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* Capítulo 5. O Balanço de Pagamentos Transações do País com o Resto do Mundo * BALANÇO DE PAGAMENTOS Perspectiva contábil: balanço de pagamentos é um registro das transações de um país com o mundo exterior. Perspectiva econômica: balanço de pagamentos é o resultado síntese do funcionamento global da economia nacional. Reflete a operação, em nível micro e macroeconômico, das atividades principais de seus agentes econômicos, sejam públicos ou privados Balanço de pagamentos é a expressão das condições conjunturais e estruturais da economia nacional. É também reflexo de eventos ocorridos na esfera mundial. * BALANÇO DE PAGAMENTOS E A ECONOMIA NACIONAL Desempenho econômico de um país é fortemente relacionado ao desempenho do setor externo e do balanço de pagamentos. Receitas cambiais são necessárias para financiar importações. Crescimento da economia se expressa através da expansão da produção e da renda nacionais, mas a expansão da oferta pode ser restringida pela incapacidade de o país expandir suas importações (insumos, bens de capital e conhecimentos tecnológicos). Endividamento externo, crises de balanço de pagamentos e crescimento econômico são eventos relacionados. * A CONTABILIDADE DO BALANÇO DE PAGAMENTOS As contas do balanço de pagamentos de um país resumem todas as suas transações com o exterior. A qualidade das estatísticas de balanço de pagamentos tem evoluído na medida em que técnicas de registro são aprimoradas e as metodologias dos levantamentos universalizadas. A divulgação das metodologias recomendadas para o levantamento das estatísticas de BP tem cabido à Organização das Nações Unidas. O FMI é a instituição que tem atuado mais ativamente na revisão do Sistema de Contas Nacionais. * CONCEITOS BÁSICOS E PROBLEMAS DE MENSURAÇÃO BP de um país é um registro sistemático das transações econômicas, durante um dado período de tempo, entre residentes nacionais e residentes do resto do mundo. Questões: identificar a natureza e a origem de uma transação internacional. registrar a inumerável quantidade de transações que ocorrem entre indivíduos e empresas de todo o mundo. atribuir valor a transações que não passam pelo mercado. classificar dados sobre o BP. quando registrar uma transação internacional. * TRANSAÇÃO ECONÔMICA INTERNACIONAL Uma “transação econômica internacional” é uma troca de valores, envolvendo a transferência de propriedade de bens, serviços, títulos, ações, dinheiro e outros ativos, de residentes de um país para residentes de outro. O BP deve cobrir todas as transações econômicas com estrangeiros e não apenas aquelas que se realizam através do mercado de câmbio. Algumas transações contabilizadas no BP podem não envolver o uso, nem implicar um fluxo, de moeda estrangeira. * RESIDÊNCIA Residência: em princípio associada ao local em que indivíduos, empresas e instituições realizam as suas transações. Exemplos: Empresas multinacionais e suas subsidiárias. Turistas, funcionários diplomáticos e pessoal militar em serviço no exterior, imigrantes temporários, estudantes ou indivíduos em tratamento médico em hospitais no exterior. Lucros reinvestidos e dividendos de empresas estrangeiras em um país. Instituições internacionais, embaixadas e consulados estrangeiros. Ouro extraído das minas de um país, quando é comprado pelas autoridades monetárias para aumentar as suas reservas. * COBERTURA Em princípio, as estatísticas de BP devem registrar (cobrir) todas as transações internacionais. Questões: Comércio de fronteira. Receitas com fretes oceânicos. Dispêndios de turistas no exterior. A mensuração dos fluxos de serviços e rendas de capitais estrangeiros (lucros, dividendos, royalties, etc.) . Paraísos fiscais. “Erros e Omissões”. * VALORAÇÃO:QUESTÕES Procedimentos adotados por empresas, que tencionam evadir-se de pagamentos de tributos domésticos sobre transações com suas afiliadas: subfaturamento nas importações e superfaturamento nas exportações. Procedimentos adotados nas transferências de governos, empresas ou mesmo indivíduos, para finalidades assistenciais. * CLASSIFICAÇÃO Classificação pelo agente responsável pela transação (indivíduos, empresas, bancos, governo, etc.) ou pela natureza da transação (correntes ou de capital ou financeiras). Classificação por transações “autônomas” e transações “compensatórias”. Transações autônomas: exportações e importações, as transferências unilaterais e os investimentos diretos e de portfolio. Transações compensatórias: venda de ouro monetário ou de reservas de moeda estrangeira pelos bancos centrais, operações de empréstimo junto a entidades internacionais ou a governos estrangeiros. * TIMING Momento exato em que deve ser contabilizada uma transação. Questões: comércio internacional realizado mediante negociações em mercados futuros. transações contratadas ou negociadas através de cartões de crédito (o mercado via Internet, por ex.). Na prática: considera-se como item do BP uma importação que tenha sido registrada pelas autoridades alfandegárias; ou quando ocorra o efetivo pagamento de um serviço prestado; ou quando tenha se verificado a transferência da propriedade de um ativo de um residente de um país para outro. * O PRINCÍPIO DAS PARTIDAS DOBRADAS Os registros de um BP são realizados com base no princípio contábil das partidas dobradas, segundo o qual a um débito em uma determinada conta deve corresponder a um crédito em alguma outra e vice-versa; e portanto, do ponto de vista contábil, o BP está sempre equilibrado. As contas de um BP são classificadas em dois grandes grupos: Contas operacionais: correspondem às transações geradoras de pagamentos e