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Leitura e Estratégia de Interpretação de Textos

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SUMÁRIO DA DISCIPLINA
Plano da Disciplina ...................................................................................................................................... 44
UNIDADE I 
TEXTO E COMUNICAÇÃO 
Texto 1: Elementos da comunicação ........................................................................................................... 46
Texto 2: Funções da Linguagem ................................................................................................................. 48
UNIDADE II
O TEXTO
Texto 3: O Conceito de Texto ...................................................................................................................... 54
Texto 4: Tipos Textuais ............................................................................................................................... 54
Texto 5: Estrutura do Parágrafo .................................................................................................................. 59
Texto 6: A Articulação do Texto .................................................................................................................. 60
UNIDADE III
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Texto 7: Recursos para Interpretação Textual ............................................................................................. 63
Texto 8: Gêneros Textuais ........................................................................................................................... 63
Texto 9: Texto e Contexto ........................................................................................................................... 64
Texto 10: Intertextualidade ......................................................................................................................... 65
Texto 11: Níveis da Linguagem e Situação Comunicativa ......................................................................... 66
Glossário ..................................................................................................................................................... 72
Referências bibliográfi cas ........................................................................................................................... 73
44
Plano da Disciplina
Carga Horária Total: 30h/atividades
Créditos: 02
Relevância da Disciplina
A disciplina Leitura e Estratégias de Interpretação de Texto torna-se importante em todos os cursos de gradu-
ação, uma vez que a comunicação se faz presente diariamente em nossas vidas. Para que seja possível a intera-
ção na sociedade é necessário saber ler e interpretar textos, pois é através dos textos que nos comunicamos .
 Percebe-se, então, que a leitura e interpretação do texto é atividade que ocorre não só no mundo acadêmico, 
mas também fora dele.
Objetivos da Disciplina
Levar o aluno a aprimorar a competência linguística no que se refere à compreensão da intenção, objetivos e 
características dos diversos textos que circulam na sociedade.
UNIDADE I: TEXTO E COMUNICAÇÃO
Tempo estimado de autoestudo nesta unidade: 8h/atividades
Objetivos: Entender a importância da comunicação; reconhecer os elementos do texto; identifi car as funções 
da linguagem.
Quadro-resumo da unidade
Assuntos Onde encontrar Atividades Complementares
Texto 1: Elementos da Comunicação Página 46
Leituras Complementares
• BORDENAVE, Juan E. Díaz. O que é Comu-
nicação? São Paulo: Brasiliense, 1991.
Texto 2: Funções da Linguagem Página 48
45
UNIDADE II: O TEXTO
Tempo estimado de autoestudo nesta unidade: 7h/atividades
Objetivos: Conceituar texto; identifi car as características dos tipos textuais; reconhecer os elementos cons-
titutivos do parágrafo; identifi car os elementos articuladores do texto.
Quadro-resumo da unidade
Assuntos Onde encontrar Atividades Complementares
Texto 3: Conceito de Texto Página 54
Leituras Complementares
• GUIMARÃES, Elisa. A articulação do texto. São 
Paulo, Ática, 1993.
Texto 4: Tipos Textuais Página 54
Texto 5: Estrutura do Parágrafo Página 59
Texto 6: A Articulação do Texto Página 60
Quadro-resumo da unidade
Assuntos Onde encontrar Atividades Complementares
Texto 7: Recursos para Interpretação 
Textual Página 63
Leituras Complementares
• KOCH, Ingedore G. Villaça; ELIAS, Vanda Maria. 
2 ed. Ler e Compreender – os sentidos do texto. SP: 
Contexto, 2006.
Texto 8: Gêneros Textuais Página 63
Texto 9: Texto e Contexto Página 64
Texto 10: Intertextualidade Página 65
Texto 11: Níveis da Linguagem e 
Situação Comunicativa Página 66
UNIDADE III: ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Tempo estimado de autoestudo nesta unidade: 7h/atividades
Objetivos: Identifi car os gêneros textuais; reconhecer a importância do contexto para a interpretação do 
texto; reconhecer a presença da intertextualidade; adequar a linguagem à situação comunicativa.
46 UNIDADE I
TEXTO E COMUNICAÇÃOTEXTO E COMUNICAÇÃO
Texto 1:Texto 1: Elementos da Comunicação 
Palavras-chave: comunicação, elementos da comunicação.
O “Velho Guerreiro” resumiu de forma objetiva, 
fácil e bem-humorada a importância da comunicação 
em nossas vidas.
 
“Se trumbica” quem não consegue comunicar ao 
outro o que quer, o que pensa, o que sente. 
“Se trumbica” quem não consegue entender o que 
o outro quer, pensa ou sente. Ou seja, “se trumbica” 
aquele que não sabe utilizar a comunicação para inte-
ragir com a sociedade. 
A palavra comunicação origina-se do latim 
communicare: participar, tornar comum. 
A partir da etimologia da palavra, percebe-se a im-
portância da comunicação, pois é ela que torna possí-
vel a vida em sociedade. Você pode perceber que no 
mundo globalizado em que vivemos é a comunicação 
que rege todas as relações humanas. São milhões de 
informações que recebemos e enviamos a cada ins-
tante por diversos meios: TV, rádio, jornais, Internet...
Então, você pode concluir que a todo momen-
to estamos numa situação comunicativa em que 
interagimos com outras pessoas por meio da lin-
guagem verbal ou não-verbal.
 
Faça um teste. Consegue enumerar quantas 
situações comunicativas você esteve envolvido 
hoje?
47
Você já deve ter percebido que, para a comunica-
ção ocorrer, vários elementos devem estar presentes. 
São eles:
Vamos entender a importância de cada elemento da 
comunicação:
1. EMISSOR ou REMETENTE - é o responsável 
por enviar a mensagem.
2. RECEPTOR - é aquele que recebe a mensagem.
3. MENSAGEM - é o que é enviado pelo emissor 
para o receptor.
4. CÓDIGO - conjunto de signos.
5. CANAL - é o meio pelo qual a mensagem é 
transmitida.
6. REFERENTE - é o objeto ou a situação a que a 
mensagem se refere.
Agora que você já conhece os elementos da comu-
nicação, escreva o e-mail abaixo e identifi que os ele-
mentos da comunicação:
Comunicar não é só transmitir ou só receber. A COMU-
NICAÇÃO é a troca de ENTENDIMENTO, e ninguém 
entende ninguém sem considerar, além das palavras, as 
emoções e a situação em que fazemos a tentativa de tor-
nar comuns conhecimentos, ideias, instruções ou qual-
quer outra mensagem, seja ela oral, escrita ou corporal.
Assim, para nos comunicarmos, podemos utilizar a lin-
guagem verbal ou a linguagem não verbal. Por linguagem 
verbal, entendemos aquela em que usamos a palavra escrita 
ou oral. No e-mail que você escreveu, foi utilizada a lingua-
gem verbal, assim como nas conversas com seu amigos.
Mas também podemos nos comunicar sem utilizar pala-
vras. Pense na comunicação dos defi cientes auditivos, ou nas 
placas de trânsito, por exemplo. Quando é usado qualquer có-
digo diferente da Língua, temos uma linguagem não verbal.
Fique ligado
Quer saber mais sobre comunicação?
• “Comunicação: uma paixão” 
http://lufl ores.wordpress.com/2007/04/15/hello-world
Texto Complementar
A Comunicação
Lembre-seo leitor como se fez gente: sua casa, seu 
bairro, sua escola, sua patota. A comunicação foi o ca-
nal pelo qual os padrões de vida de sua cultura foram-lhe 
transmitidos, pelo qual aprendeu a ser “membro” de sua 
sociedade – de sua família, de seu grupo de amigos, de 
sua vizinhança, de sua nação. Foi assim que adotou a sua 
“cultura”, isto é, os modos de pensamento e de ação, suas 
crenças e valores, seus hábitos e tabus. Isso não ocorreu 
por “instrução”, pelo menos antes de ir a escola: ninguém 
lhe ensinou propositadamente como está organizada a so-
ciedade e o que pensa e sente a sua cultura. Isso aconteceu 
indiretamente, pela experiência acumulada de numerosos 
pequenos eventos, insignifi cantes em si mesmos, através 
dos quais travou relações com diversas pessoas e apren-
deu naturalmente a orientar seu comportamento para o que 
“convinha”. Tudo isso foi possível graças à comunicação. 
Não foram os professores na escola que lhe ensinaram sua 
cultura: foi a comunicação diária com pais, irmãos, ami-
gos, na casa, na rua, nas lojas, no ônibus, no jogo, no bo-
tequim, na igreja que se transmitiu, menino, as qualidades 
essenciais da sociedade e natureza do ser social.
48
I.
 
