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Direito Islâmico ou Muçulmano * Origem: Idade Média (ano: 622); Península Arábica; * Fundador: Mohamad ou Maomé; * O ensinamento de Maomé era conhecido como ISLÃ, que quer dizer submissão a Deus. * Origem: direito divino; * 1/5 da população mundial é muçulmana; * Livro Sagrado: Alcorão; * Fiéis extremamente ligados à doutrina religiosa; Maomé *Nasceu em 571 da era cristã; *Órfão quando ainda criança, foi criado primeiramente por seu avô e, posteriormente, por seu tio, Abu Talibe. *Seus primeiros anos foram obscuros e difíceis *Conquistou fama de fidedigno: “Al Amin, o Fiel”; *Aos 25 anos casou-se com uma viúva rica, chamada Khadija, cujos negócios passaram a administrar; *Viajava muito pelo deserto. Adquiriu experiência de vida; *Aos 40 anos, Maomé passou por um período de grande tensão espiritual, culminando com a visão na qual recebeu a primeira das revelações das muitas que viria posteriormente; * Ficou claro que recebeu um chamado divino para que advertisse o seu povo do dia do Juízo Final e para dizer-lhes das recompensas dos fiéis no Paraíso, e dos castigos dos maus no inferno; História do Direito Islâmico *O Islamismo surgiu com Maomé, em Meca, que pregava aos comerciantes, de início, só alcançou êxito junto aos pobres e escravos, mas, em razão da influência que passou a exercer sobre aqueles, foi perseguido, passando, então, a pregar aos beduínos; * A Tribo “coraxita” (maioria em Meca) passou a perseguir o ‘profeta’, considerado perigoso, pois atacava o paganismo árabe, fato que levou sua retirada para Iatreb (“Medina al Nabi” – que significa “Cidade do Profeta” - atual Medina - cidade comercial, assim como Meca); - Essa fuga é conhecida como Hégira, e aconteceu em 622 D.C., data do início do calendário muçulmano. * Em Medina, Maomé encontrou uma população de tribos árabes e judaicas; as lides a ele eram submetidas, que invocando a Deus, as resolvia a contento, dessa forma, passou a ter, também, atribuições políticas, além das religiosas, fato que o levou a buscar a centralização do poder, utilizando-se da nova religião que pregava; História do Direito Islâmico * Os Judeus que passaram a opor resistência a Maomé, foram eliminados; * Maomé, fortalecido pela pilhagem, invadiu Meca e construiu um acordo com os oligarcas da cidade, que ligavam apenas para o comércio e não para a religião; - O Islamismo estava, então, implantado; * Maomé faleceu dois anos depois dessa conquista, mas sua doutrina foi espalhada por todo o Oriente Médio. * O Alcorão- ou Corão – significa “leitura em voz baixa” - Maomé não ataca outras religiões – diz apenas que sua verdade é suprema - Não exigiu templos. Cada quadrilátero de um tapete era uma mesquita onde os fiéis podiam fazer suas orações, desde que estivessem voltados para Meca. * Após a morte do Profeta, disputas internas no seio do Islamismo aconteceram para que se identificasse quem seria o seu sucessor (político e religioso); - Segundo o Alcorão somente os parentes do Profeta poderiam substituí-lo, mas a tradição dizia o contrário; - Em razão deste fato, duas facções surgiram: os sunitas e os xiitas; O Direito dos Muçulmanos * Direito eminentemente religioso; - É efetivo em países que se consideram Muçulmanos; • “Numerosos Estados de População Muçulmana continuam a afirmar, nas suas leis e muitas vezes nas suas constituições, a sua ligação aos princípios do Islã. A submissão do Estado a estes princípios é, assim, proclamada pela constituição em Marrocos, na Tunísia, na Síria, na Mauritânia, no Irã e no Paquistão, no Afeganistão e na República Árabe do Yêmen; os Códigos Civis do Egito (1948), da Síria (1949), do Iraque (1951) convidam os juízes a preencher as lacunas da lei seguindo os princípios do direito muçulmano; a Constituição do Irã e as Leis da Indonésia prevêem os princípios do direito muçulmano”. (DAVID, 1996, apud CASTRO, 2008) * É na puberdade que a criança é preparada para obedecer às leis islâmicas, pois é nesta idade que se presume que o jovem passe a ter a exata noção de seus atos; * FONTES DO DIREITO: - O Alcorão (o livro sagrado); - A Suna (tradição relativa ao Profeta, sua vida e suas decisões); - O Idjmâ (acordo unânime da comunidade – doutores da lei - sábios); • Segundo Maomé: ‘A minha comunidade nunca chegará a acordo sobre um erro’; • É a interpretação infalível e definitiva do Alcorão e da Suna; * O Qiyâs(raciocínio por analogia); O Alcorão * Livro sagrado: Maomé recebeu as palavras de Alah, do Anjo Gabriel; * Não é dele a redação do Alcorão, e sim de seus sucessores, que, compilaram os mais diversos registros; * É um documento final. “Perfeito”; * Prega que a Sociedade Muçulmana é igualitária - Não há classe sacerdotal; quem dirige o culto na mesquita é uma pessoa com grande conhecimento da doutrina; * Estabelece