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Ciência e Tecnologia dos Materiais Imperfeições em Sólidos Prof. Jania Betania A da Silva O que é um defeito? Defeitos Cristalinos • É uma imperfeição no arranjo periódico regular dos átomos em um cristal; • Podem envolver uma irregularidade na posição dos átomos e no tipo de átomos; • O tipo e o número de defeitos dependem: - constituição química do material; - circunstâncias sob as quais o material é processado. Tipos de Defeitos Cristalinos • Defeitos pontuais • Defeitos de linha - (discordâncias) • Defeitos de interface - (grão e maclas) • Defeitos volumétricos (inclusões, precipitados) Classificados dos tipos de defeitos acordo com sua geometria ou dimensões • Defeitos Pontuais - associados com 1 ou 2 posições atômicas; • Defeitos lineares - uma dimensão; • Defeitos planos ou interfaciais (fronteiras) - duas dimensões; • Defeitos volumétricos - três dimensões; Defeitos indesejáveis? DEFEITOS INTRODUÇÃO SELETIVA CONTROLE DO NÚMERO ARRANJO Permite desenhar e criar novos materiais - com a combinação desejada de propriedades Exemplos: defeitos desejáveis (provocados) O processo de dopagem em semicondutores: - mudança no tipo de condutividade A deformação mecânica dos materiais: promove a formação de imperfeições: - geram um aumento na resistência mecânica (processo encruamento): Wiskers de ferro (sem imperfeições do tipo discordâncias): - resistência maior que 70GPa - ferro comum resistência 270MPa. Imperfeições cristalinas - Defeitos Pontuais Ocorrem em sólidos iônicos • Envolve a falta de um átomo. • São formados durante a solidificação do cristal ou como resultado das vibrações atômicas (os átomos deslocam-se de suas posições normais). • O número de vacâncias aumenta exponencialmente com a temperatura; Nv= N exp (-Qv/KT) lacunas/m3 Nv= número de vacâncias N= número total de sítios por unidade de volume Qv= energia requerida para formação de vacâncias K= constante de Boltzman = 1,38x1023J/at.K ou 8,62x10-5 eV/ at.K Defeito Pontual: vacâncias ou vazios N= NAρ PA Onde: NA=n o avogrado; ρ = densidade PA= peso atômico Imperfeições cristalinas - Defeito Intersticial Átomo intersticial grande - Gera maior distorção na rede. Átomo intersticial pequeno • Envolve um átomo extra no interstício (do próprio cristal) • Produz uma distorção no reticulado, já que o átomo geralmente é maior que o espaço do interstício • A formação de um defeito intersticial implica na criação de uma vacância, por isso este defeito é menos provável que uma vacância Imperfeições cristalinas - Defeitos Pontuais Difusão Ilustração de fases e solubilidade: (a) As três formas da água: sólida, líquida e gasosa; (b) água e álcool têm solubilidade ilimitada; (c) Sal e água possuem solubilidade limitada; (d) Água e óleo não possuem solubilidade. Solubilidade Discordância Aresta Envolve um SEMI plano extra de átomos •O vetor de Burger é perpendicular à direção da linha da discordância • Envolve zonas de tração e compressão Discordância em linha Discordância em cunha O cristal perfeito em (a) é cortado e um meio plano atômico extra é inserido (b). A extremidade da parte inferior do plano extra é uma discordância em cunha (c). O vetor de Burgers b é necessário para fechar um circuito de igual espaçamento atômico ao redor da discordância. Discordância Hélice Produz distorção na rede devido a tensão de cisalhamento; O vetor de burger é paralelo à direção da linha de discordância. Discordância mista Diretamente → microscopia eletrônica de transmissão (MET) • Indiretamente → microscopia eletrônica de varredura (MEV) e microscopia óptica (após ataque químico seletivo) DISCORDÂNCIAS NO TEM Como se observa as discordância? Defeitos interfaciais Envolvem fronteiras (defeitos em duas dimensões) e normalmente separam regiões dos materiais de diferentes estruturas cristalinas ou orientações cristalográficas; Essas imperfeições incluem: • Superfície externa •Contorno de grão • Fronteiras entre fases • Maclas ou Twins • Defeitos de empilhamento Contornos de Grão Corresponde à região que separa dois ou mais cristais de orientação diferente; • No interior de cada grão todos os átomos estão arranjados segundo um único modelo e única orientação, caracterizada pela célula unitária Os átomos próximos aos contornos (a) não possuem uma distância de equilíbrio ou arranjo definido. Grãos e contornos de grão em uma amostra de aço inoxidável ferrítico (b). Contornos de macla (“twin”) Aplicação de tensão em um cristal perfeito (a) pode causar um deslocamento dos átomos, (b) resultando na formação de uma macla. As maclas resultam de deslocamentos atômicos que são produzidos a partir de: Forças mecânicas de cisalhamento Tratamentos térmicos de recozimento realizado após deformação Defeitos volumétricos São introduzidas no processamento do material e/ou na fabricação do componente São eles: Inclusões - Impurezas estranhas; Precipitado - são aglomerados de partículas cuja composição difere da matriz; Fases - forma-se devido à presença de impurezas ou elementos de liga (ocorre quando o limite de solubilidade é ultrapassado); Porosidade - origina-se devido a presença ou formação de gases;. Defeitos volumétricos INCLUSÕES DE ÓXIDO DE COBRE (Cu2O) EM COBRE DE ALTA PUREZA (99,26%) LAMINADO A FRIO E RECOZIDO A 800o C. Inclusões Porosidade COMPACTADO DE PÓ DE FERRO,COMPACTAÇÃO UNIAXIAL EM MATRIZ DE DUPLO EFEITO, A 550 MPa Partículas de segunda fase A MICROESTRUTURA É COMPOSTA POR VEIOS DE GRAFITA SOBRE UMA MATRIZ PERLÍTICA. CADA GRÃO DE PERLITA, POR SUA VEZ, É CONSTITUÍDO POR LAMELAS ALTERNADAS DE DUAS FASES: FERRITA (OU FERRO-A) E CEMENTITA (OU CARBONETO DE FERRO).
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