 
 II.
Contrariamente, então, ao que alguns pensam, a comu-
nicação é muito mais do que os meios de comunicação 
social. Estes meios são tão poderosos e importantes na 
nossa vida atual que à vezes esquecemos que representam 
apenas uma mínima parte de nossa comunicação total.
Alguém fez, uma vez, uma lista dos atos de comunicação 
que um homem qualquer realiza desde que se levanta pela 
manhã até a hora de deitar-se, no fi m do dia. A quantida-
de de atos de comunicação é simplesmente inacreditável, 
desde o “bom-dia” à sua mulher, acompanhado ou não por 
um beijo, passando pela leitura do jornal, a decodifi cação 
de número e cores do ônibus que o leva ao trabalho, o 
pagamento ao cobrador, a conversa com o companheiro 
de banco, os cumprimentos ao colegas no escritório, o tra-
balho com documentos, recibos, relatórios, as reuniões e 
entrevistas, a visita ao banco e as conversas com sue che-
fe, os inúmeros telefonemas, o papo durante o almoço, a 
escolha do prato no menu, a conversa com os fi lhos no 
jantar, o programinha de televisão, o diálogo amoroso com 
sua mulher antes de dormir , e ao tão fi nal de comunicação 
num dia cheio dela: “boa-noite”.
A comunicação confunde-se, assim, com a própria vida. 
Temos tanta consciência de que comunicamos como de 
que respiramos ou andamos. Somente percebemos a sua 
essencial importância quando, por um acidente ou uma 
doença, perdemos a capacidade de nos comunicar. Pesso-
as que foram impedidas de se comunicar durante longos 
períodos enlouqueceram ou fi caram perto da loucura.
A comunicação é uma sociedade básica da pessoa 
humana, do homem social.
(DÍAZ BORDENAVE, Juan E. O que é comunicação.
In: INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto. SP: Scipione, 1998)
Palavras-Chave: intenção, comunicação, função da linguagem.
Texto 2:Texto 2: Funções da Linguagem
Já sabemos que a comunicação faz parte do nosso cotidiano e usá-la já é uma ação tão automática que não percebemos 
que ao nos comunicar usamos a linguagem com uma determinada intenção. Cereja e Magalhães (1999: 18) afi rmam que
“toda vez que interagimos com outras pessoas por meio 
da linguagem, sempre há em nossa fala uma intenção de 
modifi car o pensamento ou o comportamento de nossos 
interlocutores”.
Você pode constatar isso ao observar as mensagens 
I e II. Ambas tem em comum o assunto: Coca-cola. 
No entanto, as funções são diferentes. Em I, temos 
um texto publicitário que visa infl uenciar o receptor a 
consumir o refrigerante. Em II, a intenção não é in-
fl uenciar, mas produzir uma mensagem artística que 
desperte a emoção do leitor ou ouvinte.
Dependendo do objetivo do emissor, vai predominar 
na mensagem uma determinada função da linguagem.
As funções da linguagem são as seguintes:
1. Referencial ou denotativa
2. Emotiva ou expressiva
3. Fática 
4. Conativa ou apelativa
5. Metalinguística
6. Poética
49
1. Função Referencial ou Denotativa 
Certamente, você já leu uma notícia de jornal, ou 
um texto didático ou está se preparando para escrever 
seu trabalho de fi nal de curso. Esses textos têm como 
principal característica transmitir uma informação de 
forma clara, objetiva, direta e precisa, valorizando-se 
o objeto ou a situação de que trata a mensagem. Neles 
vão predominar a função referencial da linguagem.
2. Função Emotiva ou Expressiva 
Lembra-se de sua adolescência quando todos da tur-
ma escreviam diários? Lembra-se de que por ser pes-
soal, seu diário continha suas emoções, sentimentos 
e opiniões? Pois este é um bom exemplo da função 
emotiva. Pois os diários, assim como as cartas pes-
soais, as resenhas críticas e as canções sentimentais, 
são subjetivos e destacam as emoções do emissor. Por 
isso, é comum nos textos em que predomina a função 
emotiva o uso de pronomes na primeira pessoa, inter-
jeições, reticência e pontos de exclamação.
3. Fática
Quando você atende seu celular, qual é a primeira 
palavra que você diz? E o que você responde ao ser 
saudado com um “bom-dia”, ou ainda se desconfi a 
que o ruído ao telefone impediu que a outra pessoa 
ouvisse o que falou, imediatamente pergunta-se: “en-
tendeu?” , “tá ouvindo?”. Perceba que as mensagens 
citadas não têm como intenção passar nenhuma infor-
mação nova, ao contrário o objetivo mais imediato é 
testar o canal, iniciar, prolongar ou interromper uma 
comunicação. A função denominada fática é a que 
predomina nessas mensagens.
4. Conativa ou Apelativa
Você já se sentiu infl uenciado em adquirir algum pro-
duto que foi anunciado na televisão? Ou já sentiu von-
tade de trocar a marca do seu sabão em pó por aquela 
que afi rma que lava mais branco? Ou quem sabe na 
hora de comprar seu carro, optou pela marca que iden-
tifi ca o homem de sucesso? Pois é, quem já não se sen-
tiu infl uenciado pela publicidade? E são as mensagens 
publicitárias que melhor exemplifi cam a função apela-
tiva. As mensagens em que predomina essa função têm 
o objetivo de seduzir, persuadir o receptor.
5. Função Metalinguística
Quando estamos em dúvida sobre o signifi cado de 
alguma palavra, recorremos ao dicionário. Nele en-
contramos o código (língua portuguesa) para explicar 
um elemento do próprio código (a palavra que procu-
ramos). Quando usamos um código para explicar o 
próprio código temos a função metalinguística.
6. Função Poética 
De acordo com Manoel de Barros (1989), o sentido 
normal das palavras não faz bem ao poema. Logo, 
percebe-se que uma das características da função po-
ética é o uso da linguagem fi gurada para a constru-
ção da mensagem. Além disso, há as rimas, o ritmo, a 
sonoridade, o emprego da imagem e outros recursos 
que mostram que o objetivo do emissor relaciona-se 
à construção da mensagem. A função poética predo-
mina na poesia, mas pode também ser encontrada em 
textos publicitários, em determinadas formas popula-
res como os provérbios.
Agora que já conhecemos os elementos da comuni-
cação e as funções da linguagem, podemos estabele-
cer a relação entre eles, conforme o esquema abaixo.
Observe que cada função da linguagem relaciona-se 
a um elemento da comunicação. Assim, por exem-
plo, a função expressiva ou emotiva centraliza-se no 
emissor ou remetente.
Depois de tantas novas informações, é o momento de 
refl etir sobre o que você aprendeu até agora. Leia o ponto 
de vista de Dino Pretti (2006). Você concorda ou discorda 
com o autor? Como você pode relacionar o que aprendeu 
sobre as funções da linguagem e a afi rmativa abaixo?
Texto Complementar
O estudo das funções da linguagem é muito importan-
te para percebermos as diferenças e semelhanças que 
existem entreos vários tipos de mensagem. Analisan-
do o modo como essas funções se organizam nos textos 
50
alheios, podemos detectar as fi nalidades que orientam 
sua elaboração. Aplicando-as nos nossos próprios tex-
tos, podemos planejar o que escrevemos, de modo a 
fortalecer a efi cácia e a expressividade das mensagens.
Numa mensagem escrita, é muito difícil encontrar-
mos uma única dessas funções isolada. O que ocor-
re normalmente é a superposição de várias delas. 
Há, no entanto, uma ou mais de uma que sobressai, 
permitindo-nos identifi car o elemento comunicativo 
a que se dá mais destaque – o que signifi ca dizer que 
também podemos identifi car a fi nalidade principal da 
mensagem. Assim, por exemplo, num texto que fala 
sobre as características de um determinado produto 
a fi m de convencer-nos a comprá-lo, temos a função 
referencial (informações objetivas sobre o produto) e 
a função fática (elementos do texto – disposição grá-
fi ca, ilustrações, palavras ou frases que atraem nossa 
atenção), mas o predomínio, a orientação principal, é 
da função conativa (presente no arranjo geral do texto 
e em fórmulas como “experimente”; “não deixe de pro-
var” – elementos persuasivos).” (INFANTE, Ulisses. 
Do texto ao texto,Scipione,1991:141).
Fique ligado
www.algosobre.com.br/gramatica/funcoes-da-
linguagem.htmal
http://usalibido.com.br/funções_da_linguagem.html
www.coladaweb.com/questoes/português/funling.htm
Exercícios
TEXTO I
Combate contra a dengue 
Alerta no Rio de Janeiro: a Secretaria Municipal de Saúde informou hoje que 15 bairros da cidade sofrem 
surto de dengue. Já foram registrados 6.027 casos da doença na capital, sendo 14 do tipo hemorrágica. Por 
aqui, o mosquito Aedes aegypty não está com toda essa força (ainda bem!). Segundo a Secretaria Municipal 
de Saúde de São Paulo, apenas cinco casos de dengue foram registrados esse ano na cidade. Mesmo assim, 
toda e qualquer ação preventiva é essencial.
1. Após a leitura atenta do texto acima responda:
Provavelmente, o texto foi publicado:
a) em jornal
b) em um outdoor
c) em uma carta
d) em uma lista telefônica
2. Lendo o texto, podemos inferir que o texto é atual ou antigo? Por quê?
3. Marque a única opção que apresenta o objetivo do texto:
a) Expressar a opinião do autor sobre o conteúdo da mensagem.
b) Verifi car se o canal é efi ciente.
c) Infl uenciar o receptor.
d) Transmitir informações objetiva sobre o assunto.
4. Que função predomina no texto?
5. No livro O guardador de águas, de Manoel de Barros, o poeta diz que “poeta é um ente que lambe as pa-
lavras e depois se alucina”. Além da função poética, podemos reconhecer a função:
a) referencial
b) metalinguística
c) expressiva
d) fática
51
TEXTO II
6. Qual a função predominante no texto “Kibão”? Justifi que sua resposta.
7. Quando se utiliza a linguagem não-verbal, também é possível se reconhecer a função. Veja a caricatura 
abaixo. Você reconhece? Que função predomina, por quê?
TEXTO III
 
