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Aula 10 - A visao Estruturalista

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DESENVOLVIMENTO 
ECONÔMICO 
UNIDADE III – PERSPECTIVA HISTÓRICA: O 
PENSAMENTO HETERODOXO 
 AULA 10 – A VISÃO ESTRUTURALISTA 
Prof. Ricardo Chaves Lima 
O Pensamento Estruturalista 
Raul Prebisch 
1901 - 1986 
Economista 
Argentino, Diretor 
da CEPAL 
•  Em 1948, por iniciativa do governo 
chileno, a ONU cria a Comissão 
Econômica para a América Latina – 
CEPAL; 
•  Foi em torno da CEPAL que a escola do 
pensamento econômico estruturalista foi 
forjada; 
•  Os estruturalistas argumentavam que os 
países menos desenvolvidos (periferia) 
eram estruturalmente e 
institucionalmente diferentes dos países 
desenvolvidos (centro); 
•  Os estruturalistas eram céticos da teoria ricardiana de 
vantagens comparativas, especialmente no que se refere 
aos benefícios alegados sobre a especialização no 
comércio internacional; 
•  O pensamento estruturalista colocava em xeque a 
harmonia de interesses entre países do centro e da 
periferia no comercio mundial; 
•  Um dos economistas mais ativos na construção do 
pensamento estruturalista foi o argentino Raul Prebisch, 
diretor da Comissão Econômica para a América Latina – 
CEPAL; 
O Pensamento Estruturalista 
•  Prebish observou a economia argentina que, até os anos 
1920, crescia a taxas elevadas com base na exportação 
de produtos primários; 
•  Durante os anos 1920 e, especialmente após a crise 
americana de 1930, a Argentina viu os preços de seu 
produtos primários de exportação sofrerem grande 
declínio; 
•  De acordo com Prebisch, em 1933 a Argentina teve que 
exportar 73% a mais dos seus produtos primários para 
manter o mesmo nível médio de exportação registrado na 
segunda metade dos anos de 1920; 
•  Prebisch acreditava que a elevada inelasticidade da 
oferta dos produtos primários era responsável por essa 
queda nos preços; 
O Pensamento Estruturalista 
•  A figura 01 mostra o impacto nos preços quando uma 
retração na demanda ocorre no mercado internacional; 
•  Quando a curva de demanda retrai de D0 para D1, ao 
longo da curva de oferta de manufaturas SE 
(perfeitamente elástica), os preços praticamente não 
mudam, permanecendo em PE; 
•  A medida em que a curva de oferta vai se tornando mais 
inelástica, o impacto da retração de demanda na queda 
dos preços é mais forte; 
•  Quando a oferta é perfeitamente inelástico (SI) o impacto 
na queda dos preços é maior (de PI para PE); 
O Pensamento Estruturalista 
Figura 01 – Elasticidade da Oferta 
•  Os estruturalistas acreditavam que os termos de troca 
agricultura/indústria declivam em valor ao longo do 
tempo, especialmente em épocas de crise; 
•  Considerando que os países do centro (industriais) 
produziam manufaturas e os países da periferia 
(agrícolas) produziam produtos primários, Prebisch 
concluiu que os benefícios do comércio exterior seriam 
capturados apenas pelos países do centro; 
•  Prebisch sofreu criticas ao seu estudo, especialmente no 
que se refere ao uso visado de dados; 
•  Os críticos diziam que os dados de manufaturas foram 
usados “free on board”(F.O.B) e os da produtos primários 
“cost, insurance and freight (C.I.F); 
O Pensamento Estruturalista 
•  Ou seja, os preços dos produtos industriais FOB não 
incluem custos de logística, enquanto os preço dos 
produtos primários CIF incluem; 
•  Assim, o valor recebido pelos produtores de produtos 
primários em comparação ao valor recebido pelos 
produtores de produtos industriais cai ao longo do tempo; 
•  O método utilizado, portanto, seria viesado; 
O Pensamento Estruturalista 
•  Na CEPAL, Prebisch ficou conhecido como o maior 
entusiasta do desenvolvimento “para dentro”; 
•  A estratégia de industrialização por substituição de 
importação defendia a produção de bens de consumo 
que até então eram importados pelos países periféricos; 
•  Em primeiro estágios bens de consumo não-duráveis, os 
quais envolvem em sua produção pouca utilização de 
capital e tecnologia; 
•  A ideia era que, se os termos de troca mudam contra a 
periferia que produz matérias primas, a estratégia correta 
seria promover a industrialização dos países periféricos; 
O Pensamento Estruturalista 
 Industrialização por Substituição de 
Importações (ISI) 
•  Outro argumento usado em favor da industrialização era 
baseado no fato de que, durante os ciclos econômicos, 
observa-se um comportamento dos preços dos produtos 
primários de crescimento rápido na fase de elevação do 
produto e queda acelerada na fase de recessão; 
•  Logo, uma economia produtora de produtos primários 
sofreria maior instabilidade de receitas de exportação que 
as economias industrializadas; 
•  Esse, portanto, era um segundo argumento em favor da 
industrialização: maior estabilidade econômica; 
O Pensamento Estruturalista 
 Industrialização por Substituição de 
Importações (ISI) 
•  O êxito do programa de ISI exigia do governo que 
restringisse as importações de bens que poderiam 
competir com a nova indústria; 
•  Essa restrição era principalmente baseada em barreiras 
tarifárias; 
•  Para promover a industrialização, uma quantidade 
considerável de tecnologia e bens de capital teriam que 
ser importada. Assim, seriam necessárias divisas para 
esse fim; 
•  Parte dessa tecnologia intensiva em capital teria um 
impacto modesto na criação de emprego, a mesmo que o 
nível de investimento fosse muito elevado; 
Programa de Industrialização: Limitações 
•  Em algumas economias, o mercado doméstico era muito 
pequeno para permitir produção em escala eficiente. 
Como resolver isso? 
•  A estratégia de ISI sofreu também entre os próprios 
estruturalistas da CEPAL, especialmente com relação a: 
ü  Incapacidade de diversificar exportações, 
ü  Falha em aumentar as reservas internacionais, 
ü  Aumento na dívida externa, 
ü  Incapacidade de fortalecer o setor agrícola doméstico, 
levando à importação de alimentos; 
ü  Aumento da parcela da economia nacional 
pertencente a estrangeiros, o que leva a um aumenta 
de remessa de lucros para fora do pais. 
Programa de Industrialização: Limitações

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