Buscar

apostila II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

APOSTILA NUTRIÇÃO HUMANA II 
Sistema Digestório 
O sistema digestório humano compreende uma diversidade de órgãos tubulares por 
onde o alimento é digerido e absorvido. Entre os órgãos do sistema digestório 
encontra-se a cavidade oral, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino 
grosso. Além desses órgãos tubulares, outros órgãos também auxiliam no processo 
digestivo como o pâncreas, vesícula biliar e fígado (GUYTON, 2011). 
O processo digestivo se inicia na boca (cavidade oral). Na boca o alimento passa por 
um processo de digestão mecânica, realizado pelo movimento da língua (músculo) e a 
ação dos dentes (trituração e maceração) e por um processo de digestão química por 
conta da ação enzimática contida na saliva (amilase salivar) (GABOARDI, 2009) 
Após o alimento ser deglutido, passando pelo esôfago, órgão tubular que transporta o 
alimento por movimentos peristálticos, o bolo alimentar chega ao estômago, passando 
pela válvula cárdia que possui a função de evitar o refluxo do alimento para o esôfago. 
A presença do bolo alimentar no estômago estimula as células do epitélio glandular a 
secretarem o suco gástrico, formado por ácido clorídrico e pepsina, que faz a digestão 
química (principalmente de proteínas) enquanto o movimento peristáltico estomacal 
realiza a movimentação do quimo. Ao final do estômago há uma válvula que não 
permite a passagem direta do alimento para o intestino delgado (piloro), possibilitando 
junto com a válvula cárdia que o alimento permaneça no estômago por tempo 
suficiente para a digestão proteica. A válvula pilórica ao relaxar permite a passagem 
do quimo para o duodeno (primeira porção do intestino delgado) que recebe a 
excreção de substâncias pancreáticas e biliares que darão continuidade ao processo de 
digestão química (principalmente lipídeos e carboidratos). 19 O pâncreas é uma 
glândula com função anfícrina, pois desenvolve a função de glândula endócrina 
(produção e secreção de insulina e glucagon) e exócrina (produção e secreção do suco 
pancreático, contendo enzimas e bicarbonato). A porção exócrina do pâncreas é a que 
possui auxílio na digestão sendo o suco pancreático, constituído de enzimas (amilase, 
tripsina, quimiotripsina, lipase, entre outras) que farão a digestão química de mais 
proteínas, carboidratos e lipídeos. O bicarbonato constitui um sistema tampão natural 
do organismo, ou seja, controla o pH do quimo vindo do estômago, que está por volta 
de 2,0 a 2,5, deixando dessa forma o quimo com um pH mais alcalino para ser 
digerido no intestino. O suco biliar auxilia na digestão de lipídeos emulcificando-as e 
possibilitando uma melhor absorção dos lipídeos pelos enterócitos (células do epitélio 
intestinal), sua produção ocorre nos hepatócitos e o armazenamento ocorre na vesícula 
biliar (GABOARDI, 2009). 
Ainda no intestino delgado (Jejuno e íleo) há a produção pelo epitélio intestinal do 
suco entérico, formado por enzimas digestivas (proteases, lactases, sacarases, 
maltases, carboxipeptidases, entre outras). A absorção dos nutrientes provenientes das 
reações enzimáticas digestivas ocorre no intestino delgado, por intermédio das 
microvilosidades intestinais, projeções do epitélio intestinal que aumentam a 
superfície de contato entre intestino e nutrientes a serem absorvidos. No intestino 
grosso o processo de digestão tem seu término. Nesse órgão acontece a produção das 
fezes (restos alimentares do processo digestivo) que é auxiliada pela microbiota 
entérica, que fermentam esses compostos químicos que não foram absorvidos. Muitos 
nutrientes, como vitaminas, tornam-se biodisponíveis a serem absorvidos pelo 
intestino apenas após sua passagem pelo metabolismo das bactérias colonizadoras do 
intestino. Entre a microbiota existente no intestino podemos citar: Escherichia coli, 
Lactobacillus sp. e bifidobactérias. Além de nutrientes o intestino grosso também 
proporciona ao organismo a absorção de água. O processo digestivo termina com a 
eliminação das fezes (evacuação) pelo ânus, que relaxam as pregas anais 
(musculatura) possibilitando a eliminação das fezes (GUYTON, 2011). 
 
 
 
Esôfago - endoscopia 
 
O que é o esôfago? 
 
O esôfago é um órgão tubular, com cerca de 20 cm de 
comprimento, cuja função é transportar o alimento ao estômago. 
Este transporte é feito através de movimentos peristálticos. 
 
Na junção entre o esôfago e o estômago, está o esfíncter esofágico, 
que se abre quando o bolo alimentar se aproxima, permitindo sua 
passagem ao estômago. No restante do tempo, este esfíncter fica 
fechado para impedir a volta de conteúdo do estômago para o 
esôfago (refluxo). 
 
 
 
 
O que é o estômago? 
 
O estômago é um órgão em forma de saco, que tem funções 
mecânicas e químicas na digestão. Segundo os estudiosos, a 
etimologia da palavra é proveniente do grego stómakhos (derivado 
de stóma = boca, orifício). O estômago situa-se entre o esôfago e o 
duodeno. 
 
Em humanos, o estômago tem um volume de cerca de 50 mL 
quando vazio. Depois de uma refeição, ele geralmente se expande 
para suportar cerca de 1 litro de comida, [SHERWOOD, Lauralee 
(2004) ] mas ele pode expandir até 4 L de fato. 
 