8. Leia o texto acima.
a) Quem é o emissor?
b) Quem é o receptor?
c) Qual o código utilizado?
52
TEXTO IV
Sinal Fechado 
(Paulinho da Viola)
Olá, como vai ?
Eu vou indo e você, tudo bem?
Tudo bem eu vou indo correndo
Pegar meu lugar no futuro, e você?
Tudo bem, eu vou indo em busca
De um sono tranquilo, quem sabe ...
Quanto tempo... pois é...
Quanto tempo...
Me perdoe a pressa
É a alma dos nossos negócios
Oh! Não tem de quê
Eu também só ando a cem
Quando é que você telefona?
Precisamos nos ver por aí
Pra semana, prometo talvez nos vejamos
Quem sabe?
Quanto tempo... pois é... (pois é... quanto tempo...)
Tanta coisa que eu tinha a dizer
Mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer
Mas me foge a lembrança
Por favor, telefone, eu preciso
Beber alguma coisa, rapidamente
Pra semana
O sinal ...
Eu espero você
Vai abrir...
Por favor, não esqueça, 
Adeus... 
9. Onde ocorre o encontro das pessoas que conversam no texto?
10. Após a leitura do texto IV, pode-se inferir que o principal motivo para que os amigos afi rmem que “ Quanto 
tempo... pois é...” é:
a) O sinal que já vai abrir. 
b) A falta de assunto entre eles. 
c) A vida apressada dos amigos. 
d) O fi m da amizade entre os dois.
11. No texto IV, predomina a função:
a) Metalinguistica 
b) Fática 
c) Emotiva 
d) Apelativa
12. Identifi que os códigos utilizados:
a. No meio de um ataque sangrento, um soldado levanta uma bandeira branca.
b. 
53
TEXTO V
Sinal de Apito
(Carlos Drummond de Andrade)
Um silvo breve: Atenção, siga
Dois silvos breves: Pare
Um silvo breve à noite: Acenda a lanterna
Um silvo longo: Diminua a marcha
Um silvo longo breve: Motoristas a postos
(A este sinal, os motoristas tomam lugar nos seus veículos para movimentá-los imediatamente)
13. De acordo com o texto V, quem é o emissor?
14. Qual o código utilizado pelo emissor?
15. Relendo o último verso do poema, entende-se que:
a) Para que a comunicação se estabeleça é necessário que emissor e receptor dominem o mesmo código.
b) O código utilizado pelo receptor deve ser sempre o mesmo.
c) O emissor não precisa se preocupar com o código utilizado.
d) A língua é um código mais efi caz para comunicação.
16. Além da função poética, há, no texto, também a presença da função:
a) Apelativa 
b) Fática 
c) Emotiva 
d) Metalinguistica
54 UNIDADE II
O TEXTOO TEXTO
Texto 3:Texto 3: O Conceito de Texto
Palavras-Chave: texto, linguagem, interação.
Certamente, você já ouviu, falou e leu muitas vezes 
a palavra texto: “Ainda não li o texto recomendado”; 
“Não entendi seu texto”; “É um texto de fácil com-
preensão”.
No entanto, ao se perguntar o que é texto, você sa-
beria a resposta?
De acordo com Koch (1996:14), “o texto é muito 
mais que a simples soma de frases (e palavras que 
o compõem)”. A defi nição de texto também não 
está relacionada à extensão, pois segundo Charau-
deau e Maingueneau (2004: 467), “um texto não se 
defi ne absolutamente por seu tamanho” e não há 
obrigatoriedade de se ter palavras para que se tenha 
um texto.
Logo, podemos concluir que uma carta, um aviso, 
como “Proibido fumar”, as cores do sinal de trânsito 
(vermelho, verde, amarelo), ou uma fotografi a cons-
tituem texto.
Neste momento, você deve estar se perguntando que 
tudo pode ser considerado texto. Nem tudo. Observe 
que os exemplos apresentados no parágrafo acima 
apresentam estruturas diferentes, mas o que faz com 
que sejam entendidos como texto é a característica 
presente em todos: a informação.
Assim, percebe-se que para ser considerado texto é 
necessário que represente uma unidade de informa-
ção. Para Koch (1996), o texto é considerado unidade 
básica de manifestação da linguagem.
Nos estudos mais recentes, a linguagem é entendida como in-
teração. Com a opção pelo conceito de Interação, os estudiosos 
querem sublinhar o que a linguagem é na essência. Uma ação 
entre sujeitos O locutor e seu interlocutor(...). A produção de 
signifi cação depende desse trabalho coletivo de Linguagem. 
(Gesta II,p.99)
 
Entendemos, então, que nossas interações se pro-
cessam por meio de textos, isto é, o homem se comu-
nica por meio de textos. Por isso, os textos precisam 
proporcionar interação e signifi cado. Souza e Carva-
lho (2007: 67) explicam que:
(...) os textos não são neutros, não refl etem apenas uma 
dimensão cognitiva sobre o mundo, mas espelham a visão 
do mundo do autor, refl etem o contexto histórico em que o 
texto foi produzido e procuram também atuar sobre seus 
leitores (...).
 
Para entendermos o que são os tipos textuais, vamos 
compará-los aos ingredientes que usamos para fazer 
um bolo, que será o próprio texto.
Quando separamos os ingredientes, não temos aindao bolo, este só será chamado assim depois que unidos 
os ingredientes e levado ao forno. Certo?
Pois, os tipos textuais são, segundo Marcuschi colocar 
na bibliografi a (2005: 22), “uma espécie de sequên-
cia teoricamente defi nida pela natureza linguística de 
sua composição {aspectos lexicais, sintáticos, tempos 
verbais, relações lógicas}”, isto é, são os “ingredien-
tes” que usamos para montar os diversos gêneros tex-
tuais. Assim, por exemplo, encontramos sequências 
narrativas em gêneros como carta, notícia de jornal ou 
um conto; ou sequências descritivas quando lemos um 
manual de instrução de videogame, bula de remédio ou 
descrevemos uma paisagem. Veja o quadro abaixo para 
conhecer as características dos principais tipos textuais:
Texto 4:Texto 4: Tipos Textuais 
Palavras-Chave: tipologia textual, gênero textual.
55
TIPO DESCRITIVO NARRATIVO DISSERTATIVO
agente observador narrador argumentador
conteúdo seres, objetos, cenas ações ou acontecimentos opiniões, argumentos
tempo momento único sucessão ausência
objetivo identifi car, localizar e qualifi car relatar
discutir, informar ou ex-
por
classes de palavras substantivos e adjetivos verbos, advérbios e con-junções temporais conectores
tempos verbais presente ou imperfeito do indicativo
presente ou perfeito do 
indicativo presente do indicativo
17. Utilizando o quadro acima, identifi que o tipo predominante nos gêneros abaixo:
a. Manual de instrução -
b. Conto Infantil -
c. Editorial de um jornal ou revista -
Vamos saber um pouco mais sobre os tipos textuais. Para isso, vamos ler os textos abaixo:
TEXTO A
O quarto estava localizado na parte velha de Paris. Não era grande nem luxuoso, mas tinha tudo aquilo 
de que o artista necessitava naquele momento de sua vida: uma cama-beliche, duas cadeiras e uma mesa 
sobre a qual fi cava uma bacia e uma jarra d’água. Uma grande janela envidraçada iluminava fartamente o 
aposento, deixando sobre o assoalho de tábua corrida, um rastro de luz. Nas paredes ao lado da cama havia 
dois quadros e algumas fotografi as que lembravam ao pintor a sua origem.
TEXTO B
Van Gogh viajou para Paris no fi nal de dezembro e, no início de janeiro, alugou o quarto onde iria morar por 
longo tempo. Logo que lhe foi permitido ocupar o aposento, para lá transportou seus poucos pertences, especial-
mente alguns quadros e fotografi as. Em seguida instalou o cavalete de pintura ao pé da janela, por onde entrava 
a luminosidade necessária e começou imediatamente a pintar, certo do sucesso que, no entanto, iria tardar.
TEXTO C
O fato de viver longe de casa pode ter contribuído para uma maior disposição artística do pintor. De fato, a 
história pessoal dos grandes artistas parece relacionar certa dose de sofrimento à maior capacidade de produção: 
assim foi com Camões, Cervantes, Dante e muitos outros. A alegria, ao contrário, parece estéril, não leva a deri-
vativos. Van Gogh certamente transportou a saudade e a solidão para as telas que pintou em seu quarto de Paris.
18. Indique o texto que tem como característica principal identifi car, localizar, qualifi car:
a) Texto A 
b) Texto B 
c) Texto C
19. Retire do texto indicado na questão acima trechos que:
a) Localizam -
b) Qualifi cam -
Exercícios
56
20. Indique o texto que apresenta como característica principal relatar ações ou acontecimentos:
a) Texto A 
b) Texto B 
c) Texto C
21. Retire do texto indicado na questão acima trechos que indicam a sequência de ações:
22. Indique o texto que tem como característica principal expor uma opinião?
a) Texto A 
b) Texto B 
c) Texto C
23. Retire do texto indicado na questão acima trechos que apresentem uma opinião:
24. Identifi que o tipo textual predominante nos textos:
a) Texto A 
b) Texto B 
c) Texto C 
Se você reconheceu os textos A, B e C como sendo 
dos tipos descritivo, narrativo e dissertativo, respec-
tivamente, você acertou. E agora já pode somar mais 
alguns novos conhecimentos sobre os tipos textuais.
Você já sabe que todo texto narrativo apresenta um 
narrador que é o responsável por contar a história ao 
leitor/ouvinte. Primeiramente, você não pode con-
fundir o narrador do texto com o autor do texto. De 
acordo com Platão & Fiorin (1997), o narrador não se 
confunde com o autor do texto ou com o escritor (tirar 
o destaque), tanto é verdade, que o narrador pode ser 
um personagem, aparecendo nos próprios enunciados. 
O autor é uma pessoa (tirar o destaque) de carne e 
osso; o narrador faz parte do texto, é quem relata a 
partir de seu ponto de vista. 
Dependendo do ponto de vista adotado, o narrador 
pode ser:
a- Em primeira pessoa - participa da narrativa como per-
sonagem. Utiliza-se dos pronomes e verbos na 1ª pessoa. 
b- Em terceira pessoa - também conhecido como 
narrador-observador. Não participa da narrativa, mas 
sabe o que ocorre com os personagens. Utiliza-se de 
pronomes e verbos de 3ª pessoa. 
Releia o TEXTO B e reconheça o tipo de narrador. 
 