recebimentos. Ex.: exportações e importações de mercadorias, fretes, seguros, juros, lucros e dividendos, viagens internacionais, royalties, investimentos, empréstimos, amortizações, etc. Contas de caixa: registram o movimento dos meios de pagamentos internacionais à disposição do país. As rubricas dessas contas correspondem à contrapartida das contas operacionais mencionadas e o seu saldo constitui a variação líquida das reservas internacionais. Ex: haveres a curto prazo no exterior, os movimentos de ouro monetário, os direitos especiais de saque (FMI) e as variações nas reservas do país junto ao FMI * A NOVA ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS A partir de 2001 o Banco Central passa a apresentar o BP do Brasil segundo os critérios da 5ª edição do Manual de Balanço de Pagamentos do FMI (1993). Dois aspectos: os dados sobre os balanço de pagamentos pelo sistema novo não são comparáveis com as séries dos anos anteriores ; e Tornou-se mais difícil a visualização conjunta das contas corrente e de capital, na perspectiva tradicional dos manuais da macroeconomia internacional. Os registros de BP continuam sendo organizados em duas grandes contas: Conta corrente Conta de capital e financeira * CONTA CORRENTE E CONTA DE CAPITAL E FINANCEIRA Conta Corrente: exibe todos os fluxos que afetam diretamente a renda nacional presente. Conta de Capital e Financeira: registra os fluxos de todos os ativos internacionais que irão afetar a renda nacional futura. A Conta Corrente subdivide-se em: o balanço comercial, o balanço de serviços, o balanço de rendas e o balanço de transferências unilaterais correntes Balanço de Transações Correntes: é o somatório dessas quatro subcontas. A Conta Capital e Financeira subdivide-se em: movimentos de capitais autônomos, ou voluntários, e fluxos de capitais compensatórios, ou de regularização. * O BALANÇO COMERCIAL Balanço Comercial: diz respeito ao intercâmbio de bens tangíveis, que são as exportações e importações de mercadorias. As transações com mercadorias são geralmente contabilizadas pelo seu valor de mercado no local de embarque, excluindo o valor dos fretes, das taxas portuárias, do seguro e das corretagens. Free on Board (FOB) X Cost, Insurance and Freight (CIF). * EXPORTAÇÕES DE BENS: CLASSIFICAÇÕES Produtos básicos (primários) e industrializados. Produtos básicos: primários tradicionais e não-tradicionais. Produtos industrializados: semi-manufaturados e manufaturados. Classificação de acordo com destino internacional. Classificação por agrupamentos de países, ex., NAFTA, União Européia, Mercosul, Bloco Andino e as associações dos países asiáticos. * IMPORTAÇÕES DE BENS: CLASSIFICAÇÕES Por categorias de usos e desagregadas por grupos de produtos. Categorias de uso: insumos e matérias primas, bens de consumo (desagregados em duráveis e não-duráveis) e bens de capital. De acordo com a procedência internacional dos bens importados. * O BALANÇO DE SERVIÇOS Viagens internacionais (–) Transportes (–) Seguros (–) Financeiros (serviços bancários sobre o endividamento externo) (–) Serviços de computação e informações (–) Royalties e licenças (–) Aluguel de equipamentos (principalmente à extração de petróleo no Brasil) (–) Serviços governamentais (gastos com atividades diplomáticas e contribuições à instituições internacionais) (–) Outros Serviços (construção, comerciais, corretagem, profissionais e técnicos especializados) (+) * O BALANÇO DE RENDAS O Balanço de Rendas, registra, em sua quase totalidade, as remessas de renda de capitais estrangeiros e as receitas auferidas pelos capitais nacionais no exterior. Países ricos sempre têm um superávit nessa conta e os países subdesenvolvidos um déficit Conta de Rendas compreende duas subcontas: Salários e Ordenados Renda de Investimentos * BALANÇO DE RENDAS: SALÁRIOS E ORDENADOS Conta de Salários e Ordenados registra a remuneração do trabalho assalariado: recebimentos de trabalhadores domiciliados no País e pagamentos a trabalhadores residentes no exterior. Essa rubrica era antes alocada na conta de serviços, na subconta serviços diversos. * BALANÇO DE RENDAS: RENDA DE INVESTIMENTOS Conta Renda de Investimentos corresponde à remuneração das diversas modalidades de aplicações que estão detalhadas na Conta Financeira. Esta conta se desdobra em três subcontas: Renda de Investimentos Diretos, Renda de Investimentos em Carteira (ou portfolio) e Renda de Outros Investimentos. * RENDA DE INVESTIMENTOS DIRETOS Subconta Renda de Investimentos Diretos registra: os lucros e dividendos relativos a participações no capital de empresas e os juros correspondentes aos empréstimos intercompanhias nas modalidades de empréstimos diretos e títulos de qualquer prazo. OBSERVAÇÃO: ganhos de capital são classificados como investimento direto, e fazem parte da Conta Financeira. * RENDA DE INVESTIMENTOS EM CARTEIRA Subconta Renda de Investimentos em Carteira registra: lucros, dividendos e bonificações relativos às aplicações em ações; e juros correspondentes a aplicações em títulos de emissão doméstica (títulos da dívida interna pública, debêntures e outros títulos privados) e de emissão no exterior (como Bônus, Notes e Commercial Papers). * RENDA DE OUTROS INVESTIMENTOS Subconta Renda de Outros Investimentos abrange: os juros de créditos comerciais (de fornecedores - ou supplier credits - de empréstimos de agências governamentais, de organismos internacionais e de bancos privados); e os juros de depósitos e outros ativos e passivos. Nesta categoria incluem-se os juros de financiamento à importação e os juros sobre pagamento antecipado de exportações. * RESULTADO Todos esses itens são o reflexo do estoque da Poupança