equilíbrio das contas públicas. 
Existem ainda outras teorias e causas possíveis da inflação, como inflação de custos, 
inflação de demanda, inflação oligopolista, entre outras, que não serão tratadas aqui. 
Entretanto, o aluno interessado em se aprofundar encontrará uma vasta literatura à sua 
disposição para entender o tema. É particularmente interessante a evolução do pensamento e 
das teorias de inflação, desde a década de 1970 até os anos 1990, bem como a ampla 
experiência brasileira no combate à inflação crônica que perdurou no país ao longo dessas 
décadas. O Brasil é reconhecidamente o país com o maior conhecimento acumulado no 
assunto e com maior aparelhamento para seu monitoramento (múltiplos índices de inflação, 
órgãos de controle etc.). 
 
Como a inflação alta afeta os negócios? 
A inflação afeta os negócios negativamente, de várias formas. 
Se tomarmos como referência as funções da moeda, vemos que a sustentação de altos 
níveis de inflação destrói cada uma dessas funções, impedindo o bom funcionamento de 
qualquer economia de mercado. 
Quando ocorre inflação, o valor da moeda se deteriora. Significa que, por um lado, 
cada vez mais moeda é necessária para comprar a mesma quantidade de bens. Significa ainda 
que, se a moeda for retida em sua forma líquida, ela perde poder de compra. Portanto em um 
ambiente de alta inflação a moeda não serve mais como reserva de valor. 
 
13 
Nesse ambiente de variações importantes de preços, aos poucos perde-se a referência 
do valor da moeda; afinal, cada dia os preços sobem e não se sabe mais quanto representa o 
valor de R$100. Quem se lembra da época de alta inflação no Brasil, desde a década de 1980 
até o ano de 1994, irá se lembrar que não se podia fazer as contas em moeda local, pois não 
se conseguia perceber o significado daquela quantidade de moeda em valor de mercadorias, 
mesmo porque os valores mudavam diariamente. Assim, a moeda perdia também a função de 
unidade de medida. 
Outra consequência da inflação alta é que, ao se reter uma moeda que se desvaloriza 
constantemente, perde-se muito poder de compra. Por isso, os agentes passam a não desejar 
mais reter tal moeda e ao final passam a não aceitá-la (o que é um conflito com a legislação 
que obriga seu uso). Muitas vezes os agentes de países que convivem com alta inflação 
passam a tentar utilizar moedas de outros países, consideradas mais fortes, para suas trocas. 
No caso brasileiro da década de 1980, houve em parte utilização de dólares pelos agentes, 
ainda que de maneira informal. Por vezes utilizam-se metais nobres, como ouro ou prata. 
Há ainda outros efeitos da inflação sobre a economia. Talvez o mais devastador deles 
seja o desestímulo que causa ao investimento. Isso porque os investidores precisam de um 
ambiente estável para tomar suas decisões de investimento. Como investimentos demoram 
anos para dar retorno, o investidor precisa estimar sua rentabilidade futura, seus preços, seus 
custos, etc., para poder decidir como e se vai investir. Em um ambiente de alta inflação ou 
incerteza é impossível prever tais variáveis, de modo que decisões de investimento acabam 
por ser postergadas. A consequência disso é que a economia passa a crescer a taxas mais 
baixas do que em um ambiente de inflação controlada. 
O governo, através de sua autoridade monetária, pode controlar a oferta de moeda 
utilizando vários instrumentos. Os mais populares são: o controle da base monetária 
diretamente e da emissão de moeda; a venda ou recompra de títulos públicos, sendo que a 
venda de títulos absorve moeda e, portanto, diminui M; variações na taxa de depósito 
compulsório, que deve ser obedecida pelos bancos comerciais, sendo que um aumento do 
depósito compulsório reduz M; mudando a regulamentação das políticas de crédito, sendo 
que uma restrição ao crédito diminui M (ainda que em graus de liquidez menores); mudança 
direta nas políticas de juros, sendo que um aumento nas taxas de juros diminui M; entre 
outros instrumentos. 
 