Ainda sobre a narrativa, é importante que se saiba que 
além do narrador existem personagens que de acordo 
com sua importância podem ser principal ou secundário.
O narrador, para relatar as falas das personagens, 
pode servir-se de dois recursos:
a- Discurso direto - o narrador reproduz textual-
mente as palavras da personagem.
Ex.: O pai perguntou a Pedrinho:
 _ Quem quebrou a vidraça, meu fi lho?
b- Discurso indireto - o narrador transmite com suas 
próprias palavras a fala da personagem.
Ex.: O pai perguntou ao fi lho quem quebrara a vidraça
Agora, vamos conhecer mais um pouco da dissertação.
 
Dissertação é um texto que se caracteriza pela defe-
sa de uma ideia ou tese, de um ponto de vista, ou pelo 
questionamento acerca de um determinado assunto.
Normalmente, para se obter maior clareza na expo-
sição de um ponto de vista, costuma-se distribuir o 
assunto em três partes. 
Introdução - em que se apresenta a ideia ou o ponto 
de vista que será defendido.
Desenvolvimento ou argumentação - em que se desen-
volve o ponto de vista para tentar convencer o leitor, para 
isso, deve-se usar uma sólida argumentação, citar exem-
plos, recorrer à opinião de especialistas, fornecer dados etc.
Conclusão - em que se dá um fecho ao texto, coerente 
com o desenvolvimento e com os argumentos apresentados.
57
Exercícios
Leia o texto abaixo:
TEXTO A
Segundo a grande mídia (a pequena também) o número de acidentes caiu 20% ou mais depois da entrada 
em vigor da Lei Seca, que estabeleceu novos limites de tolerância para ingestão de bebida quando a pessoa 
está ao volante. Contudo, existe uma confusão entre causa e efeito: a queda nos acidentes de trânsito não 
decorre diretamente da existência de uma Lei mais severa.
Parece claro que a redução signifi cativa dos acidentes de trânsito está relacionada com a fi scalização mais 
enérgica das autoridades de trânsito que contam com o engajamento da mídia nesta tarefa. Como afi rmou 
Rodrigo Constanttino em matéria intitulada “Queda dos acidentes: Efeitos da lei seca?”, publicado no site 
www.diegocasagrande.com.br, “Quando duas variáveis caminham juntas, não necessariamente uma é cau-
sadora do movimento da outra. Para se estabelecer o nexo causal, é preciso o uso da lógica dedutiva. Caso 
contrário, podemos acabar concluindo que o aumento de médicos é causa do aumento de doenças, já que 
onde há mais doentes costuma haver mais médicos também”
Primeiro, importante lembrar que dirigir sob o efeito ou infl uência do álcool já era, no passado recente, 
antes do advento da Lei Seca, vedado por Lei, dirigir embriagado sempre foi uma grave infração de trânsi-
to. A diferença é que atualmente a ingestão de álcool pelo motorista é, na prática, proibitiva. Contudo, não 
é aquele cidadão que bebe umaou duas taças de vinho ou uma dose de uísque que, sob o efeito do álcool, 
causa acidentes de trânsito, mas o sujeito que está bêbado, “trocando as pernas” e, portanto, incapacitado 
para dirigir veículos, mesmo uma bicicleta! Ora, para estes indivíduos absolutamente alcoolizados, a Lei 
já contemplava rigorosas punições. A diferença é que atualmente, sob a vigilância dos veículos midiáticos, 
a fi scalização é mais rigorosa! Portanto, não é a Lei mais rigorosa que diminuiu os acidentes, mas a fi sca-
lização mais efetiva e atuante da polícia de trânsito.
O efeito previsível desta Lei mais dura é o aumento da propina cobrada pelos policiais corruptos, como 
já está ocorrendo. É um risco grave investir de poderes tão drástico, já que seu exercício interfere com 
direitos e garantias individuais, a nossa polícia, visceralmente corrupta e venal.
No plano econômico, de um lado comemoram os taxistas; do outro lado, pranteiam os donos de bares e 
restaurantes.
Finalmente, não podemos esquecer que os fi ns perseguidos pelo Estado, mesmo na defesa de ideais sagra-
dos como a vida humana, não justifi ca todos os meios utilizados, sob pena de vivermos em uma sociedade 
totalitária ou, opostamente, uma sociedade em que a vontade da maioria prevalece sempre, mesmo contra 
os princípios democráticos e do Estado de Direito.
25. O texto lido apresenta a estrutura da dissertação. Reconheça :
a) introdução - 
b) desenvolvimento - 
c) conclusão -
26. É na introdução que o articulador do texto expõe seu ponto de vista. Releia a introdução e identifi que o 
ponto de vista defendido.
27. Argumentar consiste em utilizar estratégias que convençam o leitor do ponto de vista apresentado. Retire 
do desenvolvimento alguns argumentos utilizados.
28. De acordo com o texto, a Lei Seca trouxe a comemoração dos motoristas de táxi e a insatisfação para os 
donos de bares e restaurantes. Por quê?
58
Dando continuidade ao nosso assunto sobre os tipos textuais, falta esclarecer a diferença entre descrição ob-
jetiva e descrição subjetiva. Primeiro, leia os textos abaixo:
TEXTO B
“Rita havia parado no meio do pátio. Cercavam homens, mulheres e crianças; todos queriam novas dela. 
Não vinha em trajo de domingo; trazia casaquinho branco, uma saia que lhe deixava ver o pé sem meia num 
chinelo de polimento com enfeites de marroquim de diversas cores. No seu farto cabelo crespo e reluzente, 
puxado sobre a nuca, havia um molho de manjericão e um pedaço de baunilha, espetado por um gancho”.
(AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço.3ed.SãoPaulo, Ática,1975)
TEXTO C
 “Não era uma mulher, era um sílfi de, uma visão de poeta, uma criatura divina. Era loura; tinha os olhos azuis, 
como os de Cecília, extáticos, uns olhos que buscavam o céu ou pareciam viver dele. Os cabelos, desleixadamente 
penteados, faziam-lhe em volta da cabeça, um como resplendor de santa, santa somente, não mártir, porque o 
sorriso que lhe desabrochava os lábios era um sorriso de bem-aventurança, como raras vezes há de ter tido a terra.
(ASSIS, Machado de. “A chinela Turca”. In: Obra Completa. RJ, Aguilar,1986)
Os textos B e C apresentam características do tipo 
textual denominado descritivo (observe a quantidade 
de adjetivos e os verbos no pretérito imperfeito). Re-
lendo o texto A, você pode reparar que o autor descre-
ve a personagem o mais próximo possível da realida-
de (cabelo crespo, casaquinho branco...), procurando 
transmitir uma imagem concreta e precisa de Rita. O 
texto A é um exemplo de descrição objetiva.
Já no texto B, a descrição da personagem é feita a 
partir de um ponto de vista pessoal, apresenta juízos 
de valor (criatura divina, olhos que buscavam o céu, 
como resplendor de santa...) e o autor procura passar 
a impressão que tem da personagem. O texto B é um 
exemplo de descrição subjetiva.
Ernani e Nicola(1996:156) explicam que:
 