recompensa aos que cumprem a Lei: - “Anuncia aos que crêem e praticam o bem que deles será o Paraíso onde correm os rios; cada vez que lhe provarem os frutos, exclamarão: ‘São iguais aos que comíamos na terra’. Lá terão esposas puras, e lá permanecerão para todo o sempre.” - O inferno: É pintado pelo Corão como um lugar de chamas, onde os condenados não podem beber senão água quente e nauseabunda, e só tem para comer uma planta execrável, que não lhes mata a fome. - O paraíso: Situa-se no alto de uma montanha, onde tudo é ameno e em nada lembra o vale ardente onde o jovem Maomé passou os primeiros anos. No paraíso, os eleitos bebem água fresca ou vinho e os homens tem companheiras de sua mesma idade. - O Alcorão garante um lugar no paraíso a todo crente que morre combatendo os infiéis, isto é, os inimigos do Islã (pátria, família e religião) * Aplicação da Lei de Talião; * Proibição de usurpação e suborno; * Bebidas e jogos (só o supérfluo); * Alimentos proibidos (caso de extrema necessidade); * A peregrinação – é o perdão e possibilidade de remir os pecados – todo o muçulmano livre e com recursos necessários à viagem, sem prejuízo de sua família, tem a obrigação de efetuar a peregrinação. Pode ser feita por mulheres, desde que, acompanhadas; * O casamento é regra na sociedade, havendo, inclusive, o entendimento que o homem, e a mulher, só atingem o seu apogeu após terem filhos; - O casamento em si é efetuado em dois tempos: primeiro se assina um contrato entre o marido e o representante legal da futura esposa; depois é necessário o consenso daquela, bastando, para tanto, o seu silêncio. - No contrato são especificadas questões materiais (dote); - Uma vez assinado o contrato, reputam-se casados e a ruptura do ajuste equipara-se ao divórcio; * O casamento só se completa com a “consumação da união”. Os noivos se afastam, e, posteriormente, o lençol com o sangue derivado do defloramento é exibido aos convidados, com toda a pompa e circunstância. * O casamento deve ocorrer entre muçulmanos: • “Não desposeis as idólatras até que se convertam: uma escrava crente é preferível a uma idólatra, mesmo que vos agrade. E não deis vossas filhas em casamento a idólatras até que se convertam: um escravo crente é preferível a um idólatra, mesmo que vos agrade”. • Hipóteses de proibições do casamento (ler livro); • É permitido o casamento de adúlteros, mas não entre adúlteros e não-adúlteros; * A poligamia é permitida, atualmente, até o número de 4 esposas, devendo, todas, serem tratadas de forma igualitária. • É preferível o casamento à hipocrisia; • Não podendo o muçulmano se casar com mais de uma mulher, nada impede que este se “utilize” de suas escravas; Testamento * A herança divide-se em duas partes: * A que se divide entre os herdeiros; • “Filhas recebem menos que filhos; mães menos que pais e irmãos mais que a mãe do defunto.” * A que pode serdisposta em testamento; Penas: * Para o homicídio é possível à aplicação da pena de Talião, mas, há a previsão do perdão, e quando este ocorre, um parente da vítima deve ser indenizado; - “Ó vós que credes, a pena de talião é prescrita contra quem infligir a morte: homem livre por homem livre, escravo por escravo, mulher por mulher. E aquele que for perdoado pelo irmão da vítima deve comportar-se honradamente e indenizá-lo no maior espírito. É um alívio e uma misericórdia a vós proporcionados pelo vosso Senhor. Quem depois de agredir será rigorosamente castigado.” * Apedrejamento (lapidação) para os adúlteros; * Homossexuais devem ser mortos; * Bebidas alcoólicas, danças e escolas mistas devem ser proibidas; * Os juros são proibidos, os empréstimos não; Mulheres: * Possuem condição social inferior à do homem; * O objetivo da vida da muçulmana é o casamento – todo o resto é supérfluo; * De vem andar com o corpo coberto; * Não devem possuir identidade civil (observar com temperamentos); * O divórcio é uma prerrogativa masculina, salvo se no contrato houver previsão e se aceito pela comunidade. - Em caso de divórcio ou viuvez, a mulher deve guardar um prazo para que tenha a certeza de não estar grávida; (3 menstruações); - Recebe a integralidade do seu dote (para fins de sustento); * Não têm direito algum sobre os filhos; - Ficam com ela, após o divórcio, até 7 anos, quando deverão ser devolvidos ao pai; Aborto: * “No caso do aborto, que é estritamente proibido a partir do momento em que o feto é um ser vivo (todo o infanticídio é normalmente proibido), coloca-se a questão de saber quando ocorre a animação. Como a maioria dos sábios muçulmanos opinam pela animação a partir de 120 dias, muitos doutores da lei permitem o aborto durante os três primeiros meses da gravidez, proibindo-o, por prudência, a partir do quarto mês.” (JOMIER, apud, CASTRO, 2008)
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