Políticas Econômicas 
O que são políticas econômicas e o que eu tenho a ver com isso? 
Os conhecedores do modo de produção capitalista sabem que o mercado é uma 
potente máquina de estímulo à produção e à geração de riqueza, mas não necessariamente irá 
realizar, naturalmente ou isoladamente, todos os anseios de uma sociedade. É comum, por 
exemplo, que o capitalismo, agindo livremente, tenda a acentuar desigualdades econômicas e 
 
14 
 
concentrar a riqueza. Assim, é necessário que haja uma atuação da sociedade, externa ao 
mercado, que possa produzir os efeitos que tal sociedade deseja e que estão para além do 
poder do capitalismo na sua forma pura. Nas sociedades modernas, essa atuação é, em geral, 
atribuição do Estado, ou seja, do setor público. 
As políticas econômicas são o conjunto de práticas realizadas por tais agentes que estão 
além ou acima do mercado, que têm por função atingir objetivos da sociedade que o 
capitalismo por si só não conseguiria produzir. As políticas econômicas têm os mais variados 
objetivos, sendo alguns deles, conforme já mencionamos, a desconcentração de renda, a 
manutenção de altos níveis de emprego das pessoas e dos recursos, redução da pobreza, 
promoção de altos níveis de bem-estar social, produção de bens públicos, estímulo à 
concorrência, manutenção de inflação baixa e um ambiente econômico estável, entre muitos 
outros. 
 
Determinação de Atividade Econômica e Emprego 
Uma das principais políticas econômicas é tentar reduzir ao mínimo o desemprego dos 
recursos econômicos, em especial do trabalho. Desemprego é, resumidamente, a presença de 
um recurso ou fator de produção que não está sendo utilizado, isto é, está sendo 
desperdiçado. Da ótica pura e simples da eficiência econômica, é bastante irracional o 
desemprego de recursos, pois significa que há recursos e fatores capazes e disponíveis para a 
produção de riqueza, mas que eles não estão sendo utilizados. Tais fatores podem ser o 
capital, o trabalho, terras etc. 
Em especial, preocupamo-nos como o desemprego do trabalho, tanto pelo lado da 
produção que pode ser aumentada se o desemprego for reduzido, como também pelo lado 
social, já que é considerado extremamente cruel que pessoas que somente tenham o trabalho 
para subsistir, não tenham a opção de vendê-lo. Dessa maneira, muitas das políticas públicas 
pretendem aumentar o nível de emprego, ou em outras palavras, manter baixa a taxa de 
desemprego na economia. 
Existe uma relação próxima entre o nível de produção de uma economia e o seu nível 
de emprego. É, também, uma relação de mútua e direta estimulação, o que quer dizer que, ao 
aumentar o nível de produção, há um aumento no nível de emprego; e ao aumentar o nível 
de emprego, há um novo incentivo ao aumento de produção. Funciona assim: ao aumentar a 
produção, digamos, através do investimento feito por uma empresa de fogões em uma fábrica 
nova, é preciso empregar pessoas que irão trabalhar na fábrica. Portanto o investimento foi 
feito e contratam-se pessoas para que haja o aumento de produção. Mas a própria 
contratação de pessoas irá estimular uma segunda onda de aumento de produção. Pois as 
pessoas que estavam desempregadas irão estar agora empregadas e recebendo salários e, 
consequentemente, com poder de compra que não tinham antes. Isso significa que irão 
consumir e, com isso estimular a produção de mais bens. Por isso, costumamos dizer que, 
 
15quando se realiza um investimento, o aumento total na produção é maior do que o próprio 
investimento, pois há um efeito multiplicador nesse estímulo. 
Vamos pensar, agora, nas diversas ferramentas que os governos têm à sua disposição 
para aumentar a produção (e a renda) e o emprego. Para isso, vamos relembrar a equação da 
renda dada na unidade 4. Dissemos que os gastos de um país, que equivalem ao seu produto 
(Y), são a soma dos gastos com bens de consumo (C), investimentos (I), despesas do setor 
público (G), somando-se ainda a exportações (X) e subtraindo-se as importações (M). De 
forma algébrica, podemos dizer que: 
 
 
 
Assim, para tentar aumentar a renda nacional, o setor público pode tentar influenciar, 
direta ou indiretamente, para o aumento de qualquer das variáveis C, I, G e X, ou para a 
diminuição de M. 
Algumas das políticas de aumento da renda e do emprego seriam: 
 Aumento dos gastos ou investimentos públicos, diretamente; 
 Estímulo ao consumo provado, com aumento do crédito ao consumo; 
 Inventivo ao investimento, via redução das taxas de juros (Selic); 
 Estímulo às exportações, com a desburocratização da documentação exigida pelas 
autoridades. 
Estes são apenas alguns exemplos entre uma infinidade de práticas possíveis. 
 
Outro ponto importante a ressaltar sobre as políticas econômicas é que elas podem ter 
múltiplos efeitos, alguns desejáveis e outros indesejáveis. Exemplificadamente, um aumento 
dos gastos públicos pode estimular o aumento da produção nacional, mas pode também, 
como explicamos no item anterior, estimular a inflação. Assim, seria como um remédio que 
traz um benefício, mas, juntamente com ele, um efeito colateral importante. Em vista disso, o 
setor público deve utilizar medidas que tenham os menores efeitos negativos possíveis, como o 
estímulo ao investimento privado. 
 