(...) excetuando as descrições técnicas ou científi cas, 
difi cilmente você encontrará uma descrição absoluta-
mente objetiva, já que sempre haverá alguma interfe-
rência do autor com relação àquilo que está sendo des-
crito. O que vai distinguir uma descrição objetiva de 
uma descrição subjetiva é o grau dessa interferência.
Sobre os tipos textuais, ainda é importante lembrar 
que de acordo com Marcuschi (2005:25) 
“(...) um texto é em geral tipologicamente variado (he-
terogêneo). Veja-se o caso da carta pessoal, que pode 
conter uma sequência narrativa (conta uma historinha), 
uma argumentação (argumenta em função de algo), uma 
descrição (descreve uma situação) e assim por diante.
Fique ligado
www.slideshare.net/luciane239/generos-textuais
www.ciadaescola.com.br
Texto Complementar
“Contar e ouvir histórias são atividades das mais 
antigas do homem. Pessoas de todas as condições 
socioculturais têm prazer de ouvir e contar histórias. 
Um romancista e ensaísta inglês, E.M.Foster, chama 
essa atividade de atávica, isto é, transmitida desde 
a idade mais remota da humanidade, ligada aos ri-
tuais pré-históricos do homem de Neanderthal, força 
de vida e morte, conforme sua capacidade de manter 
acordados ou de adormecer os membros de um grupo, 
nas noites dos primeiros dias... O mesmo autor cita a 
protagonista de “As mil e uma noites, Xerazade”, que 
se salvou da morte contando histórias que, a cada noi-
te, eram interrompidas em momentos calculado sus-
pense, a fi m de motivar a curiosidade do sultão. A tal 
ponto chegou a habilidade da narradora, que, depois 
de mil e uma noites, o poderoso rei não só não a man-
59
dou matar, como também apaixonou-se e com ela se 
casou. Lembra o autor que todos nós somos como o 
sultão. Interessa-nos intensamente pelo desenrolar de 
uma história bem contada (estão aí as novelas de TV, 
impondo a milhares de pessoas em todo país, e até no 
exterior, um tipo massifi cante de lazer, num horário 
igualmente imposto).
Todas as atividades que o inventar/narrar, ouvir/ler 
histórias envolvem podem ser associadas também à 
natureza lúdica do homem. O jogo é uma atividade 
muito presente em todas as situações do homem em 
sociedade. Sob as mais diversas formas, o fenômeno 
lúdico mantém um signifi cado essencial. É um re-
corte na vida cotidiana, tem função compensatória, 
substitui os objetos de confl ito por objetos de prazer, 
obedece a regras, tem sentido simbólico, de represen-
tação. Como realização, supõe agenciamentos, mani-
pulações, mecanismos, movimentos, estratégias.
Constituir um enredo é começar um jogo. O narra-
dor é um jogador, e forma, com o leitor e o próprio 
texto, o que se pode chamar uma comunidade lúdica.
No ritual de se pegar um livro para ler ou de se sen-
tar à volta ou diante de um narrador, uma tela de ci-
nema ou de TV, para ler/ver/ouvir contar-se uma his-
tória, desenrolar-se um enredo, tal como no exercício 
do jogo, há a busca do prazer, há tensão, competição, 
há a máscara, a simulação, pode haver até vertigem.
(MESQUITA, Samira Nahid. O enredo IN: INFANTE, Ulisses. 
Do Texto ao texto. SP: SCIPIONE,1998)
Texto 5:Texto 5: Estrutura do Parágrafo
No texto do tipo dissertativo, argumentamos e ex-
pomos nossas ideias e opiniões a respeito de um de-
terminado assunto. Para melhor organização textual, 
devemos dividir o texto em parágrafos que são orga-
nizados a partir de uma ideia principal (tópico frasal), 
que é desenvolvida por ideias secundárias.
 
Agora, faça duas leituras do texto abaixo. Primeiro, 
leia o texto integralmente; depois leia somente os tó-
picos frasais que estão destacados. 
No dia 8 de março de 1857, operárias de uma fá-
brica de tecidos, situada na cidade americana de 
Nova Iorque, fi zeram uma grande greve. Ocupa-
ram a fábrica e começaram a reivindicar melhores 
condições de trabalho, tais como, redução na carga 
diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 
16 horas de trabalhodiário), equiparação de salários 
com os homens (as mulheres chegavam a receber até 
um terço do salário de um homem, para executar o 
mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do 
ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. 
As mulheres foram trancadas dentro da fábrica que 
foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morre-
ram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma 
conferência na Dinamarca, fi cou decidido que o 8 
de março passaria a ser o “Dia Internacional da 
Mulher”, em homenagem às mulheres que morreram 
na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, 
através de um decreto, a data foi ofi cializada pela 
ONU (Organização das Nações Unidas).
Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas co-
memorar. Na maioria dos países, realizam-se con-
ferências, debates e reuniões cujo objetivo é discu-
tir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço 
é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, 
com o preconceito e a desvalorização da mulher. 
Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em 
muitos locais, com salários baixos, violência mascu-
lina, jornada excessiva de trabalho e desvantagem 
na carreira profi ssional. Muito foi conquistado, mas 
muito ainda há para ser modifi cado nesta história.
Você deve ter percebido que lendo apenas os tópicos 
frasais, tem-se as informações principais de cada um.
 
No dia 8 de março de 1857, operárias de uma 
fábrica de tecidos, situada na cidade americana de 
Nova Iorque, fi zeram uma grande greve.
A manifestação foi reprimida com total violência.
No ano de 1910, durante uma conferência na Di-
namarca, fi cou decidido que o 8 de março passaria 
a ser o “Dia Internacional da Mulher”.
Na maioria dos países, realizam-se conferências, 
debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel 
da mulher na sociedade atual.
 
Mas no parágrafo dissertativo não basta o tópico 
frasal, é preciso desenvolver e argumentar a ideia 
principal, para isso o articulador do texto pode desen-
volver seu ponto de vista sobre determinado assunto 
Palavras-Chave: estrutura, parágrafo.
60
baseado em fatos, julgamentos, exemplos ou ainda 
recorrer aos argumentos de autoridade. Para melhor 
exemplifi car, releia o texto A .
Tese: a queda dos acidentes de trânsito não decorre 
diretamente de uma lei mais severa.
Fato: o número de acidentes caiu
Julgamento: “a nossa polícia, visceralmente, cor-
rupta e venal”
Argumento de autoridade: “Como afi rmou Rodrigo 
Constanttino...”
E como o articulador de um texto dissertativo 
pode organizar seu raciocínio? 
As duas maneiras frequentemente adotadas de se ex-
por um assunto são os métodos dedutivo e indutivo. 
Leia os trechos abaixo para reconhecer cada método.
Método Indutivo - parte do particular para o geral.
Pesquisas recentes constataram que uma alta porcenta-
gem dos alunos do Ensino Fundamental do Rio de Janei-
ro se mostraram incapazes de ler e compreender textos. 
Anteriormente, o mesmo já havia sido constatado em 
diversas cidades do país. O Brasil é um país que não lê.
Método Dedutivo - parte do geral para o particular.
Todo homem é mortal.
Sócrates é homem.
Logo, Sócrates é mortal.
Texto 6:Texto 6: A Articulação do Texto
Palavras-Chave: coesão, coerência.
Já percebemos que no texto as ideias devem ser articu-
ladas, isto é, devem apresentar uma sequência lógica para 
que a mensagem seja entendida. Há quem compare a arti-
culação das ideias do texto à articulação de um esqueleto: 
a articulação de ossos resulta um braço; a articulação das 
orações de um texto resulta a articulação de pensamentos.
Entre os fatores que conferem a articulação do texto, 
destacamos a coesão e a coerência.
A coesão é a responsável por manter a ligação, rela-
ção entre as palavras de um texto.
Observe nos exemplos abaixo, retirados de Koch 
(1996:32), como acontece a coesão textual:
 
• Paulo e José são excelentes advogados. Eles se 
formaram na Academia do Largo de São Francisco.
• O padre ajoelhou-se. Todos fi zeram o mesmo.
• Uma menininha correu ao meu encontro. A ga-
rota parecia assustada.
• A fi lha de Renata está hospitalizada. A menina 
tece uma pneumonia.
• Houve um violento tumulto, depois seguiu-se 
uma grande paz.
Observe que os elementos em destaque relacionam-se 
com outros elementos do texto, mantendo assim a co-
esão e fazendo o texto progredir. Logo, a utilização de 
pronomes, advérbios, conjunções, sinônimos são alguns 
dos vários recursos usados para tornar um texto coeso.
Entre esses recursos, chamamos a atenção para o uso das 
conjunções e locuções conjuntivas já que esta classe grama-
tical não só une orações, mas também cria relações de sen-
tido entre as orações do período. Vejamos alguns exemplos:
Maria acordava cedo...
• porque tinha aula de natação. .......... (causa)
• e saía para o trabalho. .......... (adição)
• mas saía tarde. .......... (oposição)
• quando trabalhava longe de casa. .......... (tempo)
• a fi m de não se atrasar. .......... (fi nalidade)
• caso fosse necessário. .......... (condição)
 
Outro elemento importante no texto é a coerência.
A coerência diz respeito à ordenação lógica das ideias e 
dos argumentos de um texto. Observe o exemplo abaixo:
 
Subi no pé de laranja, apanhei a melancia e 
quando desci meu pai apanhou o meu sorvete.
 