nacional investida no exterior ou da poupança estrangeira investida no país Assim, como os países em desenvolvimento são grandes tomadores de poupança excedente dos países industrializados, as remessas líquidas de renda de investimentos tendem a ser crescentes nos primeiros, muitas vezes implicando substancial transferência de recursos dos países pobres para os ricos * O BALANÇO DE TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS CORRENTES Transferências unilaterais correntes - aquelas destinadas exclusivamente ao consumo corrente. Nas Transferências Unilaterais Correntes destacam-se: recursos destinados a reparações de guerra, transferências de legados e heranças, donativos privados, doações, pagamentos de pensões a cidadãos nacionais residindo no exterior, e remessas enviadas por imigrantes que trabalham no exterior. * O BALANÇO DE CAPITAL E FINANCEIRO Duas novas contas: Conta Capital e Conta Financeira. Conta Capital – envolve a transferência unilateral de capital relacionada com o patrimônio de migrantes internacionais. Conta Financeira - registra os fluxos decorrentes de transações internacionais com ativos e passivos financeiros entre residentes e não residentes. Abrange quatro grupos de fluxos: Investimento Direto. Investimento em Carteira. Derivativos financeiros. Outros Investimentos. * CONTA FINANCEIRA: INVESTIMENTOS DIRETOS Investimentos Diretos: compreendem ativos e passivos detidos por nacionais (ativos) e estrangeiros (passivos). participação no capital de empresas: incluem as aquisições totais ou parciais do capital social de empresas, os ganhos de capital relativos à alienação de bens, as conversões de obrigações e os recursos utilizados em privatizações de empresas estatais. empréstimos intercompanhias: compreendem os empréstimos diretos concedidos pelas matrizes a suas afiliadas ou mediante a colocação de títulos (sem distinção de prazo) e as amortizações de tais empréstimos. * Brasil recebe US$ 34,6 bilhões em investimento externo em 2007, com expansão de 84,3% (Valor Econômico – 28/01/08) Os investimentos externos diretos líquidos que ingressaram no país no ano passado atingiram US$ 34,616 bilhões ou 2,64% do Produto Interno Bruto (PIB). O Banco Central (BC) previa entrada de US$ 35 bilhões em 2007. O resultado ficou 84,3% acima dos US$ 18,782 bilhões ingressados em 2006 (1,75% do PIB). Apenas em dezembro somaram US$ 886 milhões, informou há pouco o BC. O montante é menor do que os ingressos apurados no mesmo mês de 2006, de US$ 2,487 bilhões. Os dados levam em conta recursos estrangeiros para o setor produtivo no país e ainda empréstimos intercompanhias, aqueles feitos pela matriz da multinacional para a subsidiária brasileira, abatidas as remessas feitas por conta de ganho com o capital investido. Do total ingressado em dezembro, US$ 1,235 bilhão foram participação no capital. Houve saída líquida de US$ 349 milhões nos empréstimos intercompanhias. Em todo o ano passado, entraram US$ 26,101 bilhões em participação no capital e US$ 8,515 bilhões em empréstimos intercompanhias. * CONTA FINANCEIRA: INVESTIMENTOS EM CARTEIRA Investimentos em Carteira: registram os fluxos de ativos e passivos constituídos pela emissão de títulos de crédito (ações e títulos de renda fixa), negociados em mercados secundários de papéis. Os componentes principais de investimentos em carteira são: títulos de participação no capital e títulos de dívida. Os títulos de dívida se subdividem em bônus, notes e commercial papers, aceites bancários e certificados de depósitos negociáveis, cujo prazo de vencimento original seja de um ano ou menos. * CONTA FINANCEIRA: DERIVATIVOS FINANCEIROS Derivativos Financeiros: compreende os fluxos relativos à liquidação de haveres e obrigações decorrentes de operações de swaps, opções e futuros e os fluxos relativos a prêmios de opções. Essas operações eram antes alocadas na conta de "serviços" ou na conta de capitais de curto prazo. * CONTA FINANCEIRA: OUTROS INVESTIMENTOS Outros Investimentos: compreendem uma diversidade de outros instrumentos financeiros: empréstimos de curto e longo prazos, algumas modalidades de créditos comerciais, moeda em circulação e depósitos em moeda, o uso do crédito do FMI, os desembolsos desta instituição e as amortizações a ela pagas, outros empréstimos com objetivos de regularização de organizações internacionais e governamentais, subscrições de capital de organizações não-monetárias e diversas contas a receber e a pagar. Capitais compensatórios são agora contabilizadas como "outros investimentos estrangeiros". * O BALANÇO DE TRANSAÇÕES CORRENTES E A CONTA FINANCEIRA Do ponto de vista contábil, o BTC representa o somatório do balanço comercial, do balanço de serviços, do balanço de rendas e do balanço de transferências unilaterais correntes. Ou seja, é simplesmente a diferença entre as exportações e importações de bens e serviços, e das receitas e pagamentos decorrentes das aplicações de capitais financeiros no país e no exterior e das receitas e pagamentos com transferências correntes Do ponto de vista macroeconômico, o BTC reflete a operação de toda uma economia e guarda uma relação estreita com os grandes agregados das contas nacionais. * BP: CASOS HIPOTÉTICOS Plan1 Discriminação Caso I Caso II Caso III 1. Balanço Comercial - BC 30 5 -10 1.1. Exp.(+) 150 60 50 1.2. Imp.