 
 
 
16 
 
Modelos de Crescimento Econômico e Ciclos de Negócio 
O crescimento econômico é um dos objetivos de política econômica mais perseguido, 
entre outros fatores, pela maior abundância de bens e prosperidade que reflete, bem como 
pelos seus efeitos na capacidade de consumo e emprego de uma sociedade. 
Além das políticas que estimulam o crescimento econômico, os economistas investigam 
como se dá o crescimento de forma mais autônoma, isto é, através das próprias forças do 
mercado e da sociedade, ao longo do tempo. Isso é conhecido como crescimento endógeno 
de longo prazo. 
Existem muitas teorias que buscam explicar esse crescimento. Na maioria delas, a 
oferta é mais importante do que a demanda, isto é, sinaliza-se que, no longo prazo, as 
sociedades tendem a desejar consumir tudo aquilo que podem produzir, mas há um limite 
técnico e mesmo físico à capacidade de produção de uma sociedade em um dado momento. 
Entretanto, o crescimento de longo prazo é dado justamente pela capacidade das sociedades 
em alargar estes limites, pouco a pouco, mas continuamente. 
Na teoria neoclássica, um dos principais modelos de crescimento econômico (“Solow-
Swan”), explica o crescimento da capacidade de produção das sociedades através do 
desenvolvimento técnico, isto é, da capacidade de criar mecanismos que aumentem a 
produtividade do trabalho (novamente, vale aqui o exemplo da fábrica de alfinetes). Outro 
modelo, denominado modelo de Domar, enfatiza a poupança das pessoas e a acumulação de 
capital de deriva dela, aumentando a capacidade de produção através do contínuo aumento 
da capacidade física de produzir. 
Existem muitas outras teorias que buscam entender ou explicar por que algumas 
sociedades são mais prósperas e têm economias que crescem a velocidade maiores que 
outras. 
 
 
O que é o desenvolvimento? 
É a mesma coisa que crescimento? 
Mesmo considerada a importância do crescimento econômico, cada vez mais cresce a 
concepção de que a abundância de bens é apenas parte do desenvolvimento de uma 
sociedade. Existem ainda muitos outros aspectos que levam uma sociedade a se considerar 
desenvolvida e, nesse sentido, sociedades com o mesmo nível de renda per capita podem ter 
graus de desenvolvimento diferentes. Dessa forma, podem existir países ricos (com alto PIB 
per capita), mas menos desenvolvidos do que outros. 
 
17 
Quais seriam outras características exigidas para o desenvolvimento? A resposta deve 
ser dada, mais propriamente, pela própria sociedade que busca esse desenvolvimento, e está 
relacionada com seus valores e princípios. Mas em geral, há alguns fatores normalmente 
comuns a todas as sociedades. 
Em geral, desenvolvimento são as características que levam a sociedade a uma 
condição de bem-estar social, além, é claro, da abundância de bens e recursos. Esse bem-estar 
é muitas vezes refletido na forma da erradicação da pobreza, da obtenção do pleno-emprego, 
da redução da desigualdade social, de altos níveis de segurança interna e externa, de boas 
condições de saúde, segurança alimentar, educação e habitação. 
 
Economia e democracia 
Vimos que as sociedades têm desejos que vão além da propriedade e da abundância 
material. Um destes anseios, ainda que não seja de ordem econômica, é normalmente a 
liberdade, ainda que não seja um valor unânime entre os povos. 
Existe uma ligação entre uma economia de mercado e a liberdade de atuação política e 
econômica, isto é, a democracia. Não se trata de uma condição de existência, afinal, há 
exemplos tão claros como a China, em que predomina uma sociedade de alto nível de 
crescimento econômico e, ainda sim, uma sociedade com poucas liberdades políticas. 
No longo prazo, contudo, vimos que há a necessidade de diversas ações estatais de 
promoção do crescimento e correções de imperfeições dadas pela natureza do capitalismo. 
Assim, sem uma representação política democrática, é possível que o modelo econômico 
adotado seja não necessariamente um reflexo dos anseios da população, mas uma imposição 
do que as classes políticas dominantes entendem que seja o melhor modelo. Dessa maneira, é 
possível que um sistema político não democrático promova o desenvolvimento e o 
crescimento econômicos, mas é também provável que tal sistema venha a destoar, no longo 
prazo, dos reais princípios e valores daquela sociedade. 
 
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MOCHÓN, F. Princípios de economia. São Paulo: Prentice Hall, 2007 
 
VASCONCELLOS, M. A. S.; ENRIQUEZ GARCIA, M. Fundamentos de Economia. 2. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2005.

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