Você acha que esse texto tem lógica, é coerente? Certa-
mente sua resposta foi negativa. Qual é a lógica em subir 
no pé de laranja e apanhar uma melancia? Nenhuma.
De acordo com que vimos sobre coesão e coerência, 
percebemos que são elementos indispensáveis do texto. 
61
Exercícios
O gênero quadrinhos que circula nos jornais e revistas é bem conhecido de todos nós. Leia com atenção e responda:
 
 
29. A que tipo textual pertence?
30. A expressão “dois tipos de pessoas” refere-se a que outra(s) palavra(s) do texto?
31. Leia com bastante atenção o texto abaixo e responda as perguntas:
 
“João Carlos vivia em uma pequena casa construída no alto de uma colina, cuja frente dava para leste. Desde 
o pé da colina se espalhava em todas as direções, até o horizonte, uma planície coberta de areia. Na noite em 
que completava 30 anos, João, sentado nos degraus da escada colocada à frente de sua casa, olhava o sol poente 
e observava como a sua sombra ia diminuindo no caminho coberto de grama.
De repente, viu um cavalo que descia para a sua casa. As árvores e as folhagens não o permitiam ver distin-
tamente; entretanto observou que o cavalo era manco. Ao olhar de mais perto verifi cou que o visitante era seu 
fi lho Guilherme, que há 20 anos tinha partido para alistar-se no exército, e, em todo este tempo, não havia dado 
sinal de vida. Guilherme, ao ver seu pai, desmontou imediatamente, correu até ele, lançou-se nos seus braços 
e começou a chorar.”
(CEREJA & MAGALHÃES. Gramática Refl exiva. Atual, 1999, p. 38)
a) A cena narrada ocorre à noite (Na noite em que...). Contudo, o que João olhava, sentado à frente da casa?
b) O cenário diante da colina é desértico (uma planície coberta de areia). O que se opõe a esta ideia?
c) A frente da casa “dava para leste”. O leste ou oriente é onde o sol nasce. Que fato do texto é incoerente 
com essa informação?
d) João está completando 30 anos. Quais ideias contrariam a lógica com relação a este fato?
Leia o texto abaixo e depois faça o que se pede. 
“Mais de cento e trinta reclusos continuaram a rebelião no interior da prisão de Strangeways, Inglaterra. Cer-
ca de mil internos se revoltaram contra as condições de vida no estabelecimento. Pelo menos trezentos detidos 
continuam controlando alas da penitenciária”.
32. Retire do texto os vocábulos que foram utilizados para fazer referência aos destacados abaixo.
a) reclusos -b) prisão -
62
33. Marque a opção que completa de forma coerente e coesa o texto abaixo:
O modo como as pessoas se sentam diante do computador pode comprometer seriamente a saúde. Um estudo 
divulgado em janeiro pela Academia Nacional de Ciências dos EUA sugere adaptações na postura pra evitar 
possíveis complicações. Segundo os cientistas,
a) não há maneira de prevenir problemas dessa natureza apesar de seus indesejáveis efeitos sobre o organismo.
b) esses estudos não são conclusivos e novas pesquisas deverão ser feitas antes de se poder afi rmar que a 
postura diante do computador de fato traz problemas à saúde de seus usuários.
c) problemas de visão, dores musculares e doenças “do corpo e da mente” podem ser evitados com um pouco 
de disciplina.
d) não há motivo de preocupação para os usuários de computadores, cujos problemas de saúde eventualmente 
ocasionados por má postura diante do computador a qual deve ser corrigida.
 
34. As questões seguintes apresentam um período que você deve modifi car, iniciando-o conforme se sugere, 
mas sem alterar a ideia contida no primeiro.
a) Todos foram para casa mais cedo, pois haveria muito trabalho no dia seguinte.
Haveria muito trabalho no dia seguinte, _______________________________
b) Embora houvesse poucos funcionários disponíveis, o relatório foi concluído dentro do prazo estabelecido.
Havia poucos funcionários,_______________________________________
c) Não havia verba sufi ciente, por isso o projeto foi cancelado.
O projeto foi cancelado,_________________________________________
d) O tempo não estava bom, porém eles foram à praia.
Eles foram à praia____________________________________________
35. (FUVEST-SP) “Podem acusar-me: estou com a consciência tranquila”, os dois-pontos (:) do período po-
deriam ser substituídos pela conjunção:
a) portanto 
b) e 
c) como 
d) pois
36. (FUVEST-SP) No período: “Ainda que fosse bom jogador, não ganharia a partida”, a expressão destaca-
da encerra ideia de:
a) causa 
b) concessão 
c) fi nalidade 
d) condição
63UNIDADE III
ESTRATÉGIAS DE LEITURAESTRATÉGIAS DE LEITURA
Texto 7:Texto 7: Recursos para Interpretação Textual
Já foi dito que ler um texto é um ato complexo, pois 
não basta apenas decodifi car letras ou palavras. A lei-
tura de um texto envolve vários conhecimentos, Ni-
cola (2005:173) identifi ca os mais importantes:
• Gênero textual - a identifi cação do gênero textual 
(artigo de jornal, propaganda, romance, artigo cientí-
fi co, receita de bolo, bula, piada etc.) permite a ante-
cipação da construção textual e da possível intenção 
do falante. Por exemplo, ao ler o editorial de um jor-
nal, conhecendo as características básicas do gênero, 
podemos esperar um texto marcado por sequências 
argumentativas com o intuito de fazer a defesa de 
uma posição em relação a um assunto, na tentativa de 
ganhar a adesão do leitor; portanto, o reconhecimento 
desse gênero nos prepara para a leitura: não esperare-
mos um texto narrativo, nem descritivo, mas um texto 
argumentativo.
• O autor - a identifi cação do autor do texto (sua 
história, sua profi ssão, sua ideologia, sua área de estu-
do ou trabalho etc.) permite antecipar a temática ou a 
tendência do texto. Por exemplo, se o texto é assinado 
por um pesquisador na área de biologia, podemos es-
perar um desenvolvimento temático voltado para essa 
área do conhecimento; se for assinado por um líder 
comunitário, podemos esperar um desenvolvimento 
temático que ressalte, por exemplo, o lado social etc.
• A época - a identifi cação da época, do contexto 
histórico em que estava inserido o texto quando foi 
produzido. Por exemplo, um texto que fale sobre o 
futuro de um país, produzido num momento em que 
esse país atravessa uma grave crise político-econô-
mica, será construído de forma diferente de um outro 
produzido em época de prosperidade.
• O veículo ou suporte - a identifi cação do veículo 
que disponibiliza o texto (jornal, revista jovem, re-
vista especializada, boletim de uma associação etc.), 
suas características ideológicas, seu público-alvo, sua 
tiragem pode antecipar algumas informações relacio-
nadas ao texto a ser lido: um artigo sobre moda em 
uma revista feminina que tem público-alvo de alto 
poder aquisitivo e faixa etária acima de 30 anos pode 
apresentar conceitos muito diferentes se comparados 
a um artigo sobre o mesmo assunto publicado numa 
revista feminina voltada para adolescentes.
Vamos analisar o texto abaixo:
 Jornal A Gazeta, 29.04.09
1) gênero - charge
2) autor - Amarildo
3) época - período em que a Gripe Suína causa pre-
ocupação mundial
4) veículo - jornal
Texto 8:Texto 8: Gêneros Textuais
Você percebeu que o primeiro passo foi reconhecer o 
gênero do texto. As expressões “gênero textual” e “gê-
nero do texto” já apareceram em outras unidades, sem 
muitas explicações. Agora chegou o momento de discu-
tirmos com mais detalhes o conceito de gênero textual.
Primeiro, é importante relembrar que nos comuni-
camos através de textos e estes se realizam através de 
gêneros textuais. 
Os gêneros textuais são os textos em sua fun-
cionalidade. Marcushi (2005) cita telefonema, 
carta comercial, bula de remédio, lista de com-
pras, edital, piada, notícia, verbete como alguns 
exemplos de gêneros textuais que circulam na 
sociedade.
Palavras-Chave: interpretação.
Palavras-Chave: estratégia, gênero textual.
64
Para entender melhor, leia os textos abaixo:
TEXTO A TEXTO B
Farinha de trigo Aluga-se apt. sala, 2qt, ampla 
Papel higiênico cozinha, banheiro, dep. Tijuca
Sabão em pó tel.: xxxx-xxxx
Carne
Frutas
Feijão
Arroz
Óleo
Observe que os textos A e B são do tipo descritivo. 
No entanto, os textos apresentam funcionalidade di-
ferente. Por isso, são de gêneros diferentes: o texto A 
é do gênero lista de compras, enquanto o texto B é do 
gênero classifi cado.
Assim, quando falamos que ouvimos uma piada, 
escrevemos um e-mail, fi zemos uma entrevista ou 
seguimos o manual de instrução estamos nos refe-
rindo ao gênero do texto.
Por isso, reconhecer o gênero textual deve ser a pri-
meira estratégia a ser realizada.
Dependendo do gênero utilizado, teremos determi-
nadas estruturas sintáticas que irão predominar assim 
como a intenção e objetivo.
 