(-) 120 55 60 2. Balanço de Serviços e de Rendas - BSR 40 -8 -20 2.1. Receitas (+) 60 8 15 2.2. Pagam. (-) 20 16 35 3. Balanço de Transf. Unil. Corr. - BTUC -10 1 2 4. Balanço de Transf. Correntes - BTC = BC + BSR + BTUC 60 -2 -28 PIB 1000 400 600 Reservas Internacionais 60 50 45 Dívida Externa -100 100 240 Plan2 Plan3 * CASO I – Países desenvolvidos País apresenta um superávit no BC, BSR e saldo positivo nas suas transações correntes com o exterior. BTC > 0 : país vendeu a estrangeiros bens e serviços em valor superior ao que comprou. Uma parcela da renda do país estará disponível, como poupança em moeda estrangeira, para ampliar as suas reservas internacionais e para financiar déficits na conta corrente de outros países. * CASOS II E III – Países em Desenvolvimento Apresentam BSR negativo, BTU positivo e o BTC deficitário. Países realizam grandes pagamentos de encargos financeiros ao exterior. Caso II registra um substancial saldo comercial, compensando o déficit em serviços e rendas. Caso III apresenta quadro externo desfavorável com volumoso déficit na conta comercial que, somado ao da conta de serviços e rendas, vai resultar num enorme déficit no BTC. * BALANÇOS DE TRANSAÇÕES CORRENTES E BALANÇOS DA CONTA FINANCEIRA Plan1 Discriminação Caso 1 Caso 2 Caso 3 1. BC 30 5 -10 2. BSR 40 -8 -20 3. BTUC -10 1 2 4. BTC 60 -2 -28 5. Balanço Financeiro (líquido) -60 2 28 5.1. Investimentos Diretos -15 0.5 5 5.2. Investimentos de Portfólio -20 0.5 5 5.3. Empréstimos e Financiamentos -25 1 10 5.4. Financiamentos de Regularização 0 0 8 5.4.1. Empréstimos Governamentais 0 0 3 5.4.2. Financiamentos do FMI 0 0 2 5.4.3. Variações de Reservas 0 0 3 6. BP 0 0 0 Plan2 Plan3 * BTC E CONTA FINANCEIRA Do ponto de vista contábil, o BTC deve ser compensado por valores equivalentes na Conta Financeira, com sinal trocado. Caso I: o superávit de 60 bilhões nas transações correntes possibilita ao país manter uma posição de investidor líquido no exterior. Os dois outros países apresentam situação exatamente oposta à do primeiro caso: precisam recorrer a recursos externos para financiar parte dos seus gastos domésticos. * CASOS II E III Caso II: pode financiar todo o seu déficit em conta corrente recorrendo exclusivamente a capitais externos privados. Caso III: registra um fluxo líquido de recursos externos privados insuficiente para cobrir o seu déficit em conta corrente, sendo obrigado a realizar operações de regularização para fechar o BP. Caso III: o país ainda utilizou parte de suas reservas. * EQUILÍBRIO DO BP Conceito de Equilíbrio do Balanço de Pagamentos: quando o BTC é totalmente financiado com a entrada de recursos externos autônomos. Alguns analistas argumentam que um BP em equilíbrio é aquele que: não causa pressão sobre a taxa de câmbio, ou quando o governo não está adotando políticas de indução à entrada de recursos financeiros externos, por exemplo, através de taxas de juros elevadas. * Fluxo cambial cresce 134% e soma US$ 87,4 bi em 2007; bancos ampliam posição "comprada" 03/01/2008 – Valor Online SÃO PAULO - O fluxo cambial bateu recorde histórico em 2007, atingindo a marca de US$ 87,454 bilhões, com alta de 134% sobre o volume de US$ 37,270 bilhões de 2006. Em dezembro, a entrada líquida de dólares foi de US$ 5,397 bilhões, pouco acima dos US$ 5,281 bilhões de novembro. Em dezembro de 2006, o fluxo havia sido negativo de US$ 3,463 bilhões. O câmbio comercial, no qual são registrados os dados do comércio exterior brasileiro, registrou entrada líquida de US$ 3,276 bilhões em dezembro, com exportações de US$ 14,025 bilhões e importações de US$ 10,749 bilhões. No ano, o fluxo positivo nas transações comerciais somou US$ 76,746 bilhões, com US$ 184,764 bilhões em exportações e US$ 108,018 bilhões em importações. No câmbio financeiro, no qual são fechadas as operações com capitais (investimentos, empréstimos, etc) e serviços (turismo, pagamento de juros, remessa de lucros, etc), o fluxo ficou positivo em US$ 2,121 bilhões em dezembro, com as compras atingindo US$ 41,588 bilhões e as vendas somando US$ 39,467 bilhões. No ano, a conta financeira apontou entrada líquida de US$ 10,708 bilhões, com compras no valor de US$ 348,281 bilhões e vendas de US$ 337,573 bilhões. As instituições financeiras ampliaram em dezembro a posição "comprada" em câmbio, movimento que vem sendo verificado desde agosto. De acordo com o BC, os bancos mantinham em estoque (ou seja, estavam "comprados") US$ 7,331 bilhões em dezembro, acima dos US$ 3,804 bilhões de novembro. Em dezembro de 2006, as instituições financeiras estavam "vendidas" em US$ 2,018 bilhões. * Reservas internacionais já dariam para pagar dívida externa, diz BC (UOL News - 21/02/08) O Banco Central divulgou documento nesta quinta-feira no qual estima que as reservas internacionais brasileiras superaram a dívida externa do país em cerca de US$ 4 bilhões. Em outras palavras, o fato, que é inédito, significa que o Brasil possui moeda estrangeira suficiente para honrar seus compromissos internacionais, o que lhe confere o título de credor externo. É importante ressaltar, contudo, que isso não significa que o país vá efetivamente pagar tudo e ficar sem nenhuma dívida. As reservas internacionais são usadas para outras finalidades também. Além disso, o resultado das contas externas será anunciado pelo BC apenas na próxima semana e a notícia otimista faz parte, por enquanto, de um relatório do órgão sobre a evolução recente dos indicadores de sustentabilidade externa do país. Apenas no ano passado, as reservas internacionais cresceram 110% e chegaram a US$ 180,3 bilhões no final de dezembro. "A análise dos resultados observados pelo setor externo da economia brasileira nos últimos anos e seus impactos nos indicadores de sustentabilidade externa mostram um inquestionável fortalecimento da posição externa do país", avaliou o BC no documento. "Em resumo, diante de um cenário internacional por aumento considerável na incerteza, pela volatilidade dos mercados financeiros e desaceleração da