As funções mecânicas do estômago são: 
 
1. reservatório de alimento (a parte superior do órgão relaxa sua 
musculatura, aumentando sua capacidade e acomodando o alimento 
que está chegando); 
2. mistura (a parte inferior, através de movimentos decorrentes da 
ação de músculos da sua parede, mistura o alimento com o suco 
digestivo produzido pelo estômago); 
3. esvaziamento (liberação dos alimentos já parcialmente 
digeridos para o duodeno, que é a primeira porção do intestino 
delgado. Neste ponto, o alimento apresenta uma consistência 
semilíquida e é chamado de quimo). 
 
As funções químicas do estômago são: 
 
1. produção de ácido clorídrico, que age sobre todos os tipos de 
alimentos, acidificando-os. A mucosa do estômago tem uma roteção 
especial contra este ácido, impedindo que, em condições normais, 
suas células sofram inflamações(o que pode levar a ulceração - 
ferida da parede do órgão); 
2. produção do pepsinogênio, que, em contato com o meio ácido 
do estômago, transforma-se em pepsina, enzima que digere (quebra) 
as proteínas; 
3. secreção do fator intrínseco, que permite a captação da itamina 
B12 da dieta. 
 
O que é a vesícula biliar? 
 
A vesícula biliar é uma bolsa situada junto ao fígado onde fica 
armazenada a bile, um fluido amarelo-esverdeado produzido no 
fígado que possui propriedades detergentes (emulsificantes) e é rico 
em ácidos biliares conjugados, sais inorgânicos, proteínas e 
pigmentos (ex: bilirrubina – responsável pela coloração das fezes). 
Após uma refeição, a vesícula libera a bile no intestino delgado, 
onde ela ajuda a digerir gorduras. Por dia, cerca de 880 mL de bile 
são secretados pela vesícula. 
 
O que é o intestino delgado? 
 
O intestino delgado é um órgão tubular, com aproximadamente 7 
metros de comprimento, que serve para complementar a digestão 
dos alimentos e, principalmente, para promover sua absorção. O 
tempo que o alimento leva para percorrer todo o intestino delgado é 
aproximadamente 12 horas. O intestino delgado pode ser dividido 
em três partes: o duodeno, o jejuno e o íleo. 
 
Função Exócrina 
A porção exócrina é responsável pela produção do suco 
pancreático - rico em bicarbonato, sódio, potássio, cloro, etc. Este 
também é rico em enzimas digestivas (amilase e a lipase 
pancreáticas, a tripsina e as peptidases) e é transportado até o 
duodeno através de um ducto excretor. 
 
Função Endócrina 
A porção endócrina do pâncreasrepresenta de 1% a 2% do total do 
órgão e é composta por pequenos conjuntos de células (ilhotas de 
Langerhans) dispersos pelo órgão que produzem hormônios. Os 
hormônios pancreáticos são: a insulina, o glucagon, a somatostina e 
o polipeptídeo pancreático. Eles participam do controle da glicemia 
(taxa de glicose – açúcar – no sangue). 
Esquema: Fígado, vesícula biliar, pâncreas e duodeno 
 
O que é o pâncreas? 
 
O Pâncreas é uma glândula mista (endócrina e exócrina) que 
derrama seu conteúdo enzimático no duodeno, colaborando com a 
digestão alimentar. Também secreta no sangue importantes 
hormônios que participam do metabolismo dos carboidratos. 
 
 
 
1: Visão microscrópica do intestino de coelho. 
2: Microvilosidades intestinais - ampliação. 
Corte transversal do duodeno 
 
Esquema: Microvilosidades do intestino delgado 
 
O que é o duodeno ? 
 
O duodeno é a primeira porção do intestino delgado, que tem 
continuidade com o estômago a partir do piloro gástrico. Seu 
revestimento mucoso ("pele" que reveste internamente todo o tubo 
digestivo), com muitas pregas (vilosidades e microvilosidades), 
aumenta de forma importante a superfície de contato do órgão com 
o quimo, maximizando as funções digestivas e de absorção 
intestinal. 
 
O que são as microvilosidades? 
 
As microvilosidades ou microvilos são projeções citoplasmáticas da 
superfície da célula recorbertas por uma membrana que tem seu 
interior formado por filamentos de actina. As microvilosidades, 
muito frequentes em células epiteliais que revestem órgãos em que 
há muita absorção de líquido e moléculas - como por exemplo, o 
epitélio do intestino delgado - formam um padrão de dobras, 
cavidades e projeções semelhantes a dedos, resultando em um 
extraordinário aumento de superfície para um cilindro regular. 
Os microvilos não são visíveis individualmente ao microscópio de 
luz, entretanto, conjuntos de microvilos podem ser vistos na forma 
de uma faixa de coloração diferente na superfície apical das células 
epiteliais. No caso do intestino delgado esse conjunto recebe o nome 
de bordadura estriada. 
No duodeno, as células intestinais secretam enzimas e outras 
substâncias importantes para a digestão. Nele desembocam os 
ductos que trazem os sucos digestivos produzidos pelo fígado (bile) 
e pelo pâncreas (suco pancreático). É aqui que se completa a função 
digestiva, dando-se início à absorção, quando o alimento, então, é 
impulsionado para a segunda parte do intestino delgado - o jejuno. 
 