Você já reparou que o gênero propaganda, normal-
mente, é utilizado o modo imperativo? Pense qual é 
a relação entre o gênero e o modo verbal utilizado?
Como você já deve ter percebido, atribuir sentido ao 
texto não é tarefa fácil, pois além do conhecimento 
linguístico, é necessário que você também ative seu 
conhecimento de mundo para que possa fazer infe-
rências adequadas.
Palavras-Chave: texto, contexto, interação.
Texto 9:Texto 9: Texto e Contexto
Ler apenas não basta, é necessário entender o que é lido e isso signifi ca ir além do simples reconhecimento 
do signifi cado das palavras do texto. 
Segundo Souza e Carvalho (2007: 60) 
“a história individual dos interlocutores, seus papéis 
sociais, o contexto social que os envolve, as intenções 
do momento da enunciação devem ser considerados 
para a real compreensão do que é dito”.
Você já deve ter entendido que o texto traz uma in-
formação que compartilha com o leitor e este deve 
empregar seus conhecimentos linguísticos e extralin-
guísticos para compreender o texto.
Koch e Elias colocar na bibliografi a (2006: 59) afi r-
mam que 
“a produção de sentido realiza-se à medida que o leitor consi-
dera aspectos contextuais que dizem respeito do conhecimen-
to da língua, do mundo, da situação comunicativa enfi m”.
Resumindo, podemos afi rmar que, para a interpreta-
ção textual, é preciso levar em conta o contexto, que 
é tudo aquilo que, de alguma forma, contribui para 
determinara construção do sentido.
Para entendermos bem o que é contexto e sua impor-
tância para o entendimento do texto, vejamos o exemplo: 
“A porta está aberta”, dependendo do contexto de quem 
diga, para quem e as intenções podemos entender:
A. Alguém reclamando do frio.
- Está frio aqui dentro. A porta está aberta.
B. Alguém informando que o outro é sempre bem-vindo.
- A porta está aberta. Volte sempre.
C. Alguém pedindo que o outro se retire.
- Para os que não estão interessados, a porta está 
aberta.
O contexto pode ser intratextual ou extratextual.
Chamamos de contexto intratextual quando as in-
formações se encontram dentro do próprio texto e 
extratextual quando, para se entender a informação 
65
do texto, precisamos recorrer a conhecimentos e in-
formações que não estão presentes no texto.
Releia o texto do exercício 30. Quem são “os dois 
tipos de pessoas” a que se refere o personagem? Você 
precisar obter uma informação que está dentro do tex-
to: “os navegantes e os não navegantes”, assim como 
para saber se “a porta está aberta” é alguém dizendo 
que você pode sempre voltar ou se retirar do recinto.
Já no texto IV, “Sinal Fechado”, você sabe que a conver-
sa entre os dois amigos é rápida e fragmentada porque es-
tão parados no sinal e este fi cará vermelho por pouco tem-
po, mas esta última informação não está no texto, certo?
Como você pôde observar, ler um texto é muito mais do 
que decifrar palavras, pois a leitura é um ato interativo e 
complexo de produção de sentidos. Koch e Elias (2006: 11) 
enfatizam a importância a leitura:
• leitura é uma atividade na qual se leva em conta as 
experiências e os conhecimentos do leitor;
• A leitura de um texto exige do leitor bem mais que 
o conhecimento do código linguístico, uma vez que 
o texto não é simples produto da codifi cação de um 
emissor a ser decodifi cado por um receptor passivo.
É interessante também a observação feita por Ernani 
e Nicola colocar na bibliografi a (1996:22):
Quando falamos em ler textos, não estamos nos re-
ferindo exclusivamente aos textos escritos; estamos, 
sim, nos referindo aos diversos textos que se apre-
sentam em nosso cotidiano, “escritos” nas mais dife-
rentes linguagens. Em outras palavras, o texto “sem 
palavras”: o texto “escrito” pelas pessoas andando na 
rua; o texto do telejornal, com seus cortes, sua edi-
ção e montagem de notícias; o texto das várias telas, 
esculturas e fotografi a; o texto do diálogo amoroso 
“escrito” por meio de gestos...
Texto 10:Texto 10: Intertextualidade
A intertextualidade signifi ca a relação entre textos quando há uma referência implícita ou explícita de um 
texto em outro texto. Está achando muito difícil a defi nição? Então leia a letra da música:
“Pra ir pro céu, tem que ter muita oração… Pra ir pro céu tem quer ter é santidade… Porque o inimigo ele 
não dá mole, não… Porque só Jesus Cristo é que salva de verdade… Pra ir pro céu, tem que ter muita oração… 
Pra ir pro céu tem quer ter é santidade… Porque o inimigo ele não dá mole, não… Porque só Jesus Cristo é 
que salva de verdade… Aí mané, quero ver todo mundo que vai pro céu… Que tem certeza de que vai pro céu… 
Jogando a mão pra direita e diz assim… Céééééuu… Céééééuu… Céééééuu… Agora pra esquerda, vai lá…. 
Céééééuu… Céééééuu… Céééééuu… Agora esquerda e direita, vai lá… Cééuu… Cééuu… Cééuu… (…) Aí 
mané, só quero te dizer que se você não for pro céu… Satanás crééééuu!… E se você não for pro céu… Satanás 
crééééuu!… E se você não for pro céu… Satanás crééééuu!… E se você não for pro céu… Satanás crééééuu!”… 
(Por MC Céu)
 Fez você lembrar de alguma outra música? Você 
deve ter se lembrado da música intitulada “Creu”, 
um funk que fez muito sucesso. Essa relação exis-
tente entre as músicas “Céu” e “Créu” é que faz a 
intertextualidade.
Imaginemos que você não conhecesse a música 
“Créu” , você conseguiria reconhecer a intertextuali-
dade? Com certeza, não. Por isso, a intertextualidade 
está ligada ao conhecimento de mundo que deve ser 
compartilhado entre o emissor e receptor.
Vejamos outro exemplo de intertextualidade:
Canção do Exílio 
“Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. “
Gonçalves Dias
Canção do Exílio
“Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza. 
Os poetas da minha terra 
são pretos que vivem em torres de ametista, 
os sargentos do exército são monistas, cubistas, 
os fi lósofos são polacos vendendo a prestações.
gente não pode dormir 
com os oradores e os pernilongos. 
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda”
Murilo Mendes
Palavras-chave: texto, intertextualidade.
66
Texto 11:Texto 11: Níveis da Linguagem e Situação 
Comunicativa
Na Unidade I do nosso instrucional, já foram discu-
tidas as inúmeras situações comunicativas em que nos 
vemos envolvidos diariamente. E é de acordo com a 
situação comunicativa que devemos adequar sintática 
e semanticamente os discursos proferidos. Para você 
entender melhor, compare uma ida à praia e a cerimô-
nia de casamento do seu melhor amigo. Como você 
irá vestido a cada um desses eventos?
Certamente, usará bermuda, chinelos, camisetas biquíni 
ou sunga na praia e para a cerimônia de casamento esco-
lherá um terno, sapatos, vestido longo... Então, você sou-
be adequar sua vestimenta à situação. O mesmo acontece 
quando nos comunicamos. Observe que, por exemplo, 
uma conversa com um amigo e a entrevista para concor-
rer a uma vaga de emprego são situações comunicativas 
em que empregamos níveis de linguagem diferentes.
Terra e Nicola (2003:31) nos explicam que:
 