atividade econômica, a melhoria desses indicadores tende a mitigar, embora sem anular por completo, o impacto de eventos externos adversos", diz o órgão. * Para economista, Brasil ainda pode aumentar reservas (21/02/08) http://mais.uol.com.br/view/1575mnadmj5c/para-economista-brasil-ainda-pode-aumentar-reservas-04026AC0913386 * Status de credor pode render grau de investimento ao Brasil, diz 'LA Times' (22/02/08) O anúncio do Banco Central de que o Brasil passou a ser credor no cenário internacional, graças ao crescimento de suas reservas internacionais, foi destaque na edição desta sexta-feira no jornal americano Los Angeles Times. "A mudança do Brasil para o status de credor pode aumentar a confiança dos investidores na maior economia da América Latina e ajudar o Brasil a obter a classificação de grau de investimento", afirma o LA Times. A mudança de status se deu porque, pela primeira vez, as reservas internacionais - ativos que o governo e o setor privado possuem no exterior - ultrapassaram a dívida externa. O jornal comenta que o país pagou seu débito com o FMI e as exportações triplicaram desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao poder em 2003, graças ao aumento na demanda global por soja, minério de ferro, carne e outros produtos brasileiros. "Um aumento do investimento estrangeiro direto, inclusive a compra de ações e títulos por não residentes, provocou alta do valor do real, aumentando o poder de compra do Brasil no exterior." "O real chegou a 1,711 por dólar na quinta-feira, sua maior valorização desde 1999", destaca o jornal americano. O jornal comenta ainda que as reservas internacionais alcançaram a alta recorde de US$ 171,6 bilhões em janeiro, mais do que dez vezes mais do que os US$ 17 bi de quando Lula assumiu o governo. "Nas últimas semanas, o mercado de ações do país recuperou quase as perdas contraídas com a queda generalizada dos mercados mundiais em janeiro, e está chegando perto da alta recorde de dezembro." Mas, apesar da boa notícia, o país ainda enfrenta desafios, conclui o jornal: "O desaquecimento econômico global poderá testar se os esforços do Brasil para diversificar seus mercados de exportação e acumular reservas foram suficientes para salvaguardar o crescimento a longo prazo, dizem analistas." * A CONTA “ERROS E OMISSÕES” Transações não identificadas são incluídas no balanço de pagamentos sob a denominação de Erros e Omissões. Podem ser legais ou ilegais. * A CONTA CORRENTE E OS AGREGADOS NACIONAIS Relações entre a conta corrente e a posição dos ativos líquidos no exterior: BTC = Dt – Dt-1 Dt e Dt-1 ativos líquidos do país no exterior em dois momentos. O saldo da conta corrente, portanto, corresponde à variação dos ativos financeiros de um país em relação ao resto do mundo BTC > 0 acumulação de ativos externos ou redução de passivos ou obrigações. BTC < 0 desacumulação de ativos externos ou aumentos em passivos externos, aumentando o endividamento externo. * Déficit na Conta Corrente e Implicações Uma conta corrente deficitária só pode permanecer nessa situação enquanto houver quem disponha (confie) a financiar o hiato de recursos resultante do excesso de gastos correntes em moeda estrangeira em relação às receitas correntes É importante levar em consideração a forma pela qual o déficit é financiado. Quando se dá na forma de investimentos diretos, aumentam os ativos do país em poder de residentes estrangeiros Esse recurso externo tem um prazo de permanência indefinido e não eleva a dívida externa e contribui para o aumento da capacidade produtiva do país, gerando renda e emprego e até receitas de divisas com exportações Capitais de longo prazo aumentam a dívida externa e aumentam a poupança, podendo significar investimento Capitais de curto prazo expõem ao risco de movimentos especulativos de capital, gerando situações de incerteza e grande instabilidade nas relações do país com o exterior * Déficit na Conta Corrente e Implicações Deve-se tomar cuidado, pois nem sempre os recursos externos nem sempre contribuem para aumentar a capacidade produtiva do país Empréstimos que resultam em investimentos improdutivos, como estradas e portos inacabados, ou que se destinam a importação de bens de consumo, ou financiar déficits fiscais do governo, significam elevação de dívidas e obrigações com o exterior que recairão sobre as gerações futuras, implicando na redução da capacidade de crescimento da economia nacional durante longos períodos de tempo * País poupa mais de R$ 100 bi para pagar juros; valor é o maior desde 1991 – UOL Economia 30/01/2008 A economia do país para o pagamento de juros (o chamado superávit primário) somou R$ 101,606 bilhões em 2007, o maior valor já registrado desde 1991, quando o levantamento começou a ser feito, segundo o Banco Central. O montante superou a meta, que era de R$ 95,9 bilhões, e correspondeu a 3,98% do PIB (Produto Interno Bruto). Em dezembro, os gastos públicos superaram a arrecadação, de modo que houve um déficit de R$ 11,78 bilhões, o maior já registrado pelo BC. O número é 82,6% maior que os R$ 6,453 bilhões registrados em dezembro de 2006. No final do ano passado, o governo destinou quantia significativa para projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O superávit primário tem um lado positivo, que é economizar o dinheiro para pagar as dívidas, mas também um aspecto ruim: os governos tendem a investir menos e a aumentar a carga tributária. Os dados referem-se ao setor público consolidado, que inclui as contas dos Estados, municípios e empresas estatais, além da União. "O governo central e os governos regionais registraram participação crescente no resultado alcançado", informou