As moléculas digeridas dos alimentos, como também a água e sais 
minerais, são absorvidos através da parede do intestino delgado. O 
material absorvido atravessa a mucosa, atinge as veias do sistema 
circulatório e é então levado a outras partes do corpo 
(principalmente para o fígado) para ser armazenado ou sofrer outras 
modificações químicas. O processo de absorção varia de acordo com 
o tipo de nutriente - carboidratos, gorduras e proteínas. A parte não 
digerida (fibras) é levada ao intestino grosso. 
 
O que é o peristaltismo? 
 
O peristaltismo, descoberto por Ernest Starling e William Bayliss, é 
uma série de contrações musculares organizadas e involuntárias, 
impulsionada pela musculatura lisa e coordenada pelo sistema 
nervoso autônomo, que empurra o alimento (também denominado 
bolo alimentar, quimo) ao longo do TGI durante os processos 
digestivos. 
O que é o Trato Grastrintestinal (T.G.I)? 
 
O Trato Gastrintestinal (T.G.I.) é um dos maiores órgãos do corpo, 
estende-se da boca ao ânus, e é especializado em extrair 
os macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios) e água dos 
alimentos, e em absorver os oligoelementos (monossacarídeos, 
ácidos graxos e aminoácidos) 
e micronutrientes (vitaminas e minerais) necessários ao organismo. 
Também serve como uma barreira física e imunológica contra os 
microrganismos, antígenos potenciais ou qualquer material estranho 
consumido com os alimentos ou formado durante sua passagem 
pelo TGI. 
A digestão dos alimentos é realizada pela hidrólise (quebra) de 
moléculas complexas (macronutrientes) em unidades simples 
(oligoelementos), que podem ser absorvidas e 
utilizadas pelas células. Esta hidrólise é desencadeada através da 
ação de enzimas e outras secreções do TGI e de outros órgãos 
denominados anexos. 
Os movimentos peristálticos iniciam-se no esôfago e terminam no 
reto, sendo bastante similares às contrações musculares do baixo-
ventre de uma serpente ao locomover-se. Assista ao vídeo acima, 
mostrando o peristaltismo intestinal. 
 
 
Fígado 
 
 
O que é o fígado? 
 
O fígado é um dos maiores órgãos do corpo humano (pesa cerca de 
1.5 Kg), e fica localizado no lado direito do abdome, protegido pelas 
costelas inferiores. É responsável por mais de 5.000 funções 
mantenedoras da vida e produz a maioria das proteínas utilizadas 
pelo resto do corpo, além de remover substâncias danosas ao 
organismo. 
 
O fígado também produz a bile, que é transportada ao intestino 
delgado para ajudar no processo de digestão das gorduras. Entre 
suas inúmeras funções, o fígado auxilia no processamento do 
colesterol, na manutenção da taxa de açúcares no sangue e no 
metabolismo de medicamentos. 
 
O que é o intestino grosso? 
 
O intestino grosso é a última seção do tubo digestivo. Tem duas 
funções principais: absorver a água do material não digerido 
(originando as fezes) e armazenar as fezes, até que elas sejam 
expelidas através do ânus. O intestino grosso engloba o ceco (parte 
contínua ao intestino delgado), o cólon (onde ocorre a absorção de 
água) e o reto (reservatório da matéria fecal). 
 
DIGESTÃO E ABSORÇÃO DOS COMPONENTES DA DIETA 
 
 Além da água a alimentação deve fornecer combustíveis 
metabólicos (principalmente carboidratos e lipídeos), proteínas (para 
crescimento e reciclagem de proteínas teciduais), fibras, minerais 
(elementos com funções metabólicas específicas), vitaminas e ácidos 
graxos essenciais (compostos orgânicos necessários em pequenas 
quantidades para funções metabólicas e fisiológicas essenciais). 
 Os alimentos com alto teor de fibra são benéficos para a função 
intestinal. A fibra alimentar reduz o tempo que o alimento leva para 
ser digerido e eliminado e, por essa razão, previne a constipação e 
possivelmente são fatores de proteção contra doenças diverticulares 
e contra o câncer do cólon. 
 As funções dos carboidratos são: 
1- Armazenamento energético – o amido e o glicogênio são os 
carboidratos responsáveis pelo armazenamento de energia dos 
animais e vegetais. 
2- Produção de energia – os carboidratos são as principais fontes 
de energia. 
3. Estruturais – todos os componentes celulares são formados por 
um carboidrato, e eles formam bases necessárias para a estruturação 
das células. 
Os lipídios são fornecedores de calorias (energia) e de ácidos 
graxos, substâncias muito importantes em nosso organismo, quando 
consumidas na quantidade certa e sem exageros. Eles auxiliam na 
absorção de vitaminas A, D, E, K. 
Porém há os ácidos graxos benéficos, que são os monoinsaturados 
(ômega 9) e os poliinsaturados (ômega 3 e 6); e os ácidos graxos 
prejudiciais (gordura trans e ácidos graxos saturados). 
A palavra proteína vem do vocábulo grego “protos”, e significa 
primeiro elemento. As proteínas são elementos essenciais para o 
crescimento e reparação, funcionamento e estrutura de todas as 
células vivas. Hormonais, como a insulina, que controlam o açúcar 
sanguíneo; enzimas, como as amilases, lipases e proteaes que são 
cruciais na digestão dos alimentos; anticorpos,que nos ajudam a 
combater as infecções, proteínas musculares, que nos permitem a 
contração, etc. Assim, as proteínas são efetivamente essenciais à 
vida! Elas também são essenciais em dietas para perder gordura e 
em exercícios físicos. 
 O sistema digestório transforma proteínas, lipídeos e 
carboidratos em moléculas menores, a fim de permitir a entrada 
desses alimentos nas células. Esse processo é chamado de 
digestão e realizado com auxílio de enzimas digestivas. 
 
DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE CARBOIDRATOS: 
 
As principais características são: 
• Reação de hidrólise: quebra de componentes maiores 
em menores; 
• Oligossacarídeos, mono e dissacarídeos; Os 
Oligossacarídeos possuem várias cadeias 
monossacarídicas, unidas por ligações glicosídicas; Os 
Monossacarídeos (Galactose, frutose e glicose=absorção 
direta); Dissacarídeos (Maltose, Sacarose e 
lactose=necessitam de enzimas específicas), já os 
Polissacarídeos necessitam da amilase pancreática e 
outras enzimas. 
• As hidrólises do amido pela amilase salivar e pancreática 
catalisam hidrólise aleatória de ligações glicosídicas alfa 
1-4, resultando em dextrinas e a seguir em uma mistura 
de glicose, maltose e isomaltose (a partir dos pontos de 
ramificação da amilopectina). 
 
 
 
 Digestão e absorção de carboidratos no Intestino 
Delgado 
 As funções do intestino delgado incluem: completar a digestão, 
absorção e secreção. O duodeno é a primeira porção, proximal, do 
intestino delgado, que se estende do piloro (gastroduodenal) ao 
jejuno. Nessa parte realiza-se a digestão do quimo (transformação 
do bolo alimentar no estômago) pela ação do suco entérico que 
contém enzimas, como a enteroquinase, hormônios como a 
secretina, estimulando a secreção de suco pancreático e bile. Estas 
substâncias vão processar quimicamente as proteínas, lipídeos, 
carboidratos, vitaminas e todas as substâncias ingeridas e 
necessárias ao metabolismo energético. Pela ação do suco entérico 
e dos movimentos peristálticos, o quimo é transformado em quilo. 
 Além das enzimas faladas, existem outras como: 
Oligossacaridases, Dissacaridases (Maltase, Sacarase, Isomaltose 
e lactose). Essas enzimas encontram-se localizadas na bordadura 
em escova das células da mucosa intestinal, onde os 
monossacarídeos resultantes e outros originados da alimentação 
são absorvidos. 
 Glicose e galactose são absorvidas por um processo de sódio-
dependente. Elas são carreadas pela mesma proteína 
transportadora (SGLT1) e competem, uma com a outra, em 
relação à absorção intestinal. Outros monossacarídeos são 
absorvidos por difusão mediada por um carregador. Como não 
são transportados ativamente, frutose e açúcares alcoóis são 
apenas absorvidos a favor de seu gradiente de concentração 
e, após uma ingestão moderadamente elevada, alguns 
permanecem no lúmen intestinal, atuando como substrato para 
fermentação bacteriana a partir do final do íleo. Assim existem 2 
mecanismos separados para absorção de monossacarídeos no 
intestino delgado. 
O papel do GLTUT2 é facilitar a saída de monossacarídeos da 
célula para os compartimentos intersticial e capilar, completando 
assim o processo de absorção. 
A captação de monossacarídeos do lúmen para a célula intestinal é 
efetuada por dois mecanismos: 
• Transporte passivo (difusão facilitada): O movimento da 
glicose está “a favor” do gradiente de concentração (de um 
compartimento de maior concentração de glicose para um 
compartimento de menor concentração). A difusão facilitada é 
mediada por um sistema de transporte de monossacarídeos do 
tipo Na+− independente. 
 
• Transporte ativo: A glicose é captada do lúmen para a célula 
epitelial do intestino por um co− transportador 
Na+−monossacarídeo (SGLT). É um processo ativo indireto cujo 
mecanismo é envolve a (Na+−K+)−ATPase (bomba de 
(Na+−K+), que remove o Na+ da célula, em troca de K+, com a 
hidrólise concomitante de ATP. O mecanismo tem alta 
especificidade por D-glicose e D-galactose. 
 Após a absorção, a glicose no sangue aumenta e as células β 
das ilhotas pancreáticas secretam insulina que estimula a captação 
de glicose principalmente pelo tecido adiposo e muscular. O 
fígado, o cérebro e os eritrócitos, não necessitam de insulina para 
captação de glicose por suas células (tecidos 
insulino−independentes). Outros hormônios e enzimas, além de 
vários mecanismos de controle, são importantes na regulação da 
glicemia. 
A frutose e a galactose somente são convertidas em glicose no 
fígado. 
Obs: O transporte da frutose (através do GLUT 5) não é muito 
eficiente, não permitindo sua total absorção. Sendo assim, uma 
grande quantidade de frutose na dieta pode causar diarréia. 
DEGRADAÇÃO ANORMAL DE DISSACARÍDEOS 
Causas: Doenças intestinais, má-nutrição, drogas que 
danificam a mucosa intestinal, idade  deficiência de 
enzimas digestivas. 
• Intolerância à lactose  deficiência de lactase (75% de 
adultos no mundo, principalmente descendentes de 
africanos e asiáticos). 
• Deficiência de sacarase (10% dos esquimós). 
 
DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE LIPÍDEOS: 
 Os principais lipídios da dieta são os triacilgliceróis, e em uma 
menor extensão, os fosfolipídeos. Tratam-se de moléculas 
hidrofóbicas e devem ser hidrolisadas e emulsificadas em gotículas 
bem pequenas (micelas), antes que possam ser absorvidas. 
 A digestão começa no estômago, catalisada pela lípase estável 
em meio ácido que degradam os triacilglicerídeos da dieta. Essas 
lípases ácidas desempenham um papel importante em neonatos 
(recém nascidos), para os quais a gordura do leite é a principal 
fonte de calorias. 
 A pouca solubilidade em água dos lipídeos traz problemas para 
a digestão por que os substratos não ficam facilmente acessíveis 
às enzimas digestivas da fase aquosa. Além disso, a maioria dos 
produtos da digestão de lipídeos são também lipídeos com pouca 
solubilidade em água, de forma que tendem a formar agregados, 
que dificultam a absorção eficiente. 
 Estes problemas são resolvidos por 1) geração/secreção de 
moléculas surfactantes, que aumentam a área de interface entre 
as fases aquosa e lipídica; 2) Solubilização de lipídeos com 
detergentes. Portanto mudanças no estado físico de lipídeos estão 
intimamente ligadas a mudanças químicas durante a digestão e 
absorção. 
 
FASES DA DIGESTÃO DE LIPÍDEOS: 
 Pelo menos 5 fases da digestão de lipídeos podem ser 
diferenciadas: 
1) Hidrólise de triacilgliceróis e ácidos graxos livres e 
monoacilgliceróis no lúmen do trato gastrointestinal; 
 
2) dolubilização de lipídeos por detergentes (ácidos biliares) e 
transporte do lúmen intestinal para a superfície das células do 
epitélio de revestimento; 
 
3) Captação de ácidos graxos livres e monoacilgliceróis pela célula 
epitelial e síntese de triacilgliceróis; 
 
4) acondicionamento de triacilgliceróis recém-sintetizados em 
glóbulos especiais ricos em lipídeos, chamados quilomícrons; 
 
5) Exocitose dos quilomícrons das células epiteliais intestinais na 
linfa. 
 
 A hidrólise de triacilgliceróis é iniciada no estômago por lipases 
lingual e gástrica. Digestão gástrica pode ser responsável por até 
30% da hidrólise total de triacilgliceróis. Todavia a velocidade de 
hidrólise é baixa, pq os triacilgliceróis ingeridos formam gotículas 
de lipídeos, com uma área de interface limitada, a qual lipases 
podem adsorver. Entretanto algumas moléculas de lipases 
adsorvem e hidrolisam triacilgliceróis em ácidos graxos e 
diacilgliceróis, o que converte um composto imiscível em água emprodutos com grupos polares e apolares. 
 Estes produtos superfície-ativos adsorvem espontaneamente a 
interface água-lipídeo e confere uma superfície hidrofílica às 
gotículas lipídicas, fornecendo assim um aumento na área de 
interface. Qualquer aumento na área de interface produz dispersão 
da fase lipídica em gotículas menores (emulsificação) e fornece 
mais pontos para adsorção de moléculas de lipase. A dispersão de 
lipídeos em gotículas menores é tb ajudada pelos movimentos 
peristálticos e de mistura do estômago. O quimo gástrico é 
liberado no duodeno geralmente contém apenas gotículas de 
gordura de 2mm de diâmetro. 
DIGESTÃO POR LIPASES PANCREÁTICAS: 
 Três enzimas hidrolíticas são encontradas no suco pancreático 
secretado no duodeno: lipase−pancreática, colesterol−esterase e 
fosfolipase A2. A lipase−pancreática catalisa a hidrólise dos 
triacilgliceróis com a formação de 2−monoglicerol e 2 ácidos 
graxos: 
 O suco pancreático contém um lipídeo esterase inespecífica 
(colesterol esterase) que age sobre colestreil ésteres, 
monoacilgliceróis ou outros ésteres de lipídeos, como ésteres de 
vitamina A com ácidos carboxílicos. Em contraste com a 
triacilglicerol lipase, esta esterase requer ácidos biliares para sua 
atividade. 
 Fosfolipídeos são hidrolisados por fosfolipases específicas. O 
suco pancreático é rico em pró-fosfolipase A2. Como outras pró-
enzimas pancreáticas são ativadas por tripsina. Fosfolipase A2 
requer ácidos biliares para sua atividade. 
 A colipase, um co-fator protéico também produzido pelo 
pâncreas, é essencial na estabilização da lipase, não permitindo 
sua desnaturação ou inibição pelos sais biliares. 
 Os ésteres de colesteril ingeridos na dieta são emulsificados 
pelos sais biliares e, então, hidrolisados pela colesterol−esterase a 
colesterol e ácidos graxos livres: 
Éster de colesteril + H2O → −esteraseColesterolcolesterol + ácido 
graxo 
 A fosfolipase A2, secretada na forma de pró-enzima e ativada 
pela tripsina, catalisa a hidrólise dos resíduos de ácidos graxos 
presentes 
 O sulco pancreático contém outras esterases menos específicas 
que atuam sobre monoacigliceróis e outros ésteres lipídicos, como 
os de vitamina A com ácidos carboxílicos. 
 