(...)entende-se que o uso que cada indivíduo faz da lín-
gua depende de várias circunstâncias: do que vai ser 
falado e de que forma, do contexto, do nível social e 
cultural de quem fala e de para quem está se falando. 
Isso signifi ca que a linguagem deve estar adequada à 
situação, ao interlocutor e à intencionalidade do falante.
Concluímos, então, que o código (língua portuguesa) 
utilizado em uma mesma comunidade é único, mas exis-
tem vários níveis e formas de utilizar esse código. Veja 
os exemplos:
A __Não to nem aí pro que ele tá pensando.
B __Não estou interessado no que ele pensa.
Observe que no exemplo acima o código foi o mes-
mo. A diferença consiste no padrão coloquial (texto 
A) e no padrão formal (texto B).
Reconhecer o padrão utilizado nos textos orais 
ou escritos também é uma estratégia de leitura que 
o ajudará a identifi car se a linguagem do texto está 
adequada ou não ao contexto, perceber a intenção do 
autor ao optar por um determinado padrão ou ainda 
identifi car o público alvo.
Palavras-chave: contexto, intertextualidade, gênero textual.
Texto Complementar
AÍ, GALERA
Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereoti-
pação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador 
de futebol dizendo “estereotipação”? E, no entanto, 
por que não?
_ Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
_ Minha saudação aos afi cionados do clube e aos 
demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos 
seus lares.
_ Como é?
_ Aí, galera.
_ Quais são as instruções do técnico?
_ Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho 
de contenção coordenada, com energia otimizada, na 
zona de preparação, aumentam as probabilidades de, 
recuperado o esférico, concatenarmos um contragol-
pe agudo com parcimônia de meios e extrema objeti-
vidade, valendo-nos da desestruturação momentânea 
do sistema oposto, surpreendido pela reversão ines-
perada do fl uxo da ação.
_ Ahn?
_ É pra dividir no meio e ir pra cima pra pega eles 
sem calça.
_ Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?
_ Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimen-
tal, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a 
uma pessoa à qual sou ligado por razões inclusive, 
genéticas?
_Pode.
_ Uma saudação para a minha progenitora.
_ Como é?
_ Alô, mamãe!
_ Estou vendo que você é um, um...
_ Um jogador que confunde o entrevistador, pois 
não corresponde à expectativa de que o atleta seja um 
ser algo primitivo com difi culdade de expressão e as-
sim sabota a estereotipação?
_ Estereo quê?
_ Um chato?
_ Isso.
(Luís Fernando Veríssimo)
67
Exercícios
37. (ENEM) O texto retrata duas situações relacionadas que fogem à expectativa do público. São elas:
a) a saudação do jogador aos fãs do clube, no início da entrevista, e a saudação fi nal dirigida à sua mãe.
b) a linguagem muito formal do jogador, inadequada à situação da entrevista, e um jogador que fala com 
desenvoltura, de modo rebuscado.
c) o uso da expressão “galera”, por parte do entrevistador, e da expressão “progenitora”, por parte do jogador.
d) o desconhecimento, por parte do entrevistador, da palavra “estereotipação”, e a fala do jogador em “é pra 
dividir no meio e ir pra cima pra pega eles sem calça”.
e) o fato de os jogadores de futebol serem vítimas de estereotipação e o jogador entrevistado não corresponder 
ao estereótipo.
38. (ENEM) A expressão “pega eles sem calça” poderia ser substituída, sem comprometimento de sentido, 
em língua culta, formal, por:
a) pegá-los na mentira
b) pegá-los desprevenidos
c) pegá-los em fl agrante
d) pegá-los rapidamente
e) pegá-los momentaneamente
39. O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao contexto. Considerando as 
diferenças entre a língua oral e língua escrita, assinale a opção que representa também uma inadequação da 
linguagem usada ao contexto:
a) "O carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito" - um pedestre que assistiu ao acidente comenta com 
o outro que vai passando.
b) "E aí, ô meu! Como vai essa força?”- um jovem que fala para um amigo.
c) "Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação" - alguém comenta em uma reunião de 
trabalho.
d) "Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de Secretária Executiva desta conceituada 
empresa" - alguém que escreve uma carta candidatando-se a um emprego.
e) "Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre risco de termos, num futuro pró-
ximo, muito pouca comida nos lares brasileiros" - um professor universitário em um congresso internacional.
 
40. Indique o tipo e o gênero textual dos textos abaixo:
a. 
b. 
68
c. 
41. Certas marcas linguísticas permitem identifi car o gênero do texto. Com base na afi rmação reconheça os 
gêneros textuais que correspondem às marcas linguísticas abaixo:
a) “Conhece aquela do papagaio...” __________________________________________________________
b) “Era uma vez...” _______________________________________________________________________
c) “Caro amigo...” _______________________________________________________________________
d) “Separe o açúcar e adicione três colheres de manteiga...” _______________________________________
42. 
Uma das características do texto acima é:
a) coesão 
b) coerência 
c) intertextualidade 
d) argumentação
Texto Complementar
OS SEGREDOS DA LEITURA E DA REDAÇÃO
Concepções de língua e escrita mudam o modo 
como se entenderão os conteúdos que não estão ex-
plícitos num texto.
Por Ingedore G.Villaça Koch
(...) A leitura de um texto exige mais que o simples 
conhecimento linguístico compartilhado pelos inter-
locutores: o leitor é, necessariamente, levado a mo-
bilizar estratégias tanto de ordem linguística, como 
cognitivo-discursiva, com o fi m de levantar hipóteses, 
validar ou não as hipóteses formuladas, preencher as 
lacunas que o texto apresenta, enfi m, participar, de 
forma ativa da construção do sentido. Desta forma, 
autor e leitor devem ser vistos como “estrategistas” 
na interação pela linguagem.
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua 
Portuguesa, de 1998, encontra-se reforçado, na ativi-
69dade de leitura, o papel do leitor enquanto um cons-trutor de sentido, que se utiliza, para tanto, de uma 
série de estratégias, entre as quais a seleção, antecipa-
ção, inferência e verifi cação.
A antecipação consiste em levantar hipóteses sobre 
o conteúdo do texto, que na leitura, vão sendo subme-
tidas à verifi cação. Para tanto, o leitor seleciona pistas 
– elementos linguísticos do texto que autorizem sua 
leitura – e produz inferências que lhe permitem pre-
encher as lacunas do texto ou desfazer ambiguidades, 
com base em seu conhecimento de mundo.
Espera-se que o leitor processe, critique, contradi-
ga ou avalie a informação que tem diante de si, que a 
aceite ou a conteste, procure construir um sentido para 
o que lê e seja capaz de justifi car a leitura feita. Em 
outras palavras, ele age estrategicamente, o que lhe 
permite dirigir e autorregular seu processo de leitura.
É claro que não devemos nos esquecer de que a 
constante interação entre texto e o leitor é regulada 
também pelo propósito com que o texto é lido. De 
modo geral, podemos dizer que há textos que lemos 
para nos manter informados (jornais, revistas); outros 
que lemos para realizar trabalhos acadêmicos (disser-
tações, teses, livros, periódicos científi cos); outros, 
ainda cuja leitura é por puro deleite (poemas, contos, 
romances); os que lemos para consulta (dicionários, 
catálogos), os que somos “obrigados” a ler de vez em 
quando (manuais, bula), os que nos caem em mãos 
(panfl etos) ou que nos são constantemente apresen-
tados (outdoors, cartazes, faixas). São, pois, os ob-
jetivos do leitor que nortearão o modo de leitura, em 
mais tempo ou em menos tempo, com mais atenção 
ou com menos atenção, com maior engajamento ou 
com menor engajamento, enfi m.”
Revista Língua Portuguesa. Ano II – nº 23 /setembro de 2007
Fique ligado:
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Palavras-chave: intertextualidade, coesão, coerência.
70
Gabarito
Unidade I
1. A
2. Atual, porque o assunto tratado é sobre a epidemia de dengue.
3. D
4. Função referencial.
5. B
6. Apelativa - tem como objetivo infl uenciar o leitor a adquiri o produto.
7. Função emotiva - trata-se de uma charge em que os detalhes evidenciados na caricatura expressam o ponto 
de vista pessoal do caricaturista.
8. 
a. Mônica
b. Cebolina
c. Língua portuguesa
9. No sinal de trânsito
10. B
11. B
12. 
a. visual - cor
b. gestos
13. O guarda
14. O som do apito
15. A
16. D
Unidade II
17. 
a. injuntivo
b. narrativo 
c. dissertativo
18. A
19. 
a. O quarto estava localizado na parte velha de Paris.
b. Não era grande nem luxuoso.
20. B
21. “Van Gogh viajou para Paris no fi nal de dezembro e, no início de janeiro, alugou um quarto”.
22. C
23. “O fato de viver longe de casa pode ter contribuído”.
24. 
a. descritivo
b. narrativo
c. dissertativo
25. 
a. linhas 1 a 4
b. linhas 6 a 30
c. linhas 31 a 34
71
26. “a queda nos acidentes de trânsito não decorre diretamente da existência de uma lei mais severa”.
27. “O cidadão que bebe uma ou duas doses de uísque ou vinho não é o causador de acidentes de trânsito”.
28. Os motoristas de táxi comemoram o aumento da clientela que prefere pagar ao motorista de táxi a ser mul-
tado por dirigir alcoolizado. Os donos de bar estão insatisfeitos, porque devido à lei seca a clientela diminuiu.
29. Narrativo
30. Navegantes e não navegantes
31. 
a. João olhava o sol.
b. A grama que cobria o caminho.
c. João olhava o ponte.
d. João tinha um fi lho que há vinte anos tinha partido.
32. 
a. Internos 
b. Penitenciária
33. C
34.
a. Por isso todos foram para casa mais cedo.
b. Mas o relatório foi concluído dentro do prazo estabelecido.
c. Porque não havia verba sufi ciente.
d. Embora o tempo estivesse bom.
35. D
36. B
Unidade III
37. B
38.B
39. E
40.
a. Palavra cruzada
b. Classifi cados
c. Charge
41.
a. Piada
b. Contos infantis
c. Carta
d. Receita culinária
42.C
72
Glossário
Etimologia - parte da gramática que trata da história ou origem das palavras.
Interlocutor - aquele que fala com o outro, ou em nome de outro. (Minidicionário Aurélio).
Linguagem - uso da palavra articulada ou escrita como meio de expressão de comunicação. (Minidicionário Aurélio).
73
Referências Bibliográficas
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CARNEIRO, Agostinho Dias. Texto em Construção. 2ed. SP: Moderna,1996.
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PRETTI, Dino. Estudos da Língua oral e escrita. RJ: Lucerna, 2006.
Revista Língua Portuguesa. Ano II, nº 23, ed. segmento, 2007.
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VAL, Maria da Graça Costa. Redação e textualidade. SP: Martins Fontes, 1991.

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