o BC em nota. Segundo a instituição, o desempenho dos governos regionais foi influenciado pelo efeito da maior atividade econômica sobre a arrecadação do ICMS e dos impostos compartilhados com a União. Apesar de o esforço para pagar os juros em 2007 ter sido o maior já registrado, a dívida pública líquida aumentou de R$ 1,067 trilhão em dezembro de 2006 para R$ 1,150 trilhão no mesmo mês do ano passado. Mas o crescimento econômico fez cair a relação entre a dívida e o PIB. Em dezembro de 2007, a proporção ficou em 42,8% ; um ano antes, era de 44,7%. Em bases anuais, foi a quarta redução consecutiva da relação entre dívida e PIB, "que alcançou o menor percentual desde 1998", de acordo com o BC. * Dívida líquida pública soma R$ 1,150 trilhão, ou 42,8% do PIB ao fim de 2007 – Valor Online, 30/01/08 A dívida líquida total do setor público atingiu R$ 1,150 trilhão, ou 42,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no final de dezembro. O resultado é superior ao verificado um mês antes, quando a dívida líquida somava R$ 1,127 trilhão, ou 42,4% do PIB. Em dezembro de 2006, o endividamento líquido total era de R$ 1,067 trilhão, o equivalente a 44,7% do PIB. As informações foram divulgadas há pouco pelo Banco Central (BC). De acordo com a autoridade monetária, em relação a 2006, a dívida apontou queda equivalente a 1,9 ponto percentual. O superávit primário acumulado de R$ 101,6 bilhões, ou 3,98% do PIB, contribuiu para a redução da dívida com 3,8 pontos percentuais do PIB. Também o efeito do crescimento do PIB valorizado ajudou na redução com 5 pontos percentuais e o ajuste de paridade da cesta de moedas que compõem a dívida externa com 0,1 ponto percentual. Em sentido inverso, a apropriação de juros contribuiu para ampliar a dívida com 5,9 pontos percentuais do PIB e a valorização cambial acumulada no ano em 17,2% elevou a dívida em 1,1 ponto percentual do PIB. A dívida bruta do governo federal, Previdência Social e governos regionais - que, ao contrário da dívida líquida, não contabiliza ativos - avançou para R$ 1,714 trilhão, ou 63,8% do PIB em dezembro, frente aos R$ 1,704 trilhão, ou 64,1% do PIB, do penúltimo mês do ano passado. Em dezembro de 2006, a dívida bruta estava em R$ 1,556 trilhão, o correspondente a 65,2% do PIB daquele ano. O BC notou que a dívida bruta do governo geral fechou 2007 com a menor relação com o PIB desde 2000. Naquela época, registrou 60,3% do PIB. * BTC A POUPANÇA E O INVESTIMENTO Relações entre o BTC e poupança e investimento. Y = C + I + G + X – M Y = C + S + T + X – M Y é o Produto Interno Bruto, PIB C são os gastos de consumo das famílias I são os investimentos privados S é a poupança privada G são os gastos do governo T é a arrecadação líquida do governo e X – M é o saldo do BP em conta corrente * CONDIÇÃO DE EQUILÍBRIO MACROECONÔMICO Condição de equilíbrio macroeconômico: C + I + G + X – M = C + S + T X – M = (S – I) + (T – G) I maior que S: residentes do país utilizam recursos da poupança de outras nações, na forma de empréstimos e financiamentos e/ou permitem que estrangeiros invistam diretamente seus recursos na economia do país. G maior que T: déficit fiscal pode ser financiado com a poupança de não-residentes no país. * RENDA NACIONAL E ABSORÇÃO A = C + I + G. BTC = Y – (C + I + G), ou BTC = Y – A Interpretação ex-ante: constitui condição de equilíbrio. Interpretação ex-post: uma identidade contábil. Um grande déficit na BTC, que não pode ser financiado adequadamente, demandará redução em C, em I, ou em G, ou nessas três variáveis conjuntamente. Enfoque da absorção: insight para a discussão do desequilíbrio externo, MAS as relações entre as variáveis são muito complexas. * Superávit do balanço de pagamentos cai 84% em março sobre um ano antes e fica em US$ 1,341 bi (Valor Online – 28/04/08) O balanço de pagamentos do país registrou superávit de US$ 1,341 bilhão em março deste calendário. No mês, as transações correntes registraram déficit de US$ 4,429 bilhões. A conta de capital e financeira ficou positiva em US$ 5,830 bilhões. A conta de erros e omissões acabou negativa, em US$ 61 milhões. Em comparação com março do ano passado, quando o balanço de pagamentos foi superavitário em US$ 8,529 bilhões, houve uma queda de 84,2%. Os dados são do Banco Central (BC). No primeiro trimestre deste exercício, o superávit é de US$ 8,217 bilhões, quase um terço dos US$ 23,370 bilhões de saldo positivo verificado em mesmo período de 2007. O Balanço de Pagamentos contabiliza a conta de transações correntes (balança comercial, conta de serviços e transferências) e a conta de capital e financeira. Esta última contabiliza também as transferências de patrimônio, além de empréstimos e financiamentos de todas as modalidades, desembolsos de curto, médio e longo prazo e amortizações. Além disso, são descontados erros e omissões do balanço. * Investimentos externos diretos somam US$ 3,6 bilhões no mês até hoje (Valor Online – 28/04/08) Os investimentos estrangeiros diretos (IED) que ingressaram no país em abril até hoje somam US$ 3,6 bilhões. Os dados levam em conta a posição do câmbio liquidado. As informações são do chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes. A projeção para abril completo é de um fluxo de US$ 3,8 bilhões. A entrada de investimentos externos de US$ 3,1 bilhões no mês passado é a melhor para meses de março e o ingresso de US$ 8,7 bilhões entre janeiro e março de 2008 é o melhor para primeiros trimestres. Na avaliação de Altamir Lopes, o ingresso recorde de IED é um " claro sinal " de que o país está atravessando bem a crise externa. * Dívida externa estimada para março sobe para US$ 202,6 bilhões (Valor Online – 