BILE: 
* Líquido espesso, viscoso, amarelo-dourado ou esverdeado. 
* pH levemente alcalino. 
* Sintetizado pelo fígado. 
* Armazenado e concentrado na vesícula biliar. 
* Meio de excreção de colesterol, pigmentos biliares, toxinas e 
drogas lipossolúveis. 
 
EMULSIFICAÇÃO PELOS ÁCIDOS BILIARES: 
Emulsificação  aumenta área de ação da lipase 
pancreática 
ABSORÇÃO DE LIPÍDEOS: 
Micelas mistas  enterócitos (membrana com borda em escova) 
 os lipídeos penetram nas células. 
Ácidos graxos de cadeia curta e média  não necessitam de 
micelas para serem absorvidos. 
ABSORÇÃO UM QUILOMÍCRON: 
TAG + apolipoproteínas B-48 e fosfolipídios  quilomícrons  
complexo de Golgi  vesículas  exocitose  vasos linfáticos. 
TAG no interior, mais que 80% da massa total. Colesterol – na 
superfície. Ésteres de colesterol – no interior. 
 
DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE PROTEÍNAS: 
 
A digestão de proteína é iniciada no estômago, onde o ácido 
gástrico desnatura as proteínas. A digestão é continuada no intestino 
delgado, onde a proteína fica em contato com as proteases 
pancreáticas. O tripsinogênio pancreático é secretado no intestino pelo 
pâncreas em uma forma inativa, porém fica ativado pela enzima 
enteroquinase, uma enzima da borda em escova no duodeno. A 
tripsina ativada então ativa as demais enzimas precursoras 
proteolíticas pancreáticas. As endopeptidases, que incluem a tripsina, 
a quimiotripsina e a elastase, agem nas ligações peptídias no interior 
da molécula de proteína, produzindo peptídios que são substratos 
para as exopeptidases (carboxipeptidases), que removem serialmente 
um único aminoácido da extremidade carboxil do peptídio. 
Isto resulta na divisão das proteínas complexas em dipeptídios, 
triglicerídeos e algumas proteínas maiores, que são absorvidas a partir 
do lúmen intestinal através de um mecanismo de transporte ativo 
mediado pelo Na+ e digerido ainda mais pelas enzimas na borda em 
escova e no citoplasma dos enterócitos: 
 
Estas enzimas peptidases incluem as aminopeptidases, e várias 
dipeptidases, que dividem o restante dos polipeptídios maiores em 
tripeptídios e dipeptídios e em alguns aminoácidos. Os aminoácidos, 
dipeptídios e tripeptídios são facilmente transportados através dos 
microvilos para dentro das células epiteliais onde, no citosol, 
peptidases adicionais hidrolizam os dipeptídios e os tripeptídios em 
aminoácidos isolados, que então passam através da membrana 
celular epitelial para o sistema venoso porta. Em geral, nos humanos 
normais, a digestão e a absorção das proteínas estão 80% a 50% 
completas no jejuno. 
 
Água, Eletrólitos e Vitaminas 
Oito a 10 litros de água por dia entram no intestino delgado. 
Grande parte dela é absorvida, com apenas aproximadamente 500 ml, 
ou menos, deixando o íleo e entrando no cólon89. 
 