28/04/08) A dívida externa estimada para março ficou em US$ 202,633 bilhões, com aumento em relação à posição fechada de dezembro de 2007 em US$ 193,219 bilhões. Os dados são do Banco Central (BC). Em março, a dívida externa de médio e longo prazos foi projetada em US$ 161,689 bilhões, superior aos US$ 154,318 bilhões fechados em dezembro do ano passado. A dívida de curto prazo era prevista em US$ 40,944 bilhões, também maior do que os US$ 38,901 bilhões de dezembro. Os empréstimos intercompanhias das multinacionais a suas subsidiárias no país totalizavam US$ 51,411 bilhões no terceiro mês de 2008. Somando-se esses empréstimos, desconsiderados da dívida externa líquida, a dívida bruta correspondeu a US$ 254,075 bilhões, cerca de US$ 14 bilhões superior aos US$ 240,495 bilhões fechados para dezembro. * Investimento estrangeiro no Brasil bate recorde, apesar de crise externa (UOL News – 28/04/08) O investimento estrangeiro direto no Brasil no primeiro trimestre do ano foi de US$ 8,799 bilhões, valor 34% superior ao do mesmo período do ano passado (US$ 6,566 bilhões) e o maior na história do país para o trimestre, informou hoje o Banco Central (BC). O crescimento do investimento estrangeiro em projetos produtivos no país demonstrou sua confiança na economia brasileira, apesar das turbulências mundiais provocadas pelo temor de uma recessão nos Estados Unidos, segundo porta-vozes do BC. Se continuar aumentando nesse ritmo, o investimento estrangeiro direto no Brasil em 2008 pode superar o do ano passado e representar um novo recorde. Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, o investimento estrangeiro em abril até a semana passada era de US$ 3,6 bilhões e a expectativa é que feche o mês em US$ 3,8 bilhões. O Brasil recebeu em 2007 um recorde de US$ 34,6 bilhões em investimento estrangeiro para projetos produtivos, o maior valor na história do país e que representou um crescimento de 84,3% em relação ao de 2006. * Investimento estrangeiro no Brasil bate recorde, apesar de crise externa (UOL News – 28/04/08) Apesar da possibilidade de um novo recorde neste ano, a previsão do Banco Central é que o investimento se reduza em 2008 e termine em US$ 32 bilhões. Para o saldo do primeiro trimestre contribuiu principalmente o resultado de março, quando ingressaram no Brasil US$ 3,083 bilhões em investimento estrangeiro direto, comparado com os US$ 2,766 bilhões do mesmo mês do ano passado. Os investimentos estrangeiros no mercado financeiro brasileiro também cresceram até US$ 5,2 bilhões em março, terminando o trimestre com um saldo positivo de US$ 5,6 bilhões. Lopes explicou que o investimento estrangeiro no Brasil ainda não está sofrendo os efeitos da crise externa e que está ajudando o país a financiar seus déficits em conta corrente. O aumento do investimento estrangeiro impediu que a balança de conta corrente (saldo das operações do país com o exterior incluindo comerciais, financeiras e transferências) registrasse em março um resultado ainda mais negativo. * Investimento estrangeiro no Brasil bate recorde, apesar de crise externa (UOL News – 28/04/08) O saldo das operações do Brasil com o exterior em março foi deficitário em US$ 4,429 bilhões, enquanto que o do trimestre cresceu até US$ 10,757 bilhões. O déficit do trimestre já se aproxima dos US$ 12 bilhões que tinham sido previstos para todo o ano. O mau resultado foi amenizado tanto pelo investimento estrangeiro quanto pela balança comercial (superávit de US$ 1,012 bilhão em março e de US$ 2,835 bilhões no trimestre). Isso porque o saldo na conta de serviços e rendas (remessas de dividendos, pagamento de juros e despesas de turistas no exterior) registrou déficit de US$ 5,790 bilhões em março. O principal responsável pelo déficit no balanço de pagamentos foi o forte aumento nas remessas de lucro e dividendos para o exterior, que, em março, alcançou o recorde de US$ 4,345 bilhões, com um crescimento de 98,4% em relação ao mesmo mês de 2007. * Investimento estrangeiro no Brasil bate recorde, apesar de crise externa (UOL News – 28/04/08) As remessas no primeiro trimestre saltaram de US$ 3,965 bilhões no ano passado a US$ 8,662 bilhões em 2008, igualmente um recorde para o período. Segundo Lopes, além de aumentar as remessas para o exterior, devido aos maiores lucros conseguidos no país, as empresas estrangeiras estão tentando financiar os maus resultados obtidos por algumas de suas matrizes como conseqüência da crise internacional. * Superávit do balanço de pagamentos cai 84% em março sobre um ano antes e fica em US$ 1,341 bi (Valor Online – 24/04/08) O balanço de pagamentos do país registrou superávit de US$ 1,341 bilhão em março deste calendário. No mês, as transações correntes registraram déficit de US$ 4,429 bilhões. A conta de capital e financeira ficou positiva em US$ 5,830 bilhões. A conta de erros e omissões acabou negativa, em US$ 61 milhões. Em comparação com março do ano passado, quando o balanço de pagamentos foi superavitário em US$ 8,529 bilhões, houve uma queda de 84,2%. Os dados são do Banco Central (BC). No primeiro trimestre deste exercício, o superávit é de US$ 8,217 bilhões, quase um terço dos US$ 23,370 bilhões de saldo positivo verificado em mesmo período de 2007. O Balanço de Pagamentos contabiliza a conta de transações correntes (balança comercial, conta de serviços e transferências) e a conta de capital e financeira. Esta última contabiliza também as transferências de patrimônio, além de empréstimos e financiamentos de todas as modalidades, desembolsos de curto, médio e longo prazo e amortizações. Além disso, são descontados erros e omissões do balanço. * Brasil recebe título de grau de