 
A água pode ser absorvida pelo processo de difusão simples. 
Além disso, a água pode ser puxada para dentro e para fora da célula 
através de um processo de pressão osmótica, resultante do transporte 
ativo de sódio, glicose ou aminoácidos para dentro das células. 
Os eletrólitos podem ser absorvidos no intestino delgado pelo 
transporte ativo ou pelo acoplamento ao soluto orgânica q j^a+ e 
absoj^do pelo transporte ativo através das membranas basolaterais. O 
Cl~ é absorvido na parte superior do intestino delgado por um 
processo de difusão passiva. Grandes quantidades de HCO~3 
precisam ser reabsorvidas, e isto é obtido de modo indireto. Conforme 
o Na+ é absorvido, o H+ é secretado dentro do lúmen do intestino. Ele 
então combina-se com o HC03~, para formar ácido carbônico, que 
então dissocia-se para formar água e dióxido de carbono. A água 
permanece no quimo, mas o dióxido de carbono é logo absorvido no 
sangue e é expirado. O cálcio é absorvido, particularmente no 
intestino proximal (duodeno e jejuno), por um processo de transporte 
ativo; a absorção parece ser facilitada por um ambiente ácido e é 
intensificada pela vitamina D e pelo hormônio da paratireóide. O ferro 
é absorvido como heme, ou componente não-heme, no duodeno por 
um processo ativo. O ferro então é depositado dentro da célula como 
ferritina, ou é transferida para a ligação plasmática para a transferrina. 
A absorção total do ferro é dependente das reservas corporais de ferro 
e da velocidade da eritropoiese; qualquer aumento na eritropoiese 
aumenta a absorção do ferro. O potássio, o magnésio, o fosfato e 
outros íons podem ser absorvidos ativamente através da mucosa. 
As vitaminas são lipossolúveis (ex., A, D, E e K) ou hidrossolúveis 
(ex., ácido ascórbico [vitamina C], biotina, ácido nicotínico, ácido 
fólico, riboflavina, tiamina, piridoxina [vitamina B6] e cobalamina 
[vitamina Bi2]).910,16 As vitaminas lipossolúveis são carreadas em 
micelas mistas e transportadas em quilomícrons de linfa para dentro 
do ducto torácico e para dentro do sistema venoso. A absorção das 
vitaminas hidrossolúveis parece ser mais complexa do que 
originalmente se supunha. A vitamina C é absorvida por um processo 
de transporte ativo que incorpora um mecanismo acoplado ao sódio, 
assim como um sistema carreador específico. A vitamina B6 parece 
ser rapidamente absorvida pela difusão simples para dentro do 
intestino proximal. A tiamina (vitamina Bx) é rapidamente absorvida no 
jejuno por um transporte ativo similar ao do sistema de transporte 
acoplado ao sódio para a vitamina C. A riboflavina (vitamina B5) é 
absorvida pelo intestino superiorpelo transporte facilitado. A absorção 
da vitamina B12 ocorre primariamente no íleo terminal. A vitamina B!2 
é derivada da cobalamina, que é liberada do duodeno pelas proteases 
pancreáticas. A cobalamina liga-se ao fator intrínseco, que é 
secretado pelo estômago, e é protegido da digestão proteolítica. Os 
receptores específicos no íleo terminal captam o complexo fator 
intrinseco-cobalamina, provavelmente por translocação. No enterócito 
ileal, a vitamina B12 livre é ligada a um pool ileal de transcobalamina 
n, que a transporta para dentro da circulação porta. 
MOTILIDADE 
As partículas alimentares são propelidas através do intestino delgado 
por uma série complexa de contrações musculares A peristalse 
consiste em contrações intestinais que passam aboralmente a uma 
velocidade de 1 a 2 cm/s. A principal função da peristalse é o 
movimento do quimo intestinal através do intestino. Os padrões de 
motilidade no intestino delgado variam grandemente entre os estados 
alimentares e de jejum. Os potenciais de marca-passo, que 
supostamente originam-se do duodeno, iniciam uma série de 
contrações no estado alimentar que impulsionam o alimento através 
do intestino delgado. Durante o período interdigestivo (jejum) entre as 
refeições, o intestino é regularmente varrido pelas contrações cíclicas 
que se movimentam aboralmente ao longo do intestino a cada 75 a 90 
minutos. Essas contrações são iniciadas pelo complexo mioelétrico 
migratório (CMM), que está sob o controle de vias neurais e humorais. 
Os nervos extrínsecos para o intestino delgado são vagais e 
simpáticos. As fibras vagais têm dois efeitos funcionalmente 
diferentes: um é colinérgico e excitatório e o outro é peptidérgico e 
provavelmente inibitório. A atividade simpática inibe a função motora, 
enquanto a atividade parassimpática estimula-a. Apesar de se saber 
que os hormônios intestinais afetam a motilidade do intestino delgado, 
o único peptídio que claramente mostrou funcionar com este papel é a 
motilina, que é encontrada no seu nível plasmático de pico durante a 
fase IH (surtos intensos de atividades mioelétricas resultando em 
contrações regulares e de alta amplitude) de CMMs. 
HIDRATAÇÃO ADEQUADA 
 
Saiba mais em: http://mullermansur.blogspot.com.br/2013/07/hidratacao-
adequada.html 
 
FUNÇÃO ENDÓCRINA 
Hormônios Gastrintestinais 
Os hormônios gastrintestinais são distribuídos ao longo do 
comprimento do intestino delgado em um padrão espacial específico. 
De fato, o intestino delgado é o maior órgão endócrino no corpo. 
Apesar de freqüentemente serem classificados como hormônios, 
esses agentes nem sempre funcionam de uma maneira 
verdadeiramente endócrina (ex., descarga na corrente sangüínea, 
onde uma ação é produzida em um local a distância): 
 
Algumas vezes, estes peptídeos são liberados e agem localmente de 
uma maneira parácrina ou autócrina. Além disso, estes peptídios 
podem servir como neurotransmissores (ex., peptídio intestinal 
vasoativo). Os hormônios gastrintestinais exercem um papel 
importante na secreção pancreaticobiliar e intestinal e na motilidade. 
Além disso, certos hormônios gastrintestinais exercem um efeito 
trófico sobre a mucosa intestinal e o pâncreas normais e neoplásicos. 
A localização, os principais estimulantes da liberação e os efeitos 
primários dos hormônios gastrintestinais mais importantes são 
resumidos na Tabela 46-3. 
 
 
Além disso, os empregos diagnósticos e terapêuticos dos hormônios 
gastrintestinais são listados abaixo: 
 