investimento pela agência S&P (30/04/08 – UOL Economia) O Brasil obteve nesta quarta-feira o título de grau de investimento pela agência de avaliação de rating Standard & Poor´s. Com esta nova nota, o país entra no grupo de nações consideradas de pouca possibilidade de inadimplência. Isso significa que o Brasil passa a ser visto como de baixo risco para aplicações financeiras de estrangeiros. A nota de crédito (rating) para moeda estrangeira subiu de BB+ para BBB- com perspectiva estável e a nota para moeda local passou de BBB para BBB+, também com perspectiva estável. O rating para moeda local de curto prazo foi ajustado de "B" para "A-3". "A elevação reflete o amadurecimento das instituições brasileiras e a estrutura de política, como foi evidenciado pelo alívio da carga de dívida fiscal e externa e (reflete) as melhores perspectivas de tendência de crescimento", diz a analista de crédito da S&P Lisa Schineller. "O comportamento do Brasil durante a crise deu espaço para a S&P fazer isso. A economia doméstica está se sustentando bem, o risco-país se mantendo na faixa dos 200 pontos, o crescimento econômico está bom, tanto que o BC está até aumentando juros, mostrando responsabilidade quanto à inflação", afirma o economista-chefe da Fator Corretora, Vladimir Caramaschi. * Cont. Caramaschi é um dos que não acreditavam nessa nova nota para tão breve. "Eu particularmente não esperava para agora, em parte pela fragilidade fiscal do país e em parte porque achava que as agências seriam mais cautelosas neste momento de crise", diz. Na opinião do diretor-executivo da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Moura Nehme, esse grau de investimento veio em um momento difícil em que o dólar está com a cotação baixa. "Isto vai facilitar o ingresso de moeda estrangeira, e a cotação vai ficar mais baixa ainda. É uma coisa boa, mas para o Brasil é perigosa", afirma. Nicola Tingas, economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) alertou apenas para um movimento especulativo na bolsa no curto prazo, mas disse que o Brasil terá novas oportunidades de atração de recursos. “Estruturalmente o investment grade é uma excelente oportunidade para o país, inclusive para a diminuição dos juros e para atrair fundos, o que dá margem para o país ser ousado na área fiscal e na desoneração tributária", afirmou. * Cont. "Eu já previa que sairia neste ano ainda, mas é sempre uma boa notícia. Pela diferença (entre outros títulos) que o Brasil pagava, o mercado já considerava o Brasil como grau de investimento. Ele veio principalmente pela evolução das contas externas -o Brasil é credor líquido já- e pelas contas do governo, que teve superávit nominal", afirma. O Brasil é a 14ª economia a ter seus créditos soberanos elevados para grau de investimento pela Standard&Poor´s. Existem outras agências de avaliação de risco, segundo as quais o país ainda não atingiu esse nível, como a Fitch e Moddy's que colocam o Brasil a um degrau do grau de investimento. "A atualização reflete a maturação das instituições do Brasil e do quadro político, como demonstra a melhora no âmbito fiscal e da dívida externa, além da melhora nas perspectivas de crescimento", afirma. A Standard & Poor´s diz que apesar de muitos países "pares" do Brasil, que também possuem grau de investimento terem dívida pública líquida menor, o modo como o Brasil vem gerindo seus compromissos atenua qualquer risco de ficar inadimplente. Para a analista da S&P, "a dívida geral do governo continua mais alta do que a de muitos países classificados em 'BBB', mas um histórico bastante previsível de políticas fiscal e de administração de dívida pragmáticas mitigam esse risco", acrescentou ela. A obtenção do grau de investimento pelo Brasil era esperada ainda em 2008 por grande parte dos economistas, mas havia alguns dissidentes que apostavam que essa mudança ocorreria somente no próximo ano. * Pontos Fortes / Fracos Entre os pontos fortes selecionados pela S&P para elevar a nota do país, destacam-se: Taxas de inflação que têm se mantido dentro da meta Perfil da dívida pública interna em sintonia com a dos demais países que têm grau de investimento Já entre as maiores fraquezas do país, a S&P alerta para: Grande endividamento líquido da máquina pública Alta rigidez do orçamento Impedimentos estruturais que mantêm o investimento e o crescimento inferiores aos de outras economias também emergentes * Espanha e Portugal não podem ser comparados à Grécia (UOL, 04/05/2010) A situação da Espanha e de Portugal não pode ser comparada à da Grécia, indicou nesta terça-feira Angel Gurria, secretário-geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE), num momento em que o temor de um contágio da crise grega, em particular em relação à Espanha, causou uma queda forte nas bolsas europeias. "Comparar a Grécia com a Espanha e Portugal não reflete a realidade", assinalou Gurria durante uma coletiva de imprensa em Roma. "A Espanha tem uma relação dívida/PIB (de mais ou menos a metade da Grécia, de maneira que evidentemente é uma situação completamente diferente. A Espanha teve quatro ou cinco anos de superávit (fiscal) antes da crise", acrescentou. * Espanha e Portugal não podem ser comparados à Grécia (UOL, 04/05/2010) "Acho que é preciso ser muito prudente e responsável para evitar fazer comparações que não odem ser feitas", indicou o secretário da OCDE. A dívida da Espanha representa 53,2% de seu PIB em 2009, enquanto que a de Portugal representa 76,8% e a da Grécia 115,1% de seus PIB no ano passado. Espanha e Portugal fazem parte dos países da zona euro que mais preocupam os mercados. * * * . * *
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