Receptores 
Os hormônios gastrintestinais interagem com os seus receptores na 
superfície celular para iniciar uma cascata de eventos sinalizadores 
que eventualmente culminam nos seus efeitos fisiológicos. Estes 
hormônios primariamente sinalizam através dos receptores acoplados 
à proteína G que atravessam a membrana plasmática sete vezes e 
representam o maior grupo de receptores encontrados no corpo. As 
proteínas G heteroméricas, que são compostas de subunidades α, β e 
γ são os interruptores moleculares para a transdução do sinal. 
Acredita-se que a ligação do agonista ao receptor de domínio 
transmembrana sete causa uma alteração conformacional no receptor 
que permite que ele interaja com as proteínas G. Os segundos 
mensageiros intracelulares que podem então ser ativados incluem o 
monofosfato cíclico de adenosina, Ca
2+
, monofosfato cíclico de 
guanosina e fosfato de inositol. 
Além dos hormônios gastrintestinais, numerosos outros peptídeos e 
fatores de crescimento estão localizados na mucosa gastrintestinal, 
inclusive o fator de crescimento epidérmico, os fatores α e β 
transformadores do crescimento, o fator de crescimento semelhante à 
insulina, o fator de crescimento do fibroblasto e o fator de crescimento 
derivado da plaqueta. 
Estes peptídeos exercem um papel no crescimento e na diferenciação 
celular e agem através dos receptores da tirosina-quinase, que tem 
um único domínio envolvendo a membrana. 
Uma terceira classe de receptores de superfície, os receptores ligados 
aos canais iônicos, são encontrados com mais freqüência nas células 
da linhagem neuronal, e em geral ligam neurotransmissores 
específicos. 
Exemplos incluem receptores para os neurotransmissores excitatórios 
(acetilcolina e serotonina) e neurotransmissores inibitórios (ácido y-
aminobutírico, glicina). Estes receptores sofrem uma modificação 
conformacional na ligação do mediador, o que permite a passagem 
dos íons através da membrana celular e resulta em modificações na 
voltagem do potencial. 
FUNÇÃO IMUNE 
Durante o curso de um dia normal, ingerimos numerosas bactérias, 
parasitas e vírus. As grandes áreas de superfície da mucosa do 
intestino delgado representam um grande portal em potencial de 
entrada para estes patógenos; o intestino delgado serve como uma 
grande barreira imunológica, além do seu importante papel na 
digestão e na função endócrina. Como resultado da exposição 
antigênica constante, o intestino possui células linfóides abundantes 
(p. ex., linfócito T e B) e células mielóides (macrófagos, neutrófllos, 
eosinófilos e mastócitos). Para lidar com a constante inundação de 
toxinas e antígenos em potencial, o intestino evoluiu em um 
mecanismo altamente organizado e eficiente para o processamento 
antigênico, imunidade humoral e imunidade celular. 
O tecido linfóide associado ao intestino está localizado em três 
áreas: nas placas de Peyer, nas células linfóides da lâmina 
própria e nos linfócitos intra-epiteliais. 
As placas de Peyer são nódulos linfáticos não-encapsulados que 
constituem um ramo aferente do tecido linfóide associado ao intestino 
que reconhece antígenos através de um mecanismo especializado de 
amostragem das células das microdobras (M) contidas no epitélio 
associado ao folículo: 
 
 
Os antígenos que obtêm acesso às placas de Peyer ativam e 
estimulam as células B e T nestes locais. As células M recobrem os 
folículos linfóides no trato gastrintestinal e fornecem um sítio para a 
amostragem seletiva dos antígenos intraluminais. Os linfócitos 
ativados a partir dos folículos linfóides então deixam o trato intestinal e 
migram para dentro dos linfáticos aferentes que drenam para os 
linfonodos mesentéricos. Além do mais, estas células migram para a 
lamina própria. Os linfócitos B tornam-se linfoblastos carreadores da 
imunoglobulina de superfície (Ig) A, que desempenha uma função 
criticamente importante na imunidade mucosa. 
Os linfócitos B e os plasmócitos, os linfócitos T, os macrófagos, as 
células dendríticas, os eosinófilos e os mastócitos estão dispersos, ao 
longo do tecido conjuntivo da lamina própria. Aproximadamente 60% 
das células linfóides são células T. 
Estes linfócitos T são um grupo heterogêneo de células e podem se 
diferenciar em um dos diversos tipos de células T eferentes.As 
células efetoras T citotóxicas danificam diretamente as células-alvo. 
As células T-helper são células efetoras que ajudam a mediar a 
indução de outras células T, ou a indução de células B para 
produzirem anticorpos humorais. As células T-supressoras 
desempenham exatamente a função oposta. Aproximadamente 40% 
das células linfóides na lâmina própria são células B, que são 
primariamente derivadas dos precursores nas placas de Peyer. Estas 
células B e a sua progênie, os plasmócitos, enfocam-se 
predominantemente na síntese da IgA e, em menor grau, na síntese 
da IgM, da IgG e da IgE. 
Os linfócitos intra-epiteliais estão localizados no espaço entre as 
células epiteliais que revestem a superfície mucosa e encontram-se 
próximas à membrana basal. Suspeita-se que a maior parte dos 
linfócitos intra-epiteliais sejam células T. Na ativação, os linfócitos 
intra-epiteliais podem adquirir uma função citolítica que pode contribuir 
para a morte da célula epitelial pela apoptose. Estas células podem 
ser importantes na imunovigilância contra as células epiteliais 
anormais. 
Conforme já foi declarado, um dos principais mecanismos imunes 
protetores para o trato intestinal é a síntese e a secreção de IgA. O 
intestino contém mais de 70% das células produtoras de IgA no corpo. 
O IgA é produzido pelos plasmócitos na lâmina própria e é secretado 
no intestino, onde ele pode ligar-se a antígenos na superfície mucosa. 
O anticorpo IgA atravessa a célula epitelial para o lúmen por meio de 
um carreador protéico (o componente secretório) que não apenas 
transporta o IgA mas também protege-o contra os lisossomas 
intracelulares. O IgA não ativa o complemento e não intensifica a 
opsonização mediada por células ou a destruição dos organismos 
infecciosos ou dos antígenos, o que contrasta agudamente com o 
papel de outras imunoglobulinas. O IgA secretório inibe a aderência 
das bactérias às células epiteliais e previne a sua colonização e 
multiplicação. Além disso, o IgA secretório neutraliza as toxinas 
bacterianas e a atividade viral, e bloqueia a absorção dos antígenos a 
partir do intestino.

Outros materiais